Talvez você já tenha ouvido dizer que o “herói” mitológico Hércules foi o criador das Olimpíadas 2.500 anos a.C, e que Atenas foi a cidade da primeira Olimpíada da Era Moderna, em abril de 1896. Acalme-se, este artigo não será uma narrativa sobre a história da humanidade; seria muita pretensão em tão poucas linhas. Trataremos da Olimpíada que ocorrerá em terras Tupiniquins – a Rio 2016.
Você sabia que foi criada uma lei só para regulamentar a recepção dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016? Trata-se da Lei 13.284 de maio de 2016, com 41 artigos; um espetáculo de lei (recomendamos a leitura ), Isso também foi criado na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo de 2014.
Não se trata de uma crítica deliberada a essas leis, muito pelo contrário, estamos até elogiando – como dissemos: “um espetáculo de lei”. Também temos a recente Lei Antiterrorismo (13.260 de março de 2016) recém- saída do forno. Para alguns defensores é a lei de “Guantámano à moda brasileira”. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou recentemente que a criação dessa lei foi uma imposição do Grupo de Ação Financeira (Gafi), um organismo internacional na área de ação financeira, e que o Brasil é membro. Se não fosse criada essa lei, o Brasil estaria em maus lençóis, aos olhos desse grupo. Com tudo que estamos vendo no Brasil, o que não é criado por pressão, o é por corrupção.
Pensemos um pouco: quando é para promover algum “evento”, o Estado faz de tudo: cria leis, desapropria tudo que tiver pela frente, faz de tudo, conforme as exigências internacionais – enquanto isso o povo mais carente e necessitado chora à mingua. Sabe quanto custa o ingresso de abertura e encerramento da Olimpíada? Varia de R$ 200 a R$ 4,6 mil – é a separação da “casta brasileira” entre ricos e pobres – onde os mais abastados acomodam-se nos melhores lugares, e isso não é mérito apenas da Olimpíada: está em quase todos os grandes eventos. Que legal essa forma de integração dos Jogos Olímpicos, não é? E depois vem falar de igualdade?
Como dizia a música dos Titãs “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. É isso... o espetáculo chegou, agora divirtam-se , porque depois que tudo isso passar, vai começar mais uma rodada de “corrupção” e talvez a pior que já se viu na história deste País. Não bastasse os escândalos que estamos vendo todos os dias.
E o pokémon, onde entra nessa história? Bem no finalzinho mesmo. Depois dessa lambança toda, teremos o Pokémon GO, um jogo virtual, com tecnologia de realidade aumentada, coisa de última geração, que vai invadir a cabeça de todos e você verá gente andando de um lado para o outro, como zumbis, à procura da alegria de encontrar um Pokémon. Alegria... coisa que nem o Brasil, nem a Olimpíada os proporcionará. Sabia que a Praça de São Pedro, no Vaticano, não escapou de ser um “pokespot” (local onde se caça pokémons) dos jogadores? Que bom seria criar um joguinho” para fazer as pessoas lerem livros; lerem jornais; irem para a escola; rezarem; praticarem esportes; comerem frutas; ouvirem boas músicas, etc. Como diz a música dos Engenheiros do Hawaí: “Vivendo num país sedento, um momento de embriaguez”. É o nosso falido Brasil. “ de um povo heroico o brado retumbante”. Sem voz! (MARCOS ANTONIO DE ARRUDA, estudante de Direito na Unopar e conciliador do juizado especial no Fórum de Cornélio Procópio e CYRO JOSÉ JACOMETTI SILVA, mestre em Direito, doutorando em Direito Constitucional, serventuário da Justiça (TJPR) e professor na Unopar Campus Bandeirantes, página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 3 de agosto de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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