Os negócios estão cada vez mais apertados. Haja saúde psicológica para aguentar tanta pressão.
Na pré-história, fomos geneticamente determinados a suportar estresse. Mas isso se restringe a poucos minutos. É fácil entender. Com um tigre à porta da caverna, os nossos antepassados tinham suas funções cardiorrespiratórias e outras alteradas somente pelo tempo de que precisavam para uma entre duas alternativas: matar o bicho ou ser devorado por ele. Isto quase nunca levava mais do que dez minutos.
Hoje, o estresse dura dias, quando não semanas e meses. Além disso, existe hoje o fato de que em muitas empresas as metas são estabelecidas mais para satisfazer o desejo de determinado superior do que para estimular a verdadeira produtividade ou a conquista de mercado.
Conheci uma empresa, por exemplo, cuja decisão por abolir exigências de qualidade na linha de produção partia do próprio diretor presidente, que agia deste modo para prevalecer-se sobre outros diretores, seus irmãos, numa competição familiar ao velho estilo da guerra fria. A consequência não podia ser outra: gerentes burlando programas, planejamentos e metas, desvios de várias naturezas – tudo com ótimas desculpas e explicações
É preciso entender que, assim como as pessoas trazem para dentro da empresa suas capacidades e competências, no mesmo pacote também vêm suas neuroses e outras máculas de reputação – que influenciam decisões e a vida de todos os envolvidos direta e indiretamente.
Um ser humano só é, de fato saudável, quando sua mente é saudável. E uma empresa sã se faz com mentes sãs. De qualquer outro modo é simplesmente impossível. (Crônica de ABRAHAM SHAPIRO, FOLHA EMREGOS & CONCURSOS, coluna ABRAHAM SHAPIRO, segunda-feira, 8 de agosto de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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