sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SALTO ABRUPTO DOS 18 AOS 80 ANOS


   Foi impactante vivenciar, num repente, o salto da idade de um amigo dos 18 aos 80 anos. Esse experimento eu vivi ao reencontrar esse amigo que não via depois de passados 62 anos. Como, pela ausência, deixei de acompanhar o envelhecimento dele, que é a implacável tangência, guardei a memória de quando o vi pela última vez, jovem, cheio de vida e de sonhos. Foi com perplexidade que assisti a essa imagem remota dar um salto abrupto para o momento do reencontro com as duas épocas se unindo e formando um só presente, com a sensação de que o tempo não havia passado.
   Como imaginar alguém salta da juventude à velhice num piscar de olhos? É o que acontece num reencontro. O fenômeno torna-se espantosamente real. Vemos a mesma pessoa no presente com duas idades, duas fisionomias, duas estaturas. Descrever isso com palavras é impossível. É preciso sentir, e isto é individual. Não podemos transmitir a outrem a sensação proporcionada por esse passe de mágica que faz a florescência da vida avançar, como a um passe de mágica, para a inevitável decrepitude. E o que ocorre conosco em relação aos outros é o que ocorre a eles em relação a nós. 
   Quantas vezes na juventude nos perguntamos como seríamos e como e como seriam os nossos amigos aos oitenta anos! E vemos isto quando reencontramos alguém que não víamos desde seis décadas atrás. Então, o que era antes uma imagem difusa, torna-se real, porque o interregno do tempo de ausência desaparece, como inexistente. Ao reencontrar meu amigo de juventude mais de meio século depois, parecíamos estranhos um ao outro, embora a memória reavivando claramente acontecimentos passados. 
   Onde aqueles sonhos de outrora, onde as respostas àqueles antigos questionamentos? Irrelevante buscá-los agora, porque se apagaram nas brumas do tempo, perderam significado. Misturam-se as vagas lembranças do passado com a repentina realidade do avanço do tempo, um tempo que não vimos transcorrer porque não vivemos lado a lado esse período de circunstancial separação. Então, isto que não se vivenciou juntos é como se não houvesse existido. (FONTE: WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 17 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). *Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br

ESCOLA: ENTE MODIFICADOR DO TURUO


   Que o Brasil é um país rico em recursos naturais todos nós sabemos, que o Brasil é um país promissor no campo da tecnologia também temos consciência. Contudo, o país sempre teve dificuldades em alavancar patamares de excelência. Historicamente somos um país sucateado, pobre e desigual, isso devido à péssima educação à qual somos submetidos. 
   Para que o Brasil avance de forma justa, é fundamental investir na base educacional, formando cidadãos conscientes de seu papel na sociedade e assim projetar um futuro melhor para a nação. 
   Porém, para que isso se torne realidade, é imprescindível que tenhamos pessoas honestas e comprometidas com a mudança nos rumos da nação. É necessário realizar uma relação tríade entre governo, escola e aluno para que assim possamos mudar o cenário atual. 
   O governo deve agir como um ente propulsor, ou seja, as práticas e projetos governamentais devem primar por uma educação de excelência, visando sempre a formação ética, moral e tecnológica dos indivíduos. No entanto, para que isso ocorra, é necessário uma mudança profunda na conduta dos governantes, devendo estes governar para o povo e não para alimentar seus desejos sórdidos pelo dinheiro e poder. 
   É preciso valorizar a escolar como ente modificador do futuro, investir na formação profissional, tratar as crianças como se diamante fossem, lapidando e disseminando a cultura da honestidade, da probidade e da valorização da educação. 
   Por sua vez a família precisa compreender que a única solução para a mudança é encontrada por meio da educação, pois esta irá refletir diretamente nas escolhas das crianças, transformando-as em agentes de propagação de esperança de um dia melhor. 
   Se todos unirem forças em direção a uma educação de excelência, certamente, teremos um Brasil forte moral e economicamente, um país justo transformando aquilo que era apenas sonho em realidade. (FONTE: DRAYSON RICARDO BUENO COSTA, professor e advogado em Cambé, página 2, -coluna ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 17 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). *Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br

domingo, 13 de agosto de 2017

DIA DOS PAIS e ATÉ BREVE


   A todos vocês que me prestigiaram com suas visitas a este pretenso “blog”, fica aqui registrado o meu sincero agradecimento. 
Vou parar por algum tempo. Se tudo der certo, depois de minha cirurgia- ainda não marcada – voltarei a postar algo, algo meu, de meu dia a dia, como os que estão na página “Meus desabafos”
   Estive transcrevendo notícias que julgo importantes. 
   Desculpem-me pela pobreza de alguma matéria ou temas..
   Gratíssimo pelo apreço, consideração e incentivo. 
   Até qualquer dia. Pretendo continuar transcrevendo as crônicas e algumas outras manchetes. Meu abraço a todos vocês. 
Boa sorte!

   DIA DOS PAIS 

   FELIZ DIA DOS PAIS. Que Deus os abençoe. Meu papai descansou em 1968, devido a paralisação dos rins. Que descanse em paz. Meu abraço a todos os papais.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A HONRA E O RESPEITO AOS NEGÓCIOS


   Você sabia que conceder a devida honra a uma pessoa facilita muito as possibilidades de negócios com ela? É fato. E com a sua permissão, farei algumas poucas considerações sobre honrar e respeitar gente. 
   É de nossa natureza assumir que os amigos nos dão menos respeito do que julgamos merecer. Mas trata-se de um grande equívoco. 
  Geralmente os nossos amigos têm estima e a preço por nós na mesma proporção que lhes temos. Está é uma fabulosa e confortante verdade. 
   Assim, em qualquer relacionamento, a harmonia dependerá sempre muito mais da minha efetividade em honrar o outro do que de me sentir honrado e respeitado por ele. Quero dizer que o equilíbrio só se alcança mediante a atitude de conceder o respeito e a honra ao outro porque, via de regra, ele irá devolver automaticamente, na mesma medida, tudo o que eu lhe dedicar, mesmo que eu tenha a impressão que não. 
  Compartilho a seguir uma importante orientação que há muitos anos, recebi do meu mestre, da qual demorei-me demais constatar a profundidade e praticidade. 
   “Ponha o seu foco sobre vencer a tendência psicológica negativa de desvalorizar o respeito que os outros lhe concedem, porque certamente isto advém de um engano cuja raíz está em alguma situação particular. Dê honra e não deseje honra , pois os sábios ensinaram que ‘a inveja, a cobiça e o desejo de ser honrado tiram o homem do mundo. Entenda tirar o homem do mundo’ como ‘cegar seus olhos para a realidade’. Isto certamente seria terrível para a vida pessoal e profissional. Respeite sem jamais se preocupar com o quanto percebe que lhe respeitam. Você viverá mais feliz e fará melhores negócios”? (FONTE: Crônica de ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes em Londrina, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, segunda-feira, 7 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

OS 11 ANOS DA LEI MARIA DA PENHA



   A Lei Maria da Penha completa 11 anos neste 7 de agosto e, embora os avanços estão ocorrendo, há muitas falhas ainda na rede de atendimento às vítimas de violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha representa um grande marco de proteção às mulheres. A violência doméstica é um problema sério no Brasil e não é caracterizada apenas por agressões físicas. A violência psicológica também é uma realidade. Analisando o recorte da rede de atendimento às vítimas, que começa com uma Delegacia da Mulher bem estruturada, há muito o que fazer. Principalmente porque falhas nesse atendimento fazem com que muitas desistam de formalizar o boletim de ocorrência. No Paraná, existe, ao todo, 20 delegacias especializadas, sendo que em sete delas os delegados acumulam a coordenação de outras unidades. Trata-se das unidades de Maringá, Cascavel, Guarapuava, Pato Branco, Cornélio Procópio, Campo Mourão e Jacarezinho. Delegados e sindicatos que representam a categoria dizem que falta pessoal. Em entrevista à reportagem da FOLHA, nesta segunda-feira (7), a delegada titular da Coordenadoria da Delegacia da Mulher no Paraná, Márcia Rejane Vieira Marcondes, diz que a contratação de novos servidores para trabalhar nessas unidades já está solicitada. Ela assumiu o cargo há dois meses e deu início a uma série de visitas que pretende fazer em todas as unidades especializadas. A intenção é verificar as demandas na estrutura física e no quadro de funcionários. Além do atendimento na área de segurança, as vítimas precisam de um acompanhamento social, de saúde e educacional. Em 2016, foram registrados na Delegacia da Mulher de Londrina 2.250 boletins de ocorrência. No mesmo período, foram abertos 518 inquéritos policiais e foram concluídos 569 inquéritos. A Lei Maria da Penha ajudou na conscientização desse problema histórico que é a relação de poder desigual entre homens e mulheres. Mas a violência de gênero continua no Brasil e em muitos países, independentemente da classe social, cultura, grau de escolaridade e idade. É fundamental divulgar essa importante lei. O silêncio das vítimas e da sociedade contribui para aumentar a violência e a impunidade. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 7 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 6 de agosto de 2017

UMA DIVA À FLOR DA PELE

 
   Uma flor de lótus de tom café que atende pelo nome de Diva Guimarães. Intensa e forte como a bebida resultante do grão que tantas vezes colheu e abanou nas lavouras do Norte do Paraná, a professora de Educação Física aposentada causou comoção em quem assistiu à intervenção dela sobre racismo durante a mesa com o tema “A pele que habito” realizada dentro da programação da 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), na manhã de 28 de julho. 
   Sem qualquer pretensão, Diva escancarou a atualidade do tema tão recorrente na obra do homenageado na Flip, o escritor Lima Barreto, fazendo a ponte entre presente e passado de questões de humanidade nas quais a sociedade não evoluiu.
   Na Flip, Diva recordou o tratamento dispensado pelas freiras missionárias que a levaram da cidade natal de Serra Morena, distrito de Jataizinho, antes de completar cinco anos, única forma que a mãe dela, Rita, vislumbrava para lhe dar acesso à educação. “As freiras contavam que Deus teria feito um rio por onde todos teriam que atravessar. Os primeiros, mais fortes e mais inteligentes, ao passarem por esse rio teriam perdido a cor tornando-se o que hoje são os brancos. Já nós, os negros, seríamos burros e preguiçosos, por isso teríamos atravessado quando restava apenas a lama do rio. Por isso é que apenas as nossas palmas das mãos e dos pés seriam claros”. Tamanho absurdo foi apenas um dos inúmeros episódios que fizeram brotar da lama do preconceito essa flor de lótus tom de café com 77 anos de idade, cravados no dia 3 de agosto, dia em que concedeu a entrevista à Folha. “Tenho uma teoria maluca sobre tudo isso. A agressão física, as chibatadas, depois cicatrizavam. Mas a palavra não cicatriza, ela fica na sua alma e faz você lembrar para o resto da vida”, dispara. “A gente sofre de uma tristeza sem motivo. É um sofrimento daquele momento, dos cinco aos nove anos”, acrescenta.
   Com nove anos de idade, ela retornou da escola das freiras em São Paulo para o Norte do Paraná e o convívio familiar. A família deixou o povoado de Serra Morena para a cidade de Cornélio Procópio, onde Diva estudou até concluir o Magistério. “Sempre fui rebelde e por muitas vezes pensei em desistir, dado o sacrifício que era trabalhar, estudar e ainda ser motivo de gozação na escola porque minha mãe lavava roupa para fora e muitas vezes era dos meus próprios colegas”, conta. Diva atribui à mãe Rita o mérito dela não desistir. "Minha mãe tinha as mãos lindas, mas vivia com a blusa molhada de tanto esfregar a roupa e, quando eu queria desistir, ela me questionava se eu queria ficar como ela. Toda vez que coloca uma muda de roupa na máquina de lavar, lembro do esforço dela em me convencer da importância de estudar”, recorda. 

   ESTREANTE DA FLIP

   Foi em Cornélio Procópio que Diva despertou para o prazer da leitura por intermédio da mãe da socióloga e amiga de uma vida inteira, Maria Alice Pedotti, 69 anos. “A professora Deni (mãe de Maria Alice) e a professor de História e Português, Gilda Poli, fizeram toda a diferença na minha formação. Sendo que Deni, foi a responsável por me incentivar à leitura”. Dona de uma memória impressionante, ela lembra do primeiro título indicado pela mãe da amiga, “Onde o céu começa” e a obra mais relevante deste início de vida literária, “Barro Blanco”, do escritor José Mauro de Vasconcelos, que com Jorge Amado dividem a preferência da leitora Diva. “Gosto muito de história, de perceber o contexto e a denúncia social que os escritores trazem nas entrelinhas”, esclarece. 
   Foi pela iniciativa da amiga Maria Alice, que Diva finalmente conheceu a Flip. “Sempre nutri a vontade de ir ao evento e, neste ano, ela surgiu com tudo acertado para não perdermos outra feira”. 
   Inseparáveis desde os mais tenros anos, ambas mudaram para a capital para prosseguir com os estudos. Diva queria ter cursado História, mas como trabalhava, acabou enveredando para a Educação Física. “Fui atleta da universidade nas modalidades de atletismo e de basquete. E como professora, acho que consegui fazer a diferença para muitos alunos pobres, brancos e negros”, atesta. O vigor físico foi moldado pelo trabalho na roça e carregando barril de água ainda no Norte do Paraná. “Queria ter minhas coisas e ganhava 200 contos de reis por barril de água trazido do Poção de Cornélio, poço aberto pelos funcionários da Rede Ferroviária, na qual meu pai era funcionário. No início, levava um barril de18 litros na cabeça, até que pedi para meu pai fazer uma vara, onde carregava um de cada lado do corpo”, relata Diva.

   AVESSA À DOMINAÇÃO 

   Rebelde com causa e atenta a toda forma de relação na qual um ser humano se sente no direito de subjugar o outro, Diva optou por não casar. “Amadureci muito cedo e sempre fui muito observadora. Tenho horror a palavra “bem”, porque ouvi por anos e anos uma vizinha ser espancada pelo marido e suplicar para o ”bem” parar, explica. Diva avalia que mesmo em situações menos grave, há uma série de abusos por conta do machismo. “Vi amigas que deixaram de jogar basquete ao se relacionar com um homem, porque ele se sentia no direito de proibir. E tantas outras que precisaram suportar, aguentar o homem aprontar, por abrirem mão da independência financeira. Falo para minhas sobrinhas, ser mulher de alguém não é emprego”, ressalta. 
   Sobre a maternidade, Diva também abomina a cobrança em torno da mulher. “Nenhuma mulher é obrigada a engravidar. No meu caso, a decisão de não ter filhos teve por motivação eu acreditar que não iria suportar ver meu filho enfrentar todo o preconceito pelo qual passe.” (FONTE MAGALÉA MAZIOTTI – Reportagem Local, caderno FOLHA 2, 5 e 6 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

BEM-AVENTURADOS OS QUE "BRINCAM EM SERIO'


Criar um cotidiano lúdico é o melhor caminho para manter o humor e ter boas ideias
   Outro dia deparei-me com um caminhão de entrega de gás totalmente decorado com bichos de pelúcia. Era bicho na cabine, bicho na carroceria e até no retrovisor. Um simpático sapinho ria como quem vive na lagoa, embora estivesse estacionado ao sol do meio-dia numa esquina do centro de Londrina.
   Enquanto apreciava ursos, cachorrinhos, gatos e bonecos de olhos arregalados, chegou o motorista vestido com uma roupa colorida e um quepe maneiro, empurrando um desses carrinhos de entrega com o sorriso de quem sabe que sua mania chamou mais uma vez a atenção. Se há uma coisa que me dá prazer é conversar com pessoas desconhecidas desde que eu suponha, por alguns indícios, que elas têm uma boa história para contar. 
   Ao ver Jiló – soube depois que este é o seu apelido – pressenti que era uma pessoa interessante. Afinal, não é todo dia que um homem que trabalha duro carregando botijões demonstre sensibilidade, colecionando bichinhos que leva a passear pela cidade como seus companheiros de jornada. Perguntei a ele o motivo de ter tantos brinquedos: “É para enfeitar mesmo”. Mas não são para vender? – insisti para dar corda à conversa. “Não, as pessoas sabem que gosto, me dão de presente e eu vou pendurando aí,” respondeu como um condutor de fantasias. 
   Não sei se a mania tem algo a ver com sua infância e seria muito “psicologismo” supor que Jiló não teve brinquedos. Prefiro achar que ele se sente feliz cultivando um hábito que não faz parte apenas da vida das crianças. Colecionar, seja o que for, faz parte da memória ancestral do homem. Na Pré-História os coletores já frutas e pedras, algumas para uso, outras, acredito, por satisfação. Mais tarde, ferramentas passaram a ter valor para os colecionadores barbudos que levavam para as cavernas tudo o que conseguiam recolher para utilidade ou como um trunfo de seu próprio esforço. 
   Para quem coleciona, o valor de um objeto é outro. Pode ser uma moeda rara ou um sapatinho de bebê, como ouvi dizer que ocorre com um colecionador de Londrina que anda pelas ruas com um carrinho cheio de botas e chinelinhos que recolhe no lixo para transformar em troféus. Quem me falou desse homem não soube me informar onde posso encontrá-lo. Com sorte, talvez um dia eu me depare com ele e puxe conversa como fiz com Jiló, o entregador de gás que é um doce, transformando sua atividade numa cena divertida, levando às ruas um caminhão enfeitado que alegrou meu dia como se chegasse o circo no bairro, em plena terça-feira, trazendo a alegria de um sapo no retrovisor ou de um urso no para-choque. 
   No fundo, admiro quem transforma o trabalho numa coisa divertida. A leveza protege nosso espírito dos embates, por isso imagino Jiló voltando para a direção cercado de bichos de pelúcia depois de enfrentar a dona de casa mal-educada do sexto andar ou um motorista nervoso que faz do carro uma espécie de arma. 
   Bem-aventurado os que fazem de seu cotidiano uma coisa prazerosa. Por isso, vou enfeitar meu computador com chocolates neste inverno porque não existe coisa melhor para aquecer a alma do que desembrulhar um bombom às 15h30 , quando a redação esquenta com a fúria das notícias e quem é sábio adoça a vida em vez de contaminar os colegas com seu mau humor. Bem-aventurados os que “brincam em serviço” porque deles é o reino da alegria e do expediente lúdico. (FONTE: Crônica da escritora e jornalista CÉLIA MUSILLI, celia.musilli@gmail.com caderno FOLHA 2, página 2, coluna CÉLIA MUSILLI, 5 e 6 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 5 de agosto de 2017

CHUVA


   Chove, o caixa automático lotou, guarda-chuvas a pingar em sandálias, maquiagens a escorrer, uma dúzia de tipos tão diferentes quanto próximos: gravatas roçando em tatuagens, os mais diversos cheiros socioeconômicos, do perfume da vovó de cabelos vermelhos ao ciclista suadão de capacete, enquanto alguém espirra e outro diz lá vem gripe, aí uma voz fala alto: ei, alguém pegou meu celular!
   Silêncio instantâneo: afinal, trata-se do bem mais conhecido e querido, o companheiro de todas as horas e até minutos, a paixão dos jovens e o xodó dos idosos, e o sujeito de macacão fala ainda mais alto: 
   - E quem pegou meu celular continua aqui dentro.!
   Todos se olham aturdidos até um guri falar abraçado ao esqueite:- Liga pra ele, ué. 
   Um de jaqueta diz que desligar o celular é a primeira coisa que o ladrão faz, mas um engravatado diz que não custa tentar, oferecendo o próprio celular ao de macacão. Ele liga no silêncio, só se ouve a chuva lá fora e finalmente: - Tá desligado. 
   Era um ifone novinho, ele geme, pra pagar em doze vezes... Mas isso não ficar assim, diz o de jaqueta:
   - Eu sou policial e vou revistar quem sair. 
   - Mas – a vovó cantarola – mulher tem de ser revistada por policial feminina...
   Já vi que a senhora é da turma dos direitos humanos, diz ele, mas o engravatado diz que ela tem razão: 
   - Eu sou promotor e, diante da peculiaridade da situação, sugiro que uma cidadã reviste a outra, são só duas mulheres, não?
   - Não, querido – sussurra uma voz rouca. Eu sei que não pareço mas sou mulher. Ainda, mas de operação marcada. 
   - O guri de esqueite põe pra fora das bermudas os bolsos vazios e ergue a camiseta mostrando a barriga. Você pode sair, diz o policial, mas ele continua ali dizendo eu quero ver o que vai rolar, chefe, parece gibi. O promotor diz que, ao contrário, precisa sair pra audiência, e já vai saindo, a vovó puxa pelo paletó:
   Sem revista, não! É, pois se promotor precisa de auxílio moradia e auxílio alimentação, pode bem meter a mão num celular, não?
   Outro engravatado diz que é um acinte:
   - Sou advogado, excelência, e nem sei o que dizer.
   Eu digo que meu celular continua sumido, geme o de macacão, e minha mulher tá grávida, o celular pra mim é tudo. Sou eletricista. Como apoiando, as luzes piscam e apagam, mas os caixas automáticos continuam acesos. Eles têm no-breique, diz o guri, e todos olham para ele com respeito. Essa moçada sabe tudo, diz alguém, mas ele diz que não:
   A gente não sabe ganhar dinheiro, tio. 
   As senhoras podem se revistar, diz o policial, e a vovó diz que será uma honra ser revistada por uma grávida tão simpática, mas a outra mulher abaixo os olhos dizendo que não está grávida: 
   - Sou só barrigudinha mesmo... Mas também sou consciente dos meus direitos, mesmo não usando gravata, e sei que só por lei a gente pode ser obrigada a fazer alguma coisa, não é? 
É, engole o promotor, e o policial olha para o teto baixo suspirando fundo. Bom, diz um velhinho japonês até agora quietinho:
   - Pra revista não precisa tirar roupa, né?
   Na verdade, diz o engravatado, o certo é chamar a PM. O guri ri: 
   - Ih, tio, se não tiver sangue na parada, eles demoram horas, tem meia dúzia de viaturas pra cidade toda. 
   Mas lá no quartel, diz o de macacão, tem dezenas de viaturas encostadas esperando conserto. É verdade, diz o policial:
   E na delegacia tá faltando até papel higiênico.
   O que mais falta é vergonha, diz a vovó, e o engravatado aponta um celular sobre o caixa automático, não é aquele? Pega, liga, lembra: - Será que eu tinha desligado?
   Ninguém responde, a chuva passou e automaticamente o caixa esvazia. (FONTE: Crônica escrita pelo escritor e jornalista DOMINGOS PELLEGRINI, d.pellegrini@sercomtel.com.br página 3, caderno FOLHA 2, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, 5 e 6 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

OS BODES DE LAVOSIE


   Nossos vizinhos na Água do Mel no simpático município de Rondon, no Noroeste do Paraná, era uma família de cearenses, pessoal muito trabalhador. Lavosie, o chefe da família e Dona Mundinha, sua esposa, tinham vários filhos. Vieram para o Norte do Paraná para trabalhar nos cafezais. Em muitas noites, vinham nos visitar e como o casal gostava de uma cachaça, meu pai ia logo pegar o garrafão de pinga que ficava embaixo da pia da cozinha. 
   Quando era dia de matar porco, minha mãe chamava Mundinha para ajudar na lida. Ao entardecer, chegavam da roça os homens e já ia sentando nos bancos em volta do tacho de torresmo, que fervia. Comiam torresmo “regado” com a “branquinha”. Lavosie era um zabumbeiro dos bons e sempre acompanhado por Mundinha no triângulo que arriscava umas músicas nordestinas, e com certeza, ajudava a matar as saudades do seu querido Ceará. 
   Num certo dia, Lavosie prometeu ao pai que iria pedir a seus primos lá do Ceará, para mandar dois bodes para Mundinha preparar a festa de São João. Meu pai não entendeu como os “bichinhos” viriam para cá, pois naquela época o único meio de transporte era os lendários caminhões “pau de arara”. Passaram alguns dias e nada de falar mais dos bodes. Meu pai então perguntou à Lavosie sobre os bodes. 
   -“Ah, seu Adelino, nem te conto”, falou o cearense: “não é que o correio mandou para Marechal Cândido Rondon, mas já enviaram para cá”. Duve, um catarinense que trabalhava para nós, foi logo perguntando: “- mas quem está tratando desses bichos, Lavosie?” . – “Ora, ora, Duve”, exclamou Lavosie, “não são vivos, são mantas de carne de sol”. – “Aha, bom, exclamou Duve”.
   Enfim chegou a encomenda. Na noite de São João, o terreirão todo enfeitado com as bandeirinhas coloridas, a fogueira acesa, a correria das crianças ao redor da mesma, então foi servido o prato preparado por Mudinha, o bode ao molho e com a farinha ao lado. Todos os presentes se serviram. Os nordestinos se deliciavam com o jantar, mas os demais não apreciaram, pois o cheiro e o sabor eram muito fortes lembrando o animal vivo. 
   A Zu, uma morena b
onita, filha de Cassimiro que morava do outro lado do córrego, não conseguia nem olhar para a panela. Era a “patricinha” da época. Após o jantar, Lavosie, Mundinha e o sanfoneiro Abidias animaram o forró. 
   Mas enfim, valeu pela alegria dos nordestinos. (FONTE: Crônica escrita por SIDINEI GIROTTO, leitor da FOLHA, página 2, coluna DEDO DE PROSA, FOLHA RURAL, sábado e domingo, 5 e 6 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

PRIORIDADES EM INFRAESTRUTURA


Quais as obras de infraestrutura necessárias para o desenvolvimento econômico do Estado? Para entidades representativas paranaenses, as prioridades são 17 e os projetos têm condições de reduzir os custos logísticos e ampliar a receita de empresas em todos os setores. Essas obras prioritárias fazem parte do PELT (Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná) apresentado nesta sexta-feira (4) em Londrina. O objetivo do plano é mapear intervenções de custo a longo prazo para desafogar o tráfego pesado de cargas e ajudar o Estado a atrair empreendimentos de todos os tipos. O grupo responsável pela elaboração do plano, que teve a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) como participante, elencou 120 intervenções para facilitar o desenvolvimento até 2035. Em Londrina, o grupo apontou como prioridade duas reivindicações já bem antigas: a ampliação em melhoria da malha rodoviária e a conclusão das obras do Aeroporto Governador José Richa. No Litoral se concentram esforços importantes. Uma delas é a obra de dragagens de aprofundamento e de manutenção no Porto de Paranaguá. Após concluída, a estrutura será a única do País em condições de receber embarcações de calado de até 12 metros de profundidade. A redução do custo do frete do interior para o posto pede obras rodoviárias e ferroviárias. O PELT aponta ainda um debate que deve começar com urgência: as novas licitações para concessão de estradas, garantindo assim uma tarifa menor para um serviço melhor. Os sérios problemas de infraestrutura custam muito caro para o Brasil. É o Custo Brasil, esse conjunto de entraves estruturais que tornam os nossos produtos mais caros e tornam o menos competitivos. São dificuldades de logística, burocráticas e econômicas que o Brasil precisa vencer a todo custo. (OPINIÃO, página 2, 5 e 6 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

CHURROS EM NOVAS VERSÕES - AO GOSTO DO PAI - DOCE DE ABÓBORA


   Com variações cada vez mais criativas, o churros cai no gosto do brasileiro em combinações saborosas 

   “Está passando na sua rua o carro de churros. Churros quentinhos, recheados, feitos na hora.” Quem nunca ouviu essa gravação e teve vontade de sair correndo para garantir o seu que atire a primeira pedra. Existem algumas sobremesas que, dificilmente, alguém recusa. O churros é uma delas. Basta sentir o aroma no ar que logo dá vontade de comer. Muito popular no Brasil, esta iguaria bem doce, de origem espanhola, conquistou espaço no paladar tupiniquim. Em carrinhos na praia ou na praça, em vias, em café e no menu de sobremesa, caiu nas graças. E como sempre, a criatividade brasileira deu novas versões. 
   Se a receita originar é uma massa fina frita envolta em açúcar com canela acompanhada de caldas de chocolate ou doce de leite, aqui, a versão ganhou recheio. Diga-se de passagem, bastante recheio. Tanto que, grande parte do sucesso e popularização se deve à infinidade de opções doces para rechear. Em forma de canudos, possuem um canal central que é preenchido com doce de leite, chocolate e nas versões mais recentes, creme de avelã e de frutas. Antes, porém, frito em óleo bem quente para garantir a crocância. Depois, também é passado em mistura de açúcar com canela. 
   Em Londrina, os fãs desse doce puderam provar as mais diversas formas de apresentação no 1º Festival de Churros, que aconteceu no último fim de semana. Dentre as novidades, mais opções dos churros gourmet , wafle de churros e milk shake de churros. Vicdent Van de Velde, que possui uma sorveteria com sobremesas francesas artesanais em Curitiba, aceitou a empreitada de realizar uma receita à base de churros. “Desenvolvi uma massa semelhante à do wafle, mas com sabor do churros. É assada da mesma forma, e servida quente com uma bola de sorvete e calda por cima.” 
   O mesmo foi feito para a receita do milk shake. “É um milk shake tradicional em que colocamos pedacinhos da massa do churros. Tudo é batido junto com o sorvete, que está disponível em quatro sabores: frutas vermelhas, creme de avelã, doce de leite, caramelo com especiarias e chocolate. “Todos artesanais e de receita francesa.” Além das opções de caldas, também é possível acompanhar um canudo de churros. 
   Na onda gourmet que tomou conta do país, os churros não escaparam. Com as mais variadas opções de recheios, ganharam mais caldas, frutas chocolates preto e branco e tudo o que se possa imaginar, do coco ralado ao leite em pó. Ademar Schupel, além dos tradicionais, desenvolveu sabores de frutas, como banana, goiaba e morango. “Na verdade, hoje, o cliente pode montar o churros da maneira que quiser. Dentro pode colocar um sabor e por cima outro, com granulado, pedaços de furtas, chocolate ou o que mais gostar. A criatividade não tem limites.”
   Quem deseja ficar com a receita mais simples, mas não menos gostosa, tem a receita original da Espanha. “Lá, os churros são mais finos e não têm recheio. Vêm acompanhados de um potinho com doce de leite em que podem mergulhar o canudo. Fizemos essa adaptação por aqui”, explica Paulo Roberto Teles, gerente de Me Gusta Churros. Nesta versão, são cinco canudos de churros com as caldas de chocolate, doce de leite e geleia de frutas. (FONTE: MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, caderno FOLHA 2, página 3. =================================

   AO GOSTO DO PAI

   O tacho reluzente fumaceira sobre o fogão.
A colher de pau dança pra lá e pra cá, fazendo um leve ruído quando passa pelo fundo, muito vigor, paciência e competência. 
   Na Avenida Higienópolis tinha uma feira bem na porta da minha casa, então a compra da abóbora era tranquila. 
   Tum, tum, tum. Punho fechado batendo na grande abóbora rajada, já esbranquiçada pelo sol. Para os ouvidos apurados a batida soava perfeita. 
   “Vou levar esta.”
   A mesa de serviço é no quintal, tampo grosso de peroba que carrega as cicatrizes de grandes preparos. 
   Muita força, cascas e sementes para um lado, belos pedaços laranja avermelhados para outro. 
   O tacho de cobre é muito bem esfregado, “tem que tirar o zinabre.”
   “Tudo pronto, fogo alto, cubos de abóbora, muito açúcar e alguns cravos. 
   Os pedaços transpiram seus sucos que engrossa aos poucos com o açúcar, , uma ou outra mexida com a grande colher de pau. 
   Tempo passa, passatempo. 
   Agora já é uma massa, não se vê mais o que é açúcar ou abóbora e a colher trabalha em ritmo intenso. 
   Tem que apurar no gosto do seu pai. 
   Anoitecendo, meu pai lambisca em uma colher o doce laranja acastanhado, perfumado e firme. 
   No seu rosto a alegria do gosto, no da minha mãe o sorriso da generosidade. 

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   DOCE DE ABÓBORA

   INGREDIENTES

   5 kg de abóbora madura e seca, em pedaços
   1 kg de açúcar
   10 cravos da Índia

   MODO DE PREPARO

   Coloque a abóbora com açúcar no tacho, adicione os cravos e deixe cozinhar mexendo de vez em quando. Uma calda caramelada vai se formar, misture frequentemente até que a abóbora desmanche. 
   Mexa sem parar, sempre passando a colher pelo fundo até apurar no ponto desejado. (FONTE; Coluna
LEMBRANÇAS COM ÁGUA NA BOCA -
CHEFE TAICO, caderno FOLHA 2, página 3,
sexta-feira, 4 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

COM A AJUDA DOS MÉDICOS DO ESPAÇO


   Todos nascemos com uma missão ou um propósito, quando menos o de resgatar débitos cármicos de vivências anteriores – do que muitos às vezes se desviam. E uma missão de grande responsabilidade é a de cirurgiões, como os que tratam do coração, que é o órgão central da circulação sanguínea. Sem exclusão dos demais. 
   Recentemente, este jornal publicou reportagem sobre o cirurgião cardíaco londrinense Francisco Gregori, que figura no catálogo mundial dos proeminentes do setor. El (com sua equipe) fez proezas nesse campo, em seus 35 mil procedimentos cirúrgicos – alguns com particularidades interessantes e inusitadas, conforme relatos conhecidos. Um ponto que me chamou a atenção foi a declaração dele de que sempre teve “muita sorte”. Eu diria habilidade, dedicação, resultantes também de muito estudo, e sintonia com as fontes divinas de cura. Porque quando estamos sintonizados, o Universo conspira a nosso favor. 
   Como ele destaca, é certo que conta “com a ajuda de Deus”. No caso, a ajuda se opera por via dos agentes do extrafísico, de que se vale o Mentor Supremo e que são os denominados médicos do espaço, ex-colegas profissionais de passadas convivências e idênticas especialidades, que estão muito presentes nos centros cirúrgicos, nos hospitais, nas clínicas e outros lugares de cura. Incluindo as mediúnicas. Eles são visíveis, embora por poucos, mas o suficiente para tal comprovação, e trazem inclusive equipamentos sofisticados, como tomógrafos de alta precisão. Muitos não acreditam nisso, mas a descrença não elimina a realidade.
   A participação dos coirmãos dos planos mais elevados acontece em muitas atividades e modalidades de atendimento e de serviços. Eles nos auxiliam e nos transmitem sugestões quando em tarefas e momentos de complexidade, bastando que estejamos conectados. A ajuda de Deus, em que acreditamos e pela qual frequentemente rogamos, se processa de diferentes formas. Inclusive essas. “Fui ateu e voltei para Deus” – revela Gregori. Essa reconexão muda paradigmas e sugere que não há ateus – embora muitos assim se declarem – e sim pessoas certamente avessa a igrejas e descrentes que ainda não passaram pela experiência de uma revelação. (FONTE: WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, sexta-feira, 4 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máxima 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail opiniao@folhadelondrina.com.br

LONDRINA, POLO DE TENOLOGIA


   Londrina é a segunda cidade do país a receber uma unidade do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), órgão que faz parte do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A unidade estava sendo disputada por diversas cidades do Brasil. A expectativa é que o Escritório de Cooperação e Promoção da Inovação do CTI chegue a Londrina ainda este ano. A sede do CTI fica em Campinas, no interior de São Paulo, e até o momento somente Fortaleza (CE) contava com o escritório. O principal objetivo do centro, criado há 35 anos, é agregar valor aos produtos e aumentar a competitividade do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, além de atuar em áreas da fronteira do conhecimento relacionadas a hardware e software. O local de instalação já está escolhido, o parque Tecnológico Francisco Sciarra, na zona leste. A intenção é o engajamento dos negócios no setor e a execução de um plano de incentivo a projetos de interesse local e regional. O CTI tem projetos em andamento no Paraná, um deles, em parceria com a Itaipu Binacional, que trata de computação de alta performance para desenvolver uma nova arquitetura de computador de alto desempenho. A vinda do CTI é uma ótima notícia para Londrina, que avança para se consolidar como importante polo de tecnologia da informação. A partir dele, são grandes as possibilidades do município receber investimentos e novas empresas da área, que é uma aposta forte para o desenvolvimento econômico do Norte do Paraná. Lembrando a importante das startups que por aqui se desenvolvem. A FOLHA entende que esse seguimento é extremamente importante para Londrina, tanto que em Junho de 2015, o tema do EncontroFolha foi “A indústria da tecnologia e das comunicações como um diferencial competitivo do interior do estado” e vem debatendo frequentemente, em suas reportagens, oportunidades do desenvolvimento do setor. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 4 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

JOVENS EMBAIXADORES: OPORTUNIDADE DE INTERCÂMBIO NOS EUA



   Programa da embaixada norte-americana é destinado a estudantes de escolas públicas; inscrições estão abertas até agosto 

   Estão abertas até 9 de agosto as inscrições para o programa Jovens Embaixadores. A iniciativa oferece a alunos da rede pública de ensino a oportunidade de intercâmbio nos Estados Unidos. O projeto é desenvolvido no Brasil há 14 anos. São três semanas em território americano, sempre durante as férias de janeiro, e todos os custos são bancados pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e pela Embaixada do país. 
   Para participar, é necessário ter entre 15 e 18 anos, ser um exemplo na comunidade onde vive por meio de liderança e voluntariado e ter nacionalidade brasileira. É necessário possuir excelência acadêmica, conhecimento da língua inglesa e pertencer a camada socioeconômica menos favorecida. Ser comunicativo também conta. “O jovem precisa comprovar já ter realizado ao menos 12 meses, contínuos ou não, de voluntariado”, ressalta Meriane Telma, do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos, de Londrina, que auxilia o programa na região. 
   Vinte e seis estudantes do Paraná já participam do Jovens Embaixadores desde 2013. Em 2017, Gabriel Vinícius Vieira, 17, foi o representante de Londrina na iniciativa. Ele ficou sabendo através da direção do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, onde cursava o ensino médio, na época. Ajudando os colegas da escola com monitorias, ele viu que seu perfil se encaixava no que era solicitado e resolveu inscrever-se. 
   Segundo ele, conhecer outra cultura e pessoas o fez trazer para casa uma bagagem muito maior do que levou. “Essa experiência me ensinou muito sobre liderança, a importância de conhecer o que é diferente da nossa realidade e a sempre estar disposto ao próximo”, destaca o jovem. “Aprendi a importância de ter uma opinião sobre as questões do mundo e do que fazemos e a ser engajado dentro da comunidade”, completa. 
   Foram cinco meses entre o registro no site do projeto e ser confirmado como vencedor. “Foi um tempo em que fiquei bem ansioso. Era um sonho viajar para os Estados Unidos”, conta. Neste período, o jovem passou por diversos testes e entrevistas. “Fiz prova escrita e oral para contar sobre minha história e também vieram na minha casa para conversar com a minha família e comigo”, relembra. Desde 2013, cinco londrinenses foram contemplados pelo projeto.
   Após ser escolhido, Vieira teve uma semana de preparação em Brasília, quando recebeu aulas sobre a cultura americana e o programa. A viagem para os Estados Unidos aconteceu no início de janeiro. Na primeira semana, ele e os outros 50 estudantes de todo o Brasil, conheceram a capital americana, Washington, além de participar de reuniões com o setor público e privado. Ainda foram realizadas visitas a escolas e projetos sociais. 
   Na semana seguinte, eles foram divididos em grupo e viajaram para diferentes estados. “Conheci o estado de Oklahoma, fui a vários memoriais, como o de Martim Luther King e de Abraham Lincoln. Também passei peo museu de história afro e no departamento de estado, onde conhecemos vários embaixadores”, relata Vieira. 

   NOVA FAMÍLIA

   A oportunidade de ficar três semanas nos Estados Unidos também fez com que o estudante formasse uma nova família. Dentro do programa, os jovens embaixadores são hospedados por famílias anfitriãs. Eles frequentam escolas locais para interagir com estudantes da mesma idade, participam de ações de responsabilidade social e fazem apresentações sobre o Brasil. 
    No caso do londrinense, ele se tornou “filho” de um médico e de um terapeuta de Oklahoma. “Foi muito legal e pude passar cinco dias com eles. Quando voltei para o Brasil, continuei mantendo contato com os meus pais e minha irmã americana. Hoje é um pouco menos pois eles possuem uma vida bem compromissada, mas sei que tenho uma família lá.”

   AUTODIDATA

    Sempre estudando em escola pública, Vieira aprendeu a ler e a escrever inglês sozinho, com a ajuda de vídeos na internet, livros e filmes. O interesse pela língua estrangeira começou quando tinha 13 anos e isso o ajudou quando foi para os Estados Unidos. Atualmente, ele faz um curso de inglês, graças a uma bolsa de estudos. “Agora quero aprender a falar francês,. Assim como no inglês, vou fazer tudo de forma autodidata”, planeja. 
   Recém-ingressado no curso de Física da UEL (Universidade Estadual de Londrina), o estudante é a alegria dos pais. “As notas dele semre foram boas. Quando ele viajou ficamos tranquilos porque ele sabia o inglês e era o sonho dele. Ficamos felizes e orgulhosos porque vimos que se dedicou para isso”, orgulham-se os pais, Roberto e Marilza de Souza 

   SERVIÇO
As inscrições para o Programa Jovens Embaixadores 2018 podem ser feitas no site www.jovensembaixadores.org/2018. (FONTE: PEDRO MARCONI – Reportagem Local, caderno FOLHA CIDADES, terça-feira, 25 de julho de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A NECESSÁRIA REFORMA TRIBUTÁRIA


   A próxima reforma importante a chegar para apreciação no Congresso é a tributária. A previsão é de que, no próximo mês, as mudanças que devem simplificar o sistema tributário sejam votadas no plenário da Câmara. Deverão ser extintos oito impostos, entre eles, ISS, ICMS, IPI, PIS e COFINS, conforme adiantou em entrevista à FOLHA, na edição desta quinta (3) o relator do projeto, deputado federal Luiz Carlos Hauly do PSDB do Paraná. Ele não quer atrasos na votação, por isso pretende chegar ao plenário com consenso para evitar demora. Para o deputado paranaense, a carga tributária é uma das responsáveis pelo crescimento no Brasil abaixo da média mundial nos últimos 40 anos. O novo sistema tributário, de acordo com o projeto que está sendo elaborado, teria três categorias: IVA (Imposto de Valor Agregado) e Imposto Seletivo Monofásico, na base do consumo; além de impostos na base de renda (IR e impostos patrimoniais). De acordo com o relator, os tributos na base do consumo a serem eliminados serão substituídos pelo IVA nacional e pelo imposto monofásico, sistema pelo qual se atribui a um contribuinte a responsabilidade pelo tributo devido em toda a cadeia. Este último terá cobrança nacional, no destino, de forma eletrônica. Ou seja, passou o cartão no comércio, o dinheiro do imposto já fica retido. Uma proposta que pode diminuir a sonegação. E a a arrecadação seria igualitária entre União, Estados e municípios. O poder público abocanha, na forma de tributos, 35% da riqueza nacional. Nas últimas décadas, houve um aumento crescente da carga tributária. Recentemente, a elevação do PIS/Cofins dos combustíveis fez o preço da gasolina atingir um aumento recorde. O contribuinte paga imposto demais e recebe pouco em troca. São vários dias trabalhados para pagar impostos. É um sistema de arrecadação complexo e que gera insegurança, prejudicando o crescimento do país. Com essa simplificação as empresas brasileiras terão mais chances de competir no mercado internacional e atrair investimentos estrangeiros. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 3 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

UMA MUDANÇA POSSÍVEL


   A Folha de Londrina traz na edição desta quarta-feira (2) cobertura especial do 9º EncontrosFolha, realizado na última sexta-feira (30) e que trouxe para a reflexão o tema “Como as mudanças climáticas desafiam o crescimento econômico”. O evento reuniu um time de primeira grandeza para apontar o cenário que o efeito estufa desenha no cenário e para mostrar várias propostas possíveis, que podem ser adotadas por todos, do poder público ao cidadão comum, passando pelas empresas e pelo agronegócio. O EncontrosFolha é uma iniciativa que o Grupo FOLHA tem orgulho de realizar desde 2014 com o objetivo de promover a discussão de temas relevantes para o desenvolvimento de Londrina e do Paraná. Entre os temas já debatidos estão infraestrutura e transparência e ética nas empresas. Os Encontros geraram reflexões muito interessantes que continuam sendo pautadas constantemente pelos veículos do grupo, como a Folha de Londrina, a MultiTV e os portais bonde e FOLHA. A reportagem especial desta edição do jornal comprova isso. As sugestões levantadas pelos quatro painelistas e pelo palestrante do evento poderão ser encontradas em várias reportagens. O assunto não vai parar por aqui porque as proposta da 9ª edição do Encontros são viáveis e podem ajudar a melhorar o planeta, se a sociedade organizada se conscientizar de que é possível diminuir a rapidez do avanço das mudanças climáticas. São propostas que visam melhorar a educação ambiental, incentivar o homem do campo a se informar mais e se preparar para fazer um planejamento a longo prazo levando em consideração os efeitos das mudanças climáticas, investindo em mapeamento, monitoramento e instrumentalização. Passa também pelo uso de fontes alternativas de energia, de biocombustíveis, adoção de técnicas de construções sustentáveis, valorização do transporte coletivo e muitas outra sugestões que podem ser conhecidas na página 8 desta edição. Um bom começo, principalmente para as empresas, é saber quanto produz de dióxido de carbono em seus processos de produção. Há formas de medir e, a partir daí, maneira de amenizar o impacto. A mudança depende de todos. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 2 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 1 de agosto de 2017

OPORTUNIDADE DE ESTUDAR EM UMA UNIVERSIDADE NORTE-AMERICANA

Larissa Moreira segunda a partir da esq.) vai para o segundo ano do curso Gestão de Negócios em Babson College , em Massachussets).
   Programa patrocinado pelo governo americano auxilia gratuitamente brasileiros a conseguirem vagas e bolsa de estudos em universidades dos EUA
   Augusta Saraiva, gaúcha de 19 anos, se prepara para uma etapa que vai mudar sua vida pelos próximos quatro anos. Daqui a dois meses a jovem embarca para os Estados Unidos para estudar jornalismo em Dartmouth College, universidade na cidade de Hanover, no Estado de New Hampshire. Além da vaga na instituição, ela conseguiu 100% de bolsa de estudos e custeio de alimentação e moradia. 
   Para concretizar o sonho, foi preciso um bom currículo e passar por uma seleção que incluiu diversas avaliações e provas. Todo o processo foi orientado pelos conselheiros do Programa “Oportunidades Acadêmicas” do EducationUSA, que tem objetivos de apoiar e buscar admissões a estudantes qualificados, mas sem condições financeiras, no processo para graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) em universidades norte-americanas.
   Simone Ferreira, coordenadora do programa no Brasil, explica o Oportunidades Acadêmicas auxilia os participantes em tudo que se refere à candidatura de forma totalmente gratuita. “Oferecemos orientações que são feitas por profissionais especializados, material de estudo para provas, taxas de provas, transporte e acomodação para realização de provas, taxas de envio de documento e tradução de documentos acadêmicos”, resume.
   O Programa Oportunidades Acadêmicas. Patrocinado pelo Departamento de Estado Americano, existe no Brasil desde 2006 e já beneficiou cerca de 245 brasileiros. Em dez anos, o programa teve alunos aceitos em universidades como Harvard, Stanford, Amherst, Smith, Babson College e Coppin State University. 
   O processo para ingressar numa universidade nos Estados Unidos é bem diferente do realizado no Brasil, que, atualmente, ocorre por meio de provas vestibulares e Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Geralmente, esse processo pode levar quase um ano, passando por diversas etapas e os requisitos, segundo ela, são bem amplo e requerem um currículo exemplar.
   “O aluno precisa ser academicamente muito bom, ter inglês avançado, estar envolvido em atividades extracurriculares e comunitárias e vir de famílias com recursos financeiros limitados, mas não existe um valor mínimo ou máximo de renda.” A próximo seleção inicia em meados de novembro de 2017 e até março de 2018 o candidato já terá a resposta. O importante, no entanto, é começar a se preparar muitos meses antes . Todas as informações podem ser encontradas no site www.educationusa.org.br. Escolas de Londrina podem solicitar palestras informativas pelo (43) 3375- 9999.

   SELEÇÃO 
Augusta Saraiva se prepara para embarcar para os Estados Unidos  a fim de estudar Jornalismo na cidade de Hanover
   Para ter uma ideia de como funciona, inicialmente, o candidato preenche um formulário online em inglês, respondendo algumas perguntas e faz uma pequena redação. Em outro momento é solicitado um vídeo curto e, por fim, uma entrevista individual por telefone ou Skype. Toda candidatura é avaliada por um comitê no Brasil. Selecionado pelo comitê, começa a candidatura junto a uma universidade. 
   “ A seleção é bem holística: além das boas notas na escola, tive de escrever redações sobre minha vida, comprovar atividades extracurriculares ou comunitárias, obter cartas de recomendações de professores e, também, realizar provas avaliativas e de proficiência de inglês. É trabalhoso, mas o comitê no Brasil nos auxilia em tudo”, conta Saraiva, que no começo do ano, também participou do programa Jovens Embaixadores, promovido pela Embaixada Brasileira no Brasil. 
   No caso de concorrer a uma vaga de graduação para 2018, o aluno deve estar cursando o 2º ou 3º ano do ensino médio em 2018, ou ter terminado o Ensino Médio em 2017. Para pós-graduação o aluno deverá estar no últino ano da faculdade em 2018 ou já ter se formado com um bacharelado ou licenciatura. A ida para os Estados Unidos ocorre sempre no segundo semestre de cada ano, início do ano letivo naquele país.
   Assim está sendo com Larissa Moreira, 20, da cidade de Betim, Minas Gerais, uma das selecionadas em 2015 e que no próximo mês dá início ao segundo ano no curso Gestão de Negócios em Babson College, Massachussets .          Decidi estudar fora porque eu buscava uma universidade que me desse a liberdade para experimentar um pouco de vários interesses e que ao mesmo tempo me incentivasse a explorar mais o empreendedorismo, algo que não vejo tão presente nas universidades brasileiras atualmente.”

   EXPERIÊNCIA

   Moreira conta que, desde que se mudou, a vida tem sido um aprendizado constante.. “Vim estudar nos Estados Unidos para aprender o que deu certo e adaptar para aplicar no Brasil. Acredito que cursar a graduação fora vai me expor a realidades e culturas muito diferentes da minha e que podem me ensinar coisas que posso replicar no meu país.” Ao término do curso, a jovem pretende voltar e impactar a educação brasileira por meio da tecnologia.
   “ Pretendo criar empresas que solucionem problemas reais do setor educacional brasileiro. Inclusive, já comecei essa jornada antes mesmo da faculdade. No fim do meu ensino médio, co-fundei o InspireSonho (www.inspirasonho.com.br), que é uma plataforma de oportunidades estudantis, como intercâmbios, bolsas de estudos, conferências, etc. Nós compartilhamos informações sobre esses programas para que estudantes de todo o País tenham acesso a essas experiências. 

   SAIBA MAIS

  . Quais os pré-requisitos para ser selecionado para o programa Oportunidades Acadêmicas?
   Ter inglês avançado, excelência acadêmica, vir de uma família de baixa renda e ter atividades extracurriculares que mostram envolvimento comunitário, acadêmico, liderança, etc. 

   . O que o programa no Brasil oferece?
Acompanhamento acadêmico e cobertura de todos os custos de processo de candidatura às universidades dos EUA.
   Existe alguma restrição de área de estudo?
   O Programa Oportunidades Acadêmicas não aceita alunos que estejam interessados em Medicina, Direito, Veterinária, Odontologia ou Psicologia.  FONTE: educationusa.org.br
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   RESULTADO DO III CONCURSO DE CHARGES DO FOLHA LONDRINA

1º LUGAR – Aluna: Fernanda Vitória Almeida Chelli – 10 anos. Professora: Fernanda Gastadi Sardinha Alvarenga; Escola Municipal José Garcia Villar – Londrina. 

2º LUGAR - Aluno: Tiago Lopes Pereira- 10 anos. Professora: Sônia Tanino; Escola Municipal Roberto Conceição - Cambé.

3º LUGAR – Aluna: Agnêz Taysa da Silva Queiroz – 11 anos; Professora: Lucineia Gomes dos Santos: Escola Municipal Professora Mitiko Tsuboi; Assaí

4º LUGAR- Aluna – Ana Claro Lizieiro – 10 anos; Professora; Cléa Cristina F. de Oliveira; Escola Municipal Wilson Chamilete – Jataizinho. (FONTE: MARIAN TRIGUEIROS - Reportagem Local, caderno FOLHA 2, FOLHA CIDADANIA,  terça-feira, 1 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DIRETO NA FONTE

"A ideia é que a pessoa possa degustar tanto o local quanto o livro e que se sinta à vontade aqui", diz Pedro Costa, do Nosso Sebo

    Livrarias e sebos londrinenses abrem seus espaços para os grupos de leitura, palestras e eventos culturais
   A leitura costuma ser solitária e silenciosa, realizada em um cantinho aconchegante de nosso lar. Entretanto, algumas vezes, a experiência com a obra literária é tão forte que precisa ser comentada com outras pessoas. É a partir dessa vontade que surgem os grupos de leitura e debates. O interessante é notar que, atualmente, essa prática tem encontrado espaço justamente na origem do encontro entre livro e leitor os sebos e livrarias. E não somente os clubes estão por lá. A tendência da transformação do espaço comercial pelo espaço cultural pelo chamado “mercado do conhecimento” é tão forte, que tem se aberto também para a realização de palestras, minicursos e toda a sorte de eventos culturais. 
   É o caso do Nosso Sebo, um casarão amplo, repleto de livros e revistas de diferentes épocas e gêneros, que conta também com um quintal onde são realizados desde saraus até cafés literários. O local tem uma programação mensal, com alguns eventos fixos, como o “Café no Sebo” – que acontece semanalmente, todos os sábados, das 8h30 ao meio-dia – e outros esporádicos, como um encontro gastronômico realizado no local no último mês. Pedro Damião Costa, proprietário do estabelecimento, conta que a oportunidade de realizar esse tipo de trabalho surgiu juntamente com a mudança de endereço, há cerca de oito meses. O sebo anteriormente era localizado na Saul Elkind, em uma loja comercial padrão. 
   “A gente queria um sebo com um espaço que oferecesse além da compra ou troca de livros, um espaço para a pessoa ler por ali mesmo, conviver e relaxar. O casarão casou exatamente com essa nossa ideia”, diz Costa. 
   Ele relembra que, durante todo o tempo em que esteve no antigo endereço, o desejo já se manifestava, mas a conscientização só foi possível pelo fato de encontrar um lugar tão espaçoso e verde, mesmo localizado na região central da cidade. 
   “A gente fala que esse espaço veio pra gente de brinde. Então porque fazer um sebo tradicional se a gente tem condições aqui de fazer algo diferente? A ideia é que a pessoa possa degustar tanto o local quanto o livro e que se sinta à vontade aqui.”
Maria Tereza e Gregório Devides, da Paperi, organizam oficinas e exposições no local: "Livro é vivência!
   Esse desejo de fazer diferente é o que motivou o casal Maria Tereza e Gregório Devides. Ela, professora de Arquitetura da UEL, e ele, profissional da área da Biomedicina, sempre foram amantes da literatura e das artes e resolveram deixar transparecer isso em seu comércio. A Livraria e Papelaria Paperí recebe mensalmente reuniões do Clube Filatélico de Londrina, oficina de bullet jornal, palestras e minicursos. “Normalmente a gente tenta lincar o tema dos cursos/palestras, com algum produto que a gente tem aqui, como a oficina de bullet jornal, por exemplo. Esse é um curso que a gente sempre cita, porque surgiu de uma maneira muito legal. A moça que dá aulas era uma cliente nossa, comentou que sabia fazer e aceitou o nosso convite de fazer a oficina. Hoje ela está com a gente mensalmente, ensinando”, contam.
   Localizada, em seu princípio, no Mercadão da Prochet, a loja foi aos poucos tomando forma de espaço cultural. O casal diz que a ideia surgiu da necessidade de mostrar para as pessoas que o livro vai além de um amontoado de papel. “Livro é vivência”, dizem. E é justamente nessa vivência que eles pretendem deixar uma marca nos clientes e, porque não, na sociedade ao redor. “Existe uma vontade nas pessoas de mostrar seu trabalho, o que sabem fazer. E isso vai tomando corpo no dia a dia mesmo, aos pouquinhos. Nós queremos saber o que nosso cliente pensa, quem ele é, qual vai ser o rastro deixado pelos nossos produtos nessas pessoas.”
   E isso também é percebido pelos clientes, que cada vez mais procuram o lugar para participar das experiências ofertadas por eles. O chamado “boca a boca” fez com que fossem criadas mais turmas em uma das oficinas realizadas na papelaria. “As pessoas que entram aqui percebem que a gente se importa, conseguem sentir diferença nessa energia. A gente descobriu que não vende mais produto por fazer isso, mas é uma coisa mais profunda, de relacionamento com o cliente a longo prazo”, confidencia Gregório. 
   A contrapartida, dizem eles, é estarem sempre cercados de pessoas bacanas, com espírito alegre e interessadas por cultura. Importante ressaltar que todos esses projetos são oferecidos gratuitamente, com a inscrição sendo “paga” com a doação apenas de um quilo de alimento ou produto de higiene. 
   Além do amplo trabalho cultural, o casal conta que a iniciativa traz também um resultado social: com os alimentos e produtos de higiene arrecadados, é possível ajudar famílias e instituições da cidade. “A relação cliente/empresa muda e muito, quando todos se sentem parte desta corrente de solidariedade. E isso, pra nós, é o mais importante. 

   DIVIDINDO IMPRESSÕES

   O caminho percorrido pelas livrarias e sebos, em busca da transformação de seus espaços, é mesmo uma via de mão dupla. Grupos de leitura, que não tinha espaço adequado para se reunir, surgem aos montes, encontrando amparo desses locais. ´´E o caso do grupo Leia Mulheres, que se reúne mensalmente na Livraria da Vila, no Aurora Shopping. Ele é parte de uma ideia mundial, criada em 2014 pela escritora Joana Walsh, que propôs o projeto ≠readwomen2014 (≠leiamulheres2014).
Em 2015 a ideia chegou ao Brasil por meio da consultora de marketing e apaixonada por literatura Juliana Gomes. Ela convidou as amiga Juliana Leuenroth e Michele Henrique para transformar a ideia de Joanna Walsh em algo presencial, um grupo de leitura. O projeto deu super certo e hoje acontece em diversas cidades espalhadas pelo Brasil. “A ideia, basicamente, é incentivar as pessoas a lerem mais trabalhos de escritoras. Porque o mercado editorial ainda é muito restrito e as mulheres não possuem tanta visibilidade”, conta Vizette Priscila Seidel, mediadora do grupo em Londrina.
   Formada em Letras, com mestrado em Literatura, ela trabalha como professora de Francês e de Português. Morava em Barretos, interior de São Paulo até 2016 e foi lá que ficou sabendo da existência do Leia Mulheres. Quando se mudou para Londrina – levando em conta o tamanho da cidade – pensou haver um por aqui, mas não encontrou. A solução foi correr atrás do trio original para trazer a ideia para cá e se tornar mediadora de um grupo. Desde 2016, acontece sem erro, todo mês. 
   Além de fornecer o espaço, ela conta que a parceria com a livraria se estende a descontos em livros indicados pelo grupo. “É benéfico para eles também. Esse tipo de evento cultural enriquece muito o ambiente. Se, por exemplo, uma pessoa vai na livraria por uma palestra, acaba vendo um livro e, se interessando por literatura e comprando lá”, conta. 
   De toda essa parceria, Seidel identifica que o maior ganho é, para a cultura em si. Ela nota que há pessoas que, ao visitar o grupo, acabam se identificando com os assuntos abordados nos livros e, no fim, se interessam pela literatura,
   “Muita gente diz que leitura é solitária. Mas, quando você faz parte de um grupo como o nosso, isso não é real. Você termina de ler e fica ansioso, esperando o dia do encontro para dividir suas impressões com o resto da galera. É uma forma de se reconhecer. De enxergar o próprio papel na sociedade, finaliza. (D.S.) (FONTE: DANIEL SOUZA – Especial para a Folha 2, página 4, caderno FOLHA 2, 29 e 30 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

UM REAJUSTE RECORDE


   A avaliação do governo Michel Temer, que vem despencando a cada pesquisa, pode cair ainda mais após o aumentos do impostos sobre os combustíveis na semana passada. A pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) apontou que a alta da gasolina foi recorde em todo o País. O combustível subiu, em média, 8,22%, o maior desde que a ANP começou a fazer a pesquisa de preços, em 2004. A alta também foi bastante expressiva para o etanol hidratado e para o óleo diesel, respectivamente, 8,86% e 5,05%. No caso do etanol, foi a segunda maior da série histórica. Para o diesel, foi a quarta maior. Conforme a pesquisa, o litro de gasolina subiu, em média, R$ 0,285 em relação à semana anterior. O preço médio foi para foi para R$ 3,749 por litro. Antes de julho de 2017, o maior reajuste foi verificado pela ANP em setembro de 2005, alcançando 7,85%. A alta observada na semana passada foi causada pelo aumento nas alíquotas de PIS/Cofins anunciado pelo presidente Temer em julho. A justificativa do governo federal era fazer um reforço de caixa para evitar o descumprimento da meta fiscal. No caso da gasolina, o valor dos impostos dobrou, passando a R$ 0,41 por litro. A solução amarga encontrada pelo governo federal para garantir o caixa gerou polêmica e o aumento do PIS/Cofins chegou a ser suspenso na Justiça por liminar – derrubada um dia depois. O problema é que o reajuste impacta na cadeia dos preços, justamente porque a maioria dos produtos – da agricultura à indústria – depende do transporte rodoviário para chegar ao seu destino final. Um novo capítulo dessa novela deve gerar mais confusão e insatisfação. Caminhoneiros de vários Estados, classe bastante afetada pela alta do preço, prometem parar nesta terça-feira (1º) e fechar as principais rodovias do país. Se a ameaça se concretizar, o Brasil terá um dia de caos, justamente na véspera da Câmara votar a admissibilidade da denúncia contra Temer por corrupção passiva. (OPINIÃO, página 2, terça-feira 01 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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