terça-feira, 31 de maio de 2016

A VIDA FAZ SENTIDO



   Hoje vou fazer uma palestra para alunos do ensino médio, com idades entre 13 e 15 anos. Nessas ocasiões, sempre gosto de falar aos jovens sobre o exemplo de Viktor E. Frankl (1905-10007), médico austríaco de origem judaica, um dos meus escritores preferidos. Jovens precisam de bons exemplos, e Frankl é um daqueles indivíduos que nos dão orgulho de pertencer à espécie humana. 
   Com pouco menos de 40 anos, já formado em medicina e estudioso de psicologia, Viktor Frankl foi aprisionado peloso nazistas em um campo de concentração. Os nazistas matariam toda a sua família: pai, mãe, irmão e a primeira mulher. Frakl passou por sete campos da morte, e só escapou de ser exterminado porque contraiu uma febre e foi “esquecido” em um ambulatório durante a evacuação do campo de Türkheimer.
   Não era a primeira vez que Frankl escapava da morte por um triz. Quando chegou aos seu primeiro campo de extermínio, entrou numa fila para se apresentar diante de um Oficial da SS. Com um pequeno gesto de mão, o militar ordenava que os prisioneiros se dividissem em dois grupos: um à esquerda, outro à direita. Quando chegou a vez de Frankl, o nazista hesitou por um instante: indicou a esquerda, mas logo depois se arrependeu e ordenou que o prisioneiro fosse para o grupo da direita. Esse pequeno gesto salvou a vida de Frankl: todos os foram para o grupo da esquerda pereceram na câmara de gás. 
   Ao ganhar a liberdade, em 1945, Viktor Frankl começou a escrever o livro de psicologia cuja primeira versão se perdera em seu cativeiro. Esse livro: “O homem à procura de sentido”, com o subtítulo “Um psicólogo no campo de concentração”, tornou-se um best-seller mundial, com milhões de exemplares vendidos e traduções para várias línguas. Na obra, Frankl analisa o perfil dos prisioneiros dos campos de concentração e afirma que a existência de um sentido externo aos indivíduos aumentava em muito a chance de sobrevivência ao inferno totalitário.
   Em seu “Esboço Autobiográfico”, Frankl escreveu: “Há três possibilidades que conferem à vida, até o último momento, até o último suspiro, um sentido: uma ação que realizamos; uma obra que criamos; ou uma vivência, um encontro; um amor. Mas também, quando somos confrontados com um destino inalterável (digamos, uma doença incurável, um câncer inoperável), até aí nós podemos dar um sentido à vida, ao dar testemunha da mais humana das capacidades humanas: a capacidade de transformar um sentimento em realização humana”.
   Como os meus sete leitores já devem saber, tenho a mania de pesquisar a origem e o significado dos nomes. Viktor quer dizer “vencedor”; Emil quer dizer “trabalhador”; Frankl quer dizer “homem livre”. Poucas vezes um nome foi tão justo com o seu portador. E a melhor notícia, meus amigos, é que os livros de ViktorFrankl estão ao alcance de todos, na Biblioteca Pública Municipal, nos sebos da cidade e até na internet. ( AVENIDA PARANÁ, página 3, caderno FOLHA CIDADES, espaço AVENIDA PARANA – por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br terça-feira, 31 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

POR QUE EU PRECISO ESTUDAR ISSO


   Em qualquer aula de Português, é comum que um aluno aborde o professor com essa pergunta do título. Afinal de contas, estudamos uma série de coisas que acabamos não usando no nosso dia a dia, não é? Ou você tem o costume de usar o pronome “vós”? E o pretérito mais-que-perfeito? Com que frequência você diz algo como “eu trabalhara” ou “vós estudastes”? 
   Bem, em primeiro lugar, é importante definir bem o que é “não usar” algo. Seu organismo é sempre movido a oxigênio, mesmo que você não tenha ideia do que é uma mitocôndria. Se a rua onde você mora alaga, não importa muito se são águas fluviais ou pluviais. Lembrando da nossa vida escolar, todos podemos pensar em coisas que estudamos e que, na prática, parecem não ser tão úteis assim. 
   Entretanto, é bom lembrar que a proposta do ensino fundamental e médio (incluindo aí tudo o que é cobrado em vestibulares e concursos ) é que o aluno tenha uma base para qualquer curso superior que ele venha a cursar. Assim, aquilo que parece não ser tão útil para um advogado é fundamental para um enfermeiro, e vice-versa. Há que se lembrar que certos conteúdos, como um fórmula matemática, serão importantes para profissões tão distintas como um engenheiro e um farmacêutico, só para dar um exemplo. 
   Mas voltemos ao português. Por que estudamos algumas coisas que não são partes do nosso cotidiano? A resposta é mais simples do que parece: na verdade, usamos sim, só que não nos damos conta. No caso do que foi citado lá no início deste texto, é bom lembrar que o pronome “vós” está presente em praticamente qualquer texto religioso. Então, se você é cristão, como 87% da população brasileira, você vê e usa pessoa do plural em textos bíblicos (“amai-vos us aos outros” ou “vinde a mim” e em orações como o “pai nosso” (“perdoai”, “não nos deixeis”, etc). 
   Independentemente da religião, há muitos assuntos estudados em gramática que se justificam pela literatura. Como já falamos aqui, em colunas anteriores, a língua é algo dinâmico, que muda primeiro na fala das pessoas para depois entrar em dicionários ou gramáticas. A literatura, de um modo geral, é sempre um reflexo do que se fala nas ruas. Sendo assim, a obra de Machado de Assis mostra o português falado no Brasil no final do século 19 e início do século 20, tanto quanto “Cidade de Deus”, de Paulo Lins, traz a língua utilizada nos centros urbanos nas últimas décadas. Conhecer o pronome “vós” para entender Machado é tão fundamental quanto conhecer as gírias usadas pelos personagens de Paulo Lins. 
   E é lógico que essas variações extrapolam a literatura. As músicas favoritas de seus avós, por exemplo, com certeza trazia palavras e tempos gramaticais que hoje talvez não sejam tão comuns. Isso não torna, de forma alguma, aquelas canções menos importantes para a história de nossa cultura e, por extensão, para a sua própria formação enquanto indivíduo. Conhecer nossa língua é também conhecer nossa própria vida, quem somos e quem podemos vir a ser. 
   Pode até acontecer que, daqui a alguns anos (ou décadas), nossos filhos e netos não precisem mais estudar certos pontos gramaticais e linguísticos. Seus pais ou avós, com certeza, estudaram latim no ensino fundamental, e isso pode nos parecer um absurdo hoje em dia. Mas, pelo menos por enquanto, é algo que se justifica plenamente, para qualquer brasileiro, independente da profissão ou idade. 
   Não se preocupe se os exemplos que citamos aqui parecem meio distante para você. Fique tranquilo, que trataremos do “vós” e do pretérito mais-que-perfeito em breve. Enquanto isso, continue mandando suas dúvidas e comentários para nosso e-mail.
   Até a próxima terça! ( FLAVIANO LOPES – Professor de português e espanhol. Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, espaço BEM DITO, terça-feira, 31 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

TRANSPORTE DE CARGAS


   Uma pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) mostra a realidade do setor de transportes de cargas no Brasil. Um dos pontos que mais chama atenção no Anuário CNT 2016 diz respeito aos portos. O estudo mostrou que os terminais particulares movimentaram quase o dobro do total de cargas que passaram pelos portos organizados (explorados ou concedidos pela União). Nos terminais de uso privado (TUPs) foram movimentadas 656,4 milhões de toneladas contra 351,1 milhões dos públicos. Isso demonstra que é realmente forte a tendência de crescimento dos terminais particulares. Desde que a nova Lei dos Portos foi aprovada em 2013, já foi aprovada no País a construção de 52 terminais e 10 estão esperando autorização. Empresários ouvidos hoje, pela Folha de Londrina, analisam que os porto públicos estão abarrotados e os governos não têm mais dinheiro para investir. O Paraná só tem um TUP, que opera o transporte de líquidos. Uma sinalização que há espaço para crescimento no Estado. O transporte de cargas por trem também subiu no País, conforme a pesquisa da CNT. O aumento foi de 39,2% entre 2006 e 2015, passando de 238,3 bilhões de toneladas por quilômetro útil para 331,7 bilhões de toneladas útil. Uma tendência que não se refletiu no Paraná. O total de cargas movimentadas pela ALL – Malha Sul caiu 24%, de 18,4 mil por quilômetro útil para 14 mil toneladas por quilômetro útil. Em relação à malha rodoviária brasileira pavimentada, o documento mostra crescimento de 23 %, passando de 170,9 mil para 210,6 mil quilômetros. Já o aumento da frota foi muito maior, chegando a 184%, de 31,9 mil para 90,6 mil veículos no período. 
   A pesquisa da CNT é um estudo essencial e que mostra, mais que as deficiências, desafios e as oportunidades do setor. A construção de portos particulares pode ser vista como uma tendência importante, principalmente porque o País transporta mais sobre quatro rodas e já está claro que a malha rodoviária não acompanha o crescimento dos veículos. É urgente que o País diversifique a sua matriz de transporte, concentrada, hoje, em caminhões. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 31 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 30 de maio de 2016

SISTEMA NÃO RESOLVE A DESGRAÇA DE EMPRESAS


   Venda é o que dá sustentação a qualquer empresa – mesmo às desorganizada. E como tem empresa desorganizada neste Brasil: pessoal trabalhando sem nenhum processo descritivo, alta demanda de tempo para tarefas breves, e o dia a dia de cada um muito parecido ao trabalho de um bombeiro, só apagando incêndios. 
   Este é um cenário comum por aqui. Tanto que 60% das empresas quebram até o segundo ano de sua implantação. 
   Mas não faltam mágicos e oportunistas que se aproveitam disso. 
   Certo dia, chega alguém com uma proposta fantástica: adquirir um sistema de Gestão – um programa para integrar as áreas da empresa e que irá custar algumas centenas de milhares de reais. O apelo é trocar dinheiro por uma empresa organizada. 
   Fofo! Mas não é o que acontece. 
   Quantas vezes já vi o antes, o durante e o depois da implantação de Sistemas em várias empresas. Não difere muito do Inferno de Dante.
   O erro estúpido é pensar que um Sistema irá organizar a bagunça. Sabe quando? Tanto quanto um sofá novo conserta um casamento infeliz.
   Qualquer empresa precisa de processos que funcionem, primeiro, manualmente. Só depois dessa regra perfeitamente cumprida é que seu pessoal estará apto a ser treinado para operar um Sistema de Gestão. Antes disso é um sonho, quando não um pesadelo caro demais. 
   Definitivamente: Sistema nenhum “salva a pátria”. E nem a lavoura. 
   Sistema é, antes de tudo, uma cultura organizacional que requer planejamento, preparo, investimento forte na educação de todos antes, durante e depois de alguém achar ser isto a mais genial das soluções. ( ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes em Londrina, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, espaço ABRAHAM SHAPIRO, segunda-feira, 30 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

AO LEITOR



   Precisamos falar sobre micróbios. Sobre as 
duas faces desse universo invisível a olho nu. Somos feitos de macro-organismo. Existem mais bactérias em nosso corpo do que células humanas – e pedaços do nosso material têm origem viral. Há uma convivência natural entre “nós” e “eles”, que tem rendido vantagens mútuas ao longo dos séculos. Mas às vezes deparamos com o outro lado da história: quando vírus, bactérias e companhia limitada nos ameaçam. É uma guerra antiga também. E que recorda de tempos em tempos, quando dengue, zika e agora a gripe H1N1 vêm atormentar os brasileiros – sem falar das bactérias resistentes se multiplicando por aí. Nessas horas, temos a sorte de contar com os escudos da medicina. Mas uma defesa eficiente vai além de vacinas e remédios. Existem hábitos que ajudam a erguer a imunidade diminuir as chances de sucesso da invasão microscópica. É um pacote que envolve alimentação, atividade física, controle do estresse, sono adequado – e que protagoniza a reportagem de cada desta edição.
Só que o lado benévolo dos micro-organismos também está presente por aqui, é prova disso é o guia dos iogurtes que você vai conferir. Graças a bactérias que fermentam o leite, temos um dos alimentos mais bem-vindos à nossa espécie. Até porque os iogurtes ajudam a prover uma flora intestinal que coopera melhor com nosso corpo. O campo do conhecimento sobre essas criaturinhas está em franca evolução – e temos muito o que aprender. Tomar que no futuro, possamos aprimorar um convívio harmonioso com os micróbios de bem, e nos blindar daqueles que são realmente mal intencionados. ( DIOGO SPONCHIATO,  REDATOR-CHEFE, REVISTA SAÚDE, Edição nº 403, MAIO 2016, EDITORA ABRIL ).  

O MUNDO NÃO É CHATO


   EU SEI QUE PARECE. Dependendo do ângulo pelo qual se olha, o mundo dá toda a sensação de ser uma coisa chatíssima. Basta sair navegando pelo Facebook para verificar: tanta gente tão cheia de certezas, tão pouco disposta a ouvir uns aos outros, tão mais interessada em ter razão do que em descobrir a verdade ou em resolver problemas. Visto pela timeline nossa de cada dia, o mundo parece uma chatice insuportável. 
   Mas não é, não. O mundo é um lugar incrível, habitado por milhões de pessoas incríveis, fazendo coisas incríveis, contando causos incríveis. É questão de saber olhar – as histórias estão lá.
   Esse mês, em meio ao caos em que o Brasil se lançou, tomamos a decisão de não nos entregarmos ao pessimismo. Verdade que quase todas as histórias que dominaram a imprensa e as conversas tinham um quê de deprimente: acusações de corrupção, humilhação diante da imprensa internacional, impossibilidade de diálogo, discordâncias irreconciliáveis. 
   Bom, nós nos recusamos a entrar nessa onda. Quando falamos da crise (página 8), foi para buscar as oportunidades escondidas dentro dela. E, ao longo das próximas páginas, demos duro para levar a você o maravilhamento do qual este mundo está cheio – e de quebra procurar respostas para os grandes problemas da nossa era. Por exemplo: na página 38, contamos a incrível saga dos três primeiros anos de um ser humano – e da chance que temos de melhorar nossa vida ao melhorar o começo dela. 
   Esta edição, como o mundo, esta cheia de histórias espetaculares ( e terríveis): a bomba atômica dee Hitler, a máfia corporativa do Japão. A biografia de Nem da Rocinha. De quebra, um conto delicioso do redator-chefe Alexandre Versignassi, que misturou no mesmo liquidificador literário coxinhas, petralhas e buracos de minhoca. 
Definitivamente, o mundo não é chato. (DENIS RUSSO BURGIERMAN, DIRETOR DE REDAÇÃO,
DENIS.BURGIERMAN@ABRIL.COM.BR PRIMEIRA PÁGINA – DA MESA DO DIRETOR. FOTO: DULLA, Edição 361, junho 2016, REVISTA SUPER INTERESSANTE – EDITORA ABRIL .

O MENINO É PAI DO HOMEM


   Pedro perguntou o que é o cosmos, e eu tento responder: Digo que cosmos é o conjunto de todas as coisas que existem no universo: plantas, estrelas, constelações, galáxias e a nossa casa. 
   - Até o grãozinho de areia, papai?
   - Até o grãozinho de areia, meu filho.
   Então ela pergunta se Deus é o cosmos. Eu respondo que não: Ele é maior que o cosmos, pois criou tudo que existe por amor. Sem o amor de Deus – que nós cristão denominamos Espírito Santo -, o ser humano estaria perdido em um universo indiferente. É o amor que liga o menor grão de areia aos confins do universo. 
A propósito, há uma excelente frase do papa João Paulo II. o santo do nosso tempo, que li alguns dias atrás: “A pessoa é o ser para o qual a única dimensão adequada é o amor. Nós somos justos no tocante a uma pessoa se a amamos: isto vale tanto para Deus quanto para os seres humanos. O amor por uma pessoa exclui que se possa tratá-la como um objeto de gozo”. 
   Crimes como o roubo, o estupro e o homicídio não podem ser atribuídos ao conjunto da sociedade. Um homem que faz fiu-fiu pode estar cometendo um ato grosseiro, mas NÃO É cúmplice de estupradores. Uma garota que fula a fila do banco fez uma coisa reprovável, mas NÃO É cúmplice do assalto à Petrobras. Um jovem que atravessou fora da faixa desrespeitou uma norma de trânsito, mas NÃO É um assassino. Até porque – volto a afirmar -, se todos são culpados, ninguém é culpado!
   Se quisermos ter um país livre da corrupção e da violência, precisamos julgar os acusados um a um, garantindo-lhes o direito constitucional de defesa, como está fazendo a Operação Lava Jato. O crime não consiste em ter votado no PT ou na esquerda, mas em participar de práticas lesivas ao bem público. 
   Nesta coluna, sempre faço declaração de amor públicas. É a minha maneira de dizer que um homem deve tratar os semelhantes com respeito e dignidade. O amor ao próximo não é um sentimento abstrato e coletivo, mas concreto e individual.
   Quando o cara só ama abstrações coletivas, na verdade só ama a si mesmo. O aproveitamento político do recente caso de estupro, por parte de grupos militantes, é a demonstração cabal de como o pensamento coletivista pode ser cúmplice do estupro à verdade. Para se ter uma ideia do oportunismo ideológico desses grupos, tem gente dizendo que o impeachment da sra. Dilma foi um “estupro coletivo”. Dizer isso não passa de uma descomunal falta de vergonha na cara! 
   “O menino é pai do homem:/ Que todos os meus dias sejam/ Unidos um a um por piedade natural”, diz o famoso poema de William Wordsworth. Punir todos os homens em nome do crime de alguns ou perdoar o crime de alguns em nome de todos os homens são atitudes gêmeas: equivalem a matar a criança dentro de nós. Não matem a criança tentem ser dignos de quem ela será amanhã.
   (Coluna dedicada ao querido tio Dinho, irmão mais velho de meu pai, que partiu neste domingo. (Coluna AVENIDA PARANÁ, página 6, FOLHA GERAL, espaço AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br segunda-feira. 30 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CONSCIOEDNTIZAR PARA ADOTAR


   A conscientização dos candidatos a pais adotivos está mudando o perfil da adoção no Brasil. Há alguns anos, a maioria das pessoas que preenchiam o Cadastro de Pretendentes para Adoção fazia questão de bebês de pele clara. Nos últimos anos, porém, essa exigência vem sendo deixada de lado. Dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), da Corregedoria Nacional de Justiça, apontam que o número de aspirantes a pais que só aceitam crianças brancas caiu de 38,73% em 2010 para 22,56% neste ano. Já o número de candidatos que aceitam crianças negras subiu de 30,59% para 46,7% e os que aceitam crianças pardas cresceu de 58,58% para 75,03% no mesmo período. No Paraná essa tendência de mudança é forte, pois de acordo com dados do CNA, é o terceiro estado brasileiro onde mais foram adotados negros e pardos entre 2008 e 2016, com um total de 307 adoções. O Paraná só fica atrás de São Paulo, com 413 crianças negras e pardas adotadas no período, e Pernambuco com 333.
   Essa conscientização dos candidatos a pais adotivos não é por acaso. Há muitas entidades trabalhando por essa mudança de padrão. Elas estão ligadas à Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção.  São pessoas que se empenharam durante 20 anos em estimular a adoção inter-racial, um trabalho de inclusão muito importante. Mas agora, o desafio é outro: incentivar a adoção de grupos de irmãos e de crianças com problemas de saúde.
   A divergência entre a realidade dos abrigos e o perfil do filho desejado é o motivo pelo qual a fila de adoção é extensa e nunca chega ao fim. Nos abrigos de Londrina existem atualmente 87 crianças e adolescentes à espera de uma família e 200 casais habilitados. A maioria dos abrigados tem mais de cinco anos ou são grupos de irmãos. 
   Seria muito importante que os casais habilitados para adoção e que estão na fila de espera pelo filho tão desejado e querido entendessem que, assim como acontece com o filho biológico, a criança não é escolhida. Basta ver os relatos de felicidade de quem aceitou a adoção independente da idade ou da cor da pele da criança. É muito preocupante perceber que grande parte dos órfãos nunca será adotada e passará uma parte tão importante da vida dentro de um abrigo. E ao completar 18 anos, quando o Estado diz que eles viraram adultos, acontece o enfrentamento de uma nova realidade. Seria um segundo abandono? ( FOLHA OPINIÃO folhaopiniao@folhadelondrina.com.br segunda-feira, 30 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 29 de maio de 2016

'GOSTARIA DE SER RESPEITADO'

 "Já me incomodei com comentários que estigmatizam  os corintianos como pessoas honestas", diz o servidor público e professor Thiago Domingos

Debates apaixonados sobre futebol e religião muitas vezes resultam em ofensas e até rompimento de amizades

   Quem gosta de futebol e tem um time preferido sabe que acompanhar o esporte sem paixão não tem graça. Quando a rivalidade extrapola as preferências em campo, porém, a falta de cuidado no discurso pode terminar em ofensas pessoais e até rompimento de amizades. Os torcedores do Corinthians sabem bem como é defender um time odiado por todos os outros, afinal, quando os jogadores entram em campo, a torcida se divide entre corintianos e os ‘antis’ , ou seja, torcedores de rivais que se unem para torcer pela derrota do alvi-negro paulista. “Tem gente que fala que é o segundo time é o que está jogando contra o Corinthians”, observa o servidor público e professor Thiago Augusto Domingos, ele mesmo um corintiano fanático. 
   Domingos afirma que leva na esportiva as piadas após derrotas e também ironiza o rivais quando outros times perdem. “ É uma discussão completamente inútil, mas é divertida”, garante ele, que não acompanha futebol em geral. “Só acompanho o Corinthians. As piadas perdem a graça, porém, quando saem do âmbito esportivo e viram julgamento sobre o caráter do torcedor. 
   “Já me incomodei com comentários que estigmatizam os corintiano como pessoas desonestas. Tive vontade de julgar de volta, como se a escolha de um time de futebol dissesse algo sobre o caráter das pessoas”, critica . Ele afirma que até entende que a ironia tenha objetivo de ser uma “brincadeira” , mas o conteúdo dos discursos é ofensivo. “Já tive vontade de responder, mas aí pensei que era só futebol e a discussão não ia levar a nada”, pondera. 
   O fato da torcida ser muito apaixonada e dar retorno midiático, para ele, é uma das causas do “ódio” contra o Corinthians. “Aparecemos mais que os outros, acaba gerando ciúmes”, diz. A história do time, que ficou 23 anos sem ganhar um título e mesmo assim manteve a fiel torcida unida, também explica as razões dos ‘antis’. 
   O preconceito racial se materializa quando o adjetivo “favelado” é usado para caracterizar corintianos. Para Domingos, isso remete ao fato do time ter sido fundado por operários e, até hoje, representar uma camada de população mais pobre e oprimida. “O legal é que os próprios torcedores assumiram o fato de ser um time de favela como positivo e virou uma identidade”, avalia. 
   Ele revela também que a própria motivação para acompanhar o time é a paixão. “Não vejo motivos para racionalizar, até porque quando a gente pensa racionalmente sobre futebol, percebe que é apenas um comércio”, critica. 
   Na dúvida, para não criar inimizades, o torcedor precisa assistir a jogos importantes sozinho ou com um grupo seleto de amigos que entendem este “estado de espírito.” “Comecei a assistir sozinho justamente para evitar discussões. O bom é que, até hoje, a amizade voltou ao normal no fim do jogo”, brinca. 

   RELIGIÃO  

      O office boy Vitor Hugo Oliveira de Paiva, de 17 anos, que também cuida das redes sociais d a igreja evangélica que frequenta em Londrina, vive desde que nasceu em uma família que segue valores religiosos. Por conta de compartilhar os mesmos valores da família, tem que lidar com chacota e julgamentos dos amigos. “É normal me chamarem de “certinho ou de crente””, diz ele que também defende o casamento tradicional, mas não se sente à vontade para externar essa posição em alguns grupos. “Fora da igreja, muita gente acha absurdo eu dizer que pretendo ter uma família tradicional”, afirma ele, que garante respeitar outros tipos de união, como por exemplo o casamento homoafetivo, apesar de não defendê-los. “Assim como respeito outras opiniões, gostaria de ser respeitado”, pede. 
   O rapaz afirma que já foi ridicularizado por ser evangélico e perdeu amizades após expressar a própria opinião. “Sinto muito por não poder professar a minha fé”, lamenta. 

A estudante de medicina Mylena Lamônica Azevedo da Silva, de 22, sentiu na pele a intolerância e o preconceito na faculdade que frequentou antes de iniciar os estudos na atual instituição. Por ser filha de um pastor, ouvia todo tipo de piada sobre “receber o dízimo” e outros comentários que insinuavam que o pai ficava com o dinheiro da igreja. ”Levava na brincadeira, mas era bem preconceituoso”, diz ela, que também precisa se impor para conquistar o próprio espaço nos grupos que frequenta. “Meus colegas, por exemplo, não entendem minha opção de não frequentar ‘baladas’ e ficam insistindo para que eu mude de opinião!, acrescenta. 
   Convicta sobre os preceitos religiosos que segue, a estudante sustenta debates sobre o tema, mas diz que pensa bem antes de entrar em uma discussão. “Não me posiciono quando acho que a conversa não vai dar em nada “, comenta. 

   INTOLERÂNCIA NÃO POUPA CRIANÇAS 

   Nem mesmo as crianças estão livres dos discursos de ódio que permeiam os debates atuais. Foi com surpresa que a professora Juliana Martins ouviu o filho Artur, de 7 anos, cantar uma música ironizando a presidente afastada Dilma Rousseff após chegar da escola. Ao questionar onde o garoto tinha aprendido a música, ele respondeu que foi na sala de aula com a professora. “Fui questionar, pois acho que a sala de aula não é o local ideal para tratar do assunto com as crianças, até porque cada família tem uma postura diferente em relação ao tema, mas ela negou”, afirma. 
   Alguns dias depois, Artur chegou chorando da escola com as “provas” de que os amigos não estavam respeitando o ambiente escolar. “ Em uma atividade que ia usar recortes de revistas, várias crianças cortaram fotos da Dilma e jogaram na cabeça dele”, relata a mãe, que foi novamente conversar com a professora sobre a importância de incentivar a tolerância. “Acho que ela finalmente percebeu que a situação na sala de aula estava pesada”, diz. 
   Paralelamente, Juliana que dava aulas na mesma escola, comentou no grupo de professores e coordenadores no WhatsApp que aquele não era o local para compartilhar memes com viés preconceituoso. “A coordenadora disse que eu estava errada. Discordei e saí do grupo, deixando meu e-mail para comunicações sobre as atividades da escola”, relata. Algum tempo depois do episódio, Juliana foi demitida sem nenhuma justificativa pedagógica. “Disseram que eu não tinha perfil para trabalhar na escola, mas estou convicta que foi por causa das minhas convicções políticas. Até então, não tinha recebido nenhuma orientação ou aviso sobre qualquer reclamação em relação à minha atividade profissional”, lamenta ela, qe também dá aulas na rede estadual e nunca teve esse tipo de problema. “No entanto, a orientação é promover o discurso crítico sem manipular os alunos!, compara. 
   O fato trouxe consequências financeiras para a vida da professora. Além de ter perdido um emprego, ela matriculou o filho na escola por causa da bolsa de 50% oferecida aos professores. “Perdi a bolsa, estou tento que pagar uma mensalidade que não cabe no orçamento em uma escola na qual não acredito”, opina. (C.A.) (CAROLINA AVANSINI – Reportagem Local, página 8, FOLHA REPORTAGEM, domingo, 29 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

ALICE AGORA MORA AQUI



   De volta a Londrina, mantenho meu olhar para a cidade e seu encantamento

   Em 2010 mudei-me de Londrina e deixei uma crônica chamada “Alice não mora mais aqui.” Seis anos depois, venho informar que Alice voltou ou que, no fundo, nunca se mudou. Há qualquer coisa em Londrina que me impregna os poros, uma espécie de alma, um espírito urbano que faz meu coração disparar quando chego à cidade, desembarcando no seu aeroporto ou na rodoviária que Niemeyer projetou como um disco voador de onde saem conterrâneos e alienígenas que logo se integram à paisagem. 
   Poucos lugares me despertam o encantamento. São Paulo também tem um guardião que atrai pessoas de todo o Brasil. Londrina tem isso em escala micro, num cruzamento de culturas que nos faz sair pelo mundo e voltar falando outras línguas com o mesmo sotaque: “ de perrrto, sempre dá mais cerrrto.”
   Quando fui disse que era ligada a Londrina pela palavra, volto também ligada à palavra como jornalista de uma empresa com a qual, além do laço profissional, tenho laços afetivos. Quantas vezes olhei a cidade das janelas da redação tentando decifrar seus questionamentos e o que espera de mim, de nós, portadores da notícia. Ainda vejo Londrina como cidade-arte, porque essa foi minha formação jornalística num lugar que me oferece música, teatro e poesia, linguagens que me contaminaram em medidas diferentes e formam o caleidoscópio por onde passaram minhas escolhas. 
   Durante 25 anos morei de norte a sul, em todos os seus pontos cardeais, coincidentemente sempre na rota dos aviões que me lembram a valsa de Arrigo Barnabé em noites etílicas ou não : “Olha o avião.” Londrina filha da mata, embalada por voos urbanos. 
   Outras cidades me acolheram, namorei outros estados, mas levei Londrina e o Paraná comigo. Talvez nessa andança tenha ficado bipartida, contrariando os versos de Cecília Meirelles sobre a impossibilidade de habitar dois lugares diferentes: “Ou se tem chuva e não tem sol,/ ou se tem sol e não tem chuva!/ Ou se calça a luva e não se põe o anel,/ ou se põe o anel e não se calça da luva!/ Quem sobe nos ares não fica no chão,/ quem fica no chão não sobe nos ares ./ É uma grande pena que não se possa estar/ ao mesmo tempo nos dois lugares!”
Durante seis anos, meu grande elo com a cidade foram as crônicas na Folha de Londrina, o contato com os leitores para quem enviei “cartas” de amor e de revolta, eles sempre corresponderam. Aos domingos recebo e-mails desses interlocutores, razão pela qual também volto para conversar e ouvir “London, London” procurando discos voadores. O céu de Londrina é propício à aventura. 
   Na intimidade desta cidade tenho interlocução com o Paraná e coma própria linguagem que devo ter aprimorado em minhas andanças e travessias. Volto com alegria e afeto, agora bem perto, em todos os dias possíveis e até nos impossíveis. Mudei-me de Londrina como quem saiu emprestada, mas disse que voltaria. Alice mora de novo aqui, este é meu endereço, sem números, mantenho a palavra. Vamos continuar essa longa conversa aos domingos. (Crônica escrita pela jornalista CÉLIA MUSILLI celiamusilli@gmail.com página 4, caderno FOLHA 2, espaço CÉLIA MUSILLI, domingo, 29 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

POLÍTICA E INTOLERÂNCIA


   É cada vez mais preocupante o acirramento das manifestações nas ruas e nas redes sociais entre defensores da presidente afastada Dilma Rousseff e aqueles que querem o impeachment da petista. As agressões que partem dos dois lados desmascaram o mito de cordialidade do povo brasileiro, como mostra reportagem de hoje da Folha de Londrina. Quando o assunto é política, religião e futebol, o nível de intolerância do povo tende a subir. A situação ficou mais evidente a partir das eleições de 2014, com uma importante ajuda das redes sociais e seus comentário agressivos, provocando até briga entre familiares. No mundo corporativo, também há consequências para quem se expõe demais ou mostra ideias diferentes.
   Há uma tendência muito forte à intolerância e é preciso tomar cuidado porque, em muitos casos, as posições políticas viraram uma crença. O brasileiro mudou nos últimos três anos, desde as manifestações de junho de 2013, quando o povo foi às ruas exigindo mudanças. Mas o que restou do “Vem pra rua” e “O gigante acordou”? O combate à corrupção ainda é o tema comum, porém, a população de um país tão dividido se manifesta agora por cartazes e slogans muito mais agressivos. 
   É altamente positivo o fato do brasileiro ter começado a se interessar por política, mas o cidadão precisa perceber que se trata de um processo que caminha pelo debate das ideias. Discutir política de forma saudável é deixar o individualismo de lado e ouvir educadamente as opiniões divergentes. Na democracia não há lugar para intolerância. Se a sociedade não acordar para isso, continuará vendo aparecer as figuras autoritárias com ideias preconceituosas e tendência à radicalização. 
   Quando esse posicionamento chega às ruas, surgem os episódios de violência. Como esquecer do caso de uma dona de casa do Guarujá (SP) que, ao ser confundida com uma pedófila, foi linchada e morta por uma multidão enfurecida? Ou do professor de história de S. Paulo que, confundido com um ladrão, só conseguiu impedir o seu linchamento dando uma aula sobre Revolução Francesa aos agressores e policiais?
   A intolerância leva à violência. Impedir o crescimento desse clima de ódio passa pelo entendimento de que a patrulha ideológica não combina com as regras democráticas. No processo de mudança do Pais, o cidadão tem que contribuir com ideias e não com insultos. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com página 2, domingo, 29 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

SAÚDE OFERECE OFICINA DE AUTOAJUDA


   O Programa de Terapia Comunitária Integrativa ,  da Diretoria de Atenção Primária à  Saúde ((DAPS) de Londrina, está com inscrições abertas para os interessados em participar da Oficina de Autocuidado, que acontecerá no dia 10 de junho, na Policlínica Municipal.  A Oficina é aberta aos os servidores de todas as secretarias e órgãos municipais e são disponibilizadas 15 vagas. Para se inscrever basta acessar o portal da Prefeitura e preencher o cadastro no http://moodle.londrina.pr.gov.br/moodle/login/index,php
   De acordo com a terapeuta do programa , Claudia Fazenda, é importante que todos os profissionais fiquem atentos à sua saúde física e mental. “A oficina quer mostrar aos participantes que temos que ficar atentos aos sinais que o corpo nos dá, como dores de cabeça e estômago, insônias e doenças de pele. Porque essas são formas de o organismo nos mostrar que não estamos gerenciando nossas emoções de maneira correta e que precisamos trabalhar certas questões e aprendermos a lidar melhor com elas, para que no futuro não tenhamos problemas mais complexos.”
   O Terapia Comunitária Integrativa existe desde 2002, e inclui todas de terapia comunitária com os usuários dos SUS. (REPORTAGEM LOCAL, caderno FOLHA SAÚDE, página 2, sábado, 28 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 28 de maio de 2016

MÁ DIGESTÃO ATINGE CERCA DE 40% DA POPULAÇÃO

   Uma das recomendações é evitar se deitar por pelo menos três horas após a refeição

   Sobeb alerta que essa condição é ocasionada por desequilíbrio no organismo ou doença 

   São Paulo – Em referência ao Dia Mundial da Saúde Digestiva (29 de maio) , data instituída pela World Gastroenterology Organisation (WGO), a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) faz um alerta sobre azia e má digestão. São condições ocasionadas por algum desequilíbrio no organismo ou doença, que atingem grande parte da população, mas que acabam sendo menosprezadas. 
   Segundo o medico endoscopista e coordenador de comunicação da Sobed, Bruno Martins, a má digestão ou dispepsia funcional atinge entre 20% e 40% da população. “Os principais sintomas da má digestão são a sensação de ‘estufamento ’ após as refeições, arrotos frequentes, náusea e dor abdominal. Como são sintomas comuns de outras doenças, é muito importante o acompanhamento de um especialista para que possa descartar outras causas como gastrite, úlcera ou refluxo”, esclarece. 
   Ainda segundo Martins, a azia – aquela sensação de queimação no peito ou na garganta, que algumas pessoas se refrem como acidez – é o principal sintoma da Doença do Refluxo, Gastroesofágico (DRGE) e deve ser levada e sério e tratada. “Principalmente porque quase 12% da população urbana no Brasil sofre com retorno do ácido gástrico”, explica. 

   CONFIRA AS DICAS DA SOBED PARA MELHORAR A AZIA EMÁ DIGESTÃO E TER UMA SAÚDE DIGESTIVA ADEQUADA

   1 – Emagreça (se estiver acima do peso) – O excesso de peso e acúmulo de gordura corporal geram pressão abdominal, o que acaba dificultando uma digestão adequada. 

   2 – Evite café, chocolate, álcool, gorduras e frituras – As substâncias presentes nesses alimentos e bebidas relaxam o esfíncter esofágico inferior, possibilitando a volta dos alimentos. 

   3 – Pare de fumar – o cigarro contém substâncias tóxicas que agridem as mucosas do esôfago e do estômago, deixando o trato gástrico propenso, inclusive, à gastrite e úlcera. 

   4 – Procure comer mais vezes ao dia – O ideal é se alimentar de quatro a cinco vezes ao dia a cada três horas e em pequenas porções. Comer demais pode piorar o refluxo e contribuir para a má digestão. 

   5 – Evite se deitar por pelo menos três horas após a refeição – É comum o refluxo em pessoas que dormem logo após o al oço ou jantar. O fato ocorre devido à ausência de gravidade, que facilita o encaminhamento do do conteúdo gástrico para o esôfago quando a pessoa está deitada. Elevar a cabeceira da cama pode ajudar para diminuir o problema. ( REPORTAGEM LOCAL, página 2, caderno FOLHA CIDADES, sábado, 28 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O HORROR E A ESPERANÇA




   O caso da garota atacada sexualmente por 30 monstros nos coloca diante de um fato inconcebível: o mal existe – e está solto no mundo. Aquela menina de 16 anos poderia ser filha ou irmã de qualquer um de nós. Quando penso no sofrimento da jovem, meu coração se enche de tristeza e revolta. Mas não apenas os 30 estupradores me causam ojeriza; a meu ver, quem se divertiu ao compartilhar o vídeo da barbárie também possui sérios problemas morais. 
   Há algum tempo digo que a pior crise dos tempos atuais não é a política, nem econômica, nem social: é a crise dos valores espirituais. O amor ao próximo e a compaixão se transformaram em objeto de riso entre aqueles que só enxergam sentido no prazer e no poder. Crimes como o ocorrido no Rio de Janeiro só se tornam possíveis quando vastas coletividades adotam o egoísmo como forma suprema de sucesso e realização humana. 
   Um dos aspectos mais perversos das classes falantes brasileiras é a leniência com o crime. Diante das piores atrocidades – como os 60 mil homicídios por ano -, muitos “formadores de opinião” optam por passar a mão na cabeça dos bandidos, buscando causas sociais para a criminalidade. Intelectuais orgânicos adoram demonizar e condescender com a cultura da violência e das drogas. Pior: utilizam a doutrina da luta de classes como justificativa para os crimes mais abomináveis. 
   A palavra “bandido” vem do latim bandum, que significa “grupo de pessoas banidas de um lugar”. Nesse sentido, Os estupradores da garota são bandidos na acepção mais plena do termo: revoltados com a falta de sentido das próprias vidas . indiferente aos valores civilizacionais, fascinados pela combinação de prazer e poder, juntaram-se em bando para descarregar seus piores instintos sobre uma vítima fraca e indefesa. Eles têm algo em comum como um Mao Tsé-tung, um Lavrenti Beria, um Nicolae Ceausescu, um Joseph Goebbels.
   Para que esses crimes não se repitam, defendo a reforma da legislação criminal, tornando mais rígidas as punições para quem comete atos hediondos. Ao contrário, jogar a culpa pelo que aconteceu nos ombros de toda a população masculina, como faz certa militância, é uma forma de diluir a responsabilidade dos verdadeiros autores. A “culpa coletiva” é simplesmente outro nome para a impunidade. Se todos os homens são culpados, ninguém é culpado. “O horror, o horror.”
   Quando me vejo diante do mal absoluto, volto meus olhos para a cruz. Se Jesus conseguiu o milagre transformar um dos piores instrumentos de tortura e morte em símbolo de ressurreição, nós podemos imitá-lo e encontrar sentido em meio aos piores acontecimentos. 
   Senhor, tende piedade de nós. Transformai o horror em esperança! ( Coluna AVENIDA PARANÁ, página 3, caderno FOLHA CIDADES, espaço AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br sábado, 28 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

EDIBAR EM TERRA PORTUGUESA

     
         O personagem beberrão,  machista e debochado já ganha admiração além-fronteira
       

   Cartunista Lucio Oliveira é convidado especial de Festival dedicado à arte da ilustração que começa amanhã em Beja

   O cartunista apucaranense Lucio Oliveira, idealizador do famoso personagem Edibar da Silva, publicado em primeira mão diariamente na Folha de Londrina desde 2012, desembarca em Portugal para participar da 12ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja (FIBDB), que começa amanhã e segue até o dia 12 de junho na cidade lusitana pertencente à região do Alentejo. Oliveira é um dos convidados estrangeiros especiais para o evento e, além de ser homenageado, terá uma sala inteira dedicada às tirinhas do personagem. Apenas outros dois artistas – portugueses – terão mesmo destaque com seus respectivos trabalhos.
   Nesta edição, o Festival inaugura no Teatro Municipal Pax Julia, um núcleo principal onde se centrarão boa parte das exposições e da programação paralela. Durante o primeiro fim de semana o festival promoverá, também, várias apresentações de projetos, sessões de autógrafos, conversas, concertos desenhados, lançamento de livros, workshops e reunirá todos os autores representados nas 23 exposições patentes ao público. O visitantes poderão, ainda, conferir o Mercado do Livro ( a maior livraria do país durante este período) e uma zona comercial com várias tendas instaladas com a venda de action figures, arte original, jogos, pôsteres e ‘prints’.  
     O cartunista Lucio Oliveira será homenageado e terá ainda uma sala inteira dedicada às tirinhas do Edibar

   O cartunista conta que dentre seus leitores  e 
 fãs estão vários outros países, sobretudo de língua portuguesa, como os do continente africano. “Algumas vezes não entendem a piada, mas adoram o “jeitão” debochado do Edibar . Penso adaptar o personagem para histórias e jargões utilizados por lá.” Com o ingresso na rede social mais famosa, Edibar virou febre: já possui mais de 624 mil fãs em sua página oficial do Facebook. A página contabiliza uma média de 5 mil compartilhamentos a cada nova tirinha; algumas chegaram a ter mais de 20 mil compartilhamentos. “Esse cara tem um carisma que impressiona”, diz.
   No ano passado, o livro “Edibar” – As Tiras mais Engraçadas do Boêmio mais Escroto dos Botecos” foi lançado pela conceituada editora HOM. Com cerca de 300 tiras reunidas – produzidas entre os anos 2013 e 2014 e algumas inéditas – o personagem beberrão, machista e debochado, juntamente com a esposa Edmunda , a sogra Dona Ana Conda, o amigo Zé Manguaça, o cachorro Gole e Dr. Paulo Sarado ficaram eternizados nas páginas do livro. Além da obra, Edibar possui uma série de outros produtos como canecas e camisetas. O beberrão mais popular do Brasil também ilustram cerca de dez outros jornais impressos espalhados pelo país. (MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, caderno FOLHA 2, sexta-feira, 27 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

MINHA INFÂNCIA


   Lembro-me ainda dos tempos de criança, na fazenda dos meus avós, onde eu e meus primos vivíamos a contemplar a natureza. Aqueles verdes campos, as matas, os rios e cachoeiras, que jorravam águas cristalinas. 
   Ah, quantas brincadeiras. Nas mangueiras do pomar um balanço era improvisado com um pedaço de corda velha. No rio, canoas feitas do tronco de bananeiras eram a alegria da criançada nas tardes quentes de verão . O mergulho, era na lagoa ao fundo da cachoeira, no descer das águas. Uma peneira de arame que era usada na colheita do café pelos nossos tios era aproveitada na pesca de lambaris nas barrancas da lagoa próxima à cachoeira. 
   Brinquedos não existiam naquela época. Só o carrinho de madeira bruta, construído com muito trabalho pelos meninos. Era com que eles brincavam na descida perto do rio. O futebol era jogado com uma bola feita de meias, na sombra das árvores. 
   As meninas brincavam de casinha. Improvisavam fogõezinhos com pedaços de tijolos e assim preparavam a comidinha que era sempre arroz com milho cozido, colhido ali mesmo, no quintal. 
   Quando chovia, as brincadeiras eram diferentes. Num pequeno rancho coberto de sapé, construído pelos nossos tios, nos reuníamos para saborear os frutos frescos colhidos do pomar. Mangas, laranjas, pitangas, jatobás, jenipapos, bananas, abacaxi e até coco de macaúba. Permanecíamos alí até o esconder do sol, atrás das montanhas. E aí voltávamos para casa.
   De manhã acordávamos e íamos para o curral tomar leite quentinho. E depois íamos para a escola. Enfrentávamos o tempo chuvoso, o frio das manhãs e o orvalho do capinzeiro a pé, por longa caminhada até o povoado. Assim estudávamos. Mas nada era difícil, o prazer era maior que tudo. Bons tempos os que vivemos.
   Hoje tudo é diferente. A natureza está cada vez mais agredida pelo próprio homem, as matas estão sendo devastadas. Os espaços de grandes quintais estão sendo substituído por altos muros e cercas elétricas para, assim, garantir a segurança das famílias. As crianças não desfrutam de brincadeiras com liberdade. Até nos parques de diversões as crianças brincam vigiadas por pessoas da família. 
   A maioria das crianças vive fechada em apartamentos onde só brincam com seus brinquedos eletrônicos de última geração. Isso é o que se chama de infância hoje em dia. ( MARIA ROSA MONTREZORO, leitora da FOLHA, página 2, espaço DEDO DE PROSA, Folha Rural, sábado, 28 de maio de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

OMISSÃO DE SOCORRO


   Um acidente de trânsito ocorrido em Cambé, na noite da última quinta-feira, chama atenção para o crime de omissão de socorro. Um ciclista de 60 anos morreu atropelado e o motorista fugiu do local. A vítima ainda foi atingida por outros carros que seguiam na PR-445. Para a família do ciclista, além da tristeza com a perda de uma pessoa querida, fica o drama de não saber o que aconteceu. A Polícia Civil vai investigar para tentar descobrir quem atropelou o homem que trabalhava como agricultor e usava a bicicleta como principal meio de locomoção. Envolver-se em acidente com vítimas e fugir do local é crime previsto no Código Penal e também considerado uma infração de trânsito gravíssima, que pode resultar em suspensão do direito de dirigir. A multa por omissão de socorro é pesada: R$ 957,70 e o Código Penal prevê que o tempo de detenção para o causador do desastre depende da capacidade de assistência e da gravidade da lesão. Se o motorista deixa de prestar socorro, quando é possível fazê-lo sem risco pessoal, ele pode ser detido por um a seis meses. A pena pode aumentar em 50%, se a omissão resultar em lesão corporal de natureza grave, ou triplicar em caso de morte da vítima. Nos primeiros quatro meses deste ano, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária, foram registrados 108 casos de omissão de socorro no Estado. Em 2015, foram 345 ocorrências. Um fato preocupante é que muitas vezes, o condutor do veículo que causou o sinistro foge para esconder uma irregularidade, como o consumo de bebida alcoólica ou má conduta perigosa ao volante. Quando acontece um acidente de trânsito, o motorista precisa prestar socorro à vítima, usando o telefone para pedir ajuda e sinalizando o local da ocorrência para ajudar a alertar os veículos que vêm na sequência. Ninguém quer se envolver em um acidente, mas se isso acontecer é preciso estar preparado. São atitudes muito importantes, pois muitas vezes a vida da pessoa ferida depende da rapidez do atendimento médico. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br sábado, 28 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 27 de maio de 2016

DESCASO COM A SAÚDE PÚBLICA


   Em 2012, o governo federal lançou o Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), comprando 80 aparelhos para serem distribuídos para 23 estados. Quando foram adquiridos os equipamentos, já havia previsão de longa demora para entrada em funcionamento (dois anos), levando em consideração a dificuldade que o poder público tem de licitar uma obra e construir. Estamos falando em salas para instalação dos aparelhos e não em hospitais complexos. O ano é 2016 e até agora nenhum dos espaços foi inaugurado, apenas dez estão em construção. No Paraná, de sete unidades inclusas no plano de expansão, apenas a do Hospital Erasmo Gaertner, em Curitiba, teve a reforma iniciada. Os outros seis centros, localizados em Curitiba, Londrina, Arapongas, Campo Mourão. Guarapuava e Campina Grande do Sul, têm início previsto para o fim deste ano, com estimativas de conclusão entre agosto de 2017 e março de 2018. A justificativa do Ministério da Saúde é o de sempre: o atraso se deu na elaboração de projetos para reforma dos hospitais que receberão os equipamentos. Com tamanho descaso, nem parece que o Brasil tem um deficit gigantesco na oferta de aparelhos de radioterapia para os pacientes que fazem tratamento do câncer pelo SUS. Enquanto a organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza uma máquina para 300 mil habitantes, o Brasil só tem 269 equipamentos, significando, uma para cada grupo de 750 mil moradores. A região Sul tem o menor deficit, com um acelerador linear para 525 mil pessoas ,  em contraste com a Região Norte, que tem apenas 9 equipamentos e proporção de quase 2 milhões de pessoas por aparelho. Na oncologia, tempo é fator decisivo para sobrevivência do paciente. Atualmente, a estimativa é que 60% dos pacientes com câncer no País precisem da radioterapia. O câncer é a segunda causa de morte no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No Brasil, são 190 mil óbitos por ano e a previsão é de que 600 mil novos casos sejam registrados em 2016, . Esse projeto de expansão na oferta de radioterapia é muito importante, mas é inaceitável toda essa demora. Quando o processo terminar, já estará defasado, pois enquanto as obras caminham lentamente no SUS, a doença avança rapidamente. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 27 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 26 de maio de 2016

UM VIRA-LATA AO SOL


   Diz a lenda que Alexandre Magno foi levado à presença de Diógenes de Sinope, o filósofo que viva nas ruas de Atenas e dormia dentro de um barril. O rei conquistador teria dito com altivez: 
   - Pede-me o que quiseres.
   Como a sombra de Alexandre havia interrompido o seu banho de sol, Diógenes apenas fez um gesto de impaciência e respondeu:
   - Não me tires o que não me podes dar!
   Conta-se ainda que os oficiais caçoaram do filósofo mendigo na presença de Alexandre, mas o rei os calou dizendo: 
   - Se eu não fosse Alexandre , queria ser Diógenes. 
   Lembrei-me dessa história quando vi meu cachorrinho Cisco tomando seu banho de sol na sala, indiferente aos acontecimentos políticos do país. Como se vê pela foto que ilustra a coluna de hoje, Cisco não tem nenhum Alexandre Magno por perto para lhe fazer sombra. Às vezes eu gostaria de ser tão alienado e feliz como um vira-lata.
   Em Atenas, Diógenes era conhecido como O Cão, até porque estava sempre rodeado de cachorros. Daí nasceu o nome de sua escola filosófica, o cinismo ( que deriva de kynós = cão). Hoje em dia a palavra “cinismo” tem outro sentido, bastante pejorativo. Mas, considerando que Diógenes era avesso a qualquer forma de poder, é impróprio chamar de cínicos esses caras que destruíram o nosso país. Eles são só bandidos. 
   Deixei meu cãozinho tomando sol e fui até a esquina comprar um litro de leite. Ali encontro o Padre Aristides. Ele me perguntou como andava o Cisco. Em seguida emendou:
   - E a trave, Paulo?
   Você se sente um católico um pouquinho melhor quando começa a entender as piadas dos padres. Essa eu entendi: Padre Aristides se referia à passagem em que Jesus diz: “ Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho do teu irmão” ( Mt 7,5).
   Um cristão deve sempre retornar a essa mensagem. Seremos julgados pelos mesmos critérios que utilizamos para julgar os outros. Ao mesmo tempo em que temos a obrigação de combater o mal em todas as suas formas, é indispensável fazer, todos os dias, um rigoroso exame de consciência para reconhecer e eliminar o mal que existe dentro de nós. Do contrário, estaremos sendo hipócritas. 
   Até os 30 anos de idade, quando militava na esquerda, eu adorava apontar os ciscos nos olhos dos outros, enquanto a trave da mentira continuava ferindo e cegando os meus próprios olhos. Ainda sou um homem imperfeito e cheio de falhas, um pecador miserável; tenho muitos ciscos em meus olhos, mas eliminei a trave. E por isso não quero deixar que as traves dos antigos erros continuem a ferir e cegar as pessoas. 
   Uma das coisas que precisamos resgatar no Brasil é o óbvio. Urge voltar àquelas verdades que saltam aos olhos, mas durante treze anos tornaram-se proibidas nos círculos oficiais. São verdades evidentes como a luz do sol, e que agora começam a ser ditas, para desespero dos mentirosos. Quando finalmente essas verdades triunfarem em nossa vida pública, eu quero me tornar um ser tão alienado feliz quanto Cisco. ( Coluna AVENIDA PARANÁ, página 3, caderno FOLHA CIDADES, espaço AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br quinta-feira, 26 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

MAIS GRAVAÇÕES


   A semana pós-feriadão começará quente em Brasília, com a apresentação, segunda-feira, no Conselho de Ética da Câmara, do relatório do Deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que deverá pedir a cassação do mandato do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O motivo para a perda do mandato será a afirmação de que ele mentiu à CPI da Petrobras, em março do ano passado, quando negou ter contas bancárias fora do País. Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Outro assunto que deve se arrastar e polemizar é o pedido feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao STF. Os advogados querem que a Corte reconheça que o petista foi ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff (PT) . Desnecessário dizer que se o Supremo acolher o pedido, haverá consequências jurídicas, abrindo brecha para que Lula questione atos do juiz Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da Lava Jato em primeira instância. Voltando à cúpula do PMDB, novas gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado também devem tirar o sossego do presidente interino Michel Temer neste feriadão. O homem que gravou Romero Jucá (PMDB-RR), provocando o afastamento do ministro do Planejamento , “grampeou” também o presidente do Senado Renan Calheiros, e o ex-senador e ex-presidente José Sarney. Os dois caciques do PMDB, mas principalmente Renan, mostram-se preocupados com o desenrolar da Lava jato. O presidente do Senado diz, no áudio, que apoia uma mudança na lei que trata de delação premiada em caso de presos. Todo mundo sabe que essa prática foi especialmente usada na Lava Jato e, ironicamente, ontem, dia em que essas duas novas conversas foram divulgadas pela “Folha de S. Paulo”, o ministro do STF Teori Zavascki homologou a delação de Machado . Nestas duas semanas de governo, um escândalo envolvendo a intenção de limitar a Lava Jato levou o presidente em exercício a afastar um ministro. Agora, surgem novas gravações revelando o pânico que os suspeitos têm com a possibilidade de virem para Curitiba e responder ao juiz Moro. O governo Temer tem poucos meses para provar que pretende iniciar um processo de mudança nos rumos do País. Se não mostrar uma postura rígida contra a corrupção, o presidente interino poderá passar o curto período de mandato somente explicando as condutas de seus aliados. ( FOLHA OPINIÃO folhaopiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 26 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DIA NACIONAL DA ADOÇÃO : POR UMA CULTURA ADOTIVA NA ESCOLA


   Estudos revelam a importância da relação escola-família no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, outros apontam para a diversidade de constituições familiares existentes, tais como, as famílias tradicionais (pais, mães, filhos biológicos), as monoparentais (mãe-filho pai –filho) , as reconstituídas (novas uniões após a separação), as constituídas por uniões homoafetivas, as constituídas por adoção, etc. Portanto, no trabalho com crianças e suas famílias convém que as escolas se ajustem às novas realidades para não incorrerem em situações preconceituosas, pautadas em ideias preconcebidas, no caso da adoção, sustentadas no mito dos laços de sangue, no preconceito contra a adoção tardia e por casais homoafetivos. 
   No que diz respeito à cultura da adoção no Brasil, temos progredido com a constituição dos Grupos de Apoio à Adoção, a publicação de livros sobre adoção para adultos e crianças, a pesquisa científica sobre adoção, a presença do tema na imprensa televisiva e impressa, etc. Entretanto, para muitas pessoas o tema adoção ainda é tido domo um tabu, um assunto proibido. 
   Consequentemente, pode-se dizer que as escolas ainda têm resistência, dificuldade em trabalhar temática com a comunidade escolar, isto é, a equipe pedagógica, os professores, os pais e responsáveis e os alunos. 
   No entanto, é preciso construir uma cultura adotiva na escola, criando espaços de discussão sobre a diversidade das famílias, dentre elas, a constituída por adoção. Mas como desenvolver a cultura da adoção na escola? Primeiramente, dando visibilidade à adoção no âmbito escolar, tratando o assunto com naturalidade; valendo-se das matérias veiculadas na mídia sobre adoção para abrir o debate, a pesquisa e a reflexão sobre as famílias adotivas e o direito das crianças de terem uma família.
   Uma das oportunidades para se trabalhar o tema na escola é a comemoração do Dia Nacional da Adoção. A data surgiu em 1996, no 1º Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção, realizado nos dias 24 e 25 de maio como o Dia Nacional da Adoção. Em 2002, o projeto de lei foi sancionado pelo presidente da República. Desde então, a data é comemorada em todo o país pelos militantes da causa, para celebrar e refletir sobre a adoção de crianças e adolescentes no Brasil. 
   Na escola a data pode ser comemorada por meio de diferentes atividades, tais como, pesquisa sobre a adoção no Brasil, a confecção de um painel com imagens e informações sobre o tema, a exibição de um filme, de um documentário sobre adoção, a contação de uma história que tenha como foco a adoção, uma roda de conversa... Sendo estas, uma oportunidade para apresentar e refletir com os alunos sobre os diferentes tipos de família e o direito das crianças acolhidas de usufruir o direito assegurado pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente à convivência familiar e comunitária ,no seio de uma família. 
   Enfim, são muitas as possibilidades capazes de propiciar aos adultos (professores, pais e responsáveis e funcionários) e às crianças na escola conhecimento sobre adoção , desmistificando ideias preconcebidas sobre o tema, contribuindo assim, para a construção de uma cultura adotiva, de respeito às diferentes constituições familiares, dentre elas , as famílias constituídas por adoção. ( GILMARA LUPION MORENO, docente do departamento de Educação da UEL, e membro do Grupo de Apoio à Adoção Trilhas do Afeto, página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 25 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 25 de maio de 2016

AI DE MIM SEM VOCÊ



   De vez em quanto eu tenho sonhos – melhor seria dizer pesadelos – sobre como seria minha vida se eu não tivesse encontrado você. Ontem aconteceu: sonhei que estava dentro de um ônibus vestido com um saco de lixo no lugar das calças. Tinha deixado crescer tanto os meus cabelos que agora parecia um urso, ou melhor, alguém que estivesse usando uma peruca de urso. Passei diante de uma igreja destruída pelo fogo e não fiz o sinal da cruz. Este seria eu se não a tivesse encontrado. 
   É provável que eu fosse ainda um tipo de marxista ou revolucionário, como aquele personagem do livro que acabei de ler, “O Coração é um Caçador Solitário”. Jake Blount passa os dias bebendo e brigando e escrevendo panfletos que ninguém lê. Eu seria esse homem -, se um dia eu encontrasse um jumento sendo maltratado na rua, eu o abraçaria chorando e dizendo que ele é o salvador do mundo. 
   Eu teria esquecido que um dia li “Guerra e Paz” no quarto da República e não me lembraria mais da morte do príncipe André. Não conheceria os diários de Madre Leônia, nem estaria preocupado com a doutrinação ideológica das crianças nas escolas. Não choraria nunca mais, porque já teria gastado as lágrimas todas. 
   Outro dia um mendigo me parou na rua. Tinha os olhos vermelhos e secos, uma tatuagem no braço meio apagada pela sujeira e o proverbial hálito da cachaça. Conversei com ele por alguns instantes, enquanto mexia nos bolsos procurando moedas com que ele pudesse comprar alguma bebida forte. “Por que você dá esmolas?”, perguntará uma assistente esquerdista, com indignação. Porque aquele homem sou eu, se não tivesse conhecido você. 
   Eu não teria uma coluna onde posso conversar com meus sete leitores todas as manhãs. Aliás, eu não teria manhãs – apenas algumas horas de sono agitado. Viveria numa eterna manhã inexistente. 
   De fato, parece que a minha vida sem você continua existindo em outro plano de realidade, um universo paralelo, como se fosse uma advertência de Deus sobre a possibilidade do mal, sobre a concretude da perdição, sobre a existência do inimigo. Minha vida longe de você é uma coleção de fragmentos espalhados ao longo de um caminho, como se estivessem a dizer: “Nós poderíamos ter sido”. Poderiam ter sido um vitral, um lar, um homem. 
   Ai de mim se você. É por isso que eu rezo todas as manhãs. É por isso que eu converso com Deus enquanto o Sol ilumina nossa casa, que não é grande, mas nos acolhe. É por isso que eu olho para você e para o Pedro, quando ambos estão dormindo e digo: “Proteção, saúde, alegria”. Inclino a cabeça, cerro os olhos e peço outra vez: “Proteção, saúde, alegria”. E para não deixar dúvidas suplico uma terceira vez ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo: “Proteção, saúde, alegria”. 
   Sem você eu não seria. Sem você eu não. Sem você, eu. Só eu. Ai de mim! (Coluna AVENIDA PARANÁ, página 3, caderno FOLHA De CIDADES, espaço AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br quarta-feira, 25 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

MEDIDAS DE AUSTERIDADE


   Começou o governo Michel Temer. Com o anúncio, ontem, das aguardadas medidas econômicas, o presidente interino dá o tom de austeridade que o País aguardava. A medida mais importante nesse sentido foi a proposta de uma emenda à Constituição para limitar os gastos públicos, que poderão aumentar apenas o equivalente à inflação do ano anterior. E o Executivo vem gastando muito do que isso. Mas não será fácil a sua provação, principalmente porque atualmente setores como educação e saúde precisam cumprir uma porcentagem da receita. Passar pelo Congresso será uma grande prova para o peemedebista. No pacote apresentado ontem, Temer também anunciou que pretende acabar com o Fundo Soberano, um tipo de poupança criada pelo governo federal em 2008 para usar em períodos de crise. O fundo recebeu dinheiro do pré-sal e o saldo é de R$ 2 bilhões. Pode parecer pouco, mas tem um valor simbólico. Antes de lançar novos impostos, o governo pretende mostrar à sociedade que vai suar suas “poupanças” para não se endividar mais. É nesse sentido também que a União vai cobrar uma dívida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 100 bilhões. O primeiro pagamento deve ser de R$ 40 bilhões, seguido de outras duas parcelas de R$ 30 bilhões cada. Revisar obrigações da Petrobras com a pré-sal também é proposta de Temer, liberando a estatal de ser a operadora única e de ter a participação mínima de 30% nos grupos formados para explorar o petróleo no pré-sal. Também anunciou que vai mudar a gestão dos fundos de pensão e das estatais, estabelecendo critérios rígidos para a nomeação de executivos. Não foi desta vez que o presidente em exercício falou de alto ou novos impostos. Ficou de fora, mas a medida não foi descartada. O próprio Temer disse que outras mudanças virão. Faltou também qualquer sinal de reforma da Previdência Social. Talvez, por isso, o mercado tenha reagido com uma certa cautela às propostas. A Bolsa subiu um pouco e o dólar caiu menos que os otimistas esperavam. São medidas importantes para começar, mas não são suficientes para dar um jeito na economia brasileira. E elas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso, quando o presidente em exercício vai saber se a base aliada está realmente unida. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 25 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 24 de maio de 2016

O PORTUGUÊS 'CERTO' E O 'ERRADO'


   Na coluna da última semana, ao tratar do termo “presidenta”, acabei despertando reações variadas entre leitores. Alguns escreveram se dizendo esclarecidos, outros afirmaram achar “estranho” o termo no feminino e houve ainda alguns que não aceitam e acham que o certo é “a presidente” e ponto final. Afinal de contas, como saber que é certo e errado em língua portuguesa?
   Primeiramente, talvez seja uma surpresa para alguns saber que os linguistas e gramáticos não trabalham com essa ideia de certo e errado. Na verdade, quando se trata de língua, falamos em linguagem adequada ou inadequada a cada situação. Parece complicado, mas não é. Quer dizer apenas que, se em determinada situação comunicativa, como um bate-papo por exemplo, você consegue passar sua “mensagem” de maneira satisfatória, sendo bem entendido pelo seu interlocutor, a língua foi bem usada. Sendo assim, não há problema real em cometer um ou outro deslize, se a situação permitir isso. 
   Mas, por favor, leve em conta o ambiente em que você se encontra e com quem você está conversando. Em uma mesa de bar ou em um jogo de futebol com os amigos, você pode soltar um “nós vamo” ou “os cara” que provavelmente não será percebido, mas jamais poderá fazer isso em um ambiente de trabalho, ao passar um relatório para seu chefe, por exemplo. 
   Nesse ponto você deve estar se perguntando: Mas e as regras, a gramática? Elas não são importantes?
   Claro que são, e são, inclusive, absolutamente necessárias em determinadas situações. É a chamada “norma culta” da língua, exigida em ambientes mais formais e no meio escolar (o que inclui concursos e vestibulares). Aí sim podemos falar sobre o português dentro da norma culta, adequado à norma culta ou, simplificando, o português “correto” de acordo com a norma culta. 
   E quem determina o que está de acordo ou não com a norma?
   Depende. Se tratamos da existência ou não de uma palavra (como, no caso, “presidenta”), o correto é recorrer primeiro ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Academia Brasileira de Letras e disponível para consulta no site da entidade (www.academia.org.br) . É nele que encontramos a grafia “oficial” de todas as palavras de nossa língua. Em segundo lugar, vale consultar um bom dicionário, como os muitos conhecidos Aurélio e Houaiss , por exemplo, Pode acontecer de uma palavra constar desses dicionários e ainda não estar no VOLP, geralmente por ser um termo relativamente novo ou um estrangeirismo. Se você encontrou a palavra que procura nessas fontes, pode ter certeza de que ela existe sim, e pode ser usada sem medo. É o caso do polêmico “presidenta” . Se não encontrar em nenhum deles, é bom verificar a ortografia e, na dúvida, optar por um sinônimo ou outro termo mais comum. 
   Em se tratando das outras regras gramaticais, como concordância ou regência, por exemplo, há muito boas gramáticas que podem esclarecer suas dúvidas, além, é claro, de um professor de português. 
   Vale notar que há muitos casos em que você vai encontrar mais de uma opção para seu texto, todas dentro da norma culta, ou seja, todas “corretas”. É o que afirmamos semana passada a respeito de “presidenta” , que, embora perfeitamente adequada, pode ser substituída pelo substantivo comum de dois gêneros “presidente”, bastando adicionar o artigo ( “a presidente “).
   Quando acontece isso, cada falante acaba escolhendo o termo que lhe parece mais comum, mais fácil ou mais “certo”. Só que isso não desmerece a outra forma, igualmente correta.
   Ainda ficou alguma dúvida? Mande para nosso e-mail!
   Até a próxima terça! ( FLAVIANO LOPES – Professor de Português e Espanho). Encaminhe suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, espaço BEM DITO, terça-feira, 24 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

MAIS UM ESCÂNDALO


   Em menos de duas semanas no cargo, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) enfrenta sua primeira grande crise envolvendo justamente um dos homens fortes de sua equipe, o senador Romeu Jucá (PMDB), que se licencia hoje do posto de Ministro do Planejamento. Homem forte porque o político de Roraima foi um dos grandes articuladores do processo de abertura do impeachment de Dilma Rousseff (PT) e é uma das apostas de Temer na articulação com o Congresso Nacional para aprovação das medidas econômicas que o executivo apresentará na Câmara. A crise envolvendo Jucá foi detonada na edição de ontem da “ Folha de S. Paulo “, que mostra uma gravação em que ele sugere “um pacto” para deter a Operação Lava Jato. O diálogo com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado aconteceu em março deste ano, pouco antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados. Há outros pontos delicados na conversa, gravada de forma oculta pelo próprio Machado, quando Jucá afirma manter “conversas com ministros do Supremo” e quando chama o juiz Sérgio Moro de “uma torre de Londres”, uma referência ao castelo inglês onde ocorriam execuções e torturas nos séculos 15 e 16 para obter confissões de suspeitos. A gravação causou um grande constrangimento no novo governo. As conversas somam pouco mais de uma hora e estão nas mãos da Procuradoria Geral da República (PGR). Há um clima de apreensão em Brasília porque Machado procurou, na época, outros caciques do PMDB e até do PSDB, temendo que as investigações contra ele fossem enviadas de Brasília para a Justiça Federal de Curitiba. O ex-presidente da subsidiária da Petrobras foi citado na delação premiada de Paulo Roberto Costa, na Lava Jato. Jucá também é um dos investigados no esquema do “Petrolão”. As justificativas de Jucá, que tentou se defender em entrevista coletiva, ontem, não convenceram oposicionistas e governistas. O ministro do Planejamento não teve outra saída e à tarde anunciou que vai se licenciar da pasta até que o conteúdo da gravação seja apurado pela Polícia Federal. Ele volta, agora, para o Senado. O episódio envolvendo Jucá e Machado pede uma atitude forte de Temer, sob risco de ver contaminada sua própria imagem e a do Palácio do Planalto. Principalmente porque mesmo antes de assumir a Presidência interina, Temer já enfrentava desconfianças quanto sua postura em relação a Lava Jato. Desconfianças que o fizeram assumir publicamente que não vai interferir na maior investigação contra corrupção da história do País. Compromisso que agora é cobrado pela sociedade. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 24 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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