quinta-feira, 31 de março de 2016

SEM TRÉGUA


   Aedes Aegypti não tem dado trégua. Em uma incansável escalada, semanalmente vários casos de dengue são acrescidos na lista e, conforme o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, 10% dos 399 municípios paranaenses enfrentam epidemia da doença. Ao todo são 18.541 casos confirmados e já foram registradas 31 mortes, 299 municípios estão infestados pelo mosquito há pelo menos 12 meses consecutivos. São números significativos e que retratam fielmente a gravidade do problema. 
   O cenário se repete em vários Estados brasileiros. Ainda há a preocupação com as outras doenças transmitidas pelo Aedes, como a zika e a chikungunya. Na região Nordeste há o registro do maior número de microcefalia em bebês, sugestivas de infecção congênita. É um problema muito maior e que vai afetar várias gerações de brasileiros. E, por isso, é preciso tratar mais seriamente o combate ao mosquito Aedes aegypti.
   A realização do “Dia D”, quando são envolvidas várias autoridades e e se promove uma força-tarefa para exterminação de criadouros, é importante, mas o País precisa de muito mais que isso. Faltam inseticidas para a aplicação do Fumacê, que teriam que ser repassados pelo Ministério da Saúde. Como discutir o assunto seriamente com um governo que sequer faz a sua parte em situações graves como a atual? É preciso muito mais que marketing. Prevenção à saúde se faz se faz sim com investimentos e com a capacitação de profissionais. 
   Campanhas de conscientização tem de ser uma constante. Tem que ser feito um trabalho contínuo junto à população para extermínio de criadouros, Infelizmente, o cidadão brasileiro não é educado para ações cidadãs. Basta dar um rápido passeio pelas ruas de qualquer cidade para verificar lizo jogado no chão e em terrenos baldios. São ações indevidas da própria população que não foi educada. Por isso, as campanhas devem ser intensificadas e devem ser iniciadas pelas crianças. Não se pode dar trégua ao mosquito. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira. 31 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 30 de março de 2016

FIM DO MUNDO


   Minha mãe quando era pequena tinha o maior medo do fim do mundo. 
   Eram os anos da Segunda Guerra Mundial e ela morava no sítio. Devia ter uns oito ou nove anos de idade.
   Meu avô materno era um desses sitiantes que tinham vindo desbravar o norte do Paraná. Moravam na região de Londrina, num pequeno sítio, desses que a Cia de Terras Norte do Paraná loteava para pequenos agricultores. 
   Com a guerra em curso qualquer notícia era novidade. Principalmente quando eram convocados os brasileiros. Os pais viviam com o coração na mão com medo que os filhos fossem chamados pelo governo para lutar na Europa. Os jornais demoravam para vir e todo mundo queria saber o que estava acontecendo. Rádio era raridade, e pra gente bem de vida.
   Chegava lá no sítio um compadre de meu avô fazendo o maior estardalhaço:
   - É o fim do mundo, Juliano. É a guerra. 
   Minha mãe corria de medo na saia de minha avó. 
   E o compadre trazia debaixo do braço um jornal já atrasado com as últimas notícias da Europa em guerra. 
   - Que barbaridade!
   E lá iam os comentários. A coisa descambava para o lado do armagedom e o fim do mundo. As profecias se realizando e até Nostradamus entrava no meio da conversa. 
   - É o fim do mundo, Juliano.
   Quando o compadre ia embora meu avô dizia rindo:
   - Esse compadre... o mundo acaba pra quem morre.
   E voltava aos seus afazeres depois da nobre visita. 
   Minha mãe com o coração batendo a mil por hora saía da saia de minha avó e ia se certificar se o homem havia mesmo ido embora. 
   Hoje minha mãe diz pra mim:
   - Eu tinha pavor só de ver aquele homem chegando. Já sabia o que ele ia dizer: É o fim do mundo, Juliano”. E vinha com o jornal debaixo do braço trazendo com satisfação as últimas notícias ultramarinas de seu armagedom particular.
 Era o fim do mundo mesmo. ( DAILTON MARTINS, comerciante em Londrina, página 3, caderno FOLHA 2, espaço CRÔNICA, quarta-feira, 30 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A CRUZ DOS NOSSO DIAS


   Sempre que vou à Catedral de Londrina, gosto de parar por alguns momentos diante da imensa cruz de madeira que fica ao lado da porta de entrada. É uma obra impressionante, feita com troncos de árvores nativas. O que chama atenção naquela imagem é a força da figura de Jesus preso ao madeiro. No auge do sofrimento, Jesus revela-se em toda sua majestade de Deus-Homem.
   Aquela cruz vem de tempos antigos. Por ser feita de madeira de nossa terra, provavelmente de peroba, tem uma força simbólica que me faz pensar nas histórias dos pioneiros londrinenses. Quando estou diante da cruz, vejo um caminhão chegando em uma noite sem luar. Após longos dias de viagem, o caminhão traz a família do pioneiro Eugênio Brugin – ele, mais a mulher Elvira, que estava doente, e nove filhos. 
   Elvira só conseguia ver três casas de madeira no meio da floresta: uma delas, que o próprio Eugênio havia construído, com a ajuda de alguns camaradas portugueses. Então ela pergunta ao marido: 
   - Onde fica o resto da cidade, Eugênio?
   - Fica um pouco mais pra cima.
   Mas, na manhã seguinte, Elvira descobriu que não havia cidade “mais pra cima”. Em 1931, a cidade eram eles, mais as famílias de David Dequêch e Alberto Koch. Depois chegaram outros. Quase todos passariam pela fome, pela doença, pelo cansaço – pela cruz. 
   Um dia, Eugênio e o filho Fernando ajudaram a erguer uma grande cruz ao lado da Igreja Matriz, no mesmo lugar onde está a Catedral. Jovens e velhos se uniram naquela cerimônia simples e emocionante. Eugênio, imigrante italiano que perdera tudo com a crise de 1929, sentiu-se alegre quando viu a cruz em pé. Eles vieram reconstruír a vida no Sertão: naquele momento, teve a plena certeza de que não estava só. 
   A cruz que Eugênio ajudou a erguer naquele dia não era a mesma que hoje está na Catedral, mas guarda com ela um íntimo parentesco. São cruzes irmãs, são filhas da floresta. Representam a dor e a alegria e a glória daqueles homens e mulheres que venceram tudo para construir um sonho – o sonho que nós habitamos hoje. 
   Em Londrina, Eugênio e Elvira tiveram muitas alegrias, mas também passaram pela maior que se pode conceder: a perda de um filho. Vítima de um provável erro médico, Fernando morreu aos 22 anos, em 9 de setembro. Iria se casar em 5 de outubro. O médico novato que lhe aplicara uma injeção fugiu da cidade às pressas. 
   Hoje é Sexta-feira da Paixão. A palavra Paixão, no caso, quer dizer Sofrimento. Nós cristãos costumamos dizer que a cruz é a única esperança. Temos que passar pela dor antes de conquistar a recompensa. Jesus também vivem em um tempo e um país governado por psicopatas. Ao olhar para a cruz de madeira, filha da floresta, eu vivo um instante de consolação para todo o sofrimento que nossos pais enfrentaram, eo que nós enfrentamos agora. Apesar de tudo, meu coração se enche de esperança, porque logo será dia – o Dia da Ressurreição. ( Fale com o colunista: avenidaparana@jornaldelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, coluna AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet, sexta-feira, 25 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

OFICIALMENTE FORA



   Os 13 anos de parceria PT-PMDB chegaram oficialmente ao fim ontem. Em uma reunião relâmpago, o partido aprovou uma moção que determina a entrega de todos os cargos no Executivo e a punição de quem desobedecer a ordem. O “desembarque” do governo estava sendo ensaiado há algum tempo e, se ocorreu nessa semana, é porque o PMDB não acredita na manutenção de Dilma Rousseff (PT) na Presidência. Aliás, analistas já sinalizaram que as chances da presidente permanecer no cargo são mínimas. 
   Sem apoio político e popular e com as revelações e os desdobramentos da Operação Lava Jato dificilmente Dilma terá sustentação. O PT sabe disso, tanto que agora negocia individualmente com os ministros filiados ao PMDB. Além das cadeiras principais da Esplanada, são cerca de 500 cargos em outros escalões. Na reunião ficou definido que as cadeiras ocupadas pelo partido devem ser entregues até 12 de abril – data próxima à prevista para a votação do impeachment da presidente. 
   Sem o PMDB é provável que outros partidos aliados também deixem a base governista. Tanto que o Planalto ontem se apressou para editar uma edição extra do “Diário Oficial” para apressar a liberação de verbas orçamentárias, incluindo projetos de interesse de deputados e senadores. Por meio de portaria, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, ampliou os limites de desembolso mensal para oito ministérios e para operações de empréstimos. Até abril, os gastos das pastas da Educação, Defesa, Transportes, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Planejamento e Advocacia-Geral da União poderão ser ampliados em até R$ 1,8 bilhões.
   É uma tentativa de angariar apoio dos deputados. No entanto, para a maioria dos membros do Legislativo brasileiro tão importante quanto quem ocupa o cargo máximo da administração federal é quem ocupará de fato. Agora, parece pouco provável essa continuidade. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br quarta-feira. 30 de março de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).     

terça-feira, 29 de março de 2016

O AMOR É MINHA BIOGRAFIA


   Dias atrás li pela manhã um verso de Murilo Mendes: “O amor é minha biografia”. Sei que, do ponto de vista literário, a frase não passa de um minúsculo fragmento na vasta obra do poeta mineiro; mesmo assim eu me afeiçoei a essas palavras tão simples e tão puras, a ponto de repeti-las sempre que posso. 
   Quis a providência que a missa de sétimo dia da Dra. Édina de Paula caísse exatamente no Domingo de Páscoa. A cerimônia foi celebrada na e bela Paróquia de Sant’Ana, que leva o nome da avó de Jesus. A igreja estava cheia de gente. Emocionaram-me as palavras do padre Manoel Joaquim e da promotora Susana de Lacerda, grande amiga de Édina. Se fosse preciso definir a procuradora de Justiça, falecida com apenas 56 anos, no auge da vida, eu usaria o verso de Murilo Mendes. O amor foi a sua biografia, Dra. Édina.
   O médico Luiz Carlos Miguita contou-me que Édina o procurou pouco antes de dar entrada à cirurgia (que seria a última) e disse a ele: “Há momentos em que não podemos morrer”. Talvez seja verdade, Dra. Édina. Pessoas como você jamais podem morrer sem causar uma grande tristeza e uma inestimável falta. Mas todo dia é dia de ressuscitar. Deus não estava precisando de sua vida. Estava precisando de sua ressurreição.
   Eis que abro o jornal na segunda-feira e leio a reportagem de capa, assinada pelo colega Celso Felizardo (um jornalista cujo sobrenome é perfeito para definir não ele, mas os seus leitores na Folha). Na página interna, ao lado da coluna Avenida Paraná, há uma foto e um breve perfil do médico cancerologista Antônio Amarante Neto. 
   Dr. Amarante – cujo nome significa “aquele que merece” – é um herói da minha vida. Em 1995, no Hospital do Câncer de Londrina, ele realizou uma operação de mastectomia em minha mãe, Aracy Briguet. Graças a ele, minha mãe pôde viver mais 16 anos com alegria e entusiasmo. Viveu para conhecer os dois amados netinhos, Liz e Pedro. Não há dinheiro nem gratidão que paguem essa dívida. 
   Ouso dizer que a cirurgia foi apenas mais um componente no renascimento de Aracy. O mais importante, acredito eu, foi a confiança, foi a calma, foi a tranquilidade, foi o realismo esperançoso que minha mãe encontrou em cada uma das palavras de seu médico, ao longo dos vários anos de tratamento e acompanhamento da doença. O mais importante foi a gentileza e atenção dos funcionários do Hospital do Câncer. O mais importante foi ver a vó Maria sentadinha no quarto do hospital, fazendo as suas orações. 
   É preciso ter uma grande coragem e um indefinível amor ao próximo para ser um bom médico, especialmente quando se fala em câncer. Certamente não por acaso, a foto de Antônio Amarante publicada ontem na Folha em ao fundo uma imagem da face de Jesus Cristo, aquele que teve a maior coragem e o maior amor de todos os tempos. Também não por coincidência, Murilo Mendes era um poeta convertido ao cristianismo. O amor é nossa biografia ( Fale com o colunista, avenidaparana@folhadelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, coluna AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet, terça-feira, 29 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

REGÊNCIA VERBAL


   Em gramática, regência é o nome que se dá a relação entre dois termos, em que um deles (regente) é complementado pelo outro (regido). Quando o termo regente é um verbo, temos a regência verbal. Por exemplo: na frase: “Ela comeu chocolate”, o verbo COMER é complementado pelo termo CHOCOLATE. 
   Quando um verbo não precisa de complemento, é chamado de INTRANSITIVO. Isso equivale a dizer que esse verbo tem sentido completo, como o verbo CHOVER, por exemplo. Se você diz simplesmente que “choveu”, não é necessário acrescentar mais nada para que a informação seja entendida. Você pode até dar mais detalhes, como “choveu ontem” ou “choveu muito”, mas, caso não faça isso, a frase continua sendo entendida. Outros exemplos de verbos intransitivos: “O bebê nasceu”, “Ela chegou”. “O filme acabou”, etc. 
Já quando o complemento é necessário, temos um verbo TRANSITIVO. Nesse caso, a ausência do complemento compromete o entendimento. É o que acontece com o verbo COMPRAR, pois se alguém disser apenas “Eu comprei”, mas não especificar o que foi comprado, a informação fica incompleta, comprometida. 
   Se o complemento se ligar ao verbo sem a necessidade de preposição, ele é OBJETO DIRETO, e o verbo, nesse caso, é classificado como TRANSITIVO DIRETO. Por exemplo: nas frases “Ele leu o livro”, “Nós vimos o filme” e “Ela fará a comida”, temos três verbos transitivos diretos ( ler, ver e fazer ), com seus respectivos objetos diretos ( o livro, o filme e a comida).
   Caso seja preciso usar uma preposição entre o verbo e seu complemento, é um VERBO TRANSITIVO INDIRETO, como nas frases “Eu não gosto DE pizza”, “O médico atendeu AO paciente” e “Nós simpatizamos COM a professora “. Notou as palavras destacadas? São as preposições, ligando os verbos a seus complementos. E um detalhe: elas não são opcionais, Aliás, quem nos indica qual é a preposição mais adequada para cada verbo é justamente a regência verbal. 
   Há ainda uma outra possibilidade: o verbo TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, que necessita de dois complementos , um sem preposição (o OBJETO DIRETO) e outro com (OBJETO INDIRETO). Por exemplo: “Entreguei o dinheiro ao professor”. “Ela dará o presente à sua mãe”, etc. 
   É importante notar que, para entrar nessa classificação, o verbo deve conter a ideia de ação, caso contrário ele será, provavelmente, um VERBO DE LIGAÇÃO. É o que ocorre com os verbos SER, ( “A menina é bonita”), ESTAR “Ele está cansado”), FICAR (“Eu fiquei feliz”), entre outros. 
   Finalmente, você deve observar não só o verbo, mas a frase como um todo, pois muitos verbos de nossa língua admitem mais de uma regência, ou seja, mais de uma classificação. Veja os exemplos a seguir, com o verbo FALAR: 

1 – “ O bebê tem um ano e já FALA” – usado como intransitivo, sem complemento. 

2 – “Ele não FALOU a resposta” – aqui é transitivo direto, acompanhado do objeto direto ( a resposta).

3 – “Ela nunca FALA de mim” – a preposição DE indica que se trata de um verbo transitivo indireto, com “de mim” como objeto indireto. 

4 – “O chefe sempre FALA bom dia para todos” – verbo transitivo direto e indireto, com dois complementos: “bom dia” é o direto e “para todos” o indireto. 

Se achou complicado ou ficou com alguma dúvida, mande para nosso e-mail. Até a próxima terça! ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, terça-feira, 29 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

TRÂNSITO MAIS CIVILIZADO


   Mais de 40 mil brasileiros morrem todos os anos em acidentes de trânsito. Imprudência, embriaguez ao volante, desrespeito às leis de trânsito e problema mecânicos no veículo por falta de correta manutenção são alguns dos itens elencados pelas autoridades como fatores para as ocorrências. Todos esses “motivos” colocam o País entre os campeões de morte. Para se ter uma ideia, enquanto a média mundial é de 8,3 óbitos no trânsito para cada 100 mil habitantes, o Brasil registrou 19,9 mortes para cada 100 mil. O índice atingido no ano passado é absurdo, mas é o menor registrado desde 2010. 
   Por isso, toda redução no registro de acidentes e de mortes deve ser comemorada. É claro que como se tratam de vidas, qualquer número positivo é ruim, mas o importante que as estatísticas apontam para uma tendência de redução. Nesse feriado de Páscoa, o total de óbitos caiu de 19 (2015) para 14 (2016). Também houve menos acidentes: 242 , queda de 11,6% com relação ao mesmo o do ano passado. Importante acrescentar que o total de acidentes registrados anualmente nas estradas brasileiras também vem caindo: 7.391 (2015) , 7.526 (2013) e 7.594 (2012). 
   A redução é importante, mas é preciso ter em mente que ainda está muito longe do ideal. O Plano Nacional de Redução de Acidentes prevê a redução de 50% das mortes até 2020. É uma meta ambiciosa e se a redução continuar no atual ritmo provavelmente o País não a alcançará. Por isso, é de fundamental importância o desenvolvimento de políticas públicas integradas que foquem um trânsito mais civilizado. Também é de suma importância que um dos projetos a serem discutidos é o incentivo ao transporte coletivo. A prestação do serviço também precisa ser melhorada, mas o Brasil deve urgentemente investir em novos modais de transporte. É uma questão de sustentabilidade ambiental e de redução do tráfego, principalmente nas grandes cidades. 
   De qualquer forma, se por enquanto o meio ambiente não faz parte da da prioridade da maioria dos políticos, importante lembrar que os custos com acidentes consomem mais de 1% do Produto Interno Bruto, além das mortes registradas nas estradas. É um preço alto demais para o atual descaso. ( FOLHA OPINIÃO, opiniao@folhadelondrina.com.br págin a 2, terça-feira, 29 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 28 de março de 2016

MAIS ESPECIALISTAS NO TRATAMENTO DO CÂNCER


   Seiscentos mil novos casos de câncer deverão ser registrados no Brasil, em 2016, sendo cerca de 295,2 mil em homens e 300,8 mil em mulheres. A previsão é do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Alguns fatores justificam esse número, segundo especialistas do Inca, como o aumento da expectativa de vida, a urbanização e a globalização. Ainda conforme o instituto, os principais tipos que ocorrerão no País serão, por ordem de incidência, os de pele não melanoma (para ambos os sexos). Os de próstata e o de mama. E chama atenção para outros cânceres cuja incidência aumenta, que são os do intestino grosso (terceiro mais incidente entre as mulheres e o quarto entre os homens); pulmão (terceiro entre os homens e quinto entre as mulheres), colo do útero (quarto mais comum nas mulheres); estômago (quinto entre os homens e sexto entre as mulheres); e cavidade oral (sexto mais comum entre os homens).
   Diante desses números, a cancerologia está se tornando uma especialidade cada vez mais procurada pelos jovens médicos brasileiros, assunto que é tratado na reportagem de hoje da FOLHA. De 2011 a 2014, o aumento percentual de profissionais que abraçaram essa especialidade foi de 134,7% passando de 1.457 para 3.419 profissionais. Os dados fazem parte do estudo Demografia Médica no Brasil 2015, o mais recente mapeamento da Medicina no País, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Informações mais recentes da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), do ano de 2015, mostram crescimento de 75% em relação a 2014. No Paraná, existem 317 cancerologistas cadastrados no CRM.
   É importante perceber que a cancerologia vem despertando o interesse dos estudantes de medicina. A incidência de câncer está associada também a maior expectativa de vida da população, lembram os especialistas do Inca, que apontam, além da idade, outros fatores de risco: tabagismo, obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, entre outros. Há alguns anos, as pessoas quase não comentavam sobre o câncer, que foi um tabu por muito tempo. O nome era impronunciável e substituído por apelidos como “CA” ou “aquela doença”. Infelizmente, o tabu ainda prejudica o diagnóstico de alguns casos de doença, como o de mama e o de próstata. Que essa nova geração de médicos oncologistas ajudem a vencer o preconceito e o estigma que cercam o câncer. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira. 28 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O PREÇO DE UMA GESTÃO TEMERÁRIA



   As crises, à medida que não têm respostas positivas das políticas públicas e da gestão da economia, retroalimentam-se a cada dado negativo, num inevitável efeito dominó psicológico na população e nos setores produtivos. Exemplo disso foi o reflexo da divulgação da queda do PIB em 2015, de 3,8%. O impacto foi imediato nos desempregos, nos resultados da indústria e do comércio, nas compras de final de ano e até no carnaval: menos viagens, destinos mais baratos e freio no consumo. 
   Deve-se registrar que a presente crise atingiu majoritariamente aqueles que tiveram melhoria significativa na qualidade de vida a partir do Plano Real, principalmente as classes C e D, que passaram a consumir, incluindo viagens, artigos de toucador, cirurgia plástica, academias e outros itens de beleza e saúde. As ações do governo, nos últimos 20 anos que se seguiram ao Plano Real, até 2014, foram importantes. Observou-se crescimento no mercado interno das indústrias, comércio e serviços, mesmo com a forma assistencialista de redistribuição de renda do Bolsa Família, que demonstrou ser eficiente ao dar às pessoas de baixa renda uma esperança de melhores dias. Há, ainda, o financiamento da educação, bolsas de estudo e incentivos à compra da casa própria, dentre outros fatores de inclusão socioeconômica. 
   Os problemas brasileiros manifestaram-se, paulatinamente, a partir de 2008, quando eclodiu a grande crise mundial nascida no crash imobiliário norte-americano. Em nosso país, as autoridades diziam que era “apenas uma marolinha”. Agora, contudo, o mundo está se recuperando, mas o Brasil afunda numa grave retração econômica. Infelizmente, não se soube gerir os recursos e a política econômica no contexto da conjuntura global. Assistencialismo sem controle, desvios das finalidades dos recursos orçamentários, ocultação dos números da economia e uso de estatais, como a Petrobras, para reter a inflação, castigando o caixa da companhia. O governo gastou muito mais do que arrecada e gerou um enorme deficit fiscal. Como se não bastasse, os casos de corrupção são apurados na Operação Lava Jato minaram a confiança na economia nacional. 
   A falta de transparência, ausência de compliance e a gestão temerária da economia aprofundam a crise. O que se percebe nessa situação é que os juros começaram a aumentar por conta do crescimento da inflação. Porém, nem mesmo a Selic em 14,25% ao ano não contém os índice inflacionários. Não se observa a possibilidade de chegar a 4,5% ao ano, com viés de 2% em 2016. A baixa credibilidade provocou o rebaixamento das notas de crédito do País, dificultando e encarecendo os financiamentos externos. 
   Como o cenário é de redução do PIB, o efeito em cascata manifesta-se no desemprego, queda na arrecadação tributária e problemas para gerir uma máquina administrativa inchada e onerosa demais para a sociedade. O mais grave é que ainda se busca o equilíbrio fiscal por meio de aumento de tributos e não da redução de suas despesas. É uma imensa contradição. Se a União insistir em continuar aumentando impostos, a recuperação da economia poderá demorar muito tempo. A falta de dinheiro do governo federal para investimentos é nítida e, pasmem, já atinge a própria Casa da Moeda. Dados os custos da impressão e do papel, estuda-se uma forma de ampliar o uso de cartões. 
   Devido à falta de recursos, mesmo com a volta da CPMF defendida pelo governo, a situação fiscal é cada vez pior. A busca agora é pela venda de ativos, concessões e até uso do dinheiro do FGTS para aquecer o mercado, inclusive o mobiliário. A recuperação da economia brasileira dependerá de uma ação conjunta e da exemplar punição pelos desvios de finalidade no orçamento da União, para resgatar a confiança da população nas instituições. Também é fundamental, além das prisões de empresários e agente públicos, que a Operação Lava Jato consiga recuperar e repatriar todo o dinheiro roubado do povo. O preço de uma gestão temerária é muito alto para o país, em especial para as camadas populacionais de mais baixa renda. Estamos jogando na lata de lixo da história a grande oportunidade de desenvolvimento criada pelo Plano Real. ( REGINALDO GONÇALVES, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina em São Paulo, página 2, ESPAÇO ABERTO, domingo, 27 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

domingo, 27 de março de 2016

JOVENS SOFREM COM DESEMPREGO


   As filas que se formam frequentemente nas unidades do Sistema Nacional de Empregos (Sine) não escondem a realidade. O desemprego castiga o brasileiro e o estrago é maior ainda entre a população mais jovem, que nos últimos anos conseguiu adiar a entrada no mercado de trabalho a fim de se dedicar mais ao estudo. Porém, hoje, a situação é bem diferente. A crise econômica não poupa quem deveria estar apenas estudando ou no máximo trabalhando como menor aprendiz. Foi em uma dessas filas por emprego que a reportagem da FOLHA encontrou pessoas muito jovens, com menos de 16 anos, a procura de uma ocupação remunerada com o objetivo de ajudar a compensar a perda da renda familiar. As famílias brasileiras estão mais pobres e a geração que desconhecia a inflação está sentindo os reflexos da recessão econômica. Se os últimos 10 anos foram de estabilidade, 2016 chegou ao mercado pelas dificuldades, situação que piora com incerteza política. 
   No último ano, cresceu muito o número de adolescentes e jovens à procura de uma ocupação, cenário apontado pela Pesquisa Mensal de Empregos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Historicamente, o índice de pessoas desocupadas nesta faixa etária é sempre maior que a média geral. O crescimento da taxa, porém, indica que a crise está antecipando a entrada dos mais novos no mercado de trabalho. Conforme o IBGE, em janeiro de 2015 a taxa de desocupação na faixa de 18 a 24 anos era de 12,9%. Um ano depois, atingiu a marca de 18,9%, numa alta de seis pontos percentuais. O desemprego aumentou em todas as idades, mas em proporção bem menor, pouco mais de 2%. No Paraná, a realidade não é diferente. Uma pesquisa referente ao terceiro trimestre de 2015, realizada também pelo IBGE, indica que o desemprego atingiu 13% das pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos, o que totaliza um contingente de 111 mil jovens procurando emprego no período. No ano anterior, a taxa era de 9,1%. 
   O desemprego entre jovens em uma consequência atual, que são as dificuldades financeiras para enfrentar as necessidades imediatas, mas também terá reflexo no futuro. Há o risco dessa população se tornar menos qualificada, com as dificuldades de encontrar estágios e boas oportunidades de entrada no mercado de trabalho. A magnitude desse problema dependerá do tempo que o País levará para se reerguer. Pode Executivo e Congresso precisam encontrar uma solução urgente e definitiva para o quadro econômico, caso contrário, a inflação alta e a recessão tendem a agravar ainda mais o desemprego. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo , 27 de março de Março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

QUEM PRECISA DE PSICOTERAPIA?




   Autoconhecimento e investimento em si mesmo são algumas das vantagens das sessões com psicólogos. Procurar um profissional é mais um sinal de coragem que de fraqueza. 

   No mês passado, o convite para a inauguração de uma clínica de psicologia trouxe uma pergunta intrigante: quem precisa de psicoterapia? Se fosse uns anos atrás, a resposta poderia ser bem diferente, considerando o então estigma de atrelar a necessidade de um psicólogo a um estado de loucura. 
   “Houve uma melhora, mas ainda é longe do ideal, avisa o psicólogo Paulo Soares, do Núcleo Evoluir e coordenador do curso de psicologia da Unopar. “A psicologia foi regulamentada no Brasil há cerca de 50 anos, ainda é novidade. Mas está sendo inserida em outros contextos, que não o da clínica, como as políticas públicas. E isso vai contribuir para que daqui 10, 15 anos, esse preconceito seja menor. Quando me formei há 10 anos, era bem pior”, lembra
   “A sociedade exige que você seja forte. Que você se levante todos os dias e vá fazer, muitas vezes, o que não gosta. Há os valores de subir na vida, ganhar dinheiro, trocar de carro, ter um apartamento bacana. E tudo isso vem a custo de muito sofrimento psicológico. A sociedade pressupõe que você tem que dar conta. As pessoas não são fortes, ficam tristes, deprimidas e ao tentar disfarçar isso adoecem”, fiz Soares. “Eu sempre digo para todos os pacientes ‘o fato de você estar aqui é prova de que você é muito mais corajoso que a maioria das pessoas’. A sociedade é preconceituosa com as pessoas que admitem que precisam de ajuda." 
   “O movimento é paradoxal. Você está em uma sociedade que enlouquece e faz adoecer, mas ao mesmo tempo não tem espaço para admitir isso”, diz. O psicólogo alerta que “o corpo humano não foi feito para lidar com isso. Vem a alegria, a dor de estômago, a gastrite que é muito comum. O corpo responde’, diz. “É menos uma questão de precisar de psicoterapia e mais de merecimento. As pessoas merecem ter espaço para lidar com isso. , se dar esse presente”, ensina Soares.
   “A psicoterapia pode permitir um autoconhecimento que vai ser muito importante. É importante a gente olhar para a gente mesmo a partir de um prisma mais técnico, que vem do olhar do outro para entender melhor o que a gente faz”, explica Soares. Todas as pessoas merecem. Hoje a psicoterapia é mais acessível que um tempo atrás, há mais profissionais oferecendo esse serviço”, diz. 
   O psicólogo destaca que terapia é um investimento que “você está fazendo em você”, mas o resultado pode ser sentido a médio e longo prazo. “O resultado do processo terapêutico vai exigir um trabalho. Todo ser humano pode se beneficiar desse processo.”
   “As pessoas acreditam e o senso comum reforça que nós nascemos de um jeito e vamos ficar assim para sempre. Isso não é verdade, para a psicologia o ser humano pode mudar o tempo todo”, avisa o psicólogo. Para Soares, a metáfora que define bem o processo terapêutico é a de um filme. “Quando a gente está vivendo a nossa vida, está prestando atenção naquilo que está acontecendo. O terapeuta vai te ajudar nisso. ‘Vamos olhar de fora, vamos ver o que aconteceu. Vamos pausar e pensar em um novo roteiro, em um novo final’, é como costumo apontar para o paciente. O filme é isso: você vai, volta, imagina possibilidades, o que vai acontecer”, contextualiza. ( KARLA MATIDA- Reportagem Local – Fotos: Shutterstock. 

   CAPACIDADE PARA ENFRENTAR A VIDA


   “Quanto mais a pessoa é saudável, mais ela procura a terapia. Quanto mais doente, mais ela é resistente, inclusive acreditando que é ela que está certa no mundo e os outros é que estão errados”, explica a psicóloga Denise Tinoco, coordenadora do curso de psicologia da UniFil. “A psicoterapia serve para o autoconhecimento e pode ser feita em diversas abordagens. Eu trabalho com a psicanálise. O Freud já dizia lá atrás que onde há id (termo que ele usa para falar do nosso consciente), o ego (nosso princípio de realidade) deve estar. Então é muito importante que a gente conheça profundamente o nosso inconsciente”, diz. 
   “Quando estamos cegos, podemos pensar em fazer algo e acabar fazendo outra coisa. Então é muito importante que as pessoas não andem às cegas na vida, que ela se conheça, até para que possa usar as suas potencialidades. Que tenha uma vida mais pautada no prazer e não no sofrimento. Não que ela não vá ter mais sofrimento, isso não existe. Mas que ela tenha mais condições de enfrentamento e que aprenda com as dificuldades e cresça. Para que ela possa viver melhor”, ensina Denise.
   “A gente sabe que 10% da população é resiliente. Então 90% precisa de psicoterapia. Não que os outros 10% não precisem. Só que eles tem mais condições de enfrentamento da vida que os outros”, explica a psicóloga. Com quase quatro décadas de profissão, Denise vivenciou uma mudança grande nas patologias. 
   “Tem toda uma mudança na estrutura familiar e as pessoas vão mudando também. Na época do Freud, que passou a falar de psicanálise no final do século 19 e morreu em 1939, a grande patologia era a histeria porque existia uma sexualidade muito reprimida e culposa. E também havia muitos quadros depressivos”, contextualiza. 
   Segundo a psicóloga, a partir das duas grandes guerras mundiais, principalmente depois da Segunda Guerra, as patologias mudaram muito. “Hoje há muitas pessoas borderliners que ficam no limite entre a psicose, a neurose e a psicopatia. E muita depressão também, que aumentou muito. A psicopatia tem aumentado bastante. Os pais não dão limite para os filhos, até para compensar a ausência, então as crianças não formam direito o superego, que são os valores da cultura introjetada em nós Daí tem muita delinquência, muita mentira”, diz. 
   Denise explica que, segundo Freud, tem saúde mental a pessoa que consegue trabalhar, se sustentar e fazer relações interpessoais duradouras. “Hoje sabemos que saúde mental é sinônimo de espontaneidade e flexibilidade, de capacidade de enfrentamento das situações difíceis, da capacidade de negociação entre as pessoas”, pontua. ( K.M) – KARLA MATIDA ´Reportagem Local, Fotos: Shutterstock, páginas 16, 17 e 18, COMPORTAMENTO, FOLHA DA SEXTA, 25 DE Março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 25 de março de 2016

JUIZ INFLUENTE


   As investigações da Operação Lava Jato elevaram o juiz federal Sérgio Moro a ostentar o status de “herói nacional”.  Seu rosto estampou máscaras no Carnaval – a maior festa popular brasileira – e seu nome foi aclamado durante a maior manifestação registrada na história do País em vários municípios. Se entre especialistas jurídicos há críticas quanto às suas últimas atuações, principalmente na liberação à imprensa de uma conversa telefônica gravada entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não se pode negar que o seu modo de atuação tem agradado a maioria dos brasileiros.
   Ontem a revista norte-americana “Fortune” inclui Moro entre os maiores “líderes “ capazes de transformar o mundo. Ele, que é o único brasileiro a integrar a lista, figura na 13ª posição, à frente do roqueiro Bono Vox, líder da banda irlandesa U2. Também foram incluídos na lista Jeff Bezos, fundador da Amazon, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, o papa Francisco, entre outras personalidades. A publicação cita que Moro lidera um caso que tem contribuído para colocar no passado “a longa endemia da corrupção pela América Latina”. Também é citado como protagonista da “edição brasileira e real do filme Os Intocáveis”, que narra a saga de um grupo de policiais no combate ao crime na Chicago dos anos 30.
   É inegável que em meio ao maior escândalo de corrupção do mundo e ao enfrentamento de uma crise ética e moral, a população deposita suas expectativas em um juiz. Em pouco tempo, decisões de Moro levaram à cadeia políticos importantes, proprietários de empreiteiras e profissionais que comandavam a as maiores empresas brasileiras. Foram fatos até então inéditos na história do País, que estava acostumado a assistir crimes de “colarinho branco” ficarem sem punição. 
   É importante que a população apoie as investigações da Lava Jato e todo trabalho da Justiça. Certamente esse processo marcará a história do País e promete reescrever um novo capítulo. No entanto, também deve-se ficar vigilante para que excessos não ocorram. A apuração dos fatos tem que seguir isenta e técnica. É isso que os brasileiros esperam. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 25 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).   

quinta-feira, 24 de março de 2016

DEFICIT NAS CONTAS PÚBLICAS


   Enfrentando uma das mais graves crises da história do País e com uma recessão econômica a reboque, o governo deve enviar ao Congresso projeto de lei que autoriza a redução da meta fiscal do ano para um déficit de R$ 96,65 bilhões, o equivalente a 1,55% do Produto Interno Bruto. A meta fiscal deste ano, definida em lei, era de poupar R$ 24 bilhões para o pagamento de juros da dívida pública. 
   O Ministério da Fazenda chegou ao número ainda considerando gastos que o governo insiste sob o argumento de tentar reanimar a economia, como investimentos em saúde, educação e obras em andamento. Mas, dessa forma, será o terceiro ano consecutivo de déficit nas contas públicas, o que faz a dívida do governo crescer, assim como os gastos com juros. Enquanto o projeto não é aprovado, o governo diz que vai cortar R$ 44,6 bilhões nas despesas. Também conta com R$ 70 bilhões de receitas extraordinárias, como recriação da CPMF e repatriação de bens no exterior. 
   Dessa forma, há a manutenção da postura adotada até agora de não equilibrar o orçamento, de gastar mais do que arrecada. É uma atitude contrária à tomada pela maioria das famílias brasileira, que viram seu poder de compra cair drasticamente. Indica também a falta de comprometimento da presidência com a atual situação do País. Não são somente empresas e famílias que devem dar a sua contribuição ao governo neste momento de grave crise econômica. 
   A população tem sido bastante penalizada pelo aumento da inflação e pela alta do desemprego. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego , apontam que fevereiro terminou com o fechamento de 104,5 mil vagas formais, retração de 0,26% no mercado de trabalho em comparação com o mês anterior. O cenário é grave e a população tem que participar mais ativamente da vida pública. O atual governo já demonstrou incapacidade para continuar a comandar o País. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhdelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 24 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 23 de março de 2016

INTRODUÇÃO - LIVRO PHILIA - PADRE MARCELO ROSSI

   Amados, este livro nasceu em um momento muito difícil de minha vida. 
   Eu estava saindo de um longo processo de depressão que havia me roubado a saúde e a alegria de viver. Durante o tempo em que vivi na escuridão, fui assolado por pensamentos autodestrutivos, perdi peso e me isolei de todos. Muitas vezes me perguntei: por que está acontecendo isso comigo?
   Os motivos do Senhor são sempre imprevisíveis. Como diz o apóstolo São Paulo em sua Epístola aos Romanos: “Quão impenetráveis são os Seus juízos e inexploráveis os seus caminhos!” (Rm 11,33). Às vezes, só na escuridão é que conseguimos ver a luz. Foi o que aconteceu comigo. Hoje sei que Deus me fez passar por tamanho sofrimento para que eu pudesse ajudar as pessoas que sofrem com a depressão e outros males do espírito.
   Certa manhã, enquanto fazia minha oração diária, uma palavra surgiu em meu pensamento: Philia. 
   Era com essa palavra que os antigos gregos definiam o amor dos pais por seus filhos, o amor de um irmão por outro irmão, o amor de um amigo por outro amigo, o amor entre os cidadãos. 
   Philia, o amor fraternal. 
   Meus livros anteriores também têm título derivados do grego. O primeiro, Ágape, significa o amor divino. Kairós, o segundo, e o tempo de Deus, diferente do tempo dos homens. Achei que Philia era um bom nome para se completar uma trilogia.
   Estava lançada a semente deste livro. 
   Foi movido pelo amor Philia que comecei a escrever. Meu primeiro impulso foi me deter apenas em minha experiência pessoal e discutir os malefícios da depressão e o quanto qualquer pessoa está sujeita a eles. 
   Mas depois me lembrei das centenas de e-mails que recebo todos os dias com pedidos de oração e conselhos. Lembrei dos inúmeros testemunhos que ouço das pessoas que me procuram no Santuário Mão de Deus em busca de solução para seus problemas. Muitos se queixam de depressão, mas também de vários outros males. 
   Fiz uma seleção das angústias que mais afligem o coração de meus amados. Foi assim que cheguei ao tema dos catorze capítulos deste livro: depressão, ansiedade, tristeza, pessimismo, medo, remorso, vício, desemprego, maledicência, inveja, ciúme, ira, ingratidão e autoimagem. 
   Do mesmo modo que a oração me ajudou a superar a depressão, acredito que a discussão desses assuntos, tendo sempre a Palavra de Deus como pano de fundo, possa trazer conforto para milhares de pessoas. Como creio no poder curativo da oração, há uma prece no final de cada capítulo para rezarmos juntos pela sua recuperação e a de seus entes queridos. 
   Optei por uma linguagem descomplicada não só porque quero ser entendido por todos, mas porque Deus é simples. Sou apenas um instrumento de Seu amor. 
   Quando coloquei o ponto final no último capítulo do Philia, percebi que estava plenamente recuperado da depressão.
   Foram cumpridos os desígnios d Deus .
   Philia estava pronto para chegar ao coração dos leitores e curá-los de seus males. 
   Como último pedido, faço minhas as palavras que estão na Primeira Epístola de São Pedro:
   “22 Em obediência à verdade, tendes purificado as vossas almas para praticardes um amor fraterno sincero. Amai-vos, pois, uns aos outros, ardentemente e do fundo do coração” “1Pd 1,22).
   Abram os braços para Jesus e deixem que o amor Philia ilumine cada passo de sua vida.
   Boa leitura. 
   Com a minha bênção sacerdotal 
   PADRE MARCELO ROSSI. ( FONTE: Livro Philia – Editora Globo S.A. 1ª edição – 6ª reimpressão, São Paulo – SP).

terça-feira, 22 de março de 2016

PORTAS FECHADAS CONTRA A CORRUPÇÃO



   “As sociedades só conseguem sobreviver a uma grande crise se puderem contar com uma fonte de sentimento patriótico”, escreve uma fonte o filósofo inglês Roger Scruton , um dos mais importantes autores contemporâneos. Amor à pátria é o sentimento mais comum a todas as manifestações recentes do povo brasileiro contra a corrupção. 
   Os números mostram que a tal “divisão do país” em dois blocos distintos e equivalentes, um contrário e outro favorável ao governo petista, é uma fábula que só existe na cabeça dos militantes e dos “isentões” que desejam limpar a barra dos atuais manda-chuvas. A proporção numérica, tanto nas manifestações de rua quanto nas pesquisas de opinião, é de 9 para 1 contra o PT. E desconfio que em nossa cidade e região o placar seja ainda mais devastador.
   Em relação ao espírito que move esses lados tão desiguais, cito uma definição precisa que está circulando pelas redes sociais: “Um lado projeta contra a corrupção, independente de partido; o outro lado protesta a favor de um partido, independente de corrupção”.
   Na manhã de hoje os empresários de Londrina fecham as portas por 20 minutos em protesto contra a corrupção. Eles estão de parabéns. Entendo que a reconstrução do Brasil deve ser feita com a participação dos empresários, principalmente os pequenos, que são os mais afetados pela crise econômica, social e moral sem precedentes em nossa nação. Sem empresas fortes e saudáveis, não temos empregos, não temos produtividade, não temos justiça, não temos democracia, não temos futuro.
   Destaque-se o fato de que os empresários de Londrina decidiram pelo fechamento das lojas em um reunião pública, à luz do dia. Em nada se parece com os companheiros reunidos em segredo no quartel-general esquerdista para discutir as formas de defender o indefensável. Eis o desespero de um elite política e sindical que nos enche de vergonha!
   O fechamento das lojas de Londrina, ainda que por meia hora, é um sinal para o Brasil. Não vamos desistir enquanto os usurpadores da nação não estiverem, todos eles, longe do poder ou na cadeia. E quando falo “vamos”, não estou usando a segunda pessoa do plural gratuitamente: estou expressando a vontade de 90% do povo brasileiro. 
   Hoje são 30 minutos. Se for preciso vamos fechar as portas por 30 horas, 30 dias ou 30 semanas. Se for preciso, vamos parar o Brasil inteiro – porque o Brasil somos nós, não uma entidade abstrata, um partido político ou uma organização criminosa. 
   E não é por acaso que este ato público acontece justamente na Semana Santa: assim como nós acreditamos na Ressurreição de Jesus, temos fé no renascimento do Brasil. Que Deus nos acompanhe na jornada. ( Coluna AVENIDA PARANÁ – por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, espaço AVENIDA PARANÁ, segunda-feira, 22 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

OS PRONOMES DE TRATAMENTO


   Quando falamos sobre o uso de tu ou você, na coluna da semana passada, citamos que o pronome VOCÊ é um pronome de tratamento. Mas, você sabe o que são esses pronomes? São certas palavrinhas que ajudam na hora de tratar alguém de maneira diferente, mais formal. Nesse ponto, VOCÊ é até uma exceção, pois é usado aqui no Brasil como um pronome informal. Outros pronomes de tratamento bastante comum por aqui são “ o senhor” e “a senhora”, como forma respeitosa, geralmente para pessoas mais velhas. 
   Entretanto, existem outros pronomes de tratamento que, com frequência, despertam algumas dúvidas. Vamos a eles, com as respectivas abreviações:

   - VOSSA EXCELÊNCIA ( V. Exª.): é o tratamento recomendado para altas autoridades públicas, como o presidente, senadores, deputados, juízes, etc. Você, com certeza, já deve ter ouvido na televisão, quando o assunto é política. 

   - VOSSA SENHORIA (V. Sª.): tratamento cerimonioso, que pode ser usado com qualquer pessoa com quem se queira estabelecer um alto nível de respeito e formalidade, como em cartas comerciais, por exemplo.

   - VOSSA MAJESTADE (V.M.): Exclusivo para reis e rainhas. Se no país da pessoa o título for de “imperador”, usa-se a forma VOSSA MAJESTADE IMPERIAL (V.M.I.).

   - VOSSA ALTEZA (V.A.): Para príncipes, princesas e membros da nobreza, como duques, por exemplo. 

   - VOSSA MAGNIFICÊNCIA ( V. Magª.): Tratamento exclusivo para reitores de universidades.

   - VOSSA REVERENDÍSSIMA (V. Revma.): Para bispos e sacerdotes católicos em geral. Caso seja necessário diferenciar, podemos usar VOSSA REVERÊNCIA para sacerdotes e VOSSA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA para bispos. 

   - VOSSA EMINÊNCIA (V. Emª.): Para cardeais. 

   - VOSSA SANTIDADE (V. S.): para o papa. 


   Qualquer que seja o tratamento utilizado em cada situação, é importante destacar que a forma VOSSA só deve ser utilizada quando falamos com a pessoa diretamente. Se estivermos falando sobre a pessoa, o correto é usar SUA. Por exemplo: ao conversar com o governador você poderia perguntar-lhe “VOSSA excelência falou com SUA excelência, o senador Fulano, essa semana?
   Outro ponto que merece atenção é que com os pronomes de tratamento a concordância deve ser sempre feita com a terceira pessoa. Não se deixe enganar pelo VOSSA, que pode até lembrar o pronome VÓS (segunda pessoa do plural), mas é, na verdade, outra palavra. Assim, na hora de conjugar o verbo, utilize a mesma forma que usaria com VOCÊ. (Vossa excelência ESTÁ cansado pela viagem que FEZ?).
   Finalmente, tome cuidado na hora de usar os pronomes listados acima, verificando se há ou não necessidade de fazê-lo. Há pessoas, principalmente autoridades, que fazem questão do tratamento, mas geralmente seu uso é dispensável, podendo soar até pedante, dependendo do caso. Aqui em Londrina, por exemplo, Dom Orlando Brandes não faz questão nenhuma de ser chamado de VOSSA REVERENDÍSSIMA, como seria de seu “direito”. Nesse caso, basta um simples e respeitoso “senhor”.
   Ainda restou alguma dúvida? Mande para o nosso e-mail . Até a próxima terça! ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS e ESPANHOL. Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, espaço BEM DITO, segunda-feira, 22 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO


   Há algumas semanas, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em primeira instância, fez uma crítica aos parlamentares brasileiros. Ele reclamou que em dois anos desde o início da maior investigação contra corrupção já realizada no País, pouca movimentação se viu na Câmara Federal ou no Senado para mudar a legislação no sentido de dificultar a prática da corrupção sistêmica, que se tornou forte demais por aqui. 
   Porém, a partir de abril, os congressistas terão que começar a pensar – ou a se preocupar – com essa pauta. Isso porque o Ministério Público Federal (MPF) conseguiu reunir o apoio necessário para apresentar ao Congresso uma série de propostas legislativas que têm como objetivo combater o “crime do colarinho branco”. Trata-se da campanha “10 Medidas Contra a Corrupção”, que na última sexta-feira foi encerrada após obter 1,7 milhão de assinaturas de eleitores – o mínimo exigido para o início da tramitação de um projeto de lei de iniciativa popular é de 1,5 milhão de assinaturas. 
   A tramitação do pacote anticorrupção no Congresso deverá ser semelhante ao processo percorrido pela Lei da Ficha Limpa, também criada a partir da iniciativa popular e sancionada em 2010. Essa lei torna inelegível pessoas condenadas por corrupção eleitoral e improbidade administrativa, entre outros crimes.
   As “10 Medidas” contemplam várias propostas de mudanças legislativas. Se passarem pelo Congresso, as penas serão mais rígidas para quem comete crime de corrupção. As medidas também têm como objetivo facilitar a recuperação de recursos desviados, agilizar a tramitação das ações de improbidade administrativa e das ações criminais, criminalizar o enriquecimento ilícito entre outras. A campanha nasceu a partir do trabalho da força-tarefa da Lava Jato. 
   As milhares de assinaturas não dispensam a aprovação das propostas na Câmara e no Senado. Mas tanto apoio representa pressão popular e se o cidadão brasileiro que ver esse pacote de medidas entrar em vigor é preciso continuar mobilizado. Isso porque, organizações não governamentais que fiscalizam o trabalho parlamentar estimam que mais de 500 projetos de lei anticorrupção estão engavetados no Congresso Nacional e alguns deles há muitos anos. Apesar do clamor das ruas, é evidente que muitos parlamentares não estão interessados em dificultar a prática de um crime que, segundo a Fiesp, subtrai todos os anos, dos cofres públicos, entre R$ 50 bilhões e R$ 80 bilhões. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira. 22 de março de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 21 de março de 2016

EUA APONTAM EFICÁCIA DE VACINA DO BUTANTÃ CONTRA DENGUE


   A vacina, que está na última fase dos ensaios clínicos, oferece proteção completa contra o vírus segundo teste feito pelos norte-americano

   SÃO PAULO – Um teste feito pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) revelou que a vacina contra a dengue desenvolvida em parceria com o Instituto Butantã oferece proteção completa contra o vírus. 
   A terceira e última fase dos ensaios clínicos da vacina começou em fevereiro e está sendo feita no Brasil, pelo instituto. Os testes incluem a imunização de 17 mil voluntários humanos, que serão acompanhados ao longo de alguns anos. 
   Em artigo científico publicado na última semana na revista Science Translational Medicine, no entanto, os pesquisadores americanos apresentam os resultados de um teste clínico mais rápido e radical, ainda que realizado em pequena escala. 
   Neste modelo de testes, conhecidos como “desafios em humanos”, os voluntários são imunizados e depois recebem uma forma amenizada de vírus para avaliar a eficácia da vacina. 
   O estudo, feito por pesquisadores do NIH e da Universidade Johns Hopkins, também nos Estados Unidos, teve a participação de 41 voluntários que nunca tiveram dengue. A vacina foi aplicada em 21 voluntários e outros 20 receberam placebo. Seis meses depois, todos eles foram infectados com uma variante do sorotipo 2 do vírus – aquele cuja prevenção por vacinas é considerada a mais difícil entre os quatro sorotipos. 
   Os voluntários que receberam placebo tiveram sintomas moderados da doença. Entre os que receberam a vacina, 100% ficaram completamente protegidos da infecção e não apresentaram qualquer sintoma. 
   Segundo o diretor do Butantã, Jorge Kalil, o teste é bem-vindo e corrobora os resultados obtidos na fase 2 dos testes clínicos, feita pelo instituto. “É um estudo interessante e importante porque dificilmente as autoridades sanitárias brasileiras permitiriam que fizéssemos um teste do tipo desafio, usando o vírus vivo”, disse Kalil. “O teste de desafio em humanos mostrou que todo mundo ficou protegido. Já conhecíamos esses resultados e eles nos deixaram muito animados.”
   De acordo com Stephen Whitehead, do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas do NIH e um dos autores do artigo, os dados obtidos no novo estudo já haviam sido considerados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quando o órgão aprovou a realização da terceira fase dos testes clínicos. “Esses resultados subsidiaram a recente decisão das autoridades brasileiras para que o Butantã levasse adiante a terceira fase dos testes clínicos”, disse Whitehead. 

ZIKA

A autora principal do estudo, Anna Durbin, da Universidade de Johns Hopkins, afirma que o vírus amenizado, produzido pelos americanos, é capaz de infectar uma alta porcentagem dos voluntários sem causar sintomas mais graves da doença. Em geral, os pacientes apresentam apenas manchas na pele, mas não chegam a ter febre. 
   “Ficamos agradavelmente surpresos ao verificar que essa vacina fornece proteção completa às pessoas imunizadas”, disse Anna. Segundo ela, com o sucesso do experimento, o grupo espera desenvolver o modelo de desafio em humanos para outros vírus, incluindo o zika. “Acreditamos que um teste-desafio em humanos pode ser desenvolvido para zika. Ele seria uma ferramenta para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra essa doença”. ( FÁBIO DE CASTRO - Agência Estado, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 21 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

BRASIL VIVE UMA ESQUIZOFRENIA


   O ambiente político atual no Brasil, está uma loucura solta. O que mais há são justificativas que parecem ser reais ou até racionais, mas são puras alucinações. Um das características da loucura é se achar dono da verdade ou acreditar piamente em verdades absolutas, o que sempre leva ao fanatismo. O fanatismo é uma ideia intensamente valorizada que se torna um dogma, ou seja, algo inquestionável e que por ser considerado a única verdade que existe é defendido de qualquer forma, custe o que custar. 
   Hoje vemos pessoas que se julgam de esquerda e de direita brigando da pior forma possível. Criam-se ídolos intocáveis de ambos os lados. Deuses que não podem responder por seus atos, personalidades que não são devidamente investigadas, gente que não admite ser tratada como cidadão comum, mas como se pertencesse a uma categoria especial de seres. Estamos num circo, mas não aqueles divertidos, que trazem alegria, mas num circo de horrores ou melhor dizendo estamos em pleno hospício aberto.
   Pessoas fanáticas são perigosas porque para elas a violência é justificada. Por se sentirem possuidoras de uma verdade que não existe acreditam que podem defender suas ideias da pior maneira possível e o outro de fora é sempre o inimigo. Vivemos numa paranoia coletiva onde todos se dividem entre aliados ou inimigos. E para o inimigo só resta mesmo a violência verbal e até física. Um esquizofrênico está em constante luta consigo mesmo, entre aquilo que é alucinado e a realidade. Para alguém que padece deste distúrbio, a mente encontra-se dividida e as coisas são idealizadas. Há apego por aquilo que é endeusado e uma forte rejeição àquilo que é visto como mau. Na esquizofrenia não se vive a realidade, mas vive-se as alucinações e há constantes ataques à percepção da realidade. Ora, não é isso que vem acontecendo na sociedade?
   Ninguém mais consegue pensar já que para isso se faz necessário abandonar as idealizações, encarar a realidade e enfrentar os fatos desapaixonadamente. Já o fanatismo é paixão pela ignorância. O apaixonado sempre idealiza seu objeto ou sua ideia e não admite ser contrariado. Se para isso é necessário negar a realidade, não há problema nenhum em se desfazer dela e ainda por cima jogar tudo que é ruim naqueles ou naquilo que se julga que é contrário à sua paixão. Para quem vive a dimensão da paixão, o pensamento não existe: por isso a paixão é louca e perigosa e se nela não há possibilidade de pensamento o que fica no lugar é apenas reações. 
   Vivermos através das reações sem que estas tenham passado por uma mente que possa elaborar ou digerir é extremamente danoso porque reações são impulsos nus e crus. O perigo disso é que os impulsos só buscam satisfações e nunca contato com a realidade e se um dado impulso exige determinado ato e não há mente para conter, o ato será certamente realizado mesmo que se trate até de um assassinato. Enfim, a coisa é séria. 
   Mais triste e perigoso ainda é constatar que há gente que tem ou teve cargo de destaque conclamando o povo à violência tornando o que já está ruim em algo pior. Mais do que nunca se faz necessário termos pessoas eu possam pensar e não atuar por seus impulsos. Antes vivíamos numa sociedade neurótica, cheia de recalques onde nada se podia, porém agora vivemos numa sociedade esquizofrênica onde não se sabe mais se há lei. O que você vai fazer, agora, com sua mente no meio de todo esse turbilhão? ( SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicoterapeuta em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, segunda-feira. 21 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CRISE E MERCADO DE TRABALHO


   Um dos efeitos mais perversos da crise econômica é a perda de vagas no mercado de trabalho. No ano passado, a indústria da transformação – um dos segmentos mais atingidos pela crise, mas que paga salários mais altos e absorve mão de obra qualificada – perdeu 550 mil postos; no Paraná, foram fechadas 43 mil vagas. Londrina, que já não tem perfil industrial, encerrou o ano passado com 21,3 mil pessoas, quantidade menor do que a total empregada em 2009 – primeiro ano da série histórica do Ministério do Trabalho.
   Com poucas indústrias, as turbulências têm impacto maior. Também deve-se acrescentar que as sucessivas trocas na administração municipal afastaram investidores e impediram a elaboração de um planejamento de longo prazo, a partir da implantação de projetos de estímulo ao desenvolvimento. Agora, a retomada é mais lenta. Contribui também o atual cenário de instabilidade política, aumento da inflação e perda do poder de compra do consumidor.
   Projeções nacionais indicam que o mercado de trabalho só se recuperará em 2018. Isso porque o mercado sente os efeitos da desaceleração econômica com defasagem de até um ano, segundo especialistas. Com altos custos de demissão e contratação, os empresários primeiramente optam por fazer adequações na jornada de trabalho e na produção. Um dos últimos recursos são as rescisões. Tanto que para este ano a estimativas continuam pessimistas e apontam para a perda de 2,2 milhões de vagas formais. Para 2017, fala-se em fechamento de 100 mil postos. A saída para os trabalhadores certamente será a informalidade ou o empreendedorismo. 
   Se os próximos dois anos serão ruins, é importante que o empresariado invista em soluções que melhorem a lucratividade do negócio. Controle de custos, inovação e desenvolvimento de novos produtos são temas que não devem sair da pauta nas empresas até para que elas continuem competitivas. Em um quadro de crise econômica e com a corrosão do poder de compra das famílias, detalhes em produtos podem fazer toda a diferença. Se os empresários conseguirem sobreviver a mais esta crise, certamente sairão mais fortalecidos. ( FOLHA OPINIÃO , opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, segunda-feira, 21 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 20 de março de 2016

AINDA NÃO É COMO NA ROMA ANTIGA...


   O PT passou a década de 1990 inteira, pregando que era possível ter ética na política. Que não iria se repetir o que houve com o Fernando Collor. Que depois voltou como senador, e está na base de apoio ao Governo do PT – que ajudou a tirá-lo do Palácio do Planalto. E agora, o PT causa a volta do povo às ruas para tentar tirar uma presidente desse partido, que está deixando a desejar há muito tempo. É sofrimento demais para um povo ordeiro como o nosso, trabalhador como o brasileiro, que está perdendo empregos, pequenos e médios empresários fechando seus negócios, muitos devendo bastante, e todos lamentando terem reeleito a presidente Dilma. O problema brasileiro, na política nacional principalmente, é de ordem moral. O melhor seria, quem sabe, o Brasil voltar a tentar o Parlamentarismo, com espírito republicano. Elege-se o presidente da República, que é o Chefe de Estado, da Nação, mas o Congresso escolhe o primeiro ministro, que passaria a ser o chefe de governo. Se ele errar, ir mal no cargo, ele cai, sem que o país tenha problema de ordem institucional. Mas é preciso que o Congresso queira isso. Fazer inclusive uma reforma política, criar o voto distrital e etc. E outra coisa: aqui no Brasil cria-se sindicato a três por quatro. É preciso rever isso. O País tem o maior número de Sindicatos das Américas. A presidente Dilma criou 39 ministérios para atender até os pequenos partidos, porque eles têm horário político nas tvs e rádio de graça e negociam isso. E mais: o bom mesmo seria o Brasil convocar uma nova Constituinte. Essa de 1988 já era, já foi borrada, riscada e há artigos que determinam atos, como concursos, e não regulamentaram prazos, deixando as decisões mal explicadas por conta de tribunais – que nem sempre fazem justiça. Vamos lembrar o que disse um homem sábio: Entre a Lei e a Justiça existem os homens que decidem o que é o Direito de cada parte... Aquele símbolo da Justiça precisa deixar de ser cega, surda e muda. Restaure-se a moralidade no Brasil, que tem atualmente o mais alto índice de quadrilhas e criminosos de toda espécie solta por nossas ruas e cidades! ( FONTE; Social, OSWALDO MILITÃO social@folhadelondrina.com.br caderno FOLHA GENTE, PÁGINA 4, domingo, 20 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CRISE E DESCRENÇA


   Os desdobramentos da Operação Lava Jato e o aprofundamento das crises econômica e política provocaram reações sem precedentes entre os brasileiros. Manifestações quase diárias nas ruas das principais cidades brasileiras e a tentativa de divisão da população entre “elite branca” e trabalhadores compõem o atual cenário, um dos mais graves da história nacional. Além dos excessos cometidos tanto pelo Judiciário como pelo governo, pelos investigados e manifestantes é preciso que todos tenham maturidade para avaliar o atual momento. 
   Em dois anos, a Operação Lava Jato conseguiu desbaratar o maior esquema de corrupção operado no mundo. Bilhões foram desviados dos cofres da Petrobras, a maior estatal brasileira. Também foi revelado um engenhoso esquema de enriquecimento ilícito, tráfico de influência e favorecimento de pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores – combustíveis que causaram indignação na maioria dos brasileiros. No entanto, talvez a pior reação de todas, presente também muito fortemente entre as pessoas, é a perda da esperança. 
   Reportagem da FOLHA percorreu bairros da periferia de Londrina para conversar com a população sobre a crise política. Importante ressaltar que mesmo entre a população carente e que recebe o conjunto de benefícios sociais do governo federal praticamente não há simpatia à atual administração, mas há uma descrença generalizada com a política. Ao contrário do que tenta tachar o Partido dos Trabalhadores, não são apenas a classe média e a “elite” que estão contrárias. Ocorre a perda de apoio também entre grupos das camadas mais pobres da população, que têm sentido mais fortemente os efeitos da crise econômica e da inflação.
   Além disso, cresce o sentimento de desamparo, de que os governantes não têm a intenção de trabalhar par melhorar a vida da população, que os políticos só pensam em si mesmos e que as manifestações de rua não terão qualquer efeito positivo. Também é uma avaliação muito perigosa e que pode levar a um afastamento ainda maior da vida pública. E, neste momento, é preciso ainda mais participação. O País só irá melhorar quando a população passar a cobrar e a fiscalizar mais os atos de seus governantes, ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 20 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CLÍNICA DE FISIOTERPIA ATENDE BEBÊSDE RISCO


   Cerca de 40 a 45 bebês que nasceram prematuros ou com alguma dificuldade de coordenação motora são atendidos semanalmente na Clínica de Fisioterapia na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Cascavel. Segundo a professora Helenara Salvati Bertolosi Moreira, coordenadora do projeto de atendimento aos bebês de risco, informa que o projeto também acontece de uma forma interdisciplinar no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), juntamente com o Centro de Reabilitação da Instituição. Nesse local é realizado uma triagem para identificar os bebês que necessitam de uma intervenção para encaminhá-lo para a reabilitação na clínica. 
   Diante de cada caso explica a professora, o bebê pode até necessitar de outros tipos de atendimento, como a Fisoterapia Aquática ou a Terapia Ocupacional e a Fonoterapia. Paralelo a esse atendimento especializado também é desenvolvido um projeto de pesquisa, no qual, acompanha o desenvolvimento motor do bebê. “Usamos algumas estratégias, avaliações padronizada ajudando na mensuração bem objetiva de como está essa criança, se corresponde o esperado pela idade dela”, salienta. 
   Para a coordenadora do projeto o trabalho desenvolvido com esses bebês que necessitam de um acompanhamento é muito importante: “É gratificante intervir antes desse bebê ter sequelas motoras graves; não é só o enfoque motor nossa preocupação, mas sim o estímulo que essas crianças estão recebendo no momento certo a nível cognitivo, além do suporte emocional para as mães, porque muitas delas quase perderam o bebê, elas chegam com muito medo”, afirma. 
   O projeto é realizado na segunda e na sexta-feira, das 8 às 11 horas e das 13h30 às 17 horas. Os bebês prematuros de alto risco são atendidos na sexta-feira e na segunda-feira são atendidos bebês que nasceram até 37 semanas. ( REPORTAGEM LOCAL, página 3, caderno FOLHA CIDADES, quinta-feira, 17 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

'ENCONTRO' ENTRA NO ESPÍRITO OLÍMPICO




   Apresentadora Fátima Bernardes passa a fazer aulas com campeões; em primeira série de reportagens teve que encarar o tatame com ex-judoca Flavio Canto 

   SÃO PAULO – Em seu programa nas manhãs da Globo, Fátima Bernardes já mostrou que tem coragem, disposição e bom humor para encarar desafios como cantar, dançar, dublar, jogar capoeira e até se arriscar no pole dance – mesmo que isso lhe custe pagar micos. 
   Na série de reportagens que estreou ontem, no ‘Encontro com Fátima Bernardes” (Globo), ela começou a aprender alguns esportes olímpicos e ter aulas com atletas medalhistas. “Como eu nunca pratiquei esportes, a minha ideia é descobrir algumas coisas como se eu fosse uma aluna no primeiro dia de treino”, diz a apresentadora. 
   “Sempre fiz dança. Eu era a última a ser escolhida até para jogar queimada, como vocês dizem em São Paulo, pois sempre fui péssima com bola. Então, eu canalizava tudo para a dança. Por isso está sendo muito divertido ter essa oportunidade de aprender modalidades que nunca imaginaria fazer”.
   Assim, Fátima vai sair do estúdio para ter aulas de basquete, vôlei, tênis de mesa, ginástica artística, tênis e judô. E o primeiro desafio foi encarar o tatame com o apresentador e ex-judoca Flavio Canto. “Apesar de o judô ser um dos esportes olímpicos mais conhecidos, é importante esse tipo de reportagem para que as pessoas aprendam mais sobre as regras. E, claro, é divertido para o público acompanhar”, diz Canto. “A Fátima dançou durante muito tempo, então, ela é muito coordenada, Fez tudo com muita facilidade e me surpreendeu. Tudo o que eu propunha, ela fazia rapidamente, estava empolgada. Realmente ela foi de corpo e alma.”
   Segundo Fátima, a aula com Canto foi completa e engraçada. “Ele me ensinou até como amarrar a faixa, além de toda parte de aquecimento, de rolamento, até chegar aos meus primeiros golpes”, diz Fátima. “Meu filho fez judô, eu acompanhava as aulas, mas é diferente você olhar e você fazer. O que para ele era facílimo, por exemplo, rolamento, para mim já não é tão simples”, completa. 
   Fátima revela que fugiu na hora de praticar um dos golpes propostos na aula de Canto. “Obviamente eu fugi quando foi começar a parte de estrangulamento. Não quis saber disso, não. “A pessoa em casa vendo Fátima fazer judô pela primeira vez entende que todo mundo pode fazer ao menos uma aula desse esporte, afirma Canto.
   A próxima professora de Fátima será Hortência Marcari, do basquete. “Eu tenho essa incompatibilidade com a bola. Para mim ela é quadrada, e não redonda. E a Hortência foi uma professora linha-dura, pois leva aquilo a sério”, fala. “Ela disse que eu iria sair dali com vontade de fazer mais aulas, e ela conseguiu”. ( ALEX FRANCISCO – FOLHAPRESS, página 3, caderno FOLHA 2, sábado, 19 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 19 de março de 2016

MULHERES: UMA NOVA HISTÓRIA


   Há mudanças significativas no papel que a mulher vem ocupando ao longo dos anos. Conquistas de direitos legais, profissionais e de novos papeis no ambiente familiar estão possibilitando a criação de uma nova identidade e oferecendo oportunidades para que a mulher escreva uma nova história para ela, no momento, e para as que virão. Ainda há muito a desenvolver para abrir espaços favoráveis e acolhedores para o público feminino, dar voz e oportunidades. E no mês voltado para promover ações e programas com foco no público feminino, é sempre importante olhar para todo o movimento estabelecido e não perder de vista o que ainda precisa ser transformado. É preciso vencer preconceitos, romper a violência à qual muitas estão sujeitas e assumir esses novos espaços que estão sendo abertos. 
   Os passos para a mudança começaram há décadas e ganham personagens e programas importantes para fortalecer o processo. Em 2010, por exemplo, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou os “Princípios de Empoderamento das Mulheres”. Com foco no ambiente corporativo, tais princípios tratam de ações a serem aplicadas no sentido de encorajar; apoiar, confiar e dar oportunidades para que mulheres desenvolvam trabalhos importantes, assumam cargo de maior responsabilidade e representatividade, promovendo maior igualdade de gêneros nos âmbitos laborais. Esse recurso para promover a igualdade de gênero no mercado de trabalho só reforça a necessidade dessas ações e a importância do programa, que se soma a outros movimentos ao longo da história. E o termo “empoderamento feminino” ganha cada vez mais espaço e significado.
   Mas para falar sobre a mulher do século 21 é preciso voltar um pouco na história para entender melhor o que acontece hoje. Durante séculos o homem foi o provedor e arrimo de família. A dominância masculina era financeira e também legal, no sentido jurídico da palavra mesmo. As mulheres não tinham o direito de escolher seus parceiros, o que gostariam de fazer e que profissão seguir, e a tomada de decisões e o estabelecimento de regras familiares eram funções das figuras masculinas que compunham o núcleo familiar. A partir do momento em que as mulheres começaram a lutar e conquistaram seus direitos legais, como votar, estudar e se profissionalizar, os papéis dos homens e das mulheres começaram a se modificar. Elas já não realizavam apenas afazeres domésticos, mas também aqueles classificados como masculinos. 
   Por sua vez, este século traz nova realidade, com mulheres inseridas no mercado de trabalho em diversos campos de atuação, voz ativa na sociedade, à frente de postos de liderança, independentes, que não mais se sujeitam à violência por parte de seus companheiros , com liberdade e direito de expressão. Apesar disso, ainda não é possível dizer que as desigualdades deixaram de existir. Em algumas culturas mulheres ainda não têm a voz que temos hoje no Brasil, e a necessidade de lutar por tais direitos só aumenta. Um belo exemplo é da menina paquistanesa Malala Yousafzai, um dos grandes nomes da luta pelos direitos das mulheres. Ela se dedica a conquistar o direito das meninas de seu país poderem estudar. Esse empenho fez com que ela se tornasse, aos 17 anos, a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio Nobel da Paz. 
   Apesar de hoje a mulher ser cobrada a dar conta do trabalho fora e dentro de casa, ainda assim ela está conseguindo ganhar espaço e reconhecimento profissional e familiar. A cada dia elas demonstram que competência profissional independe de gênero. E é válido e fundamental destacar que as mulheres não buscam construir uma sociedade de dominância feminina, mas sim um ambiente que favoreça uma forma de vida plena, que valorize suas habilidades, objetivos, vontades e desejos. Que as lutas não sejam travadas entre os gêneros, mas que haja união para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa para todos os cidadãos. ( NATALIA MENDES FERRER, psicóloga comportamental em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, sábado, 19 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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