terça-feira, 27 de maio de 2014

FASE DE ' NUM DESERTO '

Tenho me cobrado pela não postagem  de textos  meus.    Não é  falta de apreço  mas sim os inevitáveis “ imprevistos”.  Estou numa fase que a escritora Adélia Prado  disse em uma de suas entrevistas -  “  num “deserto”.  Fiquei  envergonhado ao rever as 23  publicações no ano passado  ( 2013 ),  e,  neste  , nada.  Tenho publicado artigos que me dizem muito e que  suponho serem  enriquecedores. . Exercito a  prática de anotar uma  idéia, um tema ou algo parecido,  deixo-as num rascunho. Mas  ao rascunhar  percebo a não sintonia . Então vou deixando pra depois. Em minhas leituras a  conexão se estabelece. Na elaboração surgem outras e mais outras que “ embolam o meio de campo”, e resolvo deixar para depois.   Acredito que vão me desculpar.  Até breve. 
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terça-feira, 20 de maio de 2014

IDOSOS DECISIVOS

     Volta e meia  algum idoso me diz que não vai votar, primeiro porque não precisa mais, chegou a idade em que votar é facultativo, e, segundo, porque pegou nojo de política e eleições.  Sempre digo a cada um:  - Vote ! Mesmo que tenha pegado nojo, ou por isso mesmo ! Você chegou à idade em que dificilmente será enganado por candidatos malandros ou populistas.
     Mas eles balançam a cabeça, descrentes, e dizem que não vai adiantar  nada . Um até me disse coisa típica de jovem revoltado: - Com meu voto vou sacramentar esse sistema aí! .  Não, quero distância!
     Bem, eu lhe disse, mas como você consegue manter distância de um pântano se está no meio dele?  Todos  estamos no pântano da política podre e dos governos apodrecidos, enquanto os governos federal, estaduais  e municipais incham, oferecendo os melhores salários do país a novos concursados – que logo adotam o sistema dos funcionários antigos: nada vi, nada ouvi, nada falo. E a corrupção continua. As denúncias e investigações que surgem são, certamente, a ponta de um iceberg muito maior.
     - No entanto, se a gente honesta e que quer conserto, entregar os pontos, aí o pântano vira charco! O voto dos idosos  omissos pode ser decisivo para começar a mudar a nação !
     Ele me olhou de viés, mais desconfiado  que  rato  diante de cobra.
     Expliquei: A eleição presidencial pode ser decidida por um cento de votos, como foi a última eleição para prefeito de Londrina. De um lado, teremos a turma da esquerda cega ( que nunca sabe de nada ) e sua eleição de bolsistas , De outro lado, teremos os trabalhadores que compram ações da Petrobrás, praticamente obrigados pelo governo, e agora vêem suas ações valendo um quarto do que devem valer. Do mesmo  lado, teremos os autônomos, os empresários, dos micros aos grandes, e o agronegócio, que o governo passou décadas maltratando e agora começa a louvar, justamente para não perder a eleição.
     - E o meu votinho- perguntou o idoso- que é que vai mudar nessa história?
     Ora, falei, seu voto pode mudar a história: - Porque não será só seu voto, será voto de centenas de milhares de idosos que não votam por nojo e, assim, facilitam que tudo não só continue como antes como não surja chance de melhoria! Porque só melhoraremos se as reformas política, judiciária, trabalhista e outras forem feitas pra valer. E isso não será feito com o sistema que está aí, e, para mudar esse sistema, é preciso começar mudando o governo.
    Ele me olhou de soslaio e lançou: - E se o novo governo fizer como todos os governos, que se elegem falando uma coisa e depois fazem outra? Como fez esse governo que está aí...
     - Pelo menos teremos tentado,  né?


      Ele falou que vai pensar.  Também fiquei pensando: se os idosos omissos pensarem melhor e votarem bem, há chance para este país parar de patinar e avançar como merecem os que trabalham. Embora ele não deixe de ter muita razão; com esses podres poderes que estão aí, é difícil mudar. Mas não votar , ao contrário de rejeitar, é convalidar.      (Extraído do jornal de Londrina,dia 18 de Maio de 20l4,  texto do escritor (Domingos Pellegrini.) IDOSOS DECISIVOS.

BENDITA SIMPLICIDADE

Hoje há uma preocupação tremenda com a segurança alimentar e o valor nutricional da comida que colocamos no nosso organismo. Desde a escolha do alimento até o modo de preparo. Desde a simples vontade de comer um doce à culpa imediata por comê-lo quase sempre para aliviar um momento de estresse.
Mas ao lembrar dos almoços na casa da avó quando era pequena, do avô pedindo um toucinho torradinho para incrementar o arroz e feijão de cada dia, percebo que saudáveis eram eles, que se alimentavam do prato básico do brasileiro, acompanhado basicamente de verduras cozidas e, quando sobrava um dinheirinho, um bife. Sobremesa era fruta. E não podia faltar um pão com manteiga e café quentinho nos lanches da manhã e da tarde.
Minha avó me conta que ao crescer na casa comandada pela mãe italiana, que tinha que alimentar os oito filhos com o pouco dinheiro que o marido português trazia da fábrica de velas, não podia existir desperdício. E mesmo na metrópole, o quintal da nona em tudo lembrava um sítio.
Lá tinha galinha, porco, hortaliças, ervas e frutíferas. A nonna degolava a ave, matava o suíno e guardava a carne em sua própria gordura, em latões grandes. Como aprendeu nos tempos em que chegou da Itália direto para os cafezais do interior de São Paulo. Quando ela e o pai eram colonos numa fazenda.
E a minha avó conta, salivando, como era gostosa a comida preparada pela mãe italiana, que foi até cozinheira numa mansão na Avenida Paulista, onde conheceu o futuro marido português.
Na época da nonna, tudo era feito com gordura de porco e alimentos frescos da horta dela e dos vizinhos. Nada industrializado. Até a polenta e o macarrão caseiro eram especiais , preparados carinhosamente pelas mãos da matriarca, que caprichava no molho de tomates apurado por horas. Como recompensa, a nona morreu aos 94 anos, em paz com o vilão colasterol.
Minha avó, seguindo os ensinamentos da mãe, sempre alimentou os filhos com comida caseira, ainda que nunca tenha morado no sítio. Preparava arroz fresquinho no almoço e na janta e nunca faltou feijão temperadinho para acompanhar. O marido gostava de uma lingüiça frita e os netos, da polenta e da carne assada com batatas, que a nona deixou de herança e até hoje dá água na boca. Com 81 anos, minha avó tem uma saúde de ferro e um fôlego tremendo para as tardes de baile. Seu prato preferido ainda é o arroz e feijão , com toque da conserva de pimenta que ela mesmo prepara. Simples e saboroso. A mesma combinação que dividia com os irmãos, que preparava para os filhos e que ensinou os netos a comer. Bendita simplicidade. ( Texto escrito por MARIANA GUERIN, JORNALISTA DA Folha de Londrina. Extraído do espaço dedo de prosa, no caderno FOLHA RURAL, DO DIA 3 DE Maio de 2014, sábado. )

O AMOR É ISSO

 Já faz algum tempo, recebi uma mensagem de um ex-namorado, que  dizia : “ vou passar o resto da vida me perguntando por que não deu certo “. Eu tinha todas as respostas, mas achei que nem era hora mais de falar. 
Depois de oito  anos de namoro, ele ficou em dúvida.  Sofri com a dúvida dele.  Mas a dúvida dele acendeu um  ponto  de interrogação dentro de mim. Terminei o namoro e não olhei pra trás. Nunca olho. Sofro como um cachorro por um amor que quero que dê certo, mas quando  desisto,  deixo   de  lado  como meia lata de cerveja quente.
Você sabe que era  bom , mas  jamais será bom novamente. Nem vem ao caso se  sou ou não uma namorada inesquecível , mas fiquei pensando o que faz uma mulher se tornar assim tão singular pra um homem.  E nem estou falando de  homens  atormentados, daqueles que gostam de sofrer  nas mãos de mulheres malvadas, aquelas que gostam somente delas e nada além delas  mesmas. Homens se deixam  seduzir por mulheres assim. Bem, quem não deixa ?
Mas,  então,  me lembrei de um amigo que, depois de anos de libertinagem barata, começou a namorar. Sumiu, desapareceu, escafedeu-se,  um dos maiores baladeiros   e pegadores  que já conheci  na noite paulistana. “ Ela não  é a mulher que mais amei,  mas é a que me faz mais feliz. Vou me casar “, me disse. Ela me ama; ri das merdas que eu falo; não é linda, mas se cuida; tem um cheiro gostoso; cuida da vida dela; é independente, mas me pede ajuda para usar um pendrive; está sempre ocupada, mas nunca deixa de atende quando eu ligo; é parceira, descolada, maluquete; aguenta meus ataques de mau humor; quer sexo sempre;  é ciumenta , mas até acho graça, eu era uma galinha. “ Sabe como é, mulher tá fácil hoje, mas  dessas que fazem a gente feliz mais do que uma semana... encontrei  poucas.”


Sempre penso no que faz uma história dar certo ou não. E. no fundo, acho uma bobagem quando dizem que melhor do que ser amado, é amar. Não tem nada melhor na vida do que sentir, ver, ouvir, ler, que alguém perde seu precioso tempo pensando, querendo, gastando, amando  você.  Mas é verdade que amar alguém é uma arte. Quem ama abre mão de si mesmo muitas vezes. Esquece convicções. Pede desculpas mesmo quando acha que está certo. Sofre de saudade. Morre de ciúme. Parcela passagem em 12 vezes. Sorri quando o telefone toca. Tem dor de barriga quando ela lê sua mensagem no whatsApp – e não responde. A gente fica praticamente ridícula . Mas o outro, que também ama ( e essa é a melhor parte), acha a gente, que no fundo é ridícula, o último biscoito do pacote,  a última cerveja gelada do deserto, os últimos 5% da bateria do celular, amor é isso. O importante é que a gente nunca seja mais ou menos .  Que a gente faça tudo mesmo por amor. Que seja especial. Que seja inesquecível. Seja o tipo de mulher que os nossos ex-namorados vão  sempre lembrar  e pensar; que pena que não deu certo.      ( Extraído da Folha de Londrina, dia 14 de maio  de 2014, do espaço CRÕNICA. Texto escrito por ANDRESSA FRANCIELLI ROCHA – Estudante de Arquitetura em Londrina ).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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