domingo, 31 de julho de 2016

UM OLHAR SOBRE A PAISAGEM





   A natureza esbanja harmonia nas cores e proporções, uma concepção nem sempre observada na construção humana

  Levei sorte, vou morar num local que tem vista para a peroba central do Bosque de Londrina. Ainda que o apartamento não seja grande, a vista é um luxo. Retorno a sensação de quando morava numa casa que tinha vista para o Lago Igapó 4, aquele no caminho para a UEL. Imagino que por obra e graça seja colocada em lugares em que a paisagem compensa todo empenho de procurar um novo local para morar. Pelo visto, os deuses me agraciaram mais uma vez. Algumas paisagens são obras de arte. O que poderia ser uma tela abstrata ou escultura em madeira são fotografias detalhadas de elementos da natureza. Uma semente com desenho em ondas e um tronco coberto de fungos demonstram que, a todo momento, podemos nos deparar com lições de estética. Plantas e animais reproduzem padrões que serviram para conceituações na arte, a ponto de se declarar que a “beleza pode ser definida pela simetria das formas.” Um conceito que pode ter sido ultrapassado pela ideia da livre expressão, mas que ainda é útil. 
   É que a natureza esbanja harmonia em cores e proporções. Uma concepção nem sempre observada na construção humana. Pior ainda, pouco valorizada quando construímos cidades como feias paisagens. Olhando qualquer metrópole, não me canso de observar que as construções, normalmente retilíneas, cria um cenário padrão que se distancia da beleza, tendendo à monotonia e à falta de criatividade. Sempre me pergunto por que os arquitetos não planejam mais edifícios redondos, curvilíneos ou em forma de taças? Por que temos que conviver com prédios repetitivos que lembram caixotes cinzentos? A ideia do Minha Casa Minha vida é lembrar a vida sofrida? E a concepção de imóveis de padrão relativo onde não cabem duas pessoas num quarto é para afirmar que a vida moderna é apertada mesmo?
   Há mais de 10 anos, morei num casarão de madeira construído nos anos 40, ao qual ninguém dava valor. Encantei-me com o tamanho das salas e dos quartos, com a sua luminosidade e o quintal cheio de plantas. Não era um imóvel caro e bastou uma pintura e um bom aproveitamento do espaço para que a casa se transformasse num sonho. Para completar, a casa tinha na calçada dois pés de acácia amarela que na primavera explodiam em flores. Um dia tive que me mudar. Não demorou muito e a casa foi demolida. Pior, cortaram as acácias que transformavam a rua numa paisagem. Sempre me pergunto como se sentem as pessoas que são obrigadas a cortar árvores e, obedecendo a ordens, põem abaixo troncos antigos, galhos fortes, folhas e flores generosas. É de doer o coração, o meu dói. Hoje, no lugar da minha antiga casa existe um colégio cuja arquitetura é um exemplo de mau gosto. Tijolo sobre tijolo formando um grande caixote. O edifício foi construído rente à calçada, sem nenhum recuo, e ao seu redor não se vê sequer um arbusto. Quando vejo isso, lembro-me das lições de estética que a natureza oferece de graça e que poucos aprendem. Na modernidade, com poucas exceções, vivemos há anos-luz da beleza em nossos cenários de duro concreto. O mundo está cada vez mais feio.
   Não deixa de ser uma bênção minha vista da janela ser contemplada com a altura vertiginosa de uma peroba do Bosque da qual vejo a copa e o quanto de beleza pode caber num mundo esvaziado de valores. Ponham abaixo a feiura e, por favor, mantenham as árvores em pé. (Crônica da jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI celiamusilli@gmail.com caderno FOLHA 2, página 4, domingo, 31 de julho de 2106, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

NEGÓCIOS SOCIAIS

   Em um contexto global marcado pela instabilidade, crises econômicas cada vez mais frequentes, aprofundamento das desigualdades e risco de colapso ambiente iminente, precisamos reconsiderar os modelos empresariais e buscar alternativas mais consistentes e alinhadas com as principais necessidades da sociedade contemporânea. Neste cenário, surge o conceito de empresa social ou negócio social, um modelo organizacional que já está presente em vários lugares do mundo e que se destaca por substituir a lógica tradicional, voltada para a maximização do lucro, pela maximização do benefício social, incorporando a racionalidade e as estratégias de gestão das empresas com os valores e objetivos característicos das organizações do terceiro setor, em função disso, é conhecido como “setor dois e meio”. 
   O conceito de empresa social ou negócio social foi concebido pelo economista bangalês Muhammad Yunus, laureado com prêmio Nobel da paz de 2006 por seus esforços em prol da redução da pobreza no mundo. Inicialmente notabilizou-se por criar o Grameen Bank, instituição financeira baseada em concessões de microcrédito para populações pobres, visando impulsionar pequenos negócios e dinamizar a economia local. A ideia foi ampliada e deu origem ao Grupo Grameen que atualmente abrange diferentes setores, como produção de alimentos, tecidos e telecomunicações, todos seguindo o conceito de negócio social. 
   Negócios sociais baseiam-se em três pilares: 1- Substituição da maximização do lucro pela maximização do benefício social, sem abrir mão da autossustentabilidade da atividade; 2- Atender a uma necessidade-problema social da comunidade; 3- Todo o lucro é reinvestido na própria empresa para aumentar o seu impacto social. O protagonismo de todo o processo é assumido pelas próprias populações afetadas, desenvolvendo atividades capazes de gerar trabalho e renda, e assegurar a expansão dos negócios para melhorar a qualidade de vida da comunidade. Priorizam-se os pequenos fornecedores locais, o que dinamiza a cadeia produtiva regional e evita-se o uso de tecnologia intensiva para assegurar um maior número de postos de trabalho. 
   Um exemplo bem sucedido de empresa social é a Grameen Danone Foods, resultado da parceria entre o Grameen Bank e a Danone. A proposta do empreendimento foi de combater a desnutrição entre as crianças, principalmente das áreas rurais de Bangladesh, por meio de iogurtes fortificados nutricionalmente e comercializados por mulheres pobres das aldeias a um preço acessível (8 cents de Euro). Esse esforço resultou em significativa redução da mortalidade infantil na região, promoveu a economia local e proporcionou trabalho e renda para mais de 1.600 pessoas e mais unidades industriais encontram-se em construção. O aspecto ambiental não é negligenciado, faz-se uso de energia solar e as embalagens dos iogurtes são 100% biodegradáveis. 
   O êxito do negócio social não é mensurado pelo total de lucro obtido em um determinado período, mas sim pelo impacto gerado para as pessoas ou para o meio ambiente. Esses empreendimentos se propõem a combinar as melhores práticas empresariais com as melhores iniciativas do setor público e filantrópico. Diferente das ONGs ou programas governamentais, o negócio social busca garantir sua sustentabilidade financeira, tornando-se independente de atores externos para sua operação e desenvolvimento. No entanto, diferente das empresas tradicionais, o negócio social não tem a intenção de maximizar o lucro para os acionistas , mas antes potencializar o benefício social gerado. Nessa perspectiva, o melhor lucro é aquele gerado em prol do desenvolvimento socioambiental e da qualidade de vida do maior número possível de pessoas. (LUÍS MIGUEL LUZIO DOS SANTOS, professor da Universidade Estadual de Londrina e LILIAN DE LIMA PIRES, aluna do programa de mestrado em Gestão e Sustentabilidade, página 2, ESPAÇO ABERTO, domingo, 31 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

TENDÊNCIA DE SOLIDARIEDADE


   O brasileiro está cada vez mais consciente de que a união realmente faz diferença para mudar o País e a vida das pessoas. As ações voluntárias, que sempre foram tão comuns em países desenvolvidos (os norte-americanos participam de trabalhos comunitários desde crianças), fazem parte da rotina de muita gente. O que é ótimo para uma nação que há poucas décadas partilha de uma forte filosofia assistencialista. 
   Na edição de hoje, a Folha de Londrina mostra que um novo tipo de colaboração ganha espaço por aqui: os projetos de financiamento coletivo em que a internet tem papel fundamental. Um deles é a proposta para modernizar a Rádio UEL FM e o outro é o projeto criado por um médico para viabilizar um centro de apoio para pacientes com câncer. 
   Uma psicoterapeuta entrevista pelo jornal analisa que à medida em que essa nova tendência de solidariedade se repete no Brasil, as pessoas demonstram um novo comportamento, passando do modelo assimétrico da caridade para adoção do modelo horizontal de solidariedade. E na solidariedade, quem doa também se beneficia. Ela ocorre por identificação e combina mais com o nosso tempo.
   Dar uma esmola para uma criança que vive numa comunidade carente é muito diferente daqueles projetos de apadrinhamento, em que o cidadão doa mensalmente uma quantia para manter essa criança estudando com paz e tranquilidade. Um refugiado não precisa de caridade, mas de solidariedade para recomeçar a vida com dignidade. São ações que não têm relação com posição de poder, mas com justiça. 
   É claro que o voluntariado e os mutirões de ajuda envolvem ações mais localizadas e não substituem os programas de Estado. Mas todos ganham quando a sociedade civil abandona a atitude passiva e se organiza para um objetivo comum. Ao contrário do previsto, o individualismo pode não ser o grande mal contemporâneo. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, domingo 31 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

OPORTUNIDADE QUE TRANSFORMA VIDAS

Eunice e Ronaldo Rodrigues trabalham com brócolis, couve-flor, alface, repolho,almeirão,beterraba, mandioca, milho verde e abóbora



   Casal de pequenos agricultores aposta no crédito fundiário para comprar um pedaço de terra e investir na produção de olerícolas

   Sabe aquela oportunidade que transforma uma vida e traz tranquilidade e certeza que estamos no caminho certo, em todos os sentidos? Muitas vezes, o produtor rural necessita que uma porta se abra para que de fato, ele engrene no negócio. Foii o que aconteceu com o casal de produtores Eunice Aparecida e Ronaldo Rodrigues, moradores do distrito de Lerroville.
   Toda a vida eles trabalharam na roça, enfrentando os desafios da agricultura familiar. Mas sempre se deparavam com dois grandes problemas: dificuldade na comercialização e a terra arrendada trazia entraves para o retorno financeiro do casal. Cenário que mudou drasticamente em 2007, quando tiveram a oportunidade de comprar uma pequena área por meio do crédito fundiário no assentamento Alto Alegre. Mais do que isso: há cinco anos eles integram também a Cooperativa Solidária de Produção, Comercialização e Turismo Rural da Agricultura Familiar do Norte do Paraná (Coafas), vendendo todos os seus produtos diretamente para a merenda escolar.
   Que mudança de cenário! No Assentamento Alto Alegre, o casal e mais 46 famílias pagam R$ 3 mil por ano pela área média de três hectares. Lá, eles trabalham com brócolis, couve-flor, alface, repolho, almeirão, beterraba, mandioca, milho verde, abóbora, tudo destinado para a Coafas e também entregas diretas para clientes em Tamarana e Lerroville.
   Além das olerícolas, dona Eunice também aposta na produção de pães caseiros e geleias de morango e banana, que também vão para as escolas por intermédio da cooperativa. “Quando a gente arrendava a terra, plantava milho, feijão: cada ano era um produto diferente. Depois que conseguimos comprar nosso espaço e conhecemos a Coafas, tudo mudou. Toda segunda-feira entregamos em media 500 quilos de olerícolas, 300 pães e 100 quilos de geleia na cooperativa. Hoje meu tempo está contadinho”, brinca a produtora. 
  
Toda segunda-feira o casal entrega, em média, 500 quilos de olerícolas, 300 pães e 100 quilos de geleia na Coafas

 Além do casal, o filho Rogério, graduado em física e química, também mora na propriedade e divide o tempo entre as aulas ministradas em Tamarana e auxiliando a mãe principalmente na produção de pães. “E para o ano que vem temos ainda mais planos. Já reservamos uma área da propriedade em que começaremos a bandejar nossos produtos, agregando ainda mais valor à nossa produção. Também vamos buscar, juntamente à UEL (Universidade Estadual de Londrina), a certificação para produtos orgânicos, pois hoje já trabalhamos com pouco agrotóxico”.
   Nesta semana, em comemoração ao Dia do Produtor Rural, os produtores do Assentamento Alto Alegre também pararam um pouco as atividades para festejar. Juntaram os amigos e fizeram um belo jantar. “Aqui tem arrasta-pé”, brincamos, dançamos e até viajamos em comboio para Aparecida do Norte todo ano. Temos uma vida muito prazerosa e de qualidade. Vale a pena celebrar.” ( VICTOR LOPES – Reportagem Local, FOLHA RURAL, páginas, sábado6 e 7, 30 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 30 de julho de 2016

AS ESTUFAS DE R$ 1 MILHÃO

 

Dito da Mandioca viu o negócio render de vez quando deixou  a Ceasa para apostar na venda direta aos clientes que foi adquirindo ao longo dos anos
   Rompendo com o cenário econômico arrefecido, produtor de hidropônicos d Londrina vai investir pesado para quadrupllicar produção de hortaliças

   Crise? Nada disso! A palavra de ordem que move a vida do produtor rural Benedito Aparecido Gomes é investimento. Ele é a prova viva de que o mercado estadual de hortaliças continua firme, mesmo com as chuvas e geadas esparsas que atrapalham parte da produção do Estado. O pensamento dele é simples, mas certeiro: “Quando a crise chega, a pessoa pode até andar mais alguns quilômetros com o pneu careca, ela dá um jeito. Mas quando o assunto é comida, todos precisam se alimentar diariamente”. Com esta dinâmica, a prosperidade abriu a porteira e entrou com tudo na propriedade de 20 hectares da família, que hoje conta com uma área dedicada à mandioca e, claro, folhosas em geral. 
   Os números da hidroponia respondem por si só. São 12 estufas de folhagens – com alface, rúcula, almeirão, agrião, entre outras – e uma produção de mil pés por dia, comercializada em oito supermercados, sendo dois de marcas fortes em Londrina, além de três restaurantes. Sem medo dos planos mirabolantes do governo em relação à economia, a meta do Benedito é audaciosa: atingir nos próximos 15 meses o número de 40 estufas e a comercialização de quatro mil pés por dia. O valor que será investido? Aproximadamente R$ 1 milhão. “Até agora fiz tudo com recursos próprios, já que não consegui financiamento. Pretendo continuar desta forma e, omo estou há bastante tempo no ramo, vou conseguir comercializar toda essa produção tranquilamente". 

   GUINADA

   A história do “Dito da mandioca” (que agora pode ser chamado de “Dito das folhosas”) é de um empreendedor nato. Até os 25 anos, ele trabalhava numa indústria de rami. Quando o governo Collor chegou com tudo para “falir a firma”, o patrão de Benedito arrumou um pedaço de terra arrendada para ele plantar. Aos poucos, comercializando os produtos na feira do produtor, ele foi crescendo, e acabou comprando a área onde a indústria do patrão ficava localizada. “Ao longo dos anos fui adquirindo meus clientes e saí da Ceasa. Lá tem muitos altos e baixos, com época que você não consegue atender os clientes e outra que você joga o produto fora. Agora, vendendo de forma direta aos clientes, isso não acontece. São conquistas que adquiri ao longo desses 25 anos no mercado”.
   Hoje, Benedito trabalha com seus dois filhos, Luís Gustavo de 21 anos, e Gabriel, 16, e mais cinco funcionários que se dedicam à mandioca e hidroponia. Os filhos, vendo o retorno dos negócios ,não têm a mínima dúvida de que vão continuar firme na propriedade. “Os pais têm que dar apoio aos filhos. Eles precisam ver que aqui ganham muito mais do que na cidade.Assim, eles se animam e permanecem, Falta incentivo para que os mais jovens peguem amor na agricultura”.
   No que diz respeito à qualidade de vida que consegue oferecer aos meninos, Dito não titubeia em dizer: “Aqui na roça, meus filhos têm uma qualidade de vida filhos igual ao melhor cirurgião de Londrina ou algo parecido. Eles têm carro confortável para passear, têm dinheiro para o lazer que gostam, casa boa para morar, internet, telefone e se precisar de um médico, temos condições de arcar com uma consulta particular. Vejo que a agricultura familiar é que verdadeiramente alimenta o Brasil. Tudo que nós temos conquistamos aqui na roça. (VICOR LOPES – Reportagem Local, caderno FOLHA ECONOMIA 8 NEGÓCIOS, página 4, sábado 30 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).     

FUJA DAS FÓRMULAS MILAGROSAS


   Não se deixe enganar por promessas de atalho para o sucesso. Ela seduzem, mas são vazias.

   Já pensou em adquirir fluência em inglês em apenas dez meses com um método interativo e divertido? Ou que tal perder 15 quilos nos próximos sessenta dias seguindo três receitas básicas sem ter que deixar seus pratos prediletos fora do cardápio? O tempo todo nos deparamos com anúncios do tipo, prometendo atalhos para o alcance daqueles objetivos que, naturalmente, exigirão muito de cada um de nós. 
   A verdade é que somos uma geração que vive com pressa. Muita gente que você conhece quer conseguir logo o que almeja ou então desiste da meta, como se o mundo fosse acabar amanhã. Ou seja, boa parte das pessoas ignora o fato de que grandes feitos exigem renúncias, novos hábitos, consistência e disciplina no silêncio do dia a dia. 
   Enquanto você trabalha duro, ninguém vê. E você não é o único. Pense nos grandes atletas. O jamaicano Usain Bolt, por exemplo, treina exaustivamente por manhãs e tardes inteiras sem plateia, com a missão de extravasar toda a sua competência numa prova de 100 metros rasos em menos de dez segundos. E quando Bolt sobe ao pódio quase ninguém lembra que houve um trabalho descomunal empreendido por ele antes da competição. 
   Claro que existem situações nas quais você vai descobrir atalhos ou maneiras mais fáceis de resolver um problema ou atingir um objetivo. E isso não é ruim. Mas, lembre-se: milagres são raros. Grandes feitos geralmente exigem uma dedicação ímpar que precisamos estar dispostos a despender. 
   É por isso que muitos veem nas fórmulas mágicas um caminho para simplificar a vida. Afinal, quem não quer ser poliglota sem estudar muito, ter o corpo em forma sem frequentar a academia ou alcançar sucesso empresarial sem grandes renúncias?
   Quem ganha om essa busca desenfreada por soluções milagrosas são justamente os charlatões que prometem aquilo que as pessoas ingênuas adeptas do “me-engana-que-eu-gosto” querem ouvir. Pior: qualquer um de nós pode cair nesse tipo de armadilha, já que as artimanhas utilizadas por eles têm ficado cada vez mais sutis e o desejo por encontrar respostas fáceis é sedutor.
   Vamos para e pensar seriamente sobre o assunto. Se alguém realmente soubesse as dez leis que levam ao sucesso e as vendesse em série, será que ninguém fracassaria? Certamente haveria gente que não conseguiria aplicá-las e depois as descartaria. O milagre não está em reconhecer os dez passos e sim na competência de colocá-los em prática.
   É claro que existem alguns princípios gerais que nos aproximam do sucesso, como por exemplo, ser dedicado naquilo que se faz, manter a automotivação e não se deixar levar por distrações, dentre uma série de outros comportamentos. 
   Contudo, os passos dados por um grande empresário que você admira não necessariamente servirão para o seu negócio. A dieta do top model mais bem paga do mundo, pode não funcionar para você. Temos que ter essas pessoas como bons exemplos e extrair o que é aplicável a nós. Quanto às receitas milagrosas, cabe analisá-las muito bem antes de começar a segui-las e acabar frustrado pelo resultado não ter sido o prometido. 
   Pare de buscar por algo que resolva seus problemas de uma vez por todas. Não se esqueça de que tudo aquilo que conquistou até agora não foi construído de um dia para o outro. É resultado de muita dedicação e trabalho. A resolução de problemas também não ocorrerá num passe de mágica, por isso não se iluda com dicas fáceis. E lembre-se, repito, o sucesso é construído no silêncio do dia a dia. (WELLINGTON MOREIRA, palestrante e consultor empresarial, página 2, caderno FOLHA ECONOMIA 7 NEGÓCIOS, sábado, 30 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

LULA, RÉU NA LAVA JATO


   O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou ontem réu da Lava Jato. A notícia vem a público um dia após Lula protocolar uma petição do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em que denuncia uma suposta “falta de imparcialidade” e “abuso de poder” do juiz federal Sérgio Moro e dos procuradores da operação que apura o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Enquanto o processo na ONU deve durar dois anos para ser concluído, a Justiça Federal do Brasil tem se mostrado mais rápida na condução dos processos do Petrolão. Além de Lula, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, recebeu denúncia e transformou em réus o ex-senador Delcídio do Amaral e mais cinco pessoas por tentativa de obstrução das investigações. Eles são acusados de participar de uma trama para comprar a delação premida do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró. É a primeira denúncia recebida pela Justiça contra Lula. Mas ele também é alvo de investigação em outro processo, conduzido pelo juiz Sérgio Moro, por suspeita de ter sido beneficiado por empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Segundo Leite, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) tem os requisitos mínimos para a abertura de ação penal. O escândalo estourou no final de 2015 quando Delcídio, então líder do governo no Senado, acabou preso após ser gravado em uma conversa na qual oferecia auxílio financeiro para evitar a colaboração premiada de Cerveró. A ideia seria evitar que fossem delatados pelo ex-diretor. Para a Procuradoria Geral da República, Lula ocupou papel central nessa tentativa de embaraçar as investigações. Há discussões sobre o que caracteriza o crime de obstrução da Justiça, mas a questão aqui é a preservação da Operação Lava Jato. A maior investigação sobre corrupção da história do Brasil tem como consequência a prisão e a punição de empresários e políticos poderosos e pode significar ainda uma grande mudança na forma como o povo vê o processo político e a administração pública. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 30 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 29 de julho de 2016

INFLAÇÃO E ALTA DE JUROS



   Os economistas e políticos brasileiros continuam errando no básico. Literalmente “matando o paciente” por erro de diagnóstico. Também, boa parcela dos empresários brasileiros peca por não entender que, se um produto está vendendo bem, existe então um ganho de escala, ou seja, com o aumento das vendas os custos de produção tendem a cair, então o ganho passa a ser bem maior. Desnecessário subir preços. Em alguns casos é pura ganância, em outros, pura burrice. Manter preços estáveis é salutar para todos – desde a indústria até o consumidor final. Aumentando-se os juros tiramos do consumidor o poder de consumir mais, do empresário, o poder de produzir mais. Aí, vem o desemprego, a falta de dinheiro e mais queda de consumo e de arrecadação. É a recessão alimentada por políticas equivocadas.
   O mercado tem as suas próprias leis, se existe queda de vendas, parte-se para promoções e redução de preços. Se os preços sobem e mesmo assim as vendas continuam fortes, é sinal que existe espaço para isso e, com certeza, novos concorrentes irão entrar no mercado, equilibrando os preços e dividindo espaço.
   O governo deve sim monitorar o mercado e, se tiver que intervir na economia, que o faça de forma pontual, não como faz hoje, penalizando todos. Subir juros é uma burrice, só quem ganha com isso é o sistema financeiro, ninguém mais. Quando se fala em meta de inflação de 5% ao ano, os bancos cobram juros de 10 % ou 15% ao mês, é um verdadeiro caso de polícia! E o governo nada faz em relação a isso. Juros baixos estão diretamente ligados a aquecimento da economia, a investimentos em ampliações de parques industriais, em mais empregos, mais rendas e, consequentemente, maior arrecadação. Mas, não sei por que, aqui no Brasil tudo é diferente. Abra-se o mercado, deem condições para que novas empresas aqui venham concorrer, impeçam fusões de empresas que reduzem quadros e monopolizam o mercado, pratiquem uma política estável, entendível, com carga tributária justa, e assim teremos um país maior e melhor. Precisamos de muito pouco para isso, basta termos na administração de nosso país, pessoas competentes de verdade. Porque até hoje só tivemos marqueteiros, que falam e falam, mas de bom mesmo nada! (REINALDO MARTINS SIQUEIRA, consultor de empresas em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, sexta-feira, 29 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

QUE GERAÇÃO É ESSA?



   O título deste artigo é uma das maiores incógnitas que temos hoje em nossa sociedade. Quem são essas crianças e adolescentes que estamos formando? O que elas pensam, quais são seus sonhos e planos para o futuro? Como enxergam o mundo e as gerações passadas? Vivi recentemente uma experiência muito rica e diferente. Acompanhei um grupo de 16 jovens entre 12 e 13 anos em uma viagem pela Europa por duas semanas para aperfeiçoar a fluência da língua inglesa. Neste período, pude constatar que o comportamento deles é igual ao de um camaleão, que vai mudando conforme o ambiente. Já convivia com eles dentro da escola, no período da manhã, mas nesta jornada, passamos 24 horas por dia juntos. E na convivência diária passamos a observar comportamentos que são muito preocupantes: como arrumar a mala? como manter um quarto organizado? como preparar um café com leite? como lavar um par de meias? como descascar laranjas? Muitos deles não sabiam como realizar tais atividades. Em contrapartida, na tecnologia são de uma esperteza de tirar o fôlego. Em se tratando de produtos para maquiagem, tratamentos de cabelo, marcas e roupas são excelentes. 
   Mas o que mais mexeu com minha visão de mãe e pedagoga foi observar a falta de emoção e sensibilidade. Saudade... é como se não conhecessem este sentimento. Não havia uma preocupação em saber da família, dos pais... desolador! A preocupação era com o que havia sido postado no facebook e observações em relação ao tipo de roupa usada – mostrando verdadeiramente que o que vale é a aparência, o ter, o parecer. Estes jovens tocarão o mundo, serão nossos futuros gestores, políticos, os adultos do amanhã. Como imaginar o mundo na mão deles? Será que existirá um olhar coletivo? É óbvio que não, a individualidade e o egoísmo serão dois quesitos interiorizados de tal maneira que o outro não será visto. Para educadores e pais, vale uma grande ressalva e reflexão: precisamos pensar em formas de lidar com este novo perfil de ser humano. (ESTHER CRISTINA PEREIRA, psicopedagoga, diretora da Escola Atuação em Curitiba e vice-presidente do Sinepe/PR, página 2, ESPAÇO ABERTO, sexta-feira, 29 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

ESCOLAS VÍTIMAS DO VANDALISMO



   O que fazer quando a própria comunidade estraga os equipamentos públicos que garantem os serviços essenciais para seus filhos, sobrinhos, pais ou irmãos? Infelizmente, esse tipo de desrespeito está acontecendo de maneira rotineira nas escolas de Londrina e região. Na última segunda-feira, duas crianças e dois adolescentes foram flagrados pelo circuito interno de segurança de uma escola de Rolândia arrombando salas e bagunçando o que encontravam pela frente. Não é a primeira vez que aquela unidade é invadida. Em menos de 30 dias, a biblioteca foi arrombada e os autores do crime levaram rádios, aparelho de DVD e até a câmera de segurança. Triste constatação é que esse tipo de ocorrência se tornou comum e as escolas mais visadas acabam sendo palco repetidas vezes das cenas de vandalismo. Desde o início deste ano, a Secretaria de Educação de Londrina registro 33 invasões em 27 escolas, sendo que em muitas ocorrências houve também furto e vandalismo. Os ladrões escalam muros altos, invadem os colégios, destroem vidraças e portas e levam embora alimentos, equipamentos esportivos e eletrônicos. Alunos de uma única escola retratada hoje pela reportagem da Folha de Londrina perderam computador, televisor, rádio e até botijão de gás. Muitos desses objetos furtados foram comprados com dificuldade, às vezes por meio de campanhas. Combater esse tipo de crime é importante para se evitar um clima de insegurança no ambiente escolar. Mas é uma tarefa difícil, pois muitas vezes é acobertado pela própria vizinhança. É necessário melhorar a segurança, por meio de vigilantes, instalação de câmeras ou aumentando a frequência das rondas policiais pelas imediações das instituições. Porém, o importante é a conscientização da comunidade. Os mais prejudicados são os estudantes, mesmo quando os estragos não são perceptíveis. A depredação escolar também está nos rabiscos nas carteiras e mesas da biblioteca, na sujeira das paredes, nos espelhos quebrados dos banheiros e nas gomas de mascar grudadas embaixo das cadeiras. Somente a educação vai garantir o respeito pelas coisas que pertencem a todos. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 29 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 28 de julho de 2016

ÁLBUM DE VIAGEM - SOBREVOO


(PERDIDO NA MATA - 'Não tem muito para fazer lá, mas é impressionante navegar pelos rios e ouvir a floresta ', diz a fotógrafa Flávia Braz, que visitou no início de julho a região de Anavilhanas. no rio Negro (Amazonas); entre os passeios da programação, conheceu a comunidade Tiririca, que vive isolada, onde fotografou a arara cima; folha.com/ turismo fls D2m caderno Turismo, quinta-feira, publicaão o jonral FOLHA DE S.PAULO).

LIÇÕES DO CAMINHO


   Percorrer quilômetros e quilômetros com um bastão na mão e dez quilos nas costas, é com certeza muito mais que uma simples caminhada! Andar ao longo de trinta dias na direção de Santiago, não implicará necessariamente em se contentar com a chegada a esse lugar. Trilhar um caminho é regatar a maior alegoria da vida humana. Nossas células psíquicas e espirituais nos impelem a caminhar. A avançar sem nunca pararmos! “ Não temos aqui morada permanente” Somos exilados e peregrinos de uma experiência existencial que não contempla stops antecipados.
   Caminhamos com pouco ou quase nada. A vida nos ensina a buscar uma agilidade que possibilite usufruí-la de forma total, sensorial e não apenas racionalmente. Carregar excessos, arrastar pendências, conflitos, relacionamentos que nos fazem mal, pode inviabilizar o próprio ato de viver que vai muito além do simples existir. Descobrimos que se vive bem, apenas com o essencial e que ele mesmo pode ser ainda partilhado ao longo do caminho. Se nossas feridas não precisam ser curadas, outros peregrinos ficarão felizes com o nosso bálsamo. O corpo e a mente agradecem a leveza possível com que caminhamos. Pagamos caro quando não conseguimos diminuir o que nos parece fundamental para a jornada. 
   O caminho coloca as cores de uma axiologia e do próprio transcendente na rotina que nos envolve no dia a dia e que constitui em última análise o trilho do próprio viver. Sim! Viver bem e intensamente, passa pela valoração do que consideramos simples e básico. Quem se põe a caminho percebe que rotina não é sinônimo de alienação nem de “piloto automático”. O caminheiro na singeleza de seu caminhar, contempla, reflete e se pergunta. Torna-se filósofo, vira verdadeiramente humano. 
   Existem centenas de odores e cores no Caminho de Santiago. Uma exuberância de vida que se renova a cada primavera. Também isso é profundamente simbólico. A vida humana está longe de ser em preto e branco. É colorida! É um arco-íris. Ninguém é detentor da verdade, porque ela não se deixa aprisionar por nenhum sectarismo ou parcialidade. Não é relativismo, é a imposição da própria essência que procuramos. A riqueza da caminhada está prioritariamente nessa procura. Nesse processo todos os caminheiros acrescentam algo importante e nos enriquecem. A terminologia crente e não crente perde todo o sentido na poeira do caminho e dá lugar à solidariedade da própria busca do absoluto que sempre nos impulsiona para o advir do mais e melhor. Um caminho que se faz caminhando é a existência humana que se torna concreta e definida no aqui e agora da história, quando o seu protagonista abomina o sedentarismo e tece com paciência e determinação os fios que a conduzem à sua plena realização. 
   Há uma ética que envolve quem caminha. O peregrino não atrapalha ninguém, mas não abandona quem quer que seja. Todos se sentem respeitados e nenhum se sente sozinho! Embora todos falem inúmeras línguas, a comunicação fui extraordinariamente, pois a sintonia e a magia do caminhar a todos contagia. Há nisso uma linguagem universal que resgata o ser humano enquanto tal, o aproximando de seu semelhante. Num mundo que tem sublinhado as diferenças e exacerbado os preconceitos, o Caminho de Santiago é o antídoto! Quem se dirige a tão nobre objetivo com determinação e sacrifícios, não tem tempo a perder e não exclui ninguém dessa mesma caminhada. Ninguém retorna incólume de uma aventura assim! ( MANUEL JOAQUIM R. DOS SANTOS, padre da Arquidiocese de Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quinta-feira, 28 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).          

PREFEITURAS PASSAM DO LIMITE


   Os gastos com pessoal estão colocando muitas prefeituras na mira dos tribunais de contas. Uma pesquisa divulgada esta semana pela Confederação Nacional dos Municípios ([CNM] apontou que 32% das prefeituras brasileiras gastam mais com pessoal do que o permitido pela Constituição. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é rígida e exige que as despesas com servidores não podem superar o nível de 54% da Receita Corrente Líquida (RCL). E a Receita Corrente Líquida engloba tudo o que um município arrecada, inclusive os repasses feitos pela União por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Os gestores apontam a crise econômica como principal causa dos gastos. Embora, em muitos casos, é preciso considerar que o descontrole tenha ajudado a piorar a situação. O fato é que a arrecadação ficou menor e as prefeituras não podem demitir funcionários concursados, que formam a maior parte do quadro de empregados. Um problemão para quem está com a folha de pagamento inchada. O Brasil tem 5,570 municípios. A pesquisa só levou em conta os dados de 1.697 cidades, aquelas localidades que enviaram ao Tesouro Nacional seus Relatórios de Gestão Fiscal referentes ao primeiro quadrimestre de 2016. Enquanto 552 (32%) superaram o limite de 54%, outros 502 (29%) atingiram entre 51% e 54%, considerada a faixa emergencial. Apenas 44 prefeituras se encontram em nível bom porque comprometeram menos que 41,8% do orçamento com salário de pessoal. As administrações que ultrapassem o limite permitido por lei ficam proibidas de conceder vantagens, aumentos, reajustes ou adequações de remuneração aos seus funcionários. Também não podem criar ou preencher cargos, contratar ou admitir novos profissionais, enfim, nada que implique aumento de despesa. A situação compromete os pequenos municípios, que sofrem mais ainda a perda de arrecadação e a diminuição no repasse do FPM. Cedo ou mais tarde a conta pelos tempos dos gastos descontrolados seria cobrada. Agora, para a maioria dos gestores a única saída é a demissão dos funcionários comissionados, um custo político indesejável neste ano de eleição. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 27 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A FÉ É LIBERTÁRIA, QUEM TEME HOMOSSEXUAL TEM PROBLEMA


   À frente de talk show em que ouve personalidades sobre a vida, o ator fala sobre selfies, homofobia, Deus e série de TV

   O olhar atento de Tony Ramos recai sobre seus entrevistados como o facho de luz que recorta sua silhueta no cenário de “ A Arte do Encontro “, programa que estreia nesta quarta ( 27 ) no Canal Brasil. 
   Em 13 episódios, o anfitrião dispensa roteiros e conduz consideração diversas de seus entrevistados sobre a existência. Conversa sobre tecnologia, religião e tolerância com Antonio Fagundes, José de Abreu, Zeca Pagodinho, Nathalia Timberg, Bárbara Paz, entre outros. 
   À Folha, por telefone, Tony Ramos, 67, começou falando sobre a estreia como entrevistador de um programa semanal ( é a primeira vez neste papel em seus 52 anos de sua carreira ) e terminou filosofando sobre a existência de Deus.

Autorretrato moderno 

   Não quero saber da vida de ninguém. Não tenho Facebook, não tenho Twitter, não tenho Instagram. Dia desses me perguntaram do Snap-chat, e eu respondi: O quê? Se você encontrar algum Tony Ramos no Facebook , pode saber que é fake. Você vai ficando escravo de uma, entre aspas, modernidade – é preciso se servir da modernidade, não servir a ela. 
   Fui tirar a segunda via da minha carteira de identidade no Poupatempo da Lapa [no Rio]. Puxei a senha, fiquei na fila, dei autógrafo, tirei fotografia – o autorretrato, que preferem chamar de selfie. O tal de selfie é uma falta de personalidade brasileira. Fala autorretrato, é lindo. Nossa língua é tão bonita. 

Boataria

” Saiu no Facebook, em algum lugar, que a Friboi é do filho do Lula “. Falei: “ ô louco, não estou sabendo, não “. Quando fiz a pesquisa, antes de topar propaganda, vi que é uma empresa sólida, com ações na bolsa. 
   Mas começou a se falar [sobre o frigorífico pertencer ao filho do Lula], como se fala de tudo. Se você não dá certo hoje na vida, é porque é culpa da Dilma, não é isso que fazem? Vira piada. Mas vi que não era, os documentos provam. 

Imagem

   É muito difícil eu fazer propaganda. Fiz [a campanha da Friboi]  porque eu como carne. Tem gente que anuncia remédio, não tem?
   Eu não anuncio, remédio quem recomenda é o médico. A mesma coisa bebida alcoólica – bebo, mas não anuncio. Muita criança me assiste, não quero que me vejam anunciando álcool como se aquilo fosse um copo de água. 
   A Friboi tem, sim, o interesse de fazer novas campanhas, mas por enquanto não temos nada não. 

Tolerância

   Liberdade é produzir em dramaturgia o que você imagina que seja o diferente. Mas você também não pode produzir fazer dramaturgia às 22h e e colocar alguém nu, fazendo sexo explícito. A cena [de sexo entre dois homens] de “Liberdade, Liberdade” [no ar na Globo] foi maravilhosa, de uma sensibilidade absoluta. 
   Tem que discutir esse assunto, ué. Vai botar para debaixo do tapete, o que é isso?
   Quem tem medo de homossexualidade tem problema. Quem é cristão e se diz temente a Deus não pode ser preconceituoso. Quem acredita Nele é libertário, compreensível com todo tipo de manifestação. 

Televisão

   Assisto a tudo [aos serviços] Net Now, Netflix. E nem tudo é bom, não. Não vou dizer o quê – posso dizer o que curti. Adora ver “Ray Donovan” no HBO. É maravilhoso. Fala sobre a decrepitude da sociedade moderna, em que os valores são violentados. 
   “Breaking Bad” é novela cara. Primeiro, segundo capítulo. Será que o Walter White vai se curar? É novela. Dramaturgia. Tem gente que quer ver todos os episódios de uma vez, e passa dez horas assistindo... Tá louco, não quero isso. É preciso saborear, conversar. Refletir. * NA TV – A ARTE DO ENCONTRO. Quando- às 21h30, no Canal Brasil. (GABRIELA SÁ PESSOA – DE SÃO PAULO, FLS. C4, caderno ILUSTRADA, quarta-feira, 27 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE SÃO Paulo).

VACINAÇÃO CONTRA A DENGUE


   Londrina será uma das 30 cidades paranaenses a receber as primeiras doses da vacina contra a dengue. O produto já pode ser comercializado no Brasil, após ter passado sete meses do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na tarde de ontem, o governador Beto Richa (PSDB) lançou uma campanha de vacinação nos municípios que mais sofrem com o quadro de epidemia. A campanha começou pela área portuária de Paranaguá, região com grande incidência do mosquito Aedes aegypti. É o primeiro estado brasileiro a promover a imunização, que ocorrerá em três etapas. O produto, chamado Dengvaxia, foi desenvolvido pela francesa Sanofi Pasteur. É a primeira vacina mundial contra a dengue e a Secretaria Estadual de Saúde adquiriu 500 mil doses. O preço de fábrica da Dengvaxia deve varia entre R$ 132,76 e R$ 138,53 dependendo do ICMS adotado em cada estado. Fora da campanha, em clínicas particulares de imunização, o valor deverá ficar mais caro. O produto é considerado um avanço, levando em conta que a dengue é um sério problema de saúde pública. No ano de 2016 (até 11 de junho), a infecção pelo vírus da dengue provocou a morte de 318 pessoas no Brasil. Nesse período foram confirmados no País 11,3 milhão de casos da doença. De agosto do ano passado até ontem, o Paraná havia registrado 55.640 casos confirmados com 380 vítimas fatais. Chama atenção que mesmo no inverno, novos casos continuam se multiplicando e mais dois municípios entraram para a lista das localidades com epidemia. Especialistas têm ressalvas em relação à nova vacina. Enquanto alguns o curto período de testes, outros observam que ela é pouco abrangente, porque só pode ser aplicada em pessoas com idade entre 9 e 45 anos, excluindo crianças e idosos. Com as dificuldades em acabar com os criadouros do Aedes, a dengue avança descontrolada de Norte a Sul do País. Por isso, mesmo com ressalvas, é preciso considerar a importância da imunização, que pode se tornar uma forma realmente eficiente de conter a epidemia de dengue. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 27 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

APLICATIVO AVALIA ACESSIBILIDADE

Kleber Arantes: poucas iniciativas e muitas dificuldades
   A ferramenta dá uma nota de 0 a 5; em Londrina há uma lista de locais à espera de análise 

   No Brasil há 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, 20,5 milhões de idosos, 18,7 milhões de obesos e, todos os anos, 800 mil mulheres engravidam. Mesmo com uma população de 85,6 milhões de pessoas com mobilidade reduzida, encontrar locais que investem em adequações para facilitar a acessibilidade desse público não é tarefa fácil. Grande parte dos empresários e comerciantes ainda acredita que investir em acessibilidade é construir rampas de acesso, mas se esquece de remover outras barreiras , como melhorar as calçadas e adaptar banheiros, além de investir em sinalização que auxilie a locomoção e garanta a autonomia de quem perdeu definitiva ou temporariamente a mobilidade.
   Lançado no final do ano passado, o projeto Biomob tem a finalidade de melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência orientando esse público sobre os locais preparados para recebê-los. O projeto inclui um site e um aplicativo que mapeia e avalia bares, restaurantes, lojas, shoppings, academias, salões de beleza, teatros, museus, hotéis, parques, praças e prestadores de serviços em todo o País. 
   A ferramenta dá uma nota de 0 a 5 para cada local avaliado, observando-se a acessibilidade física e atitudinal. A avaliação é feita por arquitetos, pessoas com deficiência e ativistas com base nas leis vigentes e na Norma NBR 9050 da ABNT, que estabelece regras de acessibilidade para edificações. As avaliações vão para um banco de dados e podem ser acessadas por meio do site ( www.biomob.com.br ) ou aplicativo para celular. O aplicativo detecta a localização do usuário e sugere lugares em um raio de um quilômetro que atendem às suas necessidades. A ferramenta também permite a busca por nome ou tipo de estabelecimento em cada cidade. 
   O projeto permite ainda que os usuários compartilhem suas avaliações e pode ser utilizado por empresários que buscam orientações sobre formas de melhorar a acessibilidade no seu estabelecimento comercial. 
   “ Falta de acessibilidade significa reclusão, confinamento. E isso acontece todos os dias ”, salientou um dos criadores do Biomob, Rodrigo Credidio. “ O projeto nasceu com o propósito da dar direito de ir e vir e dar impacto positivo no estado psicológico e biológico da pessoa com mobilidade reduzida. Uma boa cidade é uma cidade para todos.”
   Até agora, são 1,3 mil locais avaliados, mas a meta é chegar a 10 mil nos próximos meses. Para isso, o projeto organiza mutirões para mapear lugares acessíveis e valorizar as boas iniciativas. No próximo dia 28, será realizado um mutirão em São Paulo. 
   A intenção de Credidio é que em uma segunda etapa do projeto a avaliações possam gerar relatórios que serão um canal de cobrança do poder público para que sejam adotadas medidas para garantir a acessibilidade. 
   O Biomob tem o apoio do analgésico Advil, que lançou em 2015 a campanha #Nada Atrapalha Meu Caminho, com o objetivo de incentivar o movimento pela mobilidade. “ Nem a dor nem a dificuldade de mobilidade pode impedir as pessoas de desenvolverem suas atividades”, disse o gerente de Produtos da Pfizer, Elio Dilburt. O anúncio oficial da parceria foi feito na semana passada, Em São Paulo. 

LONDRINA

Em Londrina há uma lista de locais à espera de avaliação. O único avaliado até agora é o McDonald’s da Avenida Higienópolis, que ganhou nota 5, considerada excelente. Além de rampas de acesso no estacionamento e nas calçadas laterais e vagas reservadas a deficientes, o local tem piso tátil, elevador, dois banheiros adaptados, um no piso inferior e outro no superior, e um caixa adaptado para cadeirantes. “ Os deficientes vêm, mas também temos clientes com o pé machucado, gestantes e pais com carrinhos de bebês e o elevador ajuda. Também tem um casal de anões que vem toda semana e usam o elevador para acessar o piso superior, onde está o maior número de mesas ”, relatou o gerente de Negócios da loja, Juliano Fernando Oliveira. 

   DESMISTIFICAÇÃO 

   Arquiteto especialista em acessibilidade e desenho universal, Mario Cezar da Silveira defende a desmistificação da acessibilidade e ressalta que as peculiaridades pessoais de cada cidadão não podem ser vistas como deficiências, mas como característica da diversidade. “ O Brasil criou leis desde 1988 tentando fazer justiça, mas as leis não provocam mudanças, elas são apenas norteadoras. A lei só funciona quando há mudança nos paradigmas internos”, avaliou. 
   Silveira lembrou que hoje, no Brasil, mais de 30 mil pessoas têm mais de 100 anos de idade e quase 3 milhões já passaram dos 80 anos. “ Poucos a gente vê caminhando pela cidade. Você envelhece e perde a possibilidade de andar pela cidade se tiver perdas funcionais. Até uma certa idade nós ganhamos e depois somos seres de perdas. Temos que cobrar medidas do poder público para melhorar a acessibilidade. O conceito pleno de acessibilidade é enxergar as pessoas em todas as suas possibilidades. * A repórter viajou a São Paulo a convite da Pfizer.

   CIRCULAR É ENFRENTAR BARREIRAS

   Há nove anos, o então modelo e ex-BBB Fernando Fernandes perdeu o movimento das pernas após sofrer um acidente de carro. Desde então, ele afirma lutar para mudar os paradigmas que cercam a deficiência física. “ Dizer que cadeira de rodas representa incapacidade é preconceito e, para provar isso, comecei a fazer tudo que fazia antes do acidente, como saltar de paraquedas, motocross e tive também um quadro em um programa de televisão mostrando os esportes adaptados. Foi quando dei um choque visual na sociedade “, contou. “ Deficiência é uma coisa, incapacidade é outra “, disse ele, que participou do lançamento oficial da parceria entre o Biomob e o laboratório Pfizer, em São Paulo. 
   Hoje, Fernandes é paratleta de canoagem, mas revela o desconforto com o termo usado para definir sua profissão. “Não tem pararquiteto, não tem paraengenheiro, por que chamar o atleta com deficiência de paratleta “
   Também foi um acidente de carro que deixou o servidor público aposentado Kleber Arantes paraplégico, quase 26 anos atrás. Em mais de duas décadas e meia, no entanto, ele viu poucas iniciativas em Londrina para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Quando fazia parte do Centro de Vidas Independente, há alguns anos, Arantes avaliou a acessibilidade do Calçadão em toda a sua extensão e o resultado foi desanimador. “ Apenas 20% estavam adaptados.” 
   Para quem tem problemas de mobilidade, contou o ex-servidor público, circular pela cidade é se deparar a todo instante com barreiras. “ Tem meio-fio que não dá para subir para quem está sozinho, ruas com inclinação que dificulta a circulação, calçadas quebradas, buracos e lombadas. E em muito banheiros públicos o acesso é impossível. Ou não dá para entrar ou você entra mas não consegue fechar a porta. Já tive que pedir para amigos ficarem do lado de fora cuidando enquanto usava o banheiro com a porta aberta “, disse. 
   E a lista de dificuldade é bem extensa. Kleber Arantes lembra dos apartamentos novos, nos quais as portas dos banheiros são estreitas demais, impossibilitando a passagem de cadeira de rodas, e recentemente deixou de fazer natação porque a única academia de Londrina totalmente adaptada para receber deficientes físicos encerrou as atividades. Ele também lembra do Teatro Zaqueu de Melo, onde a dificuldade começa logo na entrada, com acesso apenas por escadas. “ Tudo tem sido feito pensando em uma sociedade perfeita, mas isso é uma grande hipocrisia “, criticou.
   “ Garantir a acessibilidade de quem tem problemas de mobilidade é uma questão de boa vontade, de planejamento e organização. A acessibilidade tem mais a ver com isso “, resumiu Fernando Fernandes. (S.S) (SIMONI SARIS, Reportagem Local, caderno FOLHA CIDADES, página 3, terça-feira, 26 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 26 de julho de 2016

'P´LULA DO CÂNCER' COMEÇA A SER TESTADA HOJE

Na primeira fase, dez pacientes serão avaliados quanto aos efeitos colaterais do medicamento; se eles não forem graves, a pesquisa prosseguirá até chegar a cem pessoas por grupo de tumores

   Selecionados para participar da pesquisa estão em algum estágio da doença cuja abstinência no uso das drogas “regulares” não vai afetar o tratamento

   São Paulo - O governo de São Paulo anunciou na semana passada que começará a testar a fosfoetanolamina sintética, a “pílula do câncer” em pessoas. Os testes começarão hoje e serão conduzidos pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) na capital paulista. 
   Na primeira fase, dez pacientes serão avaliados quanto aos efeitos colaterais – se não forem graves, a pesquisa prosseguirá. Em seguida, os testes serão feitos em 21 pessoas em cada um dos grupos de tumores – cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto, colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado. Se houver sinais de atividade da substância ao final de alguns meses, as pesquisam continuam e mais pessoas serão acrescentadas, até chegar a cem por grupo.
   Os selecionados ainda não começaram o tratamento ou estão em algum estágio cuja abstinência no uso das drogas “regulares” não vai afetar o tratamento. Eles não podem ter a doença em estágio avançado, e devem ter o sistema imunológico respondendo “razoavelmente bem”.
   “Nós não vamos arriscar a possibilidade de cura”, diz o oncologista e diretor do Icesp, Paulo Hoff. “ Se o paciente tem a opção de cirurgia, quimioterapia definitiva curativa, radioterapia, ele não pode entrar “, afirma. Todo o período de testes deve durar cerca de dois anos. 
   Testes in vitro e em animais encomendados pelo governo federal não apontaram resultados satisfatórios. 
   Segundo Hoff, ainda assim os testes em humanos são necessários. “ No momento em que você tem mais de 20 mil pessoas que fizeram uso do produto [“ fosfo”] e um grande interesse popular acho que é uma obrigação que nós resolvamos de uma vez por todas a questão se a droga é realmente eficiente no tratamento do câncer ou não “, afirmou.
   Hoje há entre 15 mil e 18 mil liminares judiciais ativas de pacientes que tentam obter a droga, que doi desenvolvida pelo professor da USP Gilberto Chierice, atualmente aposentado. Antes de haver conclusão de qualquer teste em humanos, ela começou a ser distribuída pelo professor. (THIAGO AMÂNCIO – Folhapress, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 25 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O POTENCIAL DO ABACAI



   O Projeto coordenado pela Secretaria de Agricultura visa melhorar o cultivo da fruta em áreas onde o zoneamento agrícola, o solo arenoso e o calor permitem POTENCIAL DO ABACAXI 

   Quem resiste quando o feirante chega com aquele pedaço de abacaxi doce para provar? Quase uma unanimidade, esta fruta tropical está presente em mais de 200 municípios do Paraná, mas a falta de organização dos produtores e algumas dificuldades no manejo fez com que a produção estagnasse há mais de uma década. Agora, um projeto coordenado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) – encabeçada pela Emater e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) – promete alavancar a cultura, principalmente no Nordeste do Estado. 
   Hoje, a produção paranaense é concentrada na região de Paranavaí (60%) e Umuarama (13%), além de alguns focos em Maringá (8%) e Jacarezinho (6%).
   A principal variedade plantada é o Havaí, correspondendo em quase toda totalidade. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, a fruta ocupou 428 hectares no Estado no ano passado, com um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 13,6 milhões e pouco mais de 400 produtores. Entretanto, o que se vê é uma produção irregular e sem escala, o que faz com que os compradores busquem produtos de outras regiões do País, como de Minas Gerais e Paraíba. 
   O pesquisador do Iapar Pedro Antônio Auler, é o gerente do Projeto de Apoio aos Polos de Citrus, Abacaxi e Maracujá do Nordeste do Paraná, e conta quais estratégias serão utilizadas para melhorar a condição da cultura nas regiões mais quentes do Estado, onde o zoneamento agrícola, o solo arenoso e o calor permitem o cultivo. “ Nós temos o maior polo do Estado em Santa Isabel do Ivaí e a cultura não avança, A nossa preocupação não está em gargalos tecnológicos, mas sim na falta de organização da produção e problemas na comercialização. É isso que precisamos enfrentar para dar um fôlego na cultura no Estado”. 
   Hoje, Auler explica, os produtores de abacaxi trabalham de forma individual, o que não viabiliza uma assistência técnica, comercialização constante, compra de insumos, e muito menos padrão de qualidade escalonamento de produção. “ Vamos definir inclusive uma época de trabalho mais interessante para o produtor”.
   Para que o cenário se transforme, o Iapar também promoverá um levantamento econômico detalhado em propriedades de referência, com acompanhamento forte, por exemplo, de custos de produção, tecnologias utilizadas, qualidade do produto, entre outros fatores para que outros produtores tenham métodos de base, gerando a melhoria do sistema do abacaxi com um todo. 
   O pesquisador da Área de Socioeconomia (ASE) do Iapar, Dimas Soares Junior, comenta que o grupo de trabalho irá fazer a viagem da região daqui aproximadamente um mês para escolher as propriedades de referência no polo de Santa Isabel do Ivaí e Santa Mônica. “ Já estamos também levantando dados básicos, como área média de cada produtor, número de pés de fruta, produtividade e assim selecionaremos agricultores representativos para o acompanhamento técnico e econômico completo. Posteriormente, vamos disseminar as informações para toda a região”. 
   No que diz respeito ao trabalho junto da cadeia produtiva, de comercialização, Dimas explica que está previsto para o final deste ano e início de 2017 visitas aos polos de produção de Corumbataí do Sul, que tem um case de sucesso com a cadeia de maracujá e também num polo de produção de abacaxi em Minas Gerais. 
   “ Desta forma, teremos condições de fomentar um grupo que irá assumir a condição de liderança no que se trata de organização da cadeia”, complementa o pesquisador. 
   Assim, num futuro próximo, será possível a organização de associações e cooperativas, já que é certo que a fruticultura paranaense funciona de forma mais eficiente nesse sistema. Para finalizar, vale dizer que o mercado de abacaxi é promissor com a fruta in natura, mas o projeto também prevê um estudo para avaliar as possibilidades de processamento. 

   TRABALHO EM CONJUNTO É FUNDAMENTAL PARA MUDAR CENÁRIO
   O extensionista da Ematerm em Santa Isabel do Ivaí, Ricardo Domingues,também está ligado ao projeto da Seab e fala sobre o potencial do abacaxi para os produtores. Segundo ele, a produção atual do Estado abastece apenas 5% da demanda das centrais de Abastecimento (Ceasa) que trazem o restante do volume de estados como São Paulo e Minas Gerais e Paraíba.
   Na concepção de Domingues, existem alguns entraves que não ajudam a cultura s deslanchar em solo paranaense, como o custo alto de implantação devido às mudas e a falta de mão de obra, já que mais de 50% da atividade é manual. “ Outro gargalo é a necessidade de tecnologia de ponta para a produzir frutos de qualidade, com insumos modernos, adubação pesada e controle severo de pragas e doenças”. 
   Apesar de alguns entraves, o extensionista não tem dúvidas de que a cultura pode ser explorada pela agricultura familiar, com financiamentos a juros baixos. Entretanto, para que de fato o retorno seja interessante, os produtores precisam se organizar. “ Como os produtores da região não trabalham unidos, tem muita gente ‘picareteando’ o preço. É aí que o projeto precisa atuar. 
   A opinião é compartilhada pelo produtor Edmilson Marcoff, também de Santa Isabel do Ivaí. Na sua área de 12 alqueires, quatro deles são dedicados ao abacaxi. Há oito anos, ele iniciou com apenas um alqueire, mas o bom retorno fez com que continuasse a apostar na atividade safra a safra. Para cada alqueire, são 70 mil pés, totalizando 280 mil pés no total. 
   Nas contas do fruticultor, o custo por alqueire gira em torno de R$ 45 mil. Se cada abacaxi atingir 1,4 quilo, serão 98 toneladas por alqueire, podendo atingir um faturamento bruto de R$ 127,4 mil ( R$ 1,30 o aquilo). “ O retorno é interessante, mas é claro que na safra o preço acaba caindo. A grande dificuldade é que, como não estamos organizados, cada um tem de se virar para vender, acontece uma briga de mercado e os preços despencam. A fruta vai madurando, o produtor se apavora e vai diminuindo o preço dia a dia. Se todos tivessem trabalhando juntos, não precisaria disso, afinal, a demanda existe e é grande”. 
   A união dos fruticultores, na opinião de Marcoff, ajudaria inclusive no momento de comercializar na Ceasa, que criaria um vínculo interessante com os produtores, se a área, de fato, fosse grande. “ A cadeia precisa ser organizada e com a produção escalonada o ano todo. Assim, não seria necessário os atacadistas buscarem em outros estados. Já tivemos a primeira reunião no início de julho e a maioria acha que essa união dos produtores será muito válido para a cadeia”.
   Outro ponto, sem dúvida, que dificulta a vida do fruticultor é a falta de mão de obra. “ Existem alguns traços culturais que poucos produtores fazem, como colocar jornal para cobrir o fruto e a capina correta da lavoura. Para esse tipo de atividade, é preciso de trabalhadores especializados”, lamenta Marcoff. (V.L). 

   MULCHING AJUDA NA RETOMADA DA ATIVIDA EM BARRA DO JACARÉ


   Na cidade de Barra do Jacaré, no Norte Pioneiro do Estado, um projeto desenvolvido pela Emater deve ajudar o abacaxi a ganhar uma nova chance entre os produtores da região. A técnica se chama mulching com fertirrigação, que nada mais é que uma espécie de plástico preto que cobre a terra preparada para receber as mudas das frutas, diminuindo a incidência de ervas daninhas e melhorando a qualidade final do produto. 
   A história do abacaxi em Barra do Jacaré começou em 2010, quando a atividade ganhou força numa aposta em conjunto, atingindo 22 produtores e uma área que totalizava 122 mil plantas. Entretanto, ao longo dos anos eles desanimaram, principalmente pela dificuldade do manejo tradicional. Assim, com a tecnologia do mulching em três propriedades de referência a ideia é que a cultura volte a ser disseminada. No final do ano, os produtores vão colher os primeiros abacaxis e, até o momento, a expectativa é de frutos com peso acima da média, entre 1,8 e 2,5 quilos.
   O extensionista da Emater de Barra do Jacaré e Cambará, Antônio Carlos Rossin, trouxe a tecnologia para a região e está animado com os primeiros resultados. Ele explica que o plástico no canteiro segura a umidade e abafa o desenvolvimento das ervas daninhas. “ Antes, eles precisavam trabalhar para combater as ervas daninhas apenas na enxada e era um trabalho bem complicado e desanimador. O herbicida recomendado só pode ser utilizado 30 dias depois do plantio que dificultava o controle das pragas “. 
   O plantio aconteceu em outubro do ano passado e a colheita acontece entre novembro e dezembro “ Além da redução considerável da mão de obra, já dá papa perceber que as plantas estão com um bom porte e o peso do fruto deve ficar acima da média “. 
   O casal de produtores João Batista e Dima Oliveira Bortolini apostaram na cultura, primeiramente com o manejo tradicional, e agora com o mulching. Antes da tecnologia chegar, eles possuíam 11 mil pés de abacaxi na propriedade. “ Nessa época, a lavoura não era irrigada e tivemos problemas com seca, depois geada e também ervas daninhas. Realizamos muitos descartes, pois as frutas ficaram miúdas “relata Dima. Nos cálculos da produtora, os onze mil pés deram um lucro de R$ 10 mil, o que consideram pouco por toda a mão de obra dedicada pela família. “ Eu cheguei a vender três abacaxis por R$ 10 “, relembra.
   A ideia inicial era desistir, até que o extensionista Rossini apresentou o mulching para a família, o que fez com que eles apostassem em pelomenos três mil pés com a tecnologia. “ Agora, estamos animados com os frutos que estão por vir. Nossa expectativa é vender cada abacaxi pelo valor de R$ 5 o que nos dará um faturamento de R$ 15 mil. Um ganho bem interessante, já que o espaço de terra é pequeno. Para o ano que vem, queremos pelo menos dobrar a área. Vamos aguardar para ver os resultados finais desta primeira experiência. (V.L.) (VICTOR LOPES – Reportagem Local, páginas 4, 5 e 6 , FOLHA RURAL do dia 23 de julho de 2016, sábado, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

PREFÁCIO DO LIVRO PAIS INTELIGENTES FORMAM SUCESSORES, NÃO HERDEIROS,


É mais fácil governar uma cidade ou um país do que educar uma criança. É mais fácil dirigir uma empresa com milhares de funcionários do que formar um pensador. É mais fácil consertar milhares de máquinas supercomplexas do que transformar um ser humano impulsivo e impaciente em alguém tolerante e calmo. 
   O dinheiro pode comprar uma fábrica de camas, mas pode não produzir uma noite agradável de sono. O sucesso e a fama podem projetar um ser humano ao patamar mais alto de uma sociedade, mas podem não retirá-lo dos níveis mais baixos da ansiedade, da irritabilidade, da insatisfação crônica, da autocobrança. Uma escola pode transmitir milhões de dados sobre matemática, física, química e outras competências técnicas, mas pode não ser inteligente e psicologicamente saudável, capaz de trabalhar minimamente funções complexas da inteligência , como pensar antes de reagir; reciclar perdas; lidar com contrariedades; expor, e não impor, ideias; altruísmo; serenidade, empatia; carisma.
   Somos uma espécie belíssima e dificílima de se compreender. Este livro trata de uma das áreas mais importantes do processo educacional: a formação de sucessores. Claro, ele não oferece todas as respostas, mas joga luz sobre motivos que leva reinos a caírem, nações a entrarem em decadência, empresas a falirem, famílias a se fragmentarem e personalidades que tinham tudo para dar certo a fracassarem, enquanto outras que tinham tudo para dar errado têm sucesso.
   Todos começam a vida como herdeiros, por mais pobres, desprivilegiados e abandonados que sejam. Todos herdam pelo menos uma carga genética, o que lhe dá o direito à vida, e a vida, por só, é fabulosa, misteriosa e incompreensível em sua plenitude. A grande maioria das pessoas também herda conhecimentos incríveis, como os direitos civis, a cultura de seu povo, os valores de seus pais. Muitas ainda herdam o direito a estudar, a ler livros, a conhecer, a aprender e a captar a expertise de seus mestres. Essas são heranças notáveis. E uma minoria recebe as heranças “famosas”, mas que não são as mais importantes, como bens materiais, empresas, ações, dinheiro.
   Quem herda gasta, consome, perde. E gastar sem preservar, renovar e enriquecer é ser um herdeiro irresponsável, e não um sucessor. Gastam-se os anos de vida, mas tem de haver uma compensação: enriquecer-se com sabedoria, Depositam-se no cérebro valores, ética, cultura, mas é preciso retroalimentá-los, caso contrário, eles se perdem nos porões da memória. Você sabia que ainda hoje várias línguas e culturas se perdem para nunca mais voltarem ao teatro da humanidade? Gastam-se os bens para sobreviver, mas eles precisam ser renovados para que não se esgotem. No entanto, a maioria dos herdeiros sabota sua felicidade, crê que seus bens são eternos. 
   Sempre falo para meus alunos de diversas nações, sejam graduandos, mestrando ou doutorandos, que é muito mais fácil formar herdeiros do que sucessores. Herdeiros são gastadores inconsequentes; já sucessores preservam ou multiplicam o que herdam. Herdeiros são imediatistas, querem tudo rápido e pronto; sucessores pensam em médio e longo prazo, adiam pequenas doses de prazer no momento presente para mergulharem no manancial amanhã. Herdeiros são especialistas em reclamar de seus pais ou responsáveis e de seus mestres; sucessores se curvam em agradecimento àqueles que se doam por eles. 
   Herdeiros pensam que toda escolha implica ganho; sucessores sabem que toda escolha implica perda: eles têm consciência de que é preciso perder o trivial para alcançar o essencial. Herdeiros vivem à sombra dos outros, sucessores constroem seu próprio legado. Herdeiros têm desejo de mudança, mas, no calor da segunda-feira, seus desejos se evaporam; já sucessores sabem que só existe sucesso quando se sonha e se tem disciplina. 
   Sucessores não são pessoas geniais, portadores de dons cerebrais extraordinários. São seres humanos com defeitos e limitações , que choram, recuam e falham. A diferença é que aprenderam intuitivamente as ferramentas básicas que descrevo neste livro. Assim, eles libertaram seu imaginário, reconheceram erros, transformaram lágrimas em maturidade e vexames em crescimento, aproveitaram oportunidades, se reinventaram, refinanciaram sua autoestima, treinaram suas habilidades e sempre deram uma nova chance a si mesmos e aos outros. 
   Já dá para ter uma ideia de que este livro não se dirige apenas a pais, professores e líderes, mas também a filhos, alunos e liderados. O que antes se aprendia intuitivamente, sem um estudo sistemático, com os estresses da vida, agora pode ser aprendido por meio das ferramentas aqui propostas para educar a emoção, lapidar o intelecto, treinar as notáveis habilidades que fazem de nós mentes livres e produtivas. 
   Todos nós falhamos, em algum momento, na educação de nossos filhos, mas, aqui, há trinta técnicas para a correção de rota. Meu sonho é que famílias, empresas e escolas se tornem inteligentes e psicologicamente saudáveis. Como disse há mais de dez anos no livro Pais brilhantes, professores fascinantes: quanto pior for a qualidade da educação, mas importante será o papel da psiquiatria e da psicologia clínica. E elas nunca foram tão importantes, pois, sinceramente, nunca estivemos tão doentes mental e emocionalmente. (Dr. AUGUSTO CURY, Ph.D, Editora Saraiva, 1ª edição, 2015).

segunda-feira, 25 de julho de 2016

CONSELHO APROVA TRATAMENTO MENOS INVASIVO PARA A PRÓSTATA


   Procedimento é uma espécie de cateterismo, feito com anestesia local e permite que o paciente vá para casa no 

   São Paulo – Em uma dada madrugada de 2003, Atilio Altavista, de 56 anos, se levanta e vai ao banheiro. Volta para a cama, mas logo vem a vontade de novo. Com esforço, consegue urinar. Começavam ali os sintomas do aumento benigno da próstata, problema que atinge cerca de 30% dos homens acima de 60 anos. 
   “ Só conseguia pensar ‘onde tem banheiro por perto’. Virou uma neura “, conta. 
   Até que em 2015, Atilio se submeteu a um novo tratamento pouco invasivo desenvolvido pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). 
   A técnica, chamada de embolização das artérias da próstata, já tinha recebido parecer favorável do Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2014, mas foi aprovada de vez neste ano e pode começar a ser utilizada por outros centros de saúde do Brasil. 
   O Conselho publicou as normas para a prática e criou um site para o cadastramento das instituições de saúde e médicos que queiram realizar o procedimento. Por enquanto, a técnica só será realizada em instituições autorizadas pelo CFM. 
   O Hospital das Clínicas da USP, que era o único a realizar o procedimento, está iniciando o processo de treinamento para outros centros do País interessados. 
   Dos 250 pacientes que realizaram o procedimento desde o início dos testes em 2008 no hospital, cerca de 90% melhoraram dos sintomas da doença. Nenhum dos pacientes tratados apresentou dificuldade de função sexual ou incontinência urinária . 
   Contudo, o tratamento não é indicado para homens com câncer de próstata, disfunção da bexiga, para aqueles que realizaram radioterapia na pélvis e para os que têm alergia ao contraste iodado usado. Nestes casos, a chance de os sintomas voltarem é maior.

  O PROBLEMA

   Quando a próstata de um homem aumenta, ela normalmente pressiona a uretra, canal pelo qual a urina é expelida. É assim que começam as dificuldades.
   Em alguns pacientes, a bexiga também é pressionada, agravando o quadro de necessidade constante de ir ao banheiro, um dos principais sintomas da doença. Incontinência jatos fracos e dificuldade para urinar também podem indicar a existência da condição. 
A próstata normalmente tem o tamanho de uma avelã. Idade, hereditariedade, ação de hormônios, falta de atividade física e colesterol alto são fatores que contribuem para o aumento benigno da glândula. 
   Contudo, somente o aumento dela não significa a existência de algum problema. Os sintomas devem ser a principal preocupação, segundo Francisco Carnevale, de 50, diretor de radiologia vascular intervencionista do Hospital das Clínicas da USP e do Hospital Sírio-Libanês. 
   Foi ele quem desenvolveu a nova técnica para a redução de tamanho da próstata. Mais rápido e menos invasivo, o método é feito com anestesia local e permite que o paciente vá para casa no mesmo dia, em torno de duas horas após o procedimento. 
   Até a chegada do novo tratamento, existiam somente duas formas de cuidar do quadro. No casos menos graves, remédios costumam ser indicados, mas seus efeitos colaterais incluem hipotensão (pressão baixa), fadiga, disfunção erétil e diminuição da libido. Para os casos mais graves, a saída era uma cirurgia que abre uma espécie de “túnel” na próstata para a passagem da urina – estima-se que 10% dos pacientes precisem da intervenção cirúrgica. 
   Os sintomas e a gravidade deles tendem a aumentar com a idade, diz Carnevale. E a vida das pessoas que vivem ao redor do doente também acaba afetada. A vontade constante de urinar acaba interrompendo eventos sociais, filmes e conversas.

   COMO FUNCIONA

   O procedimento é uma espécie de cateterismo, inserção de um fio de pequena espessura em uma artéria. Esse filete avança até chegar à próstata e encontrar os nódulos que impedem a urina de fluir livremente.
   Quando os encontra, o médico que conduz o procedimento libera microrresinas acrílicas – pequenos objetos semelhantes à grãos de areia – nos vasos sanguíneos que irrigam a região. 
   Esta resina impede que o sangue flua para os nódulos e, desta forma, acaba matando o tecido do local. O resultado é a redução de até 40% do tamanho da próstata. 
    O procedimento ainda permanecerá sob acompanhamento do CEM pelos próximos cinco anos para análise dos dados da aplicabilidade clínica e segurança da técnica. Essa supervisão é padrão para técnicas de alto risco e alta complexidade, classificação recebida pelo procedimento devido à especialização e ao treinamento necessários, segundo Cacilda Pedrosa, relatora da diretriz que aprovou o procedimento. 
   Segundo ela, a embolização foi considerado um procedimento de alta complexidade devido aos requisitos necessários para sua realização – como a necessidade de um angiógrafo para avaliar todas as artérias da próstata. Os riscos incluem isquemias localizadas e sangramentos. 
   A técnica já começou a ser utilizada na Europa e está em processo de aprovação nos Estados Unidos. (PHILLIPPE WATANABE – Folhapress, página 10, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 25 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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