sábado, 31 de janeiro de 2015

O PRAZER DA LEITURA


     Embora a educação, em seu sentido lato, seja mais antiga, pois educamos de muitas formas, transmitindo conhecimentos indispensáveis à vida mesmo sem qualquer inventário formal, é a invenção da escrita que marca o início da História e, talvez, até mesmo da civilização. Um sistema organizado de caracteres tornou possível registrar fatos e idéias, de modo que fossem conhecidos por outras pessoas em outros lugares e tempos, e constituiu uma das maiores realizações culturais da humanidade.
     A escrita trouxe a necessidade de ordenar e racionalizar o que será expresso, resultando em um verdadeiro salto neurolinguístico: melhoramos muito nossa capacidade de raciocinar quando aprendemos a escrever, e aprimoramos tanto mais essa habilidade,  quanto mais temos o hábito da leitura.
     Quem convive com crianças sabem que elas adoram histórias, em filmes, desenhos animados, teatro, videogames, revistas. Mas sabe também que nada supera uma história contada: o preâmbulo “era uma vez dois irmãos chamados João e Maria...” é o portal para que as  crianças se tornem João ou  Maria, percam-se em florestas escuras, entrem em casas feitas de doces, derrotem bruxas malvadas. A imaginação e a fantasia são desatadas, e medos e vitórias vividos na mente, que é onde tudo existe antes de ser realidade. Ver um ator representar um personagem é divertido, ser o personagem é  essencial, precisamente por causa dessa possibilidade de criação interna.
     Por isso, nos decepcionamos quando assistimos  a um filme baseado em um livro de que gostamos: os personagens não têm a mesma profundidade, os cenários não são como esperávamos, o ritmo da narrativa é outro, os diálogos são diferentes, tudo parece ter sido alterado. A comparação costuma  ser injusta, pois são formas de arte totalmente diferentes. Quando lemos acontece algo semelhante ao ocorrido com as crianças, criamos nossa própria história, em nosso próprio tempo; se comparamos com outra  pessoa idéia acerca de fatos ou protagonistas de um livro que ambos tenhamos lido, ficamos surpreso com o quanto as impressões são diferentes, “pessoais”, ainda que guardem total fidelidade quanto ao enredo.
     Estudiosos da aprendizagem reforçam hoje a importância da imaginação no desenvolvimento das funções cognitivas, e a leitura constitui uma das melhores formas de despertar a imaginação.  Ler é um grande prazer, como sabem até mesmo nossos jovens, os quais, na visão de outras gerações, parecem não gostar disso. Em outros tempos víamos pessoas lendo livros e jornais em público, na essência é a mesma cois que fazem os que utilizam smartphones, tablets e outros; além de servir para jogos e comunicação, esses aparelhos servem também para ler notícias e romances, exatamente como se fazia outrora.
     A frase “No princípio criou Deus o céu e a terá...”que comove e desafia religiosos e não religiosos há milênios, já foi transmitida em todas as línguas, e em todas as formas: inscrições rúnicas, papiros, pergaminhos, códices, bíblias de Gutenberg, livros, fascículos, e todos os meios eletrônicos existentes e a criar. O conteúdo valerá sempre pelo que representa.
     Mas, para os que os amam, livros são quase entes vivos. Exalam quando novos o perfume da novidade, velhos, algo que remete à primeira vez que foram lidos, são confortadores, bonitos, companheiros. Apesar de toda tecnologia, ainda não se criou nada melhor.
     Quando alguém lê histórias para crianças dá-lhes tempo e atenção; e a idéia fr que é daqueles livros que vem as maravilhas, talvez seja a maneira mais carinhosa e eficaz de formar leitores. (Texto escrito por WANDA CAMARGO, professora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil em Curitiba. Extraído do ESPAÇO ABERTO, pag. 2, publicado pela FOLHA DE LONDRINA, sábado, 31 de janeiro de 2015).

A PRAÇA



“Com esse prefixo musical, amigos ouvintes, vai para o ar o serviço de alto-falante...”  Era assim que a música enchia os céus da pequena cidade em formato de sol, com suas ruas saindo como raios da praça central.
     Reunidos na praça, jovens, crianças, senhoras que saíam da igreja e se sentavam para esticar as conversas ou simplesmente com a desculpa de esperar os filhos. Homens jogavam nos bares em volta, o  pipoqueiro simpático na profissão há décadas  sorria, namorados buscavam os cantos mais discretos,  bêbados inofensivos perambulavam por ali.
     A música continuava com interação do locutor de voz  empolgada : “E agora, amigos e ouvintes, na voz do brasa Roberto Carlos, alguém oferece a Aparecida com os dizeres da música Namoradinha de um amigo meu”.
     Logo depois, com outras informações, o locutor continuava, mais empolgado: “ E atenção, Maria de Fátima, essa música o Pedrão oferece a você com  amor, ternura e algo mais...” Receba as flores que lhe dou, com Nelson Ned, enchia o ar de romance!
     Enquanto alguns namoravam, moças e rapazes passeavam em volta da praça. Hoje não consigo ver graça nessas voltas  mas certamente era para a paquera! Se houvesse algum cara ou garota de fora, isto é, de outra cidade, fazia o maior sucesso. E novamente o locutor era o que fazia a ponte:  “Atenção, José Carlos, estão pedindo pra você apresentar a sua prima... Apresenta!”.
     Tinha umas mensagens estranhas que chegavam ao locutor por meio de bilhetes, como: alguém oferece a alguém e esse alguém saberá quem.  Um trava línguas ou mensagem secreta de algum amor proibido.
     Ouviam-se músicas românticas, da jovem guarda, algumas mais antigas, os prefixos eram clássicos  de Ray Conniff e orquestra. Ah, e tinha as sertanejas, de raiz, geralmente solicitadas pelos jovens ou adultos que moravam na zona rural e vinham para a cidade. Lembravam os aniversários, casamentos,  as festas e os velórios.  Para isso a música mudava,  tocava-se a Ave Maria e num tom sério e triste, a voz mais rouca que de costume: “Aviso de falecimento! Faleceu hoje... Aos que se fizerem presentes, a família enlutada agradece”.
     Mas a  praça ficava animada mesmo era com as festas e quermesses.  Vinha muita gente de fora e principalmente os mais jovens se assanhavam na expectativa de arrumarem um namorado novo.
     Os mais abastados entravam no salão paroquial, sentavam com suas famílias e amigos, bebiam e comiam frango assado. Nas portas, as barracas de coelho, bola na lata.
     Lá fora,  as voltas na praça eram o melhor da festa” Com a música solta, as pessoas riam, sonhavam, choravam e até brigavam. Apaixonavam-se ou rompiam-se namoros. Era música oferecida para outro amor, para o ex, com despeito, para os amigos com sincera amizade.
     “Alguém te espera no caramanchão...você   é um pão...você é a garota que minha mãe quer para nora...” e assim por diante.
     Todo aquele festival de som, sonho, paixão e desilusão, alegria pelas coisas simples, o vento conduzia em ondas pela cidade em formas de sol, iluminada pelas estrelas e pela lua, que observavam tudo e tudo guardavam no baú da saudade de um tempo e um lugar que não existem mais. ( Texto escrito por ESTELA MARIA FREDERICO FERREIRA, leitora da FOLHA, extraído da pag. 2, espaço DEDO DE PROSA,  da FOLHA RURAL,  publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 31
de janeiro de 2015)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CICLISMO


LONDRINENSE SE TORNA A PRIMEIRA ÁRBITRA INTERNACIONAL NO BRASIL

Elaine Syridakis é a segunda mulher do mundo a ser credenciada pela União Ciclística Internacional ( UCI )

Reportagem de MARCELO FRAZÃO  marcelof@jornaldelondrina.con.br

     Competidores de ciclismo no mundo, serão seguidos de perto, a partir de agora, por uma profissional que mora há quatro anos em Londrina. Elaine Syridakis acaba de se tornar a primeira brasileira e a segunda mulher do mundo a ser credenciada pela União Ciclística Internacional  (UCI).
     Elaine foi aprovada pelo curso teórico de árbitro internacional para a categoria Ciclismo de Estrada. Agora, com a “graduação”, também pode fazer julgamentos em competições fora do Brasil. As informações são da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), cuja sede é em Londrina.
     Elaine passou por uma bateria de testes para aprovação – todos em inglês. Falta apenas o teste prático – que ela mesma qualifica como a etapa menos complicada da certificação internacional.
     “Pela experiência com outros árbitros internacionais posso dizer que a parte mais difícil já foi superada. Agora é aguardar o contato da UCI para indicar o teste prático”, explica a comissária Elaine, em  nota da CBC.
     Ela é comissária há dez anos – nome pelo qual os árbitros são chamados no ciclismo -, influenciada pela irmã Katia , que já trabalha como comissária nacional há mais de duas décadas. Elaine começou em Santa Catarina e a sua primeira competição foi o Circuito Boa Vista, prova tradicional do calendário nacional que acontece em Joinvile. ( Extraído do espaço  esportes na pag. 14 com publicação no JORNAL DE LONDRINA, quarta-feira, 28 de janeiro de 2015).

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

UEL TEM CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE NÍVEL INTERNACIONAL



A Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi apontada pelo jornal Folha de S. Paulo como uma das únicas instituições de ensino superior  estaduais fora a região Sudeste a contar com cursos de pós-graduação com nível internacional. Os mestrados e doutorados em Ensino de Ciências e Educação Matemática e em Ciência Animal obtiveram nota 6 em avaliação da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível  Superior (Cades), o que é suficiente para classificá-los com nível internacional. O Curso de Ciências animal, segundo o jornal, baseou  estudos que ajudaram no diagnóstico do Mal da Vaca Louca. Além da UEL, também foram apontadas com destaque as universidades estaduais de Maringá (UEM) e do Ceará (Uece). (Extraído da pag 5, publicação do JORNAL DE LONDRINA, quinta-feira, 29 de janeiro de 2015).    

sábado, 24 de janeiro de 2015

MAMANGAVA



     Como costumo fazer nas manhãs de sábado, estava na varanda da casa lendo a Folha de Londrina quando ouvi gritos que vinham da cozinha. Corri para lá e me deparei com as sobrinhas Moriah, Júlia e Gabriela que, assustadas, tentavam fugir de um bicho, que para elas  era “ feio e peludo”.
     Por ter sido criado no interior, bem junto da gente da roça, tenho algum conhecimento sobre plantas e animais, por isso é difícil que eu assuste com algum bicho na cidade. Mesmo assim, fiquei curioso para saber o que se passava.  De início, não dei muita atenção ao fato, porque poucos dias antes as mesmas crianças tinham feito um enorme alvoroço, avisando aos berros que havia uma cobra no quintal. Quando fui socorrê-las, vi que se tratava de uma cobra-cega, também conhecida como cecília ou minhocuçu, que é apenas uma minhoca graúda que vive embaixo da terra e por essa adaptação ao ambiente subterrâneo perdeu a capacidade de enxergar. Embora pareça cobra  é um animal inofensivo, que as pessoas por medo ou ignorância geralmente acabam matando, assim como fazem com louva-deus e o bicho-pau.
     Mas voltando ao bicho feio e peludo, quando consegui  localizá-lo, notei que se tratava de uma abelha mangava. As meninas tinham feito suco e derramado um pouco sobre a pia, então expliquei a elas que o açúcar deve ter atraído a abelha para dentro de casa. Nisso a abelha saiu de seu esconderijo no canto da janela e passou zunindo quintal afora.
     Mesmo não sabendo muito sobre abelhas aproveitei  para dizer às meninas que as mangavas,  também conhecidas como abelhão ou mosca de rodeio (ficam  rodando sobre as flores), são muito dóceis e não costumam atacar as pessoas. Mas a exemplo de outras espécies de abelhas, podem agredir o homem ou animais quando se sentem ameaçadas. A ferroada da mangava é doída, deixando uma marca por vários dias. É uma abelha maior que as abelhas comuns, medindo em torno de três centímetros, seu dorso é realmente peludo, com coloração preta e  amarelo ou alaranjada.
     Aproveitando que as sobrinhas passaram o dia e minha casa e estavam interessadas pelo assunto, continuei falando que as mangavas se alimentam de néctar, são excelentes polinizadoras da cultura de maracujá, contribuem para a reprodução de outras plantas e sua presença em jardins e pomares é muito importante.
     No final da tarde, quando a mãe veio buscá-las, elas contaram que tinham aprendido sobre a abelha mangava. Minha cunhada gostou da história e disse que todos os seres têm sua serventia na natureza e que se as pessoas conhecessem melhor e respeitassem mais os animais, todos viveriam melhor.
     E eu concluí que a mangava deixou meu sábado mais doce... ( Texto de GERSON MELATTI, leitor da FOLHA, EXTRAÍDO DO ESPAÇO DEDO DE PROSA,  Folha Rural, página 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 24 de janeiro de 2015).

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

FAMÍLIA - DESENHO ABUSADO VIRA POÊMICA


Vídeo infantil para TV sueca exibe pênis e vagina, é visto milhões de vezes no YouTube e incentiva a  discussão sobre como e quando falar de sexo com as crianças
     Com música alegre e traço infantil, o clipe é protagonizado por genitais masculinos e femininos dançantes: os pênis com chapéu e bigode, as vaginas de tope e longos cílios. Depois de bailar sobre a tela, os personagens batizados com apelidos comuns na infância, como “pinto”  e “pepeca”, são colocados sobre as figuras estilizadas de dois corpos humanos,  o  de um homem e o de uma mulher, sinalizando à audiência a quem pertence cada um dos órgãos.
     Previsto para ir ao ar no mês que vem no Barnkanalen,  programa educativo para crianças entre três e seis anos , o vídeo divulgado na internet há poucos dias provocou celeuma  na Suécia. Na página do canal SVT no Facebook, pais e mães enfurecidos com o conteúdo duelaram com outros tantos que saudaram a iniciativa da emissora. O vídeo foi assistido quase quatro milhões de vezes no YouTube.
ANSIEDADE
     O momento de falar sobre sexo costuma causar ansiedade nos pais. De acordo com a psicóloga Lina Wainberg, a criança sinalizará quando estiver pronta. O  despertar para questões sexuais costuma ocorrer em duas fases: por volta dos quatro anos e, depois de arrefecer, retorna aos oito ou nove.
     “Os pais devem responder conforme a demanda. Geralmente, as crianças ficam satisfeitas com respostas curtas”, explica Lina.
LINGUAGEM
     É importante, segundo a mestre em sexologia, adaptar a linguagem e o  conteúdo à faixa etária, mas sempre dizendo a verdade. “ A história da cegonha é problemática. Deve-se tentar ser  o mais realista possível. De onde vêm os bebês? Da barriga da mamãe”. Se a criança quiser saber por onde eles saem, a terapeuta recomenda usar vocábulos com que todos da família se sintam à vontade.
     Celso Gutfreind , psicanalista da infância e escritor, afirma que não se deve censurar nenhum tópico, seja  sexo ou qualquer outro.  Desde cedo, a criança elabora questionamentos sobre origem da vida, violência,  morte. Uma situação corriqueira da rotina familiar, como o pai que manuseia chaves para abrir as muitas fechaduras antes de entrar em casa protegida por um sistema de alarme, já serve de exemplo para abordar a insegurança das cidades, por exemplo.
     “O ideal é estar disponível para conversar. A indagação vai aparecer, é inevitável. O pai pode falar porque está tomando todos esses cuidados, sugerir o tema, mas não sair inundando-a de explicações. Não há assuntos proibidos para uma criança pequena, apesar de nossa cultura preconizar que sim, mas é preciso respeitar o momento e o desejo da criança de querer falar sobre o tema”, adverte Gutfreind. ( LARISSA ROSO/AGÊNCIA RBS, publicado no JORNAL DE LONDRINA, quarta-feira, 21 de janeiro de 2015, pag 10)

O PAÍS DO APAGÃO



     Dilma mandou anunciar seu pacote de maldades no dia do apagão. A coincidência não deixa de ser  simbólica, afinal, o governo vem promovendo apagões em número quase tão grande quanto o de ministérios e cargos comissionados em Brasília.
     Com a nova alta de impostos anunciada pelo ministro Joaquim Levy, teremos mais um apagão no bolso dos brasileiros e na competitividade das empresas. Em conseqüência, o País corre o sério risco de enfrentar um apagão dos empregos. Como se não bastasse, temos aumento de impostos e pedágio também aqui no Paraná.
     O apagão fiscal já havia sido decretado, quando Dilma deixou de cumprir o superávit. Fechamos o ano de 2014 com vergonha de nosso governo – que gastou mais do que arrecadou, passando um exemplo de irresponsabilidade e descontrole ao País.
     O apagão educacional pode ser visto nas péssimas classificações dos alunos brasileiros em ranking internacionais  e no festival de notas zero em redação no Enem.  Muitas escolas públicas deixam de ensinar português e matemática  para fazer doutrinação ideológica. Lembrando que esses três níveis é responsabilidade de governo: União, estados e municípios.
     O apagão diplomático vem corroendo a imagem do  Brasil mundo afora. Damos guarida a terroristas. Enviamos dinheiro para o regime cubano. Fazemos alianças com ditaduras e ignoramos democracias desenvolvidas. Não por acaso, ninguém notou a ausência da presidência durante as manifestações em  Paris. .
     O apagão de segurança se traduz em 60 mil homicídios, índice mais alto que o de países em guerra civil. Dilma pediu clemência para o traficante preso na Indonésia, mas não se vê o mesmo empenho da presidente em amparar as vítimas brasileiras do tráfico e da criminalidade.
     O apagão de planejamento aos poucos vai mostrando seus efeitos perversos. Temos problemas no fornecimento de energia, no abastecimento de água e na infraestrutura.  O Brasil corre o risco de ficar no escuro, na seca e no isolamento. No Paraná, continuamos com sérios problemas infraestruturais e logísticos.
     O apagão de crescimento condena o País ao pibinho. Há pouquíssimos investimentos na produtividade. Os economistas já dizem que teremos crescimento praticamente zero  em 2015.
     O apagão moral permitiu que malfeitores tomassem conta da Petrobras, levando-a para o fundo do poço. O petrolão  já é considerado um dos maiores escândalos de corrupção da história – e a presidente é incapaz de mudar o comando da empresa!
     O  apagão da credibilidade acontece quando a presidente Dilma faz exatamente o contrário de tudo  aquilo que prometeu durante a campanha.
     Apesar de tudo, existe algo que o governo  não consegue apagar: a esperança do povo brasileiro. Nós não vamos aceitar esse estado de coisas. Iremos às ruas, se preciso for. Há sempre uma luz para quem acredita no Brasil.  ( Texto escrito por VALTER LUIZ  ORSI, presidente ds Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), pag.  2, extraído do espaço PONTO DE VISTA, publicado no
JORNAL DE LONDRINA, sexta-feira, 23 de janeiro de 2015).

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

EMPATIA, PSICOPATIA E PRIMEIRA INFÂNCIA

 

Creio que a sensibilidade aflorada pela passagem dos festejos natalinos tenha motivado a FOLHA a nos brindar no dia 28 de dezembro  um primoroso artigo intitulado “O caminho para a empatia”, do professor/doutor Luís Miguel  Luzio dos Santos( Espaço Aberto), uma entrevista com a psicóloga/professora Paula Inez da Cunha Grande, sob o tema “Psicopatas também são vítimas”, e, por fim, nas páginas 7 e 8 com duas reportagens que tratavam da primeira infância, fase que vai do nascimento até os 6 anos. Três temas com enfoques diferentes, porém que mais que mera informação  jornalística, promovem uma reflexão sobre mudanças de atitudes necessárias para fazer uma sociedade mais justa e mais humanizada.
     Há muito reconhecemos que a primeira infância é primordial para a formação integral da pessoa e que os registros dessa fase repercutirão ao longo de toda sua existência. Quando os registros negativos são mais acentuados, podem gerar distúrbios comportamentais que interferirão de forma decisiva  nas atitudes e decisões da pessoa frente ao mundo. É assim para o cidadão comum,  mas também  o é para o psicopata, o dependente químico, o assassino, etc.
     O americano Carl Rogers, um dos mais influentes pensadores do século 20, educador e psicólogo humanista  (1902-1987), criador da “Abordagem Centrada na Pessoa”, afirmava que “todo ser humano nasce dotado de uma predisposição para a autorregulação.  Se não a atingir, é porque não encontrou no meio as condições propícias”. Colocava como a condição primordial  para a autorregulação a compreensão empática. Essa condição – somada a outras – quando experenciada em profundidade promove uma sensação de unicidade, de segurança e bem-estar psíquico, ao que ele chamou de congruência. Quanto mais congruente o  indivíduo, menores as possibilidades de desvirtuar-se.
     Na primeira infância, conforme a matéria jornalística enfatizou , ocorre em torno de 70% da formação do cérebro dos seres humanos, logo é fertilíssimo para se proporcionar as condições adequadas que formarão as bases para o futuro cidadão. A observação clínica dirigida por Roger mostrou que pessoas que foram compreendidas empaticamente  também desenvolveram empatia ( termo que significa “sentir-se dentro”, em referência a “sentir-se no lugar do outro”). . É uma condição regida por leis internas e que não pode ser falseada por convencionamentos sociais e regras. Uns a desenvolve em maior escala, outros em menor, mas todos podem  aperfeiçoá-la  com exercícios, conforme recomenda o artigo referido acima, com exceção para as pessoas profundamente incongruentes  como é o caso dos psicopatas, onde ela é inexistente. É mais presente nos terapeutas, professores, religiosos, assistentes sociais, profissionais da saúde, etc., não como fruto da formação, mas ao contrário, por ter sido a motivação que os conduziu à formação.
     Uma  sociedade mais justa, mais fraterna, logo, mias humanizada, requer pessoas com capacidade de demonstrar empatia. A violência gratuita presente no cotidiano das nossas cidades e até mesmo os atos de corrupção,  são oriundos da falta dela, que gera a ganância, egoísmo  e a insensibilidade com o sofrimento do outro. Mas aquele que é capaz de colocar-se no lugar do outro de forma profunda e compreensiva, não deseja o que não lhe pertence.
     Não ansiamos ter uma sociedade perfeita, mas reconhecemos que muitos danos sociais poderiam ser amenizados com um olhar diferenciado para a primeira infância, que tem se apresentado como fonte de todos os distúrbios, embora potencialmente seja a fonte de todas as virtudes. ( Texto extraído do ESPAÇO ABERTO, pag. 2, escrito por JAIR QUEIROZ, psicólogo clínico e pós-graduado em segurança pública em Londrina, publicado na FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira,14 de janeiro de 2015).
   

domingo, 18 de janeiro de 2015

PENSAR É LÍCITO



     Com a morte  dos  chargista da revista francesa Charlie Hebdo, tem gente perguntando ou mesmo afirmando que dentro da ideia de liberdade de expressão irrestrita cabem o bullying, a ofensa pessoal, etc. Não se trata disso. Uma coisa é criticar pessoas com a intenção de ofendê-las, outra é criticar idéias. Uma coisa é chamar Ibrahim ou José de ignorantes  porque seguem determinada religião, outra é por em xeque os dogmas religiosos. A religião não está isenta de críticas, como qualquer outro sistema  de  ideias. O capitalismo, o comunismo, o islamismo, o cristianismo são ideologias passíveis de discussão e crítica, numa sociedade acostumada a pensar para ampliar sua capacidade de abstração.
     Publicações como a Charlie Hebdo não existem para levar a consensos, mas a complicações. São  do tipo que criam confusão para poder pensar. Charlie, que muitos de nós só passamos  a conhecer  por causa deste episódio trágico, é herdeiro de uma tradição cáustica de imprensa que não é nova. Aqui no Brasil, temos pegadas disso desde o Barão de Itararé e tivemos no Pasquim um exemplo vigoroso de um jornalismo que preconizava o politicamente incorreto, incluindo nas suas páginas coisas indigestas para o período em que foram publicadas,  como os  palavrões. A entrevista de Leila Diniz foi um “Deus nos acuda”, no sentido de abrir para a sociedade conservadora uma linguagem considerada  então  vulgar, inadequada, de coisas que não deviam  estar na “sala de visitas”.
     O Charlie é um jornal ateu que reivindica o direito de ser ateu,  coisa que até o século 18 valia a fogueira. Hoje não temos fogueiras no sentido clássico da Inquisição, mas sobram tribunais por toda parte, inclusive nas redes sociais. Neste sentido, publicações que se  utilizam do que é considerado “basfêmia”,  nada mais fazem que mostrar no espelho uma violência que está implícita nas culturas, basta ver o que ocorre na Nigéria no momento em nome da fé. Publicações como Charlie não abrem  discussões para chegar a um consenso com leitores, mas para tratar também da liberdade de expressão não apenas para as coisas “certas”, mas para aquilo que a sociedade é o torto, o avesso, o politicamente incorreto para usar uma expressão da moda. Sou favorável ao livre pensar, como dizia Millôr Fernandes, “é só pensar” este tipo de inquietude  acomete  alguns indivíduos  mais que outros. Gosto da inquietude, ainda que fuja aos padrões de adequação, é assim que o mundo gira e vai ficando menos quadrado, ainda que seja na marra.  O “equilíbrio” pretendido às vezes aparece lá adiante, aos trancos e barrancos, ainda que se pague com a vida como no caso dos chargistas do jornal francês.
     O respeito aos direitos individuais – o direito das pessoas – deve ser garantido sempre. Isso significa, inclusive, a liberdade de cada um pensar e expressar o que quiser em relação a ideologias  que não tem “direitos garantidos”, porque são  um  sistema de idéias , sujeitos  a críticas, das melhores às piores, sem censura, porque isso limitaria o exercício do pensamento, matéria-prima de que são feitas estas mesmas ideologias que não devem ser tratadas como tabus. E lícito discutir qualquer coisa, de política a  religião. O problema é o tabu, a  idéia do intocável. O Charlie e outros jornais na mesma linha não são feitos para que as pessoas concordem ou discordem dele, mas sim para que se garanta o direito de pensar, escrever e promover a diversidade de idéias e só os compra quem quer. Se o conceito de Deus é tão óbvio para alguns e formatado dentro de um parâmetro regular, para outros é vago, insustentável ou inexistente. Para mim, por exemplo, Deus não é uma entidade calcada na  figura de um Pai severo que aplica castigos. Deus é algo assim como uma nuvem, móvel e adaptável a cada cultura: de Tupã a Jeová. Para um ateu, como no caso dos jornalistas do Charlie,  Deus é apenas uma fantasia e como tal pode ser tratado com um humor sem limites. Não vejo mal nisso, piores são os  que se matam por uma idéia preconcebida e que se pretende intocável. Precisamos entender que as pessoas têm idéias  mas não são as idéias . As idéias mudam a todo instante ou de tempos em tempos, a concepção de um mundo antropocêntrico ou teocêntrico está sempre em mutação, até por isso toda abstração é válida. O mundo das idéias é o mundo da abstração. Pensar é lícito, expressar o pensamento também. A gente não pode matar pessoas, mas podemos querer “matar” uma idéia, até com críticas duras. Foi isso que os jornalistas do Charlie tentaram sem disparar nenhum tiro.  (Textro escrito por CÉLIA MUSILLI,
celiamusilli@terra.com.br, extraído da Folha 2, pag 4, publicação da FOLHA DE LONDRINA, domingo, 18 de janeiro de 2015).

DIAS QUE MUDAM A VIDA



Primeiro, o dia em que nasci e meu  pai resolveu me dar o nome do centro-avante do Palmeiras. Minha mãe disse jamais, de jeito nenhum, então meu pai, que se chamava  Domingos,  falou então que tal Domingos? Ela concordou, sem saber que o nome era homenagem a Domingos da Ghia, outro craque do Palmeiras.
Marcante também foi o dia em que fui expulso do Curso Clássico, do então Instituto Filadélfia, por ter feito exame de madureza no lugar de um amigo, por pura molecagem. Nonno José era amigo do prefeito José Hosken de Novaes, a quem meu pai pediu ajuda.
Dr. Hosken apareceu mo fim de tarde em nossa casa, dizendo que estava a caminho do colégio  parra se inteirar do problema. Voltou em menos de hora e falou me encarando:
- Dominguinhos, não posso  te ajudar. Você cometeu um erro  e deve pagar por ele, sua expulsão foi  justa. Não lamente o castigo, aprenda com ele. Você pode agora se tornar homem.
Fui estudar em Marília, onde havia o Curso Clássico mais próximo. Morei sozinho em hotel, com banheiro no fim do corredor, café da manhã ralinho, almoço com legumes que aprendi a comer, inclusive cebola. Virei homem. Um dia eu agradeci a Dr. Hosken, e ele falou com aquela modéstia de sempre:
- Mas isso você não deve a mim, mas a você mesmo. Os erros servem para a gente aprender.

Em Marília eu já tinha morado alguns antes, de 1960 a 1963, três dos sete anos que meus pais viveram separados. Lá, numa bela casa cujo aluguel decerto meu pai ajudava minha mãe a pagar, eu via os amigos e amigas  de minha irmã enchendo a sala para dançar ao som dos discos de Cely Campello , Paul Anka, Neil Sedaka, Carlos Gonzaga.
Tiravam os sapatos e, descalços mas de meias, dançavam  sobre o tapete, em casais nas baladas (balada naquele tempo eram as canções lentas...), ou cada um por si nos rocks trepidantes.  Eu, como ainda não tinha interesse por garotas, ficava esperando os rocks enquanto os casais dançavam as baladas. Para não me entediar, um dia dei de ler ali mesmo, numa cadeira-do-papai  com luz de cabeceira.
Assim cheguei a decorar Vozes da África e Navio Negreiro, longos poemas de Castro Alves, entre sonetos de Camões, Augusto dos Anjos e outros. Um dia, parou uma balada e começou um rock e continuei lendo, minha irmã perguntou se o cabrito não ia pular (tradução: eu não ia dançar o rock? Falei não, e continuei a ler. Acho que foi nesse dia que comecei a me tornar escritor.
Outro dia determinante  foi quando descasado do primeiro casamento , fui morar em São Paulo, aluguei  sobradinho  muito gostoso e resolvi cuidar de casa. Sem empregada doméstica nem diarista. Dois anos passei assim, cozinhando, limpando a casa, lavando e passando  a roupa.  Hoje, se me deixarem numa ilha deserta sem nem ao menos uma faca, sobreviverei , graças a decisão que tomei naquele dia:
-Sou um homem ou um bebê que precisa de alguém cuidando de mim?
Cresci  tanto  que hoje, aos 65, já me sinto um homenzinho.  (Texto  do escritor DOMINGOS PELLEGRINI  d.pellegrini@sercomtel.com.br , publicado na pag.  14, espaço  cultura| Geral, publicado no JORNAL DE LONDRINA, domingo, 18 de janeiro de 2015).

sábado, 17 de janeiro de 2015

A ROMARIA



     Nos idos da  década  de 1970 a cafeicultura familiar passava por dificuldades em razão  das geadas que assolaram o Norte paranaense. Meus pais, agricultores e de pouca  leitura , labutavam com nosso pequeno sítio.  Seus sonhos eram de ter um filho “doutor” e eu fui o escolhido para realizar esse sonho. Fui para a cidade para fazer o colégio Científico, cursinho e prestar vestibular. Muitas noites lembrava  com aperto no  coração e lágrimas corriam no meu rosto ao lembrar que meus pais trabalhavam duro enquanto eu estudava.
     Certa época, meus pai comprou uma kombi e para ajudar nas despesas  organizava  Romarias para Aparecida do Norte.  Meus pais,  italianos, muitos fervorosos e tinham muita devoção por Nossa Senhora de Aparecida. Lembro-me que muitas vezes,  nas minhas férias ou mesmo nos feriados prolongados , meu pai organizava romarias na Kombi  e  eu  era  escalado, como motorista, para ir. Na época tinha pouco mais de vinte anos, saíamos ao entardecer, da frente da igrejinha da nossa vila, e viajávamos durante toda a noite chegando ao amanhecer em Aparecida.  Nos dias que antecediam a viagem , as senhoras e as moças se preparavam, fazendo as unhas. “permanente” nos cabelos, muitas andavam o dia todo de “bobi” , compravam sapatos novos que em muitos casos chegavam a fazer bolhas nos pés de tanto andar nos morros de Aparecida.
     A viagem muita  longa, mais de 700 quilômetros, tinha uma coisa mística, pois não cansava. Durante todo o percurso os romeiros iam cantando hinos, rezando terços. Parávamos nos postos e ali era um verdadeiro  piquenique,  pois levavam alimentos, bebidas e a alegria eram imensas. Muita fé em todos!  Emocionante era nossa chegada em Aparecida, muitos  chorava,  outros cantavam. Como era gratificante.
     Eu os levava a uma pensão e após o banho e o café matinal, seguiam para a igreja. Tinham senhoras que assistiam várias missas no período. Depois, compravam as encomendas,  santinhos, medalhinhas, terços, relógios, guarda-chuva, ou seja, muitas lembrancinhas para os que ficavam. Eu ficava  na pensão dormindo durante todo o dia, pois ao anoitecer tinha que enfrentar centenas de quilômetros no retorno.
     A partida era de novas emoções, choros, orações, hinos.  Dona Zefina , uma senhora  gorda, e seu esposo eram passageiros freqüentes  e ao voltar já iam falando para colocar seus nomes na próxima romaria, na qual levavam sempre um de seus vários filhos.
     A Creuza, esposa do Pedrão, brigava o tempo todo com ele, pois era chegadinho em uma “birita” e já na saída tomava um gole “para agüentar o baque”, como ele dizia. A Creuza sem pre  me cobrava um remédio para fazer o Pedrão deixar  de beber. Seu Ijarras, um sergipano, todas as vezes que ia tinha de comprar uma vela do seu tamanho e entrar na Basílica de joelhos. Eram muitas promessas a serem pagas.
     Ah! Em Aparecida os romeiros compravam muitos rojões e na  chegada  parávamos na entrada do vilarejo e a saraivada dos fogos de artifício acordava toda a vila, que imediatamente ia para a frente da igreja para nos receber. Que alegria!  ( Texto escrito por SIDNEY GIROTTO, médico em Londrina. Texto extraído do espaço Dedo de Prosa, pag 2, da FOLHA RURAL, publicado pelo jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 17 de janeiro de 2015).

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

FÉRIAS MELHORES, COM BOAS LEITURAS



     Ler aquilo de que se gosta é um dos grandes prazeres da vida. É bálsamo  para as horas de tédio ou de ausência de companhia. O dia termina em conflitos? Ofensas? Socorra-se em Montesquieu: “Jamais sofri qualquer mágoa que uma boa leitura não tenha curado”.
     Em diversas ocasiões, o nosso colégio trouxe a Curitiba escritores da Academia Brasileira de Letras para palestrar aos alunos. Depois de um desses eventos, sorvendo um copo de vinho numa mesa de jantar, Nélida Piñon instiga Carlos Heitor Cony:  “A leitura é a coisa mais erótica da vida”, provoca Nélida. “A leitura é o maior prazer da vida, depois daquele outro”, complementa Cony com um sorriso maroto.
     Nas férias, nem o adulto, nem o estudante precisam  ficar longe das leituras sob o pretexto de “esfriar a cabeça”. Ler jornais, revistas ou livros, além de útil, é aprazível. Desperta e consolida um hábito nobre, intensamente valorizado na vida profissional e nos vestibulares. Mais e mais os concursos priorizam o aluno-leitor, aquele que compreende e produz bons textos e, por conseqüência, é mais criativo, inovador, melhor verbaliza as idéias e é capaz de expô-las em público. Oportuna são as palavras de Alvin Toffler, escritor e futurista norte-americano: “Os analfabetos deste século não são aqueles que não saber ler ou  escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender “.
     Por que a maioria dos nossos alunos obtém notas baixas nas provas do Enem e do Pisa?  São avaliações com textos longos que requerem interpretação,  raciocínio, contextualização , enfim, não apenas conteúdos específicos  das disciplinas . São habilidades cognitivas que só  incorporam os leitores contumazes. A propósito, no último Pisa (divulgado em 2014), pontuamos entre os últimos: 58ª posição, num universo de 65 países.
     Se os músculos se fortalecem com os exercícios físicos, igualmente o cérebro necessita de sinapses através dos neurônios:  leituras, memorizações, exercícios que exijam raciocínio. E afastam ou minimizam o Alzheimer, a depressão e a solidão. Uma mente vazia ou preguiçosa é oficina de doenças e vícios. ( Texto escrito por JACIR J. VENTURI, professor e presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná ( Sinepe/PR), extraído do  ESPAÇO ABERTO, pag 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 15 de janeiro de 2015).
  

sábado, 10 de janeiro de 2015

QUANDO CABOCLA TERESA VIROU GATINHA ASSANHADA


     Eu cresci ouvindo música sertaneja.  Mineiros, meus pais vieram para o Paraná construir a vida e fizeram o favor de me apresentar a Tonico e Tinoco, Inezita Barroso, Cascatinha e Inhana, e às modas de Tião Carreiro e Pardinho – o chamado sertanejo raiz. Nesse meio, outros  nomes  inesquecíveis, como Irmãs Galvão  e Trio Parada Dura. Sei boa parte das músicas de cor e, naturalmente, me interessei pela evolução do ritmo.
     No começo, cantava-se a terra, a vida na roça, a saudade do campo. O amor perdido e impossível  também eram temas comuns. O gênero  evoluiu musicalmente, a viola ganhou a companhia de outros instrumentos  e o modo de cantar deixou de ser em uníssono, adotando o esquema de primeira e segunda voz. Milionário e José Rico foram os  principais  responsáveis por essa migração, seguidos por uma legião de duplas, como Matogrosso e Mathias, Cezar e Paulinho, Joaquim e Manoel, entre outros.
     O marco seguinte foi Fio de Cabelo, de Chitãozinho e Xororó, que estourou em 1982, abrindo as portas para tantas outras duplas já na ativa, como Christian e  Ralf, João Mineiro e Marciano, Leandro e Leonardo, Chico Rey e Paraná, Zezé Di Camargo e Luciano. O sertanejo romântico cantou o sentimento das mais variadas formas. Música simples, diziam os admiradores,  música brega, taxavam os estudados.
     Em comum, esses dois momentos da música sertaneja  tinham sentimentos nobres  como matéria e davam voz a um sem número de brasileiros em versos como: “ Hás tempo eu fiz um ranchinho/ Pra minha cabocla morá/ Pois era ali nosso ninho/ Bem longe desse lugá. “ De que me adianta viver na cidade/ Se a felicidade não me acompanhar/ Adeus, Paulistinha do meu coração/ Lá pro meu sertão, eu quero voltar”.  “No rancho fundo/  bem pra lá do fim do mundo/ Onde a dor e a saudade  contam coisas da cidade”.
     Mas hoje, o tal sertanejo universitário matou toda essa pureza, difundindo a bebedeira, a pegação, a ostentação de tantos outros desagradáveis “aõs” em letras certamente rejeitadas  pelos  verdadeiros  sertanejos. Exemplos: “ Gatinha assanhada, cê tá querendo o quê? / “Vishe, perfeito!/ Foi  tapa  na bunda/ Na cara, puxão de cabelo/ Na  cama, no chão e no banheiro/ Foi daquele jeito!”.  “É toda sexy, i Love you  cat/ Vou te levar pro meu duplex/ Se tem jontex , então relax / Prazer gatinha, me chamo Rex”.
     É triste para quem tem alguma ligação com o sertanejo ouvir letras como essa,  sem qualquer intenção de elevar quem as ouve. Tonico e Tinoco devem se revirar nos  túmulos. Quer dizer, acho que não, eles eram puro demais. Nem entenderiam isso.  ( Texto de CECÍLIA FRANÇA, jornalista na FOLHA, extraído do espaço  DEDO DE PROSA,  pag. 2, FOLHA RURAL, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA , sábado, 10 de janeiro de 2015).

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

AGENDA PARA UM ANO BOM

    O ano passado passou, esqueçamos o ano passado... Temos 365 oportunidades para refazer nossa história, sem lamentos sem 7x1, sem passagem de volta.
    Olhem pela janela a chuva que agora molha... Daqui a pouco novas margaridas florirão, vamos aproveitar o ano que chega... No jardim do fundo nascerão sonhos, juntamente com as onze-horas que se abrem por fração de segundos – tempo de aproveitar a vida e os sonhos sonhados no ‘flash’ da florzinha encantadora!
     Não temos somente janeiro pra festejar o ano novo... Todos os dias serão oportunidades para comemorarmos a vida... Podemos em fevereiro fazer nosso samba-enredo... Podemos, no som do Tom, fechar o verão com as águas de março – promessa de vida no c oração!
    Mesmo que em abril tentem nos enforcar podemos descobrir um novo Brasil, um porto seguro pra todos nós. Em maio dedicaremos exclusivamente às nossas mães, mesmo que esteja no jardim do céu... Em junho, já agasalhados, vamos cantar uma canção em volta do fogo... 
Vamos pular as fogueiras das vaidades e, ainda, soltar foguetes para provocá-las.
    Nossa viagem pra Lua fica para Julho, as reservas podem ser feitas no portal da felicidade... Em agosto deixaremos os cachorros loucos de tanto amor, ou, apenas, a retribuição do carinho... Em setembro nos tornaremos independentes da maldade, do rancor, do ódio... Sentiremos brotar as sementes do amor, da primavera.
     Sem preocupação, em outubro, mesmo com o peso do relógio, no ‘horário de verão’, ofereceremos doces às crianças e faremos romaria com Renato Teixeira: “. Sou caipira, Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida... ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida ...”.
    Em novembro acenderemos velas para as almas e para nós mesmos, eternos carentes de luzes e orações,,, Em dezembro o sonho nascerá de novo, e de novo, o reinício da vida.
    Curtindo férias, rabiscaremos projetos para outro ano, um eterno ciclo, uma grande oportunidade para reescrevermos nossa felicidade, outra vez! ( Texto de JOÃO CANDIDO DA SILVA NETO, eletricitário, em Santo Antonio da Platina, extraído do espaço CRÔNICAS, pag 3. Folha 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira.7 de janeiro de 2015).
      

“JE SUIS CHARLIE"

      Je suis Charlei. E se não era antes, seria agora. Sou Charlei, sou todos os jornalistas, sou todos os policiais que lutam pela verdade, justiça e correção. Sou e quem não é? Quem aceita,  em pleno século 21 que, em nome de discordância de ordem política, religiosa, social, ou qualquer outra, alguém tire a vida de outra pessoa?
     Queremos paz! Queremos ver as pessoas em congraçamentos, ainda que nossos deuses sejam vistos de maneiras  distintas: ainda que os políticos que defendemos sejam o oposto do que outros defendem: ainda que nossas idéias  sejam opostas. Isto porque o outro é outro e não é  nossa imagem e semelhança. O outro pensa diferente, sente diferente, tem uma vivência particular, que lhe dá peculiaridades que nem sempre entendidas por nós. Mas entender ou não é uma questão da nossa possibilidade de compreensão. Não se trata de considerar abominável  tudo o que é diferente do que somos e pensamos.
     Em nome da nossa justiça, daquilo que cremos, não temos o direito de fazer justiça a nosso modo. Há a justiça de cada país. Há justiça internacional, aquela de caráter mundial, que contempla os direitos universais. Na medida em que deixamos de lado o direito constituído para a realização de justiça pessoal, isso passa a ser antijustiça.
     Quero estar do lado da paz. Quero estar do lado dos que sofrem atrocidades. Quero estar do lado da liberdade. Por querer  isso,  hoje  chorei de dor. A dor de quem vê  a possibilidade do  mundo ir se encurtando, ir se fechando, ir se calando pelas armas. Cadê nossa humanidade? Que humanidade tem sido essa de desconsiderar o humano?
     Que fazer para mudar esse quadro? Sendo gente! Sendo humano! Há que ser melhor para ultrapassar o mal. Que a maldade cometida contra essas pessoas, que foram atacadas na última quarta-feira em Paris, nos faça melhores, mais fortes, mais solidários mais resistentes. Que nosso brado contra a injustiça seja mais forte! Que o silêncio das mortes seja quebrado pelo grito pela vida! Com lápis e papel na mão! Com um computador e nada mais. É nesse ambiente que reconhecemos os fortes. Estes estão onde o pensar está. Estão onde existe a capacidade de amar, de fazer humor, de reconfigurar  idéias em prol de um mundo melhor.
     Esse pensar em prol de uma sociedade melhor com humor e com arte sempre haverá.  Os que assim agem são movidos pela sensibilidade, pela delicadeza  com o outro, pela genialidade do traço, do movimento, do gesto, da voz. É nesses que acredito, visto que precisam de apenas da arte para mobilizar o mundo. É desses que o mundo precisa. São essas perdas que o mundo lamenta.
     Nenhuma arma tira esses seres de circulação. Suas idéias continuam, visto que a vida se vai, mas a história continua... E a história que o mundo quer é de paz! Nada de armas! Apenas lápis e pape l na mão. É assim que a história é escrita!  Ria quem puder, chore quem precisar, entenda quem souber.  ( Texto escrito por LUCINEA A. REZENDE, professora do departamento de Educação da  Universidade Estadual de Londrina, ESPAÇO ABERTO, PAG 2, publicado pela FOLHA DE LONDRINA, sexta-feira, 9 de janeiro de 2015).

domingo, 4 de janeiro de 2015

SABER VIVER


     A vida está condicionada ao tempo, mas também ao espaço e a tudo que faz parte normal de seu envolvimento. Como dom, o tempo é oportunidade para a pessoa desenvolver suas atividades e poder realizar obras boas. Para isto, cada indivíduo tem, na sua história de vida, talentos que devem ser trabalhados, tendo atitude sábia de discernimento  do que é bom ou ruim, e constante vigilância.
     Só sabe viver quem consegue ser sóbrio, simples e transparente. Isto ajuda a superar os diversos  tipos de necessidades que afetam seu cotidiano. Não é saudável ser omisso na realização  do bem, quando isto é possível na vida. Creio que o saber viver está mais centrado no que a pessoa  faz pelo outro, do que o que dele recebe. É mais gratificante dar do que receber.
     A pessoa nasce, cresce e leva  consigo algumas virtudes, ou talentos, que podem ajudá-la no seu viver. Mas devem ser canalizados para atividades saudáveis na construção do bem. Muitos colocam suas possibilidades a serviço do mal, contribuindo para uma vida infeliz e má. Esconder os talentos e perder  oportunidades e cavar a própria derrota.
     Em muitas realidades experimentamos situação de fechamento e indiferentismo em relação ao próximo, ao estrangeiro, ao doente, aos marginalizados, aos moradores de rua, aos em situação de necessidade. A acomodação ocasiona individualismo, preocupação com o próprio bem-estar, estresse e insensibilidade ao sofrimento alheio.
     È preciso fazer render os dons que possuímos. Na cultura moderna temos que ser criativos, evitando a ótica capitalista, porque ela é excludente e legitima os bens econômicos em vista do acúmulo nas mãos dos espertos. Evitar atitudes egoístas é ser corajoso na prática do amor e da justiça. Não enterrar talentos por egoísmo, medo ou comodismo.
     No tempo tudo é transitório, tudo passa e há o perigo de as mãos ficarem vazias. O que dura  são as obras feitas com sabedoria, como expressão do verdadeiro amor. Paulo explica isto dizendo “O amor jamais passará”.  ( I Cor 13,8.) Sabe viver quem consegue abrir-se para essa realidade.  ( Texto de DOM PAULO MENDES PEIXOTO, Arcebispo de Uberaba, MG, com publicação no jornal católico O LUTADOR – 21 A 31 – DEZEMBRO – 2014, pag 11, espaço HORIZONTE, pag 11).
 

CARTA PARA 2015


     Em 2015 vou sobreviver ensolarada, deixando para trás as sombras de 2014 que acabei de trancar no porão de um navio. O ano se foi com as sombras desfolhadas, os rios sem peixes, a terra sem chuva, os amigos que perderam filhos, o que perdi em mim mesma, ainda que tenha sido só um pouquinho a cada dia. Casas e pessoas desmancham-se em doses homeopáticas.
     O que  teria sido o ano sem os livros de Manoel de Barros depois de sua partida, com a poesia nacional suspensa na UTI.
     O que teria sido do ano sem o seu abraço, sem aquele filme em que fomos protagonistas, nouvelle vague paulistana, na estação do metrô.
     O que teria sido do ano sem aquela noite na Praça Roosevelt, onde revi as cenas de Walter Hugo Khoury pela narrativa de seus olhos.
     O que teria sido o ano sem os recitais de poesias e a audição solitária de música depois da meia-noite, além das operas fervilhantes que  vi  no teatro onde orquestras desafinam antes da hora, acostumando nossos ouvidos à dissonância.
     O que teria sido do ano sem meus filhos aparecendo e desaparecendo como cometas, deixando aqui em casa a rota circular de seus afetos. Descobri assim que o amor é redondo como o mundo.
     O que teria sido do ano se fosse apenas um período eleitoral em que causamos mágoas uns aos outros, brigando por siglas que se misturam e ideologias falidas
     O que teria sido do ano se restasse apenas o noticiário falando  de crianças que morreram esquecidas nos carros, presas aos cintos da insolação.
     O  que teria sido do ano se computássemos perdas sem nenhum ganho, embora as conquistas,  mais que um prêmio, sejam às vezes uma questão de malabarismo emocional. Somos todos equilibristas
O que teria sido do ano se a gente não acreditasse  que  o tempo se renova e que o calendário só existe para que a gente enxergue o futuro.
Agora, 2014 partiu.
    Em 2015  quero as açucenas, fazer as pazes com as formigas, viver numa floresta de prodígios, passar de mulher a borboleta, de pedra a musgo, de aranha a veludo, de gaiola a passarinho, de pessoa física à física quântica, só para experimentar o vôo e a maciez do tempo.
     Não caber em mim não é problema de falta de limites. É a solução de quem transborda.
     No fundo, em 2015 quero mesmo é ser poeta, o resto me inviabiliza.
     Façam também seus pedidos e Feliz Ano Novo para todos.    ( Texto de CÉLIA MUSILLI, celiamusilli@te3rra.com.br  publicado na Folha 2, pag 4, do jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 4 de janeiro de 2015). 

NOTÍCIAS DA CHÁCARA


SOL POENTE visto da varanda da frente. Três caules de pata-de-elefante estão com pendões florais. Perto há outra touceira macha, que não flore, só fomos saber disso quando a fêmea floriu e o jardineiro contou que há patas-de-elefante machas e fêmeas. Vivendo e aprendendo, ou florescendo.
REBROTOU poncanzeira que morreu talvez de broca, ressecou, cortamos, queimamos. E eis que um pezinho brotou do tronco decepado, as folhinhas verdíssimamente reluzentes. Adubamos com esterco curtido em cinza, protegemos com tijolos, batizamos de Aleluia.
CARAMUJOS   continuam infestando a chácara, já catamos milhares. Vamos catando, botando em balde com cal, daí enterramos, antes quebrando com pá  as carapaças dos  bichos, senão elas duram anos para decompor no solo. Uma trabalheira, que se tornou uma obsessão, que virou diversão. Outro dia Pietro ligou lá dos Estados Unidos:- Vô e vó, tô com saudade de catar caramujo com vocês! – de modo que agora catamos caramujos lembrando do neto longe. É a chácara globalizada.
ANO NOVO, aquela  barulheira de fogos, Bravo fica muito estressado. Cola na gente, andando nos nossos calcanhares, tropeçamos nele, acariciamos, dizendo calma, Bravo, calma, é só gente que gosta de barulho, ao contrário de você, que tem bom gosto. Nem comeu na passagem do ano, não  tocou na vasilha resfolegando assustado. No dia seguinte, coloquei a comida, ele começou a comer, estourou um rojão longe, ele parou de comer, me lançou um olhar sofrido e perguntante: porque?
Sei lá porque, Bravo, tem gente  assim, que prefere gastar com barulho o dinheiro que podia comprar uma boa comida, uma bebida boa. Pior, meu amigo, é o Dia de Nossa Senhora da Aparecida, quando ao meio-dia soltam baterias de rojões, lembra? Uma barulheira infernal, um louvor a uma santa que foi achada no fundo de um rio , no completo silêncio portanto...
MAIS UM ANO com poucas mangas. O que está acontecendo com as mangueiras ? Então valorizamos as poucas mangas colocando fatias na salada, que também fica muito boa com maçã-verde ou kiwi  em pedacinhos, além de nozes  e/castanhas meio trituradas.  Na passagem do ano, foi o que Dalva e eu comemos, com salmão assado, um casal em casa, brindando à lua, sem música, sem cantoria, sem contagem regressiva , apenas juntos e em paz. Depois botamos tampões nos ouvidos e fomos dormir, para amanhecer renascendo  cedinho.
PASSARINHA fez ninho de barro e palha no alto de uma pequena bananeira, à altura de nossa vista. Basta ficar na ponta dos pés para ver os cinco ovinhos. Ela sempre  voa quando chegamos perto da bananeira, e fica cantando ou ralhando nas árvores em redor. Olhamos rapidinho e deixamos o ninho em paz, ela logo volta, vemos de longe com os binóculos. É o ninho mais bem feito até hoje na chácara, superando a sacolinha de palha trançada dos anambés ou o pequeni-ninho pingente dos beija-flores.
POENINHO : Tomara que os cinco ovinhos/virem aves em cantata/ na matutina sonata/ ou concerto vespertino.    ( Texto do escritor DOMINGOS PELLEGRINI d.pellegrini@sercomtel.com.br   publicado no JORNAL DE LONDRINA, pag. 18, domingo, 4 de Janeiro  de 2015).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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