sexta-feira, 30 de junho de 2017

BINGO - FRANGO ASSADO COM FAROFA, ( Coluna Lembrança s com Água na Boca - Chef Taico)


   BINGO

   Durante muito tempo, quando a “igrejinha” instalada na esquina da Higienópolis com a antiga Rua Antonina, hoje Avenida JK, precisava de algum dinheiro extra, o pároco chamava os frequentadores mais assíduos e organizava um bingo. 
   - Vai ter bingo na Igreja...
   Os bairros nos arredores se agitavam, todos se prontificavam dispostos a ajudar nas mais diversas tarefas: cartelas, fichas, toalhas, quitutes e, lógico, o cantador das pedras que versava ditados e gracejos para cada número sorteado. 
   Ajeitados em uma mesa forrada com papel de seda, as famílias se concentravam. Cartelas nas mãos e grãos de feijão marcando ponto a ponto. 
   A gritaria era constante, bingo prá lá, bingo pra cá. 
   Sorteavam os mais diversos prêmios doados pela comunidade, desde panelas até bicicletas e rádios. 
   Mas meus olhos e ouvidos estavam concentrados nas rifas. Ali estavam rodando pelo salão em bandejas de papelão um apetitoso frango assado e recheado, passeando entre as mesas, espalhando seu aroma maravilhoso. 
   Feito com carinho, marinado de véspera, recheado com uma farofa refogada muito saborosa e depois assado lentamente, suculento e dourado.
   “Compra a rifa, pai”...
   Depois de três ou quatro sorteios, ninguém ficava sem. 
   E pronto.
   Na mesa a maior delícia da festa. Frango assado recheado com farofa de miúdos. 

   FRANGO ASSADO COM FAROFA 
(Tempo de preparo: 01:30h/ Serve 04 pessoas
Frango assado: com farofa de miúdos é sempre bem-vindo

   Ingredientes
   1 frango grande; 1 colher de banha de porco; ½ cenoura em cubinhos; 200 g de farinha de mandioca torrada; 1 cebola picada; 1 dente de alho picado; 1 limão; 1 folha de louro; Salsinha, manjericão e cebolinha picada; Sal e pimenta. 

   Modo de preparo

   Tempere o frango com sal, limão e pimenta e deixe marinar por meia hora. Em uma panela derreta a banha e refogue o alho, a cenoura e a cebola até murchar. Junte a farinha, tempere com sal e pimenta e mexa bem. Desligue e junte o cheiro verde. Recheie o frango com a farofa apertando bem. Amarre os pés do frago junto com o rabinho para não vazar a farofa. Esfregue um pouco de banha de porco no frango e leve ao forno médio por duas horas ou até que esteja dourado porem suculento.

   Veja mais usando o aplicativo capaz de ler QR Code posicionando o código abaixo
OU ACESSE O LINK https:goo.gl/ioTCol (FONTE: (Caderno FOLHA 2, página 3, coluna
LEMBRANÇAS COM ÁGUA NA BOCA
Chef Taico, sexta-feira, 30 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O CHURRASCO EM SANDUÍCHE

O X-Mignon de Picwich conta ainda com o delicioso molho pic green


   O Picwich Sadwicheria incrementa X-Mignon com alcaparras e champignon sofisticando seu sabor 
   Conhecido por ser um dos primeiros estabelecimentos a oferecer lanches de carnes nobres de churrasco em Londrina, especialmente a picanha (que deu origem ao nome do local), o Picwich Sandwicheria participa da terceira edição do Festival Cozinha & Sabor, na categoria O Melhor Lanche de Londrina, com o X-Mingnon de alcaparra e champignon. “O lanche original, que temos no cardápio, é o X-Mignon básico. Para o concurso, incorporamos champignon e alcaparras, além do molho pic green, uma espécie de vinagrete criado à base de temperos, azeite e limão que dá um sabor especial à carne”, explica o proprietário Oswaldo de Oliveira. 
   Além dos três ingredientes acrescentados, o lanche em questão possui 100 gramas de cubos de mignon na chapa, queijo muçarela, tomate, maionese, dentro de um pão redondo com gergelim, totalizando um lanche de mais de 300 gramas. “Assim como nesse lanche, nossa proposta é que os sanduíches remetam à ideia de churrasco mesmo, com carnes tipo fraldinha, costela, patinho, que vão no pão crocante, estilo francês, mas no formato redondo. Este padrão, inclusive, há mais de duas décadas, foi desenvolvido exclusivamente para nós e outros estabelecimentos aderiram durante os anos.” 
   Com o crescimento da procura por hambúrgueres, o estabelecimento ampliou a gama de lanches e, hoje, também oferece o hambúrguer gourmet com as mesmas opções de carnes dos lanches, além dos clássicos X-Bacon e X-salada. No cardápio, estão disponíveis 17 lanches entre sanduíches e hambúrgueres, além de saladas, grelhados e porções de carne. “Todos possuem seus ingredientes estabelecidos, mas nada impede que o cliente incorpore outros de sua escolha montando ao seu gosto e preferência. (REPORTAGEM LOCAL). 

   SERVIÇO

   Picwich sandwicheria 
(Avenida J.K., 2070)
   Atendimento de terça a domingo das 18 às 00 horas.

X-Mingnon com alcaparras e champingnon – R$ 20,00. (FONTE: Caderno FOLHA 2, pagina 3, COZINHA & SABOR, sexta-feira, 30 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

LANCHE COM BOM TEMPERO (Página COZINHA & SABOR)

Vegas Salada Bscon : hambúrguer grelhado no char broiler
deixa o lanche suculent
o



   Sanduíche do Vegas Burguer participa do Festival Cozinha & Sabor na categoria O Melhor Lanche de Londrina 
  
 Inaugurado há dois anos e sob nova direção desde abril e 2016, o Vegas Burguer participa da terceira edição do Festival Cozinha & Sabor, na categoria O Melhor Lanche de Londrina, com o sanduíche Vegas Salada Bacon. Segundo o proprietário, Petterson Aquino, que administra as duas lojas junto com Priscila Aquino, o lanche é o mais pedido do cardápio, cerca de 40% do total, e famoso pelo sabor. “O lanche leva um hambúrguer artesanal, feito por nós, de bland de carnes de angus que é grelhado no char broiler, o que o deixa muito suculento. O bacon fatiado crocante também dá um sabor único que é um grande diferencial nos lanches da cidade”, resume. 
   Além do famoso bacon, o lanche Vegas Salad Bacon leva queijo cheddar duplo, alface, tomate, cebola, roxa, maionese especial e molhos vegas, receita exclusiva da casa. “Esse molho é uma das marcas do Vegas Burger, com 9 ingredientes.” Todos os hambúrgueres também são temperados com a mesma mistura exclusiva de 19 ervas e condimentos. “O tempero é famoso e faz muito sucesso entre os clientes.” O sanduíche possui dois tamanhos; 140 gramas e 280 gramas de hambúrgueres. Quem quiser, tem a opção de adquirir o combo, com batata e refrigerante, por mais R$ 6. Um bombom vem como cortesia para sobremesa. 
   Aquino explica que o cardápio do estabelecimento é composto por 11 opções de lanches, todos com o mesmo hambúrguer de angus e o tempero exclusivo. “ O que muda são as variações de complementos. Todos os lanches também estão disponíveis nos dois tamanhos. Há, ainda, hambúrguer de tilápia, frango e hot-dogs’, completa. A hamburgueria tem a proposta de ser um local que ofereça lanches que ficam entre o gourmet e fast food, requintado e rápido. Além das duas lojas, o delivery tem feito sucesso na cidade. (REPORTAGEM LOCAL). 

   SERVIÇO
   VEGAS BURGUER (Avenida Maringá, 1330) 
Atendimento domingo a quinta-feira das 18h às 23h45. 
Sexta-feira e sábado das 18h às 0h45.
Delivery de segunda-feira a sábado atè as 3 h. 
Vegas Salada Bacon – R$ 16,90 (FONTE: caderno FOLHA 2, página 3, COZINHA & SABOR, sexta-feira, 30 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

AUTONOMIA AMEAÇADA


   Ao escolher na quarta-feira (28) Raquel Dodge como substituta do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer rompeu com a tradição, que vinha desde 2003, de confirmar o nome mais votado pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República). O subprocurador Nicolau Dino foi o mais votado na eleição da ANPR e era considerado o sucessor natural de Janot, que denunciou Temer na última segunda-feira (26) por corrupção passiva com base na delação bombástica de Joesley Batista. Opositora de Janot e mais alinhada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, crítico das delações e dos supostos abusos do Ministério Público Federal (MPF) na Lava Jato, Dodge será a responsável por investigar Temer e dar continuidade ao trabalho nos desdobramentos da operação, a partir do dia 17 de setembro, quando Janot deixará o cargo. Para aumentar ainda mais a temperatura em Brasília, Temer se encontrou com Mendes em um jantar na casa do ministro, fora da agenda oficial, na noite de terça-feira (27), na véspera da decisão. Além da proximidade com Janot, pesou contra Dino a postura e atuação dele no julgamento da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início deste mês. Durante as discussões com os demais ministros, Dino chegou a questionar a participação de Admar Gonzaga, que atuou como advogado na chapa presidencial em 2010. Por tudo isso, o futuro da PGR se tornou uma incógnita. O principal temor é que a Procuradoria volte a ter no comando alguém com a postura de “engavetador-geral da República”, com arquivamento de denúncias contra presidentes ao invés das atuais investigações. A nova procuradoria, no entanto, garante que a Lava Jato seguirá em frente. No site criado para a campanha, ela se compromete com a continuidade da força-tarefa, permanência dos atuais membros e reforço da estrutura de “modo a assegurar resultados e celeridade”. Fato é que a Lava Jato repercute no meio político pelo combate à corrupção, como nenhuma operação na história do País, em busca da transparência e honestidade no trato do dinheiro público. Por isso, é mais do que necessário a continuidade da operação, a qualquer custo, com vigilância da opinião pública. Assim como a liberdade de imprensa, a autonomia da PGR e a independência da Polícia Federal são fundamentais para a democracia brasileira, principalmente quando o País atravessa águas tão turbulentas. A Constituição pode até dobrar, como nos traumáticos processos de impeachment, mas jamais quebrar. (OPINIÃO, pagina 2, sexta-feira, 30 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO EM ADOLESCENTES


   Curitiba – A Secretaria de Estado da Saúde alerta que muitos adolescentes não buscam as unidades de saúde para tomar as vacinas recomendadas à sua faixa etária, que compõem o calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Organização Mundial de Saúde, adolescentes são todos aqueles na faixa etária entre 10 a 19 anos. “Alguns desconhecem a necessidade de se vacinar, outros têm falta de motivação. Precisamos mudar esta realidade e fazer com que eles busquem a imunização e que os pais incentivem este comportamento”, afirmou o chefe do Centro Estadual de Epidemiologia, João Luís Crivellaro. 
   Aos adolescentes são recomendadas as vacinas contra a hepatite B, difteria e tétano (dupla); febre amarela; sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral); papilomavírus humano (HPV) e a meningocócica C (contra a meningite). Para saber quantas doses de cada vacina devem ser tomadas é preciso que seja feito uma análise da carteirinha de vacinação do paciente. Caso ela tenha sido perdida ou a pessoa não saiba qual já tomou, serão aplicadas as vacinas de acordo com a sua idade, conforme a Tabela do Programa Nacional de Imunização.
Sobre a vacina do HPV, dados preliminares da Secretaria Estadual de Saúde, referentes ao período de janeiro a junho de 2017, mostram que apenas 5,18% das meninas e 6,03% dos meninos de 13 anos receberam a dose da imunização no Estado. 
   Para a Superintendente de Vigilância em Saúde, Julia Cordellini, um dos principais fatores que influenciam na baixa procura é a comunicação inadequada. “Os adolescentes querem ser escutados. De nada adianta impor a eles a obrigatoriedade de tomar a vacina. Se conversarmos com eles e explicarmos os porquês da imunização, muitos vão entender e vão até motivar os amigos para que façam o mesmo”, salientou 

   REFORÇO

   Muitas vacinas que são tomadas durante a infância precisam ser reaplicadas na adolescência para assim garantir a imunização. A dupla, contra difteria e tétano, deve ser reforçada a cada 10 anos ou a cada cinco anos, caso a pessoa possua ferimentos graves. 
   Este ano o Ministério da Saúde recomendou que seja aplicada uma dose de reforço da vacina meningocócica C em adolescentes em 12 e 13 anos. Já a vacina para prevenir o HPV teve sua faixa etária ampliada e agora é indicada para meninos de 11 a 14 anos e meninas de 9 a 14 anos. 
   Recentemente, a vacina para prevenir o HPV teve sua faixa etária ampliada pelo Ministério da Saúde, sendo agora indicadas para meninos de 11 a 14 anos e meninas de 9 a 14 anos. 

   SERVIÇO
  Para conhecer o calendário vacinal respectivo à sua faixa etária basta acessar o site da Sesa através do link http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/CalendariodeVacinao08022017.pdf (FONTE: REPORTAGEM LOCAL, caderno FOLHA CIDADES, página 2, terça-feira, 27 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

AS CONSEQUÊNCIAS DA NOVA ONDA MIGRATÓRIA


   Muitos brasileiros estão abandonando o País para começar do zero no exterior. A crise econômica e política é apontada como um dos grandes motivos dessa nova onde de migração. No período de 2011 a 2013, o número de Declarações de Saída Definitiva entregues pelos contribuintes à Receita Federal não chegava a 10 mil por ano. Em 2016 e 2017 passou de 20 mil por ano. O aumento do número de passaportes emitidos pela Polícia Federal é outro dado que reforça a teoria de um novo movimento migratório. No período pré-crise, a grande procura de passaporte era justificada pelo aumento de renda da população, que facilitava a realização de viajar para o exterior. Do ano passado para cá, a situação mudou. Chama atenção que os brasileiros que deixam o país hoje em busca de uma chance no exterior têm curso superior e muitos tinham carreira por aqui. São pessoas que vão trabalhar inicialmente em funções menos valorizadas. Antigamente, a migração era feita por brasileiros sem formação superior, que não conseguiam se inserir no mercado de trabalho nacional. Outra diferença da nova onda migratória diz respeito aos destinos. Anteriormente, Estados Unidos, Japão e Europa eram os mais procurados. Hoje, os migrantes buscam Europa, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Curiosamente, Singapura e China estão na lista. Em Singapura, a procura é por empregos em call centers que prestam atendimento ao Brasil. Nesse caso, não haveria barreira com o idioma, pois as empresas querem funcionários que falam português. O fenômeno está sendo compreendido como uma demonstração forte de descrença ao Brasil. Por um lado, a corrupção sistêmica escancarada, que envergonha o povo. Do outro, a crise econômica e uma de suas consequências mais cruéis, o desemprego. Resta saber como o Brasil enfrentará um grave problema que surgirá com essa nova onda: a perda de talentos – a já conhecida “fuga de cérebros”. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 29 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 28 de junho de 2017

OURO VERDE SALVO DE VIRAR BANCO


   Agora que o Teatro Ouro Verde será reaberto, achei oportuno contar a história que livro essa casa de espetáculos de virar banco. Particularmente, entro no caso, e não posso negar que com um certo ufanismo. Ocorre que o outrora cineteatro já estava com o contrato pronto para ser vendido ao Banco Itaú, que sediaria ali mais uma de suas agências. Na época eu comandava a chefia editorial da Folha de Londrina e, informado da iminência dessa transação, tive uma reação de inconformismo e achei que devia intervir. A função me dava algum poder de influência e decidi que deveria usá-lo. 
   Cleto de Assis mudara-se de Brasília para cá para assessorar Oscar Alves, reitor da Universidade Estadual de Londrina. Jornalista e artista plástico, Cleto passaria a atuar também na FOLHA, e foi aí que o conheci. Oscar era genro de Ney Braga, ministro da Educação, ex-governador e poderoso líder político, partidária de Jaime Canet, que então governava o Paraná. Apressei-me a pedir a Cleto que informasse Oscar do iminente negócio com o banco. Oscar então moveu Ney e este moveu Canet, sugerindo ao governador que adquirisse o histórico imóvel para a Universidade. Estabeleceu-se uma corrente, a negociação com o banco acabou suspensa e o Ouro Verde passou para a UEL. A propriedade pertencia a Celso Garcia Cid, notável pioneiro de tantas realizações e que tivera um dia a ideia de construir na nascente Londrina esse cinema, que seria a mais luxuosa casa de gênero no Brasil. Eram seus sócios Jordão Santoro e Angelo Pesarini.
   Das confabulações, consta que Ney Braga, sugestionado por Oscar, ligara para Neco Garcia Cid, filho de Celso, pois o patriarca já havia falecido, mencionando o interesse de o Ouro Verde ser adquirido pelo governo e ser transferido para a Universidade. Tal viria a acontecer. O valor do negócio com o governo não foi revelado. O que sabe é que Ney sugeriu a Canet que entrasse com a metade e que ele, Ney (ao afirmar-lhe que voltaria ao governo do Estado) pagaria o restante. O resultado final foi que o cineteatro não virou agência bancária e aí está, são e salvo. (FONTE: WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 28 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail opinião@folhadelondrina.com.br).

ESCOLA SOLIDÁRIA

 Numa das ações mais recentes, alunos do 5º ano arrecadaram agasalhos para a Casa do Bom Samaritano: engajados, eles já planejam mais atividades solidárias

   Alunos da Escola Municipal da Vila Brasil dão uma lição de ajuda ao próximo: educação de valores e contextualizada com as aulas 

   A matemática se faz presente na contagem dos pontos do tricô e a solidariedade, no produto final, uma série de cachecóis que foram doados às crianças do Hospital do Câncer de Londrina. 
   Essa é uma das ideias que a professora Cristiane Tesche da Trindade Vilas Boas
Cristiane da Trindade Vilas Boas, rofessora: estímulo às ações solidárias contextualizadas com o conteúdo das aulas de Português e Matemática
vem desenvolvendo com os alunos do 5º ano da Escola Municipal da Vila Brasil, pensando em agregar conhecimento com a educação de valores. 
   Ao longo dos anos, a turma protagoniza ações solidárias contextualizadas com as lições dos livros. É a forma que a professora encontrou de mostrar que a matemática pode ir além dos números, podendo somar outros valores, como o respeito, acolhimento e ajuda ao próximo. 
   “A princípio, os cachecóis foram confeccionados pelos alunos para o Dia das Mães, mas como sobrou lã, resolvemos mais par doar às crianças. Nesse trabalho, as famílias também foram envolvidas. Cada criança levou a lã para casa para tricotar com os pais. Foram várias mãos, em uma espécie de corrente", lembra. 
   Com as lições de português não tem sido diferente. A professora sabe que o “beabá” pode extrapolar as fronteiras da escola e chegar por exemplo ao continente africano. No ano passado, cada aluno escreveu uma carta para estudantes de uma escola em Moçambique. 
   No texto, elas contaram um pouco dos costumes e brincadeiras do Brasil e aproveitaram para aprender algumas curiosidades daquele país. Segundo ela, a atividade envolveu a produção de texto, mas também questões de igualdade. “Dá pra conectar tudo”, completa. 
   Questionados sobre a importância de estabelecer comunicação com crianças que moram longe, a aluna Amanda Lima, 11, respondeu que é mostrar que ninguém é melhor que o outro. “As diferenças não importam, pois por dentro somos todos iguais. Foi isso que escrevi na minha carta, conta. 

   APRENDIZADO

   A professora ressalta que a educação de valores deve estar presente diariamente em sala de aula. “A sociedade em geral relaciona o papel da escola apenas com o saber científico. Mas o nosso trabalho é muito mais que isso. Nós professores temos a missão também de desenvolver nos alunos os valores de cidadania. Vivemos hoje em uma sociedade que não pensa no próximo como sua extensão”, afirma. 
   A professora diz ainda que o ponto de partida é trabalhar a autoestima e autovalorização em cada aluno. “Quando a criança gosta de si mesma, conseguimos fazer com que ela goste daquilo que está fazendo, aprendendo”, completa. 
   A última campanha de solidariedade da turma aconteceu entre maio e início deste mês. Os estudantes encabeçaram a arrecadação de roupas de inverno que foram doadas para a Casa do Bom Samaritano de Londrina – Instituição de Promoção Social de Londrina).
   Para angariar agasalhos e calças, os 22 confeccionaram cartazes e passaram de sala em sala pzra divulgar a ação. “Eles também precisam desenvolver a oralidade e falar com outros estudantes foi uma boa experiência”, conta a professora, ao citar que foram doadas três caixas grandes de roupas. 
   Antes dessa iniciativa, a turma promoveu uma campanha de arrecadação de leites que foram repassados ao Nuselon. “Eles estão tão engajados eu já ficam ansiosos para as próximas ações”, completa. 
   A diretora
Rosângela de Fátima Riedo Ferreira, diretora da Escola: "Tenho orgulho em dizer que estamos formando alunos ativo, argumentativos e com pensamento crítico"
Rosângela de Fátima Riedo Ferreira diz que a turma do 5º ano é a primeira da escola, que foi fundada em 2013, apesar do prédio escolar ser da década de 60. “Tenho orgulho em dizer que estamos formando alunos ativos, argumentativos e com pensamento crítico”, afirma. 
   Entre os alunos, o aprendizado por trás das campanhas solitárias, envolve gratidão, persistência, respeito, amor e aceitação. “Todo mundo precisa se unir, se ajudar e não desistir de fazer o bem”, responde a estudante Fernanda Cristina, 11. 
   “As crianças são nossa inspiração em repensar a sociedade atual e buscar forças para resgatar valores como respeito e ajuda ao próximo. A escola tem o papel fundamental de trabalhar com elas”, salienta. A Escola Municipal da Vila Brasil atende 193 crianças, no ensino fundamental. 

   LEITURA DO MUNDO 

Como manter a solidariedade no dia a dia?
GABRIELA DE JESUS CARDOSO, 10 anos, aluna do 5º ano


"Eu posso ajudar um colega a se levantar se ele cair e ajudar a olhar a casa do vizinho quando ele viaja. Parece pouca coisa, mas já faz muita diferença" 

Letícia Burim, 10anos, aluna do 5 ano
"Eu posso cuidar do meio ambiente economizando água  e doando roupas. Também não devo ser egoísta e nem usar violência. A gente precisa de mais solidariedade porque as pessoas pensam mais nelas do que nos outros. 

Gregório dos, 10 Santos Lourenço, 10 anos, aluno do 5º ano
"Na sala de aula, por exemplo, a na matéria, pode emprestar o caderno e os livros. Já em casa faço algumas coisas para minha mãe, como arrumar a mesa e até enxugar a louça"

Bruno Henrique dos Santos Cunha, 12 anos, aluno do 5º ano
"Posso doar coisas, como roupas e brinquedos. A pessoa que recebe fica muito feliz e eu também porque estou ajudando quem precisa"(FONTE: MICAELA ORIKASA, caderno FOLHA 2, FOLHA CIDADANIA, terça-feira, 27 de junho de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

TEMER PARTE PARA O ATAQUE


   Um dia após ser denunciado por corrupção passiva, o presidente Michel Temer usou a estratégia que já é comum a muitos denunciados que se veem acuados, partindo para atacar os acusadores. Em 16 minutos de pronunciamento, frente a uma plateia formada por apoiadores, o peemedebista disse que a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é uma “ficção”, ou “drama de novela”. Também o acusou de reinventar o Código Penal ao incluir denúncia por ilação. Ainda colocou o procurador sob suspeita, insinuando que ele recebeu dinheiro da JBS. No pronunciamento Temer disse que está sofrendo um ataque “injurioso, indigno e infamante” à sua dignidade pessoal. A acusação de Janot está baseada nas investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada da JBS. É a primeira vez que um presidente no exercício do seu mandato é denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção. Quanto à gravação da conversa que teve com o empresário Joesley Batista, Temer afirmou que o áudio é uma prova ilícita e não pode ser aceita pela Justiça. Sobre o que acontecerá daqui para a frente, há alguns cenários sendo desenhados por especialistas, mas a maioria ainda aposta pela conclusão do mandato – o julgamento da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral, no início de junho, só reforça a tese. A denúncia de Janot foi enviada ao ministro Edson Fachin, relator da investigação envolvendo o presidente, e só poderá ser analisada pelo Supremo após passar pela aprovação de 342 deputados federais. Os sinais de indignação frente a denúncia inédita a um chefe de estado no poder são tímidos. Muito diferente dos grandes protestos de 2015 e 2016 nas ruas de muitas cidades. O brasileiro recebeu a notícia do indiciamento na noite de segunda-feira, aparentemente já anestesiado com tantos escândalos que maltratam a imagem do País e parecem jogar ainda mais para longe uma solução para essa crise política. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 28 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 27 de junho de 2017

EXAME PARA CERTIFICAR CONCLUSÃO DE ENSINO MÉDIO SERÁ APLICADO EM OUTUBRO


   Até o ano passado, estudantes com mais de 18 anos poderiam usar o desempenho do Enem para obter o diploma

   Brasília – o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) será aplicado no dia 8 de outubro em todo o País. Neste ano, a prova também será usada pelos alunos para obter o certificado de conclusão do ensino médio. Até o ano passado, estudantes com mais de 18 anos poderiam usar o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para obter o diploma. Agora, a certificação será feita exclusivamente pelo Enceja, que atualmente é aplicado no Brasil e no exterior para a certificação de conclusão do ensino fundamental. 
   A inscrição para o Encceja será gratuita e deverá ser feita entre os dias 7 e 18 de agosto. A prova, que será elaborada e aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), terá 30 questões de múltipla escolha. O aluno deverá atingir pelo menos 50% de acertos em cada prova, e pelo menos cinco pontos na redação. O custo estimado do Encceja é de R$ 40 por aluno. 
   Segundo o Inep, o Encceja é o instrumento mais adequado para avaliar as pessoas que não tiveram oportunidade de concluir os estudos em idade apropriada. “O Enem, na sua estrutura, não é um exame para certificação do ensino médio. Ele se caracteriza muito mais para o acesso ao ensino superior. O Encceja é preparado para fazer esse tipo de avaliação, das pessoas que não tiveram acesso na idade certa”, explicou nesta segunda (26) a presidente do Inep, Maria Inês Fini. Menos de 10% das pessoas que fazem o Enem com o objetivo de certificação conseguem o diploma do ensino médio, informou. 
   O Encceja pode ser feito por pessoas com pelo menos 15 anos, no caso da certificação do ensino fundamental, e 18 anos para a certificação do ensino médio. O Inep espera que 222 mil alunos do ensino fundamental participem da prova e 815 mil, do ensino médio. O exame também será aplicado para presos e para brasileiros que moram no exterior. 

   AVALIAÇÃO DE ESCOLAS

   A partir deste ano o Enem não será mais utilizado como avaliação das escolas. Agora, as instituições de ensino serão avaliadas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Maria Inês Fini explicou que o Saeb faz uma avaliação mais ajustada das instituições de ensino médio. “O desempenho dos alunos é um dado importantíssimo para compor a avaliação das escolas, mas não é o único. Dados contextuais são importantes para caracterizar melhor essa avaliação. Além disso, as provas que compõem esse sistema são bastante detalhadas naquilo que se diz oficialmente que deveria ter sido ensinado. Por isso, muito mais justiça na avaliação se pratica no Saeb”, afirmou. 
   A estimativa do Inep é que 114,8 mil escolas sejam avaliadas por meio da Saeb esse ano. Agora, todas as escolas públicas e privadas que ofereçam ensino médio serão avaliadas. Até o ano passado, a avaliação da etapa era feita por amostragem. 
   A adesão das escolas será feita entre 27 de junho e 14 de julho, em sistema on-line, disponibilizado no portal do Inep. A taxa de inscrição varia entre R$ 400 a R$ 4 mil, de acordo com o número de alunos. A aplicação dos testes e questionários em todas as escolas ocorrerá entre 23 de outubro e 3 de novembro. O resultado deve ser divulgado em agosto do ano que vem. 

   ENEM

   O Inep também informa que 6,73 milhões de inscrições foram confirmadas para o Enem de 2017 até esta segunda. As provas serão aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro. O número ainda pode aumentar, porque todas as inscrições podem ser confirmadas por decisão judicial. No ano passado, o Enem teve 8,6 milhões de pessoas inscritas. Para o Inep, a diferença pode ser explicada pelo número de estudantes que deixarão de fazer o exame escolar para obter a certificação do ensino médio. (FONTE: SABRINA CRAIDE – Agência Brasil, página 7, FOLHA GERAL, terça-feira, 27 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DESCULPE - ME, SOU POLICIAL MILITAR!


   O título desse ensaio reflete o encolhimento da autoestima do profissional em segurança pública na última década. Ser policial, especialmente militar, é uma missão árdua, em razão das características das suas atividades, da visibilidade proporcionada pela uniformização, da formalidade com que se apresenta e pela atuação próxima à comunidade, o que deveria ser fator agregador de qualidade e simpatia, mas que se transformou em motivo de rejeição e hostilidade. 
   O que causou essa inversão de valores? Por que chegamos a esse ponto? Difícil responder, mas podemos num primeiro momento supor que é simplesmente porque os bandidos estão mais ousados e temem menos a polícia por deterem armais mais potentes; que a desordem imperou de vez em razão da baixa qualidade da educação, crise econômica, miséria, desemprego, etc. Tudo isso ter a ver com o fenômeno, mas podemos buscar origens mais profundas para essa análise que, longe de serem verdades absolutas, contribuem para fundamentar nosso raciocínio. 
   A formação histórica da instituição Polícia Militar como a conhecemos hoje se deu no ano de 1967 no governo militar instalado três anos antes. Nasceu como uma versão de polícia subordinada ao Exército, embora administrativamente vinculada aos Estados. É aqui que começamos a entender a situação atual, pois sabemos que a resistência ao governo militar cresceu a partir dos anos setenta, colocando na berlinda, por analogia semântica, as polícias militares, condição inflamada pelo fato de muitas unidades terem sido comandadas por oficiais do Executivo nos primeiros tempos. 
   Sem adentrarmos em pormenores sobre esse período, lembremos apenas que foram duas décadas de lutas sociais e esforços políticos para a reconquista da democracia. O Exército voltou-se às atividades inerentes à caserna, enquanto nas ruas a PM continuou sua missão no dia a dia, iniciando aí uma luta sem precedentes na tentativa de construir uma identidade própria depois de um longo período associada à ditadura. Os esforços de reaproximação – ou aproximação – com a comunidade, que já marchavam em passos lentos, praticamente sucumbiu após a ascensão de líderes políticos declaradamente opositores do regime militar. 
   Para significativa parcela da sociedade, o próprio termo “militar” ainda soa de forma pejorativa e a corporação passou a ser vista com desconfiança. Sepultou-se aí a era do “garbo varonil” e os servidores da instituição foram relegados a um peso social, necessários, mas “suspeitos”. Nesse contexto conturbado, o policial está sozinho e desamparado quando em situação de confronto nas ruas. O Estado, ao contrário do que se espera, mina seus recursos e só está presente através dos símbolos estampados nas viaturas. 
   No enfrentamento nas ruas está um homem, um pai acuado, pronto para reagir, ou até executar os suspeitos, colocando em prova sua braveza, ou melhor, seus medos diante dos assassinatos brutais praticados contra seus pares. Não tenham dúvidas de que qualquer cidadão nas mesmas condições agiria de forma semelhante. É o instinto de defesa que prevalece e não cabe mais invocar o preparo técnico/psicológico do policial, pois não passam de ficções midiáticas. 
   Não há mais razão para insistir em formação militar a servidores cujo papel se restringe à ação preventiva/ostensiva, já que a repressão deve ser limitada a casos pontuais e não são atividades típicas do militarismo. 
   Reflitamos sobre essa realidade ou iremos nos acostumar com PMs pedindo desculpas e licença para abordarem um suspeito, enquanto as facções criminosas seguirão impondo suas leis. (FONTE: JAIR QUEIROZ, psicólogo pós-graduado em Segurança Pública em Londrina. * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 27 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

EVASÃO ESCOLAR É MAIOR NAS ESCOLAS PÚBLICAS


   A evasão escolar está se tornando mais comum nas escolas brasileiras. O número de crianças e jovens que finalizam o ano é menor do que as que se matriculam. Os dados que revelam o aumento da evasão foram apresentados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e pelo Ministério da Educação, após análise e comparação do Censo Escolar. O maior problema está entre os jovens. Segundo o Inep, considerando escolas públicas e particulares, 12,9% e 12,7% dos alunos matriculados na 1ª e 2ª séries do ensino médio, respectivamente, deixaram a escola entre os anos os anos de 2014 e 2015. O 9º ano do ensino fundamental tem a terceira maior taxa de evasão, 7,7% , seguido pela 3ª série do ensino médio, com 6,8%. Considerando todas as séries do ensino médio, a evasão chega a 11,2% do total de alunos nessa etapa de ensino. A pesquisa mostrou que houve uma queda progressiva na evasão escolar entre 2007 a 2013. Porém, o cenário começa a mudar em 2014, quando as taxas aumentam. Levando em consideração apenas as escolas públicas, o Pará tem a mais alta taxa, chegando a 17,2% no ensino médio. Na sequência, Alagoas vem com 15%. Mato Grosso ficou com 14,7%; Sergipe, 14,4%; Piauí 14,2%; Rio Grande do Norte, 14% e Maranhão, 13.6%. O Paraná está em penúltimo lugar no ranking com taxa de evasão no ensino médio de 10,1%. Perde apenas para Roraima, que tem a menor taxa, 9,6%. Acrescentando as particulares, o índice fica um pouco menor. São vários os motivos que influenciam no aumento da evasão escolar. A crise econômica dos últimos anos é um fator relevante e, provavelmente, implicará em um aumento ainda maior da taxa em relação a esses anos mais críticos da crise, como 2015 e 2016. Mas não é apenas isso. Os estudantes não abandonam a escolas apenas para trabalhar. Há quem perde o interesse pelo estudo. Pesquisadores e pedagogos vêm alertando há muito tempo sobre o distanciamento entre os currículos do ensino médio e a realidade dos jovens. Mudar o quadro da evasão escolar não é fácil. É preciso levar em consideração vários pontos. Ajudar as famílias carentes a terem condições de manterem os filhos estudando deve ser uma das preocupações das autoridades. Melhorar o currículo, investir na capacitação dos professores, além de valorizá-los, são outras ações que devem ser levadas em conta. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 27 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

REDES SOCIAIS, UMA EXTENSÃO DO CURRÍCULO


   A utilização das redes sociais em processos de seleção e recrutamento tem se tornado cada vez mais comum. Especialistas recomendam cautela com imagens e posts
   As fotos daquela última festa que foram parar nas redes sociais podem custar seu próximo emprego. É cada vez mais comum a utilização das redes nos processos de recrutamento e seleção de profissionais, seja na divulgação de oportunidades ou em consultas ao perfil dos candidatos. Especialistas garantem que, esteja você procurando emprego ou não, zelar pela imagem nas redes sociais é tão importante quanto ter um bom currículo. 
   Uma pesquisa feita pelo CareerBuilder, site norte-americano de carreiras, com mais de cinco mil empregadores, mostrou que 60% deles usam as redes sociais para pesquisar candidatos nos Estado Unidos. E, muitas vezes, eles não gostam nada do que encontram por lá: entre os que pesquisam a vida dos candidatos online, 49% dizem ter encontrado ali informações para desistir da contratação. 
   Mesmo que você não esteja planejando trocar de emprego, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém: 41% dos entrevistados dizem usar as redes sociais para pesquisar os atuais funcionários – e 26% dizem já ter encontrado conteúdo que os levou a repreender ou demitir um empregado. 
   Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn, YouTube, Google, Snapchat, Tumbrl, Pinterest. O rol de redes sociais é cada vez mais extenso, mas, algumas delas são mais utilizadas pelos recrutadores, “Facebook e LinkedIn acabam centralizando esse processo porque estão entre as mais utilizadas. Instagram e Twitter, por exemplo, são redes menos personalizadas pelas pessoas”, explica Juliana Palermo, coordenadora de marketing da Randstad. 
   A Randstad, uma das maiores companhias de Recursos Humanos no mundo, não tem, segundo Palermo, a prática de “investigar” comportamentos de candidatos nas redes, mas ela garante que isso é bastante comum em outras consultorias. “Nós utilizamos as redes muito mais pela captação de candidatos e divulgação de vagas do que para pesquisa de perfil do candidato. Mas muitas empresas fazem isso: utilizam essas ferramentas para analisar se o candidato é adequado ou não”, explica. 
   Por isso, apesar de muita gente pensar as redes sociais apenas como ferramenta de descontração, é preciso ter ali os mesmos cuidados que se teria diante de um chefe ou potencial empregador. “Tem que ter cuidado com o comportamento e até o tipo de foto que se coloca no perfil. Pelo menos no LinkedIn, que é uma rede profissional, tem que ser uma foto mais corporativa, com roupa de trabalho em um ambiente adequado”, sugere Palermo. 
   Outra sugestão da coordenadora é preencher o perfil de forma estratégica: “Eu vejo muito no LinkedIn pessoas colocando ‘desempregado’ na ocupação. Isso não posiciona esse profissional. Quando eu vou fazer uma busca de candidato, eu procuro, por exemplo, por um profissional de marketing, esteja ele empregado ou não. Não procuro por um desempregado”, pondera. 
   Mesmo no Facebook, que é uma rede mais pessoal, é preciso ter cuidado com o tipo de exposição. “As fotos postadas muitas vezes colocam as pessoas em situações ridículas, fotos em que a pessoa aparece embriagada, por exemplo”, afirma. 
   O conteúdo postado nas redes também revela muito sobre a personalidade das pessoas e, por isso, também deve passar pelo filtro da cautela. Posts com viés preconceituoso, racista, intolerante não são bem vistos. “Não quero dizer que as pessoas não podem revelar suas opiniões nas redes, mas que isso não seja de forma preconceituosa. No LindedIn, tenho minhas ressalvas: opiniões que não sejam sobre assuntos profissionais devem ficar fora dali”, argumenta. 

   “PENSAR DUAS VEZES ANTES DE APERTAR O ‘ENTER”

   Apesar de concordar que, por ser uma rede profissional , o LinkedIn acaba sendo a mais utilizada quando o assunto é trabalho, o partner da Sociedade Brasileira de Coaching, Rodrigo Collino, ressalta que as informações publicadas em uma rede social não ficam restritas a ela e, por isso, o cuidado deve ser geral. 
   “O Big Data é uma ferramenta que reúne informações sobre seu comportamento em diferentes ambientes virtuais. A maioria das grandes empresas já utiliza esse cruzamento de informações para verificar a compatibilidade de profissionais com os valores e o clima organizacional, a personalidade”, explica. 
   Por isso, segundo ele, todo o uso que se faz das redes sociais deve ser estratégico. A dica do especialista que resume bem o comportamento ideal do mundo virtual é agira sempre com a mesma etiqueta do mundo real. “Pense duas vezes antes de apertar o ‘enter”. Pense nas pessoas que vão ver, se isso agrega algum valor. Palavrões e discussões sempre podem ser evitados e o envolvimento em assuntos polêmicos, só se você for especialista no assunto”, exemplifica Collino (J.G.).

   NÃO MENOSPREZE O NETWORKING VIRTUAL 

   As redes sociais tem, sim, potencial para promover uma demissão e fechar portas para novas oportunidades. Mas, se utilizada de forma inteligente, também podem ser ferramentas muito eficientes no desenvolvimento de uma carreira. Isso porque nunca foi tão fácil fazer networking e marketing pessoal quanto na era das redes sociais. 
   Além de agir passivamente, evitando manchas na imagem e procurando por vagas para as quais possa se candidatar, o profissional pode utilizar essas ferramentas para construir relações que podem ajudar no seu desenvolvimento. “Muita gente menospreza o networking virtual, mas não deveria. Mais da metade das vagas do mercado de trabalho são preenchidas antes mesmo de ser publicadas, através de indicações”, conta o partner da SBCoaching , Rodrigo Collino. 
   Por isso, melhor do que esperar pelas vagas, segundo ele, é se tornar visível para empresas, recrutadores e outros profissionais que atuam na mesma área. O LinkedIn é o ambiente ideal para isso, já que, a princípio, todos estão ali interessados em fazer networking. A partir de uma rede de contatos bem construída, é a produção de conteúdo relevante que faz a diferença. “Meus posts, meus textos, minhas imagens devem me apresentar como um solucionador de problemas. Eu preciso mostrar um diferencial”, orienta Collino. 
   O especialista, no entanto, faz um importante alerta em relação às características no LinkedIn. “Quando você publica um conteúdo, ele não aparece para todos os seus contatos, apenas para cerca de 10% deles. Por isso, é preciso ter critério na seleção das conexões, ou você terá diminuídas as chances de seu conteúdo aparecer para quem deveria. Vale, inclusive, excluir aquelas pessoas que não têm sentido estarem na sua rede”, argumenta. 
   Mesmo que não tenham foco nos interesses profissionais, outras redes sociais também podem ser utilizadas para networking. “Vale a pena, às vezes, você postar no Facebook conteúdos relacionados à sua carreira, Não precisa falar só sobre o que você está comendo. Muitas vezes, os contatos que você tem no Facebook nem sabem em que área você trabalha e é importante que saibam”, afirma a coordenadora de marketing da Randstad, Juliana Palermo. (J.G.). 

   FIQUE ATENTO 
   Motivos que fazem os empregadores desconsiderarem um candidato. 


   PEGA BEM 

   · Foto de perfil neutra e com aparência profissional 
   * Fotos em momentos de descontração desde que não revelem atitudes comprometedoras
   *Fotos em atividades referentes e positivas, como trabalhos voluntários. Ter perfil de uso profissional, especialmente no LinkedIn, com informações claras e corretas. Escrever artigos sobre sua atividades e área de atuação. 
   * Pensar bem antes de escrever algo 
   * Ser seletivo na construção da rede de contratos: quantidade não garante qualidade. Valorizar suas conquistas profissionais sem se autopromover demasiadamente. 
   * Ser seletivo em relação às páginas e grupos que segue: eles dizem muito sobre você 

   PEGA MAL 
   · Fotos em baladas, bebedeiras ou em trajes de banho
   *Falar mal da empresa anterior, ex-chefes e colegas. Ficar reclamando da vida. Envolver em polêmicas sobre assuntos como religião, esporte e política. Participar de grupos com opiniões radicais ou ofensivas
    Mostra-se preconceituoso, intolerante e racista. Escrever com erros de português. 
   · Usar as redes para dizer coisas que não diria pessoalmente.
   * Abordar assuntos que não sejam profissionais no LinkedIn. 
      FONTE: Pesquisa CareerBuilder (JULIANA GONÇALVES – Reportagem Local, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, segunda-feira, 26 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 26 de junho de 2017

- ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA -


   É PRECISO REDUZIR O ENDIVIDAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO 
   Qualquer um de nós precisa seguir o mais óbvio dos preceitos econômicos – controlar suas despesas de modo a não permitir que ultrapassem suas receitas. Caso contrário precisará encontrar formas de financiar essa diferença. Isso é verdade para mim, para você, para as empresas e também para o governo. 

   COMO O GOVERNO FINANCIA SUA DÍVIDA

   Quando o governo gasta mais do que arrecada, ele pode financiar suas dívidas valendo-se fundamentalmente de três expedientes: a) tomar dinheiro emprestado; b) aumentar os impostos; e c) rodar a maquininha que fabrica o dinheiro. 

   O PROBLEMA DE TOMAR DINHEIRO EMPRESTADO 
   O governo pega dinheiro emprestado emitindo títulos. Ou seja, ele pega seu dinheiro emprestado te dando um papel que reconhece a dívida prometendo te pagar um determinado juro como remuneração pelo empréstimo. Acontece que, quanto mais o governo se endivida, mais você fica desconfiado que ele não poderá não te pagar, o que faz com que o governo tenha que aumentar a taxa de juros para tornar atraente você correr o risco. 

   A CONSEQUÊNCIA DE JUROS ALTOS 

   Juros mais elevados significarão que os outros tomadores de crédito, por exemplo, os empresários, precisão pagar ainda mais para que você prefira emprestar a eles em vez de emprestar ao governo, comprando títulos públicos. Ora, se o investimento pretendido pelo empresário não for suficiente para pagar os juros e sobrar algum na forma de lucro, ele não investirá e consequentemente não criará demanda por matéria-prima e tampouco abrirá novos postos de trabalho.  

   QUE SE AUMENTEM OS IMPOSTOS

   Aumentar os impostos para cobrir o déficit gerado por gastos acima da receita significará ter que aumentar o preço do produto para o consumidor. Uma inflação nos preços obviamente obriga uma diminuição no consumo, o que obrigará a indústria a ajustar sua produção, diminuindo a demanda por matéria-prima e, por consequência, demitindo trabalhadores. 

   ENTÃO BASTA EMITIR MOEDAS

   A forma de financiar dívidas do governo pela emissão de moeda (já que ele é o dono da maquinha que faz dinheiro, por que não fabricar o que precisa e pagar sua dívida?) foi um expediente muito utilizado, em especial na década de 1980.
   O resultado não pode ser mais desastroso. Se o governo emite moedas em uma velocidade maior que o aumento de bens e serviços, aumenta de forma fictícia o potencial de demanda, mas não havendo aumento de oferta, teremos inflação e todas as suas consequências nefastas.

   E COMO ESTÁ A DÍVIDA DO GOVERNO

   Somente a dívida pública federal, portanto, sem contar as dívidas dos estados e municípios. Estava em abril em R$ 3.244 trilhões. Tudo o que produzimos no ano passado somou R$ 6.267 trilhões, o que significa dizer que nossa dívida é aproximadamente 52% do PIB. O custo médio dos juros pagos por esta dívida é de 11,57% ao ano, o que quer dizer que somente com os juros, esta dívida aumentará em mais 6%. Como os gastos continuam sendo maiores que a arrecadação, a dívida deverá crescer muito próxima ao que cresceu no ano passado – 11,42%.

   O QUE FAZER

   O que preocupa não é a dívida em si, mas a forma de financiá-la, que como exposto, qualquer que seja a opção, terá como consequência última a extinção de empregos em um país que já conta com 14 milhões de desempregados. Deixando de lado aqueles que, por ingenuidade, acreditam que para o país sair da crise basta dobrar o salário mínimo, ou os que sofrem de acomodação intelectual que propagam que basta acabar com a corrupção que o problema está resolvido, precisamos que as reformas que segurem o crescimento desta dívida sejam aprovadas o quanto antes. Não será suficiente, mas é fundamental. (FONTE MARCOS J. G. RMBALDUCCI, professor doutor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e consultor econômico da Acil economianossa@folhadelondrina.com.br página 4, FOLHA ECONONOMIA & NEGÓCIOS, coluna ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA – por Marcos Rambalducci, segunda-feira, 26 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

NEM TUDO SEGUE A ARITMÉTICA


   Quanto é 1 + 1? Muitos dirão que é igual a dois. 
  Nem sempre! Quando se adiciona um litro de álcool a um litro de água, a mistura final não serão dois litros. Será um pouco menos. 
   Assim, é um grande erro achar que uma decisão só é boa se for perfeita. Planejamentos, por exemplo, muda o tempo todo. E é bom que mudem. Isso mostra que há uma dinâmica na busca por resultados. 
   Um plano de Ação é apenas uma declaração de intenções, e não uma camisa de força. Deve ser revisto muitas vezes durante sua execução prática porque cada sucesso cria oportunidades novas, assim como cada falha. 
   Napoleão Bonaparte dizia que nenhuma de suas batalhas bem-sucedidas seguiu seu plano. No entanto, ele planejou cada uma delas muito mais meticulosamente do que qualquer outro general antes dele. 
   Eu aprendi que 1 + 1, se Deus quiser, é igual a dois. Mais do que fé religiosa, esta é a crença em que existem infinitas possibilidades além da resposta aritmética, afinal, a vida não é tão precisa quanto a matemática. E os negócios também não. 
   Perfeição é uma meta à qual alguns se aproximam à custa de muito esforço, prática e conhecimento. Porém, jamais alguém a alcançou plenamente. Entender que este mundo foi construído sobre tal premissa é, na verdade, o que torna a vida interessante e, por que não, divertida! (Crônica de ABRAHAM SHAPIRO, caderno FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, coluna ABRAHAM SHAPIRO,  segunda-feira, 26 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

SINAL DE RECUPERAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO


   O mercado de trabalho no Paraná começa a mostrar recuperação. A indústria do Estado abriu 11,4 mil vagas de emprego nos primeiros cinco meses deste ano. Para um setor que vinha encolhendo nos últimos anos, é uma grande notícia. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego e dão conta de que a safra recorde e bons resultados na pecuária reforçaram o saldo positivo entre admissões e demissões com destaque para as atividades diretamente ligadas ao setor, como a fabricação de alimentos, ou indiretamente, como maquinário e transporte. 
   Outro sinal apontando que o agronegócio está salvando a “lavoura” é que a maior parte das vagas foram criadas no interior, com saldo negativo na Região Metropolitana de Curitiba. Os municípios localizados próximos da capital perderam 1,7 mil postos de trabalho e as cidades menores contaram com a aberta de 4,1 mil vagas.
   Os subsetores fabris que puxaram o resultado são alimentícios e bebidas, têxtil e vestuário, borracha, fumo e couros, farmacêuticos e veterinários, material de transporte, material elétrico e de comunicações, além de madeira e mobiliário. É o peso do campo na economia brasileira, desmentindo o velho mito de que a agricultura só vai bem da porteira para dentro. 
   Como comentou o consultor econômico Cid Cordeiro, em reportagem, hoje, na FOLHA, o agronegócio tem efeito irradiador de riquezas. Tanto que a estimativa é que 1% do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio signifique alta de 0,5% a 1% no PIB dos outros setores. O resultado dessa equação são mais contratações, mais renda e mais consumo. 
   O crescimento pode não ser tão importante diante dos grandes saldos negativos dos últimos anos. Mas é um alívio. E, se a crise política não atrapalhar, os desdobramentos na economia podem continuar positivos. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 26 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 25 de junho de 2017

FILME SOBRE TRAVESTIS MODIFICA PARADIGMAS


   Personagens de ‘Divinas Divas’ – dirigido por Leandra Leal – venceram o preconceito e se firmaram como artistas
   Foi durante a montagem de “Divinas Divas” – documentário que estreou na quinta (22) em circuito nacional – que Leandra Leal e a montadora Natara Ney chegaram a Nelson Gonçalves. “A gente parava para descansar e ficava ouvindo música. ‘Escultura’ foi uma descoberta muito forte. Tentamos colocar na trilha, mas não deu. Surgiu a ideia de construirmos a cena inicial, com a transformação desses homens em mulheres idealizadas.” 
   “Divinas Divas” conta a história de oito pioneiras do travestismos no Brasil. Rogéria, que se autodefine como “a travesti da família brasileira”, Jane di Castro, Divina Valéria, Camille K. Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigite de Búzios. 
   Elas formaram a primeira geração de travestis do Brasil. E, num país preconceituoso, homofóbico e que enfrentava a repressão brutal da ditadura militar nos anos 1960, conseguiram o prodígio de se fazerem aceitas como artistas. O filme conta a história de cada uma e a de todas. Extrapola o conceito de documentário porque cada uma dessas personagens é uma ficção de si mesma. Se há um tema em “Divinas Comédias” é arte. A vida como espetáculo. Na capa, Leandra já contou como teve a ideia do filme ao assistir ao show que as divas fizeram no Teatro Rival, no centro do Rio, muito ligado à história de sua família. Cada momento teve a sua dificuldade. Captar, filmar, mas o mais demorado foi a montagem. 
   Foram dois anos e meio para tirar, do material filmado, a narrativa do filme “A demora da produção e da filmagem foi por falta de dinheiro, mas a montagem não. Quando se faz documentário, a gente nunca sabe o filme que vai sair. Ele é construído na montagem. Fizemos outras versões antes dessa (definitiva) , sempre buscando as melhores histórias de cada personagem e a interação de todas.” E Leandra prossegue: - Me identifico muito com as divas porque fazem parte da minha história, mas também e principalmente porque são artistas que se fizeram respeitar. Antigamente, artista tinha de ter carteirinha de saúde como prostituta. O estigma social era imenso, você imagine um homem que se faz mulher. E elas atravessaram ainda toda a repressão da ditadura”. 
   O filme é dedicado à artista chamada de Marquesa. Rogéria dramática das oito. Chegou a ser internada numa clínica para tentar a cura gay. “Marquesa falava com a mãe em francês. E era a mais culta de todas”, palavra de Rogéria. “Divinas Divas não é sobre travestismos. É sobre as transformações ocorridas no Brasil dos últimos 53 anos, desde que, em 1964 (!) Astolfo Barroso Pinto criou Rogéria. Leandra, como diretora, consegue dar conta de tudo – das personagens e do País. Não representa pouco. 
   Documentário como esse, “Pitanga” (de Bento Brant e Camila Pitanga) e “Cinema Novo” (de Eryk Rocha), estão criando novos paradigmas. Como “Cinema Novo” no ano passado, “Pitanga” e “Divinas Divas” estarão entre os melhores filmes do ano, não apenas brasileiros. E não apenas documentários. (FONTE: LUIZ CARLOS MERTEN – AGÊNCIA ESTADO, Caderno FOLHA 2, 24 e 25 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

LONDRINA PIONEIRA: CASOS ESPANTOSOS (coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI)


   Em sólida e viva narrativa de nossos tempos pioneiros, o fundador de Rolândia, Osvald Nixdorf, conta casos espantosos, às vezes em apenas um parágrafo, em “Um pioneiro na Selva Brasileira” (Editora da UEL). Seu livro revela notável escritor e os desafios incríveis enfrentados pelos pioneiros pés-vermelhos: 
   “Quem nunca passou pela experiência de cavalgar na mata, no escuro, debaixo de um furação, não tem noção do barulho infernal que é produzido. Galhos e copas de árvores quebram e vão ao chão. Rapidamente a passagem pela picada fica impossível. Temos de usar os facões para nos livrar dos cipós e trepadeiras, e confiar cegamente no instinto de localização dos burros, que mantém a direção de casa. Há muito tempo perdemos os chapéus, as roupas estão rasgadas. Para não perdermos o contato, temos de gritar uns aos outros para sobrepor o rugido da tempestade.” 
   Há muito me desvencilhei de meus sentimentos coloniais racistas. Uso a parte de cima de um beliche numa cabana de folhas de palmeiras. Na parte de baixo dorme um negro muito forte e corpulento. Quando tento me acomodar, com meus quase dois metros de altura, o estrado desmorona e caio sobre o negro. Despertado de profundo sono, ele se arrasta e pensa estar sendo atacado. Agarra sua espingarda e, por um triz, puxa o gatilho em minha direção. ”
   Com o isolamento causado pela revolução paulista de 1932, “a situação dos suprimentos está ficando cada vez mais difícil. 
Primeiramente se sente a falta de fumo, mas a situação fica ruim mesmo com a falta de sal. Os gêneros alimentícios principais são arroz, feijão e aqui e ali um saco de carne de porco. Isso quando Carlos Strass arranja um porco para matar. O palmito é preparado cozido, frito e como salada. Dr. Willie despacha pessoas competentes com animais de carga que, em jornadas de semanas, trazem víveres através de desvios pelas matas. Os fósforos acabam. Os fogões têm de ser mantidos acesos.”
   Um menino falece aos quatro anos de idade, depois de muito sofrimento. O tempo está frio. Sua irmãzinha mais nova está na cama com pneumonia, tendo os pais passado a noite em vigília. De madrugada, a crise passa e eles se deitam para dormir um pouco. O menino acorda e pede água para beber. Morta de sono, a mãe diz a ele para ir à cozinha tomar água. Ela se esquece de que sobre a mesa há uma garrafa de pinga aberta. Mais tarde, quando se levantam, o garoto jaz morto no chão. Bebeu todo o conteúdo da forte bebida e morreu intoxicado de álcool.”
   “Numa noite de chuva intensa, somos acordados com o choro das crianças. Um chiado estranho nos espanta e um pinicar afogueado nos arranca da cama: estamos sendo atacados por formigas de correição. Arrancamos as crianças de suas camas e, de pijamas como estamos, fugimos para fora. Todo o interior da casa foi invadido por milhares e milhares de formigas. Esperamos na chuva, empoleirados num tronco caído. Ao amanhecer os bichos desaparecem, mas não há mais nada comestível na casa. De toucinho resta apenas o couro.”
   Em viagem a São Paulo, “minhas orelhas, têmporas e pescoço estão pretos de ferroadas de borrachudos, pois cada picada desse inseto deixa um ponto preto. Percebo que, no bonde, as pessoas se afastam de mim. Certamente pensam que tenho uma doença contagiosa.”
   “O pessoal encontrou um barreiro na mata. Ali os animais da floresta se reúnem e vivem em harmonia. As crianças e eu nos alegramos com esse cenário notável: aves e animais, grandes e pequenos, encontram-se ali. Os maiores inimigos convivem, vê-se a onda lambendo ao lado do veado, o puma ao lado do porco do mato, o cachorro do mata ao lado da preá. Proíbo meu pessoal de caçar nessa paraíso. (Crônica de DOMINGOS PELLEGRINI, escritor e jornalista, d.pellegrini@secontel.com.br, página 3, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, caderno FOLHA 2, 24 e 25 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DYLAN & THOMAS


   Um deles é o fox paulistinha magro e nervoso, o outro um cão gordo, calmo e de língua azul.



   No quarto andar do prédio tem um cachorro chamado Dylan. No oitavo tem outro chamado Thomas. Os donos não sabem, mas se juntassem os dois cachorros teríamos Dylan Thomas, nome de um poeta inglês que é uma das sementes da Geração Beat. 
   O cão Dylan é um fox paulistinha, magro e nervoso, rebelde como o compositor americano recentemente homenageado com o Nobel de Literatura. Dylan costuma latir para desconhecidos ou quando vê situações de risco, como atravessar a rua com a dona lhe conduzindo entre os carros. Revoltado com a coleira poderia bradar como Bob Dylan na música “Silvio”: “Quando eu venho, não me atiram nenhum osso/ Eu sou um velho procurando por uma casa/Se você não gosta disso, pode me deixar sozinho.”
   Imagino o cachorro da vizinha cantando a música e penso que ele ficaria feliz sem a coleira, como também recusaria o Nobel por não se adaptar a esse mundo de protocolos e discursos. Mas posso estar enganada. 
   Assim que Dylan atravessa a rua, vem Thomas, o outro cão que é um Chow Chow de língua azul. Cães de língua azul são absolutamente poéticos por sua conta e risco. Nunca leram Bukowski ou Nuno Júdice – dois autores que celebraram o azul em sua obra – mas trazem na ponta da língua a cor que por si só é poesia. 
   Ao contrário de Dylan, Thomas é um cão branco, calmo, gordo e peludo, gosto de vê-lo no Calçadão passeando com seu dono, um rapaz que considero paciente. Quando o cachorro estanca em frente ao Banco do Brasil, o dono lhe explica: “Não, Thomas, hoje não vamos sacar dinheiro”. E o cão segue seu rumo com a perfeita compreensão de que naquele dia não irá até o caixa eletrônico nem ficará na porta, onde passo por ele com receio que ele estranhe minhas pernas com meias pretas e compridas. 
   Thomas nada tem a ver com o poeta inglês, seu xará, reconhecido por sua verve angustiada e seu alcoolismo. O verdadeiro Dylan Thomas era tão talentoso quanto dramático, sua produção é um grande questionamento pontuado por uma crise existencial sem saída. 
“Qual a métrica do dicionário?/A medida do Gênesis?/O sexo da fugaz centelha?/A sombra sem forma?/A forma do eco faraônico?/(A forma da minha idade que censura o sussurro ferido)”
   Ou então: “O amor é um reflexo das feições efêmeras/Que se cala abocanhado pela noite num campo rodeado de pães
   Penso que os cães também têm lá sua angústia, mas se contentam em uivar à noite, embora, cada vez mais urbanos, tenham perdido também essa manifestação de solidão que faz parte do mundo dos homens e dos animais.
   Nunca ouvi Dylan ou Thomas uivando. Parecem perfeitamente adaptados à sua condição de cachorros de apartamento, cuja vizinhança decerto não toleraria latidos e lamúrias. Vivemos a sociedade do conformismo. Criamos uma civilização na qual a manifestação da dor é aplacada com medicamentos que tiram de nós essa porção humana de sentir todas as emoções e manifestá-las. Vivemos em condomínios onde moram cães e pessoas que não uivam, onde todos são felizes ou tem um dono que lhes garante o sossego de passear de manhã tão cordiais quanto Dylan e Thomas, vestidos com roupinhas de pet shop e suas coleiras. Esse conforto me faz pensar que há muito tempo os cães deixaram de ser cães, assim como os humanos deixaram de ser humanos, mal expressando sua rebeldia embutidas nas letras e poemas dos últimos inconformados. O mundo nos condomínios nunca será como antes, assim como Dylan e Thomas. (Crônica de CÉLIA MÚSILLI, celia.musilli@gmail.com escritora e jornalista, caderno FOLHA 2, página 2, coluna CÉLIA MUSILLI, 24 e 25 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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