segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A PSICOLOGIA E AS NECESSIDADES DO MUNDO


    Nesta segunda-feira, 27 de agosto, celebra-se o Dia do Psicólogo, este profissional dedicado a criar espaços para se pensar e promover a saúde mental. A psicologia ainda é jovem entre muitas outras ciências,, mas nunca se precisou tanto dela quanto hoje em dia. Ela é também muito mal compreendida e sofre inúmeros preconceitos. Quando uma pessoa, por exemplo, quebra uma perna ou está padecendo de uma enfermidade orgânica, todos reconhecem a necessidade de cuidados terapêuticos. Ninguém irá olhar para uma pessoa necessitada de cuidados médicos com desdém ou classificará sua enfermidade como “frescura”. Contudo, isto é o que ocorre quando o sofrimento do outro é de dimensão subjetiva.
   Quando alguém sofre psiquicamente, além de ter de lidar com a dor em si, tem de lidar com preconceito de pessoas que consideram o sofrimento subjetivo irrelevante ou de menor tamanho. Como se pudesse ser deixado de lado e, assim, passasse sozinho. Existem, inclusive, pessoas quem sofrem psicologicamente como fraco, sem nenhuma força de vontade. Só que a falta da saúde mental faz muita falta e traz vários prejuízos para a vida da pessoa e para quem está ao redor. 
   Quem sofre psicologicamente não vive bem. Pode ter até condições materiais boas e apropriadas, contar com familiares carinhosos e amigos prestativos, ter muitas boas oportunidades abertas, mas de nada adianta tudo isso se a mente não está bem porque, no fim, é ela que vai nos possibilizar ou não aproveitarmos a vida. É a mente que nos dá o tom de como nossas experiências ao longo do tempo serão dirigidas. Portanto, uma mente adoecida, sofrendo além da conta, não tem como favorecer uma boa digestão e toda a vida será sentida como pesada, sem sentido e sem graça. A vida torna-se intolerável. 
   Quantas pessoas vocês conhecem que têm todas as condições para estarem bem e serem felizes, mas levam vida miseráveis? Caindo sempre nas mesmas angústias, nos mesmos erros, atitudes e repetições? Com certeza todos vocês ao menos conhecem alguém assim, se não até muitas pessoas assim. Não tenham dúvidas de que é a mente que nos permite enxergar a vida com bons ou maus olhos. Sabendo disso, fica nítido que saúde mental não é brincadeira. 
   Há muitas abordagens dentro da psicologia, muitas maneiras de se ver a vida e lidar com ela. Há sempre alguma que fará sentido em algum ponto. No entanto, qualquer que seja a abordagem ou linha teórica escolhida, o profissional da psicologia deve cuidar de seu bem mais precioso, tanto para o próprio trabalho quanto para a vida e a sua mente. O profissional que não se conhece não tem como ajudar outros a se conhecerem. Seria o mesmo que um cego guiando outro cego em beiras de precipícios. Para quem pratica a psicologia, ´psicoterapia, psicanálise etc., conhecer-se é fundamental. Se o profissional não aprender a escutar as suas angústias, medos e desejos resistirá a conhecer esses conteúdos na pessoa que atende e acabará por fugir ou evitar a relação terapêutica transformadora. 
   Porque mexer no mundo interno nunca é fácil, porém, faz- se necessário se queremos aprender a viver bem. Quem se submete à psicoterapia aprende uma das mais importantes lições deste mundo: compreender que alguns sofrimentos são inevitáveis e nada podemos fazer a não ser aceitar, mas que há outros que temos como evitar e dispensar. Em outras palavras, a psicologia nos ensina que podemos viver com mais qualidade aprendendo a escolher melhor onde nos metemos e abrir mão de alguns sofrimentos desnecessários. Está ou não faltando saúde mental no mundo? (Crônica escrita por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicoterapeuta em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 27 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA. * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br

O DESAFIO DE ENGAJAR OS JOVENS NA POLÍTICA


   O interesse do jovem pela política anda em baixa e uma prova disso é a baixa procura pelo título entre a faixa etária de 16 e 18 anos, quando o voto é facultativo. Na edição do último fim de semana (26 e 26), a Folha de Londrina publicou reportagem mostrando que Paraná é o primeiro entre os estados do Sul e Sudeste do Brasil com maior percentual de eleitores desta faixa etária. Mas, proporcionalmente, a participação do público jovem do Estado nas eleições de outubro é menor que nos estados do Norte, Nordeste e Centro Oeste, ocupando a 19ª posição geral. 
   É preciso levar em conta que a população de 16 e 17 anos vem diminuindo à medida que aumenta a população de idosos, o que pode justificar a queda no número de jovens para votar. O chamado “envelhecimento da população” também afeta o perfil do eleitorado. 
   Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que entre 2014 e 2018, o eleitorado com 70 anos ou mais aumentou quase 10% no Brasil. 
   O Paraná tem quase 8 milhões de eleitores, sendo que apenas 0,33% são jovens de 16 anos e 0,91% tem 17 anos. 
É fácil constatar que o jovem reflete a sentimento da população brasileira em geral, de descrença da política. Desinteresse que é fruto dos anos de ditadura e da nossa democracia jovem. Mas os escândalos expostos pela Lava Jato podem ter aumentado a desilusão. Uma posição bastante equivocada. Desinteressar-se pelo processo político só vai gerar a situação de um país que precisa crescer. O jovens, assim como seus pais, tios e avós precisam trocar a desesperança pelo comprometimento de buscar a mudança necessária do Brasil pelo voto consciente. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO< segunda-feira, 27 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 26 de agosto de 2018

A TEMPESTADE


   Um temporal, como há muito não se via, põe a prova a maior árvore do Bosque 

  A madrugada de quinta-feira (22) foi de tempestade em Londrina. No centro, um ribombar de trovões me acordou como se o mundo estivesse acabando. No Bosque, a velha peroba, que tem a altura dos prédios, reagiu aos ventos balançando os galhos mais altos. O tronco, forte como sua memória, permaneceu firme. Nada tira o sossego da árvore que se avizinha da minha janela como os edifícios em volta. 
   Sempre que chove observo a peroba, sei que as grandes árvores atraem raios, mas nunca vi um que a ameaçasse. Ela deve estar ali há mais de cem anos. Essas velhas gigantes guardam tanta história vegetal e humana que são um registro do passado que chegou ao presente e deve alcançar o futuro , deixando todos nós para trás. 
   Essa árvore já passou por muitas tempestades, desde quando era um broto num território de perobas e recebia as águas barrentas que a fertilizaram. Além das chuvas, já acolheu gerações de pássaros e insetos, ofereceu seu tronco como guia para as formigas e para os olhos de quem quer olhar o céu através de um caminho enfolhado, que nunca perde o rumo. 
   A sombra do Bosque, nos anos 1940. Serviu a muitos casais. Meus pais namoravam ali quando seu Antonio – um relojoeiro que chegou à cidade ao fim da década de 30 – quis mostrar Londrina à minha mãe e escolheu passear no Bosque. Minha mãe gostou de tudo e só se assustou com os lagartos que eram comuns por aqui e um dia, trancada em casa até a hora de meu pai voltar do trabalho, disse que tinha visto “um jacaré no quintal”. A confusão nos fez rir por décadas. 
   De todas as memórias da peroba, uma das mais insistentes deve ser a das tempestades, que ela percebe mais próxima que as outras árvores. Na última quinta, no meio da chuva, seus galhos rangiam como um eterno balanço de crianças Imaginei seu diálogo com as árvores pequenas; “Fique firme aí”. Seu porte de rainha resplandecia aos raios, as trovoadas espantavam as pombas, geralmente assustados com rojões, que viram um espetáculo tão grandioso de fogos de artifício fora de hora, sem nenhuma festa. 
   A tempestade continuou madrugada a dentro, enquanto eu tirava o carregador do celular, a toma da TV e de outros aparelhos domésticos. Só não pude desligar o gato, que se transformou numa pilha, comemorando o temporal. Grafite adorou a tempestade, ia correndo para a janela para ver os raios, deslumbrado com uma luz tão natural quanto assustadora, um holofote para plateias perplexas que se movimentavam dentro dos apartamentos. O gato espiava tudo pela vidraça, enfiando o focinho nas frestas da cortina, como se assistisse às Olimpíadas. Tentei em vão deixá-lo fora do “estádio”. 
   Quando a tempestade acalmou, as pombas voltaram às árvores acomodando-se entre os galhos e a chuva. Aves são impermeáveis, usam capas invisíveis que a gente nem nota e só tem medo de barulho, sejam rojões ou trovões. 
   Em casa, enquanto Grafite assistia ao temporal, a gata Tattoo acomodou-se dentro de um armário e só deu sinal de vida quando amanheceu e um ar mais limpo entrou pela janela, como a primeira lufada do dia. Há gatos que procuram abrigo, como Tattoo, e gatos ‘kamikaze’ omo o Grafite, que adorou estar no meio do barulho, no sexto andar de um prédio , com o olhar atento de um piloto de guerra. 
   Assisti a tudo e respeitei a tempestade. Estivesse no mar, o medo seria dobrado. Já estive em temporais dentro de barcos e o que vi é tão assustador quanto um texto de Shakespeare. Da janela de um prédio não chego a relaxar observando raios, nem ouvindo trovões, mas pelo menos meu edifício não balança. Só recebe a chuva, enquanto a natureza dá seu recado. 
   Ao contrário dos gatos e das pombas, não dou moleza a tempestades. Só ligo de novo os aparelhos elétricos quando o dia amanhece com a cara de quem tomou banho no grande chuveiro que marca a entrada e a saída das estações. E que venha mais uma primavera. (FONTE: Crônica escrita pela jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI, celia.musilli@gmail.com página 2, caderno FOLHA 2, 25 e 26 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 25 de agosto de 2018

PROPOSTAS MUITO DIFÍCEIS DE CUMPIR



   Todo candidato à Presidência da República precisa apresenta uma proposto de programa de governo junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que fica exposto no site do tribunal para que qualquer cidadão com acesso à internet possa conferir. Infelizmente, poucas pessoas se dão ao trabalho de ler os documentos – de maneira crítica – como uma forma de auxiliar na escolha do seu candidato. Essa postura ajuda na consolidação de fenômeno bem conhecido pelos brasileiros: promessas de campanha que nem sempre são possíveis de realizar. 
   Ano eleitoral é sempre igual, independente do Estado ou do município. As promessas surgem de todos os lados, como uma forma de seduzir o eleitor. Mas como avaliar qual proposta é realmente viável e qual é apenas promessa? 
   Nesta edição de fim de semana (25 e 26), a Folha de Londrina desvenda algumas propostas dos 13 candidatos que disputam os votos do eleitorado brasileiro rumo ao Palácio do Planalto. Não é difícil encontrar promessas difíceis de serem implantas, como a de eliminar o déficit fiscal do País já no primeiro ano do mandato ou isentar do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos. 
   Após a última greve dos caminhoneiros, não faltou candidato prometendo estender a malha ferroviária brasileira de 30 mil quilômetros para 150 mil quilômetros. Projetos grandiosos de estatização estão nos planos. Tem gente cogitando estatizar as cem maiores empresas do Brasil. A reportagem selecionou cinco propostas para o setor de economia e infraestrutura de cada candidato e escolheu uma para repercutir com profissionais ligados ao tema. 
   A obrigatoriedade da apresentação do programa de governo no momento do candidato registrar a candidatura é uma forma que o TSE encontrou de obter um compromisso dos políticos que esperam ocupar um cargo no Executivo. Mas o papel aceita tudo. E no Brasil, a classe política é famosa pela dificuldade em honrar seus compromissos de campanha. (FONTE: Editorial da Folha de Londrina, página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, opinião@folhadlondrina.com.br 25 e 26 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O AVANÇO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL


   A inteligência artificial – já conhecida pela sigla IA – será um bem para a humanidade ou um perigo? Gerará desemprego em massa com os robôs ocupando o lugar dos operários de fábricas e a mão de obra humana em todos os campos da atividade? Se o trabalho se tornará sem dúvida mais leve, o que de eventualmente nocivo essas revolucionárias tecnologias nos reservam? Serão um aceno de fim de mundo? 
   Já é  previsível que nossos netos pequenos não saberão o que será dirigir um automóvel quando adultos, e nunca precisarão tirar uma carteira de habilitação. E os belos, reluzentes e cobiçados carros de hoje se transformarão em sucata, porque o advento do carro automático, sem motorista, nem permitirá que alguém ao volante saia pelas ruas e estradas oferecendo risco de tombar com os automáticos. 
   Basta observar as “velharias” ainda novas que tivemos que colocar de lado, porque já não nos servem. O que fizemos com nossas caríssimas máquinas fotográficas? A poderosa Kodac faliu. Podemos enumerar num relance uma centena de utilitários que já não são úteis para nada. No campo, o computador já move a máquina gigante que, sem o operador manipulando-a, ara a terra, semeia e colhe. Aparelhos já fazem delicadas intervenções cirúrgicas. 
   Em próximos anos, advogados serão substituídos pela informática e talvez só haja alguns notáveis especialistas em direito, encarregados de abastecer o sistema. Em não mais que 20 anos, haverá moradias automatizadas, que gerenciarão todos os serviços domésticos e nos prepararão o café da manhã. Já sabemos que nossos automóveis estacionarão sozinhos na garagem, sairão dela ao apertar de um botão e nos esperarão à porta da casa.
   O próprio Elon Musk, mega empreendedor da Testa (a dos carros revolucionários), alerta que a robótica pode adquirir inteligência sobre-humana e voltar-se contra as pessoas que a criam. A IA poderá desenvolver o que quiser, ao seu bel prazer, e produzir outras máquinas como filhos que nascessem delas. Vaticina-se que elas poderão ler os pensamentos humanos, e ao menos não haverá mais mentiras. A empresa EarthNow, financiada por Bill Gates, pensa em colocar em órbitas satélites capazes de filmar tudo que os habitantes da Terra estejam fazendo, e então a palavra privacidade desaparecerá de nosso vocabulário. 
   De sua vez, o cientista norte-americano Sam Harris diz que a inteligência artificial poderá gerar guerras pelo domínio de tais tecnologias , e isto não é fato novo na história da humanidade, porque ocorre desde que os primatas usaram a primeira borduna contra seus adversários... e quando os cientistas aperfeiçoaram a bomba atômica e a experimentaram, ao preço de cidades destruídas e de milhares de mortos. 
   Ou talvez não haja conflito algum por causa desses avanços tecnológicos, porque eles nunca deixaram de acontecer, e a cada novidade fantástica – como o advento do avião, das viagens espaciais, do computador de bolso, da nanotecnologia -, embora a cada evento os humanos mais desconectados e catastrofistas tenham exclamado “aonde iremos chegar?!” Ou quem sabe nosso mundo já esteja em conexão com tecnologias dos coirmãos mais inteligentes do Cosmo, talvez por haver chegado a hora de um grande salto da humanidade terrena, não só tecnológico mais também de consciência e de percepção extrassensorial. Ilações aparentemente mirabolantes, mas não para muitos que já devem estar sintonizados e de prontidão em nosso meio. (FONTE: Texto escrito por WALMOR MACCARINI, jornalista, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, sexta-feira, 24 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br

O FANTASMA DO DESEMPREGO


   Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, divulgado nesta semana apontam que Londrina acumula o fechamento de 1.136 vagas de janeiro a julho e de 2.927 no acumulado de 12 meses.. 
   Em reportagem publicada na FOLHA nesta semana sobre o assunto, um especialista afirmou que o fato de o município ter o setor de serviços e comércio como base da economia influencia nos resultados negativos. O problema é que é grande a informalidade nesses setores e falta indústria na cidade. Os últimos dados mostram ainda que o encerramento das atividades de une empresa de call center, no mês passado, resultou na demissão de 1.1 mil trabalhadores na cidade. 
   Municípios menores também sofrem com o desemprego. De janeiro a junho, também segundo o Caged, os três principais municípios do Norte Pioneiro, Cornélio Procópio, Jacarezinho e Santo Antônio da Platina, registram queda no saldo do emprego formal no setor do comércio. O entendimento é que, numa economia que passa por recessão, cidades que dependem de serviços e comércio mostram menor capacidade de recuperação do que municípios com agricultura e indústria fortes. 
   De forma geral, o mercado de trabalho encontra dificuldade para reagir diante de uma economia que não demonstra força. Segundo a última pesquisa Focus, a projeção para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) foi mantida em 1,49% neste ano. 
   Há uma semana, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios). Do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou a falta de trabalha para 27,6 milhões de pessoas no País, no segundo trimestre deste ano. 
   O desemprego é, sem dúvida, um dos principais problemas a serem enfrentados de forma mais urgente pelos próximos governantes. Todos concordam que o País tem que retomar a estabilidade econômica para voltar a gerar empregos para a população. O desafio é implantar projetos e programas que amenizem a situação. 
   Diante do cenário, muitos jovens iniciam a vida no mercado informal, sem a garantia de ingressar numa carreira e obter benefícios a longo prazo. Alguns caminhos seriam o estímulo a setores como construção civil -, que teve papel fundamental na retomada do crescimento econômico do País, mas fechou muitos postos de trabalho com a crise nos últimos anos -, à formação da mão de obra e ao empreendedorismo. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, sexta-feira, 24 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 19 de agosto de 2018

A DESPEDIDA DO CRONISTA


   Pelo Bem do sossego, tenho me dedicado muito mais à arte e à cultura do que à política 
   É preciso gostar muito de literatura e jornalismo para bater o recorde de escritores consagrados como Machado de Assis, Rubem Braga e Fernando Sabino. Carlos Heitor Cony conseguiu essa proeza com suas crônicas ao longo da vida. O escritor, que faleceu em Janeiro de 2018, aos 91 anos, soma-se à galeria das grandes perdas para o jornalismo em 2018, quando também nos despedimos de Alberto Dines.
A proeza de Cony, que bateu recordes em número de crônicas – foram milhares - enfocada por Ruy Castro, que conviveu com ele em algumas relações, no livro “Quase Antologia”, que acaba de ser lançado pela editora Três Estrelas. No livro, ficamos sabendo que Cony escrevia até três crônicas por semana no Correio da Manhã, nos anos 1960, quando também já escrevia para a Folha de S. Paulo. Depois ele ainda passaria pela revista Manchete, onde trabalhou por décadas, e se superou trabalhando até quase seu último dia de vida. Se a apresentação de Cony já impressiona, a reunião de crônicas dessa “Quase Antologia” é um passeio pelas expectativas, desilusões e projetos de um grande autor. 
   Ele fala tanto de política quanto de amenidades, dissolvendo a fronteira com a qual os cronistas sempre se deparam: onde termina a crônica? Onde começa o artigo? Na verdade, as coisas se misturam, dependendo do ímpeto e do interesse do autor naquele momento. Mas Cony confessa na crônica “Amenidades e Leitores” que quando o país pega fogo é difícil ficar alheio aos fatos. Vivemos essa situação no momento e, assim como os leitores de Cony reclamavam aos canais competentes quando ele se “alienava” da realidade, eu, uma cronista muito menor do que este emblema do jornalismo recebo reclamações quando escrevo ‘cronicamente’ sobre política. Então, ficamos sempre na dúvida sobre falar de barquinho ou das eleições. 
   Para o bem do sossego, tenho me dedicado muito à arte e à cultura do que a política. Mas, vez ou outra, aproveito o espaço para dar opinião sobre o País. Neste caso, tem quem se sinta incomodado e me escreva atirando as pedras que gostaria de acertar em outros palanques. O cronista, por sua assiduidade em dar opiniões, quase sempre vira alvo de rancores ou de amores. 
   Hoje, é como se uma opinião diferente não pudesse ter espaço num Brasil dividido que aposta em certezas, sem considerar as dúvidas. Mas política não é futebol. E os cronistas não estão em campo para levar chutes de zagueiros anônimos que não têm nada a perder. A tecnologia, boa para quase tudo, também permite que as pedradas cheguem mais rápidas pelos smartphones. O cidadão lê um texto jornalístico, fica raivoso e sai atirando pelas redes sociais. Convenhamos que isso é bem menos trabalhoso do que escrever cartas, como no tempo em que Cony começou no jornalismo. As pedradas de hoje são bem mais simultâneas e irresponsáveis. Mas a máxima do respeito ainda é válida em todas as situações de convivência, incluindo a que temos com os leitores. 
   Ser cronista é também aproveitar não só os fatos, mas brechas poéticas do cotidiano, falar de nuvens que ninguém vê porque mal olha para cima, falar de formigas que ninguém vê porque não perde tempo olhando para o chão. 
Feliz de Cony que escreveu sua última crônica abordando o Natal. Em 31 de dezembro de 2017, escreveu: “Este será o primeiro Natal que enfrentaremos pródigos e lúcidos”. Na verdade, era o Natal em que ele desmistificou o mistério com o qual cercou a data ao longo da vida junto aos filhos, que já haviam crescido. A crônica é linda, tem tom de despedida. E Cony, pródigo e lúcido, assim deixou o mundo de forma poética, como desejam todos cronistas. (FONTE: Crônica escrita pela jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI, celia.musilli@gmail.com caderno FOLHA 2, página 2, coluna CÉLIA MUSILLI, 19 e 20 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 18 de agosto de 2018

A PRESENÇA DA MULHER NA POLÍTICA É UM DESAFIO


   As mulheres são maioria do eleitorado brasileiro, mas em 2018 continua sendo uma parcela minoritária nas eleições. Dados divulgados pelo Tribuna Superior Eleitoral dão conta de que, mesmo com cota mínima de verba destinada à campanha para as mulheres, o número de candidatas não avançou em relação ao 2014. A reserva de 30% do fundo eleitoral para elas não parece ter se revertido em mais candidaturas femininas. 
   Apenas 30,7% dos pedidos de registro para a disputa aos cargos de deputado estadual e 31,59% para as vagas de deputado federal são destinados às mulheres, conforme os primeiros dados divulgados pelo TSE. Pela legislação, ao menos 30% dos candidatos devem ser do sexo feminino nas disputas aos cargos promocionais – deputado federal, deputado estadual e vereador. Lembrando que, de acordo com a projeção do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística para 2018, as mulheres representam 51,9% da população brasileira. 
   Mas se na largada do processo eleitoral o número de mulheres é pequeno, até o final da campanha a presença de candidatas pode diminuir ainda mais, por conta de desistências e indeferimento de registros. Em 2014, a presença feminina chegou ao dia da votação, representado 22,6% dos candidatos. Após a apuração dos votos, as mulheres ficaram com apenas 10% das vagas na Câmara dos Deputados para o mandato iniciado em 2015. 
   O mais desanimador é que os registros de cargos para os quais não há exigência mínima a presença feminina é ainda menor. Para as eleições de outubro, elas representam aproximadamente 15% dos candidatos a presidente, ‘12% dos postulantes a governador e 18% dos que vão disputar um cargo no Senado. A diferença está entre os postulantes ao cargo de vice-presidente. Dos 13 candidatos a presidente, quatro escolherem uma mulher como vice. Um sinal de que a preocupação com as demandas do público feminino aumentou. Mas, por enquanto, só um sinal. A mulher brasileira na política ainda é um desafio. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, 18 e 19 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

QUEM PAGA PELO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS?


   Os supermercados brasileiros desperdiçaram, no ano passado, o equivalente a R$ 3,9 bilhões em alimentos. A estimativa é da Associação Brasileira de Supermercados, que fez o levantamento em conjunto com a Fundação Instituto de Administração. As principais perdas são nos setores de frutas, legumes e verduras e produtos da seções de padaria, peixaria e açougue. Na comparação com 2016, houve queda de R$ 54,2 milhões.
   O desperdício de alimentos está em toda a cadeia produtiva, do campo à indústria. Há  perdas no varejo e o consumidor também tem responsabilidade nesse grande prejuízo. A pesquisa considerou números de 2.335 supermercados do País. Apenas em frutas, legumes e verduras, o desperdício atingiu R$ 1,8 bilhão no ano passado, aproximadamente R$ 600 mil a mais do que em 2014.
   O desperdício foi tema de reportagem publicada nesta quinta-feira (16) pela Folha de Londrina. Segundo especialistas, danos mecânico na colheita e na pós-colheita – no momento da embalagem e no manuseio – são um dos principais responsáveis. A perda de água e os machucados nos alimentos, além disso, levam à redução considerável de valor. Outro ponto diagnosticado é a diferença de temperatura a que o produto é submetido no período que abrange da colheita à embalagem e transporte até o destino final. Certos alimentos são transportados sob refrigeração e, quando chegam ao destino, levam choque de temperatura, o que acelera seu metabolismo e leva à perda de qualidade. 
   Treinar e sensibilizar toda a cadeia produtiva para diminuir o desperdício de alimentos deve ser uma preocupação constante. Assim como incentivar a comercialização nos supermercados dos produtos da agricultura familiar, processo que diminui os intermediários entre o campo e o comércio. Além de tudo isso, há o desafio de educar o consumidor para que ele também faça a sua parte. A sociedade precisa se conscientizar que o desperdício de comida significa uma tragédia em um mundo em que muitos passam fome. Interfere também no meio ambiente e no bolso do cidadão. Quem paga essa conta é a população. (FONTE; Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, sexta-feira, 17 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

CHEGA A HORA DE CONHECER OS CANDIDATOS


   A partir desta quinta-feira (16), é dada a largada para o período de propaganda eleitoral. A resolução 23.551, estabelecida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), traz de maneira bem clara e objetiva o que é permitido e o que será coibido pela Justiça Eleitoral em relação às propagandas nas ruas e nos meios eletrônicos. Isto é, comícios, carro de som, propaganda na internet (desde que não seja paga), distribuição de “santinhos” dos candidatos e outros informativos impressos ficam liberados. 
   Por outro lado, estão proibidas as publicação de propagandas por outdoors, pinturas em muros e distribuição de brindes. Em Londrina, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) segue as orientações da legislação federal, que se sobrepõem ao Código de Posturas do município e à Lei Cidade Limpa. E a mesma regra se estende aos demais municípios do País. Ou seja, todas as cidades têm que se adequar.
   Neste ano, os eleitores brasileiros vão às urnas para escolher presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, senador e deputados federal e estadual. O período de propaganda eleitoral gratuita na televisão começa em 31 de agosto. 
    É inegável que a propaganda eleitoral tem um grande poder influenciador no processo que se inicia nesta quinta-feira e se estende até as vésperas do pleito – se for o caso, também no segundo turno. E devido ao forte poder no processo de decisão do voto, é importante que normas rígidas sejam estabelecidas por meio da Justiça Eleitoral para nortear a publicidade. 
   Sem trazer à tona questão da representatividade dos partidos no período da propaganda eleitoral gratuita, é certo que se trata de uma oportunidade de conhecer os candidatos a todos os cargos, de governador a deputado estadual. Mas os eleitores não devem se resumir à propaganda eleitoral quando buscam informações sobre os seus escolhidos. Tanto que a opção por um candidato deve fazer parte de um processo, que se faz conhecendo o seu passado, conhecendo e refletindo sobre as suas propostas. E os veículos de comunicação, com seus debates, sabatinas e entrevistas, cumprem um papel importante em informar, participando fortemente da construção da cidadania e da democracia. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, quinta-feira, 16 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

QUANDO A POBREZA CHEGA ÀS CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES



   A Constituição Federal é clara ao determinar, em seu artigo 6º, os direitos sociais do cidadão – educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados - e que devem ser garantidos pelo Estado . Porém, estudo inédito da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), apresentado nesta edição da FOLHA, aponta que seis em cada dez crianças e adolescentes no Brasil vivem na pobreza, ou seja, 32,7 milhões de pessoas com até 17 anos estão exposto à vulnerabilidades. 
   Adotando um critério inédito no tratamento à pobreza entre crianças brasileiras, o relatório, que tem por base informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), de 2015, inclui não somente indicadores de renda per capita, mas também o cumprimento de direitos fundamentais garantidos na lei. Em resumo, o País falha grandemente na oferta mínima a uma população a quem credita seu próprio futuro enquanto nação. 
   “Incluir a prestação de direitos como uma das faces da pobreza não é comum nas análises tradicionais sobre o tema, mas é essencial para dar destaque a problemas graves que afetam meninas e meninos e colocam em risco seu bem-estar”, justifica Florence Bauer, representante da Unicef no Brasil. 
   Entre as necessidades, o relatório indica que 18 milhões de crianças e adolescentes 34,3% do total) são afetados pela pobreza monetária, ou seja, vivem com menos de R$ 346 per capita por mês na zona urbana e R$ 269 na zona rural. A falta de saneamento também atinge um grande número de meninos e meninas (13,3 milhões), seguido por educação (8,8 milhões) e água (7,6 milhões).
   O Paraná aparece com um panorama um pouco mais ameno, ocupando a quarta colocação entre os Estados que conseguem atender a essa demanda: 24,5% dos meninos e meninas vivem com renda de até meio salário mínimo, perdendo apenas para Santa Catarina (17,7%), Distrito Federal (20,2%) e São Paulo (21,5%). Vale ressaltar que os números , também na Pnad, consideram essa população com idades até 14 anos. 
   Em Londrina, parte do papel do Estado com esse público é assumido por entidades filantrópicas, como afirmam coordenadoras do Núcleo Espírita Irmã Secheilla. “Oferecemos desde alimentos até educação”, resumem. Mas há ainda histórias mais tristes, como a dos irmãos de 13 e 16 anos relatada pela reportagem da FOLHA, que vivem sozinhos, abandonados pela mãe e à própria sorte. Não vão à escola por falta de documentos e comem aquilo que o dia lhes reserva. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, quarta-feira, 15 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A REVOLUÇÃO POSSÍVEL



   Ás portas de mais uma campanha eleitoral, que decidirá quem vai ocupar os principais cargos públicos no Brasil, boa parte da população na esteira de uma crise econômica e ética que vem castigando o País já há algum tempo, demonstra um misto de apatia, desencanto e até raiva canalizada contra a classe política. O quadro é compreensível. Muitos brasileiros sentem que a democracia os convoca mais para financiar os poderosos do que para desfrutar direitos de um Estado que se diz democrático e social. Além de não se sentirem partícipes do jogo, convivem com notícias cotidianas de corrupção, desperdício e ineficiência no uso dos recursos públicos. As sensações passam pela impotência diante do “mecanismo” instalado, indiferença ou desprezo pelo processo eleitoral (que se revela na intenção de volto nulo ou branco) até revolta que, por vezes, descamba para atos de hostilidade. Outra forma da desilusão se manifestar é a tentativa ingênua de encontrar salvadores da pátria, na esperança de que os problemas se resolvam por meio de bravatas. 
   Apesar de haver motivos para o desalento, o compromisso de quem compartilha o inacabável projeto democrático exige um olhar mais democrático. Se a democracia é o governo do povo, sua força e efetividade estão intimamente relacionadas com a responsabilidade ética de cada um de seus integrantes. Essa responsabilidade certamente passa pelo voto livre, bem informado e consciente, mas de modo algum se esgota nisso. Saber escolher é apenas o primeiro passo; após, vem o dever de acompanhar, fiscalizar e cobrar. Mas também não se limita a isso. Um dos fundamentos da república é a cidadania e esse termo vai muito além de criticar governantes em redes sociais. Cidadania pressupõe o entendimento de que os os bens públicos, inclusive os imateriais, como a honestidade, por pertencer a todos, pertencem a cada um individualmente e, portanto, todos devem compartilhar o dever de cultivá-los. Parafraseando John F. Kennedy, temos, sim, o direito de perguntar o que o país pode fazer por nós, mas, ao mesmo tempo, temos o de dever de nos indagar o que estamos fazendo pelo país, pela cidade, pela comunidade. 
   Muitos se sentem impotentes para mudar as estruturas viciadas da política brasileira, mas a democracia exige que se tente. E se não for exequível revolucionar o sistema político brasileiro do dia para a noite, é possível fazer uma revolução individual imediatamente .Se não for possível para um de nós sozinho obrigar os governantes a serem honestos, certamente é possível agirmos com honestidade em tudo o que estiver ao nosso alcance. É possível viver sem adquirir produtos e serviços piratas, é possível não estacionar nas vagas reservadas a deficientes e idosos, é possível não emitir, pedir ou suar recibos falsos para abater o Imposto de Renda. Democracia exige responsabilidade individual e a pior postura diante das falcatruas dos poderosos seria replicá-las no nosso cotidiano. Se o exemplo não está vindo de cima, que ao mesmo parta dos debaixo.
   Se todos agirmos assim, certamente o Brasil, em poucos anos, figurará entre as nações mais desenvolvidas do mundo, tornando realidade as promessas constitucionais do projeto democrático. Se a maioria o fizer, o ganho será monumental. Se apenas uma minoria começar, demorará um pouco, mas assim como o desalento é contagioso o compromisso ético também pode sê-lo. Todavia, Se um único indivíduo assumir essa postura, já terá valido a pena. Se não para mudar a sociedade, certamente para mudar a si mesmo e influenciar positivamente aqueles que o rodeiam. Na pior das hipóteses, esse revolucionário poderá se orgulhar de ser exceção à terrível ideia de que, no fundo do abismo ético, existe apenas um imenso espelho. (FONTE; TERCIO ISSAMI TOKANO, advogado da União integrante do Grupo de Atuação Proativa da AGU (Advocacia Geral da União), página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 14 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.combr.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

OS CINCO ANOS DA LEI ANTICORRUPÇÃO


   O Brasil perde cerca de R$ 200 bilhões por ano por causa da corrupção. A afirmação é de especialistas em compliance ouvidos pela Folha de Londrina em reportagem de segunda-feira (13) sobre a Lei Anti Corrupção, que está completando cinco anos. É praticamente a soma de investimento do País em saúde, educação e segurança. A esperança dessa doença terrível começar a diminuir seus efeitos vem das operações como a Lava Jato e da promulgação da Lei Anticorrupção (12.846/2013). Algumas mudanças de comportamento no mundo corporativo já são perceptíveis, tanto que empresas alvo da Lava Jato foram forçadas a investir em segurança e melhorar suas prática de gestão. Mas ainda é preciso fazer mais. 
   A legislação foi sancionada em 2013, pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e regulamentada em janeiro do ano seguinte. Entre as punições previstas, estão multa administrativa de até 20% do faturamento bruto e o instrumento do acordo de leniência, por meio do qual os envolvidos em ilegalidades podem reparar o dano financeiro e se comprometerem a implementar mecanismos internos de integridade. 
   Quem poderia imaginar, cinco, seis anos atrás, que ações da Polícia Federal e dos ministérios públicos Federal e Estadual poderiam colocar atrás das grades alguns dos maiores empresários do País, ex-governadores e até ex-presidentes?
   Para o consultor Wagner Giovanini, entrevistado pela FOLHA, o Brasil se encontra num processo de transição. Falta muito terreno para alcançar no quesito honestidade entre políticos e empresários, mas é preciso reconhecer que progressos aconteceram. Com a existência da nova legislação, muitas empresas ficaram preocupadas em correr risco e passaram a investir em mecanismos de integridade. É uma forma de prevenir irregularidades, evitar multas e proteger seus executivos. 
   Disseminar as boas práticas de compliance é importante para reforçar a necessidade de atenção por parte das empresas e do poder público. O Grupo Folha de Comunicação entende que a divulgação da chamada Lei da Empresa Limpa é uma forma importante de combater a corrupção, tanto que no ano passado a transparência nas organizações foi tema de um dos EncontrosFolha. É preciso que o setor público e o poder privado estejam realmente comprometidos em implementar mecanismos que dificultem a corrupção e responsabilize durante os culpados. E não só punir, mas devolver o dinheiro roubado para que ele seja revertido em benefícios para a população. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, terça-feira (14) de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

MELHORIA DA EDUCAÇAO PASS PELA VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR


   Que a boa educação é uma das condições mais importantes para o Brasil dar uma guinada em favor do desenvolvimento social e econômico ninguém duvida. Investir na qualificação dos professores é uma das formas de se chegar lá e uma pesquisa acaba de revelar que os educadores brasileiros gostariam que a profissão docente tivesse mais reconhecimento. A formação continuada e a escuta dos professores para a formulação de políticas públicas educacionais ficaram em primeiro lugar no estudo que buscou conhecer o que os educadores pensavam sobre a sua formação, condições de trabalho e carreira. 
   A pesquisa foi realizada pelo movimento Todos Pela Educação e Itaú Social. Foram ouvidos profissionais do setor público e privado. Segundo os resultados, 69% dos professores citam a formação continuada e 67% a escuta dos docentes para a formação de políticas educacionais como as medidas mais importantes para a valorização da carreira. Em seguida, apontam a restauração da autoridade e do respeito à figura do professor (64%). O aumento salarial aparece apenas em quarto lugar, citado por 62% .
   São as dificuldades para o exercício da profissão que parecem desestimular uma boa parcela dos cerca de 2,2 milhões de professores que atuam no País. O contraste é evidente: a profissão mais numerosa no Brasil é uma das menos valorizadas. Para se ter uma ideia, 77% querem mais recursos digitais e 73% querem materiais de apoio para implementar o currículo 
   A pesquisa Profissão Docente foi realizada pelo Ibope Inteligência em parceria com o Conhecimento Social e ouviu 2.160 professores da educação básica das redes públicas municipais estaduais e da rede privada de todo o Brasil. A amostra respeitou a proporção de docentes em cada rede, etapa de ensino e região do País, conforme os dados do Censo Escolar da Educação Básica, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Um dado do estudo mostrou o grau de insatisfação dos docentes: 49% deles não recomendariam a carreira para outras pessoas. 
   Temos muitas certezas a respeito da educação no Brasil e elas passam pela valorização docente. É preciso definir estratégias e dar continuidade às ações, independentemente de governos. Já existem várias experiências sendo realizadas e muitas delas por iniciativa dos professores apaixonados pelo ato de ensinar. É o que hoje está fazendo a diferença. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, segunda-feira, 13 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 12 de agosto de 2018

O CAVALO COMO MEIO DE TRATAMENTO


   Os benefícios da equoterapia para auxiliar no desenvolvimento de pessoas com necessidades especiais estão no Multi Agro desta semana 

   A equoterapia é um método terapêutico com cavalo utilizada para desenvolver e estimular o corpo e a mente das pessoas com necessidades especiais. O Multi Agro desta semana apresenta o trabalho desenvolvido com essa prática no Parque Ney Braga. 
Não se sabe ao certo desde quando os cavalos começaram a ser usados em processos terapêuticos. Acredita-se que a equoterapia seja praticada desde a Grécia Antiga. No Brasil, o método foi reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina em 1997 e atualmente mais de 30 países utilizam a técnica. 
Segundo Doris Alho, responsável pela equoterapia no Parque Ney Braga, não há idade para realizar o tratamento. Ele é indicado para quem possui alguma deficiência física ou mental, porém pode ser feito também por crianças que têm déficit de atenção e de aprendizagem.
Ela explica que “com o andar do cavalo, que executa um movimento tridimensional nós conseguimos normalizar o tônus muscular, a coordenação, a lateralidade”. As aulas também mexem com as cordas vocais ajudando a soltar a fala, a concentração e a autoestima dos praticantes.
Mas não é somente colocar o aluno em um cavalo e fazer os exercícios. Segundo Alho, a partir do diagnóstico da pessoa é escolhido o animal que irá trabalhar com ela. “Se eu tenho uma criança que é hipertônica e eu pegar um cavalo que tem uma amplitude do passo muito longa, vai piorar a situação. Se ele andar rápido também”, explica. 
Os cavalos que são utilizados na terapia são selecionados de acordo com algumas características. A responsável diz que o animal não precisa que seja de uma raça específica. “O que importa são os detalhes como a andadura, amplitude de passo, perímetro torácico e mansidão do animal.”
Um dos praticantes da equoterapia no Ney Braga é o Lucas Cordeiro. Ele tem anóxia ( diminuição do oxigênio no sangue) o que o impede de ter controle sobre seus membros. O cavalo utilizado com ele tem amplitude do passo maior e é mais ligeiro para que sejam trabalhados o equilíbrio e o controle de Lucas. “Ele era muito molinho. Agora já coloco ele no braço e ele fica mais firme. É uma alegria muito grande”, conta a mãe Sidneia Cordeiro. 
O programa vai ao ar no próximo domingo às 8h na Multi TV (canal 20 e 520 da NET) com reprises diárias. (FONTE: REPORTAGEM LOCAL, página 2, 
caderno FOLHA RURAL, MULTI AGRO, 11 e 12 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 11 de agosto de 2018

ZÉ LIMÃO


   O Bairro Aparecidinha, ma década de 1960, era coberta de lavoura de café com muitas propriedades pequenas. Ficava a mais de 20 quilômetros da cidade. Tinha a capela com o salão de festas e ao lado o campo de futebol que divertia os moradores da redondeza aos domingos. E na festa da Padroeira fervilhava de gente, tinha leilão de prendas, churrasco. 
   Mas a terra na localidade era arenito, fraca e as geadas que castigavam a região acabaram com as lavouras cafeeiras. No decorrer dos anos, as famílias foram deixando o local, vendendo suas propriedades e migrando para outros locais, como Rondônia, Mato Grosso e também para as periferias das grandes cidades. 
   O conhecido Zé Limão, nordestino de Pernambuco e que tinha esse apelido por ser uma pessoa com críticas ácidas, sem muitos amigos, bravo e sempre com a cara fechada, chegou na época áurea do café, sozinho, sem família. Com as economias da época comprou um pequeno lote de três alqueires. 
   Com o passar do tempo, os fazendeiros foram comprando os pequenos lotes e introduzindo a pecuária, transformando a região em grandes fazendas de gado. Mas o “Zé Limão” jamais quis saber de vender sua “terrinha”. Passava a vida numa situação difícil no seu ranchinho, plantando uns pés de milho, mandioca e fazendo alguns servicinhos nas redondezas para as demais despesas. O vizinho, Beto Gaúcho, um fazendeiro que sempre ajudava o Zé dando alguns sacos de adubo, sementes e, certo dia, apareceu no rancho do Pernambuco.
   Zé Limão foi logo perguntando a que devia visita. Beto Gaúcho foi logo dizendo: “Olha Seu Zé, o senhor está cercado pelas fazendas, inclusive a minha. Não produz nada, então vou fazer uma proposta ao senhor. Tenho um terreno na cidade, posso construir uma boa casa de material para o senhor, mobiliar e ainda te dar bom dinheiro Tudo por sua terra. Não precisa dar resposta agora, pensa e se achar por bem, me procura. 
   Após passar várias noites se remoendo, o nordestino foi à fazenda falar com o Beto Gaúcho. Aceitava, mas antes queria ir à sua terá natal, pois desde que saiu de lá, há mais de 40 anos, jamais voltara. Quem sabe ainda tinha parentes por lá. O fazendeiro providenciou as passagens e deu-lhe o dinheiro para a viagem. “Volto logo, seu Beto”, saindo feliz da vida. 
Passaram-se anos, e jamais se soube do paradeiro do Zé Limão. 
   Beto Gaúcho com o tempo cercou o pequeno sítio e fez um reflorestamento no local. Colocou uma placa com os dizeres: “”Mata Zé Limão”. E também plantou dois pés de limão rosa junto à placa que produzia muitos frutos, mas muito azedo, que deixava as pessoas com a cara do antigo dono. (FONTE: Crônica escrita por SIDNEY GIROTTO, leitor da FOLHA, caderno FOLHA RURAl, página 2, coluna DEDO DE PROSA, 11 e 12 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

REFLEXÃO COM ARROZ E FEIJÃO


   Na mesa do almoço, meu filho pergunta o que é jornalismo. Num primeiro momento, digo que jornalismo é produzir conteúdos a partir dos acontecimentos. Mas também explico que as matérias podem ter viés informativo, opinativo ou mesmo literário, quando produzimos crônicas ou reportagens que “namoram” com aquilo que um dia foi chamado “new jornalismo” e que, ainda hoje, aparece como um conteúdo de valor, em tempo de notícias simultâneas como café expresso.
   Estudante de Artes Visuais, meu filho é minucioso como se desenhasse sempre um retrato com máximo de fidelidade. Às vezes, perco a paciência, mas ele quer comparações e pergunta como é meu dia a dia. Respondo que sempre há fatos novos e que, embora se convencione que o jornalismo seja neutro, acredito que nos posicionamos na forma de abordar um assunto e no tratamento que lhe damos com mais ou menos espaço nas páginas, na escolha de títulos e fotos. Digo que o jornalismo por natureza, ainda é matéria de interação com a sociedade, um diálogo que se estabelece a partir das notícias que ajudam a formar opinião. 
   Ele acha minha resposta rasa. Tem por hábito ir fundo demais nas coisas, de modo que lhe sugeri que estude psicologia ou filosofia, além da arte, mas resolvi devolver a pergunta e quero saber como é sua vivência artística. Ele me diz que a arte é uma interpretação do mundo e uma busca constante da forma que expresse uma ideia ou conteúdo. Diz que uma coisa é aprender Michelangelo, um mestre excepcional da forma, que ele já tentou imitar como exercício. Outra coisa é aprender com Rembrandt, cuja pintura tem claros e escuros, oferecendo texturas diversificadas. Cita ainda as obras dos contemporâneos e sugiro que ele poderia ser um bom professor para ver se lhe aponto um campo mais objetivo de trabalhar com a arte, a partir do entendimento e da explicação do ofício.
   Volto ao jornalismo e digo que coletamos fatos, buscamos e compramos versões, opiniões e colocamos tudo no caldeirão do texto para cozinhar a matéria que, enfim, vai virar notícia divulgada em maior escala. Ele se alegra ao perceber que no caldeirão de fatos colocamos criatividade ao produzir a notícia, que é nossa forma de apresentar o fato, e chama isso de “dar identidade ao texto”. 
   Percebe que, assim como na arte, sempre faremos nossa leitura ou interpretação do mundo a partir da matéria jornalística. Então me pergunta como é fazer poemas? Sugiro que aí o buraco é mais embaixo ou mais em cima. Que a poesia é quando temos uma fresta no céu que se abre sobre nossa cabeça, inspirando uma leitura incomum das coisas, muito mais metafórica. Lembro do dia que ele viu pela janela uma revoada de pássaros e me disse: “Mãe, parece um aquário”. Entendi perfeitamente sua transposição da cena para a água e digo que sua frase me soou poética.. 
   Explico que o jornalismo nem sempre combina com a poesia. Que me dia a dia na redação é absorvente e me rouba o poema, que exige subjetividade, não precisão. Ele pergunta como começa um poema. Apresento um verso que há anos me desafia: “A solidão é um animal antigo” . Ele gosta do verso, mas pergunta o que significa. Digo que foi uma ideia para qual ainda não tendo continuidade, ainda não é poema. Mas esclareço que significa, possivelmente, que a solidão é um dilema humano desde a antiguidade. 
   Repito que, no momento, tenho pouco tempo para pensar em poesia, que o cotidiano do jornalismo é objetivo, mas é através dele que ganho o pão. Como exemplo, mostro que o País vive no momento um dilema político e que um candidato cuja inicial é B, surge como ameaça. Ele sugere que B, para não se concretizar como ameaça, deve ficar “invisível”, ao passo que a imprensa fala dele todos os dias. Concordo que no jornalismo padecemos de um excesso de objetividade e que, subjetivamente, criamos ameaças quando falamos delas, ainda que seja para criticar. Ele alerta que o marqueteiro de Trump mostrou interesse em fazer no Brasil a campanha de B., aquele que “deve permanecer !invisível”. Prometo não dizer o nome do dito cujo em vão . É bem melhor voltar-se para a arte, a poesia e a filosofia do que manter-se no raso da crítica que, sem querer, transformamos em propaganda. (FONTE: Crônica escrita por CÉLIA MUSILLI, celia.musilli@gmail.com caderno FOLHA 2, página 2, coluna CÉLIA MUSILLI, 11 e 12 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

BEBATE SEM EMBATE


   Quem esperava uma autêntica luta de boxe no debate eleitoral da Band, na última quinta-feira (9), teve que se conformar com uma espécie de Banheira do Gugu Com candidatos bem mais comportados do que se apresentaram no início da corrida eleitoral, o debate para esquentar os tambores, tendo em vista as eleições, foi uma ducha fria nos telespectadores, que não perdoaram: ali pelo segundo bloco, muita gente já criticava a performance dos candidatos nas redes sociais, sem exceção. 
   Álvaro Dias (Podemos) aproveitou a primeira pergunta para se apresentar e foi tolhido pelo mediador porque extrapolou o tempo. A tentativa de apresentação continuou em outros momentos, mas ele aproveitou para criticar a política econômica de Henrique Meirelles (MDB), que também está debutando na condição de presidenciável. 
   Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) passaram a imagem de “veteranos das eleições”, mas se alfinetaram quando o assunto era, por exemplo, saúde pública e saneamento básico, temas que no vaivém de mandatos de vários presidentes continuam como feridas que expõem a condição precária do País. 
   Guilherme Boulos (PSOL) foi Boulos o tempo inteiro. O psolista ficou no papel cômodo de candidato que tem basicamente traços nas pesquisas eleitorais e, sem tentar cativar mais eleitores – preocupação da maioria comedida ali presente -, atirou-se na direção dos outros munido de temas complexos, como aborto e misoginia. 
   Ciro Gomes também parecia ter perdido a verve combativa e colocou-se menos agressivo do que costuma para atacar adversários estratégicos como Alckmin. Até Jair Bolsonaro (PSL), que chegou aos cerca de 17% de preferência nas pesquisas com performances quixotescas, no debate parecia uma neófito bem comportado, evitando, mais do que comprando, as brigas que lhe valeram a imagem de capitão das quedas de braço. O vácuo de sua presença no papel de provocador sobrou então para o cabo Daciolo (Patriota), o deputado bombeiro que, na Band, parecia querer incendiar a bancada, em vez de apagar o fogo. 
   Para maioria dos telespectadores, o debate transcorreu em clima morno. Ainda assim, na sexta-feira (10), foram computados mais de 600 mil visualizações do programa no YouTube. Muitas perguntas ficaram sem respostas. A dois passos das urnas, todos parecem pisar nos ovos. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, 11 e 12 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

PLANETA SOBRECARREGADO


   No dia 1º de agosto, a população mundial já havia consumido o conjunto dos recursos que a natureza pode produzir em um ano, segundo informações da Global Footprint Network, uma organização não governamental de pesquisa de recursos naturais e mudanças climáticas. Isso quer dizer que pelo restante de 2018 o planeta vai consumir além da capacidade de renovação anual. 
   Desde 1970, os ambientalistas pesquisam e identificam o momento em que o consumo de recursos naturais supera o volume que o planeta é capaz de renovar. E um marco, que ficou conhecido como o Dia de Sobrecarga da Terra. A data deveria servir de reflexão para que homens e mulheres repensem o processo de produção e consumo, pois em um dado momento o planeta realmente não vai ter a capacidade de regeneração. 
   O homem trata muito mal o meio ambiente e sofre as consequências desse comportamento inconsequente. Os extremos no clima da Europa neste ano é apenas um exemplo. Se no início do ano o continente sofreu com a forte onda de frio que foi batizada de “besta do leste”, agora é o calor que castiga os europeus. Enquanto as cidades portuguesas acabaram de marcar a temperatura mais alta de sua história, a Espanha registrou mortes devido ao calor e na Finlândia os supermercados abriram à noite para que as pessoas pudessem dormir nos seus corredores, aproveitando o ar condicionado. 
   Segundo a pesquisa da Global, a consciência ecológica do brasileiro precisa melhorar, pois mostrou que o Brasil consome os recursos da natureza em um ritmo mais acelerado que a média nacional. Se os pesquisadores da Global fossem considerar somente os padrões de produção e consumo do Brasil, o Dia de Sobrecarga da Terra seria mais cedo, em 19 de julho. O país ocupa o quinto lugar na geração de lixo do mundo e, diante dos baixos índices de reaproveitamento, contribui para o esgotamento dos recursos naturais do planeta, segundo avaliação da entidade. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, quarta-feira, 8 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

MUNICÍPIOS DEVEM INCENTIVAR A SUSTENTABILIDADE


   Priorizar o consumo local é uma medida especialmente relevante quando um órgão público ou uma empresa opta por buscar fornecedores regionais. É um princípio de consumo consciente e da sustentabilidade, exemplo que foi mostrado em Londrina nesta semana, durante rodada de negociação promovida pela prefeitura entre sete instituições de saúde e de empresários e produtores rurais. Iniciativa do Programa Compra Londrina e do grupo Salus (Saúde Londrina União Setoril) teve como objetivo deixar para Londrina uma fatia maior dos R$185,4 milhões em compras feitas pelas instituições de saúde. Do lado dos compradores, participaram representantes da prefeitura, do Consórcio Intermuniciapal de Saúde do médio Paranapanema, Instituto do Câncer de Londrina, Hospital Universitário, Irmandade Santa Casa, Hospital Evangélico e Hoftalon, responsáveis pela rede de atendimento do SUS local e regional. 
   Durante a negociação, alguns hospitais perceberam que podem aumentar a participação dos fornecedores locais nas suas compras. Gêneros alimentícios e material de escritório e limpeza são áreas com grandes chances de crescimento. Foi um encontro importante para que os fornecedores conhecessem o mercado de saúde em Londrina e, por outro lado, as empresas descobrissem novas opções de fornecedores. 
   Uma aproximação bastante válida, até para que um conheça as dificuldades e as necessidades do outro. O comprador quer preço e qualidade e o vendedor local tem a seu lado as vantagens logísticas. A reunião apontou críticas em relação à prefeitura, lembrando que a demora na renovação de alvarás da Vigilância Sanitária dificulta a participação de empresas locais nos processos de licitação. Um estudo recém-divulgado pela Fundação Certi, encomendado pelo Sebrae, mapeou a existência em Londrina, de 3.721 empresas com serviços e produtos dedicados à saúde. É um segmento importante para a cidade. 
   A compra sustentável é uma forma de adequar as empresas e órgãos públicos às questões ambientais, diminuindo o impacto ao meio ambiente e beneficiando a produção local. ( FONTE: OPINIÃO, página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, quarta-feira, 9 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). Priorizar o consumo local é uma medida especialmente relevante quando um órgão público ou uma empresa opta por buscar fornecedores regionais. É um princípio de consumo consciente e da sustentabilidade, exemplo que foi mostrado em Londrina nesta semana, durante rodada de negociação promovida pela prefeitura entre sete instituições de saúde e de empresários e produtores rurais. Iniciativa do Programa Compra Londrina e do grupo Salus (Saúde Londrina União Setoril) teve como objetivo deixar para Londrina uma fatia maior dos R$185,4 milhões em compras feitas pelas instituições de saúde. Do lado dos compradores, participaram representantes da prefeitura, do Consórcio Intermuniciapal de Saúde do médio Paranapanema, Instituto do Câncer de Londrina, Hospital Universitário, Irmandade Santa Casa, Hospital Evangélico e Hoftalon, responsáveis pela rede de atendimento do SUS local e regional. 
Durante a negociação, alguns hospitais perceberam que podem aumentar a participação dos fornecedores locais nas suas compras. Gêneros alimentícios e material de escritório e limpeza são áreas com grandes chances de crescimento. Foi um encontro importante para que os fornecedores conhecessem o mercado de saúde em Londrina e, por outro lado, as empresas descobrissem novas opções de fornecedores. 
Uma aproximação bastante válida, até para que um conheça as dificuldades e as necessidades do outro. O comprador quer preço e qualidade e o vendedor local tem a seu lado as vantagens logísticas. A reunião apontou críticas em relação à prefeitura, lembrando que a demora na renovação de alvarás da Vigilância Sanitária dificulta a participação de empresas locais nos processos de licitação. Um estudo recém-divulgado pela Fundação Certi, encomendado pelo Sebrae, mapeou a existência em Londrina, de 3.721 empresas com serviços e produtos dedicados à saúde. É um segmento importante para a cidade. 
A compra sustentável é uma forma de adequar as empresas e órgãos públicos às questões ambientais, diminuindo o impacto ao meio ambiente e beneficiando a produção local. ( FONTE: OPINIÃO, página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, quarta-feira, 9 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O PERFIL DO ELEITOR PARANAENSE


   Para quem espera uma eleição disputadíssima e com um alto grau de imprevisibilidade sobre o resultado, a análise do perfil do eleitorado pode ajudar muito. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou há poucos dias um retrato dos eleitores e nesta edição de terça-feira (7) a Folha de Londrina revela quem é o eleitor paranaense. O professor Edmilson Leite, diretor estatístico do Instituto Multicultural, foi convidado pelo jornal para analisar os dados do TSE e chegou a uma conclusão: se o eleitorado do Paraná pudesse ser resumido em uma pessoa, seria uma mulher madura, com o ensino médio completo e moradora do interior do Estado. Dos 7.971.087 dos eleitores cadastrados na Justiça Eleitoral do Estado, a maioria é formada por mulheres. Elas são 52,4% (4.178.329), enquanto os homens são 47.6% (3.791.914).Um contraste perceptível entre o poder da mulher na hora de decidir, pelo voto, o futuro do País e do Paraná e baixa representatividade feminina na política.
   Nos últimos quatro anos, o número de homens e mulheres que votam no Paraná aumentou 1,32% - em 2014, o total era 7.865.950. No Brasil, o eleitorado também aumentou na ordem de 3,14% saltando de 142.822.046 votantes em 2014 para 147.302.354. A maioria é mulher (52,5%) e está na faixa etária entre 25 e 44 anos. 
   Voltando ao Paraná, quando se faz um recorte na escolaridade, os dados do TSE mostram que o maior grupo isolado é de pessoas com ensino médio completo (25,74%). Apenas 13,45%(1.072 milhão) dos paranaense aptos a votar completaram o ensino superior. Embora baixo, o percentual de eleitores com graduação no Paraná está melhor que a média geral brasileira, que fica em 9,2%. Quanto aos eleitores paranaenses analfabetos, o número é 3%. Os dados do TSE mostram que aumentou o número de jovens com 16 e 17 anos que tiraram o título mesmo não sendo obrigados a votar. Em 2018 são 99.006, enquanto em 2014 eram 78.682.
   Em todo o Brasil, são 4 milhões de novos eleitores. Muitos são jovens de 16, 17 anos que viveram a adolescência ouvindo sobre os escândalos de corrupção e as notícias de políticos poderosos presos por desvio de dinheiro público. Esta eleição de 2018 e as próximas que virão devem apontar o tom da consciência política dessa geração que cresceu com a Lava Jato. Tomara que eles estejam bem preparados para assumir uma posição de protagonismo na renovação do País , deixando para trás o perfil de jovens desinteressados do processo político. (FONTE: OPINIÃO,  página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, terça-feira, 7 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

AS MENSAGENS DE FRANCISCO DE ASSIS


   No momento em que leio neste jornal que a professora da UEL Angelita Marques Viselli realiza exposição de imagens de Francisco de Assis, revelo uma devoção minha pelos escritos desse santo universal, não só os de seu tempo terreno como também os atuais, que chegam da dimensão celestial onde ele se encontra (fui a Assis, e ali senti a magia desse lugar e do recinto de sua tumba, na Basílica de São Francisco). 
   À semelhança de Jesus, também ele peregrinou pelos países mais populosos de então. Francisco teve várias encarnações. Numa delas, ele se denominava mestre Khuthumi, e passou a enviar mensagens como esse nome, como é conhecido na literatura da Grande Fraternidade de Branca – uma comunidade de iluminados seres do Plano Espiritual e à qual também pertenceu Jesus e outros avatares que a humanidade conheceu. 
   Francisco nasceu em Assis, na Itália, mas quando de seu nascimento o pai encontrava-se a trabalho na França, daí o denominaram Francesco. Seu pai era um rico comerciante, e quando jovem Francisco desfrutou das riquezas, mas converteu-se depois que se apaixonou por uma bela jovem. Foi então que ela lhe mostrou o seio corroído pela lepra. A partir desse impacto, ele a abraçou e a beijou, e passou a consolar os leprosos, dos quais todos corriam, temendo contágio. 
   Sua vida foi dedicada aos portadores dessa doença, então incurável, e aos desconsolados. Ele falava também com os animais, e diz-se que o entendiam. Certa vez, na igreja de São Damião, ele teve uma visão extraterrena e viu-se rodeado de seus filhos espirituais. 
   O grande santo, que deu ao atual papa a inspiração para denominar-se Francisco, passou por vicissitudes, foi preso quando soldado e enfrentou algumas contrariedades da Igreja. Morreu jovem e pobre como “il povarello”, aos 44 anos. ?Sua história é conhecida sobretudo pelas suas palavras de amor e sabedoria, e pela mais sublime oração que diz: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz/ onde houver ódio que eu leve o amor/ onde houver ofensa que eu leve o perdão/ onde houver discórdia que eu leve a união/ onde houver dúvida que eu leve a fé/ onde houver erro que eu leve a verdade/ onde houver desespero que eu leve a esperança/ onde houve tristeza que eu leve alegria/ onde houver trevas que eu leve a luz/ ó, Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado/ mais compreender que ser compreendido/ mais amar que ser amado/ pois é dando que se recebe/ é perdoando que se é perdoado/ é morrendo que se nasce para a vida eterna”. 
   Muitos não acreditam que Francisco de Assis e Jesus, assim como outros iluminados seres do Plano Espiritual – a maioria deles desconhecidos das igrejas dominantes -, estejam enviando mensagens, e o fazem desde que ascensionaram. Porque mantêm seus vínculos com este planeta e com seus habitantes. Francisco disse recentemente: “Entre nós, nos reinos superiores, existem uma legião dos que assistem e auxiliam os coirmãos da Terra. Entre eles Maria, a mãe de Jesus. Nós também a veneramos. Ela é capaz de manifestar-se a vocês de forma que a vejam. Valham-se de sua ajuda, invoquem-na e recebam. Chamem a todos nós, e estaremos com vocês. Servir é também nosso desejo. E onde fica nossa casa? Fica em todos lugares onde estivermos. Abram os seus corações para a compaixão, sem julgar. Vislumbrem brilhando diante de vocês uma ponte que nos une. Eu sou um irmão mais velho de vocês”. (FONTE: Texto escrito pelo jornalista WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO. * Os artigos devem conter dados do autor, e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos postados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br quarta-feira, 8 de Agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

FÉRIAS NA SERRINHA



Ao tudo, tínhamos quatro meses de férias na escola. Quando chegava dezembro, ficávamos ansiosos porque, de vem em quando, viajávamos para a fazenda dos avós maternos – a Serrinha -, distante 4 km de Cássia dos Coqueiros (SP). 
   A mamãe passava dias preparando nossas malas. Na véspera, ela cozinhava farinha de milho, fazia pão, bolo para comermos na viagem. Quando a família era pequena, íamos todos na cabine do caminhão Alfa Romeo com o papai. Quando aumentou, passamos a viajar de caminhonete, A carroceria era coberta de lona, forrada com acolchoados, cobertores, travesseiros, e lá íamos para as nossas férias. Demorava mais de um dia para chegar porque até Ourinhos era estrada de terra. Lembro que, certa vez, pegamos tanta chuva que tivemos que passar a noite numa daquelas vendas à beira da estrada, em Cambará. 
   Era uma festa para nossos avós e tios a nossa chegada. Todas as manhãs acordávamos cedo, corríamos até o curral, subíamos na cerca, cada um com sua canequinha de alumínio ou esmalte, com um pouco de café e ficávamos esperando o leite tirado na hora. Hum... que delícia, meu Deus! Meus tios Paulo, Dodô e Amando chamavam as vacas pelo nome: Sertaneja, Londrina, Maringá, Apucarana, Arapongas, Fumaça, etc. Todas as manhãs, ele e os empregados ordenhavam cerca de 50 vacas, algumas à tarde também. Colocavam o leite em latões próprios, deixavam na portaria da fazenda, o caminhão passava e entregava na Nestlé. 
   A casa era azul e branca, cômodos espaçosos como em todas as fazendas. Em frente, o terreiro de café, uma estradinha por onde o gado passava para ir pastar; em seguida, uma pequena montanha com uma porção de angicos. De vez em quando, subíamos lá no alto para ver a bela paisagem. A sala de jantar tinha uma mesa grande com cadeiras num canto, a geladeira branca, meio arredondada GE (General Eletric), e no outro tinha uma cantoneira onde ficava o rádio que o vovô na sua espreguiçadeira, e a vovó na sua cadeira de balanço, ouviam todos os dias o programa do Padre Donizetti, de Tambaú. 
   A iluminação vinha de um gerador que funcionava por uma bomba d’água que o vovô tinha na fazenda. Descia quatro degraus e já era a cozinha, com outra mesa com dois bancos ao redor, um enorme fogão a lenha e um forno, de onde saíam os pães, os bolos, as broas de fubá, pau-a-pique, biscoitos de polvilho e outras comidas deliciosas que a Zefa fazia para todos. Ao lado, uma despensa onde eram guardados os utensílios de cozinha, uma mesa com moinho de café. Ó café era moído na hora, cada criança tinha a sua vez de moer e era acompanhado daquelas delícias, mais o queijo, pamonha e o leite com farinha de milho. 
   As nossas atividades eram variadas: levar comida na roça, andar a cavalo, brincar no terreirão, ajudar a apartar as vacas, pegar os ovos nos ninhos, brincar de cabra-cega, subir em árvores, pescar, comer e chupar frutas no pé, passear com a vovó pela fazenda, etc.
   Quando o papai chegava era hora de voltar para casa. 
   No início de julho deste ano, tivemos um minuto, tivemos o 1º Encontro da Família Sant”Ana, em Cássia. Resolvemos visitar a Serrinha. Tudo abandonado, sem vida, sem aquela alegria de outrora. Ainda há os angicos lá, no alto, mas a casa, o terreirão o curral acabando aos poucos. Uma tristeza só. Decidimos não voltar mais na Fazenda Serrinha. (FONTE: “Crônica escrita por IDIMÉIA DE CASTRO, leitora da FOLHA, página 3, caderno FOLHA RURAL, coluna DEDO DE PROSA, 4 e 5 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 5 de agosto de 2018

PALAVRAS QUE CHEGAM COM A MORTE


   Agosto sempre me abre a nostalgia. Até por isso, passei a semana lendo homenagens a Naym Libos, que faleceu na última quarta-feira (1). Não era sua amiga, mas lembro de sua presença forte em muitos lugares de Londrina. Na última vez, há poucas semanas, o vi no Calçadão cercado de pessoas que riam com ele. Figura emblemática da cidade, era um desses personagens urbanos que se alguém não conhecia pelo menos já tinha ouvido falar. Jornalista, ex-vereador corintiano de carteirinha, recebeu homenagens de pessoas da imprensa das mais diferentes tendências políticas; de José Maschio a Cláduio Osti, de Flávio Campos a José Pecrialli, numa demonstração de amizade acima das divergências. Mas não estou aqui para falar de política e sim da morte que se não nos deixa sem palavras, nos dá frases para consolar, lembrar, noticiar.
Desta vez não foi diferente e, diante da morte que repercutiu na cidade, lembrei-me também das minhas perdas, mais especialmente da perda de duas amigas que já se foram do mundo, mas continuam em smim. Suad Assaf, mãe do Hermano e da Sofia Pellegrini, conheci desde que cheguei em Londrina, no fim dos anos 70, para fazer cursinho e faculdade. Ela se foi no mês de março e minha reação foi fazer um poema que lembrasse para sempre nossa amizade, além da delicadeza de sua passagem pela vida. Essa poema está no meu primeiro livro. “Sensível Desafio” (2006); 

DESPEDIDA 

na noite em que te perdemos
deixamos para trás 
os dias sucessivos que vivemos
era só você estendida 
outono precoce
março que se despede
e flutua
a morte refletindo a vida
sem brilho refletindo a lua 

Houve ainda a perda imensa da psicóloga Shirley Mesquita, que as crianças e adolescentes de um centro de socialização de Londrina chamavam carinhosamente de “tia Shirley”. A perda dessa amiga me deixou sem fala e quando finalmente consegui escrever sobre ela, sal tão dolorido que pensei que aquele seria meu texto definitivo sobre a morte. Esse texto - “O sonho vão da imortalidade” – se encontra no livro “Todas as mulheres em mim” (2010). Segue um trecho: 

“Afinal, Senhor, nascemos, crescemos e multiplicamos e, quando enfim nos separamos, essa paisagem interior cria uma névoa de isolamento e nossos espíritos se apartam mergulhando no vazio. Ali, cada gota de felicidade não pode ser retomada porque cada um de nós já teve sua dose de embriaguez no cálice da vida, que não pode ser preenchido mais de um vez por alegrias porque dele também escorrem lágrimas, como o cristal do pensamento que se redime das culpas e dos medos. E, assim, transbordamos para a morte como almas líquidas e embarcações de saudades perenes e consoladas. Quem nos atravessa é o barqueiro, do qual não me atrevo a dizer nem o nome”; 

Com essas lembranças, atravessei a semana e me desculpem se hoje não escrevo um texto alegre. Agosto, com suas folhas caídas e o clima destemperado, sempre me abre a nostalgia. (FONTE; Crônica escrita pela jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI, celia.musilli”gmail.com página 2, caderno FOLHA 2, 4 e 5 de Agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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