terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O QUE VOCÊ SE PERMITE VER?


Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, publicado pelo jornal FOLHA DE LONDRINA, dia 09 de dezembro de 2019. 
   “Um noviço que andava triste e se arrastando entrou na sala de um monge mais velho e encontrou o homem na penumbra, consultando alguns livros antigos. Tomado por uma ansiedade resolve perguntar ao mais velho – Senhor, qual o sentido da vida? - O monge absorto em seus afazeres aponta a mão par um pano que estava no chão e depois aponta para o alto de um prateleira ao lado de uma vidraça. O jovem, acreditando que uma tarefa lhe havia sido designada, pega o pano e põe-se a esfregar a vidraça até que, limpa, a luz do dia entra com toda sua claridade no aposento iluminando tudo. 
   O noviço então abre um sorriso e diz – Entendi, senhor, que eu tenho que parar de fazer perguntas tolas que só impedem de eu enxergar as coisas mais claramente. Tenho que limpar minha mente das poeiras da vida e me permitir ver mais o que há para ser visto. Muito obrigado. Me ajudou muito – e saiu rapidamente, deixando o ancião perplexo, porque ele não tinha essa intenção de transmitir nada, mas queria apenas que o jovem recolhesse o pano e o colocasse em cima da prateleira.”
   Assim é na vida. Mais importante do que obter respostas, soluções ou esperar o que o outro mostra é o que nos permitimos enxergar. Uma mesma situação pode ser vista como algo enfadonho, sem sentido algum, ou algo que inspira, que nos faça aprender. 
   Muitas vezes vamos nos arrastando pela vida, sem vitalidade alguma, sem nem mesmo olhar para o que nos rodeia e com isso vivemos mal e pobremente. Vamos nos ocupando de perguntas que não ajudam em nada, e de atividades que só nos enche de tédio. Porém, podemos também nos abrir às situações e ver coisas significativas que nos enriquecem e deixam tudo com muito mais vida. Aí não mais nos arrastamos, mas caminhamos com muito mais fluidez. 
   A pergunta, então, necessária é o que faz com que a gente escolha uma ou outra maneira de viver? Bem, é justamente aquilo que nos permitimos ver, que, por sua vez está ligado ao nosso estado mental. Há pessoas que ficam apegadas a um estado mental tão miserável que nenhum experiência que vivem pode se bem utilizada. Tudo fica estragado, tudo fica ruim. Contudo, um estado mental mais livre permite ver e viver as experiências com bons olhos. Tira-se delas belas e importantes lições.
   Sempre se faz importante analisar bem a que estado mental nos apegamos. E quando percebemos que estamos fazendo más escolhas é porque está na hora de ousar mudar. Numa análise, por exemplo, podemos ter a chance de perceber que estado mental estava se moldando e limitando nossa visão e, com isso, percebemos que há outros pontos de vista para a mesma situação. Às vezes, mudar o ângulo com que vemos as coisas em nossas vidas é tudo o que precisamos para nos transformar. A qualidade de nossas vidas depende muito do que nos permitimos ver. A análise é um excelente espaço para que possamos “enxergar” melhor e quando passamos a ver de outra forma as coisas as coisas ganham um sentido todo novo e inspirador. Vale refletir sobre como estamos vendo as coisas. FONTE: Texto extraído da página 12, coluna MUNDO VIVO, segunda-feira, 09 de dezembro de 2019, escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER).

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O TERRÍVEL APEGO AO SOFRIMENTO


 
 
 Transcrição de um texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, publicado na pagina 12, Folha Saúde, segunda-feira, 2 de dezembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA.
   Há pessoas que reclamam sem parar de seus sofrimentos, sempre estão prontas para desfiar o rosário das lamúrias. Dá até medo de dizer bom dia ou boa tarde para pessoas assim, pois elas começam a falar sem parar de suas adversidades, e não deixam seus interlocutores irem embora facilmente. É preciso habilidade de ninja para se livrar de pessoas deste tipo e de suas inúmeras lamentações. 
   À primeira vista parece que essas pessoas que sofrem demasiadamente querem se libertar de seus tormentos, mas um olhar mais aproximado e detalhado mostra outra história. Na verdade, há pessoas que se apegam com unhas e dentes a seus problemas e não conseguiriam viver sem eles. 
   O funcionamento humano é algo   extraordinário e contraditório. Acreditamos que todos querem se ver livres de suas dificuldades, pelo menos todos falam isso, mas a verdade é bem mais surpreendente. Apesar de todos afirmarem categoricamente que não querem sofrer são muitos os que vivem para sofrer. Apegam-se intensamente às suas agruras e tiram delas um prazer. Parece estranho, porém acontece com muita frequência esse apego ao sofrimento. 
   Sofrer é valorizado, chama a atenção, fax com que muitos olhares se voltem para quem sofre. Essas pessoas sentem um prazer ao contar com detalhes pormenorizados todo o seu sofrimento e angústias. Suas falas não são para comunicar sua dor ou pedir ajuda, mas é um modo de prender a atenção do outro causar no outro toda uma série de reações. 
   São carentes e querem do outro algo, mesmo que seja o sentimento de pena ou espanto. Elas terminam por se fazer de vítimas, se portam como as criaturas mais sem sorte deste mundo, tudo acontece com elas, os piores tormentos, as piores tragédias, as mais terríveis situações. No entanto, quando uma solução pode ser sugerida, quando uma mudança na forma como se lida com tudo isso é apontada elas rapidamente negam que vai funcionar, rejeitam qualquer possibilidade de melhoria e agarram seus problemas como se temessem viver sem eles. Com certeza todo mundo já deparou com pessoas assim. 
   Para essas pessoas o prazer está em poder declarar seu sofrimento, curti-lo, pois esta é a forma que têm de receber alguma atenção, de evocar algo aos outros. Tirar os problemas delas seria terrível porque não sabem se relacionar com os outros e com a vida de outra maneira. Sem problemas se sentiriam nuas, sem nada que intermediasse seu contato com os demais. A base de seus relacionamentos é o tamanho de sua angústia. 
   Cada um vive como quer ou como puder, mas o problema de se viver assim é que deixa a vida empobrecida. Desperta-se nos outros sentimentos como piedade, dó e até mesmo tédio, mas não se desperta sentimentos como paixão, encanto, vontade de se aproximar e estabelecer um contato mais íntimo. Os verdadeiros afetos, aqueles que nos alimentam e nos fazem crescer, ficam impossibilitados. Em resumo vive uma vida mutilada e parcial. Perde-se algo que é por demais valioso: a própria vida. 
   Precisamos ser sábios para não nos apegarmos aos sofrimentos. Adquirimos esta sabedoria quando nos conhecemos mais, quando passamos a entender o que nos move e nos faz nos ligar à vida e aos outros. (FONTE: Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, página 12, coluna MUNDO VIVO, segunda-feira, 02 de dezembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

ECOLHA CAMINHAR CAMINHO


   Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, publicado na coluna Mundo Vivo, Folha Saúde, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira. 25 de novembro de 2019 
   “Um discípulo perguntou ao seu mestre: - Há muito anos venho no seu centro de ensino onde inúmeras pessoas buscam iluminação. Alguns alcançaram, outros parecem ter melhorado muito a vida, mas a grande maioria fica na mesma ou até piora. Não mudam. Por que o senhor não usa todo o seu poder para melhorar a todos? 
   - O mestre pergunta: De que cidade você vem?
   - De Rajagaha, mestre.
   - Você deve conhecer bem o caminho para lá.
   - Sim, mestre, perfeitamente. 
   - Algumas pessoas devem perguntar como chegar até lá e você deve passar essa informação. Todas conseguem chegar?
   - Claro que não, mestre. Só chegam aquelas que percorrem todo o caminho, até o final. 
   - Exatamente isso. As pessoas vêm a mim perguntar sobre o caminho e eu explico claramente, só que muitas delas acham difícil, querem um atalho ou postergam indefinidamente quando vão começar a caminhar. Como elas poderiam então mudar? Melhorar? Eu não carrego ninguém, ao máximo eu mostro ou aponto um caminho. O que elas vão fazer é da responsabilidade delas. Cada um precisa percorrer o caminho por sí só.”
   Esta parábola pode ilustrar bem o que se passa numa análise. Muitas pessoas até vão a um psicanalista e afirmam, categoricamente, o quanto querem mudar, o quanto querem melhorar na maneira que vivem. Todavia, quando percebem que essa “melhora”, essa mudança que tanto dizem querer, exige trabalho duro, muitas se decepcionam e desistem rapidamente. E ainda por cima saem falando que a análise e o analista não a ajudaram em nada. Esse enredo, aliás, é muito comem.
   O número de pessoas que procuram uma análise é grande, mas poucas realmente caminham num processo analítico. Colocar-se em análise é bem mais do que apenas procurar um analista. É frequente encontrar pessoas que esperam não ter trabalho nenhum numa análise, mas que esperam algo “mágico”, algo que as absolva de ter pensar a própria vida. São essas pessoas que nunca caminham e, por isso mesmo, não mudam. 
   Uma análise é um lugar onde podemos aprender a ter contato com nossa vida mental. E para que isso? Ora, quem não tem o mínimo contado com sua vida mental fica a mercê dos próprios impulsos, se repete sempre, sofre além da conta, faz escolhas que só levam a impasses, etc. Em outras palavras, ficam aprisionadas, e quem fica preso fica sempre no mesmo lugar. Aí a única coisa que resta é se lamentar. 
   Agora, se nos colocamos disponíveis para nos responsabilizar pela nossa vida mental, ou seja, pensar onde nos colocamos, que escolhas fazemos, o que de fato queremos, podemos ter a chance de nos libertar e procurar outras posições na vida. Assim caminhamos e quando caminhamos vamos encontrando tantas coisas que vão surgindo que vamos mudando e, a cada passo, nos tornando outros. É fato: aquele que está caminhando já não é mais o mesmo que aquele que iniciou a caminhada. 
   No filma O Mágico de Oz, de 1939, a garta Dorothy e seus três companheiros (Espantalho, Homem de Lata e Leão) ousam caminhar na estrada de tijolos amarelos tendo muito trabalho para enfrentar os vários perigos e situações que aparecem, mas no final da jornada descobrem que foi justamente esse caminhar que os enriqueceu e os fortaleceu. Eles não precisavam mais do mágico para satisfazer seus desejos, mas tinham dentro de si tudo o que precisavam para ser felies. Assim, funciona também com nossa vida. (FONTE: Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista em Londrina, Folha Saúde, página 12, coluna Mundo Vivo, segunda-feira, 25 de novembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A FALTA DE UMA EDUCAÇÃO SENTIMENTAL


   Texto escrito por Sylvio do Amaral Schreiner, psicanalista em Londrina, publicado pelo jornal FOLHA DE LONDRINA em 04 de novembro de 2019 
   Um dia desses fui num fast food aqui da Avenida Higienópolis, em Londrina. O estabelecimento estava lotado, principalmente de jovens universitários. Deduzi isso devido não só às idades deles como também pelas camisetas que usavam referentes ao curso que faziam e à universidade. Nesses lugares, como a maioria sabe, não há garçons, mas você mesmo pede no balcão, recebe sua bandeja com seu pedido e vai para alguma mesa. Após comer, espera-se que você mesmo leve sua bandeja para o lugar apropriado para deixar a mesa livre para outros que irão ocupá-la. Para a minha desagradável surpresa os jovens saíam deixando para trás suas bandejas com toda uma bagunça e sujeira imensas em cima das mesas que ocupavam. Não foi só um grupo que fez isso, mas muitos, pelo que pude observar, e isto me faz refletir melhor o quanto falta educação sentimental. 
   Digo educação sentimental porque não se trata apenas de educação de boas maneiras, mas de respeito ao outro que também existe, de conseguir enxergar o outro. Quando não respeitamos espaços públicos, ocupados, ou que serão ocupados pelos demais, falta consideração pela existência do outro. Há muitas pessoas que só conseguem perceber o próprio umbigo, as próprias necessidades e não possuem um vestígio de mente que consiga conceber que os outros também têm suas necessidades e têm direito a sua vez. 
   A falta de uma educação sentimental é reflexo de uma mente minimamente desenvolvida. Os jovens que citei acima são, enfim, jovens, e muitos vão aprender durante a vida. Não é o fim do mundo terem deixado suas bandejas e sujeiras lá em cima das mesas, mas imagine se todos, de todas as idades, em todos os lugares, tiverem esse tipo de atitude. Aliás, isso já acontece e não é à toa que o mundo está do modo que está. 
   Vejo muitas pessoas desejando mudanças de políticas, de governantes, de como precisamos cuidar melhor de nossas cidades e população, mas essas mudanças extremamente necessárias não são feitas de fora para dentro, e sim, de dentro para fora. Se nós não nos mudarmos, se não transformamos a maneira como lidamos com a vida e com os outros, nada lá fora mudará. Ficará tudo na mesma. Seja para dirigir, para andar na rua, para ir a restaurantes, para viver, precisamos de uma mente que vai moldar o tipo de relações que estabeleceremos. E mente é algo que precisa ser desenvolvido, ela não vem pronta. 
   Nós nascemos com um corpo e se esse for bem nutrido e cuIdado vai se desenvolvendo. A mente também precisa de nutrição para se desenvolver e esta nutrição se dá à medida que aprendemos a lidar com nossas emoções. Em outras palavras, crescemos quando aprendemos a lidar conosco mesmos, com o que é nosso. Quando sabemos lidar de maneira mais eficiente com nossos desejos, nossas frustrações, nossas limitações, nossos sentimentos, temos a possibilidade de escolher viver melhor e assim não deixaremos para trás nossas bagunças e sujeiras. Não só nossas vidas, mas o próprio mundo tem a chance de se tornar um lugar melhor e muito mais agradável. (FONTE): Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista em Londrina, coluna MUNDO VIVO, Folha Saúde, página 8, saúde@folhadelondrina.com.br segunda-feira, 04 de novembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

O JOVEM SUCESSOR E O SEU PRÓPRIO SUCESSO


   Texto escrito por Abraham Shapiro em data de hoje, segunda-feira, 28 de outubro de 2019 publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA 
   Há algum tempo, eu fui contratado para auxiliar um jovem a se inserir na empresa da família. O objetivo era desenvolvê-lo a sucessor do pai.
Ele havia nascido em berço de ouro e assim viveu todos os dias até então. 
   Eu comecei a fazê-lo ver que ele não estava lá quando seu pai deu duro. Mostrei-lhe que foram as grandes dificuldades que o pai passou, os obstáculos que teve de vencer e os altos riscos que levaram a empresa a ser poderosa em seu segmento, 
   O pai era talentoso e dedicou-se com muita força. Sacrificou dias, meses e anos da vida pelo ideal de construir algo. Fez um império. E não foi bem sucedido só nos negócios.. Era excelente pai, marido e tinha tempo para tudo. Seus empregados o adoravam e faziam tudo pela empresa. Ele teve apenas a educação básica e nunca foi a uma faculdade. 
   Aquele filho vivia num nuvem de conforto. Vestia-se bem, tinha os melhores carros, fazenda e viajava pelo mundo duas vezes ao ano. Mas aquele era o sucesso do pai, e não dele. 
   Se tudo evaporasse e ele descobrisse a realidade das ruas, finalmente daria o devido valor ao que entrara facilmente em sua vida. 
   Foi este o trabalho que fiz com ele. Mostrei-lhe os paradoxos da vida real. É matar ou ser morto. Comer ou ser comido. Se ele quisesse resolver os problemas com churrasco, cerveja, noitadas e diversões, acabaria sem encontrar a felicidade e sem jamais realizar potencial para seu sucesso, independente do pai. 
   Hoje eu digo o mesmo a você, ainda que não seja herdeiro de riqueza nenhuma. Você tem sua vida, as suas metas, as suas buscas. O seu potencial para vencer – para crescer na vida, edificar algo e orgulhar-se de si mesmo – só vai se realizar mediante o esforço e a disciplina que estiver disposto a investir nisso. A não ser por esta rota, não há outra alternativa – com ou sem dinheiro. (FONTE): Crônica escrita por ABRAHAM SHAPIRO, Folha Empregos & Concursos, coluna Abraham Shapiro, segunda-feira, 28 de outubro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

RICO POR FORA E POR DENTRO


   Texto escrito por Sylvio do Amaral Schreiner, psicanalista em Londrina, publicado em data de hoje, 28 de outubro de 2019 pelo jornal FOLHA DE LONDRINA. 
   Muitas pessoas estranham que em países desenvolvidos, como por exemplo a Suécia, Dinamarca e Noruega, exista um alto número de pessoas sofrendo de depressão, quando se imagina que este deveria ser quase que exclusivamente um problema de saúde mental dos países menos desenvolvidos. Não que em países com um Estado de bem-estar sofrível não havia pessoas com depressão (há muitas e muito trabalho a ser feito para diminuir esses números), mas o que surpreende é que países que contam com uma infraestrutura de segurança, trabalho, educação, saúde e muitos outros pontos importantes para gerar uma vida digna registrem um alto número de pessoas depressivas. O que pode explicar?
   Primeiro, é um engano acreditar que só a pobreza produz depressão. Ela pode, sim, ser um dos fatores que contribuem, porém, não é o único. Caímos num certo preconceito quando pensamos que se um país é rico e oferece oportunidades para seus habitantes não teriam motivos para a depressão. A verdade é que a depressão surge em todos os lugares, ricos ou pobres, bem como em todas as classes sociais e entre pessoas de qualquer nível educacional. A depressão está ligada à mente e não tão somente aos índices sociais. 
   É evidente que a carência e o desespero pelo qual passam muitas pessoas em países pobres são gatilhos que podem levar a uma depressão. Contudo, qual seria o gatilho nos países ricos? O que levaria um cidadão do primeiro mundo, que tem de tudo, aparentemente, a sofrer de depressão?
   Bom, ter de tudo materialmente não deixa ninguém imune aos processos mentais. Traz conforto e segurança, com certeza, e isso é um ganho importante, mas não torna ninguém livre de sofrer internamente. Ter tudo externamente, aliás, pode camuflar uma pobreza interna, de sentidos. Aí reside o perigo. Uma pessoa que parece que tem tudo pode estar sofrendo terrivelmente por haver internamente uma pobreza muito grande e nem perceber isto.
   Nem sempre o mundo interno está andando no mesmo passo que o mundo externo. Há pessoas que conseguem de tudo materialmente, ficam ricas, possuem mansões, carros, roupas de grife e viagens espetaculares, mas internamente não contam com um desenvolvimento. Ficam, por dentro, pobres, esvaziadas e nem sabem como usufruir das coisas boas da vida. A riqueza e desenvolvimento ficaram localizados apenas na dimensão externa, enquanto a interna não recebeu nada que fizesse alguém realmente crescer. 
   Muitos países e pessoas já andaram até metade do caminho, mas falta desenvolver a outra metade: a mente, que determina como vamos viver, se vamos ou não achar graça na vida, como serão nossos relacionamentos e nossos atos. Precisamos aprender a ser humanos e trabalhar a própria mente é o único meio para isso acontecer. O desenvolvimento externo e interno precisam caminhar juntos, tais como duas pernas que nos carregam para onde desejamos e precisamos ir. Enquanto isso não foi devidamente compreendido sempre ficaremos capengas. (FONTE: Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, pesicanalista em Londrina, página 8, Folha Saúde, saúde@folhadelondrina.com.br, coluna MUNDO VIVO, segunda-feira, 28 de outubro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 22 de outubro de 2019

QUANDO O DINHEIRO PÚBLICO VOLTA À SOCIEDADE


   Transcrição do Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA do dia 22 de outubro de 2019 
   A identificação e interrupção de um esquema de corrupção é uma grande vitória para a sociedade, principalmente quando os responsáveis pelo crime são punidos conforme a lei. Mas o cidadão tem a percepção de que foi feita a justiça quando o recurso desviado – ou pelo menos parte dele – volta para a comunidade, ressarcindo os cofres públicos. 
   É o caso da devolução de R$ 365 milhões por parte da concessionária de rodovias CCR Rodonorte, por meio de um acordo de leniência firmado junto ao Ministério Público Federal do Estado. Nesta segunda-feira (21), o governador Ratinho Junior anunciou as 12 obras que serão executadas com os recursos devolvidos pela empresa. 
   Todas as melhorias serão na região entre Curitiba e Apucarana, passando pelos Campos Gerais, com 30 quilômetros de duplicações viárias e oito interseções de nível, com viadutos, trincheiras e passagens. A lista completa pode ser vista na edição desta terça-feira (22), no caderno de Economia. 
A    Rodonorte foi alvo da Operação Integração em março deste ano e reconheceu que houve corrupção, lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a agente públicos desde 2000, para conseguir mudanças contratuais que beneficiassem a empresa. Outras cinco concessionarias que atuam no Anel de Integração do Paraná também são alvos da mesma investigação. 
   A empresa pagará um total de R$ 750 milhões, divididos em R$ 365 milhões de execução de obras, R$ 350 milhões para redução e, 30% da tarifa de todas as praças de pedágio que opera e R$ 35 milhões em multa. 
   Os pontos que receberão as obras foram escolhidos conforme levantamento realizado pelas polícias rodoviária Federal e Estadual, levando em consideração a segurança de motoristas e pedestres, o fluxo de veículos e a mobilidade. Alguns dos trechos têm altos índices de mortes por atropelamento. As obras devem ficar prontas até o fim do contrato com as concessionárias, em novembro de 2021.
   Frequentemente são noticiadas operações policiais que apuram desvio de dinheiro, prisões, delações e acordos de leniência. Mas é importante que a sociedade conheça o desfecho desses casos e saiba onde está aplicado o dinheiro apurado da corrupção, até mesmo para que o cidadão cumpra o papel de fiscalizar o uso dos recursos públicos. 
   Muitos defendem que o dinheiro de corrupção recuperado deve ser destinado a instituições que combatem esse tipo de crime. Mas hoje, a situação financeira de muitos Estados pede atenção à áreas básicas, como saúde, educação e infraestrutura. Dessa maneira é possível mudar a ideia de que no Brasil a corrupção é um crime que compensa. 
   Obrigado por acompanhar a FOLHA. (FONTE): Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 22 de outubro de 2019, página 2, FOLHA OPINIÃO, opiniao@folhadelondrina.com.br).

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

QUANDO UMA FALSA ALEGRIA ESCONDE UM DESESPERO


   Transcrição do texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista em Londrina, Folha Saúde, segunda-feira, 21 de outubro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 

   “Quem está feliz não preciso dar show em meio a tanta gente para provocar incômodo” 
   Um domingo de manhazinha, lá pelas 6h, já estava acordado olhando pela janela quando um carro parou muito mal estacionado, diga-se de passagem, na calçada, quase embaixo do prédio onde moro. Dele desceram quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, em um estado de embriaguez bem nítido. O som de música que vinha do carro estava alto e eles aumentaram ainda mais e ficaram dançando na calçada. Um dos homens e uma das mulheres mal conseguiam ficar em pé e várias vezes caíam e ficavam de quatro para depois levantar. Eles gritavam, cantavam, faziam um escândalo e, com isso, e ainda mais nessa hora de domingo, chamaram atenção de várias pessoas. Muitas cabeças saíram para fora de suas janelas e com caras zangadas olhavam aqueles quatro até o ponto que alguns começaram a gritar pedindo silêncio, outros dizima que tinham bebê dormindo que eles estavam incomodando, etc. Eles davam risadas debochadas e faziam mais barulho. Só pararam quando uma viatura da polícia passou, provavelmente chamada por alguém. Mesmo estando bêbados entraram no carro e saíram para atrapalhar provavelmente outro lugar. 
   Fiquei pensando nessas pessoas. À primeira vista parecia que estavam se divertindo à beça, porém, um olhar mais atento permite ver que, na verdade, aquilo não se tratava de diversão, mas de desespero. De uma angústia tão grande que eles precisavam chamar a atenção de maneira a deixar outros também incomodados. Na realidade, todas aquelas risadas, música em volume alto, cantorias e gritos vinham de sua angústia que ficavam atrás de uma aparente diversão. Nem eles percebiam o grande desespero em que estavam.
   Quem está feliz, quem está bem, não precisa beber até cair. Não precisa dar show em meio a tanta gente para provocar incômodo, não precisa chegar ao ponto que a polícia precise intervir. Pessoas que estão em plena posse de si sabem se divertir de maneira saudável, contudo, pessoas que estão desesperadas, com um alto nível de angústia, ficam tão incomodadas com o que sentem que, não conseguindo lidar com isso, transbordam incômodo para todo lado. 
   Quando não podemos contar com uma mente, com uma instância interna, não damos conta do que sentimos e nos desesperamos. O mundo interno fica assustador e intolerável. Só que se deparar com esse terror dentro de nós é muito difícil e, por isso, tentamos negá-lo e escondê-lo muitas vezes tomando atitudes que simulam uma alegria sem fim. Nos enganamos dizendo que estávamos nos divertindo e não angustiados. Incomodamos o outro porque assim transferimos ao outro o incômodo e ele que se veja com isso, não nós, como se pudéssemos terceirizar o que sentimos. 
   Quais seriam as angústias daquelas pessoas que citei acima? Não faço ideia e elas também não. Só se elas se colocassem em análise e começassem a travar contato com o próprio mundo interno poderiam compreender o que as pega, o que as assusta. Doloroso esse contato consigo mesmo, mas isso permite um crescimento, um verdadeiro desenvolvimento do mundo mental. Quem cresce não precisa mais se enganar e se perder dentro de uma falsa alegria para esconder um desespero. (FONTE): Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista em Londrina, coluna Mundo Vivo, mundovivo@folhadelondrina.com.br Folha Saúde, segunda-feira, 21 de outubro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

LIMITES AOS GASTOS


   Transcrição do Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 21 de outubro de 2019, 21 de outubro de 2019 
   Com o objetivo de tornar mais transparente os critérios e estabelecer limites aos gastos públicos, a Mesa Executiva da Assembleia Legislativa do Paraná protocolou um projeto de resolução que disciplina os gastos com as chamadas verbas de ressarcimento. 
   Atualmente, os deputados estaduais têm direito, além de salários de R$ 25,3 mil e da verba de gabinete, cota mensal de R$ 31,4 mil para contratar até 23 cargos comissionados. Essa verba pode usada para bancar itens como transporte, material de escritório, hospedagem e publicidade. O projeto de resolução deve ser encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça nos próximos dias.
   O uso da verba de ressarcimento tem sido alvo de ações judiciais, movido por entidades como a organização não governamental Vigilantes da Gestão Pública. Houve questionamentos, entre outros, acerca da utilização do dinheiro para bancar “benesses” a terceiros e reembolso por gastos e bares e espaço de lazer da capital paranaense.
   No início de outubro, o Ministério Público emitiu recomendação administrativa cobrando justamente melhorias no controle das despesas e maior transparência na divulgação dos dados por parte da Assembleia Legislativa. Foram abertos, inclusiva, procedimentos investigatórios sobre supostas inconsistências. 
   No documento, o órgão solicita a unificação da normatização a respeito do ressarcimento de gastos, além de adequação jurídica da verba destinada ao custeio de alimentação, hospedagem e transporte. 
   Mesmo com as limitações, os deputados estaduais não têm motivos para queixas sobre os valores permitidos para as despesas passíveis de ressarcimento. De acordo com a Casa, o projeto fixa em até R$ 2.517,47 por mês e por gabinete o limite máximo para despesas em restaurantes ou lanchonetes. O custo máximo das refeições não poderá passar de R$ 208,40 cada. No caso do transporte, a indenização será calculada de acordo com a quilometragem rodada.
   Outra medida prevista na resolução diz respeito ao período eleitoral. Quando o deputado disputar a reeleição, não poderá usar valores remanescentes, uma vez que o saldo será zerado no dia em que faltarem seis meses para a realização do pleito. Iniciativa salutar para evitar vantagem para quem já tem mandato.
   De acordo com o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), todas as informações sobre as despesas serão publicadas no Portal da Transparência, incluindo notas e dados dos fornecedores.
   Transparência nos gastos é mais do que desejável. Os valores autorizados pela Casa, no entanto, como refeições de mais de R$ 200 reais por pessoa, são muito distantes da realidade da maioria dos paranaenses. Ainda mais em um momento de crise necessidade de austeridade nos gastos públicos.    A FOLHA agradece a preferência. (FONTE)- Editorial do jornal Folha de Londrrina, página 2, opiniao@folhadelondrina.com.br segunda-feira, 21 de outubro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 19 de outubro de 2019

CRISE NO PSL: UMA GUERRA EVITÁVEL



   Transcrição do Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, 19 E 20 DE OUTUBRO DE 2019 
   Está muito enganado quem pensa que a crise que coloca em lados opostos o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do seu próprio partido, o PSL, não afeta o cidadão. A consequência da guerra entre os caciques de um dos maiores partidos do País devem fragilizar a base de apoio e também a articulação do Palácio do Planalto no Congresso Nacional. Preocupa a tramitação das pautas de governo na Câmara e no Senado - Leia-se reformas estruturais. 
   O que muitos temiam acabou acontecendo. A briga interna extrapolou as barreiras do PSL, apesar dos apelos de nome fortes do governo para que as desavenças fossem colocadas de lado. Foi o caso do ministro da Casa Civl , Onyx Lorenzoni. no último dia 12, que defendeu a unidade da direita para superar as divergências. 
   O apelo foi durante a CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), em São Paulo. Durante o discurso, Lorenzoni chegou a chorar duas vezes ao ressaltar que a direita tinha uma oportunidade histórica de mudar o País.
   Cinco dias depois, na quinta feira (17), o campo conservador assistiu a um racha entre deputados aliados a Bolsonaro e parlamentares aliados ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. No centro da briga, o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir, levou a melhor, impondo uma derrota ao grupo ligado ao presidente da República. 
   Sobrou para a deputada Joice Hasselmann, que perdeu a liderança do governo no Congresso e ganhou o desafeto da família Bolsonaro. E também a crise atingiu o campo conservador paranaense, com consequências para Felipe Barros e Felipe Francischini. 
   Lembrando que está em jogo o fundo partidário do PSL, com a previsão de que o partido receba R$ 110 milhões de recursos públicos em 2019, a maior fatia entre todas as legendas. 
   É uma guerra declarada, com vazamento de áudio, palavras de baixo calão, ameaças e retaliações. Não é possível ainda dimensionar a gravidade do impacto da crise interna do PSL, na articulação política entre o governo e o Congresso. Mas a percepção é de que o diálogo entre os dois poderes terá que ser reconstruído. Voltamos, então, à estagnação. Justamente em um momento em que o País precisa acelerar para sair do marasmo econômico. 
   Obrigado por acompanhar a FOLHA. (FONTE); Editorial do jornal Folha de Londrina, página 2, Opinião, opiniao@folhadelondrina.com.br 19 e 20 de outubro de 2019, publicado pelo referido jornal.
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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

?QUE SERVE ESSA TAL DE PSICOTERAPIA


Se o desejo de se ver livre for verdadeiro encontra-se um caminho para a liberdade
Transcrição do texto escrito pelo psicanalista Sylvio do Amaral Schreiner, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 
   “Conhece-te a ti mesmo”
   Essa famosa frase inscrita no Oráculo de Delfos, na Grécia, e usada por muitos sábios, continua atual e necessária; ela não saiu de moda. A importância de se conhecer é que quem não se conhece fica presa aos impulsos inconscientes e acaba sempre se repetindo. São aqueles indivíduos que estão sempre na mesma, estão sempre acorrentados a hábitos, situações e pessoas que gostariam de se ver livres e que trazem muito sofrimento. 
   Quem nunca ouviu falar da história daquela garota bonita e inteligente, mas que só se relaciona com homens sem-vergonha, que sempre a enganam? Ou daquele rapaz esperto e cheio de possibilidades, mas que perde a compostura e a razão quando se embebeda todo fim de semana, levando-o a fazer muitas besteiras? E muitos outros casos de pessoas que não conseguem mudar que ficam se repetindo e sempre na pior? Na maioria das vezes essas pessoas estão sofrendo, e muito. No entanto, continuam a sustentar o mesmo padrão de reações para a vida: se repetem e se empobrecem. Ficam fixadas num ciclo sem fim. 
   Todos esse comportamentos têm uma origem que pode ser encontrado na mente. Eles não aparecem do nada. Porém, para poder modifica-los é necessário adentrar à mente e pagar o preço por se conhecer. Não é um processo fácil. Exige paciência e persistência de cada um para vir a conhecer e aceitar suas próprias verdades. O que mais existe são pessoas que procuram se evadir de suas verdades, se apegando a racionalizações ou outras falsificações. Ou seja, em vez de ir em busca do conhecimento de si terminam por justificar por qualquer coisa e argumento a própria vida. 
   A questão é que essas pessoas que se enganam continuam a desconhecer a fonte de seus problemas e, por isso, estes permanecem sempre os mesmos. Aí vem a angústia e o desespero e lamentam terem um carma difícil e pesado. Até acho que essa história de carma existe mesmo, não é só história de misticismo barato. Apenas é um outro nome para o nosso inconsciente, que dirige nossas ações e nos tornam fantoches doso impulsos. 
   Para asir deste ciclo de repetições só mesmo usando a mente, que, alias, é o melhor recurso de que podem dispor na vida. A psicoterapia vem para ajudar a mente num trabalho de construção e elaboração. Para questionar por que estas repetições têm sempre que acontecer. Para vislumbrar alternativas de como viver de maneira diferente. Para pensar de verdade. Abrem-se possibilidades que antes não haviam sido cogitadas. Tudo isso é permitido pela psicoterapia para aqueles que ousam se aventurar e desbravar um novo continente: o próprio inconsciente. 
   Todo mundo, em menor ou maior intensidade, está preso à repetição. Só que se o desejo de se ver livre for verdadeiro encontra-se um caminho para a liberdade. (FONTE). Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, mundovivo@jornaldelondrina.com.br, psicanalista em Londrina, publicado na coluna MUNDO VIVO, página 8, segunda-feira, 14 de outubro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA. 

sábado, 12 de outubro de 2019

IRMÃ DULCE, UMA SANTA DO NOSSO TEMPO


   Transcrição do Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, 12 e 13 de Outubro de 2019 
   O fim de semana é especial para a comunidade católica no Brasil. Neste sábado (12), é celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, Em Londrina, o Santuário, localizado na Vila Nova deve receber cerca de 30 mil fiéis de várias cidades e as homenagens incluem missas, bênção de carros, coroação e procissão. 
   A 22ª edição do Dia da Padroeira no Santuário de Londrina já é uma prova de amor. Os preparativos ficaram por conta de 800 voluntários que desde o mês de maio trabalham na organização. A festa surgiu com uma celebração pequena na década de 1990 e foi crescendo, atraindo devotos de muitos lugares.
   O outro acontecimento especial será no domingo (13), quando Maria Rita de Souza Brito Lopes Fontes, a irmã Dulce, entrará para a história como Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa nascida no Brasil. 
   Independente de religião e de crença, certamente muitos brasileiros se emocionaram ao ver a imagem de Irmã Dulce e de outros três beatos que serão canonizados no dia 13 de outubro na Praça São Pedro, no Vaticano. É lá que acontecerá a cerimônia de canonização conduzida pelo papa Francisco. 
   A canonização de Irmã Dulce (1914-1992) tem um significado grandioso para o momento que o mundo atravessa. Ela é uma santa “contemporânea”, como bem lembra a sobrinha da religiosa, Maria Rita Lopes Fontes, que administra o trabalho social deixado pela tia em Salvador, na Bahia, e que atende gratuitamente cerca de dois milhões de pessoas anualmente só na capital daquele Estado. São 11 mil tratamentos de câncer por mês. 
   Irmã Dulce viveu neste mundo que conhecemos e muita gente ainda se lembra de sua voz e de suas mensagens. É uma santa com uma obra muito próxima e que orgulha os brasileiros. 
   Os católicos vão homenagear no domingo a história de uma mulher batalhadora, persistente e sonhadora, que peregrinou por anos em busca de recursos para construir um local para abrigar os pobres e doentes que viviam nas ruas de Salvador. Um exemplo de vida, uma inspiração para que as pessoas lutem pelos seus sonhos com amor e paz e busquem realizações que ajudem a melhorar a comunidade onde vivem. Impossível uma mensagem mais atual. 
Obrigado por comprar a FOLHA. (FONTE) – Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, página 2, Folha Opinião opiniao@folhadelondrina.com.br, 12 e 13 de outubro de 2019, publicado pelo mesmo jornal FOLHA DE LONDRINA).

OS IMPACTOS DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA


   Transcrição do Editorial do Jornal Folha de Londrina, sexta-feira, 11 de outubro de 2019
  Depois da maior crise econômica financeira, que gerou o número assustado de 13.2 milhões de desempregados, é consenso que a educação financeira deve se tornar disciplina escolar desde os primeiros anos do ensino básico. Aprender os princípios sobre gastar bem, poupar e valorizar o dinheiro pode fazer toda diferença ao longo da vida adulta. 
   Esse princípio engloba também o conceito de consumo consciente, prática que visa um equilíbrio entre necessidade de compra, satisfação pessoal e sustentabilidade. É quando o cidadão compreende os impactos positivos e negativos de suas escolhas de consumo no meio ambiente e na comunidade em que vive. É claro que quando se compra conscientemente e não por impulso o bolso também agradece. 
   Nesta semana, uma pesquisa mostrada pela Boa Vista mostrou que as famílias brasileiras também estão mais conscientes e em 2019 subiu oito pontos percentuais o índice de pais que têm o hábito de poupar para os filhos.
   O estudo também aponta que 30% dos consumidores afirmam dar mesada aos filhos ou outras crianças, um aumento de 3 pontos percentuais. Nesse quesito, subiu de 52% para 64% do total de entrevistados os que dão mesada para estimular a educação financeira. 
   A poupança segue sendo alternativa mais escolhida pelos pais (52%) para juntar economias, seguida de previdência privada (15), fundos, ações ou CDB (9%), títulos de capitalização (5%) e outros tipo de investimento (19%). Foram entrevistas 600 pessoas em nível nacional. 
   Até algum tempo atrás, em casa ou na escola, não se mostrava às crianças como lidar com o dinheiro. Sem essa noção, ficava impossível manter uma relação saudável com o dinheiro e as consequências vão além das dificuldades em pagar as contas de casa. Nesta semna, a FOLHA mostrou que o índice de inadimplência no Brasil eleva os juros para taxas estratosféricas. Sofre todo mundo, do trabalhador assalariado aos empresários.
   Com esse exemplo, fica claro que a educação financeira e o consumo consciente são fundamentais para o crescimento pessoal e o desenvolvimento econômico do País. Quando se aprende a valorizar o dinheiro, aprendesse também a tomar decisões individuais mais acertadas que acabarão ajudando no bem-estar d população de um maneira geral.
   A FOLHA é feita pensando em seus leitores. Obrigado pela preferência! (FONTE): Editorial do dia 11 de outubro de 2019, terça-feira, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, página 2).

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

EDUCAÇÃO PARA TRANSFORMAR

Grupo que participou do festival de matemática conseguiu acertar todas as questões: confiança e tranquilidade 
                                  

   Após baixa classificação no Ideb, escola se mobiliza e obtém nota máximaem festival de matemática.
   Considerado patrono da educação, Paulo Freire dizia que não é a educação que transforma o mundo, mas sim muda as pessoas e elas acabam transformando o mundo. Vivendo na prática esta reflexão, a Escola Municipal Irene Aparecida da Silva, no conjunto Jamile Dequech, zona sul de Londrina, tem se utilizado do ensino para motivar, mobilizar e melhorar a realidade em que estão inseridos.
   A instituição ficou na última colocação no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2017, entre todas as escolas municipais da cidade, com 5,5. Outras duas entidades também tiveram este desempenho. No final de setembro, um grupo de alunos da Irene Aparecida da Silva conseguiu nota máxima no festival londrinense de matemática organizado pela secretaria municipal de Educação. A conquista foi um dos frutos dos trabalhos que a escola tem desenvolvido para reverter o número negativo no indicador, além de trazer outros benefícios. Tudo pensando nos alunos. 
   Segundo a diretora da entidade,
Márcia Francisco, diretora: investir na educação 
Márcia Maria da Silva Francisco, alguns projetos já eram desenvolvidos e foram otimizados após o resultado no Ideb.
   “Trabalhamos muito a leitura com os 5º anos, se utilizando da Folha de Londrina, em especial a Folha Cidadania. As turmas de 5º anos ainda coordenm um ‘mercado’ que temos, com doações, em que os estudantes podem fazer suas ‘compras’ com dinheiro fictício a cada bimestre, em que recebem de acordo com o bom comportamento”, conta. Eles ainda participam de um programa de empreendedorismo infantil. 
   O Ideb é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no censo, e das médias e desempenho nas avaliações do Ibep (Instituo Nacional de Estudos e Pesuisas Educacionais Anisio Teixeira), que nos municípios é a Prova Brasil, promovida a cada dois anos para meninos e meninas do 5º ano. No caso da escola da região sul, são duas turmas neste ano. Em toda a instituição são 280 alunos, do ensino infantil, fundamental e EJA (Educação dos Jovens e Adultos),
   A gestora da escola relata que a partir dos resultados foi analisado o que os alunos mais erraram e foram bem e atuar nestes déficits. Ela destaca que a chegada da coordenadora pedagógica, função recriada na rede municipal neste ano, colaborou de maneira crucial para facilitar todo o trabalho. “Antes tinha muita dificuldade, pois me preocupava com parte administrativa e pedagógica. Com a coordenadora, ela pôde se dedicar e implementar novas ideiais e acompanhar os alunos mais de perto.”
               SELEÇÃO
   Para escolher aqueles que irim participar do festival de matemática, que foi disputado entre regiões da cidade, foi aplicada uma prova entre os alunos do 5º anos, selecionando os seis melhores, que vieram da turma da manhã. A partir de então, eles iniciaram um treinamento. A preparação durou cinco meses, sob a condução da coordenadora pedagógica,
Cristien Fraga, coordenadora pedagógica: grandes conquistas
Cristien Fraga, com o apoio da professora Daliane Aparecida Yurack.
   “Sempre nos preocupamos com aqueles que Têm mais dificuldades e aqueles que sobressaem se destacam. Foi isso que ocorreu com a seleção para o festival de matemática, que neste ano chegou à terceira edição. Nesta preparação trabalhamos com o jogo Batalha Naval, já que a prova seria baseadas em coordenadas, e disso fomos vendo as atividades, nos utilizando de gabaritos de outras provas”, explicou Fraga. Não tem algo melhor na vida de um professor do que ensinar para quem gosta de aprender. Ainda estamos desmitificando a matemática, valorizou. 

               FELICIDADE
  Demonstrando muita confiança e tranquilidade, o grupo (formado por seis estudantes mas que em razão das regras quatro fizeram a prova, conseguiu acertar todas as questões de matemática em cerca de 30 minutos. “Foi fácil porque estávamos treinando com questões mais difíceis. Ficamos muito felizes”, resumem Giovanna Gabriely Dias e Artur Vidal da Silva, ambos de 11 anos. Ais d dez escolas da zona sul participaram. 
   Rafaela Ribeiro, 11, lembra que não ia bem na disciplina de matemática até o início deste ano, quando quando mudou de atitude e começou se empenhar mais. “Era muito difícil. Porém, isso mudou com o meu esforço”, orgulha-se. 
   “Agora, esperamos conseguir notas boas em outras provas, como a Brasil, e também conseguir vaga no Colégio da Polícia Militar”, projetou Pedro Henrique da Silva Moraes 10.
André Campos Figueiredo, 11, e Mariane dos Santos Cavalarini, 10, abriram mão de fazer as provas por causa dos amigos. Entretanto, nem por isso, deixaram de frequentar os treinamentos. “Foi uma experiência boa trabalhar em equipe e aprender mais. Isso ajuda na sala de aula”, apontam. O grupo ganhou uma faixa de reconhecimento que foi colocada no prédio da escola. 

               ELES TÊM POTENCIALIDADES

    A Escola Municipal Irene Aparecida da Silva está localizada num bairro periférico de Londrina, que carrega em sua história algumas marcas que nada tem relação com a educação. Diante deste cenário, a coordenadora pedagógica, Cristien Fraga frisa que a premiação é de extrema importância para valorizar a dedicação dos profissionais que atuam na unidade e dos alunos.
   “Conscientizamos eles sobre a responsabilidade que tinham. Mas, falávamos para não se preocuparem em ficar em primeiro lugar e sim que se sentissem orgulhosos de participar. Neste ano, as turmas de 5º ano ainda fizeram a Prova Paraná três vezes e evoluíram muito entre a primeira e a última. Isso mostra que não pe porque estão numa escola da periferia que não é possível grandes conquistas ou competir com outras unidades de igual para igual. Se em casa não incentiva (o estudo), a escola tem que fazer isso”, defendeu.
   Um projeto que também vem dando certo é a colocação de pregadores em cabides, representando cada livro lido. Uma turma , por exemplo, já leu mais de 300 publicações somente neste ano. Fraga cita que quando chegou á instituição, onde nunca havia trabalhado, outro fator essencial foi retomar a autoestima de todos. “Deixamos claro a questão do Ideb, porém, nos unimos para transformar essa realidade, batalhando, sempre juntos e envolvendo todos os alunos com atividades diferenciadas.
   Com todo o esforço, a expectativa é melhorar cada vez mais, refletindo não só em notas, mas, na formação de cada aluno de forma ampla. “O Jamile Dequech tem um olhar negativo e um estigma muito forte de ser um bairro violento. Investindo numa boa educação, mostramos para os estudantes que eles têm potencialidades. Isso só precisa ser bem trabalhado”, assegura a diretora da Escola, Márcia Maria da Silva Francisco. (FONTE) – PEDRO MARCONI – Reportagem Local, FOLHA CIDADANIA, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 03 de outubro de 2019).

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O DESCARTE DE LÂMPADAS FLUORESCENTES: UM PROBLEMA



   Transcrição do editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 10 de outubro de 2019 
   A simples substituição de uma lâmpada fluorescente queimada pode não ser um ato tão inofensivo quando se constata que existe um passivo ambiental de mais d 3 milhões de lâmpadas acumulada nos últimos anos sob responsabilidade das prefeituras paranaenses. O material contém mercúrio e, se descartada diretamente na natureza, pode contaminar o solo, a água, a fauna e a flora, além de ocasionar sérios problemas de saúde. 
   Desde 2010 está em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos na qual fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, “são obrigados a estruturar e implementar sistema de logística reversa” após o uso de lâmpadas pelos consumidores. Mas um levantamento pela Sedest (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo) constatou que pelo menos 371 municípios dos 399 do Paraná (93%) acumula lâmpadas queimadas em barracões e até escolas e postos de saúde.
   O volume total de 3,2 milhões de itens engloba lâmpadas utilizadas em prédios públicos e pelos consumidores em geral e que foram recolhidas pelos municípios diante da falta de postos de coleta dos materiais. 
   Essas informações foram repassadas pelos próprios municípios aos governos do Estado para debater o problema em parceria com o Ministério Público, como mostra reportagem da FOLHA nesta quinta-feira (10).
   Há divergência entre poder público e entidades que representam as empresas fabricantes e importadoras de lâmpadas sobre a responsabilidade da logística reversa. Ao jornal, a Associação Brasileira para Gestão da Política Reversa de Produtos de Iluminação informou que o setor é obrigado a fazer a destinação correta das lâmpadas descartadas exclusivamente por consumidores domésticos. 
   Enquanto esse impasse não se resolve, esses itens altamente poluentes estão armazenados de forma precária. O governo do Estado calcula que 80 mil estejam em escolas.
   É preciso encontrar uma solução urgente e promover a implantação de um processo permanente de recolhimento para evitar o acúmulo. A logística reversa é de responsabilidade do poder público e da indústria para com a sociedade, pois implica em minimizar os efeitos da produção de resíduos no meio ambiente. 
Obrigado por assinar a Folha de Londrina. (FONTE). Editorial o jornal FOLHA DE LONDRINA, publicado hoje quinta-feira 10 de outubro d 2019).

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

ATÉ QUANDO?


Transcrição do Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA do dia 08 de outubro de 2019 
   Em agosto, os brasileiros pagaram 6,65% de juros, o que equivale a 116% ao ano. A média, calculada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), leva em conta as taxas que os consumidores pagam no comércio, nos cartões de crédito, cheque especial, na compra de automóveis e em empréstimos pessoais. 
   Em qual outro país do mundo, os cidadãos pagam 227,26% ao ano. Esse lugar não existe. Esse patamar de juros é uma anomia econômica tipicamente brasileira. 
   O Banco Mundial calcula que o spread – diferença entre os custos que os bancos têm ao pagar o dinheiro e a taxa que eles cobram para emprestar para os clientes – no Brasil é o segundo mais alto do mundo. São praticamente 40% contra 45% de Madagascar. 
   A diferença para qualquer outro país é enorme. Na Argentina, por exemplo, são 6,9% ao ano. N Rússia, 5,6%. Na quase totalidade das nações, o spread não chega a dois dígitos. 
   E as medidas tomadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária) desde outubro de 2016 não surtem o efeito desejado. A meta Selic caiu 61%, mas, conforme mostrou a FOLHA na edição de segunda-feira (7) a média dos juros para pessoa física caiu teve uma redução de apenas 26% no período. Para as empresas, a queda foi proporcionalmente maior: 36%. Mas longe da taxa básica.
   Os bancos alegam que a inadimplência é maior no Brasil e, por isso, os juros também. Mas essa justificativa não é majoritariamente aceita pelos agentes econômicos. A Fiesp – associação que representa a indústria paulista – sustenta que, na Itália, por exemplo, h´uma inadimplência três vezes maior que a brasileira e um spread oito vezes menor. 
   Grécia, Bulgária, Romênia, Portugal, Hungria, Rússia, Espanha e Índia, também teriam mais inadimplência e menos juros, de acordo com a entidade. 
   O mercado espera que, ao fim de 2019 a taxa básica de juros terá caído de 5,50% para 4,75% ao ano. Descontando uma inflação oficial de 3,40%, teríamos um juro real aproximado e 1,30% . Resta aos bancos se adequarem a esse novo cenário. 
   Não é possível que o Brasil seja considerado o país dos maus pagadores para justificar taxas estratosféricas como as atuais. Sem juros civilizados, nunca teremos um ciclo de desenvolvimento expressivo e sustentável. 
   A FOLHA é produzida diariamente pensando em seus leitores. Obrigado pela preferência! (FONTE). Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, página 2, opiniao@folhadelondrina.com.br segunda-feira, 08 de outubro de 2019)..

AINDA HÁ QUEM BEBA E DIRIJA


Transcrição Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 09 de outubro de 2019. 
   Beber e dirigir. Duas ações que todo mundo sabe que não combinam, mas que ainda são frequentes no Brasil. Por mais que País tenha melhorado seus índices de violência no trânsito 11 anos após a promulgação da Lei Seca, ainda há um longo caminho para mudar os índices e isso passa por uma reeducação ao volante e também fora dele. Beber e dirigir ainda não é visto como algo perigoso para muitos motoristas. 
   Segundo projeção do GPES (Grupo de Pesquisa e Economia do Seguro) feita no ano passado, a Lei Seca evitou 40.700 mortes e a invalidez por acidentes de 234 mil pessoas. Um número relativamente baixo. 
   Mesmo com as alterações na Lei, que a deixaram mais severa, ainda há quem a desafie. A última mudança foi publicada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) no final de 2018 e estabelece que o homicídio sob efeito de álcool ao volante significa que o infrator assumiu o risco de matar, passando a ser considerado como dolo eventual e não culposo (sem a intenção de matar). A Lei Seca foi alterada em abril deste ano, ficando mais rigorosa e tornando o crime de homicídio no trânsito inafiançável. 
Em matéria na edição desta quarta-feira (9), na FOLHA, um especialista de segurança viária ouvido aponta que a falta de um código processual para os crimes de trânsito dificulta a punição de infratores da Lei Seca. Por outro lado, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) vê que a mudança no comportamento do motorista é gradual, mas está em andamento. 
   O que vemos constantemente é a mobilização e indignação apenas quando tragédias são registradas, mas achamos comum quando algum amigo ou familiar se levanta da mesa após ingerir um copo que seja de cerveja, pega as chaves do carro e sai ao volante. Mesmo que essa pessoa esteja levando os próprios filhos no veículo, representando perigo para a vida dessas crianças. Como afirma à reportagem Fernando Oliveira, policial rodoviário federal e chefe do Núcleo de Comunicação da PRF no Paraná, isso acontece porque em diversos círculos sociais beber e dirigir “ainda é uma prática aceitável”. 
   É comum somar à bebida outras infrações de trânsito que colocam em risco a vida das pessoas como a falta do cinto de segurança, mesmo no banco traseiro. No fim de semana, um motorista que teria bebido capotou o carro diversas vezes na PR-445 entre o Distrito da Warta (zona norte) e Bela Vista do Paraíso. Dois filhos dele, de 5 e 7 anos foram ejetados do veículo. Por sorte, ninguém morreu.
   Deixar a lei com menos brechas e interpretações seria uma forma de punir mais mais rapidamente este tipo de gente, que faz roleta russa no trânsito, colocando a própria vida e a de terceiro em perigo em nome da dificultado em aceitar e cumprir algo que é determinado em prol dobem da sociedade.
   Não importa se é um copo de cerveja, uma taça de vinho ou uma garrafa inteira de uísque. Em todos os casos, assumir o volante após a ingestão é crime e já passou da hora de todo mundo aceitar isso e cumprir a lei.
   Obrigado por ser nosso leitor. (FONTE). Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA com publição em data de hoje, 09 de outubro de 2019, quarta-feira).

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A FLOR ADE LÓTUS E A MENTE


Texto publicado pelo jornal FOLHA DE LONDRINA, página 8, coluna MUNDO VIVO, escrito pelo psicanalista SYLVIO DO AMARAL SCHREINER 

   A flor de lótus é associada ao budismo por sua pureza. Ela nasce em pântanos e lugares insalubres e quando se abre mostra toda sua força e beleza. Suas pétalas intrigam cientistas, que tentam imitar, em tecidos, suas propriedades auto limpantes que repelem qualquer sujeira. Com todas essas características não é de surpreender que ela fosse escolhida como símbolo da pureza. Mesmo vivendo em um ambiente fétidoe sujo ela sempre se mantém intocada.
   Pensando nessa flor penso que há uma lição a ser aprendida. E se tratássemos nossas mentes como essa flor de lótus? Não é à toa que o budismo, que é uma bela filosofia de vida, a elegeu para simbolizar a transcendência. No budismo acredita-se que temos uma grande responsabilidade na vida em nos tornarmos cada vez melhores num mundo que, muitas vezes, oferece injustiças, maldades e dores. Precisamos sempre nos manter puros e não nos entregar ao que há de pior. Tal como a flor que se mantém pura em seu ambiente.
   E o que é tudo isso se não cuidar da própria mente? Transcender é se superar: é se refinar e parar de agir somente através dos impulsos mais primitivos e se tornar verdadeiramente humano. Infelizmente esse processo nem sempre se dá tão facilmente. Ao contrário d flor a gente, com muita frequência, se apaga a pensamentos e atitudes que nos “sujam” e destroem. Ficamos presos a uma vida que perde a graça e a cor e com isso ficamos amargos e desesperançosos. Aí nos assemelhamos mais a uma vegetação morta, marrom e sem vibração, onde as possibilidades de se deixar surpreender se tornam cada vez menos possíveis. 
   O budismo não prega a conversão, mas a iluminação, e nisso a filosofia e a psicanálise têm muito em comum. Ambas buscam que cada um encontre sua luz e siga seu caminho. Podemos e devemos criar simbolicamente uma “flor de lótus” em nossas mentes para que possamos nos livrar das coisas que nos pesam e não nos acrescenta nada construtivo. Fazer uma análise é como deixar uma flor de lótus nascer. É se abrir para revelar o que cada um carrega de melhor em si. É se erguer de um pântano e produzir algo mais refinado e belo. 
   Apesar de tudo isso soar bastante poético, na prática, para se conseguir desenvolver esse estado, é necessário muito trabalho. Aliás, as recompensas que mais valem a pena são sempre furto de trabalho árduo. Na vida nada vem de graça. Não há como desejar estar num estado refinado sem lutar por isso. 
   Nesse trabalho, uma pessoa em análise se depara com muitas coisas dolorosas e que gostaria de não ver. É sempre mais fácil fugir daquilo que nos causa desgosto. Mas fechar os olhos para as próprias verdades é encobrir-se, quando, na realidade, o que mais precisamos é descobrir. Todos temos muito a ganhar se pensarmos no significado das palavras .. Se pensarmos na palavra descobrir veremos que significa tirar a coberta e revelar. Logo, encobrir-se é a mesma coisa que se deixar afogar pelos lodaçais da vida.. Se trabalharmos para criar em nossas mentes um espaço de pureza vamos, cada vez mais, viver verdadeiramente, em vez de apenas sobreviver. 
   Buda costumava dizer um pensamento: “Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com o nosso pensamento fazemos o nosso mundo”. Com tudo isso em mente, vale a pena pensar o que fazemos conosco. (FONTE) – Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista em Londrina, mundovivo@folhadelondrina.com.br página 8, Folha Saúde, coluna Mundo Vivo, segunda-feira. 07 de outubro d 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

UM DIAMANTE BRUTO


   Texto publicado pela jornal FOLHA DE LONDRINA do dia 30 de setembro de 2019, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, Folha Empregos e Concursos 
   Eu conheço um gerente que sabe tudo sobre a área técnica que ele gerencia. Mas não tem habilidade nenhuma com pessoas – nem com seus subordinados e nem com os colegas. Por enquanto, ele se sai bem com seus superiores porque é um bajulador.
   Em geral, ele leva tudo para o lado pessoal e, de sobra, joga suas culpas e mazelas sobre as costas dos outros, o tempo todo. 
   Vi seu currículo. Então entendi porque passou por tantas empresas em pouco tempo. Observei que ele é sempre contratado por suas competências técnicas, mas demitido pelas péssimas competências pessoais ou de relacionamento. 
   Seus atributos de liderança estão “abaixo de zero”.
   Na sua opinião, isto é ser gerente? Na minha, absolutamente não. Porém, não se trata de caso perdido. 
   Há possibilidades ótimas de reversão deste quadro. Tudo depende de uma boa e adequada dose de capacitação gerencial. 
   Há conhecimentos importantes e definitivos especialmente sobre gestão de pessoas que advêm da Psicologia Organizacional e podem auxiliar gestores empedernidos a converter sua inépcia em habilidades úteis e práticas para seu próprio desempenho e para sua empesa. 
   Eu estou ministrando aulas on-line gratuitas, todas as terças-feiras, sobre temas importantes da gestão, com enfoque bastante amplo sobre pessoas na empresa. 
   Se você estiver interessado em participar, basta fazer o download do aplicativo Telegram no seu celular ou computador, acesse http:// www.shapiro.com.br/base e depois de participar do nosso grupo aguardar o link para assistir às aulas. 
   Pela minha experiência de vinte e cinco anos na orientação de líderes de todas as idades, você é um diamante bruto, você tem valor. Contudo, o seu valor atual pode ser multiplicado quanto mais e melhor lapidado você for. O que é esta lapidação? É o investimento em mais uma capacitação. É o conhecimento que você poderá adquirir e seu emprego na prática do dia a dia. Só assim se consegue valor profissional de fato. (FONTE: Texto de ABRAHAM SHAPIRO, Folha Empregos & Concursos, segunda-feira, 30 de setembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, coluna ABRAHAM SHAPIRO).

O TRÂNSITO E O INFERNO



   Texto publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA do dia 30 de setembro de 2019, coluna MUNDO VIVO, página 8, Folha Saúde 
   Moro em Londrina e venho notando que ultimamente o trânsito está cada vez mais caótico por aqui. Na região central, onde moro e trabalho, o número de acidentes aumentou muito. Não estou me baseando em nenhuma pesquisa, mas apenas nos acidentes que tenho visto. Além dos desastre, observo também o quanto os motoristas estão correndo em demasia pelas ruas, os pedestres estão cada vez mais tendo menos espaço; motos e bicicletas invadem as calçadas colocando idosos, crianças e todo o mundo em perigo. Isso me faz refletir sobre como estamos vivendo, pois o trânsito é reflexo do nosso mundo interno. 
   Sartre, filósofo existencialista francês, uma vez disse a famosa frase “O inferno são os outros”, e ela resume bem o que vem acontecendo mundo afora na sociedade e no trânsito, em especial. Quando estamos no trânsito nos deparamos com a existência do outro, independente de nós, o “não-eu”, e jogamos no outro tudo aquilo que nos irrita e aborrece. Aquele que é o não-eu (o outro) passa a ser considerado inimigo. Depositamos nossas angústias e frustrações nele. Assim, parece que o outro só existe para nos atrapalhar. Ficamos ofendidos em perceber que não existe só “o eu” no mundo, mas toda uma infinidade de outras pessoas que também têm necessidades e urgências que não as nossas. Quando nos deparamos com o outro precisamos da tolerância, que é artigo raro. 
   As pessoas se portam no trânsito como se só existissem elas, como se tudo elas pudessem fazer. Não há a menor tolerância para com a existência do outro. Quando o outro surge na frente desperta a violência. As justificativas é que estão com pressa ou que não podem perder tempo, mas, na verdade, isto mostra o quanto está difícil um tolerar o outro. Não é à toa que na internet há tantos comentários ofensivos sobre quem pensa diferente ou vê as coisas sobre um ponto de vista considerado errado. Tudo que é o não-eu é suportado. Mas atacado com violência extrema, porque sempre nos lembra que existe o outro, o diferente. 
   Todos acidentes e atropelamentos no trânsito refletem o quanto estamos nos trombando no contato com o outro no dia a dia. Nos trabalhos, nas famílias, nas escolas e faculdades, nos hospitais, está cada vez mais atípico encontrar diálogos e espaços para se compreender o que não se entende. Estão um atropelando o outro, criando toda uma gama de insatisfação em ter que lidar com a existência do outro. No espectro das ideologias política nem se fala. O que prevalece são as trombadas feias, com acidentados para tudo quanto é lado. 
   Viver com o outro, com o não-eu, é difícil mesmo e exige que cresçamos, que possamos aceitar que o outro existe e abandonarmos a tendência de jogar no externo tudo aquilo que nos irrita. Em outras palavras, precisamos aprender a nos responsabilizar pela própria vida, por tudo aquilo que nos incomoda sem botar a culpa no outro lá fora. Se isso pode ser aprendido, o trânsito pode ser apenas o trânsito e não mais palco para a encenação do quanto fazemos do outro e da vida um inferno. (FONTE: Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista em Londrina- mundovivo@folhadelondrina.com.br página 8, coluna MUNDO VIVO, segunda-feira, 30 de setembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

A VIDA COMO UMA OBRA DE ARTE



Transcrição de um texto publicado pelo jornal FOLHA DE LONDRINA, escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINNER, página 6, coluna Mundo Vivo 

Há paeeoas que transformam a sol numa simples mancha amarela. Mas há, também, aquelas fazem de um simples mancha amarela, o próprio Sol. (Pablo Picasso) 
   Picasso, com a frase acima, falava da arte, mas esta mesma citação também pode existir se houver criação. O verdadeiro artista está sempre inventando e reinventado e jamais se acomoda, pois squalquer comodismo mata a arte. Faz parte do trabalho artístico inovar e quebrar velhos conceitos e paradigmas para ajudar a nascer algo novo. A verdadeira arte não precisa razão para existir, ela simplesmente é e abre uma nova janela onde o humano pode se ver esse reconhecer. 
   Ao olharmos para a biografia e obras de Picasso podemos vislumbrar a visão de um gênio. Foi genial porque resolveu romper com tudo que lhe havia sido ensinado e usou seu conhecimento, suas experiências e talento para criar o inusitado. Sei envolvimento com a arte era tão intenso que o permitiu seguir adiante mesmo quando os comentários e críticas sobre o que fazia lhe eram desfavoráveis. O que lhe importava era fazer da própria mancha o próprio sol e não o contrário. Ele, propriamente, não temeu se comprometer com a própria vida e isso pode ser visto através da riqueza de seus trabalhos, que não deixam dúvidas de sua capacidade criativa. 
   Um artista que não cria está doente está á bloqueado. Já uma pessoa que não vive todas as suas potencialidades também está adoecida e bloqueada. A vida, nesses casos, vira uma mancha, sem maiores significados e sentidos. Não há brilho, mas apenas uma sobrevivência tediosa. Ficam como zumbis: andam, comem, mas não conseguem extrair prazer e realização do que fazem. 
   Quantas perdas não existiriam se artistas mundo afora não se permitissem expressar-se com todas as suas emoções e sentimentos? Quantos quadros não seriam pintados, quantas músicas não seriam compostas, quantos livros jamais seriam escritos? Seria uma perda imensa. Imagine agora quantas perdas não existem neste mundo quando as pessoas não se permitem viver verdadeiramente. Não sabemos que estamos perdendo e muitas pessoas sobrevivem sem nunca sonhar que poderiam viver de uma outra maneira. 
   Nem todos somos artistas inovadores e capazes de criar belas obras artísticas. No entanto, somos artistas de nós mesmos. Podemos e devemos criar e recriar nossas vidas quantas vezes forem necessárias para que possamos fazer delas nossas obras-primas. Quebrar velhos hábitos que nunca nos levarão a nada novo e só nos conduzirão ao mesmo caminho com os mesmos resultados e sofrimentos. É importante não se acomodar e usar das experiências de vida como matéria-prima para modelamos a obra que criaremos. Comprometimento consigo mesmo é vital para ser um verdadeiro artista de sua vida. Quando a vida não vai bem, quando ela está pesada e sem sentido é preciso criar um significado novo. Não deixar que a vida se transforme apenas numa mancha é um trabalho artístico o qual todos nós chamados a realizar constantemente.(FONTE: Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINNER, psicanalista em Londrina, mundovivo@jornaldelondrina.com.br página 6- Folha Saúde, coluna MUNDO VIVO, segunda-feira. 15 de setembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA)

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

SETEMBRO AMARELO: suicídio e saúde mental



Texto escrito por Sylvio do Amaral Schreiner, psicanalista em Londrina, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 09 de setembro de 2019

   Suicídio é sempre um tabu. Muitos não falam so bre ele como se assim pudessem afastar um mal que tira muitas vidas ao redor do mundo. Tabu significa algo que seja imoral, proibido, interditado e que deve ser afastado do pensamento. No entanto, transformar em tabu algo que acontece todos os dias só piora a situação. Deveríamos falar mais sobre suicídio, refletir mais sobre ele.
   Compreender o que não entendemos é sempre um bom caminho a tomar, pois assim afastamos o perigo do preconceito e das respostas prontas. O Brasil está entre os dez países em que há mais suicídio. Nos achamos um dos países mais alegres do mundo, mas com este dado vemos muitas coisas para as quais estamos fechando os olhos e, com isso, evitando encarar. 
   O suicídio deve ser pensado por toda a sociedade, em todas as camadas sociais e escolaridades. O Setembro Amarelo é uma campanha brasileira para a prevenção do suicídio e devemos usar este mês para abrir mais esse assunto tão doloroso. 
   Já é do conhecimento geral que o suicida não quer, na verdade, se matar, mas quer matar a dor que carrega dentro de si. Não vendo outras alternativas de lidar com a dor que sente, termina por atentar contra si próprio num desesperado ato. Este ato de auto violência atordoa a todos nós. Ficamos estarrecidos quando ouvimos que alguém tirou a própria vida. Os mais próximos ficam ainda mais machucados. Nos sentimos impotentes, mas talvez algo possa ser feito para que possamos diminuir esse mal tão silenciado entre as pessoas. 
   A saúde mental ainda é algo que não recebe toda consideração que merece. Sabemos fazer exercícios físicos, cuidar do corpo, entramos em dieta, podemos ganhar fama e dinheiro, mas tudo isso não faz com que alguém saiba lidar com a própria saúde mental. Uma pessoa pode estar organicamente saudável, economicamente segura, carreira estabilizada, família e amigos e mesmo assim pode estar sofrendo internamente. Pode estar carregando uma imensa dor e não sabe lidar com o que sente. 
   Infelizmente, a dor mental é desconsiderada e vista como frescura, coisa de gente que não tem nada o que fazer. Enquanto ess a mentalidade prevalecer vamos nos enfiando num buraco tenebroso. Precisamos, urgentemente nos conscientizar de que saúde mental é uma das coisas mais sérias do mundo. 
   Atentados agressivos, homens matando mulheres, violência nas ruas, corrupção, são mostras do quanto falta saúde mental nesse mundo. Pensar sobre ela é pensar como viver melhor. Viver um estado de saúde mental não implica que não haverá problemas e dificuldades. Eles existirão sempre, mas implica em lidar com as adversidades de uma forma mais eficiente, sem precisar adoecer ou até pgar com a própria vida. 
   Precisamos promover mais discussões e conhecimento sobre a saúde mental, seja na imprensa, nas escolas, nas empresas, nas famílias, etc. Precisamos começar a mudar como nos relacionamos conosco e com o mundo. Precisamos aprender a nos tratar adequadamente a fim de virarmos humanos. Um dos maiores atos de ebeldia que podemos exercer é nos manter sãos neste mundo contaminado pela insanidade. (FONTE: Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista em Londrina, FOLHA SAÚDE, coluna MUNDO VIVO, segunda-feira, 9 de setembro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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