terça-feira, 31 de outubro de 2017

DANÇAR FAZ BEM À CABEÇA



   A prática aprimora o equilíbrio e ajuda a afiar a cuca

   Aprender, memorizar e se equilibrar: o que essas habilidades têm em comum? Bem, todas estão relacionadas com o hipocampo, área do cérebro que pode ficar comprometida com o avançar da idade. Mas um estudo do Centro Alemão para Doenças Neurovegetativas revelou uma prática especialmente bem-vinda para essa região: a dança. Os pesquisadores compararam a atividade com treinos de resistência e flexibilidade. Aí perceberam que, principalmente em termo de equilíbrio, mexer o corpo ao ritmo da música é mais vantajoso. Isso porque as mudanças de movimento típicas do bailado aprimoraram essa função mais do que os exercícios clássicos. Fora que os mais velhos, precisavam se lembrar das coreografias – o que, de quebra, favorecia a memória. “Dançar melhora ainda a autoestima e o estado de espírito”, nota Cristiane Peixoto, educadora física especializada em envelhecimento da Cia Athletica, em São Paulo. 

   NÃO DEIXE O CÉREBRO PIFAR
   Alexandre Busse, geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, indica outras maneiras de zelar pela cabeça
. Fique longe do cigarro
. Não exagere no álcool
. Inclua azeite, peixe, castanhas e frutas na dieta. 
. Invista em atividades culturais – clubes de leitura, por exemplo, são uma boa. 
. Não deixe de socializar. Ouça e compartilhe experiências. 

   PARA BAILAR COM SEGURANÇA
   As aulas de dança são ótimas, mas, como qualquer atividade física, demandam cuidados. “Você pode se esforçar e ficar cansado, mas não deve sentir dor”, enfatiza Cristiane. É preciso respeitar os limites do corpo. Sempre! (FONTE: GIOVANA FELIX, página 16. ENVELHECER, revista SAÚDE É VITAL, Outubro de 2017, Editora Abril, SP).

NÚMERO DA VIOLÊNCIA NO BRASIL


   Sete pessoas foram assassinadas por hora no Brasil em 2016, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nessa segunda-feira (30). A pesquisa mostrou que as mortes violentas intencionais cresceram no país e atingiram o maior número já registrado. Os homicídios chegaram a 61.619 no ano passado, o que significa um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Níveis de países em guerra. Mais vítimas que a soma de muitos atentados terroristas. A taxa média nacional de mortes violentas atingiu 29,9 assassinatos por 100 mil habitantes e os três Estados com maiores taxas são do Nordeste: Sergipe (64), Rio Grande do Norte (56,9) e Alagoas (55,9). O fórum é uma organização representada por especialistas no tema violência e os dados são reunidos com base em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública dos estados. A organização também criou um critério de mortes violentas que inclui homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais. No Paraná, foram registrados no ano passado 25,9 assassinatos por 100 mil habitantes, enquanto em 2015 a taxa ficou em 25,4. Na Região Sul, o Rio Grande do Sul ficou na frente, com a taxa de 31,2 e Santa Catarina, em terceiro, com 15 mortes violentas por 100 mil habitantes. De uma maneira geral, esses crimes cresceram em todo o país, mostrando que a violência se espalhou e não é mais característica das grandes cidades ou de um determinado estado. Chama atenção o perfil padrão das vítimas. A maioria é homem (99,3%), jovem (82% tem entre 12 e 29 anos) e negro (76%). Informações que mostram como a juventude brasileira está vulnerável, refletindo também uma desigualdade histórica. As razões envolvem a queda no investimento em segurança pública e a falta de políticas sociais que ajudem a diminuir a desigualdade social. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 31 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O BRASILEIROS PERDEU A FÉ NOS POLÍTICOS


   O brasileiro está bastante descontente com o funcionamento da democracia, a ponto de uma pesquisa colocar o Brasil na lanterna dos países da América Latina quando se trata do sistema de governo em que a soberania é exercida pelo povo. A avaliação, chamada de Latinobarômetro, mede o humor dos latino-americanos quanto à política e é realizado desde 1995 por uma ONG chilena. Para a edição de 2017, foram pesquisados 18 países. Segundo o estudo, apenas 13% dos brasileiros consultados se declararam satisfeitos com o funcionamento da democracia, último posto no ranking. Atrás até dos 22% de satisfação na Venezuela, país considerado ditadura e que atravessa uma grande crise. Apesar do baixo índice, o relatório mostra que a insatisfação não é com a democracia como modelo de organização política, pois 82% dos brasileiros entrevistados a consideram como o melhor sistema de governo, porcentagem que, no conjunto da América Latina, sobe para 70%. O descontentamento é com o funcionamento do modelo. Segundo o estudo, fica claro que o povo não confia em seus governantes. Quando a pergunta é se o governo age para o bem de todos, apenas 3% dos brasileiros concordam, ficando novamente no último lugar da tabela. Na média da América Latina, 21% dizem que sim. Continuando os dados alarmantes: 97% dos brasileiros acham que se governa só para “grupos poderosos” , porcentagem bem superior aos 75% da média latino-americana. Quando, em vez de democracia, se mede o apoio ao governo, o resultado é igual ao de outras pesquisas já realizadas. Apenas 6% apoiam o presidente Michel Temer, um sexto da média latino-americana de 36%. Na Nicarágua, primeira colocada, o índice é de 67%, enquanto já na citada Venezuela, a aprovação é de 32%. A desconfiança se estende aos conterrâneos, pois só 7% dizem ter confiança na maioria dos demais brasileiros, de novo o último lugar na lista, longe dos chilenos, primeiros colocados, com 23%. Como outros relatórios já demonstraram, a corrupção é considerada o maior problema para a maioria dos brasileiros ouvidos na pesquisa (31%). Os governantes são vistos com desconfiança pelo povo e certamente a atual crise política contribuiu muito para agravar esse sentimento. Uma desconfiança que se justifica por todos os acontecimentos recentes que colocam grandes caciques da política brasileira no meio de escândalos e processos de investigação, incluindo o presidente da República. Mas, o importante é que, apesar do momento instável, o brasileiro não perdeu a fé na democracia como organização política. Se perdeu a esperança nos políticos, basta lembrar que 2018 é ano de eleição e uma boa chance para estabelecer a confiança em seus representantes. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br, página 2, segunda-feira, 30 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 29 de outubro de 2017

TERA-PIA (AOS DOMINGOS PELLEGRINI E BROMÉLIAS 9 NOTÍCIAS DA CHACARA0


   Poderia ser uma oração: creio em lavar a louça todo dia como terapia, a pia meu altar; grato pelo detergente desconhecido de minha avós, abençoado pela água encanada que elas só viram sair da torneira depois de muito puxar água de poço; e mais grato ainda pela lavação da louça me dar estes instantes de paz e confiança na família, para quem lavo esta louça, para a continuidade da Humanidade, mas epa , aí já estou me valorizando demais, a terapia virou egolatria. 
   Entretanto creio que o fogão e a pia são altares da comunhão familiar, um sujando e outro lavando todo dia a louça e sua companhia, a família orbitando em redor. A curiosidade nos levou a avançar pelos vales do mundo, mas só viramos gente mesmo quando tivemos louça para lavar, deixando a vida nômade. A vida nômade nos dava as frutas do vale seguinte mas custava mortos e feridos na na constante caminhada: e em redor das pias cresceriam as aldeias e cidades. 
   Quando abandonei a utopia socialista, costumava dizer que só conservava uma uto-pia: as louças se levando sozinhas... E sempre lavei louça feliz, cheio de motivação ancestral, militante da evolução com água e sabão, até que surge agora um novo desafio, a lavadoura de louça. Vem embalada em fortes argumentos: 
   - Você não pode se apegar à velha pia por temer tecnologia! Houve a evolução que aposentou o poço, de água, o sabão caseiro e tanta trabalheira e sofrimento! Menino você ainda viu privada em casinha no quintal e jornal cortado como papel higiênico, tem saudade? Então: evolua!
   Lembro do amigo com quem morei em São Paulo, e que tinha duas dúzias de pratos mesmo morando sozinho. Ao chegar não entendi porque, até ver que ele ia sujando louça e deixando na pia para lavar só no sábado, até o dia em que chegou, acendeu a luz e ratazanas passeavam pelas pilhas de prato. Ele se foi deste vale de lágrimas e louças, mas decerto hoje compraria uma lavadora. 
   Entretanto argumento que, como toda tecnologia, não é perfeita, é preciso limpar os detritos dos pratos antes de lavar – mas, sussurra o deus Tecno, para lavar na pia isso também é preciso. Então está resolvido, teremos lavadora – mas, prometo, pia você não será esquecida. De vez em quando voltaremos a nos ver como antes, ouvindo música e lavando pratos numa festa de espumas, como diz a Rita Lee, só pra viver saudade, pura tera-pia. A louça lavada e arrumada, me olhando do escorredor, a dizer oi, pode me guardar que amanhã estou de volta, viu?

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   Passei por bromélias grande parte da vida, dando a elas a atenção que um cachorro dá a um poste deitado. Mas um dia, vadeando um riacho, Dalva deu de apontar bromélias com paixão, suas discretas flores e espinhentas sutilezas. 
   Aí fui descobrir que o nome é homenagem ao botânico sueco Olof Bromelius, para as mais de mil espécies no planeta, vivendo em árvores e rochas, desde as mais miudinhas até as gigantes de dez metros de altura. São fontes de vida, como micro-habitat de insetos (inclusive o mosquito da dengue, por isso tiramos as nossas do relento e só aguamos suas raízes, não suas folhas em cone). São polinizadas por beija-flores, morcegos, borboletas, abelhas e besouros, ou seja apesar de espinhentas, tem uma intensa vida sexual...
   Neste tempo em que tanto se fala em exclusão, na chácara cultivamos o orgulhinho de cuidar de nossas bromélias com o mesmo carinho com que cuidamos das orquídeas. Como toda gente é gente, toda flor é flor. (FONTE; Crônica escrita pelo jornalista e escritor DOMINGOS PELLEGRINI, d.pellegrini@sercomtel.com.br página 3, caderno FOLHA 2, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, 28 e 29 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A PACIFICAÇÃO DO SURFE

   Usada pelos surfistas, a palavra ‘aloha’ significa ‘afeto, paz, misericórdia e compaixão’

   Peruanos e polinésios disputam a criação do surfe. A única certeza é que ele nasceu no Oceano Pacífico e, talvez por isso, eu me sinta tão pacificada quando vejo moças e rapazes deslizando sobre suas pranchas. Eu me senti assim na última quarta-feira quando Gabriel Medina venceu mais uma etapa em Peniche (Portugal) e agora segue rumo à final do Circuito Mundial (WCT), que deverá acontecer em dezembro. A estrela de Medina brilha. Não tenho palavras para descrever a sensação que ele causa quando entra e sai dos tubos marítimos como um campeão que torna possível o que para mim parece impossível: pegar ondas, entrar dentro delas e sair do outro lado como quem desce de uma escada rolante. 
   Medina ainda me tira o fôlego quando foz seus “aéreos”, manobras com a prancha a alguns metros de altura que me fazem pensar que ele levita como se fosse um mago. Na verdade, o surfe mais que um esporte, é arte, cinema, pintura que se materializa no corpo plástico de um homem em perfeita sincronia com o mar. 
   No país em que todos falam de futebol, o surfe ainda não merece a devida atenção, nem os canais fechados transmitiram o campeonato em Peniche, embora nosso Neymar das ondas estivesse lá para mostrar que o Brasil não é lugar de um único esporte. Vivi na telinha do celular campeões brasileiros como Medina, Adriano de Souza e Miguel Pupo levarem para os mares do mundo a bandeira do país que tem uma das maiores costas marítimas do planeta. Seus dribles acontecem dentro d’água, seus gols são líquidos e certos, feitos com as pranchas que aderem a seus pés como veículos do outro mundo. 
   Entre os polinésios, quem tinha a melhor prancha era o líder da tribo, sempre o mais habilidoso nas ondas, que ganhava também a prancha feita com a melhor árvore. Muitos séculos se passaram até a universalização do surfe que chegou à Califórnia no início do século 20 e fez a fama de pessoas que formaram a turma do “Waikiki”, dentre elas George Freeth e Duke Kahanamoku, considerados os primeiros “beah boys”. Antes disso, o surfe era conhecido no Havaí onde, desde o fim de 1700, os nativos o praticam com uma habilidade que irritou os missionários calvinistas britânicos que, a partir de 1882, chegaram à ilha para impor sua religião e oprimir os costumes nativos. A velha história da religião que censura qualquer sinal de liberdade. 
   Não existe nada mais livre que um surfista e suas ondas, um corpo que vem e vai numa prática de autocontrole físico, que é também controle mental, e isso basta como controle de uma espiritualidade que não está só nas igrejas, mas nos templos da natureza cujo maior exemplo é o mar. Penso que o surfe não é apenas um esporte dos homens, mas dos deuses que nos levam ao impossível. Então, aloha! Que significa simplesmente “oi” e “tchau”, mas que nas origens é a palavra usada como demonstração de “afeto, paz, misericórdia e compaixão”. Precisa dizer mais? (FONTE: Crônica escrita pela jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI, celia.musilli@gmail.com caderno FOLHA 2, página 2, coluna CÉLIA MUSILLI, 28 e 29 de outubro de 2017 publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).    

EMPREENDEDORISMO E SUPERAÇÃO


   “É preciso que a terra esteja ainda fértil”. A afirmação de um dos painelistas da 10ª edição do EncontrosFolha, realizado na última semana, resume o cenário ideal para que as micros e pequenas empresas (MPEs) aproveitem a retomada do crescimento econômico do País para superar a crise e voltar a crescer. 
   O evento que abordou o tema “Saúde Financeira” – Os Reflexos da Atual Conjuntura Econômica para os Pequenos e Médios Empresários Brasileiros” – destacou a necessidade de os empresários se prepararem para o novo cenário econômico ao mesmo tempo em que cobrou atenção às políticas públicas para que isso se concretize. 
   O quadro econômico favorável é composto entre outros aspectos, pela expectativa de que a taxa Selic fique em torno de 7% nos próximos três anos e que a inflação se mantenha na média de 3% no mesmo período. 
   Nesta fase de atenção à sobrevivência do negócio, destaca-se a governança familiar ou corporativa, que consiste em separar os interesses familiares da gestão empresarial para obter qualidade no processo decisório. Também não se pode esquecer o foco no planejamento estratégico baseado em recursos, o plano de negócio – que deve ser renovado a cada ano – e a excelência do atendimento ao cliente. 
   Para os especialistas presentes a esta edição do EncontrosFolha, inovar, investir e se atualizar são atitudes importantes para os empresários que desejam se fortalecer. Lembrando que durante períodos de crise cresce o chamado empreendedorismo por necessidade e diminui o empreendedorismo por oportunidade. Isso é muito comum quando a pessoa perde o emprego e investe sua verba rescisória em alguma ideia. 
   Na lista dos pontos favoráveis às MPEs que podem ser contemplados em políticas públicas, estão acesso ao crédito, desburocratização, tributação, associativismo empresarial, educação empreendedora e acesso à inovação. 
   A educação empreendedora em projetos nas escolas desde o ensino fundamental é um dos pilares para formar empresários capazes de planejar e concretizar negócios sustentáveis, mesmo em períodos de crise. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, 28 e 29 de outubro de 2017 publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 28 de outubro de 2017

MAMÃO PAPAIA E MAMÃO FORMOSA


   Você fica intrigado na hora de escolher o mamão, perguntando-se qual o melhor para a sua saúde? Pois deixe o sabor falar mais alto. “O valor nutricional de ambos é parecido”, garante a nutricionista Renata Guirau, do Oba Hortifruti, em São Paulo. Ela só lembra que o formosa, por ser maior, corre o risco de estragar na geladeira. “Por isso, o papaia deve ser uma boa escolha para quem mora sozinho ou não irá dividir a fruta”, indica. Outra saída é comprar o formosa já partido. “Se perceber que irá perder a fruta, congele a polpa e uso em vitaminas e sucos”, sugere Renata. Vale lembrar que uma característica célebre do alimento é botar o intestino para funcionar. “Além das fibras, o mamão tem papaína, que ajuda a aliviar a prisão de ventre”, explica a nutricionista. O combo está nas duas versões, já o licopeno, substância antioxidante ligada à prevenção de doenças do envelhecimento, marca mais presença no papaia. Mas, de novo, nada que justifique virar a cara para o formosa.
(FONTE: Página 10, COMPARE- por THAÍS MANARINI, revista
SAÚDE É VITAL, Outubro de 2017, Editora Abril- SP).

RESPOSTA VERDE


   Havia quase um mês que a chuva não nos dava os ares de sua graça.
    Foi festa!
   Festa no reino vegetal porque o solo, trincado e, por aqui e por ali, estava moído pó e achava-se sedento, ressentindo-se da falta de umidade. 
Festa para os agricultores que desejavam a chuva para que pudessem plantar suas sementes. 
   O solo, agora bem molhado, propiciando mais possibilidade de sucesso das lavouras vai definindo, também, o futuro da produção porque tornou-se ambiente propício para as sementes absorverem o líquido precioso e manterem-se hidratadas para, com isso, poderem iniciar seu processo germinativo e de desenvolvimento. 
   Ela, a tão desejada e benfazeja chuva, unificou o solo, propiciou a semeadura, deu novos tons às paisagens e trouxe, como efeito, a renovação das paisagens que transmutaram-se do bege/marrom/amarelado para as muitas tonalidades variantes da coloração verde. 
   De acordo com as especificações das cultivares plantadas, do ciclo vegetativo que requerem e das condições ambientais propícias, uma boa chuva pode levar à explosão da fertilidade. E isso foi o que aconteceu para a maioria do que foi semeado. Digo maioria porque houve lugares em que a chuva fez-se de rogada e não apareceu. 
   Não mais que dois dias desde que o solo recebeu a bênção das águas caídas dos céus e já apontavam, nele, alguns resquícios do verde nascente. Em resumo, o que foi plantado na maior parte do Estado estava vivo. 
   E seguiram ponteando, nas plantações, cá e acolá um e outros brotos. E a terra, que antes estava quase monocromática, foi revelando o campo plantado de vegetação que se agita ao crescer em ramas e se firma como planta nova, parte de um futuro, que se prevê, seja promissor. 
   Nas extensas dimensões das plantações a “face verde”, contente pela chuva que, correndo pelas veias do solo, alimentou a sede das diversas sementes as mais variadas que, no solo, foram aninhadas pelos agricultores. 
   Tudo se torna, então, anúncio de prosperidade nas colheitas que hão de vir daquela paisagem em que a chuva se imiscuiu e as distribuiu nos leitos terrivelmente secos e poeirentos. 
   Tremenda festa em verde, como também será certeza a alegria daqueles que plantaram e esperam a “resposta verde” do sucesso!. (FONTE: Crônica escrita por Marina Irene Beatriz Polonio, leitora da FOLHA, página 2, coluna DEDO DE PROSA, caderno FOLHA RURAL, 28 e 29 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

ÁLCOOL NA JUVENTUDE COMO PREVENIR O CONSUMO INDEVIDO?


   Você já deve ter ouvido que, em doses moderadas, o álcool pode ser até vantajoso. Ora, vários estudos comprovam que uma taça de vinho por dia faz bem ao coração. E uma boa parcela da população toma seu drinque no fim de semana sem riscos. O consumo inadequado, porém, é um grande problema de saúde pública – e motivo de preocupação entre os pais de adolescentes. 
   No Brasil, meninos e meninas começam a beber, em média, entre 10 e 13 anos. E o padrão de consumo mais frequente na adolescência é o binge, ou “beber até embriagar-se”, prática associada a comportamentos de risco, como dirigir alcoolizado e fazer sexo desprotegido, entre outros. Aos 17 anos, quase 40% dos estudantes brasileiros relatam já ter ficado bêbado alguma vez. Diante de dados tão preocupantes, como podemos mudar esse cenário? 
   Medidas restritivas não bastam. Até porque a lei existe e, mesmo que fosse bem fiscalizada, vivemos em um país onde falsificar o RG é algo recorrente. Os gestores políticos precisam, então, investir em políticas de prevenção, e os pais têm que estar mais atentos.
   Nos últimos dez anos tenho ajudado a desenvolver estratégias nesse sentido, buscando evidência do que funciona para adaptar à realidade local, sempre com uma pitada de inovação. No programa “Na Responsa”, aplicado em parceria com ONGs e escolas, são realizadas atividades com jovens em diversos locais do país. Práticas que funcionam são multiplicadas. Um exemplo é a “Balada sem álcool” evento idealizado em Heliópolis, na capital paulista, em que o jovem tem experiência de diversão intensa sem bebida alcoólica. O programa – que já inspirou o Movimento Pé no Chão, implantado nas 5.300 escolas públicas de São Paulo – aborda também temas como consciência e empoderamento, com conteúdo todo produzido de jovem para jovem. Além do trabalho com os adolescentes, desenvolvemos matérias educativas para os pais. Neles, há dicas como: 
. Incentive o diálogo, ouça o seu filho e fale sempre a verdade.
. Promova a autoestima: demonstre interesse pelos seus assuntos, valorize suas ações e ajude-os a superar frustrações.
. Tenha uma alimentação saudável em casa e estimule a prática de esportes. 
. Estabeleça regras claras: limites devem ser colocados e justificados. E as consequências caso não sejam respeitadas, também devem ser negociadas. 
. Lembre-se de sua influência nas escolhas dos jovens. Seja sempre o exemplo positivo. (FONTE:
Dra. BETINA GRAJCER, médica e coordenadora de projetos de prevenção realizados pela Agência Lynix, em São Paulo, página 74, COM A PALAVRA, revista SAÚDE É VITAL, revistasaúde.com.br, Outubro de 2017, Editora Abril, SP).

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

MUDANÇAS NA LEI MARIA DA PENHA GERAM POLÊMICAS

"Se houvesse uma vara exclusiva para atendimento contra a violência doméstica, o atendimento seria bem mais célere", destacou a juíza Zilda Romero"

   Alteração prevê que delegado poderão conceder medidas protetivas às vítimas de violência

   O atendimento às vítimas de violência doméstica foi alvo de discussão na Câmara e no Senado. O projeto de lei nº 7/2016, aprovado neste mês, aguarda posicionamento do presidente Michel Temer para sanção ou veto. Enquanto isso, representantes de entidades e de órgãos públicos que atuam diretamente no combate à violência contra a mulher divergem sobre as mudanças aprovadas no Congresso Nacional.
   A proposta autoriza delegados a concederem medidas protetivas em caso de risco à vítima ou aos dependentes. A intenção é agilizar a análise dos pedidos que hoje ficam sob a responsabilidade exclusiva da Justiça. Para o vice-presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná), Daniel Fagundes, a alteração na lei beneficia toda a sociedade, já que “protege com mais efetividade as vítimas de violência doméstica”. As medidas abrangem, entre outras ações, proibir a aproximação e o contato do agressor com a vítima. 
   Em defesa da proposta, Fagundes cita o caso de uma moradora da cidade da Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. Enquanto atuou como delegado na cidade, o vice-presidente da Adepol atendeu uma vítima de agressão que solicitou medida protetiva. “Eu não esperei as 48 horas. Reuni toda a documentação e enviei para o Fórum. Liguei para a juíza na época por entender que se tratava de um caso grave, mas até o caso chegar nas mãos da juíza, até o judiciário despachar, até deferir ou não a medida protetiva, até a decisão chegar para o Oficial da Justiça, até ele localizar e intimar o agressor... Isso tudo demora dias ou meses. Nesse caso, dois ou três dias depois, o agressor matou a vítima com 18 facadas em frente ao pai e à irmã dela. O agressor fez uma tocaia e, quando ela estava saindo, matou a ex-mulher por não aceitar a separação”, lamentou. 
   Fagundes alegou que a falta de delegacias especializadas para atender as vítimas de violência e a escassez de profissionais da Polícia Civil em todo o Estado não podem se tornar empecilho para a implantação da mudança. Segundo ele, quando a mulher perceber que o atendimento não foi realizado da forma adequada, poderá recorrer ao Ministério Público. O vice-presidente da associação lembra ainda que, mesmo com a concessão da medida protetiva pelos delegados, caberá s juízes a decisão final pela manutenção ou não da medida. “Não são poucas as mulheres que estão morrendo com uma folha de papel na mão e uma promessa de medida protetiva”, criticou;
   A representante da ONG MaisMarias, Maria Letícia Fagundes, também é favorável à proposta de alteração na Lei Maria da Penha. “Sob um ponto de vista muito objetivo, a medida protetiva sendo expedida imediatamente vai beneficiar essas mulheres. Quando a vítima não consegue essa medida, ela volta para casa e lá está o agressor”, destaca. A ONG atua desde 2010 no atendimento às mulheres e realiza trabalho de conscientização para combate à violência. 
   Maria Letícia trabalha como médica legista na capital paranaense e convive diariamente com histórias de agressão contadas pelas vítimas. “ A alteração na lei deve até diminuir os índices de feminicídios. O número real dos crimes nós ainda nem conhecemos”, considerou. 
   Muitas ONGs e associações nacionais são contrárias ao projeto. A própria Maria da Penha, que dá nome à Lei criada em 2006, teme que a alteração coloque “em risco a proposta que foi construída com o acúmulo das lutas dos movimentos de mulheres há mais de 40 anos”. A juíza da Vara Maria da Penha em Londrina, acredita que as delegacias não oferecem atendimento especializado para as vítimas de agressão. “Entendemos que a concessão de medidas protetivas é uma atribuição do juiz que analisa caso a caso. As delegacias não têm essa especialização na área para fazer essa avaliação”, afirmou. 
   Aproximadamente, 180 vítimas por mês têm pedidos de medida protetiva concedidos pela Justiça em Londrina. A juíza declara que as mulheres denunciam a agressão e deixa a delegacia já com o horário marcado para ir ao Fórum. Os atendimentos são feitos todas as sextas-feiras por meio de um projeto especializado. Em média, de 30 a 50 pessoas por semana participam de reunião com psicólogas, assistentes sociais e assessores que explicam como funcionam as medidas protetivas. “Quando a vítima está sofrendo algum risco iminente, a medida é deferida de imediato. As demais medidas demoram até cinco dias”, garantiu. 
   Conforme Romero, o Fórum Nacional de Juízes da Vara de Violência Doméstica e Familiar e a Coordenação Estadual de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) também são contrários às mudanças. “Como vai ficar o acesso da vítima ao Poder Judiciário? Quanto tempo isso vai demorar nas delegacias até chegar às mãos de um juiz?”, reforçou. Em vez de alterações na lei, ela afirma que deveria haver investimento em equipes capacitadas para atual junto às vítimas e também junto aos agressores. 
   Em nota, a ONU Mulheres afirma que “observa com preocupação o processo de revisão da Lei Maria da Penha”. Outras propostas de alteração ainda tramitam no Congresso Nacional. “Tais projetos de lei podem trazer avanços e retrocesso à aplicação da Lei Maria da Penha. “Se forem analisados de forma fragmentada e sem consulta pública, podem desconfigurar seu caráter integral, multidisciplinar e especializado e a sua efetividade no enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil”, ressalta. O documento é assinado pela representante da ONU Mulheres Brasil Nadine Gasman. Contrários e favoráveis aguardam o posicionamento do presidente Michel Temer. (Com Agência Brasil). (FONTE: VIVIANI COSTA- Reportagem Local, FOLHA GERAL, página 7, VULNERABILIDADE, sexta-feira, 27 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


   Mais de um milhão de processos referentes à violência doméstica contra a mulher tramitaram na Justiça do Brasil no ano passado. A informação faz parte de uma pesquisa que foi apresentada pela presidente do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, durante a 261ª Sessão Ordinária da instituição. Segundo o conselho, esse número corresponde, em média, a um processo para cada 100 mulheres brasileiras. Entre as informações contidas no levantamento estão quantidade de varas especializadas, número e perfil de profissionais que integram as equipes multidisciplinares, quantidade de inquéritos instaurados, de sentenças, assim como de medidas protetivas. Desse total, pelos menos 13,5 mil são referentes a casos de feminicídio (homicídio praticado contra a mulher em contexto marcado pela desigualdade de gênero). O estudo aponta ainda que, em 2016, foram abertos 290.423 inquéritos policiais sobre violência doméstica familiar contra a mulher na Justiça estadual do País. O dado é subestimado, uma vez que não inclui os números do TJRN (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte), que não forneceu as informações. No Paraná, foram registrados, no ano passado, 7.677 inquéritos policiais novos. Outros 16.591 inquéritos estão pendentes e 3.753 foram arquivados. Em entrevista à Folha, a juíza Zilda Romero, da 16ª Vara da Região Metropolitana de Londrina, conhecida como Vara Maria da Penha, o arquivamento do inquérito acontece muitas vezes, quando a vítima faz o boletim de ocorrência e não volta à delegacia. Outro motivo para o arquivamento é a alta demanda de trabalho frente ao número reduzido de servidores para atenderem as vítimas. Quem trabalha com mulheres que sofreram violência precisa de um preparo. Em Londrina, a Vara Maria da Penha não atende somente processo contra a mulher, o que pode se tornar um problema grave quando atrasa a determinação de medidas protetivas. A Lei Maria da Penha é tida como uma das legislações mais modernas do mundo no enfrentamento da violência doméstica e está em vigor desde 2007. É um marco legal importante, mas que para avançar precisa do suporte do Estado, aparelhando delegacias e Judiciário. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 27 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).   

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

UM GAME DE SUCESSO MUNDIAL, UMA SACADA LONDRINENSE


    Irmãos criam primeira plataforma competitiva para PlayerUnknown’s Battlegrounds, game fenômeno de 2017 que já arrebatou milhões de jogadores pelo mundo. 
   Numa ilha gigante de 64 quilômetros quadrados, 100 jogadores saltam de paraquedas com um único objetivo: sobreviver. Precisam de armas, roupas, equipamentos para defesa, entre outros suprimentos. A tensão está a cada movimento, todos são inimigos. Um vacilo e você está morto. Vai ter que esperar a próxima partida. 
   Este game de enredo simples – mas de uma imersão impressionante – se chama PlayerUnkonwn’s Battlergrounds, ou apenas PUBG, o grande fenômeno dos jogos online de 2017. Dia após dia, o game desenvolvido pela empresa sul-coreana Bluehole Studio bate recordes invejáveis: já ultrapassou a marca de 15 milhões de cópias vendidas e picos superiores a dois milhões de jogadores simultâneos ma Steam, maior plataforma de jogos par PCs. 
   E no meio deste “boom” mundial do PUBG, dois londrinenses tiveram uma sacada incrível. Os irmãos Carlos Augusto e Henrique Muramoto resolveram largar seus empregos de designer e programador, respectivamente, e desenvolver a primeira plataforma mundial para o game no cenário competitivo: a GAMERSPUBG. Um projeto audacioso que está em pleno vapor e tem tudo para ser lançado nos próximos meses. 
   Fanáticos por videogames desde pequenos – jogaram praticamente todos os consoles – Carlos e Henrique têm familiaridade no assunto. Na adolescência jogavam Counter Strike (CS) e quase foram para o cenário competitivo, mas a vida adulta “bateu na porta” e seguiram nas suas profissões. Mal sabiam que em poucos anos o eSport atingiria tais proporções. Nunca é tarde para recomeçar. “Há alguns meses, um amigo meu apresentou o PUBG e disse que ele ia estourar no mercado. Quando assisti uma stream, não me empolguei. Mesmo assim resolvi testar, comprei o jogo, fui pegando gosto e logo estava viciado”, relata Carlos. 
   Foi questão de tempo para surgir a ideia da plataforma competitiva, já comum em outros países online. No projeto criado pelos irmãos, o gamer joga diariamente através da plataforma e recebe pontos por isso, tudo gratuitamente. No final do mês, com esses pontos participa de competições e pode ganhar prêmios. “Diferentemente de outras plataformas, criamos um método que todos podem jogar de graça e concorrer a prêmios. Queremos trazer uma experiência completa aos jogadores. Além da plataforma em desenvolvimento, criamos um blog para o pessoal ficar antenado no mundo do PUBG, fazemos lives diariamente e ainda vamos lançar uma loja virtual com produtos do jogo”.

   PRÓXIMOS PASSOS 
   Neste momento, o Henrique trabalha na programação da plataforma. Eles estão na expectativa da Bluehole autorizar o quanto antes o andamento do projeto e liberar o servidor para integração dos dados. “Estamos numa fila de prioridades (da empresa) e eles disseram que na próxima oportunidade vão avaliar o que conseguimos até o momento. Isso pode acontecer logo nos primeiros meses”, explicam. 
   Se depender da comunidade brasileira que é apaixonado pelo game, logo teremos diversos jogadores imersos na criação dos irmãos Muramoto. A apresentação do projeto foi muito elogiada pela comunidade do game. Em pouco mais de 40 dias, são mais de 2,7 mil curtidas na página do Facebook e dezenas de pessoas assistindo as lives diariamente. O retorno financeiro dos irmãos virá através de patrocinadores e também venda de pontos, para aqueles gamers que não conseguem jogar com muita frequência. “Se a pessoa jogar de forma saudável ou desafios, vai conseguir a vaga para o torneio, mas se ela não tiver essa frequência por algum motivo, também pode comprar os pontos. 
   Para eles, o maior desafio até agora está sendo “sobreviver” com as economias até o próximo vingar, de fato. É a vida imitando os games. 
   Para quem quiser conhecer mais sobre o projeto, basta acessar o site gamerspubg.com.br 

   DE UM CASAMENTOS FRUSTRADO EM VARGINHA PARA O MUNDO

   Um irlandês de 41 anos que veio morar em Varginhas (MG) depois de ter se apaixonado por uma “bela brasileira”. O casamento não deu certo e, em meio a frustração amorosa e juntando dinheiro para voltar para casa, surgiu as primeiras ideias do game PlayersUnknown’s Battleground’s. Esta história – que lembra mais um roteiro de filme hollywoodiano – é de Brendan Greene, criador de PUBG. Conhecido na internet como “playerunknown”, ele esteve de volta ao País durante a Brasil Game Show (BGS), em São Paulo, agora famoso no cenário. Aliás, uma das novidades é que o jogo será lançado nos consoles: exclusivo para XboxOne. 
   A história fica mais impressionante porque Greene até então não tinha vínculo algum com a indústria de games. Web designer, gostava de jogos que tratavam de sobrevivência, mas dificilmente se empolgava com o jogo que era oferecido pelo mercado de “triple As”. Alguns jogos que curtia eram ArmA e HIZI, e foi neles que criou o “mod” Battle Royale, em que apenas um jogador sobrevive ao final da partida. A partir daí, muitos gamers emplacaram neste sistema de partida e PUBG começou a nascer gradativamente. 
   Hoje, já como diretor criativo da sul-coreana Bluehole, Greene não titubeia em dizer que sabia que faria sucesso. “Eu sempre soube que o “mod” Battle Royale seria popular. Na minha primeira entrevista na Bluehole, o diretor executivo me perguntou quantas cópias eu esperava vender, e eu disse ‘um milhão em um mês, facilmente’. Eu não queria parecer arrogante, mas sempre imaginei que seria um game popular”, disse ele , em entrevista ao site da Rolling Stone norte-americana. Sem dúvida, acertou em cheio. (V.L). (FONTE VICTOR LOPES- Reportagem Local, FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, MERCADO DIGITAL, folhainfor@folhadelondrina.com.br página 4, quinta-feira, 26 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

LER E NÃO COMPREENDER

Mais da metade das crianças que estão no 3º ano do ensino fundamental da rede pública não apresenta nível de leitura e matemática suficientes. A constatação vem de uma pesquisa, a ANA ( Avaliação Nacional de Alfabetização), realizada com 2 milhões de crianças – a maioria com 8 anos – em novembro de 2016. Em escrita, mais de um terço dos alunos estão defasados. A prévia dos resultados da pesquisa foi divulgada quarta-feira (25) pelo MEC (Ministério da Educação). A prova avalia conhecimentos em leitura, escrita e matemática. O estudo apontou uma estagnação em leitura, quando comparados com o ano de 2014. Se em 2016, 55% dos alunos estavam em níveis insuficientes de leitura, em 2014, era de 56%. Em matemática, passou de 57% para 54% o percentual de crianças com desempenho inadequado. Segunda a escala de prova em leitura, mas da metade dos alunos não teriam a competência de localizar uma informação explícita, situada no meio ou no final do texto, em gêneros como lenda e cantiga folclórica. O MEC divide os resultados de desempenho dos alunos em leitura em quatro níveis: (elementar, básico, adequado e desejável), sendo os dois primeiros considerados pelo MEC como insuficientes e os dois últimos, suficientes. O melhor patamar “desejável” foi alcançado somente por 13% dos alunos, índice um pouco melhor do que em 2014, de 11%. É claro que essa média nacional não reflete as desigualdades regionais. Mais de um terço dos alunos do Norte e Nordeste, por exemplo, ficaram posicionados no nível considerado elementar. Na região sul, são 12%. Somente oito Estados têm menos da metade dos alunos em níveis insuficientes. É com preocupação que a sociedade deve receber as conclusões da avaliação do MEC, levando em consideração a importância da leitura para o desenvolvimento das crianças. Aquelas que leem têm um conhecimento melhor do mundo e do ambiente em que vivem e conseguem melhor desempenho nas outras disciplinas estudadas na escola. Ler é uma habilidade que fará a diferença para melhor em toda a vida do cidadão e um hábito que deve ser incentivado pelas famílias e escolas. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira. 26 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

SUS LANÇA SISTEMA DE CONTROLE DE MEDICAMENTOS

   
   Brasília – Estados e municípios terão 90 dias para informar dados sobre todos os medicamentos adquiridos, armazenados e distribuídos no SUS (Sistema Único de Saúde). Os dados devem fazer parte de um novo sistema lançado nesta terça (24) para tentar aumentar o controle da compra, estoques e ofertas de medicamentos na rede pública. Caso isso não ocorra, o Ministério da Saúde irá suspender temporariamente o envio de verbas federais destinadas à assistência farmacêutica nestes locais. 
   Nos últimos anos, auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União) e de outros órgãos de controle já haviam constatado falhas no monitoramento da assistência farmacêutica no País. Relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), concluído em abril, mostrou que 11 estados e o Distrito Federal jogaram fora remédios de alto custo adquiridos em 2014 e 2015 com verbas do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, programa do Ministério da Saúde. As causas foram prazo de validade vencida e armazenagem incorreta. O valor do desperdício foi calculado em ao mesmo R$ 16 milhões. 
   A criação de um sistema integrado e o prazo para o envio das informações já acordadas entre representantes de governo federal, Estados e municípios no início deste ano. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, atribuiu a medida à necessidade de organizar o sistema. A ideia é que, com o monitoramento, medicamentos próximos ao vencimentos e sem previsão de uso possam ser direcionados a outros Estados com baixos estoques. 
   Um projeto-piloto feito em quatro estados mostrou que, em média, 30% dos medicamentos, a maioria próxima do vencimento, poderiam ser remanejados de um Estado para o outro – o que evitaria o desperdício. Hoje, apenas 15 estados utilizam o sistema Hórus, usado para controle de remédios de alto custo, e que agora deve ser integrado à nova base de dados. Os demais, que respondem por cerca de 80% dos dados de medicamentos, utilizavam planilhas, por exemplo. 
   PREÇO 
   Segundo o diretor assistente de assistência farmacêutica do ministério, Renato Alves Teixeira de Lima, a pasta também estuda, em conjunto com equipes da USP (Universidade de São Paulo), criar alertas sobre o preço dos medicamentos – o que pode trazer dados sobre possíveis irregularidades na compra desses produtos. A Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) já aplicou mais de R4 67 milhões de multas a laboratórios e distribuidoras por oferta e venda de medicamentos ao SUS acima do preço máximo permitido. “Esse sistema vai nos proporcionar informações de todos os medicamentos dentro da Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). Teremos informações de prazos de validade e compras, e os casos que estiverem acima do preço serão investigados e apuradas as devidas responsabilidades. (FONTE: NATALIA CANCIAN- Folhapress, página 8, FOLHA GERAL, quarta-feira, 25 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

QUANDO O NATAL CHEGAR


   Já há alguns anos, o Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) vem apontando a ocorrência de um fenômeno, a interiorização da riqueza e dos postos de trabalho. A última divulgação do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), nesta semana, comprova essa tendência. Indústrias e seus respectivos empregos estão deixando a Região Metropolitana de Curitiba em direção aos principais municípios do interior. Segundo os números do Caged, é o que aconteceu, por exemplo, em Pato Branco, Maringá e Cascavel. . Impulsionados principalmente pela indústria alimentícia os três municípios apresentaram saldos positivos de 2.105, 2.033 e 1.546 empregos no ano. No mês de setembro, as cidades que geraram mais vagas de emprego foram Pato Branco, São José dos Pinhais e Ponta Grossa. É a contratação com carteira assinada dando sinais de que há luz no fim do túnel. Mas na contramão está Londrina, com saldo negativo de empregos no mês de setembro. Segundo o Caged, foram contratados 5.278 e 5.425 londrinenses – fechamento de 147 vagas. O saldo do ano, de janeiro a setembro, também é negativo, com 51.652 admissões 52.463 desligamentos, o que equivale ao fechamento de 811 postos de trabalho. A vocação econômica de Londrina explica a situação. Os setores de comércio e serviços têm maior participação na economia local e são áreas que demoram mais tempo a se recuperar de uma crise. Enquanto localidades com parque industrial fortalecido veem uma recuperação mais rápida. A esperança é que para Londrina, a virada começe com as contratações do comércio para o mês de dezembro, de olho nas vendas de Natal. Diante da retomada da economia, muita gente está confiante numa boa recuperação do comércio e com a expectativa de oportunidades de emprego em 2018. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 25 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 24 de outubro de 2017

VOLTA DA CAMPANHA SEM FOME É UM ALERTA


   Dez anos após a última edição do Natal Sem Fome, a ONG Ação da Cidadania retomou a campanha criada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1993. Os voluntários da ONG, em todo o país, começam a arrecadar alimentos que serão distribuídos, em dezembro, para famílias carentes. A campanha havia sido encerrada em 2007, quando o Brasil saiu do mapa da pobreza. Hoje, diante do cenário de desemprego, ela é retomada até mesmo como uma forma simbólica, pois liga o sinal de alerta e chama a atenção para a situação difícil de muitas pessoas que hoje sobrevivem contando com a solidariedade. A ONU (Organização das Nações Unidas) já havia feito um alerta no mês passado. Após um declínio constante por mais de uma década, a fome voltou a crescer no mundo, como consequência de conflitos e mudanças climáticas. Com dados de 2016, a organização mostrou que a fome afetou 815 milhões de pessoas ou 11% da população global. Os dados fazem parte de um documento sobre segurança alimentar, lançado anualmente pela organização. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, são 7 milhões de pessoas nessa situação. Na edição da última segunda-feira (23),a FOLHA ouviu famílias de Londrina que viviam abaixo do limite econômico. No município, 17 são 17 mil famílias cadastradas no programa Bolsa Família, que beneficia aqueles que têm renda per capita de até R$ 85,00, enquanto que no Paraná são 354.814 famílias cadastradas no programa do governo federal. Se a ONU tem como meta erradicar a fome no mundo até 2030, é preocupante ver que os números indicando que estamos andando para trás. A solidariedade é importante, mas é preciso projetos que considerem as múltiplas razões para a pobreza extrema, como a desigualdade de renda. (FONTE: OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 24 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

SAÚDE 4PACIENTE.0 E A RELAÇÃO MÉDICO/


   Especialista fala sobre o acesso à população e de que forma os profissionais estão acompanhando as transformações tecnológicas

   Os algoritmos e a saúde podem e estão caminhando juntos tanto na precisão de diagnósticos e procedimentos médicos, quanto na gestão de recursos, pessoas e todo o mercado. O desafio, porém, está na outra ponta dessa revolução, a da sociedade que, a opinião de profissionais que acompanham essas transformações precisa descobrir novas formas de lidar com o mundo novo que está aí. 
   “Precisamos parar de fazer as mesmas perguntas, já que as demandas e soluções disponíveis para esses novos tempos são diferentes e, claro, as respostas que buscamos também. Vivemos em um mundo novo em termos demográficos, epidemiológicos e tecnológicos, no qual tudo precisa ser repensado e reconstruído, inclusive, as bases da relação médico/paciente”, aponta o médico e professor assistente da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) Gonzalo Vecina Neto, que esteve recentemente em Londrina, onde falou para uma plateia de profissionais da área sobre o “Perspectivas do médico na saúde 4.0”.
   “As transformações tecnológicas que já são realidade e as que estão por vir trazem novas possibilidades de tratamentos para doenças até então incuráveis e muita precisão tanto do ponto de vista dos diagnósticos até manobras cirúrgicas. Mas como se dará o acesso à população ou de que forma os profissionais estão acompanhando isso são temas para tratarmos daqui para frente. Na esteira de cada solução nova vêm novos desafios, inclusive relacionados ao custo, já que há várias pesquisas bem-sucedidas só que para doenças tão raras que sem escalas são invalidadas pelo alto custo”, constata o ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que veio à convite da Unimed. 
   Para os profissionais de saúde de todas as idades e especialidades, ele recomenda uma postura aberta a “fazer coisas diferentes”. Assim como os demais setores da sociedade, a Medicina está mudando radicalmente com o advento de tanta tecnologia que evolui mais rapidamente do que nossa capacidade de absorver e utilizar. Por isso esses novos temos exige que busquemos soluções diferentes, primeiro para que a sociedade consiga usufruir de toda essa evolução e também porque tanto o paciente quando o médico tendem a travar uma relação diferente, no qual ambos cheguem a um acordo; há uma construção de que modo se dará esse tratamento.”
   Na visão do médico, esse é o caminho para se preservar aspectos fundamentais do exercício da Medicina como a confiança necessária na relação. “O paciente empoderado vem com uma série de conhecimentos, alguns pertinentes outros falaciosos que também se multiplicam na internet. Por isso que é fundamental aos médicos entenderem esse contexto e não agirem de forma unilateral, querendo impor um tratamento. A palavra de ordem desse processo é cocriação/ coconstrução de tratamento visando saúde e bem estar”, ressalta. 
   No entendimento de Vecina Neto, é preciso aumentar a capacidade de enxergar todas essas transformações. “Não vamos parar de evoluir na capacidade de processamento de dados eletrônicos, o que nos confere um poder incrível de intervir no corpo humano com o auxílio de inteligência artificial”, observa. “Hoje, os cientistas, por meio de uma técnica chamada de clustered, conseguem alterar a genética dos ratos manipulando o RNA dos vírus e introduzindo no corpo dos animais. Vencidas barreiras éticas, isso chegará aos seres humanos e em uma velocidade surpreendentes como muitas coisas que surgiram nos últimos dez anos. Para tudo isso, assim como nas demais áreas do conhecimento humano, faz-se necessária reconstruir a forma de fazer Medicina. 

ROBÔ LAURA

   Um dos exemplos de saúde 4.0, que em 2016 passou a ser utilizado pelo Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba e, atualmente, dezenas de hospitais no país usufruem da solução, alcançando 2,5 milhões de pessoas, é o Robô Laura, desenvolvido pelo analista de sistemas Jacson Fressato, 38. Ele se debruçou no projeto após perder sua filha Laura com apenas 18 diasde vida, por conta de septicemia (infecção bacteriana grave no sangue). O robô utiliza tecnologia cognitiva para salvar vidas, a partir de um software que consegue aprender analisando e até conversando com áreas operacionais de hospitais, embora possa ser adaptado para ambientes de manutenção e serviços industriais, por exemplo. 
   Com o robô, a gestão de risco se torna mais eficiente a ponto de reduzir em 5% o índice de mortes em hospitais. “Nosso modelo de negócios visa usar a tecnologia de modo tão eficiente a ponto de salvar vidas, mas o robô é perfeitamente adaptável a outros setores que demandam de gestão de risco, daí a sustentabilidade do nosso projeto que, para hospitais filantrópicos, trabalhamos com valores bem diferentes dos orçamentos para hospitais particulares visando garantir o acesso. A meta é que até 2020 o número de mortes por septicemia no Brasil caia em 5%, comenta. Estima-se que 250 mil pessoas morram no país, anualmente, por conta dessa infecção. 

   DUAS DÉCADAS APRIMORANDO A GESTÃO 

   Em Londrina, há 20 anos a empresa Solus Saúde trabalha na missão de agregar à gestão de operadoras de planos de saúde a tecnologia disponível para melhorar processos administrativos de todas as vidas atingidas, seja dos prestadores de serviços, médicos cooperados ou usuário dos planos. A solução segue os padrões da ANS(Agência Nacional de Saúde Suplementar) e integra todos os dados contábeis e administrativos mais as atualizações das regras auditadas pela agência, a uma base de dados (plataforma), o que simplifica a visualização de todas as áreas a partir de uma arrojada arquitetura de informação. 
   “Hoje é difícil imaginar a loucura que era para uma grande operadora administrar o quanto iria pagar aos médicos em determinada data, já que o sistema não dava esse extrato em tempo real, como a nossa solução oferece. Foi e é uma grande revolução que agregar valor ao serviço como um todo”, avalia o gestor comercial da Solus Saúde, Fernando Zanetti, ressaltando que mesmo em tempos de crise a empresa tem crescido. Atualmente, conta com uma carteira de clientes formada por 150 empresas, distribuídas em 23 estados. (M.M).(FONTE: MAGALEA MAZIOTTI – Reportagem Local, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 23 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

TETRAPLÉGICO AJUDA A DESENVOLVER PROGRAMA


Rio – Em segundos, o biólogo Ricardo Gonzales, 35, abre o navegador de internet, acessa o e-mail, cria uma janela, escreve assunto e corpo do texto e envia a mensagem. Tudo isso, sem mover um dedo. Tetraplégico desde os 15 anos, ele usa um programa que comanda todo o computador pela voz. A maior novidade do Xulia (anacrônico do galego Xestión Unificada da Linguaxe com Intelixencia Articial) é a possibilidade de ditar textos em português, com uso do sistema do Google. Antes, em programas similares, era preciso soletrar tudo em alfabeto aeronáutico ( em que o “a” é “alfa” , o “b” é “bravo”, por exemplo. 
   O programa foi desenhado para dar autonomia às pessoas que usam o computador com a voz”, diz Gonzales, que perdeu os movimentos após sofrer uma lesão na medula em um acidente de carro, em 1997. Ele ajudou a desenvolver o programa com o primo Antonio Losada, programador da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha. 
   O programa, gratuito e com código aberto, tem mais de 140 comandos. O Xulia permite navegar pelo navegador Windows, personalizar ações específicas dentro de um programa e, com a ajuda de outro aplicativo integrado, mexer o cursor do mouse com o movimento da cabeça. 
   O usuário pode criar, modificar ou excluir comandos. No Word, por exemplo, é possível formatar o texto, percorrer o cursor por entre palavras, avançar páginas e, agora, também ditar em português. Os comandos de voz ainda conectam o computador ao celular, fazem chamadas e acessam aplicativos. 
   A ideia surgiu há dois anos. Em uma visita à Galícia, Gonzales conheceu Losada, que ficou curioso para saber como o primo lidava com o computador. O brasileiro utilizou o Motrix, lançado em 2002 pel UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Hoje obsoleto, o programa conta com cerca de 40 comandos e não há possibilidade de ditado em português. 
   Com o Xulia, Gonzales escreveu sozinho seu projeto de mestrado. “Antes eu apelava para outras pessoas para digitar o texto” diz ele, que em 2006, se formou em Biologia pela Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense), em um consórcio de universidades públicas a distância. 
   “Imagina escreve um texto, bater papo assim”, diz Carlos Eduardo Fraga, 44, após demonstrar o uso do alfabeto de aviador, que vai do alfa (a) ao Zulu (z). Com o Xulia, a conversa agora acompanha o ritmo da própria fala. “Meus amigos até comentaram que eu estou mais presente nas redes sociais”, diz. Ex-representante comercial, Fraga ficou tetraplégico ao ser atingido por um veículo no Révellion de 1991, enquanto dormia dentro de um carro estacionado. 
   O software está disponível no site da ONG Instituto Novo Ser (novoser.org.br). (FONTE: LUÍS COSTA – Folhapress, página 10, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 23 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

TRATAMENTO EXPERIMENTAL CONTRA OBESIDADE


   Estudo mostra que nova terapia pode oferecer uma alternativa à cirurgia bariátrica.

   Washington – Um novo tratamento experimental que reduziu de maneira significativa o peso, a taxa de insulina e os níveis de colesterol ruim em ratos e primatas obesos foi divulgado recentemente na revista Science Translational Medicine. Esta nova terapia poderia oferecer uma alternativa à cirurgia bariátrica para tratar obesidade humana, cuja taxa triplicou no mundo desde 1975, avaliaram cientistas da sociedade de biotecnologia Amgen. 
   Os pesquisadores comprovaram que os roedores e os humanos obesos tinham uma concentração sanguínea elevada de uma proteína chamada GDF15, em comparação com um grupo de controle de peso normal, explicou Yumei Xiong, do serviço de transtornos cardiometabólicos da Amgen, que realizou o estudo. 
   Com esta molécula os cientistas criaram o tratamento “GDF15”, que reduz o peso, o apetite e o açúcar em animais de laboratório. Este tratamento, que consiste em um coquetel de proteínas, foi eficaz para que os ratos e macacos obesos perdessem peso, consideraram os pesquisadores. 
   Também apontaram que essas proteínas alteraram as preferências alimentares dos ratos para que selecionem alimentos menos ricos em calorias quando escolherem entre diferentes tipos de comida. 
   Os autores do trabalho determinaram que o tratamento experimental ativou um grupo de células nervosas entre os intestinos e o cérebro. Eles também ressaltaram que são necessárias mais pesquisas para identificar o receptor celular dessas proteínas, a fim de obter um potencial tratamento terapêutico com aplicações clínicas. 
   A cirurgia gástrica, que consiste em reduzir o volume do estômago, é a intervenção mais eficaz para tratar a obesidade de forma duradoura. Embora o procedimento permita a perda significativa de peso, ele é invasivo, complexo e deixa no paciente efeitos secundários permanentes, explicaram os pesquisadores. Portanto, é preciso desenvolver os tratamentos farmacológicos seguros e efetivos e prevenir também que se possa administrar de forma duradoura, explicaram.(FONTE: France press, página 10, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 23 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O CUSTO DA CORRUPÇÃO


   Desde que a Operação Lava Jato foi deflagrada, em março de 2014, muito se tem falado sobre o custo da corrupção. É difícil conseguir dados certos sobre a quantia de dinheiro público desviado para o bolso de criminosos.         Segundo a Organização das Nações Unidas, o custo anual desse crime chega a R$ 2.6 trilhões. No Brasil, um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo calculou que até 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto) são perdidos todos os anos com práticas corruptas. 
   No ano passado, o PIB brasileiro chegou a R$ 6 trilhões. Uma ideia do custo da corrupção foi apresentada na semana passada pela força-tarefa da Operação Lava Jato, ao descobrir que um contrato da Petrobras com a Odebrecht praticamente triplicou de valor. 
   O aumento significativo no preço da obra veio por meio de aditivos firmados por ex-gerentes de áreas estratégicas da estatal com a empreiteira. E esse é apenas um de quatro contratos que são alvos de investigação recente sobre pagamentos de vantagens indevidas a quatro executivos da Petrobras pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht (departamento de propina da empresa).
   A força-tarefa acredita que o montante do valor desviado nesses acordos chega a R$ 95 milhões. O detalhe é que além de custarem mais, as obras ainda tiveram atrasos consideráveis na entrega. 
   É consenso que a corrupção atrapalha o desenvolvimento de um país e bem-estar da população. Se não existisse o custo da corrupção, é fácil imaginar quanto o governo poderia aplicar mais em escolas, casas e hospitais. 
   Seria ingenuidade pensar que o dinheiro desviado na Operação Lava Jato, por exemplo, será devolvido aos cofres públicos. Mas é importante que a quantia recuperada volte para o seu verdadeiro dono, o povo. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 23 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 22 de outubro de 2017

CAFÉ COMPLETO (QUATRO MOSQUETEIRAS ( NOTÍCIAS DA CHÁCARA)


   Venha, meu bem, para nosso café da manhã. Desfrute da eletricidade, ela preserva na geladeira a manteiga que, mesmo assim endurecida, derrete no pão esquentado pela tostadeira. O leite e o queijo também vieram das vacas – e das pessoas que levantam cedinho para a ordenha. 
   Também cedinho levantou o cafeicultor que capinou, cuidou dos cafeeiros e adubou, colheu com cuidado, secou com capricho, par alguém transportar, alguém torrar e moer, alguém embalar e vender, tantas mãos servindo teu café. Adoce com mel, obras de abelha que coletaram néctar por vales inteiros, trabalhadoras sem férias nem salário – mas não faltam ao trabalho e, quando o apicultor lhes sequestra seu tesouro, voltam a trabalhar como a dizer que, enquanto houver flores, se depender delas haverá mel. 
   E aí eis teu pão. Ele vem lá do primeiro sujeito que há milênios mascou grãozinhos de espiga de certo matinho e, gostou, colheu, bateu, juntou um punhado e moeu triturando em pedras, melhor que mascar estragando os dentes. Comeu e esqueceu um pouco ali; aí choveu, formou-se uma massa que, quando a fogueira voltou esquentando a pedra, virou algo que alguém pegou, mordiscou e... gostou mais ainda! Então os grãos foram plantados, a pedra virou moinho, e depois de milênios de toda uma História da Panificação, aí está teu pão. 
   Depois de tudo, tome o suco, que também tem Pré-História. As laranjas eram de laranjeiras plantadas nos cafezais, cheias de sementes e aroma e sabor, e o pessoal no cafezal, depois de comer a marmita do almoço, chupava as laranjas comendo o bagaço, rústica sobremesa. Quando se mudaram para a cidade, inventou-se o suco, já com laranjas sem sementes e pouco aroma e sabor, mas sempre descendentes daquelas laranjas de nossos antepassados. Então tome teu suco, ele também passou por muita gente até aqui. 
   A toalha igualmente passou por muitas mãos, como a mesa por muitos foi montada desde a floresta até à marcenaria. Teu café da manhã foi feito por uma multidão. Vamos portanto baixar a cabeça, um minutinho só, e dedicar a eles esses sabores, estas vitaminas e proteínas e esse dia bem nutrido pela frente. Sem desânimo nem descrença, meu bem, não podemos trair tanta confiança como não devemos alimentar dúvidas: viver vale a pena, viver bem é missão e servir é nosso melhor destino. Quer mais mel? 

   QUATRO MOSQUETEIRAS

    Elas estavam penduradas na janela duma casa, como se posando à espera da foto. Não são escuramente severas como seu avô, o tradicional guarda-chuva negro, não, elas têm cores como a dizer que são femininas e alegres sombrinhas. Estão lado a lado companheiras, dispostas como um time e com simetria, as coloridas nas alas, no meio a corintiana e a pintadinha, em artística pose. 
   Há cem anos, em Paris, Marcel Duchamp, apresentou como escultura um urinol, do jeitinho como foi comprado, apenas lhe dando o título de A Fonte inaugurando que se chamaria de “arte pronta” (ready made) e com isso fez histórias nas até então chamadas artes plásticas. Inaugurava também a ideia de qualquer coisa poder ser chamada de arte, decorrendo disso que artista passou a ser quem assim se acha e pratica com bem quiser. Desconfio portanto que as quatro mosqueteiras da foto faziam bonito em qualquer exposição de artes, hoje, digamos, práticas. (Crônicas do jornalista e escritor DOMINGOS PELLEGRINI, d.pellegrini@sercomtel.com.br, caderno FOLHA 2, página 3, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, 21 e 22 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 21 de outubro de 2017

A VOLTA DO SAMURAI


   Um samurai voltou à FOLHA no último fim de semana, veio com a espada em punho, com a navalha cortante de suas palavras reverberando em nossos ouvidos. Sua última visita, com suas próprias palavras, tinha acontecido em 1939, ano de sua morte, o mesmo em que publicou no jornal seus últimos ensaios e crônicas, batizado por ele de “textos-ninja”: rápidos e certeiros. Esses textos foram agora publicados em livro, “A Hora da Lâmina”, editado por Felipe Melhado, que também fez o prefácio. O livro foi caprichosamente produzido, de forma artesanal, pela equipe da Vila Cultural Grafatório, em Londrina. 
   O samurai de quem estou falando é Paulo Leminski, a lenda que andou entre nós, poetas e jornalistas do anos 80, enfiados em lançamentos de livros em bares, quando o escritor, três doses acima da humanidade – porque duas já eram sua condição natural – tratava de literatura com desenvoltura e “falava em línguas” (ele era poliglota) sem a disposição religiosa de falar pelo Espírito Santo. Mas havia um espírito livre nele que argumentava, gesticulava e envolvia todos os que estivessem à sua volta. 
   Pois é, tive o prazer de estar com Leminski algumas vezes, beber com ele, hospedá-lo num pequeno apartamento onde ficou com a família numa de suas visitas a Londrina, observando sem saber de quem era o imóvel, que “aquilo devia ser casa de mulher”, pelo cuidado na arrumação, alguns quadros e um pequeno abajur estrategicamente colocado na sala. 
   De lá pra cá, passaram-se muitos anos, na verdade décadas, e ver de novo o samurai nas páginas da FOLHA me deixou emocionada desde o momento em que editei a excelente matéria de Marcos Losnak, que disse o que é essencial para se compreender a importância dessa reunião de seus últimos textos num livro. 
   No prefácio de Felipe Machado há coisas importantes que ecoam nestes tempos obscuros, quando o corpo volta a ser fustigado por um moralismo do qual achávamos que já estivéssemos livres desde os anos 60, quando a turma coletivamente associava o corpo nu à paz e ao amor. Estou convencida de que é essa mesma a mensagem de corpos desnudos ou vestidos de forma inusitada como um samurai no ocidente, no século 20, ou como um homem sem camisa, com uma flor na orelha, ou que ainda deixou-se fotografar de cuecas para uma reportagem da FOLHA, como fez Leminski. 
   Os mitos da cultura normalmente são incensados a partir de sua morte, mas Leminski morreu com todos já conscientes de sua relevância. No entanto, não custa lembrar que no momento em que um jornal acolhe artistas literários, poetas loucos, autores alcoólotras e bailarinos que dançam nus, nem tudo são elogios. A liberdade geralmente é bem aceita depois da morte, quando toda transgressão é vista como uma irreverência necessária. Mas tenho a sorte de trabalhar num jornal no qual, historicamente, a liberdade é aceita e qualificada em vida, quando os artistas ainda estão por aqui, mostrando ao mundo que “Corpo não mente”, por acaso, título de um dos ensaios de Leminski que, no prefácio de Melhado, é retomado com uma visada sobre as teorias de Guartari e Deleuze que, por sua vez, retomam o conceito de “corpo sem órgãos” de Antonin Artaud.
   E o que seria o “corpo sem órgãos”? Ah! Trata-se do corpo desburocratizado, do corpo que não obedece a regras impostas por uma sociedade que nos quer como máquinas, na qual só podemos ligar a TV e todos os controles remotos dos quais somos uma extensão produtiva. O oposto disso é a liberdade do corpo não institucionalizado, do corpo livre e - por que não? – do corpo sem as roupas que nos travestem de “cidadãos de respeito”, como se só as gravatas nos tornassem “homens de bem”, só que não. O homem de bem é o homem livre, que não cerceia pessoas por conta sua própria censura interna. É o artista como Leminski que vestia quimono e “falava em línguas” sem o componente da censura ideológica, que tirava a camisa e com ela todos os preconceitos do figurino ideal, que punha margarida nas orelhas e ria do mundo caduco que às vezes não compreendia. Por tudo isso, acho que a visita do samurai no último fim de semana, soa como evocação da liberdade em tempos obscuros. Quando o corpo é visto outra vez sob as lentes de quem nunca atingiu o estado original da nudez, sem contaminações, nem a descontração da sociedade burocrática, preconceituosa e moralista. Vendo Leminski em fotos de cuecas ou com seu peito nu, acho que o poeta voltou no tempo certo, usando outra vez suas atitudes e palavras como espada. Pessoas como ele tem a predisposição bélica de lutar contra o mofo no cotidiano, essa é a lição. (Crônica escrita pela jornalista e escritora CÉLIA MUSILLi, celia.musilli@gmail.com página 2, caderno FOLHA 2, 21 e 22 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

ACORDANDO COM O RÁDIO LIGADO


   Tive que solicitar um documento num órgão público onde há grande procura por aquele tipo de serviço e, sabendo que teria que enfrentar filas e algum tempo d espera, coloquei o relógio para despertar bem antes do amanhecer. Sozinho na casa às escuras me dei conta do encanto da noite se rendendo ao dia e de como pode ser prazeroso observar a beleza do alvorecer, apreciar as cores e os sons do dia que se aproxima. 
   Os pardais, bem-te-vis e quero-quero comandam a passarada na cantoria matinal, dando boas vindas ao dia que começa e, lentamente, a penumbra da madrugada vai abrindo espaço para a luz, numa suave transição da noite para o dia. Em seguida, as pessoas passam a assumir o seu lugar na natureza, sendo impossível não ouvir o ruídos vindo das casas vizinhas, as batidas de portas e janelas, o barulho de aparelhos eletrodomésticos, de alarmes e motores de automóveis, enfim, o cotidiano da vida. 
   Fiquei pensando nisso tudo e de repente me lembrei do tempo em que minha mãe me acordava cedinho pra ir à escola. Vieram à memória o cheiro bom do café sendo coado, o sabor da manteiga derretendo na quentura do pão, o perfume do uniforme escolar, limpinho e engomado... e o barulho agradável do rádio ligado! Ouvir rádio ao amanhecer era um costume das famílias daquela época e se repetia na maioria das casas. As pessoas gostavam de ouvir as primeiras notícias do dia pelas emissoras AM e as rádios iam intercalando verdadeiras pérolas da música sertaneja durante a programação. Pode-se dizer que aquilo era a apresentação da autêntica música sertaneja, algo que as pessoas hoje chamam de “música de raíz ou modão”. 
   Era interessante perceber que as famílias ouviam o rádio em alto volume e ninguém se incomodava por isso, talvez pelo fato de que grande parte dos aparelhos ficava sintonizada na mesma estação, sendo muito difícil saber quem estava com o volume exagerado. As famílias se reuniam durante o café, cada um se preparando para cumprir as obrigações do dia e enquanto isso o locutor mandava saudações aos ouvintes, dando detalhes precisos de identificação: “aqui vai nosso sincero abraço para a família do senhor Antonio Farias da Silva, nosso querido ouvinte da Fazenda Santa Helena”. 
   Naquela época possuir telefone era privilégio de poucos e as pessoas pediam músicas por meio de cartas enviadas às emissoras de rádios, que atendiam à demanda conforme os seus critérios. Confesso que havia uma silenciosa inveja na vizinhança quando alguém era atendido. Surgiam comentários como: “Dona Cidinha, a senhora ouviu na Rádio Difusora que a família do Pereira foi citada novamente no programa Bom Dia Sertão?”.
  É dessa época que vem a minha admiração e respeito pelos profissionais do rádio e pelas duplas sertanejas que levavam entretenimento e alegria às pessoas. Não dá para esquecer de Tonico e Tinoco, Belmonte e Amaral, Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léu, Torres e Florêncio, Tião Carreiro e Pardinho, Cascatinha e Inhana, Zé Carreiro e Carreirinho, Irmãs Castro, Zilo e Zalo, Zé Fortuna e Pitangueira, Zico e Zeca, Lourenço e Lourival, Irmãs Galvão, Milionário e José Rico e tantos outros artistas daquele tempo. E assim, querendo homenageá-los, rezo para que no amanhecer de um reino encantado do Norte do Paraná, alguém esteja ouvindo com o rádio ligado. (Crônica escrita por GERSON ANTONIO MELATTI, leitor da FOLHA, página, 2, coluna DEDO DE PROSA, FOLHA RURAL, 21 e 22 de outubro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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