domingo, 31 de janeiro de 2016

MADRUGADA VIOLENTA


   Este final de semana ficará marcado como um dos mais violentos da história de Londrina e região. Entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado pelo menos dez pessoas foram mortas. A onde de violência começou depois que um policial militar foi assassinado na zona norte de Londrina. Na sequência e em municípios da região mais nove pessoas foram mortas e outras 15 ficaram feridas. 
   Diante de um fato gravíssimo como esse, é inevitável que a população fique alarmada. Se a situação já é grave por si só, ainda ficou pior depois que boatos tomaram conta das redes sociais. Em áudios atribuídos a organizações criminosas, fala-se de ordenamento dos ataques contra policiais do Paraná, além de outros rumores. O momento exige transparência com a população. Após o fechamento desta edição, o comandante geral da Polícia Militar se pronunciaria sobre o assunto em Londrina. 
   Importante ressaltar que durante este mês outros policiais militares foram atacados. A Secretaria de Segurança Pública negou ao longo da semana que os crimes estivessem relacionados, mas para a população que acompanha todas essas notícias é difícil não fazer qualquer ligação. É preciso dar uma resposta clara a todos esses fatos. A cidade não pode ser transformada numa praça de guerra.
   Ocorrências como essas transformam a rotina da cidade e da região. Os cidadãos não podem ter medo de sair de suas casas e tocar a sua rotina. Esse clima de insegurança tem que acabar, o que ocorrera a partir da solução dos casos. Bandidos não podem confrontar a polícia e a sociedade dessa forma. 
   Além disso, é preciso trabalhar em ações mais preventivas Uma noite como essa não pode voltar a se repetir. A sociedade não pode continuar a aceitar fatos como esses e exige uma resposta rápida e transparente. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo, 31 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 30 de janeiro de 2016

SEXO SEGURO É UM DOS ALIADOS DA FERTILIDADE

Cerca de 12 milhões de casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) devem surgir por ano no BrasiL

   Brasília – Grave problema de saúde pública , as DSTs estão entre as principais causas de infertilidade , além de desencadearem outras complicações sérias como aborto, doenças neonatais e até mesmo o câncer de colo do útero devido a infecção pelo HPV. “A fertilidade de ambos os sexos pode ser comprometida por DSTs. Essas infecções quando não são tratadas logo e adequadamente, podem causar danos irreversíveis ao aparelho reprodutor”, esclarece os médicos Jean Pierre Barguil Brasileiro e Vinícius Medina Lopes, especialistas em Reprodução Assistida e diretores do Instituto VERHUM, referência nacional na área. 
   A Organização Municial de Saúde (OMS) estima que cerca de 12 milhões de novos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) devem surgir no Brasil a cada ano. Nas mulheres, doenças como a gonorreia e a clamídia, por exemplo, causam inflamação das trompas, provocam a obstrução no local, impedindo a gravidez pelo processo natural ou causando a gestação octópica. Nos homens, essas patologias obstruem os condutos deferentes, os canais por onde passam os espermatozoides. Segundo os especialistas, evitar infecções é fundamental para preservar a fertilidade. 
   Adotar um comportamento sexual responsável, como usar preservativo em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal), e evitar ter vários parceiros, pode reduzir significativamente o risco de infecção por DST. “Usar camisinha ainda é a forma mais simples e eficaz para evitar as DSTs e suas consequências”, recomenda Jean Pierr Barguil Brasileiro. Além de evitar a gravidez indesejada, o sexo seguro previne várias doenças. 
   Transmitidas, principalmente, por contato sexual sem proteção com uma pessoa que esteja infectada, as DSTs são causadas por vários agentes etiológicos (infecciosos) como vírus, fungos, protozoários e bactérias. A transmissão também pode acontecer da mãe para o bebê durante a gravidez ou o parto, através do compartilhamento de agulhas e seringas e nas transfusões de sangue. 
   A gonorreia, a clamídia, o HPV, a tricomoníase, a sífilis, cancro mole, herpes genital, hepatite B e a Aids são as DSTs mais conhecidas. O Papiloma Vírus Humano (HPV) é considerado uma das doenças sexualmente transmissíveis de maior incidência no mundo. O câncer de colo do útero, conhecido como cervical, é causado pela infecção persistente de alguns tipos de HPV. 
   Feridas (úlceras) dolorosas ou não, verrugas e bolhas nos órgãos genitais, corrimento, mau cheiro, dor pélvica, ardência ou coceira, sentidas principalmente no ato de urinar ou durante as relações sexuais podem ser sinais de DST. “Ao perceber qualquer um desses sintomas, é importante procurar imediatamente o médico e fazer com que o parceiro faça o mesmo. Se diagnosticada alguma doença sexual, o tratamento deve ser feito pelo casal. Se só um dos parceiros tratar, o problema persistirá e poderá evoluir causando complicações graves”, esclarece o médico Vinícius Medina Lopes. “Os exames preventivos anuais também são indispensáveis, uma vez essas doenças podem evoluir de forma assintomática”, acrescenta o especialista. ( AGÊNCIA ESTADO, página 2, caderno Folha Cidades, sábado, 30 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

SER LONDRINENSE




   Com a devida licença do mestre Paulo Mendes Campos, tentarei dizer o que é ser londrinense.

   Ser londrinense é sentir saudade das sessões de cinema no Cine Ouro Verde e no Vila Rica. 
   Ser londrinense é rezar no Santuário do Mãe de Deus e, meio escondido, a capelinha histórica da UEL. 
   Ser londrinense é comer um pastel na feira, um pastel no Utopia e um pastel no japonês da Sergipe. 
   Ser londrinense é tomar um suco na rodoviária. 
   Ser londrinense é ler a Folha de manhã, enquanto a gente ouve o barulhinho da cafeteira. 
   Ser londrinense é lavar o carro na barragem do Igapó ( não sei ainda se é permitido, até porque não tenho carro). 
   Ser londrinense é ter saudade dos galos do Bosque. 
   Ser londrinense é conversar com os pioneiros no Museu Padre Carlos Weiss.
   Ser londrinense é de vem em quanto, eleger um populista demagogo e arrepender muito disso depois, cassando-lhe o mandato. 
   Ser londrinense é achar a Catedral arquitetonicamente não muito bonita, mas mesmo assim ter um grande amor por ela
   Ser londrinense é rezar pela Madre Leônia. 
   Ser londrinense é encontrar o Valter Orsi no Calçadão e conversar com ele durante meia hora.
   Ser londrinense é votar contra o candidato do PT nas eleições presidenciais. 
   Ser londrinense é sentir um frio na barriga e um calor no coração quando se está voltando de viagem e a cidade aparece no horizonte.
   Ser londrinense é ter saudade de Londrina em Curitiba.
   Ser londrinense é caminhar todos os dias à beira do lago ou em torno do Zerão, feito o meu sogro Lourenço, esse atleta. 
   Ser londrinense é comer um algodão-doce a Exposição e um espetinho no Dunga. 
   Ser londrinense é emprestar um livro na biblioteca Municipal e conversar com as bibliotecárias. 
   Ser londrinense é dizer “Vila Gazoni”. 
   Ser londrinense é ver futebol no Bar Brasil. 
  Ser londrinense é ir ao Estádio do Café e saber quem é o Luxemburgo.
   Ser londrinense é, no fundo, também torcer para o Portuguesinha. 
   Ser londrinense é sentir o cheiro de café no Edifício América. 
   Ser londrinense é entender o azul. 
   Ser londrinense é escrever porta com “r”, mas falar com três.
   Ser londrinense é, a gente, de repente, é achar que vi Dom Geraldo Fernandes ou Dr, Hosken na rua. 
  Ser londrinense é sentir que o tempo não passa do mesmo jeito quando o Relojão está parado.
   Ser londrinense é nascer em Londrina? Sim, meu filho nasceu. Mas ser londrinense é também escolher Londrina. E escolhi.
    Ser londrinense é ser um pouco cambeense, rolandense, apucaranense, ibiporaense, Jataizinhense, procopense, tamaranense... É ser paranaense. 
   É ser, enfim, pé-vermelho com muito orgulho. ( Crônica escrita pelo escritor PAULO BRIGUET, página 3, caderno Folha Cidade, espaço AVENIDA PARANÁ, por Paulo Briguet. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, sábado, 30 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

COMBATE AO ZICA VÍRUS

   Foi confirmado ontem em Londrina o primeiro caso autóctone de zika vírus. O doença colocou o país e o mundo em estado de alerta depois do grande número de nascimento de bebês com microcefalia, principalmente na região Nordeste.  O agravante é que o zica é transmitido pelo aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue que anualmente faz milhares de vítimas em todo o Brasil. 
   Se a população não aprendeu a controlar a proliferação do mosquito tomando cuidados básicos de limpeza, agora é preciso ter mais consciência – e ação. A dengue afetou significativamente os brasileiros, levou vário municípios e Estados a decretarem epidemia durante vários anos, mas a zika está associada a diagnósticos importantes como a microcefalia congênita (quando adquirido por gestante pode comprometer o desenvolvimento do feto) e síndrome de Guillain-Barré ( o sistema imunológico ataca o próprio sistema nervoso no organismo). 
   Se o Brasil está “perdendo a batalha” contra o aedes aegypti como afirmaram a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), é momento de reverter esse placar. O governo deve aumentar o orçamento para o combate ao mosquito urgentemente. Ações como o fumacê e companhas de conscientização mais assertivas devem ser intensificadas. Também é preciso considerar outras alternativas, como tecnologia testada no Estado de São Paulo, que conseguiu reduzir em 82% a população de mosquito. No entanto, o experimento ainda aguarda aprovação da Anvisa, que analisa o caso desde maio de 2014. Em uma situação como a atual é preciso ter mais agilidade e nenhuma “arma” pode ser desconsiderada. 
   Outro importante ponto é a própria população. Cada um tem que fazer a sua parte para evitar a proliferação do mosquito. Além de não acumular água parada em casa e na vizinhança, é preciso denunciar. As equipes de vigilância sanitária não são suficientes para identificar todos os possíveis focos do mosquito e, por isso, a denúncia aos órgãos competentes é importante. É preciso o envolvimento de todos para que a “batalha” não seja perdida de fato. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, sábado, 30 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

LULA LÁ NO CALÇADÃO



   Quem viveu os dramáticos episódios da eleição presidencial de 1989 certamente se lembra do ódio visceral que separava os militantes petistas e os apoiadores do então caçador de marajás. 
   Eu tinha 19 anos, cursava o primeiro ano do jornalismo e, como quase todos os meus amigos da época, votei em Lula. No primeiro e no segundo turno. Votar em Collor era algo inconcebível. Dizer isso no grupo social que eu frequentava àquela época seria equivalente a um suicídio de reputação. Lembro—me de uma pesquisa que fizemos entre os alunos da faculdade: 90% votavam em Lula, havia uns votos pingados para Brizola, Covas e Roberto Freire – e apenas um eleitor de Aureliano Chaves. Curioso é que esse eleitor de Aureliano depois virou petista fanático.
   Mas eu acreditava em Lula. Sofri muito com as pesadas acusações pessoais que o candidato do PRN lhe fez à época, numa campanha que ainda hoje, 26 anos depois, eu considero sórdida. Naquela época, nós considerávamos Collor uma representação do mal absoluto. Lula também o considerava, a julgar por suas declarações públicas, antes e depois da eleição vencida, como todos sabem, por Collor. 
   Naquela época, lembro-me que assisti a um comício de Lula no Calçadão de Londrina, à altura do antigo Coreto, hoje chafariz. Devo reconhecer que o candidato petista possuía magnetismo em sua fala desprovida de sofisticações. Já era possível notar, em ,sua voz rouca, um espírito autoritário e uma vaidade personalista que depois viriam a se confirmar. Mas, aos 19 anos, com a estrelinha no peito, eu tratava de afastar esses pensamentos “pequenos-burgueses”. Havia uma eleição a vencer. 
   Graças a Deus, nós a perdemos. Após o segundo debate entre Lula e Collor, quando o candidato alagoano nocauteou o líder sindical (não, a culpa não foi da edição da Globo), eu tive a certeza de que o Brasil não teria um presidente petista em 1990.
   Lula conseguiu se eleger doze anos depois, não com o meu voto. Com o PT no poder, a aproximação entre os dois ex-inimigos começou a se escancarar. Logo se provou que Lula só se incomodava com os vícios e pecados de Collor quando este era adversário. Ao se tornar aliado, e aliado servil, o velho inimigo virou amigo de infância. A ponto de Lula entregar a Collor o comando político doa BR Distribuidora, subsidiária da maior empresa do País. 
   Com o tempo, descobrimos que o esquema PC era coisa de tribunal de pequenas causas perto do esquema PT. Nem mesmo os detalhes das duas situações – o tríplex do Guarujá e a Fiat Elba – são comparáveis. Acabaram-se os tempos românticos da corrupção. Como atestam as recentes investigações da Lava jato , Lula e Collor hoje caminham lado a lado na ocupação do Estado e na destruição do País. A diferença está apenas no grau de sociopatia. Lula é um mestre; Collor, apenas um discípulo. Um dia, eu acreditei que eles se odiavam - quando, na verdade, foram feitos um para o outro. ( Texto extraído da coluna AVENIDA BRASIL, por PAULO BRIGUET, página 3, caderno Folha Cidades, Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, xeta-feira, 29 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

FIM DA ALIANÇA?


   É inegável que as investigações da Operação Lava e as denúncias que atingem a cúpula do PT têm atingido diretamente a presidente Dilma Rosseff (PT) e seu governo. Desgastada e ainda com o país em grave crise econômica, inflação e desemprego é difícil angariar apoio. Ontem, o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB-SP), esteve em Curitiba e em uma afirmação indicou a possibilidade de o PMDB encerrar a parceria com o PT.
   Segundo ele, o PMDB quer assumir o poder, mas em 2018, com candidatura própria à Presidência. Ocupando o cargo de vice-presidente, ele refutou a possibilidade de afastamento de Dilma Rousseff do Palácio do Planalto antes do término do seu mandato. Temer tem sido muito criticado devido ao seu posicionamento diante do risco de impeachment da presidente. Pesquisas internas do partido apontam para o desgaste tanto da imagem pessoal de Temer como da do PMDB.
   Dono da maior bancada do Congresso Nacional, perante a opinião pública o partido cultivou a fama de que troca apoio político por favores, como cargos e domínio em ministérios consagrados estratégicos. O objetivo de Temer, agora, é desconstruir essa imagem. Para concretizar isso, a intenção é lançar o maior número de candidatos próprios nessas eleições municipais. Sem dúvida, o “termômetro” das eleições para presidente será neste ano. Será um indicativo da constituição de alianças entre os partidos e de a quantas anda o humor da população com o PT e os partidos aliados. 
   A discussão de alianças e apoios em uma eleição não deveriam dominar a vida pública do País. Sem alinhamento de ideologias, a formação de alianças às vésperas das eleições leva a acordo de conveniência e a esse jogo que os eleitores já estão acostumados. É preciso mudar a forma de fazer política no Brasil. O momento exige reflexão e a população deve participar desse processo. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.om.br página 2, sexta-feira, 20 de janeiro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A JANELA DA HISTÓRIA


   Alguns podem perguntar por que escolhi a escadaria da Biblioteca Municipal para fazer as imagens da matéria sobre o lançamento da coluna Avenida Paraná e do blog Bonde Briguet. São vários motivos, na verdade. Primeiro, a Biblioteca é um dos meus lugares preferidos. Vou lá quase todos os dias, conheço funcionários pelos nomes e percorri todas as prateleiras. Ali encontrei livros e autores que passaram a ser meus diletos companheiros na estrada da vida. O mais recente amigo que lá encontrei foi José Lins do Rego, autor de “Menino de Engenho”. Uma das maiores alegrias que aquele lugar me proporciona é descobrir (ou redescobrir escritores de talento. 
   A Biblioteca respira a história da cidade. No segundo andar, tem a Sala Londrina, com livros sobre nossa terra. Na porta da sala, está um chora-paulista. Para quem não sabe, o chora-paulista é uma caixinha de madeira colocada na entrada das casas, na qual se fixava uma lâmina de enxada. A utilidade do objeto era limpar as botas sujas de barro dos visitantes. Esse nome, bastante poético, faz lembrar as dificuldades que todos os novos moradores da região – não apenas os paulistas – enfrentaram nos primeiros tempos de Londrina, na época em que a lama e o pó dominavam o ambiente.
   Antes de ser Biblioteca, aquele prédio sediou o Fórum de Londrina. O atual teatro Zaqueu de Melo era a sala do tribunal do júri. E, antes de ser Fórum, ali era a quadra de tênis dos escoceses da Companhia de Terras. (Sim, os ingleses na verdade eram escoceses legítimos.) Ás vezes eu fico imaginando quantos dramas e comédias humanas já passaram por aqueles corredores. 
   Ainda no segundo andar, está a mesa que os primeiros prefeitos da cidade se reuniam com o secretariado. 
   Diante da antiga mesa do prefeito, iluminando a escadaria, está o belo vitral com o Brasão de Armas do Estado do Paraná. O brasão traz a imagem de um lavrador ceifando a terra vermelha, símbolo da nossa região. O sol nascente simboliza a liberdade; as três montanhas representam a fé, a esperança e o amor dos primeiros pioneiros (uma interpretação pessoal minha). Há ainda dois ramos na base do escudo: um, de erva-mate; o outro, de pinheiro. Faltou um ramo de café. Mas, pensando bem, não havia como prever a importância do café quando o símbolo foi criado em 1910. A obra de arte é assinada pela empresa Vitraes Galliano, no ano de 1949, quando Londrina ainda era uma debutante. Aquele vitral é um ponto luminoso em que a história visita o cotidiano. 
   Quando publiquei meu primeiro livro individual de crônicas, escolhi a Biblioteca para fazer o lançamento. Lembro que a Vó Maria teve grande dificuldade para subir a escadaria. Mas estava lá, firme. Às vezes, tenho a impressão de que vou encontrar a Vó Maria lá em cima, perto da mesa do prefeito e do chora-paulista. Acho que está explicada a escolha, não? ( Crônica do escritor PAULO BIRGUET, página 3, caderno Folha Cidade, espaço AVENIDA PARANÁ. Fale com o colunista> avenidaparana@folhadelondrina.com.br quinta-feira, 28 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A SEGURANÇA TÉCNICA E OPERACIONAL DO SISTEMA TIBAGI


   A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) compreende a insegurança da população diante de fatos que tem causado apreensão e danos materiais em imóveis do Jardim Califórnia, em Londrina. Desde as primeiras reclamações dos moradores, a Sanepar tem feito testes e verificações em seus equipamentos para comprovar, com base científica, que a operação do seu sistema de abastecimento é feita de forma segura para a população. 
   Em 1991, A Sanepar implantou a primeira indutora do Sistema Tibagi, a partir de um projeto que já previa a sua duplicação para atender com água tratada o crescimento da população. Nesta primeira etapa, com capacidade para tratar 1.200 litros/segundo, o sistema inicialmente produzia 850 l/s , suficiente para complementar o abastecimento que era feito pelo sistema Cafezal. 
   Em 2010, iniciaram-se as obras da segunda etapa, que duplicou a capacidade de produção do Sistema Tibagi que já não era suficiente para atender ao aumento do consumo nos dias mais quentes. Toda a esturuta do Sistema Tibagi foi construída dentro das normas écnicas e de segurança, atendendo a todas as especificações e recomendações do projeto, com acompanhamento e fiscalização de técnicos e engenheiros com vasta experiência em obras de saneamento. 
   Em dezembro de 2014, entraram em operação os novos equipamentos que agora podem produzir 2.400 litros/segundo. 
   Em dezembro de 2015, a partir das reclamações dos moradores, A Sanepar fez a verificação em campo das adutoras e da estação elevatória que bombeia a água por essas linhas e dos equipamentos de proteção das tubulações.
   A Sanepar fez simulações de paradas (liga/desliga) das bombas em diversas ocasiões para comprovar se poderia haver geração de onda do som ou movimento da água até que pudesse causar tal anomalia. Em nenhuma dessas simulações houve qualquer anormalidade no sistema, como golpes nas adutoras, atestando que as tubulações e os equipamentos de segurança, justamente para conter o golpe de Aríete , funcionam em ótimas condições operacionais e de segurança, conforme suas especificações técnicas. 
   Além das simulações a empresa fez teste com medidores de pressão instalados ao longo da adutora. Durante o teste, a linha foi colocada em máximo esforço e foi provocada uma queda abrupta de energia. Novamente, não foi verificado som nem tremor em nenhum ponto da adutora. 
   A sanepar confia nos laudos dos sismógrafos implantados pela Universidade de São Paulo, reconhecida com a melhor instituição d ensino e pesquisa de nosso país, e aguarda que os estudos que estão sendo feitos possam trazer mais respostas sobre a origem dos tremores que também podem afetar a integridade de suas tubulações. 
   Depois de todas as verificações das instalações hidráulicas pontuais e das linhas das adutoras na sua total extensão, das peças especiais e do sistema de proteção hidropneumático da elevatória, das verificações dos dados de projetos e das simulações, a Sanepar já pode afirmar que não existem fatos que possam associar os estrondos e tremores sentidos por moradores com as linhas das adutoras do Tibagi que abastece as cidades de Londrina e de Cambé. ( SÉRGIO ROBERTO BAHLS, gerente-geral da Sanepar na Região Nordeste, página 2, ESPAÇO ABERTO, quinta-feira, 28 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

SOBRE A CORRUPÇÃO


   A corrupção está no centro das preocupações dos brasileiros. Se não bastasse a percepção da população de que a corrupção é o principal problema enfrentado pelo País, ranking mundial divulgado ontem pela ONG Transparência Internacional aponta que o Brasil caiu sete posições no levantamento. Em 2014, o País está na 69ª colocação e, no ano passado, ficou em 76ª – a maior queda entre todas as 168 nações pesquisadas. 
   A avaliação é que houve um aumento da percepção após Operaçao Lava Jato. As investigações, que já duram quase dois anos, tornaram público o maior esquema de desvio do dinheiro público do País e prendeu importantes políticos e empresários, além de terem sido apresentadas denúncias contra a presidente Dilma Rousseff (PT), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e seu filho conhecido pelo apelido “Lulinha”.
   O esquema trouxe prejuízos importantes à Petrobras, a maior empresa estatal brasileira, que amargou prejuízos no ano passado e teve rebaixada sua nota de grau de investimento. A petroleira teve sua saúde financeira prejudicada e junto trouxe também uma das maiores crises éticas enfrentadas pelo País. Afinal qual a credibilidade de um partido ou de um presidente em meio a um escândalo como esse?
   No entanto, a Lava Jato deve se torar um símbolo para o País. Que essa operação represente um marco, um divisor de águas e que a corrupção e o “jeitinho” não tenham mais espaço na agenda nacional. O País precisa amadurecer politicamente e discutir profundamente assuntos como esse. É preciso entender que a fase de indignação já passou e que o momento agora é de ação. Para isso não precisam ser executadas ações grandiosas. Basta acompanhar os atos de seus representantes , os gastos, as informações publicadas no Portal da Transparência, que são obrigatórias. Mudar uma cultura requer mudança de atitude, ação. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quInta-feira, 28 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRNA).

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A ESTRONDOSA RESPOSTA DA USP


   Finalmente, depois de muitas dezenas de estrondos diários, semanas a fio, vemos a publicação da conclusão dos estudiosos da Universidade de São Paulo (USP) justificando os tremores e rachaduras ocorridos no Jardim Califórnia como sendo por causas naturais, “não obstante a possibilidade de haver interferência humana” que, porventura, tenha concorrido para os resultados danosos, mas que demandariam maiores investigações. Nenhuma palavra para as imensas galerias abertas pela Sanepar para captação de águas do Rio Tibagi, ao lado das quais, bem antes do temporal do dia 11 passado, já haviam sido registradas muitas rachaduras pela imprensa. 
   A frustração dos moradores do Jardim Califórnia que ouviram diariamente barulhos nada semelhantes aos que se conhece de um terremoto, pois eram estampidos diários não registrados em outros locais atingidos pelos sismos, bem como o fato dos abalos sísmicos medidos em Londrina terem sido de baixa intensidade, de 1,1 a 2,1 na escala, só gerando os estrondos notados nas proximidades das imensas galerias da Sanepar, não mereceram sequer alguma menção que legitimasse a nítida sensação do moradores que se os imensos túneis não geraram , pelo menos intensificaram os efeitos dos golpes de aríate constatados “in loco”.
   O mesmo caso já tinha sido verificado, aliás, em idêntica situação em Mandaguari (Noroeste), onde os estrondos só cessaram depois da Sanepar instalar uma válvula de retenção importada da Europa, tudo conforme noticiado pelo jornal “O Diário de Maringá”. 
   Mais estranho ainda as opiniões tão antagônicas de especialistas. De um lado o Geólogo e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), João Paulo Pinese, que defendeu que tudo era só terremoto. Sempre solicitado a opinar e a dar explicações pela Sanepar. De outro, o também geólogo e professor Edison Archella, que sempre declarou, inclusive na imprensa, que os estrondos experimentados somente no Jardim Califórnia e imediações, apesar dos mesmos terremotos de baixa intensidade terem sido constatados em diversas cidades sem os estrondos e danos pré-temporal eram causados por ação humana, tudo conforme registrado no Facebook no grupo público “Estrondos do jardim Califórnia”, com dezenas de registros. 
   Os golpes de Ariéte, que leva esse nome por repetir o som dos estrondos que um aríete fazia contra antigas fortificações, eram sempre a causa mais provável mas agora vamos ter que fazer um “carnê terremoto que não acaba” e conviver com os estampidos até a Sanepar resolver os problemas, enquanto somos obrigados a engolir uma explicação que deixa muitas lacunas?
   Esse laudo que não explica, mas aumenta muito as dúvidas da população atingida, apesar de o Código de Defesa do Consumidor prever a inversão do ônus da prova, a Sanepar dá a sensação de termos sido enganados com meias verdades. Os cidadãos de bem serão simplesmente abandonados à própria sorte ou as tais pesquisas ulteriores, ressalvadas pela USP, serão levadas adiante? Enquanto não sai a resposta duram-se om um barulho desses. ( OTAVIO PAULO GENTA, advogado em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 27 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

SÓ ACONTECE EM LONDRINA




   Desde que aqui chegou a caravana chefiada por George Graig Smith, em agosto de 1929, Londrina tem se caracterizado por acontecimentos insólitos, que ninguém vê em lugar nenhum. A própria existência da cidade, nascida numa época em que o planeta viva uma de suas piores crises com a grande depressão e o avanço do totalitarismo, representa uma espécie de triunfo do impossível. Todos nós somos filhos desse impossível e o amamos profundamente.
   Londrina do céu! Não há muita explicação racional para as coisas que só acontecem aqui. Esses terremotos, por exemplo. Quando eu pensava em tremores de terra, imaginava que eles poderiam acontecer na Califórnia, onde existe a grande falha de San Andreas, responsável pelo grande terremoto que destruiu a cidade de São Francisco há 110 anos. Sou do tempo em que terremoto era na Califórnia, não no Jardim Califórnia. 

   TEMOR E TREMOR 

   Pelo que indicam os especialistas, as causas dos tremores são naturais. Se a Sanepar fosse a causadora dos abalos, seria mais um argumento para privatizar a empresa e acabar com o monopólio no serviço de água e esgoto – mas eu acredito que isso deva ser feito com ou sem tremor. 
   O que não adianta é fazer protesto contra o terremoto. Esse fenômeno é um dos poucos desastres reais que não possuem origem política nem foram urdidos pelo PT. Protestar contra os terremotos é mais ou menos como fazer passeata contra as chuvas de verão ou contra a geada de 1975. O poder público até ajuda, mas não vai fazer milagre. 
   Por falar em poder público, só em Londrina a população vota em um bom prefeito para colocar a casa em ordem e depois elege para sucedê-lo um demagogo populista que bagunça tudo de novo. E só Londrina tem humildade e coragem suficiente para depois caçar o populista.
   Em que outra cidade um avião cai sobre uma Kombi, o mensalão e o petrolão são planejados e o Fórum é evacuado por medo de terremoto? Quando vi os juízes, advogados e funcionários saindo do prédio, pensei nas palavras de São Paulo apóstolo: “Realizai a vossa salvação, com temor e tremor”. (Fl 2,12).

O CÉU QUE NOS DEFINE

Mas o maior milagre está bem acima de nós e muitas vezes não o percebemos. É o céu. Vocês, meus queridos sete leitores, já pararam um minuto para olhar o céu de Londrina e do Norte do Paraná nos últimos dias? Não é um céu de brigadeiro, nem de Photoshop, nem de cine 180 graus. É um céu real, definidor e definitivo. Um céu que nos consola, protege e ilumina. Um céu que nos acolhe – exatamente como nossa terra faz com seus filhos. 
   O céu de Londrina não é um simples cenário para a cidade: é parte essencial dela. Um erudito diria que é um céu ontológico (perdoa a palavra feita para algo tão bonito). Eu, que não sou erudito nem nada, digo apenas que é o nosso sobrenome: Londrina do céu! ( Crônica extraída da página 3, caderno Folha Cidades, espaço AVENIDA PARANÁ – por PAULO BRIGUET. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.pr, quarta-feira, 27 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

NÓS, HUMANOS


   Já ouvimos, de nós mesmos, tudo sobre nós mesmos, desde que éramos o centro do universo, que somos o suprassumo da criação e, inclusive o privilégio de ter sido criados à imagem do criador. Pelo menos temos o bom sendo de admitir que só a imagem, né?
   Não, não vou aqui abordar assuntos e temas por demais conhecidos, como as nossas fraquezas, virtudes, paixões, amores ou ódios, e nem fazer comparações com outros animais da criação, não, nada disso.
   E nem me atreveria a entrar em outros assuntos da natureza humana, por ser absolutamente leigo - academicamente falando – em assuntos por demais discutidos há milênios e sem, contudo, se chegar a qualquer conclusão, já que dinâmicos não ficam estagnados esperando amadurecimentos e conclusões de ideias e conceitos. 
   Privilegiados – só pensamos que somos – de carona nessa imensa bola flutuando no espaço, junto com todos os outros colegas da criação, vamos fazendo essa imensa viagem com total desconhecimento da origem e do destino. Incapazes de inferir conhecimentos dos sinais, uns poucos trajando a toga do conforto momentâneo, mas todos respirando do mesmo alimento, gozando ou padecendo dos mesmos cânceres, viemos e vamos. 
   Vazio, dizem, não existe. Então temos a imensa capacidade de criar para preencher ( o quê, preencher o vazio?) o vazio que insiste em surgir quando paramos para pensar. Então, sem consciência, colocamos alguém ou algo, como remédio para não dar a chance da depressão carente de respostas.
 De liberdade relativa (que liberdade é essa?), sem ser donos de absolutamente nada, entorpecidos, alguns, por crenças, riem por fragmentos momentâneos para logo, entristecidos, em confronto com a realidade que não se deixa desparecer, chorarem por tempos infindáveis. 
   Talvez, quem sabe, depois que tudo passar, saberemos. E, se nada pudermos saber, não fará diferença. Muitos, não a maioria, já entenderam isso, ou não.
   Nada obstante, o sol continuará a nascer, por mais algum tempo, todas as manhãs, ainda que por detrás das tempestades . e as dores e as alegrias como nossas companheiras, tentarão dar sentido ou rumo à existência que, pelo menos, não há como negar. ( JOSÉ ROBERTO BRUNASSI, ADVOGADO EM Londrina, página 3, espaço CRÔNICAS, Folha 2, quarta-feira, 27 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

SOBRE A MORTE DE PMs


   Em apenas uma semana quatro policiais militares foram mortos na Região Metropolitana de Curitiba. Além dos óbitos, dois oficiais foram baleados anteontem: um em Londrina e outro na Região Oeste. Em todas as situações os profissionais estavam de folga. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná continua negando que os estejam ligados ou que tenha sido cometidos por ordem de facções criminosas. 
   Faz parte da estratégia das forças de segurança em geral minimizar o poder de fogo de organizações criminosas. Seja para não alarmar a população ou para reduzir a importância desses grupos, dificilmente um Estado assume que criminosos dominam as penitenciárias ou que estão ordenando a morte de policiais. No entanto, no mínimo, as quatro mortes e outras duas tentativas de homicídios têm que ser consideradas em uma mesma linha de investigação. 
   Os casos ocorreram em um curto espaço de tempo e atingem uma mesma classe de trabalhadores. Parece impossível à população pensar que não há nenhuma relação entre eles. A Associação de Praças do Paraná marcou reunião com a Secretaria de Segurança Pública para discutir o assunto. A entidade considera “essa onda de violência totalmente fora do comum”. Além disso, chegaram à imprensa rumores de que as mortes seriam “ordens de facções criminosas”. A Secretaria de Segurança Pública precisa dar uma resposta mais consistente à população. 
   Matar policiais é uma afronta muito grande ao Estado, porque nas ruas eles simbolizam a lei. Não se pode aceitar que facções criminosas deem ordens como essas de dentro de cadeias. Outra importante denúncia feita por esta FOLHA afirma que organizações estariam se avançando nos presídios estaduais. Tudo parece indicar para a correlação dos fatos e, por isso, a sociedade deve cobrar uma resposta. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, quarta-feira, 27 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A CONSOLAÇÃO DOS AFLITOS


   De manhã, abro a janela e vejo o luar. É um acontecimento raro, quase miraculoso: Lua cheia , em todo o seu fulgor, vista de dia. Imediatamente penso em Maria. Assim como a Lua brilha graças ao Sol, a Mãe de Jesus reflete a Luz de Deus. Dante a definiu, na Divina Comédia, como “Filha de seu Filho”; a relação entre a Lua e o Sol traduz uma parte desse mistério. 
   Quando vou pegar o jornal, ainda com a xícara de café na mão, vejo que a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida acaba de chegar a Londrina. Então compreendo o porquê desse luar matinal: é a maneira que o céu de Londrina encontrou para dar boas vindas à Padroeira do Brasil. As palavras “mãe” e “mão” não se parecem por coincidência. Mãe é aquela que nos ajuda e nos estende a mão quando é mais necessário. 
   Um dos títulos de Maria é Consoladora dos Aflitos. Durante as minhas orações matinais, peço a ela que ajude a secar as lágrimas daqueles que sofrem agora. Não as minhas lágrimas, que são poucas e quase todas de alegria; as lágrimas de meu amigo Valdir, cujo filho está doente e precisa de dinheiro para pagar um medicamento caro e imprescindível, s lágrimas de uma querida amiga, também chamada Maria, que está desempregada e preocupada com o futuro de seus pais e de seu País. As lágrimas do meu pároco, cujo pi enfrenta a dor silenciosa do mal de Alzheimer; as lágrimas de um querido professor amigo, um sábio homem chamado Olavo de Carvalho, que tem sido atacado ferozmente de todas as maneiras possíveis. Rezo por todos aqueles que sofrem, pois como o próprio Filho do Homem prometeu no alto da montanha, os que choram serão consolados. 
   Daí eu penso que o pais inteiro precisa agora, mais do que nunca, da sua Padroeira. Todos nós – inclusive os que se encontram no poder e a ele estão presos – necessitam de ajuda que vem do Céu. Sem esse auxílio, é quase certo que nos devoraríamos uns aos outros tal como serpentes enlouquecidas. 

   SOBRE ANDRÉ

   André um nome eu significa homem (Andros, em grego). No Novo Testamento, ele é o primeiro homem a ser chamado por Jesus. Irmão de Pedro, que se tornaria o primeiro papa e também pescador, o André bíblico foi discípulo de João Batista e era um homem de grande fé e vida interior. O papa Bento XVI lembra que na igreja bizantina André é chamado de “Protóklitos”, que em grego quer dizer “o primeiro chamado”. 
   Conheço o André desde pequeno. Filho do meu amigo Valdir Grandini (mais conhecido como Dentinho), ele demonstrava ainda criança um grande talento para o desenho e a comunicação. No ano passado, André foi diagnosticado com melanoma. 
   O nome desse jovem não existe por acaso. André representa para nós a condição humana em sua vulnerabilidade. Somos homens, portanto, frágeis como dentes-de-leão. Se não nos unirmos em defesa da vida, acabaremos todos igualmente aniquilados. Mas estou certo que o André vai vencer essa batalha. Até porque nós e ele temos algo em comum: o nome de mãe também é Maria. ( Fale com o colunista. avenidaparana@folhadelondrina.com.br, página 3, caderno Folha Cidades, espeço AVENIDA PARANÁ, por PAULO BRIGUET, terça-feira, 26 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA.

QUEDA NOS INVESTIMENTOS


   Os reflexos da crise econômica não estão sendo sentidos apenas pela população. Balanço divulgado ontem pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta que houve um recuo de 28% nos empréstimos no ano passado em comparação com 2014. Todos os setores apresentaram recuo na liberação de crédito, o que indica que o empresariado em geral está cauteloso e ainda não confia plenamente na recuperação da economia. As empresas paranaense, em média, captaram 15,7% menos em 2015 na comparação com 2014.
   A análise dos dados aponta para um grave problema: os investimentos em obras de infraestrutura caíram 20%. Ainda que o setor lidere a contratação de financiamentos, a infraestrutura é um dos principais gargalos do País, que “sofre” com as péssimas condições das estradas brasileiras, dos portos e dos aeroportos. Há alguns anos. no período de boom econômico, a infraestrutura logística foi apontada como um dos impeditivos ao crescimento. Pelos números, é possível constatar que as lições do passado não foram aprendidas. 
   Se há a necessidade de investimentos, segurá-los não resolverá o problema do futuro. Indica que quando o Brasil voltar a crescer, as deficiências serão as mesmas porque não foram superadas. Continuará a ser um dos “impeditivos ao crescimento”. Além disso, essas obras poderiam ser usadas para movimentar a economia, a partir da geração de empregos, da movimentação das indústrias de insumos. Deixou-se mais uma vez, de planejar o futuro. 
   Um dos problemas do País é justamente essa falta de planejamento. As políticas são definidas em muito pouco tempo, o orçamento necessário não é cumprido, os poucos recursos que chegam são desviados e, dessa forma, o Brasil não cresce e a solução disso tudo é adiada. Aos brasileiros não basta apenas demonstrar preocupação com a corrupção, é preciso participar mais e cobrar soluções. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, terça-feira, 26 de Janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

PREFÁCIO ESCRITO POR PADRE FÁBIO DE MELO AO LIVRO "KAIRÓS'

   Este livro é filho do tempo. O autor o concebeu a partir de sua sensível forma de perceber o mundo. Quando o desassossego lhe visitou o coração, ousou extrair as palavras que pulsam na superfície do cotidiano, toda vez que a vida não acontece do jeito e no tempo que havíamos programado.
   Este livro nasceu das entranhas dos dias, do inevitável movimento das horas, da dinâmica existencial que nos faz sofrer a demora das esperas, de nossa incapacidade de lidar com o entrelaçamento de passado, presente e futuro. 
   Sim, a vida nos mostra. É preciso sabedoria para que não sejamos estrangulados pelo peso desse encontro. É compreensível. São três tempos disputando o espaço de um só coração. O passado com sua facilidade de nos imputar culpas, tornando nossa vida um eterno tribunal, cujo julgamento nunca poderá nos conceder uma sentença satisfatória. O presente, com suas pressões que nos cegam, com urgências que nos privam de saborear as escolhas. E o futuro, esse senhor misterioso tecido de névoas, esperanças e incertezas.
   O ser humano nunca foge a esse conflito. É no trevo desse encontro que nos descobrimos cronológicos. O relógio nos comanda. A estrutura de nossas vidas passa por agendas repletas de compromissos. Eles cumprem o ofício de nos dar a breve sensação de utilidade. Quanto mais cheia, melhor. Grifamos os dias no calendário, e nos grifos nos equivocamos. Reservamos horas preciosas às futilidades. Maquiamos o frívolo, damos a ele uma falsa essencialidade. Posicionados na convergência dos três tempos, sofremos as consequências de não sabermos articulá-los com sabedoria. Presenteados pelo presente, renunciamos ao dom que ele representa. Focados em passados e futuros, colocamos nosso empenho em terrenos ardilosos, gastamos nosso sangue com questões que só o distanciamento nos mostrará que eram inúteis. 
   Mas nunca é tarde para reformular essa relação. Há um ponto de onde podemos partir. A sabedoria bíblica nos ensina que, “para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu”(Ecl 3,1). Viver sabiamente talvez seja isso. Alcançar a serenidade que nos permite sorver bem um dia de cada vez. O preceito e sugestivo. Nele está latente a articulação harmoniosa da cronologia. Passado e futuro se prestando a banhar o presente com a luz do discernimento. 
   Este livro nasceu de um coração sacerdotal. Brotou de um homem afeito à liturgia das horas, à oração que congrega toda a Igreja, que embora espargida em cinco continentes, e vivendo fusos diversos, converge para o movimento de uma mesma prece. A oração não se prende ao khronos. Dele parte, mas o ultrapassa. As vozes humanas quebram os grilhões das horas, a prece desfaz o condicionamento que aprisiona o universo. Não é noite, nem dia. É eterno.
   É a partir dessa mística que descobrimos o Kairós: o tempo que não é tempo, o momento que quebra o determinismo dos outros momentos, a luz que desfaz o monocromático da rotina e banha com novo sentido. Novas cores, a cronologia que nos envolve. E então compreendemos a espera como preparo do “momento oportuno”. A oração nos ajuda a compreender os limites humanos. O que antes nos torturava recebe o batismo dos altares. A liturgia que celebramos nos resgata do absurdo. O sacramento desfaz as regras do Khronos. O ausente fica presente, a palavra já dita volta a dizer. A salvação se atualiza em nós de gestos sacramentais. 
   A celebração litúrgica se mistura à nossa vida. Assim como a gota de água. Símbolo de tudo o que é humano, se mistura ao vinho, símbolo de tudo que é Divino. No cálice estamos inteiros. Deus e nós. Distintos, mas congregados. E após comungarmos do banquete e da palavra, o Cristo passa a se esconder em nós. E escondido, revela-se. É o processo da conversão. Na cronologia que nos cerca, Ele semeia o Seu tempo de graças. Envolvidos por sua ação generosa, avançamos na Sua direção. A mentalidade antiga e tão marcada por posicionamentos mesquinhos vai dando espaço a uma aperfeiçoada forma de olhar o mundo. E então seremos modificados nas mais simples percepções. Compreendemos que Deus nos protege quando adia nossos sonhos. Que nos diz sim mesmo quando nega o que pedimos. Que nos livra de sofrimentos maiores quando nos frustra.
   Padre Marcelo Rossi sabe bem o que significa isso. Volto a dizer: este livro é filho do tempo. Nasceu da necessidade de compreender, no silêncio do coração, que nem sempre a hora determinada por nós como certa é a hora escolhida por Deus. Requer liberdade interior para saber identificar essa aparente contradição. Essa liberdade só nos vem pelas mãos da sabedoria que provém dos céus. Saber identificar o “momento certo” carece estar povoado pela presença Divina. 
   Este é o nosso empenho. Ampliar os estreitos territórios do coração para que neles Deus venha morar. A Teologia nos sugere: Deus está todo em nós. Em sua decisão amorosa de se revelar plenamente em Jesus, Ele se estabeleceu definitivamente no coração humano. Mas é necessário retirar os obstáculos que O impedem de ser visto quando vivemos. 
   É a dinâmica do “já” e do “ainda não”. É a Teologia a nos tirar da mira do tempo, concedendo-nos o conforto de antecipar na hi
stória tudo aquilo que esperamos viver céu. Somos a Igreja que caminha na direção da identidade cristã. Somos criados à imagem e semelhança Divina, mas estamos constantemente ameaçados pela dissemelhança. Deverá ser nosso empenho: receber a graça do Altíssimo e atualizá-la na vida da Igreja. Deverá ser nossa missão: facilitar a manifestação do Kairós na vida do mundo. 
   A revelação de Deus na história passou pelo acolhimento generoso de homens e mulheres, que experimentaram na carne o desafio de oferecer ao Senhor o tempo de sua vida. Este livro reúne belíssimos exemplos desse empenho.
Estou certo de que se trata de mais um poderoso instrumento oferecido a todos os que se dispõem a descobrir o Kairós como um estilo de vida. Sim, o Kairós é o tempo dos altares, dos sacrifícios que santificam o que é humano, no qual prevalecem as liturgias, os cantos que encaminham a alma à contemplação que lhe permite ver com novos olhos os dias que passam. 
   Talvez seja por isso que a religião se apresenta como uma segunda via. Frente ao tempo cronológico, que nos esmaga, ela nos ensina o Kairós como tempo que nos salva. Paralelo ao Khronos está o tempo da graça, da oportunidade que nos encaminha ao fundamental da vida. 
   Padre Marcelo Rossi nos convida a viver esse desafio. Eu aceitei. A leveza destes escritos já me fez esquecer o tempo. Aceite você também. ( Com meu carinho e bênção: PADRE FÁBIO DE MELO . 1ª EDIÇÃO, 2013, EDITORA GLOBO S.A.).

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

ISSO É GOLPE, DILMA


   Todos nós em Londrina, no Paraná e no Brasil... assistimos estarrecidos a propaganda eu o PT levou ao ar na última semana. A afrontosa peça de marketing político qualificava como golpe o impeachment de Dilma Rousseff. Pois vou dizer o que é golpe. 
   Depois de tudo que vimos acontecer em 13 anos, golpe é a mera existência de um partido chamado PT . Golpe é a presidente da República se dizer “estarrecida” com a previsão do FMI de que o Brasil terá o pior cenário econômico em 2016, quando ela sabe perfeitamente bem que seu partido destruiu a economia nacional para reelegê-la em 2014. Se isso não é fraude, se isso não e golpe – nem vamos falar aqui das suspeitas sobre as urnas eletrônicas -, eu não sei mais o que possa ser. 
   No livro 1984, de George Orwell, existe o Ministério da Verdade, cujo principal objetivo é mudar o sentido das palavras. No mundo de 1984, crime vira mérito, corrupção vira honra, pecado vira virtude, miséria vira riqueza, guerra vira paz, luz vira escuridão – e assim por diante. Golpe, Dilma, é instaurar o mundo de Orwell na vida real. 
   Golpe é matar as esperanças do povo brasileiro. É exterminar o Bolsa Família com a volta da inflação. É sufocar as empresas a ponto de que elas sejam obrigadas a escolher entre demitir bons funcionários e fechar as portas. É sustentar, apoiar e acobertar movimentos sociais e sindicais cujo único interesse é fortalecer o governo para continuar a parasitá-lo. 

   O FUNDO DO POÇO 


   Golpe é trabalhar até maio para pagar impostos e ainda ter de ouvir que a CPMF é um imposto necessário. Golpe é sustentar 40 ministérios e uma multidão incalculável de assessores de coisa nenhuma em Brasília. Golpe, Dilma, é o estelionato moral e cultural cometido contra toda uma geração de brasileiros. Após tudo isso, tentar reescrever a história do Brasil e do mundo é um golpe, e um golpe sem originalidade, pois já foi aplicado por todos os tiranos revolucionários que os seus companheiros tanto admiram. 
   Golpe é tirar dinheiro da Polícia Federal e obrigar um juiz, o único herói que nos resta em solo brasileiro, a pagar do próprio bolso as contas de sua repartição. Golpe é lutar durante anos contra a privatização da Petrobras para depois deixar que uma organização criminosa a conduza até o fundo do poço – e não a um poço de petróleo. Golpe é deixar a ação da Petrobras cair para 4 reais e continuar tendo a gasolina mais cara do planeta. Golpes são os meios de transportes utilizados pelo PT para levar dinheiro roubado: cueca, mochila, mala de rodinhas. Golpe é uma petista continuar na Presidência da República, surda mas não muda, incapaz de governar mas capaz de arruinar o Brasil e depois ainda acabar com as ruínas.
   Golpe, Dilma, é ver a sua imagem na televisão e ter de explicar ao meu filho de cinco anos a diferença entre verdade e mentira. Isso é golpe; o resto é silêncio. ( Crônica escrita por PAULO BRIGUET, espeço AVENIDA BRASIL, página 5, Folha Geral, segunda feira, 25 de janeiro de 2016. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

INCENTIVO À LEITURA


   Não faz parte da cultura dos brasileiros o hábito da leitura. Por razões históricas, como explicou o professor Cesar Nunes, da Universidade de Campinas, em entrevista à FOLHA, a população não foi educada para ler. No entanto, muitos séculos depois não foi possível reverter essa tendência, assim como os países europeus fizeram. E o resultado pode ser visto agora: um povo que náo é capaz de acompanhar atentamente os atos de seus chefes de Estado e que está mais interessado em continuar a receber benefícios sociais do que em buscar capacitação e qualificação profissional. 
   Sem leitura não há uma população crítica, capaz de interpretar e entender os fatos narrados diariamente pela imprensa e as consequências dessas ações. O Brasil é um dos países que menos lê. Segundo a Câmara Brasileira do Livro , o índice de leitura do País é de 1,86 livros por pessoa; em Portugal o percentual é de 10,3; na Espanha chega a 15 e, na França 22. É uma diferença muito grande e que deve ser revertida.
   É fato que se os adultos não têm o hábito dificilmente as crianças irão procurar livros, jornais ou revistas. Atualmente a variada gama de produtos eletrônicos certamente contribui para o afastamento da leitura. É claro que não é o único fator e, por isso , é preciso trabalhar incansavelmente para reverter esse cenário até mesmo porque pesquisas indicam que vêm caindo o número de pessoas que declaram ter o hábito de ler. Levantamento Fecomercio RJ/Ipsos, feita em 2014, aponta que o índice 35% em 2010 e caiu para 30%. A pesquisa não considera que ver TV é um hábito cultural. 
   As escolas têm papel fundamental porque são capazes de formar novos leitores. Ler para as crianças, contar histórias e incentivá-las são atitudes que podem fazer toda a diferença na formação dos cidadãos. O que não pode continuar a ser feito é apenas reclamar da qualidade do ensino e da corrupção. É preciso agir. ( FOLHA OPINIÃO folhaopiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira 25 de janeiro de 2016. Publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 24 de janeiro de 2016

MEMORIAL DE TSUNAMI, LIÇÕES DE FUKUSHIMA


   Três Bocas, Jacutinga, Cambé, Cafezal, Limoeiro, Pirapó. São ribeirões que cortam o Norte do Paraná. Nessa época de chuvas torrenciais, seus nomes ficam ainda mais familiares. Esparramando as águas como um mar vermelho, revelam com vigor suas presenças. São lembrados o tempo todo no noticiário e conversas de moradores. 
   Alexandre Beltrão, um dos desbravadores pioneiros da região, relata em depoimento as dificuldades nas expedições de demarcação e medição de terras na época de cheias. A violência das águas obrigava a um esforço multiplicado para movimentar as canoas. A correnteza tornava arriscada as travessias, obrigando a para de atividades. Com a consequente escassez de mantimentos, os membros da expedição tinha como alternativa ao café, o chá de folhas de taquara com mel de abelhas. Para comer, havia palmito exclusivamente. 
   Algumas fotos de enchentes no Tibagi, na década de 30, podem ser vistas no Museu Histórico de Londrina. O rio, considerado de águas pacíficas, ampliava seu leito e interrompia a travessia de balsa. Editorial no jornal “Paraná-Norte”, de novembro de 1934, solicita a limpeza do leito do arroio Jatahyzinho. A malária “vae destruindo esforços, annulando vontades, quebrando energias”.
   Uma planta da cidade de Jatahy foi organizada por Mábio Palhano em 1930. Era localizada em terras de concessão. Uma larga faixa de terra circundava o plano retangular de malha xadrez. Identificada como área de chácaras, afastava a futura cidade das margens dos rios Tibagy e Jatahyzinho. Seria essa área ribeirinha sujeita a inundações desde tempos remotos? Este ano não foi exceção. A água invadiu bairros construídos na área reservada para chácaras no plano de 1930. 
   Possivelmente, a leitura atenta do plano inicial, o conhecimento e a possibilidade de visualização do registro histórico de inundações, poderia ter reduzido a expansão dos limites da cidade em áreas de risco. 
   Outro assunto. Uma onda gigante conhecida como Tsunami atingiu a província de Fukushima em 2011. O tsunami, de até vinte e quatro metros de altura, arrasou centenas de quilômetros da orla com cidades e vilarejo. Vitimou milhares de habitantes. 
   Milagrosamente, alguns vilarejos da região litorânea foram salvos da catástrofe. Os moradores tinham obedecido às recomendações de memoriais monolitos de rocha. Haviam sido construídos após devastadores tsunamis anteriores.
   O vilarejo de Aneyoshi foi um deles. O local foi totalmente destruído por dois grandes tsunamis em 1896 e 1933. Um monólito de rocha foi erguido em 1933 perto do ponto máximo que o tsunami atingiu. O denominado Memorial do Grande Tsunami tazia gravado a seguinte recomendação: “Mordias altas significam paz para os descendentes. Lembre o desastre o grande tsunami. Não construa casas abaixo daqui”. Tal recomendações foi seguida à risca. O fato é que o vilarejo não sofreu danos em 2011.
   Afirma-se que existem centenas de “Memoriais de Tsunami” espalhados pelo Japão. Alguns construídos há mais de seis séculos. São testemunhos silenciosos a alertar constantemente sobre os riscos.
   Retornando ao Norte do Paraná. As enchentes que ora observamos na região é cíclica. Assistimos com frequência ao transbordamento de rios, destruição de pontes e estradas, inundação de áreas ribeirinhas. Poderíamos pensar na construção de marcos memoriais, alertando sobre o nível histórico de inundações nesses diversos locais. “Memorial de Tsunami” de água vermelha. Seriam instalados em áreas de risco, informando o nível máximo que as águas já atingiram e os limites da área inundada. Subsídios ao projetos futuros. 
   Esta época, em que as marcas de lama nas margens dos ribeirões estão visíveis, é a idela para definir os locais de futuros memoriais. O mais importante, fazer não esquecer. Prever transtornos e desastres, Lições de Fukushima. (HUMBERTO YAMAKI, coordenador do Laboratório de Paisagem da Universidade Estadual de Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, domingo, 24 de janeiro de 2016).

REFORMA DA PREVIDÊNCIA


   O agravamento da crise econômica e os sucessivos déficits pela Previdência Social levaram o governo a anunciar que estuda mudanças nas regras de aposentadorias para os trabalhadores brasileiros, entre elas a definição de uma idade mínima e mais elevada. Trata-se de uma tentativa de equilibrar as contas públicas, assunto importante que merece debate, mas fundamental esclarecer que não resolverá o problema na Previdência no curto prazo. 
   A matéria depende de aprovação do Congresso Nacional e com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em curso, dificilmente será discutida neste primeiro semestre. Além disso, um debate dessa magnitude certamente retirará apoio da base aliada da presidente. No entanto, é fundamental que a população se informe da proposta.
   Embora as mudanças propostas sejam sensíveis e negativas aos trabalhadores em um primeiro momento, é praticamente consenso entre especialistas que as regras precisam ser alteradas. Com a elevação da expectativa de vida dos brasileiros, hoje os aposentados vivem tanto ou mais tempo do que trabalharam. Sobrecarrega o sistema previdenciário? Certamente que sim, mas essa não é a única regra que precisa ser discutida e alterada. 
   Na verdade, é preciso uma discussão ampla e transparente sobre praticamente todos os itens. Um deles é o caso das pensões por morte, uma vez que a despesa média é muito mais elevada no Brasil do que em países em desenvolvimento. Os benefícios pagos são integrais, fixos e desvinculados da idade ou da condição social do pensionista. Parece claro a todos que a Previdência não pode cotinuar a a arcar com custos como esse.
Outro ponto é a concessão de benefícios para trabalhadores rurais. Esse grupo segue regras diferentes dos trabalhadores urbanos. Uma vez que a prática não requer contribuição e comprovação de tempo de trabalho. É certo que os trabalhadores rurais começam a trabalhar mais cedo que o restante da população, mas é preciso instituir mudanças. 
   Todos concordam que o assunto é espinhoso e desgastante a qualquer governante. No entanto, é preciso que a sociedade tenha maturidade para discutir e avançar em alguns pontos. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, domingo 24 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 23 de janeiro de 2016

A KOMBI E O PÁSSARO DA MORTE




   Numa atitude correta, o prefeito determinou três dias de luto oficial pelas vítimas do acidente aéreo ocorrido nesta semana, no Distrito da Warta, em Londrina. Como todos sabem, um avião monomotor caiu sobre uma Kombi causando a morte de seis pessoas. Pouco antes do poente, o Pássaro da Morte cruzou o caminho da velha perua. Gostaria de dizer uma palavra sobre a Kombi. Se existe um carro mais simpático eu desconheço. Quando dizemos o nome Kombi, parece que nem estamos nos referindo a um automóvel, mas a alguém de carne e osso. Talvez seja o mais humano dos automóveis, acompanhada nessa categoria apenas pelo Fusca. 

   CARRO DE TRABALHO 

   Quem pensa na Kombi, pensa no trabalho. Criminosos – dos assaltantes comuns aos ladrões do dinheiro público – dificilmente utilizariam a perua da Voskswagen em suas ações ou fuga, até porque estabilidade e velocidade não são os fortes do veículo. Kombi nos faz lembrar quem trabalha de sol a sol: o comerciante da Ceasa, o feirante do bairro, o vendedor de caldo de cana e os trabalhadores rurais, que foram as vítimas do desastre de quarta-feira. 
   Durante alguns anos eu fui de Kombi para a escola. Era uma perua branca, com faixa amarela onde se lia em letras garafais: ESCOLAR. Recordo-me com nostalgia do sacolejar nas poltronas pretas, da voz simpática do motorista Jaime, das nossas bolsas que tinham fecho olho-de-gato, do álbum de figurinha de Guerra nas Estrelas, das conversas sobre futebol com os outros meninos e do inconfundível ruído do motor Volkswagen. Nós não sabíamos, mas a Kombi seria a nossa condução para sempre – pois too mundo tem uma Kombi em sua vida. 

SÁBADO FEIRA

   A Kombi também me faz lembrar nas feiras de Londrina, onde encontramos verduras, legume e frutas fresquinhas todas as manhãs. Adoro ficar passeando entre as barracas , ouvindo a conversa das donas de casa e, frequentemente, encontrando amigos tão amáveis como Pedro Scucuglia e Nelson Capucho. As kombis dos feirantes, perfiladas nas ruas, são os limites desse mundo, das segundas, terças, quartas, quintas e sextas. Aliás, de todos os dias: eu costumo dizer ao Pedro que o fim de semana é composto por sábado-feira e domingo-feira.
   Rodofo, Renan, Flávio, Cleverson, Odirley, Luís Carlos: são esses os nomes dos trabalhadores que morreram no desastre da Warta. Em nome de todos aqueles que um dia andaram de Kombi, eu registro o meu profundo sentimento de pesar por essas vidas perdidas numa tarde triste, de um céu tão azul que não nos permitia imaginar uma tragédia dessas. Que Deus dê paz e consolação a seus familiares e amigos. ( Crônica AVENIDA BRASIL, por PAULO BRIGUET, página 3, caderno Folha Cidade, sábado, 23 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CRIMINALIDADE NO INTERIOR


   Antes pacatas e tranquilas, há alguns anos as cidades do interior de todo o País, tornaram-se alvo de grandes quadrilhas, principalmente as especializadas em roubos e bancos Municípios de todo o País, têm registrado ações cinematográficas, com destruição de agências inteiras e grande uso de violência contra reféns e vigilantes. A falta de efetivo policial e o pouco aparelhamento das forças de segurança são, sem dúvida, as causas para essa migração da violência. 
   Nesta semana uma megaoperação do Departamento de Inteligência do Estado do Paraná, com apoio das polícias Civil e Militar, prendeu 21 pessoas, todas suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em roubos a bancos. O grupo teria organizado dez assaltos no ano passado mais um neste ano, realizado no dia 18 em Curiúva (Norte Pioneiro). Foram ações planejadas e que demonstram o grande poder de ação do bando. 
   As prisões são importantes porque mostram que a polícia está atenta e em campo. No entanto, o ideal seria prevenir que fossem realizadas. Embora o governo estadual tenha aumentado consideravelmente o efetivo policial, os problemas estão longe de serem resolvidos. O interior sofre com a insegurança e tem assistido, diariamente, a violência aumentar. O assunto já foi tema de várias reportagens desta FOLHA e o problema não está restrito a uma determinada região. Pelo contrário, é recorrente em vários municípios. Assaltos à mão armada e roubos de veículos tem se tornado frequentes. 
 As estatísticas apontam que o número de ocorrências vem caindo no Estado – fator extremamente positivo. É preciso trabalhar incansavelmente para desarticular essas quadrilhas. A população precisa ter o seu sossego restabelecido até mesmo porque a ”sensação de insegurança” é sentimento comum. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, sábado, 23 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

CHECK-UP É FUNDAMENTAL PARA QUEM VAI SE EXERCITAR


      Um programa que visa a perda de peso deve incluir exercícios regulares,com periodicidade de quatro vezes por semana e duração mínima de 90 dias.

   Além de complicações imediatas, como arrtmias e dificuldades respiratórias, cuidado pode evitar lesões osteoarticulares

  Ano novo, novas metas. Tem muita gente querendo começar 2016 de forma diferente. E uma das promessas mais conhecidas inclui sempre o início de uma atividade esportiva. Se você tem essa ideia em mente é importante tomar alguns cuidados. Antes de começar, é fundamental saber como está o seu corpo, para ter certeza de que não correrá risco ao dar o pontapé. Para isso, os cardiologistas recomendam a realização do famoso check-up.
   O assunto é recorrente e a maioria das pessoa sabe que é de extrema importância a sua realização, mas muitos ainda o deixam de lado e acabam tendo surpresas nada agradáveis. “A prática de um exercício,  do seu nível de intensidade e de exigência física e mental, competitivo ou não, potencializa fenômenos metabólicos variados e intensos. Caso esse indivíduo possua alguma doença silenciosa ou inicial, essa atividade física pode elevar os riscos de complicações”, explica o cardiologista do Centro do Coração de Londrina, Laércio Uemura.
   Muitos exemplos demonstram o perigo que existe em exigir melhor desempenho do corpo sem antes avaliar de forma completa e científica os seus verdadeiros potenciais. Além de complicações imediatas de alta gravidade, como arritmias, dificuldades respiratórias e até mesmo paradas cardíacas, podem ocorrer lesões osteoarticulares (ossos envolvidos com as articulações, além de cartilagens, ligamentos e outros compostos), que às vezes chegam a incapacitar os esportistas e atletas para o exercício de su atividade.
   De acordo com o especialista, os exames que compõem o check-up esportivo servem para traçar o perfil do metabolismo, mostrando os níveis de colesterol, glicose e pressão arterial. “Além disso,  um teste de esforço identifica a capacidade física e permite checar problemas cardiovasculares”, pontua Uemura.
   Um programa que visa a perda de peso e a busca por uma melhor forma atlética deve incluir exercícios regulares, com periodicidade quatro vezes por semana, e com duração mínima de 90 dias. Mas vale ressaltar que essa base varia de acordo com o objetivo de cada indivíduo e o exercício que será desempenhado.
   “ Tendo em suas mãos uma avaliação completa e fiel das atuais condições físicas de um indivíduo, seja ele iniciante ou profissional, seu técnico ou médico do esporte pode contar com uma ferramenta de trabalho fundamental para ajuda-lo a melhorar a  sua performance com segurança”, reforça o cardiologista.
   Vale lembrar ainda que a falta de exercícios físicos também é preocupante. Vários estudos científicos modernos já constataram que o sedentarismo é um dos mais importantes fatores de risco para o aparecimento de doenças degenerativas cardiovasculares e do metabolismo como o diabetes e a síndrome metabólica. A prática regular de atividades físicas contribui para a prevenção e manutenção da saúde. ( REPORTAGEM LOCAL, página 2, caderno FOLHA CIDADES, terça-feira, 19 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O PAÍS DO ZIKA VÍRUS

Pesquisadores do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz de Curitiba, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, divulgaram esta semana o resultado o resultado de um estudo que confirma que o zika vírus consegue atravessar a placenta das gestantes. Segundo das cientistas que atuou na pesquisa, a descoberta é importante porque são poucos os micro-organismos que conseguem romper essa proteção e confirma a transmissão intrauterina do zika vírus. O trabalho também deve auxiliar no delineamento de estratégias antivirais que visem bloquear o processo de infecção e transmissão. A pesquisa utilizou como amostra a placenta de uma paciente do Nordeste que sofreu aborto. No tecido, elas encontraram amostras do DNA do vírus. Vários países registraram as epidemias pelo zika, mas pesquisadores renomados já vieram a público dizer que a epidemia vivida atualmente no Brasil é a maior já registrada em todo o mundo. Até o ano passado, a infecção causada por esse vírus era considerada uma doença mais leve que a própria dengue. Mas tudo mudou com a descoberta da relação do zika com a grande quantidade de casos de microcefalia em bebês. Segundo dados divulgados anteontem pelo Ministério da Saúde (MS), o Brasil soma 3.381 casos suspeitos de microcefalia e outros 230 confirmados. Os casos ocorrem em 764 municípios de vinte estados e do Distrito Federal. O novo balanço informa ainda 49 mortes de bebês identificados com a má-formação. Por trás dessa calamidade está o Aedes aegypti, que transmite também a dengue a febre chikungunya. Se em 2016 o mosquito transita por grande parte do Brasil, é bom lembrar que o Aedes chegou a ser erradicado do País por duas vezes – nas décadas de 1950 e 1970 – após intensas campanhas de saúde pública. Na época, a preocupação era com a febre amarela, outra doença transmitida pelo mosquito. É inacreditável que algo feito há 60 anos parece hoje, impossível de ser repetido. Enquanto o mosquito vem se adaptando para sobreviver – sem dificuldades – no século 21, o País perde a batalha. Governos e prefeituras subestimaram o avanço do Aedes e, agora, de que adianta o exército nas ruas se falta conscientização por parte da população e investimento público para ações competentes? ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 22 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).        

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

VINTE VEZES MÃOS AO ALTO


     Fernando de Moraes, diretor da Móveis Brasília

   Acredite, ainda existem defensores do governo que negam a existência da crise. Para certo tipo de militante, a derrocada econômica do Brasil não passa de uma “invenção da mídia golpista”. Fico imaginando que essas pessoas não foram ao supermercado nem pagaram água e luz, IPVA ou gasolina nos últimos meses; não viram nenhum amigo perder emprego; não viram nenhuma empresa fechar as portas; não viram a expansão da única loja que cresce no país (a rede Aluga-se). Em suma, vivem em outro planeta, o planeta Dilma. 
   Quando um negócio funciona bem ou pelo menos consegue se salvar do naufrágio econômico, os defensores do PT não elogiam o empresário, preferem usar o bom exemplo para negar a existência da crise. Está cada vez mais difícil sobreviver no mercado pagando uma carga tributária pesadíssima para financiar um Estado em que a ineficiência e a corrupção disputam a primazia. Mas, além dos assaltos que vêm de cima, muitos empresários são agora obrigados agora a conviver com os assaltos que vêm de baixo.

   PROTESTO

   Em 2015, a rede de lojas Móveis Brasília, sediada em Londrina, foi assaltada pelo menos 20 vezes. Só no mês de dezembro, mês do indulto de Natal, foram oito roubos nas lojas do grupo na cidade e região. Os ladrões buscam principalmente telefones celulares e produtos eletrônicos.
   Encontrei o empresário Fernando de Moraes, diretor da empresa, na segunda semana de janeiro. De lá pra cá, houve mais dois assaltos. Um deles com momentos de forte tensão. “O prejuízo financeiro é grande, mas tememos que aconteça o pior”, diz Moraes. 
   As perdas com os assaltos não se limitam ao valor das mercadorias. O investimento em equipamentos e equipes de segurança torna-se cada vez mais elevado. A cada assalto, a renovação do seguro fica mais cara. Além disso, o clima de medo entre os funcionários acaba levando o grupo a perder bons profissionais. “Tivemos até um caso de sequestro no ano passado”, conta o diretor da rede, que possuiu 500 funcionários distribuídos em 31 pontos de venda. Moraes já cogitou fechar uma das lojas por causa da insegurança. “ Até uma faixa de protesto eu já havia feito, mas na última hora decidimos tentar mais um pouco”. 

   PLANEJAMENTO

  Para vencer a crise econômica, os empresários tiveram de fazer planejamento dos negócios. Para vencer a crise de segurança, o caminho é o mesmo. “Vamos unir as autoridades de segurança pública e as lideranças empresariais para elaborar um planejamento de segurança para o comércio de Londrina, afirma Fernando de Moraes, que também é diretor comercial da Acil. 
   Para deixar de ouvir “mãos ao alto”, é preciso colocar mãos à obra. (Coluna AVENIDA BRASIL, por PAULO BRIGUET. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, página 3, esapaço AVENIDA BRASIL, caderno Cidades, quinta-feira, 21 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CONTRA A CPMF


   Entidades de representatividade nacional lançaram esta semana um manifesto contra o aumento de carga tributária. Com duras críticas à atuação da presidente Dilma Rousseff (PT), no documento, o empresariado cobra “o cumprimento dos compromissos assumidos pela presidente na campanha eleitoral d 2014”, ano da eleição. Temas mais espinhosos e polêmicos realmente não costumam ser abordados durante o período pré-eleitoral. Em geral os candidatos preferem “pintar um mundo cor-de-rosa” com soluções mágicas para todos os problemas enfrentados pela população. 
   No entanto, passada a eleição a realidade se mostra mais difícil. Grave crise econômica, desequilíbrio nas contas públicas e muita corrupção. O cenário é desolador à população até mesmo porque soma-se a tudo isso a inflação e o desemprego em alta e o forte aumento das tarifas controladas. Parece totalmente insensato para o momento que o governo ainda pleiteie mais aumento de impostos. Se é preciso fazer “caixa”, promover uma redução geral das despesas – movimento que as famílias brasileiras estão acostumadas a adotar – é o único caminho a ser seguido. 
   A transferência de mais dinheiro dos setores produtivos e da população vai agravar a falta de investimentos e o nível de atividade o que, consequentemente vai provocar mais desemprego e recessão. É o melhor caminho a ser seguido? O momento é de promover ajustes que contribuam para a retomada do crescimento econômico. 
   É ainda preciso lembrar que o o atual governo está envolvido em um dos maiores escândalos de corrupção da história. Perdeu toda a credibilidade para pedir que a população aceite passivamente a criação de mais um imposto. Os brasileiros já arcam com uma carga tributária das mais altas do mundo e, praticamente, nada têm em troca. É preciso que outras entidades e que a sociedade em geral se uma a esse manifesto para impedir que a CPMF volte a ser implantada. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, quinta feira, 21 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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