quinta-feira, 30 de junho de 2016

PRECONCEITO NA ESCOLA

   NÃO HÁ um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não se expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos tantas preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola, e pouco ou quase nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de assédio moral nascem de preconceitos!
   Nesta semana tivemos notícias de dois episódios de preconceito na escola: o da mãe que recebeu um bilhete da professora pedindo para aparar ou prender o cabelo dos filhos – fato ocorrido em nosso país -, e o da garota negra lanchando sozinha ao lado de uma mesa com vários colegas brancos juntos -, este ocorrido na África do Sul.
   Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações, o eu sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo, conter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais digna. 
   Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar como uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Isso pode acontecer – e tem acontecido muito – em casa, em pequenos grupos informais, na internet, com tutores, etc. Para preparar para o vestibular? Essa razão é pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos garantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia. 
   Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo para a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a formação de um cidadão de bem. Poucos, porém, têm dado valor a isso, mesmo com fortes motivos para valorizar essa justificativa, já que, se a vida social vai bem, a vida pessoal melhora. Por outro lado, quando a vida social não é saudável, a vida pessoal sofre e adoece. 
   Ensinar a reconhecer os principais preconceitos de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é fundação das mais importantes da escola. Mas, pelo que temos visto, ela ignora o censo crítico e, dessa maneira, não estimula o respeito às diferenças, tampouco incentiva a solidariedade entre os colegas, nem ensina a boa convivência. 
   A boa convivência exige empatia e generosidade, entre outras virtudes, já que conviver com a diferença é doloroso, e por isso há quem tente anular a diferença com manifestações de preconceito, por exemplo. A convivência também precisa, e muito, da tolerância à frustração, porque conviver significa, quase sempre, ter de ceder, já que o outro sempre nos mostra que cada um de nós é apenas um em meio a tantos outros...
   Os pais podem – e deveriam – influenciar nos rumos da educação escolar. De nada adianta desejar apenas um bom futuro pessoal aos filhos e desconsiderar que eles viverão em sociedade e dependerão dela. Pais e mães, que tal vocês passarem a se preocupar com outras questões da escola que não apenas o conteúdo a ser ensinado, a colocação em rankings etc...?
   Que tal apoiarem as escolas que revolucionaram seu ensino para valorizar o ensino da vida cidadã? Que tal repensarem a função social da escola? (ROSELY SAYÃO, colunista do caderno COTIDIANO, folha B2, espaço coluna ROSELY SAYÃO, terça-feira, 28 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE S. PAULO).

PRISÃO REVOGADA


   Suspeito de receber propina em um esquema que lesou milhares de servidores públicos, o ex-ministro Paulo Bernardo teve a prisão revogada, ontem, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O petista foi detido, na última quinta-feira, durante a Operação Custo Brasil, que investiga desvios do Ministério do Planejamento. Bernardo, que começou a carreira política em Londrina, é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT) e esteve à frente da pasta do Planejamento, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, e das Comunicações, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, ambos do PT. A Custo Brasil é um braço da Lava Jato e o golpe identificado pela Polícia Federal movimentou uma quantia alta: R$ 100 milhões. Era um “trabalho” de formiguinha. A cada parcela de empréstimo consignado paga por servidores federais, R$ 0,70 ficava para a turma da propina , nesse caso políticos, o Partido dos Trabalhadores, além de operadores do esquema. Como o golpe se prolongou por seis anos, os criminosos conseguiram juntar os R$ 100 milhões. A prisão de Paulo Bernardo trouxe de volta os holofotes do noticiário político para o PT, após um período em que as atenções se voltaram para os escândalos do PMDB. E os petistas devem permanecer ainda no centro da polêmica, pois a decisão do ministro Dias Toffoli está gerando repercussão. Isso porque Toffoli teve a indicação ao Supremo questionada justamente pela grande proximidade que ele tem com o PT – ele foi Advogado-Geral da União durante o governo Lula e antes disso defendeu a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o PT nas campanhas de 1998, 2002 e 2006. Chama atenção que em sua decisão, o ministro do Supremo usou o emblemático processo do Mensalão para justificar a liberação do petista e apontou “constrangimento ilegal” na prisão de Paulo Bernardo. Espera-se que Toffoli tenha levado em conta a ousadia do grupo que operava a propina no Ministério do Planejamento, pois mesmo depois que o golpe foi descoberto, durante o Pixuleco II, os criminosos continuaram o esquema. A população brasileira está vendo políticos e governos caindo em descrédito a todo momento que surge uma nova revelação da Lava Jato. O STF, órgão máximo do Poder Judiciário, não pode cair em descrédito. (FOLHA OPINÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta—feira, 30 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

VACINA DE DNA CONTRA ZIKA CONSEGUE IMUNIZAR ROEDORES


   Pesquisa com participação de cientistas do Brasil, publicadas na “Nature”, também testou, com sucesso, vacina de vírus inativado

   Uma nova vacina de DNA conseguiu eficácia de 100% em camundongos contra a infecção por vírus da zika. 
   A cepa utilizada nos experimentos foi isolada de casos da doença do Nordeste do Brasil em 2015 e foi produzida pela USP. Os resultados foram publicados nesta terça (28) pela revista “Nature”.
   Os cientistas ( a maioria, americanos) testaram em camundongos a nova vacina, composta por DNA recombinante – produzido em laboratório com o auxílio de microrganismos – que contém as instruções para fabricação de proteínas da estrutura di vírus da zika. 
   Em uma vacina convencional é injetado o vírus ou pedaço dele. Ao encontrar os invasores (antígenos), o organismo produz anticorpos e mobiliza as células de defesa. O sistema imune passa a ter uma postura de prontidão contra a infecção “pra valer”. 
   Na vacina de DNA, a produção desses antígenos (pedaços dos invasores) é feita pelas células do organismo, como as fibras musculares. A partir daí, a resposta é semelhante à das vacinas virais. 
   “O problema é que pode ser difícil controlar a quantidade de antígeno ‘fabricado’ e o tempo de produção, o que pode dificultar a imunização”, disse à Folha o professor da USP Paolo Zanotto, um dos autores do trabalho. 
   Outra desvantagem é que pode surgir tolerância aos antígenos produzidos e até câncer, por causa da inserção do novo DNA no genoma. 
   Nos  ensaios, a imunização dos camundongos durou pelo menos 8 semanas e foi completa para os animais que receberam uma versão “inteira” do DNA responsável por fazer proteínas do envelope e da membrana do vírus.
   Os pesquisadores afirmam que uma vacina de DNA para testes em humanos poderia ser facilmente obtida. 
   Os cientistas também testaram uma versão de vírus inativado (morto) da vacina. No caso, a cepa foi obtida em Porto Rico. Os camundongos obtiveram mais proteção quando vacinados pela via intramuscular, em comparação à via subcutânea. “Precisamos tentar qual é o melhor sistema de “delivery” para cada combinação de antígenos com organismos a serem vacinados”, diz Zanotto. 
   A cepa de Porto Rico é semelhante à brasileira, segundo Zanotto. “Seria ótimo ter uma vacina que neutralizasse todas as cepas da linhagem asiática do vírus da zika, que são as que estão se espalhando pelas Américas e que recentemente causaram surto em Cabo Verde, na África.” (GABRIL ALVES – de São Paulo, SAÚDE + CIÊNCIA, quarta-feira, 29 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE S.PAULO).
 

SIMPLICIDADE E EFICIÊNCIA


   A escravidão durou séculos. Hoje, Nelson Mandela é cultuado em todo o mundo e os Estados Unidos tem um afrodescendente na presidência. Existe uma lei na História da Humanidade. Primeiro vem a abolição. Depois o caos. E por fim, a evolução.
   Nessa crise, eu sei que a sua fábrica está no encalço da produtividade de chão de fábrica. E também da equipe de vendas. Estou certo? E como vai a turma que passa o dia no ar-condicionado e sentada em cadeiras estofadas.
   Qualidade e produtividade devem atingir os burocratas. Urgentemente. Porque geralmente eles são lentos e complicados. 
   Simplicidade e eficiência são os ingredientes que fazem qualquer negócio sustentável. E agora mais ainda. 
   Fazer o quê? Simplifique o site de sua empresa, o jeito de negociar, os processos, as pesquisas... tudo! E aumente a eficiência disso também. 
   Imprima um banner com essas duas palavras: SIMPLICIDADE e EFICIÊNCIA. E pendure na sala de reuniões. 
   Sabe de quanto mudou a necessidade de intervenção de um corretor junto a novos investidores na bolsa de valores? Caiu na proporção de 10 para 1 em menos de cinco anos. 
   As mudanças que irão atingir os escritórios nos próximos anos terão de obedecer a mesma proporção. Será uma revolução? Você não verá mais aquelas centenas de pessoas apinhadas. E como é óbvio, só ficarão os melhores, os mais ágeis e os que aprenderam a decidir em conformidade aos clientes, ao mercado e à missão, visão e valores da empresa. 
   Todos os demais (todos, absolutamente) vão para as filas de desemprego. ( ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes em Londrina, espaço coluna ABRAHAM SHAPIRO, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, segunda-feira, 27 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

VAIDADE MASCULINA FOMENTA MERCADO DE BELEZA

"O movimento das barbearias está crescendo  e o ramo tem se mostrado rentável, com um custo relativamente baixo", avalia Rodrigo Gerard
   Por mês, cerca de 4 mil microempreendedores individuais se formalizam no segmento. Ritmo de alta de 7% ao ano deve se estender nos próximos três anos

   Uma visão otimista em um cenário econômico instável. Quando o assunto é o mercado de beleza masculino, o potencial de crescimento do setor vem animando aqueles que miram o próprio negócio.
   Segundo um levantamento da Euromonitor Internacional , o ritmo de alta de 7% ao ano, deve se estender nos próximos três anos. Uma outra pesquisa, da Nielsen, revela ainda que, no ano passado, os homens foram responsáveis por 35% dos gastos dos itens de higiene e beleza no País.
   Nesse compasso, a vaidade masculina pode elevar o Brasil ao posto de um dos maiores mercados de cuidados pessoais, tanto pelo consumo de produtos quanto de serviços.
   E todo esse desempenho tem motivado o aumento no número de microempreendedores individuais (MEIs). Para se ter uma ideia, considerando todos os setores do segmento, Londrina registrou um crescimento de 12% no primeiro trimestre deste ano, conforme publicado pela FOLHA no mês passado.
   A Prefeitura de Londrina concedeu 827 alvarás para este tipo de empreendimento, sendo 88 a mais em comparação com o mesmo período de 2015. Mas no segmento de beleza, dados do Serviço Brasileiro de Apoio às micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta um incremento de 567% no número de MEIs, entre 2010 e 2015, passando de 72.309 para 482.455 registros. 
   “É importante interpretar que, com a criação da figura do microempreendedor individual (2009) , houve uma corrida dessa demanda reprimida para a formalização”, comenta Andrezza Torres, coordenadora nacional da Carteira de Beleza e Bem-Estar do Sebrae.
   No entanto, ressalta um crescimento médio anual de 8 mil novos CNPJs ao mês para os negócios de beleza, até 2015. “Na passagem para 2016, o segmento continuou forte mas passou para cerca de 4 mil MEIs se formalizando mensalmente. Isso ainda demonstra um crescimento, o que é muito bom para o setor, pois em primeiro lugar vem a formalização e, depois, a competitividade”, acrescenta. 
   Andrezza também afirma que o segmento no Brasil tem assumido uma onda mundial bastante favorável à beleza masculina. “Estamos vendo um aumento de barbearias temáticas e isso é muito bom porque o público masculino se sentia pouco à vontade nos salões de beleza tradicionais”, diz. 
    Outro viés positivo e importante para o setor, segundo ela, é o Projeto de Lei Salão Parceiro 5230/2013, que trata da relação de trabalho entre o salão de beleza e os parceiros, isto é, os profissionais de beleza. O projeto segue para sansão presidencial. “A gente tem o olhar bastante otimista sobre essa lei e acreditamos que logo estará em vigor. Ela traz muita segurança aos profissionais, o que acaba sendo também um incentivo a novos negócios”, comenta. 

   NEGÓCIO PRÓPRIO 

   Ao abrir as portas há sete meses em londrina, a Barbearia Gerardt celebra o bom momento. Além da clientela conquistada nos tempos em que era funcionário de outro estabelecimento, Rodrigo Gerardt, de 27 anos, vê um aumento de 50% de novos clientes. 
   O negócio foi aberto em sociedade com a esposa Priscila, que estava frequentando um curso de cabeleireiros. “Sou músico, mas precisa ter uma renda fixa, foi então que, juntos, começamos a amadurecer a ideia da barbearia”, conta. 
   Gerardt deu o primeiro passo se matriculando em um curso de cabeleireiro e, depois, trabalhou em uma barbearia para adquirir experiência e se preparar financeiramente. “ O foco sempre foi meu próprio negócio e o momento é favorável. O movimento das barbearias está crescendo e o ramo tem se mostrado rentável, com um custo relativamente baixo”, avalia. 
   O mesmo otimismo tem sido vivenciado por Waldineia Fonseca, proprietária da Barbearia Caballeros, inaugurada há dois meses na cidade. |Interessada em investir em uma área comercial, ela encontrou a resposta na própria experiência. 
   “Tenho filhos homens e sempre tive que levá-los em salão de beleza feminino. Desde então passei a alimentar essa ideia”, conta. Anos depois, Waldineia deu um “start” ao projeto e foi buscar referências em grandes centros, como São Paulo e Belo Horizonte. 
   Ela também fez curso de corte masculino e barbearia, buscou consultoria no Sebrae e se formalizou como MEI. 
   Além disso, investiu no espaço e na mão de obra. “Temos um público muito bom, sendo a maior de homens na faixa dos 30 aos 50 anos, mas também temos visto um aumento no número de crianças”, revela.
   O fato do empreendimento de Waldineia estar instalado em um Shopping center, tem sido apontado por ela como uma vantagem. “Em comparação aos primeiros dias, já vejo um aumento de 50% no público e acredito que flexibilidade dos horários é um dos motivos. Abrimos em horário de shopping , o que inclui os domingos”, cita. 

   ALTA DEMANDA POR PROFISSIONALIZAÇÃO RESULTA EM CURSOS INÉDITOS

"Temos um público muito bom, sendo a maioria de homens na faixa de 30 aos 50 anos, mas também temos visto um aumento no número de crianças, revela Waldineia Fonsec
   Outra prova de que o setor está ativado é a profusão de cursos para profissionalização. A coordenadora da área ee Beleza do Sebrae Nacional Andrezza Torres, que na convenção nacional ocorrida há poucos dias, em Belo Horizonte, um dos workshops mais procurados foi o de barbearia. “Sem dúvida, é uma oportunidade”, ressalta.
   Em Londrina, por conta da demanda, o Senac passou a ofertar cursos inéditos de qualificação profissional na área de barbearia e o técnico em Imagem Pessoal. “Em 2015, tínhamos 18% de público masculino matriculado s em curso de beleza; nesse ano, já temos 40% , cita Celise S. Matunaga Ferreira, técnica em Educação Profissional e Tecnológica do Senac Londrina. 
   Para ela, a procura por cursos da área se deve ao novo comportamento masculino, passando pela busca por serviços de estética e bem-estar, mas também ao fato das pessoas visualizarem uma nova oportunidade de crescimento profissional e a possibilidade de ter o próprio negócio. 
   A primeira turma do curso de Barbeiro está na fase final. Ao todo, serão 12 novo profissionais no mercado, como Bruno Lima de Castro, de 31 anos, estudante do curso de Marketing. 
   Atualmente, ele mora em João Pessoa (PB), mas a família é de Londrina. “Trabalhava em uma transportadora, mas fiquei desempregado. Foi aí que comecei a tomar gosto pela profissão da minha mãe e esposa”, conta ele, que retornou à cidade especificamente para fazer o curso no Senac. 
   “Percebi um aumento no movimento dos salões e barbearias, pois a realidade daqui não é muito diferente de lá (João Pessoa). Às vezes, eu aguardava mais de uma hora para cortar o cabelo e foi, então, que me veio à cabeça a ideia de trabalhar com isso”, lembra. 
   Castro logo retornará à capital paraibana, pois já tem emprego garantido. “Um empresário está abrindo uma nova unidade de barbearia e sabendo que eu estava vindo me profissionalizar, já me ofereceu a vaga”, comemora. (M.O). ( MICAELA ORIKASA – Reportagem Local, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, segunda-feira, 27 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 29 de junho de 2016

ANTIBIÓTICO IMPEDE INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA


   Estudo mostra que droga protege as células do vírus, mas não se sabe muito bem como
   E se a gestante pudesse tomar um remédio contra os efeitos da zika? É com essa pergunta em mente que cientistas da Universidade da Califórnia em San Francisco (EUA) realizaram um estudo para entender como o vírus da zika passa da mãe para o bebê e como a infecção pode ser evitada. 
   “A nossa motivação para esse trabalho é o ônus devastador que o vírus da zika tem levado à população brasileira e à do mundo todo”, diz uma das autoras do estudo, Hanna Retallack.
   Hanna faz parte de um time interdisciplinar de pesquisadores que se juntaram para lidar com a alarmante situação de saúde pública causada por esse vírus. Juntos, eles identificaram como o vírus passa da mãe para o bebê pelas células da placenta, e como as células-tronco neurais do feto são particularmente suscetíveis ao vírus durante o primeiro e o segundo trimestre da gestação.
   O que as células da placenta e do cérebro do bebê têm em comum é um receptor, uma “porta de entrada” para a célula, chamado AXL, que permite a entrada do vírus – quando o receptor é bloqueado, não há infecção. 
   Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram tecidos de diferentes idades infectados pelo vírus da zika, criando um mapa temporal mostrando o rastro de devastação do vírus, passando da mãe para as células-tronco neurais do feto através da placenta. 
   Uma vez determinado o tipo das células infectadas e o receptor presente, um simples experimento usando anticorpos que bloqueiam o receptor foi suficiente para confirmar que o vírus usa essa molécula como porta de entrada na célula. 
   O mais curioso no estudo é que os cientistas mostram como o antibiótico azitromicina bloqueia a proliferação do vírus, protegendo as células do efeito devastador do vírus da zika. Embora o exato mecanismo para essa proteção seja desconhecido, é sabido que antibióticos da mesma classe têm uma ação similar contra o vírus da dengue e da febre amarela. 
   Como o antibiótico já é aprovado para o uso até mesmo em mulheres grávidas, a opção ganha ares de promissora para o tratamento da doença. “Essa descoberta é extremamente importante porque ela pode mudar como mulheres grávidas expostas ao vírus são tratadas clinicamente, e essa é a nossa motivação para publicar o nosso trabalho numa plataforma de acesso aberto”, diz Arnold Kriegstein, um dos líderes da pesquisa. O trabalho está disponível on-line no repositório bioRxiv.
   Apesar da facilidade de implementação , “os resultados ainda são experimentais e não foram testados clinicamente, mas queremos que os médicos saibam que eles existem, devido à urgência da situação”, diz Elizabeth Di Lullo, outra autora do estudo.
   Mesmo com o grande progresso no entendimento da relação entre zika e microcefalia, a estratégia do vírus para entrar nas células revela-se cada vez mais complexa.
   Estudos voltados para um tratamento que reduz ou suprima qualquer efeito do vírus da zika em fetos podem ser a solução para essa doença. “Espero que nossas descobertas ajudem outros pesquisadores a procurar medicamentos e vacinas para acabar de vez com essa epidemia”, conclui Hanna. ( CARLOS EDUARDO LIMA DA CUNHA – Colaboração para a Folha. Caderno CIÊNCIA + SAÚDE, segunda-feira, 27 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE S. PAULO.

ACHEI, SÃO LONGUINHO!



   Na infância, quando a gente perdia alguma coisa, o jeito era apelar para São Longuinho. Ao encontrar o objeto perdido, eu e Vó Maria dávamos três pulinhos gritando: 
   - Achei, São Longuinho! Achei, São Longuinho! Achei, São Longuinho! 
   Longuinho (em latim Longino) era o nome de um soldado romano que presenciou a crucificação de Jesus. Longhino quer dizer “lança”. Diz a tradição que foi ele quem feriu o lado do corpo de Jesus, já morto: 
   “Um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água.” (Jo 19,34) Sangue e água jorraram nos olhos do militar, que imediatamente se curou da doença que lhe afetava os olhos. Foi ele, portanto, quem pronunciou a frase que se encontra nos três Evangelhos sinóticos: “Vendo o centurião o que acontecia, deu glória a Deus e disse: Na verdade, este homem era um justo.” (Lc 23,47) Mateus e Marcos atestam que o centurião considerou Jesus “o filho de Deus”.
   Como se sabe, o lado ferido de Jesus simboliza o advento da Igreja no mundo. A partir daquela chaga no corpo do Homem-Deus, passamos a contar com os ensinamentos que abrem os nossos olhos, como abriram os olhos de Longuinho, do cego Bartimeu, do perseguidor Saulo (convertido em São Paulo) e de tantos outros ao longo da história. 
   Nada disso é por acaso – como tudo na Bíblia. O ato do soldado Longuinho, que a partir daquele momento passa a enxergar a plenitude da verdade, representa o percurso de cada um de nós. 
   A transformação de Longuinho foi completa. De torturador de Jesus, ele se transformou em pregador da Palavra. Isso o torna o primeiro pagão a aderir ao cristianismo, talvez precedido apenas por aquele centurião romano (militar como Longuinho) que não se julgou digno de receber Jesus em sua morada – linda prece que os católicos repetem antes da comunhão. Longuinho deixou a farda, tornou-se um monge na Ásia Menor e teria morrido ainda no governo de Pôncio Pilatos, tendo os dentes quebrados e a língua cortada. Se renegasse a fé em Cristo, seria perdoado. Preferiu a decapitação. 
   Sobre a fama de santo “achador” de objetos perdidos, há uma versão curiosa. Diz-se que Longuinho era baixinho. Durante as festas no período imperial de Roma, ele era designado para procurar objetos perdidos debaixo das mesas pelos convidados. Para isso, ele utilizava uma pequena tocha, uma lanterna. De certa forma, isso o aproxima do filósofo Diógenes de Sinope, que andava pelas ruas de Atenas com uma lanterna em pleno dia, dizendo: “Procuro um homem justo!” Em Jerusalém, Longhino encontro o homem que Diógenes procurava.
   Quando Maria e José perderam o menino Jesus por três dias, em Jerusalém, foram encontra-lo no Templo, entre os sábios. A resposta de jesus no momento em que Maria e José o reencontram é um sinal para cada um de nós: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2,49)
   São Longuinho, ajudai-me sempre a encontrar a verdade. Vó Maria, me ajuda também? ( Crônica do jornalista e escritor Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, espaço coluna AVENIDA PARANÁ, quarta-feira, 29 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

FESTA COM DINHEIRO DO CONTRIBUINTE


   A Operação Boca Livre, deflagrada ontem pela Polícia Federal com ajuda da Controladoria-Geral da União, revelou um esquema escandaloso de fraudes na Lei Rouanet que soma F$ 180 milhões. Por meio de esquemas criminosos, até mesmo uma festa de casamento foi paga com dinheiro do contribuinte. Criada em 1991, a Lei Rouanet permite a captação de recursos para projetos culturais usando incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Na prática, a legislação proporciona que uma empresa privada direcione parte do dinheiro que iria gastar com impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura. Na manhã de ontem, 124 policiais e servidores da Corregedoria saíram para cumprir 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de janeiro e no Distrito Federal. Entre os citados na investigação há empresas de eventos culturais, montadoras de veículos, laboratório farmacêutico e escritório de advocacia. Os indícios apontam que as fraudes ocorriam de diversas maneiras como a inexecução de projetos, superfaturamento, apresentação de notais fiscais relativas a serviços/produtos fictícios, projetos simulados e duplicados, além da promoção de contrapartidas ilícitas às incentivadoras. Segundo a polícia, eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e a badalada festa de casamento foram custeados com recursos de natureza pública, obtidos por meio da Lei Rouanet. A PF informou que a investigação vai continuar e adiantou que há indícios de que o total desviado passa muito de R$ 180 milhões. É importante que a Polícia e a CGU continuem apurando e colocando na prisão os responsáveis por esse tipo de crime. Essa iniciativa, que nasceu para fomentar a cultura no País, é alvo de muitas críticas. A principal delas é deixar de financiar novos artistas e novas manifestações culturais para beneficiar artistas já consagrados. A Lei Rouanet é importante e deve ser preservada. O que não se pode admitir é um desvio de finalidade tão escandaloso para um programa que permite o acesso da população aos nossos produtos culturais. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 29 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 28 de junho de 2016

G OU J ?


   Esta semana vamos continuar tratando de algumas questões de ortografia que, frequentemente, deixam os brasileiros em dúvida. Hoje abordaremos o som que pode ser representado pelas letra G ou J, que causa problemas só quando está antes das vogais E o I, já que é só aí que o som das duas consoantes coincide.
   Em primeiro lugar vamos recordar aquela “regra de ouro” que já mencionamos mais de uma vez: palavras da mesma “família” tendem a manter a mesma grafia . Sendo assim, “laranjeira” só pode ser escrita com J, pois vem de “laranja!, também com J. Entretanto, no caso específico de que tratamos hoje, há uma exceção notável a essa regra: o substantivo “viagem”, que é escrito com G, enquanto que “viajem”, do verbo “viajar” é com J (assim como todas as outras formas do verbo).
   Dito isso, vamos a algumas regrinhas básicas para o uso de G:

   1- Usamos essa letra em substantivo terminados em “agem”, “igem” ou “ugem”, como “barragem”, “ferrugem”, “origem”, etc. As duas únicas exceções são “pajem” e “lambujem”.

   2- Nas palavras terminadas em “ágio”, “égio”, “ígio” e “ógio”, como “estágio”, “privilégio”, “prestígio”, “relógio” e “refúgio”. 
Algumas palavras escritas com G que costumam deixar os brasileiros em dúvida: GENGIBRE, BEGE, BIGIGANGA, TIGELA, VAGEM, ALGEMA, COGITAR, GENGIVA, AUGE, DRÁGEA, GESTO, TANGERINA, etc.
Já com relação ao J, algumas regras que podem nos ajudar:

   1 – Em todas as formas dos verbos terminados em “jar!, como “despejar” (despejei, despejem, “arranjar” (arranje, arranjemos), “enferrujar” (enferruje, enferrujem), “viajar” (viajei, viajemos), etc. O mesmo vale para verbos terminados em “jear”, como “gorjear” (gorjeie, gorjeiam). No caso de “viajar” e “enferrujar”, lembre-se: todas as formas verbais são com I, mas os substantivos (viagem e ferrugem) são com G.

   2 - Usamos I em palavras de origem indígena (“biju”, “jiboia”, ”jerimum”) ou africana (“canjica”, “acarajé”, “jiló”). Nesse ponto, merece uma menção especial o nome “Moji”, que, sendo de origem tupi, deveria ser escrito com J. Entretanto, há algumas cidades que adotam a grafia com G, como Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu e Mogi Mirim. É bom lembrar que, nesse caso, trata-se de nome próprio, o que faz com que haja uma maior liberdade com relação às regras ortográficas. Acontece algo parecido com “Bahia”, que manteve o H em sua grafia, mesmo quando a letra desapareceu do substantivo comum, “baía”. Em tempo: no Estado de Minas Gerais há um município chamado Tocos de Moji, com I. 
Palavras com J que às vezes causam problemas: BERINJELA, JILÓ, MAJESTADE, JEJUM, JEITO, TRAJE, CAFAJESTE, LAJE, ULTRAJE, etc. 
   Não custa lembrar que há inúmeras palavras que não se enquadram nas regras descritas acima. Sendo assim, sempre busque, em um dicionário ou no VOLP, qual a forma correta de escrever o que você quer. 
   Para terminar, só um comentário: muitas vezes já ouvi que o português é uma língua complicada, talvez uma das mais complicadas do mundo. Tremenda injustiça! Todo idioma tem suas peculiaridades ( e suas “complicações”). Quando o assunto é ortografia, por exemplo, a língua inglesa apresenta muito mais dificuldades que a nossa, pois há menos regras para ajudar.
   Até a próxima terá! (FLAVIANO LOPES – Professor de Português e Inglês. Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, espaço BEM DITO, terça-feira. 28 de junho de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

FÔLEGO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA



   O Brasil está começando a sair a crise, aponta o Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) , a partir dos resultados de um estudo divulgado ontem, que foi realizado com dados econômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Ipea, os sinais  de que a crise está perdendo fôlego podem ser percebidos principalmente na indústria nacional. O setor mostra que começa a sair do vermelho e as exportações têm um papel fundamental nesse movimento. A desvalorização do real ante o dólar beneficiou o setor exportador brasileiro, principalmente nos segmentos têxtil, madeireiro e de calçados, avaliou o Ipea. A diferença entre as duas moedas aumenta a nossa competitividade no setor externo e estimula a substituição de importação na produção de insumos usados pelo setor produtivo. Por outro lado, a desvalorização do real prejudica principalmente quem pensa em importar máquinas e equipamentos. Mas enquanto a indústria toma fôlego, não acontece o mesmo com os setores de serviço e comércio, ainda em retração. Já era esperado que eles demorem um tempo maior para se recuperar, já que dependem do aumento do emprego e da melhoria de renda da população. Ainda há um longo caminho pela frente até a recuperação da economia, que passa também por indicadores de confiança de investidores e de consumidores, ainda bastante pessimistas. Mas espera-se que esse movimento observado na indústria – mesmo que pequeno – represente o inicio de um novo ciclo positivo. Claro, que há agora a turbulência internacional causada pela saída do Reino Unidos da União Europeia e não se sabe os desdobramentos que a decisão dos ingleses trará para este lado do Oceano Atlântico. Toda incerteza é ruim, mas dá um certo alívio a notícia de que o País entrou no caminho rumo à recuperação. (FOLHA OPINIÃO, opiniao@folhadelondrina.com.br terça-feira, 28 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 27 de junho de 2016

MINHA HISTÓRIA FERNANDO HENRIQUE DIAS MORAIS,23 DEVORADOR DE LIVROS



   De família carente, rapaz vendia jornais em semáforos para pagar cursinho, entrou na faculdade de medicina e se tornou campeão da biblioteca no interior de São Paulo
(...) Depoimento a MARCELO TOLEDO - DE RIBEIRÃO PRETO

   RESUMO Fernando Henrique Dias Morais, 23, foi premiado pela Famerp, de São José do Rio Preto, por ser campeão em retiradas de livros da biblioteca: 126 no ano passado inteiro. De família carente, vendia jornais em semáforos para pagar o cursinho, despreza a internet nos estudos e está no segundo ano de medicina. 

   Desde os primeiros anos na escola eu já tinha muito interesse por livros. Quando cheguei ao cursinho isso só aumentou, pois inclui as leituras obrigatórias do vestibular, além do que eu já fazia no meu dia a dia. 
   Na época do cursinho, trabalhava vendendo jornais nos semáforos e, no intervalo das vendas, quando o sinal estava aberto para os carros, eu aproveitava para ler o jornal e me atualizar.
   Sempre aproveitei esse meio tempo para ler. Aliás, qualquer tempo eu aproveito. Lia durante o dia e lia no caminho para o cursinho, além de ler muito em casa. 
   Hoje, na faculdade, faço um percurso de uma hora de ônibus e tenho duas horas para ler, contando a volta para casa. Nada me atrapalha, nem conversas paralelas ou lombadas nas ruas. Aproveito para ler tanto para algum trabalho exigido pelos professores ou assunto do meu interesse na área da saúde. 
   Na biblioteca da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, instituição pública mantida pelo governo de São Paulo) praticamente só há livros técnicos ou revistas de saúde. Busco nas revistas matérias sobre hematologia e oncologia e, às vezes, retiro um livro apenas para consultar dois ou três capítulos para um trabalho específico ou uma prova. Mas muitos eu pego e leio inteiro. 
   Sempre preferi os livros, não consigo ler algo no computador, numa tela. Tenho necessidade de pegar o livro e folhear as páginas, descobrir o encadeamento das ações. Fora a confiabilidade, pois é bem complicado achar algo confiável na internet. 

   DOMÉSTICA E PORTEIRO 

   Mas o caminho até aqui foi complicado. De família com dificuldades, no ensino médio eu nem pensava em faculdade. Estudei em escola pública a vida toda e, para gente na minha situação, o objetivo era no máximo acabar o ensino médio, pegar o diploma e procurar algum serviço. Não tinha o pensamento de prosseguir nos estudos. 
   Vendendo jornais eu ganhava um fixo mais bonificação, dava uns R$ 630 por mês. Era no limite para estudar, porque faria cursinho à noite, que era mais barato, e pagava R$ 400. O que sobrava eu ajudava minha mãe a pagar as contas de casa. 
   Minha mãe era empregada doméstica, mas engravidou da minha irmãzinha e o patrão não quis aceitar que ela voltasse, demitindo-a depois de sete anos. Meu padrasto era porteiro e foi demitido com a crise no país. Agora, para se manterem, minha mãe faz pães em casa e ele sai para vender. 
   Só fui pensar em vestibular no dia em que uma equipe da Unesp passou na sala de aula para falar disso. Nem sabia que existia a Famerp em Rio Preto. Foi a partir daí que surgiu o interesse, mas não sabia o que queria fazer. Prestar medicina era algo impossível, nem olhava para o curso. Parecia uma coisa tão distante, pensava que jamais daria. 
   Comecei a prestar exatas e também cheguei a cursar um ano de engenharia mecatrônica na USP de São Carlos, mas parei, porque não era o que eu queria. 
   O cenário, que já era apertado, piorou ao voltar para casa. Estava sem saber o que prestar e sem o emprego que tinha antes nos semáforos. Mas tive uma oportunidade de ouro. A diretora do cursinho sabia da minha condição econômica e me deu uma bolsa de estudos. A mensalidade era de R$ 600, era impossível para eu pagar. 

   NOME NA LISTA

   Quando passei no vestibular, logo na primeira vez que tentei, não acreditei. Na verdade, só fui acreditar quando estava na sala de aula e a professora chamou meu nome na lista. É impossível, está errado, vão me tirar daqui, eu pensava. Só depois disso comemorei que passei. Até cair a ficha é demorado, inacreditável, chega a ser impossível. 
   As condições continuam difíceis, principalmente por causa da situação familiar, mas estou em busca de um sonho. Consegui na Famerp uma bolsa permanência de R$ 100 e deram passe livre para eu me alimentar no refeitório do Hospital de Base, o que me ajuda muito. A leitura me ajudou a chegar até aqui, e pode me ajudar muito ainda. O prêmio que recebi foi consequência. 
   Não tenho muita noção da área que vou seguir, mas gosto bastante da clínica médica, de tratar o paciente olho no olho. A medicina tem de ter cuidado com o paciente, cuidar da pessoa, salvar vidas. A melhor forma de fazer isso é tendo contato maior com o paciente. (MARCELO TOLEDO – de RIBEIRÃO PRETO, página B4, caderno COTIDIANO,  Pierre Duarte/Folhapress, quarta-feira, 22 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE SÃO PAULO).

DESIGNER DÁ UM TOQUE BRASILEIRO PARA O TRADICIONAL TORNEIO DE WIMBLEDON


   O tradicional torneio de Wimdeblon, no Reino Unido, que começa nesta segunda-feira (27), terá um toque brasileiro: o pôster oficial da competição foi feito pelo designer Fernando Degrossi, 37.
   Ele teve sua obra escolhida ao vencer concurso promovido para a comemoração da 130ª edição da competição. Cerca de 1.100 designers do mundo todo enviaram ilustrações para a seleção. 
   Ganhar concursos internacionais não é novidade na trajetória do designer , que é sócio da Unitri, escritório com 10 funcionários em São Paulo. Se considerados apenas os mais relevantes, ele é tetracampeão.
   Degrossi viu criações suas premiadas pela Heineken, Peanuts (dona do personagem Snoopy) e Gol (estampou avião usado pela seleção brasileira na Copa de 2014).
   Como inspiração para a arte do torneio de tênis, o designer conta ter usado conceitos relacionados à disputa e à busca pela grandeza. 
   “Minha inspiração foi unir dois elementos que estão no foco do tenista: a bola e o painel de classificação de Wimbledon, que representa todas as etapas que os jogadores têm de passar para vencer.”
   Com a vitória, Degrossi ganhará, além da exposição de sua obra, um prêmio de US$ 2.000 ( cerca de R$ 7.000). Também teria direito a ingressos para assistir ao torneio, mas diz que não poderá aceitar: ele tem uma filha de três meses para cuidar.
   Degrossi conta que o gosto por concursos tem cerca de cinco anos. Com a disseminação de plataformas na internet (como Talent House e Zupi) que divulgam e organizam essas oportunidades, ele chegou a participar até de até um por semana antes de se tornar pai, diz. “Desenhar para mim não é trabalho, é diversão.” (FILIPE OLIVEIRA – de São Paulo, espaço FOCO, página 15, caderno MERCADO 2, sábado, 25 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE SÃO PAULO).

EDUCAÇÃO CONTRA A CULTURA DO ESTUPRO


   O estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro, abriu os olhos dos brasileiros, para a necessidade de prevenir a chamada “cultura do estupro”, que nada mais é do que considerar “natural” a apropriação do homem sobre o corpo da mulher, abrindo caminhos para a prática da violência sexual. 
   A prevenção e o combate desta prática dependem também da forma como educamos nossas crianças. Desde muito cedo, os garotos são incentivados a serem “pegadores”, através de perguntas sobre “namoradinhas” ainda na primeira infância. As meninas, ao contrário, são incentivadas a serem “comportadas e puras. 
   Desde a vida precoce da criança, a sociedade reforça que o homem pode se envolver com muitas parceiras e que é violento por natureza, enquanto as mulheres são ensinadas a serem submissas, cuidadas pelo homem, a não se envolver em farras ou usar determinados tipos de roupas. Quando a violência sexual ocorre, ao invés de responsabilização do homem pelo seu comportamento agressivo, é comum culpabilizar a mulher por motivos como usar roupas curtas, horário de estar na rua ou dançar em uma boate. 
   Estas práticas culturais são reforçadas e fortalecidas há muito tempo, o que impõe na população feminina a insegurança e o medo de sofrer violência sexual. 
   O amplo acesso à tecnologia, através da internet e das redes sociais, está aumentado a conscientização sobre o problema. Nas redes, há maior informação e divulgação de crimes de estupro e abusos contra o gênero feminino, o que gera apoio às vítimas e as incentiva a denunciar o estuprador. O empoderamento da mulher em reconhecer o que são as formas de abusos contra ela é uma das mais importantes ferramentas na luta contra a cultura da violência sexual. 
   O combate à cultura do estupro depende principalmente da educação, que permite prevenir os abusos ao invés de apenas lidar com as consequências deles através de punições. Meninos devem ser educados a respeitar e as vontades e os limites impostos pelas meninas. Saber ouvir e aceitar um “não” é o primeiro passo para a construção de uma relação mais saudável com o sexo oposto. Cabe aos pais e responsáveis ensiná-los sobre isso na infância e reforçar o conceito na adolescência, tornando-os capazes de compreender e respeitar limites. 
   As garotas, por sua vez, precisam compreender que o respeito não é construído em uma relação de coerção que anula os próprios desejos. A sociedade será mais igualitária na medida em que os homens respeitarem as mulheres, ao mesmo tempo em que elas se tornem mais fortes e seguras. Os adolescentes vão crescer e ganhar o mundo de forma protegida se tiverem acesso a diálogos constantes e honestos sobre as formas de violência, o que não é fácil e exige uma segura coragem por parte dos pais. Estes devem educar seus filhos a fim de torná-los sujeitos que apresentem comportamentos de civilidade e respeito, e desta forma, destaca-se a extrema importância que temas que há um tempo atrás eram considerados “tabus! (como violência e abuso sexual, bem como formas de prevenção, sejam trazidos para suas casas. Ambos os sexos devem ser educados para o fim da cultura da violência sexual. Fingir que este assunto não existe ou considerar que está longe de acontecer dentro da família não resolve o problema. Os pais e responsáveis devem acolher quando o jovem traz o tema para casa, promovendo um debate franco como forma de prevenir a violência. (CLÁUDIA RAZENTE CANTERO, psicóloga do Núcleo Evoluir em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, sexta-feira, 24 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

REFLEXÕES SOBRE LEITURA LITERÁRIA


   A leitura de um texto literário vai além de uma mera decodificação de signos linguísticos impressos na página do livro ou na tela do computador ou celular. Ela é um procedimento mental que leva em consideração outros aspectos, tanto referentes ao ato da criação (biografia do autor, momento histórico e condições sociais em que o texto foi produzido, e o modo como ele foi elaborado esteticamente), quanto ao da recepção (conhecimentos prévios do leitor sobre o autor, texto, tema, outros elementos externos que estejam internalizados nele e, principalmente, a fruição). 
   Através desse procedimento, o leitor constrói sentidos e ressignifica o texto por meio de sua leitura, pois ela torna-se a apreensão de todos os dados possíveis explícitos ou não no texto, com o preenchimento de todas as lacunas que ele possui. 
   A leitura literária tem a capacidade de mudar pontos de vista e conceitos do leitor, refletindo uma de suas qualidades educativas. Outro ponto importante é que ela não produz uma única interpretação, pelo contrário, toda leitura permite várias interpretações, dependendo do momento em que o eleitor a executa, pois, conforme já afirmamos, ele constrói e ressignifica o texto, de acordo com o conhecimento que tem naquele momento, que é a sua contrapartida no ato da leitura, que, na verdade, é um grande diálogo entre autor, texto e leitor. 
   Dessa forma, um texto lido hoje, se relido na semana que vem ou no mês seguinte pelo mesmo leitor, terá diferentes leituras em cada um desses momentos, e assim sucessivamente: a cada nova leitura o texto adquire novos significados, pois o conceito de leitura está estreitamente vinculado à concepção histórica, política, econômica, educacional e ideológica de cada momento, tanto no momento da produção do texto quanto da sua leitura. 
   Por outro lado, a leitura também pode )e deve) causar estranhamento ao leitor, levantando-o de uma postura passiva, de empatia com o texto, a uma postura ativa, de conflito com o texto, um conflito positivo, diga-se, pois ele ocorre quando o leitor entre em contato com um texto diferente daqueles aos quais está habituado e por isso não consegue, num primeiro momento, viabilizar sua experiência para sua interpretação e compreensão, o que vai ocorrer somente após refletir sobre ele, fato que só enriquecerá a experiência do leitor. Dessa forma, a leitura é sempre um apelo ao diálogo de vozes, que tanto pode resultar em atos de comunhão como atos de provocação e estranhamento. 
   E desse diálogo, com comunhão estranhamentos e conflitos, o leitor deve sair sempre ganhando, pois a leitura literária pode educar e humanizar o leitor a cada vez que é realizada, oferecendo novas possibilidades de ler e compreender o mundo, e também a si próprio, e assim tolerar o pensamento divergente, possibilitando uma convivência respeitosa e equilibrada com as pessoas em sociedade. 
   Dessa forma, a leitura é um processo que completa o texto literário, pois este só vai ser sentido quando houver a figura do leitor que interprete e desvende a sua mensagem. O escritor concebe-o, mas para ele ser completo e existir realmente como texto, ganhar vida, há que se ter a presença e a participação de um leitor. Sem ele, o texto é um objeto inanimado. E assim a leitura é um momento mágico em que a criação (texto) adquire vida pelo sopro do leitor. ( DONIZETH SANTOS, professor de Língua Portuguesa da Faculdade de Telêmaco Borba, página 2, ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 27 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

LONDRINA NO RANKING DA INOVAÇÃO


   O município de Londrina está liderando o ranking da inovação no Paraná. Segundo a última edição da Bússola da Inovação, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), quando se trata de indústrias inovadoras, a cidade tem o maior índice, 5,23. A Federação já abriu inscrições para mais uma edição da avaliação e a expectativa é que a nota londrinense aumente diante do fortalecimento de iniciativas tecnológicas, de pessoas e de desenvolvimento de empreendimentos. 
   A avaliação colocou Londrina à frente de Pato Branco (4,98), Curitiba (4,98), Ponta Grossa (4,81), Maringá (4,79) e Cascavel (4,72), além de outros 78 municípios do Estado, que teve 397 empresas inscritas. 
   Apesar do estudo servir para indústrias em geral, Londrina está à frente diante da grande quantidade de empresas tecnológicas da informação (TI), normalmente ligadas à inovações. A cidade também conta com índice acima da média estadual em iniciativas de melhoria e de lançamento de produto, de práticas de gestão, de criação de processos produtivos, de mudança de posicionamento ou promoção, de design e de distribuição.
   São avaliados critérios como trabalho em equipe, criatividade, troca de informações e processos de pesquisa e de desenvolvimento. Alguns aspectos somaram muitos pontos para o destaque de Londrina no ranking , como cursos de tecnologia que funcionam há cerca de 30 anos, uma incubadora tecnológica que funciona na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e empresas da área de software trabalhando por aqui desde a década de 1970, além de uma empresa pública de telecomunicações, a Sercomtel. 
   A cidade tem uma cultura de inovação e outras iniciativas que vêm por aí podem render bons resultados, como programas de aceleração de empresas envolvendo universidades e entidades como o Sebrae. É extremamente positivo que empresas de todas as áreas busquem por uma cultura de inovação baseada não apenas em inovações tecnológicas, mas em mudanças de conceitos, normas internas, pesquisas, enfim, em uma renovação. Mesmo as pequenas mudanças, planejadas dia a dia, podem gerar crescimento. (FOLHA OPINIAÕ opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 27 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 26 de junho de 2016

QUANTA FALTA ESTÁ FAZENDO A EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS!


   A educação sexual, no Brasil, caminha a passos lentos, na escola, tão lentos que devemos nos preocupar com as complicações desta omissão. Temos observado ocorrências de estupros e alta incidência da violência, física ou psicológica, a mulheres, crianças, pessoas homossexuais, travestis e transexuais. Temos que fazer algo com urgência. Reconhecemos que há professores comprometidos, que tratam de questões do relacionamento humano na interface com a sexualidade, em suas aulas. Os alunos ficam mais motivados quando a escola trabalha temas ligados à vida e aos seus interesses e preocupações, como o são as questões da sexualidade. Sabemos que muitos fazem ideia da educação sexual como sendo apenas o ensino de métodos contraceptivos e prevenção de DSTs e Aids, o que caberia, unicamente, ao professor de Ciências. Mas, asseguramos que educação sexual vai além, por constituir um espaço para ensinar os alunos a pensar, a desenvolver responsabilidade social, valores e atitudes morais de respeito a si e ao outro e, também, atitudes de respeito a todo tipo de diversidade, racial, religiosa, sexual etc., de modo a complementar a educação dada pela família. Nas últimas semanas, nos deparamos com dois acontecimentos chocantes: um no Rio de janeiro, em 21 de maio, e o massacre na boate gay, dia 12 de junho, em Orlando, nos Estados Unidos. Diante disto, percebemos que, tanto a postura daqueles que pensam que se pode ter acesso ao corpo do outro, como se fosse um objeto, quanto a homofobia têm como base a cultura machista e a falta de valores humanos. Perguntamo-nos: em que medida as escolas brasileiras aproveitaram esses fatos para levar seus alunos a reflexões que os conscientizem a respeito das implicações das desigualdades de gênero e de orientação sexual? O massacre citado, juntamente com notícias que acompanhamos, sobre as agressões físicas e as mortes advindas da desigualdade de gênero – quando mulheres são consideradas inferiores aos homens – e da homofobia, fazem lembrar que esses temas devem ser trabalhados com as crianças, os adolescentes e os jovens. Eles precisam ter conhecimento que sirvam de base para o respeito, como, por exemplo, de que ser homossexual não é doença, e de que não é opção, pois a pessoa não escolhe ser homossexual. Precisam ser informadas de que pessoas homossexuais em nada diferem das heterossexuais, em termos de capacidade intelectual e de relacionamento humano. Precisam ser informadas sobre os índices de assassinatos de pessoas LGBTT (Lésbias, gays, bissexuais, travestis e transexuais), como, por exemplo, de que, no Brasil, em 2015, foram registrados 319 assassinatos, e que, em 2016, de janeiro a maio, o número chegou a 133. Trabalhar com esclarecimentos não vai incentivar a criança ou o adolescente a se tornar gay, apenas lhe vai ser útil para que possa entender a diversidade sexual e conviver, respeitosamente, com todos. No que diz respeito aos estupros, é oportuno, por exemplo, o esclarecimento de que 527 mil mulheres, no mínimo, são estupradas, por ano, no Brasil, segundo Ipea. Assim, diante de fatos ocorridos, é válido trazê-los para a sala de aula e complementá-los com conhecimentos que ajudam a dimensionar o problema. Ao debatê-los, os alunos poderão expressar sentimentos e aprenderão a respeitar as opiniões e vivências diferentes das suas. Ensinar a pensar as questões ligadas à vida e ao relacionamento humano pode se dar em qualquer disciplina. É necessário que um número maior de educadores abracem a causa e, mais que isso, que a direção e a equipe pedagógica assumam o trabalho como uma proposta da escola como um todo. Finalmente, é urgente que os cursos universitário incluam disciplinas que tratem de todos os temas ligados à sexualidade humana. (MARY NEIDE DAMICO FIGUEIRÓ, psicóloga, doutora em Educação e professora sênior da Universidade Estadual de Londrina e LUANA PAGANO PERES MOLINA, doutoranda em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, página 2, ESPAÇO ABERTO, domingo, 26 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

ARMADILHAS NA REDE







   Às vezes leio textos sobre “etiquetas nas redes sociais”, acho “etiqueta” um termo obsoleto, então vou falar de educação básica mesmo. É flagrante que hoje existe muita agressividade no ar e posts sem intenção de ofensa às vezes serve de mote para comentários ácidos que fogem completamente ao seu conteúdo. Por exemplo: você elogia uma matéria de jornal e vem alguém com pedras na mão criticar o dono. No mínimo, isso demonstra um grau de desafeto que passa longe do conteúdo proposto. Há uma intenção no sujeito que critica que tem muito a ver com seus desafetos e nada a ver com o tema proposto. Isso se chama desvio de intenções. 
   Em outros momentos, publicação sobre arte servem para um “acerto de contas” sobre política. Aliás, a polarização política tornou-se o principal motivo de discussões calorosas e às vezes penso que criamos uma nação em estado permanente de revolta que não vai ceder tão cedo, embora haja apelos pela racionalidade nos debates. 
   De minha parte, quando o conteúdo dos posts é político – e escrevo mito sobre isso para minha própria surpresa – procuro separar as ideias das pessoas, mas o grau de agressividade já me levou a usar o recurso do bloqueio para desmanchar a “cena” que frequentemente alguns criam em páginas alheias. Quando o debatedor é profissional – aquele tipo que vive arranjando tretas e não sabe discernir opinião de ofensa – logo percebo a necessidade de criar um auê que o coloque em foco, por isso prefiro ignorar a tentativa de transformar posts em ringues ou palcos.
   Há uma desculpa para falta de educação que atravessa limites e que, para mim, desmancha o véu das intenções. Dizem por aí que tudo o que você posta em sujeito a críticas, por isso “não reclame das respostas.” Mas isso é uma meia verdade que corresponde ao grau de necessidade de cada um de criar ou se envolver em confusões. No meu entendimento, a rede social é um espaço público onde me relaciono com meus contatos e não aceito todos que me propõem amizade. Porém, mais de uma vez vi pessoas com quem nunca tive aproximação pegar carona num post que lhe desagrada para derramar sua amargura, ira momentânea ou puro ódio de um sujeito ou situação que se tornam abstratos no mundo virtual, mas mesmo assim são capazes de mexer com aqueles que falam com a gente como se estivessem entrando aos berros na casa da mãe Joana. A esses às vezes eu digo “alto lá”, ou simplesmente ignoro em dias que tenho mais o que fazer. 
   A rede social é um espaço público tanto quanto são as ruas e não abordo desconhecidos nas ruas para dizer aos gritos que discordo de suas ideias. Muitas vezes, em restaurantes ou cinemas, ouvi pessoas dizendo coisas da qual discordo, mas nunca puxei a cadeira e me sentei ao lado delas para retrucar com raiva aquilo que considero um erro. Se me pedem opinião, respondo. Ou as dou na minha própria página para colocá-las em discussão dentro dos limites do bom debate e do bom combate. Mas jamais entro na página dos outros para puxar briga, acho isso de uma infantilidade flagrante e logo percebo quando um briguento entra na minha “casa virtual” para causar escândalo.
   As redes se transformaram em armadilhas onde as pessoas destilam sua raiva visível ou oculta. Mas as redes não são um divã, tampouco um tribunal ou um espaço a ser vigiado por “polícias”. Há ainda quem crie perfil falsos para continuarem bisbilhotando sua página mesmo depois de ser bloqueado. Neste caso, considero estar lidando com alguém com sérios problemas psicológicos que se investe de personalidades múltiplas para continuar debulhando sua raiva que precisa de um alvo, ainda que desconhecido. Se existe uma coisa que as redes disseminam, além das ideias, é a falta de respeito à falta de afeto, fenômeno cultural que é marca registrada de nosso tempo feito de relações instantâneas e sem os laços concretos de uma amizade que depende de olhares, abraços e compreensão de que estamos sujeitos a erros e acertos. O que falta é calor humano, coisa que as máquinas não substituem, embora muitas amizades também possam começar num clique. (Crônica da jornalista e escritora Célia Musilli celiamusilli@gmail.com, página 4, caderno FOLHA 2, espaço CÉLIA MUSILLI, domingo, 26 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

VOLTA À POBREZA: UMA REALIDADE CRUEL


   O crescimento dos índices de desemprego e a queda no rendimento dos brasileiros apresentam uma consequência cruel. Milhões de pessoas correm o risco de voltar à pobreza. São aquelas que experimentaram viver na chamada “nova classe média” e agora se veem na iminência de engrossar as estatísticas das classes D e E. Reportagem, hoje, da Folha de Londrina, mostra que a recessão e a falta de mecanismos de proteção social estão sendo uma realidade dura principalmente para as famílias numerosas. 
   Segundo o relatório regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgou este mês, pelo menos dez milhões de brasileiros correm risco de perder a condição de superação da miséria. O estudo foi realizado por pesquisadores da Organização das Nações Unidas (ONU) e analisou pesquisas por amostras de domicílio de 18 países latino-americanos, entre 1993 e 2013, para avaliar os critérios que indicam o desenvolvimento humano. 
   O relatório identificou que, no continente, 72 milhões de pessoas saíram da pobreza no período e outras 94 milhões ingressaram na classe média. No Brasil, em 1993, 64% da população era considerada pobre, classificação que 20 anos depois, dizia respeito a menos de 20% das famílias. 
   Mas a crise política e econômica que atingiu o País está mudando novamente o cenário. O desemprego, a baixa escolaridade e a inflação não são as únicas dificuldades. A pouca oferta de vagas em creches é outro agravante. Garantir escolas próximas das casas de alunos e adolescentes nessas condições também ajudaria a minimizar o drama. 
   Pais e mães entrevistados pela reportagem da FOLHA mostram como a recessão adiou, de forma cruel, os sonhos de milhares de brasileiros. O problema é que não há, a curto prazo, perspectivas de melhoria desse quadro. Como resultado, estamos assistindo a volta do crescimento da desigualdade social. 
   Diante disso, é necessário que os governos municipais, estadual e federal deem atenção para as pessoas que estão sem emprego, se preocupem em oferecer proteção realmente eficientes às crianças e idosos e estudem seriamente sistemas de proteção social para as famílias mais pobres, ajudando-as também na educação e na qualificação profissional. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 26 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 25 de junho de 2016

BANHEIRO TRANSGÊNEROS


   VOLTA E meia surgem notícias de que uma travesti criou caso para ter acesso ao banheiro feminino, contra a revolta dos circunstantes.
   Isso não acontece somente aqui. Países em que o nível educacional da população é mais elevado convivem com o mesmo problema. 
   Nos Estados Unidos, Estados como a Carolina do Norte aprovaram leis para exigir que os usuários de banheiro público se dirijam às áreas femininas ou masculinas, em obediência ao sexo que lhes foi atribuído ao nascer. 
   Com o argumento de que essas leis contrariam a legislação federal que rege os direitos civis, a administração Obama abriu processo contra a Carolina do Norte. O presidente foi mais longe: assinou um documento no qual ressalta a obrigação legal das escolas públicas em garantir a estudantes transgênero o direito de usar o banheiro que corresponda às identidades de gênero individuais. Onze Estados entraram na justiça contra essa medida. 
   Os defensores de leis restritivas argumentam que são destinadas a proteger as mulheres, de eventuais ataques por parte de homens disfarçados com roupas femininas. Outros, colocam as travestis entre os predadores sexuais, os pedófilos e outras categorias moralmente condenáveis. 
   Essa gente faz questão de esquecer que as travestis e as mulheres transgêneros são abusadas desde a infância, xingadas nas ruas, alvo da violência policial, escorraçadas pela sociedade e assassinadas por psicopatas. 
   O último número do “The New England Journal of Medicine”, a revista de maior circulação entre os médicos, traz uma discussão sobre o tema. 
   A questão dos banheiros vai além dos direitos civis, porque afeta a saúde. Por interferir com funções fisiológicas essenciais, dificultar o acesso a eles aumenta o risco de infecções urinárias, renais, obstipação crônica, hemorroidas e e impede a hidratação adequada de quem evita beber água para conter a necessidade de urinar. 
   Repressão social e leis restritivas exibem o lado perverso de sociedades que consideram as pessoas “trans” depravadas, indesejáveis nas escolas, no trabalho e no convívio social. Na prática, justificam a violência diária cometidas contra elas. 
   Transgêneros são mulheres e homens com identidade de gênero em discordância com o sexo da certidão de nascimento, escolhido pela aparência dos genitais externos. Os autores do artigo estimam que 700 mil americanos adultos pertencem a essa categoria. Se nossos números forem semelhantes, haveria perto de 500 mil entre nós. 
   Discriminação, agressões verbais, sexuais e físicas e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde causam problemas que vão muito além do direito de usar banheiros: ansiedade, estresse pós-traumático, prostituição, doenças sexualmente transmissíveis, abuso de drogas, depressão e taxas altas de suicídio. 
   Nós, médicos, não temos preparo para lidar com esses transtornos, nem com as questões clínicas, cirúrgicas e hormonais que afligem essas pessoas. O que entendemos da administração de hormônios femininos para quem nasceu com genitais masculinos ou vice-versa? Quantos cirurgiões estão habilitados a realizar cirurgias de adequação dos genitais? 
   Embora existam protocolos internacionais para o atendimento de transgêneros, quantos médicos sabem da existência deles? Quantos estão preparados para orientar familiares assustados e adolescentes confusos com a identidade sexual? 
   Aliados ao nosso despreparo, o preconceito, a discriminação e a má vontade dos profissionais intimidam e afastam mulheres e homens “trans” dos serviços de saúde, dificultam diagnósticos precoces e o acompanhamento de doenças crônicas.
   Em pleno século 21, é ignorância inaceitável considerar distúrbios mentais transtornos de personalidade ou falta de vergonha as expressões de gênero que não se enquadram no comportamento da maioria. Quem escolheria a transexualidade se encontrasse alternativa?
   Quando formos mais civilizados, ser transgênero será considerado simples manifestação da diversidade humana, como ser destro ou canhoto. Até lá, a estupidez agressiva da sociedade causará muito sofrimento aos que não se enquadram nos modelos culturais previstos no binário masculino-feminino. (Texto do médico Dr. DRAUZIO VARELLA, colunista do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, caderno ILUSTRADA,sábado, 25 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE SÃO PAULO .Colunistas da Semana: domingo: Ferreira Gullar, segunda: Luiz Felipe Pondé, terça: João Pereira Coutinho, quarta: Marcelo Coelho, quinta: Contardo Calligaris, sexta: Vladimir Safatle).

FOGUEIRA NA CHUVA


   Eu já contei por aqui que meu pai comprou um sítio. E neste ano, dizemos a primeira festa junina no barracão. Teve decoração com bandeirolas coloridas e espigas de milho, correio elegante e “ tiro ao alvo”, vinho quente de receita italiana do tio mais velho, quentão açucarado pela tia japonesa, chocolate quente cremoso da tia caçula, cachorro quente da mãe, cuscuz da vó, bolos e mais bolos preparados pelas tias e primas, pipoca, paçoca, pé de moleque, doce de abóbora, tortas salgadas, amendoim, milho cozido,, pinhão, canjica. Teve tanta coisa que daria para mais uma festança daquela. 
   E teve chuva. Choveu o dia todo e a noite toda no sítio. Mas não desanimamos. Vestimos as roupas caipiras, calçamos as botas e enfiamos o pé no barro. E que barro! Não teve um que não saiu de lá enlameado. E feliz. Como disse o tio brincalhão: “Diz que festa com chuva pega”. E as primas já começaram a planejar a reunião junina do ano que vem. 
   A família é grande. E só de juntar os oito irmãos, os filhos, netos e agregados encheu o barracão. Faltou cadeira, mas sobrou comida. Teve quem saiu levando marmita para o dia seguinte. Eu mesma trouxe torta salgada, milho cozido e paçoca de carne para comer na semana e lembrar da festa. 
   O momento mais esperado era a quadrilha. Não, a gente não sabe dançar quadrilha. A nossa dança se mistura à tarantela, fazer o quê? Mas tá valendo. E os tios mais velhos só assistem, enquanto as tias agarram o primeiro ou primeira que passa na frente para sacudir a saia. Até a vó de 84 anos dançou. E dormiu a noite toda depois, sem reclamar de dor no dia seguinte. Os pequenos também dançaram, aliás iniciaram a quadrilha, porque os mais velhos estavam preguiçosos. E caíram nos colos dos pais no fim da noite. 
   Minha mãe, mulher de cidade grande e família pequena, não está acostumada a receber tanta gente em casa e precisou se acostumar com o esquema de cada um contribuir com alguma coisa para a reunião acontecer. Foi bom aprender a dividir a casa, a responsabilidade do preparo da festa e a limpeza da casa depois da bagunça. Foi bom reunir os tios e primos que não vemos há um tempo para contar histórias, rir das piadas, tirar fotos divertidas e dançar. Foi bom estrear o fogão a lenha, assando batata doce na brasa, mesmo que tenha queimado tudo. Foi bom ver de longe a fogueira queimando a noite toda, apesar da água que insistiu em lavar a lavoura de milho cultivada na terra vermelha naquele sábado especial. ( MARIANA GUERIN, jornalista na FOLHA, página 2, FOLHA RURAL, espaço DEDO DE PROSA, sábado, 25 de junho de 2016, 25 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

UM VELHO E GRAVE PROBLEMA


   O londrinense que mora ou trabalha nas imediações do Bosque Marechal Cândido Rondon, no centro da cidade, convive com a superlotação de pombos há mais de 10 anos. As aves se tornaram uma praga no município, sujando, causando mau cheiro e doenças. Nos últimos sete anos, foram registrados na cidade pelo menos quatro mortes por criptococose, doença causada pelo fungo Cryptococcus  neoformans, encontrado principalmente nas fezes de pombos. Várias tentativas de erradicação das aves já foram testadas, mas nenhuma se mostrou realmente eficaz. Chegou-se ao ponto dos cidadãos pedirem a matança geral dessas aves. Até mesmo multa para quem alimentar pombas a legislação municipal prevê. Porém, nada surtiu efeito. É muito preocupante o fato de um município com 550 mil habitantes ter 400 mil pombos vivendo nas zonas urbanas e rural. É quase um exemplar para cada habitante. Certamente, a grande concentração desses animais no Bosque foi um dos principais motivos para a degradação dessa área histórica da cidade. O espaço de 20 mil metros quadrados foi doado ao município pela Companhia de Terras Melhoramentos Norte Do Paraná e reúne espécies remanescentes da cobertura vegetal primitiva. Deveria ser um local para contemplação, descanso e lazer dos moradores do centro da cidade. Mas hoje as pessoas evitam ao máximo atravessar o velho Bosque. A prefeitura fez várias tentativas para diminuir a população de pombos, mas o poder público não pode se acomodar diante do insucesso. A justificativa das autoridades é que se trata de um problema macrorregional que acontece no Sul e Sudeste do Brasil. Seja qual for o tamanho do problema, micro ou macro, uma solução precisa ser estudada, diariamente, até que a questão seja resolvida. Há mais de uma década o município está diante de um problema ambiental que impacta na qualidade de vida da população. A cidade não tolera mais cuidados paliativos.( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 25 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).    

sexta-feira, 24 de junho de 2016

CASOS DE CAXUMBA EXPLODEM EM SÃO PAULO e ALIMENTOS INTEGRAIS TERÃO REGRAS DA ANVISA


   DE SÃO PAULO – O número de casos de caxumba explodiu no Estado de São Paulo e, em menos de seis meses, a incidência já supera os registros somados de 2015 e 2014.
   De acordo com balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica, do governo estadual, até 16 de junho houve 842 registros. Foram 671 em 2015, e 118 em 2014. É a maior incidência da doença desde 2008, quando o Estado registrou 3.394 casos. 
   Na capital, segundo a pasta municipal de Saúde, foram 487 casos até 11 de junho deste ano. 
   Tanto governo estadual quanto municipal explicam que a notificação não é compulsória e que só casos de surtos (quando mais de uma pessoa contrai a doença no mesmo local) são contabilizados. 
   Não existe uma explicação clara para o aumento, mas não há motivo para alarme, diz o infectologista Guido Levi, da Sociedade Brasileira de Imunizações. “Caxumba é uma doença que, em geral, não é mais que desagradável”, afirma. Entre os sintomas estão febre, dores e inflamação em glândulas. ( Espaço SAÚDE, caderno COTIDIANO, página B5, sexta-feira, 24 de junho de 2016, jornal FOLHA DE SÃO PAULO);

   ALIMENTOS INTEGRAIS TERÃO REGRAS DA ANVISA

      Proposta de norma deve ficar pronta até 2017

   DE BRASÍLIA

   A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve passar a regular o o mercado de alimentos integrais no país. A ideia é fazer com que os consumidores possam identificar quais desses alimentos são, de fato, compostos por cereais integrais.
   A iniciativa foi aprovada em reunião da diretoria colegiada da agência na última terça (21). Após a aprovação, a proposta de normas para o setor passa a ser estudada e elaborada pela equipe técnica do órgão. Uma das possibilidades é propor níveis específicos de presença de cereais integrais para a definição do alimento como integral. 
   “Ainda vamos iniciar o processo regulatório. Mas o objetivo geral é que o consumidor, quando faz a escolha por alimentos integrais, tenha a certeza de que ali têm grãos integrais de determinado teor e que ele consiga ver isso no rótulo”, afirmou á Folha o diretor presidente da agência, Jarbas Barbosa. 
   Segundo Barbosa, a expectativa é que a proposta de uma nova resolução esteja finalizada em 2017. Antes, o tema também deve ser submetido à consulta pública. 
   A decisão foi divulgada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. A iniciativa ocorre diante do crescimento do mercado de alimentos integrais no país. 
   Em geral, os alimentos integrais são aqueles compostos por grãos e cereais (como arroz, trigo, aveia e centeio) que não passaram por processo de refinação. (Página B5, caderno COTIDIANO, sexta-feira, 24 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE SÃO PAULO ).

LONDRINENSE PREMIADA

Simone Mazzer : destaque nacional

   A cantora Simone Mazzer subiu duas vezes ao palco do Theatro Municipal do Rio de janeiro na noite de quarta-feira, durante a cerimônia de entrega da 27ª edição do Prêmio da Música Brasileira. Além de ser escolhida para o time de intérpretes que deram voz às composições de Gonzaguinha, artista homenageada no evento, a londrinense foi premiada na categoria Revelação. 
   Antes de ser premiada, Simone Mazzer interpretou a música “Sangrando” em parceria com cantor paulistano Filipe Catto. A cantora foi selecionada para o espetáculo musical que contou com nomes como João Bosco, Alcione, Ney Matogrosso e Luiz Melodia.
   Apesar de ter iniciado a carreira musical ainda na década de 1990, em Londrina, Simone concorreu ao prêmio da Música Brasileira na categoria Revelação devido ao fato de ter lançado pelo primeiro disco solo, “Férias em Videotape”, somente no ano passado. A cantora também estava na disputa pelo troféu de melhor cantora de pop-rock ao lado de Elza Soares e Gal Costa, premio que concedido à baiana. 

   VIDEOCLIPE

   A Electro Beat Orchestra (EBO), muito conhecida pelo espetáculo ao vivo de hits da dance music e pop mundial unindo músicos clássicos, percussionistas e cantores, lança hoje, às 22 horas.no Palhano Pub, a mais nova composição autoral do grupo com exibição inédita de um videoclipe. O clip, que mostra importantes pontos da cidade de Londrina, estará disponível no domingo em todas as redes sociais. (R. Mar Vermelho, 25). (Página 2, caderno FOLHA 2, espaço MÚSICA, sexta-feira, 24 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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