sábado, 26 de janeiro de 2019

PASSEIO PELA LEITURA NOS MUROS DA ESCOLA

Segundo a direotra, alunos gostaram tanto da grafitagem que passaram a frequentar a biblioteca para buscar livros retratados no muro 


   Transcrição da reportagem de VITOR OGAWA – Reportagem Local, caderno Folha Cidades, 27 de janeiro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA
   Reproduções de capas de livros chamam a atenção de quem passa perto de Escola Estadual Professor João Rodrigues

   Quem passa na frente da Escola Estadual Professor João Rodrigues, no conjunto Antares, (zona leste de Londrina), se depara com um muro “colorido” por diversas obras literárias retratadas por meio de grafite. São reproduzidas capas ou lombadas de livros como Dom Casmurro, de Machado de Assis; O Menino Maluquinho, de Ziraldo; A Culpa é das Estrelas, de John Green; e Jogos Vorazes, de Suzane Collins. A diretora da Escola, Cláudia Regina Victor, 45, destacou que a princípio a maior finalidade era tirar a pichação. “O nosso muro era muito depredado, com palavrões e figuras feias. A gente sabia que se pintássemos o muro normalmente, os pichadores voltariam e estragariam tudo novamente”, observou.
   Segundo a diretora, após a grafitagem, os pichadores não agiram mais. “Um ex-aluno grafitou um pedaço do muro e onde ele fez a arte ninguém pichou”, observa Victor, explicando que como ele podia fazer o trabalho somente aos sábados, acabou contratando outra pessoa. O autor da ilustração é o grafiteiro Raphael Augusto Fagion e a escola fez promoções, como venda de pastel e pizza, para arrecadar dinheiro para comprar o material usado no muro. 
   Para definir o tema das ilustrações, a diretora ressaltou que a intenção era mostrar algum projeto que funcionasse bem na escola. “Decidimos retratar lá fora o que vivemos aqui dentro e uma das coisas mais fortes é o projeto de leitura, que funciona muito bem, porque nossa bibliotecária é uma pessoa muito ativa”.
   Com a leitura, a nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) melhorou muito: foi de 4,7 em 2017 para 5,7 em 2018.”Ficamos em sexto lugar em Londrina, o que para nós é uma grande alegria e mostra mais uma vez o resultado de um trabalho feito com dedicação e zelo. No quesito qualidade de ensino, no final de 2017, nossos alunos do novo ano participaram da prova do Saep (Sistema de Avaliação do Educacional do Paraná. Nossas médias em português (283,1) e matemática (284,3)foram bem acima da média do Estado e da totalidade das Escolas que compõe o Núcleo Regional d londrina (média de 251,5 em português e 259,4 em matemática”, relatou.
   A leitura enriquece ideias e e experiências intelectuais, no entanto os alunos da escola não tinham um espaço apropriado porque a biblioteca havia sido incendiada de maneira criminosa m 2012. “Limpamos uma sala de aula, fizemos calçada, colocamos sofá, ar condicionado e criamos um ambiente gostoso para eles”, destacou Victor, dizendo que assumiu a direção neste ano. Quando surgiu a ideia de pintar o muro com livros, uma pessoa que opinou bastante foi a agente de leitura Maria Aparecida Burque, conhecida como Maria da Biblioteca.
   Ela passou a indicar quais obras tinham mais leitura entre os alunos e as obras clássicas que precisam contar no muro. O grafiteiro foi levado para a biblioteca para conhecer as obras que iria reproduzir. ”Muitos gostaram bastante da nossa pintura. Os que não tinham lido procuravam na biblioteca para ler. É um estímulo à leitura e virou curiosidade de outros alunos”, apontou. 
   Entre os alunos que gostaram da iniciativa estão as irmãs Larissa Emanuelly e Júlia Nicole Fantini, respectivamente do nono e do oitavo ano. Ambas elegeram o livro Irmão Negro, de Walcyr Carrasco, como a obra retratada que mais gostaram. Larissa por exemplo, tomou conhecimento do livro pelo muro. “Fui procurar o livro e gostei bastante”, destacou. Júlia até já fez prova cujo conteúdo se referia ao livro. “É um livro muito bom. Outro que gostei foi ‘Quando meu pai perdeu o emprego’, de Wagner Costa”, destacou. Ela viu o nome do livro no muro e se interessou pelo título.
   A mãe das meninas, Lílian Cristiane Fantini de Almeida, ficou feliz com todo esse processo. “Eu nunca tinha visto um colégio com essa inspiração para incentivar a leitura. Diante de tantas coisas que estão acontecendo, retratar livros em forma de grafite faz os jovens gostarem e incentiva a leitura. Tirei várias fotos das minhas filhas na frente do muro”, afirmou.
   A vizinhança também elogiou a iniciativa da escola. A dona de casa Ivonete da Paz Missaka mora em frente ao portão de entrada do estabelecimento. Ela relatou que gostou da pintura porque dá uma sensação de mais limpeza. “O bairro estava feio. Foi a melhor coisa que a escola poderia ter feito”, declarou. 
   Outra vizinha é a professora aposentada de educação especial da Apae, Dorvalina Cabral Melo. “O livro “Dom Casmurro”, do Machado de Assis, que está na entrada da escola, eu li na época em que fui estudante. Quando vi, isso me remeteu ao passado, àquela época. Gostei tanto que pedi para fazerem grafites semelhantes no meu muro, mas não deu certo. O muro ficou mais bonito. Desperta a leitura” declarou. (FONTE: VICTOR OGAWA – Reportagem Local, Folha Cidades, quarta-feira, 22 de dezembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

LIÇÕES DE CORRUÍR A- e NOTÍCIAS DA CHÁCARA


   Crônica transcrita da página 3 , caderno FOLHA 2, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRIN, escrita por DOMNGOS PELLEGRINI, jornalista e escritor, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, 19 e 20 de janeiro de 2019.
LIÇÕES DE CORRUÍRA 

   Já contei aqui, com essa mesma foto, que corruíra fez ninho na varanda do escritório. Agora, observindo, ou seja, observando o que pode servir, apresentou as lições da corruíra esperando serem úteis para as pessoas e especialmente para os empreendedores. 
Primeiro, a corruíra é prática e previdente. Prevendo vendavais e predadores, e sabendo-se passarinho miúdo, com biquinho inofensivo e com garras úteis apenas para agarrar comida e gravetinhos, a corruíra faz ninho em buraco de árvore ou até em casinha de joão-de-barro. Para ali carrega seus gravetinhos, armando o pequeno ninho que, entretanto, estará protegido pela grande árvore ou pela casa emprestada, como numa franquia. 
   Segunda lição, a corruíra faz o que o Sebrae recomenda, avaliar muito bem a localização. A casinha pendurada aqui na varanda foi visitada pela corruíra e seu parceiro muitas vezes, indo e voltando durante umas duas semanas, antes mesmo de trazerem qualquer graveto ou fiapo. E sumiam pelo resto do dia, decerto a visitar outras opções até a decisão final. 
   Terceira lição, a corruíra trabalha com gosto. Visitando a casinha, canta ao entrar, canta ao sair, canta estrondosamente para passarinho tão pequeno. Com muitos empreendedores conversei desde repórter iniciante nesta FOLHA há meio século, e posso atestar que os bem sucedidos gostam tanto de trabalhar de reclamar quanto os mal sucedidos gostam de reclamar. 
   Quarta lição, ainda localização – mas, agora, já visando o deslocamento. As cidades, essa grande invenção, nos trouxeram porém o problema do trânsito. Uma vez um velho comunista, daqueles que acreditavam na utopia de Marx com honestidade e humanidade, me disse que via a futura sociedade perfeita com todos trabalhando perto de casa. Adeus, engarrafamentos, adeus, tempo de vida perdida no trânsito! Todos morariam perto do trabalho, da escola, do mercado, de tudo – como a corruíra que passou a alimentar seus filhotes com calaburas, frutinhas de árvore ali do vizinho, percebemos porque deixou uma cair na varanda. Danadinha, nem leu Marx e fez o ninho ao lado do armazém. 
   Quinta lição, educação para auto-suficiência. Conforme passaram-se os dias, os filhotinhos foram virando pássaros, empenando asas e saindo para o mundo. Mas um ficou a piar sozinho, talvez por ser o caçula ou o fracote da turma, e sabe o que a corruíra fez? Nada: sumiu, deixando o bichinho a piar o dia inteiro. Mas, no dia seguinte, ele não estava mais lá. Não há dependências nas famílias corruíras. 
   Ficou o ninho na casinha, com um graveto espetado para fora, onde ela pousava antes de entrar ou sair. Lição de inovação? Certo é que a corruíra é um dos poucos passarinhos a viver em todas as Américas, portanto deve saber o que faz. Deixou o ninho feito na casinha para a próxima estação, e também deixou saudade. ***************************************

            NOTÍCIA DA CHÁCARA 

   A semente de abacate, soltando longas raízes ainda dentro do fruto, deve ser de uma nova variedade melhorada geneticamente. Ao contrário das sementes que passam tempo em dormência antes de germinar, suas raízes parecem já pedir terra, ansiando pela continuidade da espécie, mandamento de todos os bichos e plantas. Botei num vazinho e zapt, num instante o caroço germinou com folhas de verde vivo, que porém depois começaram a amarelar. Então botei a mudinha na terra, há poucas semanas, e já está da altura do meu joelho. Viva a vida! (FONTE: Crônica escrita por DOMINGOS PELLEGRINI, página 3, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, caderno Folha 2, 19 e 20 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA..

POR LAÇOS CADA VEZ MAIS ESTREITOS ( RELAÇÃO BILATERAL)

Programa de Convite a Descendentes tem o objetivo de estreitar o relacionamento entre as comunidades nikkeis
PEDRO MORAES - REPORTAGEM LOCAL publicada na página 2, Folha Geral, terça-feira, 22 de janeiro de 2019 pelo jornal FOLHA DE LONDRINA 
   A chegada ao Porto de Santos em 1908 foi o início de uma saga de trabalho, dificuldade, preconceito e superação. Depois d 52 dias, cruzando 12 mil milhas pelo mar, os primeiros 781 japoneses desembarcaram do navio Kasato Maru em solo brasileiro. Em fuga do desemprego e das adversidades causadas pelas transformações promovidas pelo governo o imperador Meiji, os imigrantes buscavam uma nova oportunidade com abundantes terras férteis, lucro fácil e melhores condições de vida. Em Londrina, os primeiros nikkeis começaram a chegar em 1930, quatro anos antes da fundação da cidade. Foram eles que começaram a entrar na mata, desbravar a terra, derrubar florestas e fazer as plantações de café. 
   Mais de um século se passaram, muitas adversidades e enormes diferenças culturais foram vencidas e os brasileiros descendentes de japoneses formam hoje a maior comunidade nipônica do mundo, com cerca de 1,5 milhão de pessoas. “O Japão tem muito orgulho e respeito pela comunidade formada no Brasil. É um patrimônio imaterial do país e esses descendentes ajudaram a construir uma imagem muito positiva dos japoneses, não só aqui, como no mundo”, afirma a vice-cônsul do Consulado Geral do Japão, em Curitiba, Akiko Kikuchi. 
   A importância da comunidade vem sendo colocada em prova. A mostra disso é o conjunto de ações que o governo japonês vem pondo em prática para manter os laços entre a cultura do país e os descendentes no Brasil atados. A política vem sendo ditada pelo Ministério de Relações Exteriores do Japão, que tem programas para levar brasileiros com ascendência nipônica para conhecer a Terra do Sol Nascente, onde vivenciam uma série de experiências e participam de encontros durante uma semana. A ideia é que a experiência seja multiplicada na volta para casa, na própria comunidade. Participaram da última edição do Programa de Convite a Descendentes de Japoneses das Américas Central e do Sul de Viagem ao Japão, realizada em setembro de 2018, 15 pessoas do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Venezuela, Bolívia e México. Daqui do País, foram oito participantes, de São Paulo, Brasília, Amazonas, Paraná e Pará. A seleção é realizada por meio dos consulados e embaixadas do Japão nos países das Américas Central e do Sul. “Queremos fortalecer os laços entre as comunidades e, além das viagens, o consulado busca participar de festas e eventos culturais que ajudam a divulgar os valores e tradições”, explica Kikuchi. 
   O trabalho promovido pelo governo japonês e o reforço do país para estreitar o relacionamento entre as comunidades nikkeis foi tema de uma mesa-redonda. Intitulado “Por um Caminho mais Curto entre o Brasil e o Japão”, o evento foi organizado no dia 11 de dezembro do ano passado, em uma parceria entre o grupo Integranikkey e a jornalista da FOLHA Mie Francine Chiba. A conversa promoveu uma rica troca de experiências entre integrantes da comunidade japonesa da região, tendo como objetivo reaproximar especialmente os jovens, de terceira e quarta gerações de descentes, que estão distanciados dos valores nikkeis. Entre os reunidos estavam nomes como Atsushi Yoshii, presidente do Conselho Administrativo do Grupo A. Yoshii, e Eduardo Suzuki, próximo presidente executivo da Aliança Cultural Brasil-Japão do Paraná. “O evento foi uma maneira de despertar a comunidade para esse cenário e buscar sugestões, tanto dos mais velhos quanto do mais jovens, do que podemos fazer para fortalecer os laços da comunidade nipo-brasileira com o Japão”, conta Chiba, que participou da viagem do Programa do Consulado Japonês em Curitiba.
   A vivência em solo japonês promovida pelo governo do país provocou o encontro de integrantes de comunidades nikkeis de várias partes das Américas, que acabaram por identificar que comungavam dos mesmo valores. Uma das apresentações promovidas no Japão explicava detalhes sobre o Bushido – um código de conduta e modo de vida para os samurais – composto por sete virtudes: integridade, respeito, coragem, honra, honestidade, dever e compaixão. Aqueles valores tão fundamentais para os guerreiros do período feudal marcam a sociedade japonesa ainda hoje. No Brasil, para os que cresceram sob a educação de ascendência nipônica, os princípios também estão arraigados. “O mais impressionante é que pessoas de origens tão diferentes identificaram que essas virtudes fazem parte dos ensinamentos que receberam, São valores tão intimamente ligados aos japoneses que passam de geração em geração de forma muito natural”, conta Laís Higashi, presidente da ONG Litro de Luz Brasil, que também participou da mesa redonda. 
   Parte fundamental do trabalho para fortalecer os laços entre o Japão e a comunidade no Brasil é a promoção da cultura por meio das artes e das associações Os principais pontos de interesse são os grupos musicais, de dança e esportivos.
Grupo Sansey reúne descendentes há 30 anos em torno da prática do canto, dança do yosakoi e dos tambores conhecidos como taiko.
Em Londrina, o grupo Sansey reúne descendentes há 30 anos em torno da prática do canto, dança do yosakoi soran e dos tambores conhecidos como taiko. Criado com 20 jovens, hoje o número de participantes chega 120 e já inclui a segunda geração dos que começaram com a professora de canto e diretora do grupo, Mity Shiroma. Os trabalhos começaram quando iniciou o movimento dos dekasseguis. “Muitas pessoas foram trabalhar no Japão e os seus filhos ficaram. Resolvi começar esse trabalho para desenvolver a cultura, no sentido de divulgar e preservar os ensinamentos dos nossos antepassados”, explica Shiroma. A preocupação da professora é manter o interesse nos temas que estão em voga hoje e não apenas os traços mais longínquos. “Temos que tratar do que se vive hoje no Japão. A música pop, os animais, a febre dos cosplay”, detalha. 
   Outro ponto sensível sobre a proximidade cultural entre a comunidade nipo-brasileira com o Japão é o distanciamento cultural dos descendentes adultos, imersos nos problemas do cotidiano e do mercado de trabalho. O grupo Integranikkey atua exatamente para auxiliar neste sentido. A instituição foi criada para orientar especialmente a segunda e terceira gerações que foram trabalhar no Japão e voltaram com recursos para investir. A ideia é a ampliar o ambiente de negócios e ajudar os profissionais. “O comportamento dos nikkeis muitas vezes é mais retraído. Por muitos anos, nossos avós e pais sofreram preconceito e bullying, identificamos que havia muita dificuldade de comunicação e agimos muito nesse ponto, assim como lutamos para garantir o legado de nossos antepassados, que precisa ainda perdurar por muitas e muitas gerações”, conclui o empresário Luciano Matsumoto, do comitê gestor do Integranikkey. 

NÚMERO DE VISTOS CRESCEM 77% EM QUATRO ANOS 
    Os laços entre os descendentes e o Japão também se mantém bem atados no que diz respeito ao mercado de trabalho. Entre idas e vindas dekasseguis para as fábricas nipônicas, a atual direção é para o Oriente. O mau momento da economia brasileira é o principal atrativo. Uma nova política do governo japonês, no entanto, amplia as oportunidades. Desde Julho de 2018, o país liberou o Programa de Aumento de Recepção de Yonseis (quarta geração). Segundo o Consulado Geral de Curitiba, “o objetivo deste programa é transformar o descendente de japonês da quarta geração em uma ponte entre o Japão e a comunidade Nikkei de seu país, por meio do aprofundamento do conhecimento e interesse no Japão, através da participação em atividades de aprendizado da cultura japonesa”. 
   Para quem está acostumado a enviar mão de obra para o Japão, o movimento agora é diferente. Se antes as pessoas que aceitavam o desafio iam sozinhas, ou em casal, agora, muitas vão com toda a família. “O Japão também começa a se preparar para abrir seu mercado de forma mais ampla, para receber profissionais que estejam em falta, mas sem restringir nacionalidade”, explica Elizabeth Sayuri Kwano, gerente da unidade de Londrina da agência de empregos Itiban. Outra oferta da profissional é que as oportunidades para descendentes de quarta geração dependem do domínio da língua japonesa. “Eles pedem que os candidatos tenham nível quatro e o conhecimento tem que ser comprovado. A visão é atrair jovens bem qualificados”, detalha.
   Segundo dados oficiais, computados pelo governo japonês, a emissão ee vistos de curta permanência para turismo e negócio, assim com os específicos para trabalho, aumentou nos últimos anos. Em 2013, os vistos totalizaram 28.697. Já em 2017, o número chegou a 50.885, um aumento de 77,3% ao longo dos quatro anos. O principal número de vagas e na indústria automobilística, de produtos eletrônicos e alimentícios. Há ainda o registro do aumento de demanda de profissionais da área de saúde, especialmente de cuidadores. (P.M.) FONTE: PEDRO MORAES – Reportagem Local, Folha Geral, terça-feira, 22 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

PRESIDENTE ACERTA AO MOSTRAR PREOCUPAÇÃO COM ABERTURA ECONÔMICA


   O discurso do presidente Jair Bolsonaro durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, nesta terça-feira (22) durou menos de 10 minutos, mas teve ingredientes necessários para causar boa impressão entre investidos estrangeiros. Analistas políticos disseram que o mandatário brasileiro poderia ter prolongado mais a sua fala e se posicionado melhor em questões como as reformas estruturais. Enquanto aliados consideraram o discurso “geral”, adversários apontaram que ele foi “superficial e vazio”.
   Mas o fato é que Bolsonaro foi a novidade do Fórum, pois este ano o encontro não teve a presença de estrelas políticas como os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, da Franã. Emmanuel Macron, e da primeira ministra britânica Theresa May.
   Bolsonaro preferiu evitar polêmicas e tirou proveito da oportunidade ao adotar um discurso em que se compromete com a transformação do Brasil. É a primeira vez que um líder latino-americano discursa em uma sessão inaugural do fórum mundial de Davos. Tanto que ao anunciar Bolsonaro, o fundador do encontro Klau Schwab, destacou que o Brasil é a oitava maior economia do mundo e tem a sexta maior população do planeta. 
   O presidente brasileiro se comprometeu em trabalhar pela estabilidade macroeconômica, respeitando contrato e promovendo o equilíbrio das contas públicas. Ele frisou principalmente que seu governo terá foco na abertura econômica. Ou seja, garantiu que o País está aberto para negócios. Também defendeu as suas ideias para a preservação do meio ambiente e se comprometeu em trabalhar em conjunto com outros países para reduzir as emissões de carbono. E ao levar com ele para a Suíça o ministro da Justiça Sérgio Moro, Bolsonaro reforça a mensagem que sua gestão pretende se diferenciar das anteriores com adoção de práticas rígidas anticorrupção. 
   Embora o discurso na abertura do fórum não seja o melhor momento para detalhar as reformas tributárias e da Previdência, havia uma expectativa nesse sentido. A aprovação das reformas no Congresso é, neste início de mandato, o maior desafio de Bolsonaro. Talvez, por isso, ele tenha preferido não gerar expectativa entre os estrangeiros, correndo risco de expor um planejamento que pode sofrer mudanças à medida que as reformas comecem a ser votadas na Câmara e no Senado; É melhor se comprometer com o que pode ser realizado. (FONTE: Editorial do jornal Folha de Londrina, página 2, coluna Opinião, opinião@jornaldelondrina.com.br quarta-feira,1, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

A REDAÇÃO DO ENEM E A FALTA DE LEITURA NO PAÍS


   No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2018 apenas 55 entre os 4,1 milhões de candidatos obtiveram a nota máxima na redação. Em 2017, esse número foi de 53, entre os 4,7 milhões de participantes. Apesar do ligeiro avenço, os resultados do concurso revelam, mais uma vez, as deficiências da educação no País. 
   A quantidade de estudantes que zeraram a redação caiu, passando de 309.157, em 2017, para 112.559 em 2018. Por outro lado, houve redução na nota média nesta prova, que foi de 558 pontos em 2017 e 522,8 em pontos em 2018. Na edição de 2017, o maior motivo para zerar a redação foi fuga ao tema. No entanto, no ano passado, mais estudantes entregaram a prova em branco. 
   Em reportagem publicada recentemente na FOLHA, professora de redação disse que o baixo desempenho nesta prova reflete o despreparo dos alunos do ensino médio associado à hiperestimulação das mídias sociais. Assim como outros profissionais ligados à educação, a professora apontou a falta de repertório como a principal dificuldade dos alunos quando são desafiados a escrever. 
   A causa, como todos sabem, está na falta do hábito de leitura; Segundo a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2016, apenas 56% dos brasileiros afirmaram ler de forma habitual. E entre as preferências, 42% citaram a Bíblia. 
   Em tempos de fake news , a leitura de jornais sérios diários é uma arma para combater a disseminação desses conteúdos. O jornal traz o contato com as temáticas sociais e tudo o que acontece no mundo, ajudando a pessoa a criar consciência crítica, a buscar mudanças na sociedade e a aumentar o repertório na hora de escrever.
   Desde 1994, a Folha de Londrina desenvolve o programa de incentivo à leitura Folha Cidadania, que abrange diversas frentes de trabalho, como levar o jornal como complemento pedagógico às salas de aula de escolas municipais com o objetivo de desenvolver a leitura crítica dos fatos, reflexão sobre a realidade, troca de ideias e aprimorar a capacidade de argumentação.
   Os depoimentos na mídia nacional dos estudantes que tiraram nota máxima na redação do Enem 2018 mostram que eles não só têm o hábito da leitura como também exercitam a escrita diversas vezes na semana. Assim, se preparam para os concursos – e para a vida.
   Existe um abismo entre a realidade da educação no Brasil e de outras nações. A expectativa é que estudantes brasileiros levem mais de 200 anos, por exemplo, para atingir a proficiência em leitura dos alunos de países desenvolvidos, segundo relatório divulgado no ano passado pelo Banco Mundial.
   Políticas pública adequadas e implantadas para realmente melhorar o nível da educação no País podem reduzir esse abismo. (FONTE: Editorial da Folha de Londrina, página 2, coluna Opinião, opinião@folhadelondrina.com.br terça-feira, 22 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O MENINO QUE QUEBRAVA JANELAS NA ILHA DA MADEIRA


   Funchal – Portugal - Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, 33, é o maior nome da história da Ilha da Madeira, território português onde o futebol foi jogado pela primeira vez. 
   Cinco vezes eleito o melhor do mundo e capitão da seleção o título da Eurocopa de 2016, se nome é quase venerado no Funchal, capital da ila.
   Quase sempre. Na rua Quinta do Falcão, no bairro Santo Antônio, um dos mais pobre da Madeira, Cristiano Ronaldo não tem sua imagem ligada apenas aos gols e troféus por Manchester United (ING) e Real Madrid (ESP). 
   “Ele era endiabrado. Quebrava várias janelas a chutar a bola e depois corri. Ele era bem miúdo e sua mãe não aceitava pagar o que o filho quebrava”, se recorda dona Regina (ela se recusou a dizer o sobrenome), apoiada com os dois braços na mureta de sua casa de madeira e tijolos, como várias outras da rua. Como era também a que residia a família de Ronaldo. 
   A mesma reclamação é feita por outras pessoas da região do Caminho do Lombo, onde está a rua. A lembrança também está na escola básica Gonçalves Zarco, o descobridor da Ilha da Madeira, onde o futuro atacante estudou. 
   Péssimo aluno, os funcionários dizem que ele só pensava em futebol. De acordo com outros moradores do bairro, a mãe Maria Dolores dizia a todos que o garoto teria futuro no futebol. Era a aposta da família. Por isso ela ignorava os bilhetes de advertência que os professores mandavam sobre o desempenho escolar sofrível de Cristiano. 
   Pelo mesmo motivo ela proibiu todos os amigos de contar ao filho (então) já no Sporting em Lisboa, sobre os problemas de alcoolismo do pai, José Diniz, morto em 2005 por falência hepática e renal. 
   Maria Dolores temia que o filho largasse tudo e retornasse à Madeira. Ela já ligava várias vezes por semana chorando de saudades, implorando para retornar. “Isso foi um problema nos primeiros meses. Ele teve muita dificuldade para se adaptar, Pelo que me lembro o padrinho teve que intervir”, lembra João Marques de Freitas, primeiro empresário do menino que anos depois entraria na lista dos maiores jogadores de história do futebol. 
   Fernão Barros Sousa era capitão do Andorinha, pequeno clube do Funchal, quando Cristiano nasceu. Foi escolhido como padrinho por José Diniz. “Tentei acalmá-lo. Mostrar que ele tinha de ficar em Lisboa e ver o que aconteceria porque tinha mito potencial. E sua mãe contava que ele ficasse e tivesse sucesso”. 
Ser da Ilha da Madeira foi um dos motivos que o fizeram querer deixar a capital portuguesa. Ronaldo era zombado por causa do sotaque carregado da sua terra natal. O tom forte, a fala rápida, juntando as palavras umas com as outras, fazia com que não fosse compreendido.
   Ameaçou jogar uma cadeira em professora que riu dele por causa do jeito de falar. Ser compreendido no “continente” (como os madeirenses chamam os lugares fora da ilha), é um dos problemas de vários nascidos no Funchal, que vão para Lisboa. 
   Os lisboetas os zombam com a alcunha de “ilhéus”. Estes devolvem apelidando os nascido na capital de “cubanos”. Não há uma explicação oficial para isso. 
   Amigos de Ronaldo dizem que para acabar com as brincadeiras que o irritavam, ele treinou sozinho diante do espelho, seu jeito de falar até se aproximar dos lisboetas. 
   Cristiano Ronaldo nasceu no Hospital Nélio Mendonça, no Funchal (em 1985, quando veio ao mundo, se chamava Hospital da Cruz do Carvalho), a 15 km do Largo da Achada. É onde está o monumento que diz “aqui se jogou pela primeira vez futebol em Portugal”.
   Harry Hilton, o inglês que voltou à Madeira em 1875 após um ano de estudos na Inglaterra, trouxe na bagagem uma bola e foi a partir dai que o esporte começou no país. Ele é o sócio número 1 e presidente de honra do Marítimo, um dos três times profissionais da ilha e a equipe preferida de Cristiano Ronaldo quando criança. 
   O banzo sentido pelo adolescente ao deixar Funchal aos 12 anos é típico do morador da Madeira. Os moradores de Funchal riem dos visitantes ignorantes no fato de que, por causa dos microclimas, a ilha pode ter as quatro estações no mesmo dia. 
   Duas décadas depois de ter deixado a ilha, Cristiano Ronaldo é o nome de aeroporto, museu, hotel, praça e tem duas estátuas em sua homenagem. No Pestana CR7, que pertence a uma rede hoteleira que fez parceira com o jogador, funcionários dizem que ele é esperado para as festas de final de ano. 
   O seu museu, que fica ao lado do hotel, recebe cerca de 300 mil visitantes por ano, o que movimenta 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 6,5 milhões). Nele estão todos prêmios de melhor do mundo recebidos pelo craque, assim como réplica dos troféus da Champions League e Eurocopa. 
   Em nome do futebol, seus pais não deram importância às reclamações dos vizinhos e às advertências dos professores de Funchal. Não seria um padre a receber atenção diferente. Esta é a história mais famosa da infância de Ronaldo, embora na igreja Nossa Senhora da Graça, onde a criança foi batizada, os fiéis mais antigos não gostam de tocar no assunto. 
   Fernão Barros de Sousa, o padrinho, e o pai chegaram atrasados para a cerimônia de batismo porque o Andorinha jogava naquele sábado à tarde. José Diniz era o roupeiro do time. “Chegamos com mais de uma hora de atraso e o padre não queria fazer o batismo. Insistimos muito até que ele aceitasse. Estava furioso”, se diverte hoje em dia Sousa. “Já contei essa história muitas vezes e ainda acho divertida.”
   Era o tempo em que, para a família e amigos, o menino chamado Cristiano por pedido de uma tia e Ronaldo por causa do ex-presidente Ronald Reagan era apenas “Roni”. 
   Na infância, ao jogar boa nas ruas de Santo Antônio, ao quebrar janelas ou não, nas partidas amadoras com amigos ou no Atrapalhança, torneio infantil organizado na região, ele ganharia outro apelido. Seria conhecido apenas como “menino chorão”. 
   Cada vez que perdia uma partida ou as coisas não aconteciam como esperava, ficava inconsolável em campo. Característica que não mudaria com o passar dos anos. 
   “Eu o vi jogar pela primeira vez no Atrapalhança e era técnico do time de dez anos estava a chorar muito em campo. Não parava. Era o Cristiano. Era curioso porque ele era muito melhor do que os outros. Logo e seguida fof contratado pelo Nacional e pedi que ele fosse para a nossa equipe”, afirma Pedro Talhinhas, o primeiro técnico do atacante no Nacional da Ilha da Madeira.
   Segundo Talhinhas, o que mais impressionava em Ronaldo, mesmo quando menino, era sua reação ao tocar na bola. Sempre olhava para o gol, antes de qualquer coisa. 
   Dois anos depois, em 2012, ele foi descoberto pelo Sporting, que teve de perdoar uma dívida de 25 mil euros ( cerca de R$ 110 mil em valores atuais) do Nacional obter a liberação do jogador. 
   Há moradores da Quinta do Falcão que ainda lembra de Maria Dolores saindo com o menino para ir ao centro de Funchal comprar roupas para a viagem a Lisboa. Seria a última vez que ele estaria na Ilha da Madeira sem que as pessoas soubessem quem ele era. 
   “O jornalista viajou a convite do Turismo da Madeira, órgão do governo local. (FONTE: ALEX SABINO, Folhapress, caderno FOLHA GENTE, 19 e 20 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 20 de janeiro de 2019

ANA VILELEA EM NOVOS TRILHOS

   Autora do hit “Trem Bala”, cantora estreia quadro no Youtube, prepara novos singles e encerra turnê do show que percorreu o `Pai

Apesar de todo o sucesso que alcançou – incluindo mais de 100 milhões de visualizações na internet, a música “Trem Bala” está longe de ser uma unanimidade. “Ouço muita gente dizer que não aguenta mais ouvi-la. Imagine eu, que há dois anos acordo, canto Trem-Bala e durmo. A minha vida é praticamente isso”, diz aos risos a autora da canção no primeiro vídeo do recém-criado quadro “Cafofo na Ana”, que estreou há duas semanas no YouTube. É nesse clima de descontração que Ana Vilela pretende postar vídeos que trata de temáticas diversas criando uma maior interação com seus público.
   “Tenho mais de 1 milhão de inscritos no meu canal no YouTube. É um público muito grande e diverso. Através deste canal quero falar diretamente com as pessoas sobre coisas do cotidiano. Quero mostrar como é a minha vida, o que penso, como é o meu dia-a-dia”, afirma a cantora e compositora londrinense que ao ressaltar que apesar de brincar dizendo que não aguenta mais cantar “Trem-Bala” continua adorando a música. “Devo a ela tudo de bom que tem acontecido em minha vida”, resume. 
   Entre as conquistas proporcionadas pelo hit está uma indicação ao Grammy Latino 2018 na categoria “Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa” por seu disco de estreia batizado com o nome da própria artista e lançado no ano passado. “Fiquei louca quando soube que fui indicada. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer logo no primeiro disco. É um prêmio que tem um significado maior, pois a indicação é feita por gente que entende muito de música. Apesar de não ter ganhado, foi maravilhoso participar da cerimônia da premiação que aconteceu em Las Vegas (EUA), conta a cantora sobre a sua primeira viagem internacional. 
   Outra grande experiência citada por ela foi a mudança para o Rio de Janeiro, onde morou durante quase um ano. “Foi incrível passar uma temporada no Rio, uma experiência que me fez amadurecer bastante. Mas já voltei a morar aqui, que é onde estão minha família e meu escritório que cuida de toda a parte administrativa da minha carreira. Adoro Londrina e só viajo nos finais de semana para fazer shows e agora também para gravar os vídeos do meu canal”, destaca. 
   As gravações têm acontecido na sede da gravadora Som Livre, no Rio de Janeiro. ”Eu faço o roteiro e o pessoal da gravadora cuida da produção e da edição. Gravamos uma média de oito vídeos por vez e as postagens são feitas semanalmente, sempre às quartas-feiras, às 11 horas”, ressalta a cantora ao comentar que sempre gostou de acompanhar vídeos de youtubers famosos e que alguns deles acabaram servindo de referência na hora de criar o “Cafofo da Ana”. “Sou fá do Felipe Neto, Kéfera e `C Siqueira, entre outros. Ainda fico um pouco tímida nas gravações dos meus vídeos, mas o objetivo é ficar cada vez mais descontraída e dar um ar de leveza mesmo quando tratar de assuntos mais sérios”, afirma. 
                         HATERS 

   Apesar do gigantesco número de fás que interagem com ela nas redes sociais e pelas ruas, a cantora diz que também já aprendeu a lidar com os haters ( os que odeiam). “A grande maioria das mensagens que recebo pela internet são de elogios e de apoio. Mas tem gente que escreve muitas coisas ofensivas. Quando isso acontece falo com meu advogado e e após identificar os autores das mensagens entro em contato e sugiro que a pessoa mude sua postura para evitar um processo na justiça. Geralmente são adolescentes que reproduzem o preconceito herdado de seus pais, mas que com medo de que o caso seja levado adiante acabam pedindo desculpas e dizendo que não queriam me ofender”, relata. 
   Ana acredita que as agressões acontecem devido à bandeiras que levanta, como o fato de ser casada com uma mulher ou por estar acima do peso. “Desde que surgi, optei por me mostrar como realmente sou. Já cheguei a ser ameaçada de morte quando estava voltando para casa em Londrina após ter votado no segundo turno das eleições . Confesso que fiquei com medo, mas acho importante continuar lutando pelos nossos direitos, principalmente neste complicado momento político que estamos vivendo”, ressalva.
   A cobrança em torno da expectativa de que surjam outros hits como o “Trem-Bala” é outra constante na vida da artista. “Logo que a música explodiu até eu cobrava isso, mas com o tempo fui relaxando. Quando compus esta música eu estava falando de coisas tão minhas que nunca achei que alguém poderia se identificar com o que estava dizendo. Aliás todo o meu primeiro disco é feito de temáticas muito pessoais. Hoje em dia já tenho uma outra forma de compor. Não preciso necessariamente falar de intimidades, algo que eu vejo em um filme ou uma série de TV, por exemplo, pode me servir de inspiração”, comenta. 
   Ela comenta que esse novo olhar sobre a música estará bastante evidente em sua nova safra de composições. “Quero mergulhar numa sonoridade mais pop. Também estou pensando em algumas participações especiais, porém ainda não posso citar nomes. O que posso adiantar é que nos próximos meses começaremos a soltar alguns singles que farão parte dos singles, Ana Vilela encerra daqui a suas semanas a turnê “Trem-Bala”, com a qual viajou para todas as regiões do País no ano passado”. “Faço o show de encerramento no próximo dia 26, no Teatro J. Safra, em S. Paulo. E, na sequência, já começamos a montar um novo espetáculo que devemos colocar na estrada em breve”, adianta a londrinense. FONTE: MARCOS ROMAN, Reportagem Local, FOLHA 2, página 4, 19 e 20 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

EDUCAÇÃO SEXUAL UM TABU A SER ENFRENTADO

Mary Neide Figueiró afirma que não se deve esperar que as crianças perguntem para instruí-las

   Entrevista concedida e publicada pelo jornal FOLHA DE LONDRINA, 19 e 20 de janeiro de 2019, página 3, Folha Entrevista. Reportagem Local , Pedro Moraes, concedida por MARY NEIDE DAMICÓ FIGUEIRÓ, psicóloga, doutora em Educação e especialista em educação sexual
   De onde bem os bebês? A pergunta aterroriza muitos pais que não conseguem identificar o momento ideal para conversar sobre sexo com seus filhos. Insegurança, vergonha e desconforto não faltam. Fora a dúvida sobre qual idade é a melhor para introduzir o assunto. A psicóloga Mary Neide Damico Figueiró, doutora em Educação e especialista em educação sexual, afirma que não se deve esperar que as crianças perguntem. Os adultos devem aproveitar de situações cotidianas para começar a tocar no tema. “Os pais deve aproveitar situações espontâneas, como uma tia grávida na família. A partir dessa notícia, é possível estabelecer o que deve ser aprendido em casa. Mas também há um espaço na escola para conversar sobre essas questões”, explica Figueiró, que acaba de lançar um novo livro. 
   Intitulado “Educação Sexual: Saberes Essenciais Para Quem Educa” (Editora CRV) – informações sobre a venda no site www.maryneidefigueiro.com.br – reúne textos produzidos pela psicóloga ao longo de seus mais de 30 anos de carreira, grande parte desse período ela passou como professora da UEL (Universidade Estadual de Londrina), instituição a qual ainda tem ligação por meio de linhas de pesquisa como professora sênior. A publicação, originalmente editada com foco para a formação de professores, é abrangente inclusive para os pais. Eles são estrutura fundamental para a educação de seus filhos. “Os pais educam ao dar um modelo positivo de vida a dois, mas, quando não se conversa sobre o tema, também acaba sendo uma forma de educação sexual “ – explica, que tira dúvida sobre o tema em seu canal no Youtube.
   Nesta entrevista concedida à FOLHA, a psicóloga defende que a escola também é espaço para conversar sobre sexo com as crianças e alerta que a educação sexual, além de ensinar sobre a vida, é capaz de evitar casos de abuso. Ela ainda faz críticas aos profissionais de ensino que adiaram a implantação da matéria e defende que os professores precisam estudar p tema. “Ninguém vai ensinar a fazer sexo, a mudar a orientação sexual, até porque isso é algo da identidade de cada um, não há escolha ou opção. Esclarecer, não fazer campanha nem pró nem contra. O professor deve falar dos temas ligados à vida, sim”, conclui.

   No que exatamente consiste a educação sexual?
   A educação sexual consiste nas oportunidades em que pais e educadores têm para conversar com as crianças sobre as questões ligadas ao corpo e que envolvem a sexualidade, nas quais possam esclarecer as dúvidas que surgem. Os temas estão no cotidiano e as crianças acabam tendo conhecimento e, por isso, é bom que perguntem. O diálogo pode ser travado tanto em casa como na escola Pode ter um caráter formal, planejado e intencional, quando um pai conversa com a ajuda de um livro ou quando um professor prepara uma aula para falar sobre métodos anticonceptivos. A educação sexual também acontece sem que os adultos se deem conta, no espço das ações cotidianas. Os pais educam ao dar um modelo positivo de vida a dosi, mas quando não se conversa sobre o tema também acaba sendo uma forma de educação sexual. Os filhos captam aí a mensagem que é um assunto que não deve ser falado e acaba se passando a ideia de que é um tabu. As crianças acabam buscando respostas entre os amigos, pela mídia ou pela internet, que é o pior caminho. 

   Quando é o momento certo para se tocar no assunto?
   É importante antecipar essa formação e não se deve esperar as crianças perguntarem. Os pais devem aproveitar situações espontâneas, como uma tia grávida na família. A partir dessa notícia, é possível estabelecer o que pode ser aprendido em casa. Mas também há um espaço na escola para conversar sobre essas questões. Onde os alunos podem debater e discutir o assunto em um mesmo nível intelectual e de conhecimento. Normalmente, as crianças se sentem mais à vontade perguntando na sala de aula para sua professora de confiança. Quanto maiores, as crianças pensam que perguntar sobre o tema significa que querer fazer sexo. Pode inibir a criança. Depende muito de como foi construída a relação com os pais, como foram as respostas às primeiras perguntas. Se os pais desconversam, ela não vai desenvolver uma confiança em voltar a perguntar. 

   De que se trata o livro?
   Trago neste livro tudo o que construí na minha prática profissional como docente na UEL, ao longo de 30 anos, Tenho muitos artigos distribuídos em periódicos e outros em capítulos de livros pelo País. Agora decidi revisar e atualizar todos eles. A maioria surgiu a partir de convites para palestrar em instituições de ensino. Em um deles, estratégias de ensino. Também é útil para os pais. 

   A sociedade brasileira sofreu drásticas mudanças socioculturais nas últimas décadas. Hoje é possível afirmar que a educação sexual está mais precoce?
   Em palestras, eu sempre perguntava aos jovens se eles se sentiam livres. Todos diziam que sim, Mas eu garantia a eles que não são. Há hoje uma pressão para que se viva o que é dito para fazer e, se não fizer, a pessoa é careta. O filósofo francês Michel Foucault, no qual nos pautamos sobre a educação sexual, fala que a falta de liberdade não está só naquilo que proíbe, mas também naquilo que se manda fazer. O importante é a pessoa ter autonomia de pensar sobre o que quer fazer. Apesar disso, nas últimas décadas, houve uma mudança positiva para as mulheres que passaram a ter a vida sexual mais ativa sem esperar o casamento. 

   Em sua opinião, de que forma deveria ser implantada o tema na educação formal brasileira?
   Tínhamos um bom começo: os Parâmetros Curriculares Educacionais, chamados de PCN criados pelo Ministério da Educação em 1996. Eles foram distribuídos para todas as escolas e havia uma indicação sobre o que os professores deviam ensinar em cada matéria, série por série. E a Educação Sexual entrava como tema transversal, que poderia perpassar por todas as disciplinas. Português, por exemplo, pode pegar um texto de atualidade e fazer um gancho para debater. Acho essa uma maneira válida de trabalhar porque não fica a cargo de um único professor. Só que a Escola tem que ter reunião para ter um planejamento conjunto. Agora o modelo foi substituído pela Base Curricular Nacional, que é um retrocesso, já que o ensino das questões ligadas ao corpo e a 

   Os professores estão preparados para dar aulas obre sexualidade?
   Na verdade, todos os professores que fizeram licenciatura deveriam ter tido aulas de educação sexual, mas não têm. O ideal seria que depois houvesse uma formação continuada. A rede municipal e estadual poderia ter profissionais que dessem suporte, seria o ideal. Os professores têm muitas dúvidas e vejo que muitos não se sentem preparados. O assunto ainda é tabu. A aceitação dos professores em trabalhar a educação sexual nas escolas vinha crescendo de uma forma positiva, mas as discussões que surgiram sobre o tema abalaram essa trajetória. Os professores têm que trabalhar com os alunos para ganhar confiança e só então trabalhar com os pais. 

  Ajuda também na prevenção de alunos?
   Escrevi um texto novo para esse livro que trata deste assunto. “Abuso Sexual Infantil: Como fazer a prevenção ‘pra valer’” Somente agora pessoas estão caindo em si sobre o tema. E não adianta começar a falar sobre quando a criança tiver 6 anos. É preciso falar ainda aos 2 anos, explicando sobre qual parte do corpo não pode ser tocada. Ensinar que não pode tocar em determinada parte do corpo de outra pessoa. Fazer uma prevenção direta e clara. Muitos textos e vídeos falam sobre o tema de forma indireta e a criança acaba não sendo capaz de entender. Os pais ainda hoje estão mal informados, cheios de preconceitos. Hoje, se educa com o medo porque os pais não leem a respeito; não se informam.

   Houve algum erro no caminho durante o processo da adoção do tema na educação brasileira?
   Quando os PCNs surgiram, faltou às escolas abraçarem o material e colocarem em prática. Esse foi o grande erro. Discursos distorcidos não teriam o alcance que têm hoje se nossas escolas estivessem mais amadurecidas em termos de estrutura para trabalhar a educação sexual. 

   Como ganhar a confiança e modificar o atual panorama de educação sexual no País?
   Só tem uma maneira: os professores estudarem o tema da educação sexual e compreenderem de fato o que é, e como pode ser desenvolvido em cada disciplina. Teria que ter o desenvolvimento da convicção de que é papel da escola também contribuir nesta parte, porque trabalha temas ligados à vida. Eu garanto: os alunos passam a gostar mais dos professores que tratam desses temas, veem a escola de forma mais motivadora. Então a saída é essa. Ninguém vai ensinar a fazer sexo, a mudar a orientação sexual, até porque isso é algo da identidade de cada um, não há escolha ou opção. Esclarecer, não fazer companha nem pró nem contra. O professor deve falar dos temas ligados a vida, sim. Não devem se posicionar em regras, porque este é o papel da família. O papel da educação é discutir o assunto de forma científica sem fazer campanha para algum lado. Ensinar o respeito e a igualdade. 
  Confira a entrevista completa utilizado aplicativo capaz de ler QR code e posicionando no código abaixo:
FONTE: PEDRO MORAES, Reportagem Local, página 3, Folha Entrevista, 19 e 20 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 19 de janeiro de 2019

GUARDA COMPARTILHADA SOB ENFOQUE PSICOLÓGICO


   Texto escrito por JULIETA ARSÊNIO, psicóloga, especialista em psicologia jurídica, perita nomeada pelo Poder Judiciário, coluna ESPAÇO ABERTO, página 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, 18 de janeiro de 2019
   Felizmente, a questão da guarda compartilhada no Brasil, tem sido percebida sob o enfoque de atendimento aos casais separados ou divorciados, bem como a seus filhos. 
   No entanto, o divórcio pode gerar grandes consequências, principalmente para os filhos, já que são seres em desenvolvimento, e podem ter a sua formação prejudicada. 
   As maiores consequências do divórcio, na maioria das vezes são sofridas pelos filhos, que quase sempre são deixados de lado, se tornando meramente objetos de disputa entre os pais que mesmo de forma inconsciente, acabam envolvendo as crianças na relação do casal. 
   Como se sabe, os processos de separação são uma fase delicada, mas é importante que os pais tenham a consciência de que se desfaz o vínculo conjugal, e não a relação parental com os filhos, assim, os efeitos sofridos pelos filhos são diminuídos. 
   Os juízes de direito, promotores de justiça e os advogados das partes, precisam estar sempre atentos, pois ao se verificar qual dos genitores oferece melhores condições para ter a guarda dos filhos, torna-se necessária uma análise de se um dos genitores não está manipulando ou, até mesmo, fazendo uma chantagem emocional com a prole a fim de obter judicialmente a guarda.
   O Direito de Família vem tentando se adequar à realidade, buscando levar em consideração o estado emocional da criança como um aspecto relevante nas decisões judiciais, no que concerne à guarda. A modalidade de guarda compartilhada é uma forma de minimizar os danos emocionais que a falta de convivência diária com um dos pais pode provocar nas crianças.
   A discussão sobre guarda de filhos possui um aspecto amplo e complexo, não deve ser limitada apenas aos aspectos jurídicos. É necessário que haja uma interdisciplinaridade, ou seja, uma cooperação do direito com outras disciplinas, como a sociologia, o serviço social, a psicologia, dentre outras. 
   A criança necessita da presença de ambos os pais na sua formação. Não existe um que seja mais importante que o outro. 
   Na disputa pela guarda, os filhos podem apresentar vários sintomas, tais como sentimento de solidão, carência, insegurança, rejeição. Ocorrem várias alterações no comportamento dos filhos vitimas de disputa de guarda, como por exemplo: apresentam queixa hipocondríaca, ou seja, doenças psicológicas (passa a acreditar que padece de graves) passa a apresentar acessos de angústia, episódio de anorexia ou de insônia, distúrbios de comportamento, fracasso ou desinteresse escolar, isolamento, estado depressivo e sintomas neuróticos). 
   Como consequência, a criança e ou adolescente, passa a apresentar a Síndrome de Alienação Parental, a maior das consequências de disputa pela guarda. 
   O que queremos com a exposição desses fatos? Como perita nomeada pelo Poder Judiciário, nas ações de disputa de guarda, diante dos partícipes da peça, no coloca num patamar de preocupações. Como dissemos acima, é preciso estar atento, qual dos genitores oferece melhores condições para ter a guarda dos filhos observando se um dos genitores se não está manipulando, ou até mesmo fazendo uma chantagem emocional com a prole a fim de obter judicialmente a guarda. 
   Cada vez mais estou convencida de que da mesma forma que somos nomeados peritos, fossem nomeados mediadores procedendo como tal e encaminhado o acordo ou não ao perito para averiguar a existência de algum agente alienador. 
   Acredito que no patamar de minhas preocupações, posso de certa forma vislumbrar o que seriam após a sentença judicial, os genitores e seus filhos. 
   A Mediação Familiar é considerada um instrumento de suma importância para a aplicação de Guarda Compartilhada. 
   Com a mediação, os filhos são beneficiados, já que, torna-se desnecessário que se tome partido de um dos pais em detrimento do outro, percebendo que embora os mais não vivam mais juntos, que não há mais casamento entre os mesmos, existe o diálogo, e, eles têm convivência saudável. Os filhos têm direito de viver em harmonia com seus pais, mesmo que estes estejam separados. Dessa maneira, os menores têm seu “melhor interesse” preservado. (FONTE: Texto escrito por JULIETA ARSÊNIO, psicóloga, especialista em psicologia jurídica, perita nomeada pelo Poder Judiciário, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 16 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).* Os artigos devem conter os dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. EMAIL: opinião@jornaldelondrina.com.br

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

TRANSTORNO MENTAL: UM ESTIGMA EM PLENO SÉCULO 21


   Texto escrito por ROSE MEIRE ALBUQUERQUE PONTES, médica da Promoção de Saúde da Unimed Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, sexta-feira, 18 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 
   Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), não existe definição “oficial” para a saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos e teorias variadas afetam o modo como ela é definida. O termo Saúde Mental é comumente usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional, que pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir o bem-estar psicológico. Porém, é sabido que seu conceito é mais amplo do que a ausência de transtornos metais e, por isso, jo Janeiro Branco, mês que a Unimed Londrina desenvolve ações sobre o tema, a operadora estimula a comunidade a desmistificar e diminuir o estigma. 
   Os transtornos mentais são um problema universal entretanto, o estigma a ela associada impede que muitas pessoas afetadas procurem ajuda. O estigma se traduz por uma atitude negativa das pessoas frente àqueles que sofrem da doença mental – e o comportamento negativo que ele origina é a maior barreira para o apoio adequado às pessoas. 
   Muitos que vivem com estes transtornos afirmam que o preconceito que enfrentam é frequentemente pior do que a própria doença. Ele pode se manifestar pela perda de amigos e entes queridos – pessoas mais importantes para o apoio social – e limitar o emprego, a habitação e as oportunidades educacionais. Por todas essas formas de reforço negativo, o preconceito é muitas vezes internalizado pelas pessoas que sofrem da doença mental, o que pode ser um obstáculo ao acesso aos cuidados e à sua qualidade de vida. 
   Está demonstrado que os programas de prevenção reduzem a incidência de alguns transtornos mentais, como a depressão. Entre as estratégias comunitárias eficazes para prevenir essa condição, estão os programas escolares que promovem um modelo de pensamento positivo entre crianças e adolescentes. Intervenções direcionadas aos pais de crianças com problemas comportamentais podem reduzir os sintomas depressivos dos pais e melhorar os resultados de seus filhos Os programas de exercícios para pessoas idosas também podem ser eficazes para prevenir a depressão. Lembrar que a atividade física em todas as idades é importante fator de auxílio ao combate as doenças mentais.
   A saúde mental é assunto que concerne a todos. Uma a cada duas pessoas um dia ou outro terá problemas em sua saúde psíquica, assim é muito importante que as pessoas se interessem pelos fatores que contribuem para uma boa saúde mental. O acesso ao conhecimento permite aumentar a capacidade de melhorar sua própria saúde. 
   Ainda segundo da OMS, “a saúde e o bem estar mental são indispensáveis para que o ser humano possa, em nível individual ou coletivo, pensar, sentir, trocar experiências com os outros e aproveitar bem sua existência”. Por isso, ao identificar qualquer sintoma, procure um profissional. FONTE: Texto escrito por ROSE MEIRE ALBUQUERQUE PONTES, médica da Promoção de Saúde da Unimed Londrina, coluna ESPAÇO ABERTO, página 2, sexta-feira, 18 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-MAIL: opinião@folhadelondrina.com.br).

AS PROFISSÕES DA VEZ

Felipe Sampaio, 21 anos, focou sua formação na área de tecnologia e conquistou uma vaga na unidade londrinense da gigante multinacional  francesa Atos

   Reportagem de PEDRO MORAES, Folha Empregos, segunda-feira, 14 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 
   Escolher a profissão é um momento delicado na vida de um jovem A falta de experiência e a insegurança exercem enorme pressão para quem planeja com o que vai trabalhar e precisa, por muitas vezes, se dividir entre a vocação e a aposta por uma carreira bem-sucedida. A grande dúvida, mesmo de quem já tem profissão e busca um novo rumo, é saber quais os ramos em crescimento que valem investir tempo e dedicação. Especialistas fazem suas apostas sobre quais áreas devem ter ascensão em 2019. “Trabalho com grandes empresas e tenho a experiência dos profissionais mais demandados. Além de temas que estão na moda, como gastronomia, a tecnologia dita novos comportamentos. Novas ficar atento ao mercado e às necessidades”, avalia Ronaldo Cavalheri, CEO do Centro Europeu, uma escola de economia criativa que oferece cursos em diversos segmentos. 
   Uma das principais áreas é o mercado de tecnologia. O setor está em alta há décadas e Londrina vem despontando nessa direção. Há várias empresas de grande porte do ramo instaladas na cidade. Foi nesse sentido que o analista Felipe Sampaio fez sua aposta e, diga-se de passagem, acertou em cheio. Aos 21 anos, depois de fazer estágio e conseguir o primeiro emprego, foi promovido. Formado pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), em Cornélio Procópio, como analista de sistema, o jovem londrinense sempre foi apaixonado por informática. Com uma bolsa, estudou Tecnologia da Informação e Programação no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), mas sempre teve como meta profissional trabalhar em uma grande empresa. Hoje, funcionário da gigante multinacional francesa Atos, que tem sucursal na cidade, ele amplia seus horizontes. “Londrina se tornou um polo no setor de tecnologia. Meus colegas de trabalho estão empregados, conheço outras pessoas que querem vir para cá, de S. Paulo, em busca de oportunidade”, conta.
   A enorme especialização que a área de tecnologia alcançou multiplicou o número de segmentos. Um dos mais conhecidos é o das redes sociais. As muitas redes repletas de seguidores fez surgir diversos profissionais. O principal deles é o especialista em mídias digitais, que cuida do canal de relacionamento das empresas com os clientes. “É preciso gerar engajamento, pois isso é o que impacta diretamente nos resultados de vendas”, explica Cavalheri. Também relacionado à mesma área está o Cientista de Dados. Essa nova função tem como papel fundamental definir estratégias assertivas para promover uma análise adequada do enorme volume de informação gerada a partir do mundo digital. “Essa é uma área em expansão para quem trabalha com informática, processamento de dados e estatística”, aponta o especialista. Há ainda uma aposta para quem investe em sua própria personalidade e vê uma chance em se arriscar como digital influencer, ditando estilo de vida e se tornando embaixador de marcas e produtos. 
   “A influência da tecnologia não irá escapar a nenhum ramo de profissões É o que aponta o economista Adelino Nascimento, presidente da ABRH-PR (Associação Brasileira de Recursos Humanos – Paraná). Ele afirma que todas indústrias irão depender do conhecimento em informática, no que é chamado de Quarta Revolução Industrial. Mesmo profissionais de humanas deverão ter que ter conhecimento em codificação, entender de inteligência artificial. Hoje o mercado já demanda muito desses profissionais e não encontra”, avalia Nascimento, que ainda prevê que as mudanças econômicas e políticas tendem a mudar o cenário dos empregos. “Há uma expectativa de um ambiente mais liberal e, com isso, a entrada de capital estrangeiro, o que pode apontar uma influência negativa no nosso parque industrial, que é muito atrasado. Por outro lado, pode implicar em salários mais altos em áreas técnicas”, pondera.
   Um dos pontos fundamentais para avaliar em que área se deve investir profissionalmente é manter o olhar atento sobre as mudanças sócio-culturais, assim como os primeiros sinais. O envelhecimento da população brasileira pode ser considerado um bom exemplo. Segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o País superou a marca de 30 milhões com pessoas com mais de 60 anos. Os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgadas no ano passado, apontam um aumento de 19% nos últimos cinco anos. Esse retrato aponta a necessidade de profissionais que lidam com a terceira idade e a chegada dela, como gerontólogos, que cuidam da saúde e bem-estar dos idosos, conselheiros de aposentadoria e cuidadores. “As pessoas devem ficar muito atentas às tendências e às necessidades. Dificilmente as pessoas terão uma só profissão pela vida inteira”, pontua Ronaldo Cavalheri. 
   Na formação profissional o perfil também está bem diferente. Se ter um bom currículo dependia de cursa uma faculdade de qualidade, ter domínio de idiomas variados e colecionar diplomas de pós-graduações, agora o fundamento de busca das empresas nas novas funções são as habilidades desenvolvidas. Vale muito a capacidade de cada indivíduo de ir em busca de conhecimento. “Os profissionais precisam ir além e buscar a própria capacitação. Cada vez mais, o próprio desenvolvimento é valorizado. Há um enorme número de cursos oferecidos de forma gratuita na internet, até em grandes instituições de outros países”, conclui Nascimento, que aponta que, num cenário tão diverso, o autodesenvolvimento é fundamental. 

DEZ CAMINHOS PARA SE APOSTAR EM 2019 

   Gastronomia: O setor depende da criatividade para oferecer serviços diferenciados e qualidade. Entre as áreas em alta estão as cervejarias artesanais, os restaurantes de cozinha saudável e os serviços de personal chef. O ramo ainda aponta uma forte tendência no consumo de alimentos crus. 

   Design de Soluções: Com o enorme grau de especialização da economia, o profissional é desafiado a pensar em soluções que facilitem o dia a dia dos seus clientes. A ideia é criar produtos que promovam o bem-estar e ajudem a melhorar a produtividade. 

   Consultoria de imagem: A ampla exposição causada pelo aumento de interesse nas redes sociais é um dos motivos que impulsionam o setor que forma especialistas capazes de cuidar da imagem pessoal de forma ampla, que vai da escolha da roupa até o que vai ser dito em público. 

   Audivisual: O tráfego de informações na internet, que já é massivo, continua a crescer de forma avassaladora. A produção de vídeos é parte fundamental do mercado e uma série de especialistas estão envolvidos no ramo, como editores, técnicos de efeitos e manipulação digital, por exemplo. 

   Gestão financeira: Em meio à grave crise financeira a qual o País enfrenta, oo desafio das empresas é fechar seus resultados com lucro. O profissional que tiver visão de otimização de custos e orientação para resultados será disputado no mercado. 

   Gestão de Pessoas: Apesar do crescimento do ambiente do mundo digital, as empresas ainda tem as pessoas como engrenagem principal. Os gestores têm papel fundamental de montar equipes com sentimento de pertencimento e de orgulho, tendo como foco o melhor atendimento aos clientes. 

   Especialistas em facilities: As empresas buscar reduzir drasticamente os gastos e otimizar processos de infraestrutura e é nesse ponto que o profissional atua. Algumas das áreas mais comuns são de serviços como de limpeza, recepção e segurança e a gestão eficiente delas é fundamental. 

   Engenheiro ambiental e sanitário: No cotidiano de trabalho, o engenheiro ambiental estuda como a atividade econômica pode gerar impacto à natureza. Ele pode atuar em projetos de controle de poluição, gestão de saneamento e gerenciamento de problemas ambientais. 

   Biotecnologista: Entre as principais capacidades dos profissionais está o trabalho e desenvolvimento de organismos geneticamente modificados e sua utilização para fins produtivos. São capazes de promover o melhoramento da produção agrícola com o controle de qualidade e desenvolvimento de remédios. 

   Agroecólogo: O profissional combina conhecimentos de sustentabilidade com agroindústria. O trabalho básico consiste no planejamento, monitoramento e execução dos sistemas agropecuários, além de promover novos meios de desenvolvimento sustentável social, ambiental e cultural. (P.M). FONTE: PEDRO MORAES, Reportagem local, Folha Empregos, segunda-feira, 14 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

QUEM NÃO OUSA ACENDER A PRÓPRIA LUZ, APAGA-SE


Crônica escrita pelo psicanalista SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, publicada na coluna ESPAÇO ABERTO, página 2,quinta-feira, 17 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 
   Um fósforo disse a vela: “Prepare-se! Vou acendê-la com meu fogo”. A vela se assustou e pediu que ele assim não fizesse. “Se você me acender eu vu queimar e será o meu fim. “ “Ora, disse o fósforo – mas as velas são para ser acesas Quer permanecer fria e morta?” A vela respondeu que se fosse acesa não só se acabaria como arderia também e que isso a assustava muito. O fósforo então disse: “Veja bem, o que vale mais a pena: uma existência longa, mas estagnada, ou uma vida que produz luz, que ilumina os outros e que traz calor? Você se acabará de qualquer jeito. Se não for acesa demorará em acabar, decerto, mas será uma vida sem valor. Você nasceu para ser acesa. Assim como eu nasci para acender você. E quando você arder, o seu sofrimento e dor serão transformados em luzes que espantarão a escuridão e lhe trará calor que deixará o frio longe. Contudo, a decisão é sua.” A vela, ao compreender o que o fósforo dizia, abriu-se em um sorriso e falou: “Me acenda. Estou preparada e com muito desejo de virar luz.”
   Esta simples historieta nos mostra como podemos viver essa vida. Muitas pessoas tentam tanto se proteger, evitando viver, evitando reconhecer as emoções e lidar com elas, que ficam apagadas. Já ouvi gente dizer que prefere não se apaixonar por alguém que desperta os melhores sentimentos porque teme perder o ser amado em algum momento. É verdade que quem se abre à dimensão da paixão pode perder, dar com a cara na parede, se decepcionar. A vida não tem garantia alguma, Abrir-se a alguém gera medo sobre os desdobramentos que podem advir, mas ao mesmo tempo oferece uma experiência única em significados. 
   Tem gente que teme dar um passo maior em algum momento na vida e fica estagnado, quando poderia ir além. Comprar uma casa, por exemplo, á algo grandioso, que requer planejamento e pés na realidade. Não é algo que possa ser feito levianamente, mas chega uma hora que, quando a possibilidade se faz presente, precisa-se que se dê um grande passo, afinal, não se atravessa de um lado para o outro de um penhasco com passinhos. Se a pessoa já está preparada tem que ousar pular. Claro, tudo dentro dos limites e da realidade. Haverá dúvidas, com certeza, mas se nada é ousado nada se vive. 
   Até mesmo no processo da análise, é assim que acontece. Quando um analisando procura análise tem medo do que vai encontrar, com o que vai se deparar, medo de se queimar com o que pode descobrir sobre si próprio. Porém, se ousar ir além, suportar os seus próprios conteúdos e transformá-los em material para crescimento, o analisando torna-se quem realmente é. Desabrocha verdadeiramente para a vida. 
   Não se trata apenas de adquirir bens ou de ter um relacionamento ou de fazer análise, mas de como vivemos, de como nos “acendemos” na vida em todos os momentos. Em qualquer coisa que nos colocamos podemos viver gerando luz com nossas vidas (e vamos nos gastar) ou podemos ficar guardando sempre uma escuridão, sem cor e nem calor. Muita gente fica tão defendida, tão “sem arder” nas emoções desta vida, que ficam como mortas. Estão tão apegadas a uma certa pseudo-segurança que não se permitem produzir a luz que possuem dentro de si. São velas que jamais se acendem. (FONTE: Crônica escrita por SYLVIO DO AMARAL SHCREINER, psicanalista, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 17 de janeiro de 2019, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO. + Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@jonaldelondrina.com.br).

O PRECONCEITO NÃO TEM RETRATAÇÃO


Crônica escrita por LUCIANA DO CARMO NEVES, professora/advogada prática de direito e processo penal na UEL, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, publicado em 15 de janeiro de 2019 pelo jornal FOLHA DE LONDRINA 
   Eu, Luciana do Carmo Neves, divorciada, mãe da Bruna e do Lucas, advogada e professora da UEL, aluna de muitos e ótimos professores, possuidora de uma gama de amigos maravilhosos, não adepta da teoria geocêntrica, venho a público confessar que sei que pensar e expor uma ideia voltada para um mundo justo, igualitário e sem preconceitos, é capaz de abalar as estruturas dos que defendem um governo autoritário e o conforto de um povo que diga “amém”. Cheguei a essa conclusão após ler o artigo do aluno e amigo do Olavo de Carvalho, Paulo Briguet, jornalista, publicado recentemente nesta Folha: Retratação de um jornalista preconceituoso. Só a fala “aluno e amigo do Olavo de Carvalho”, já diz tudo. Eu nem precisava ter lido o restante, mas em respeito à dedicação que ele teve ao me responder, li, e não me surpreendi, nem quanto às contradições, menos ainda quanto às previsíveis ironias, bastante chulas. 
   Realmente eu devo escrever na língua do imbecilês, fugindo da realidade e sendo escrava da ideologia, quando cito fatos históricos, de quando a mulher foi conduzida para o mercado de trabalho, e ao transcrever trechos de uma legislação vigente, não apenas no Brasil, mas na América toda. Convenção Americana de Direitos Humanos, tudo isso deve fazer arte do meu imaginário que é guiado pela minha escravidão ideológica, e que faz com que eu e muita gente não concorde com a ideia de “família ideal”, desenhada pela ministra Damares Alves, que só ocupa o cargo hoje em razão das muitas lutas femininas ao longo da história, do contrário, seria uma dona de casa. 
   Eu devo escrever na língua do imbecelês, ao escrever que o Brasil é o que mais mata LGBTs (estatisticamente comprovado) e que em muitos lares de convivência marital ocorrem graves violências contra a mulher, em razão do gênero, pois apenas uma imbecil que atua como advogada criminalista na UEL, voltada para a população carente desta cidade, há quase 22 anos, e que se depara diariamente com inúmeras situações e práticas delitivas geradas pelo preconceito em relação a mulheres e gays, é que pode dizer tantos absurdos advindos de uma escravidão ideológica. 
   Eu devo ser uma imbecil por não ter enxergado que o “outubro rosa” e o “novembro azul” foram criados com a intenção de limitar a sexualidade das pessoas, fazê-las ver que o azul representa os meninos e o rosa as meninas e que devemos nos importar com quem as pessoas dividem a sua cama e não como eu pensava que era a fim de conscientizar as pessoas acerca da importância dos exames médicos e do diagnóstico precoce de um eventual câncer em seus órgãos genitais. 
   Eu devo ser uma imbecil por reconhecer que a orientação sexual independe do sexo biológico, que nem sempre se correspondem, e que as pessoas com orientação homossexual se organizaram, ao longo das décadas, em luta pelos seus direitos, levantando uma bandeira com todas as cores do arco-íris, e que não se trata de ideologia de gênero, expressão criada pela direita opressora, com o intuito de confundir a população, mas trata-se sim de fazer valer os seus direitos, como os de qualquer cidadão que cumpre com os seus deveres, inclusive recolhendo os impostos que lhe são cobrados. Quando na verdade o ilustre jornalista me explicou que os gays são massa de manobra das políticas de esquerda. Eu ri.
   De novo admito ser uma imbecil por não saber que “os matadores não perguntam antes se a vítima é branca, negra, indígena ou gay”, acrescento, ou mulher.
   Realmente o feminicídio não afeta só as mulheres, a homofobia não afeta só os gays, os madeireiros, em nome da ganância, não atacam apenas os indígenas, e também, e os crimes raciais não ocorrem apenas contra os gays. As vítimas são escolhidas aleatoriamente, obrigada pela aula, jornalista que ignora notícias e pesquisas. 
   Tudo o que escrevi, na língua do imbecilês, nem petista, o termo “companheira” foi usado em vão para mim, sou apenas uma humanista.
   O jornalista termina a frase: “Data vênia: prometo melhorar”. Data venia: não prometa aquilo que não pode cumprir. 
  PS: vênia é sem acento. (FONTE: Crônica escrita por LUCIANA DO CARMO NEVES, professora/advogada prática de direito e processo penal na UEL, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 15 de janeiro de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). *Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@jornaldelondrina.com.br).

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

RETRATAÇÃO DE UM JORNALISTA PRECONCEITUOSO


Crônica escrita pelo jornalista PAULO BRIGUET, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, publicado dia 14 de janeiro de 2019 pelo jornal FOLHA DE LONDRINA 
   Eu, Paulo Briguet, 48 anos, casado com Rosângela, pai do Pedro, jornalista e escritor, paulistano de certidão e londrinense de coração, passeador oficial do Cisco, aluno e amigo de Olavo de Carvalho, venho a público confessar que sou um cara retrógado e preconceituoso. Cheguei a essa conclusão após ler o artigo da companheira Luciana do Carmo Neves, advogada e docente da UEL, publicado recentemente nesta Folha (“A discussão não se reduz a cores”, Espaço Aberto, 11/1).
   Você tem toda razão, Luciana. Só mesmo um reacionário como eu seria capaz de enxergar em seu texto nada além de um acúmulo de clichês politicamente corretos dignos de um boletim de DCE psolista. Não fosse o seu artigo tão esclarecedor, eu diria que você escreve na língua do imbecilês, em que as palavras deixam de fazer referência à realidade e tornam-se escravas da ideologia. Mas eu não sou esse homem. Você me salvou do retrocesso e do preconceito. Por isso, eu me retrato, doutora. 
   Peço desculpas por concordar com a maioria dos brasileiros, que acredita na existência de dois sexos biológicos, o masculino e o feminino, esses que o famigerado senso comum associou simbolicamente às cores rosa e azul (vide “Outubro brosa” e “Novembro azul”, duas datas fascistas. 
   Peço desculpas por acreditar que a ideologia de gênero em grande parte não passa de charlatanismo intelectual, que se aproveita do sofrimento humano para destruir a família, sustentáculo da civilização. Cheguei ao cúmulo de afirmar que a defesa do aborto e da liberação das drogas são estratégias nefastas que possuem o mesmo proposito. 
   Peço desculpas por não usar os homossexuais como meros instrumentos da guerra política, transformando-os em bandeiras partidárias. Rogo perdão por não esquecer que eles são, antes de tudo, seres humanos merecedores de respeito e compreensão.
   Peço desculpas por não esconder o fato de que o Brasil é o país que mais mata seres humanos no mundo, onde 92% dos assassinos não são nem sequer identificados, onde os matadores não perguntam antes se a vítima é branca, negra, indígena ou gay. 
   Peço desculpas por pensar como 80% do povo da nossa cidade, que rejeitou as políticas esquerdistas e proibiu a ideologia de gêneros nas escolas municipais. 
   Peço desculpas por aprovar a decisão do MEC de extinguir a Secretaria da Lacração e criar a Secretaria da Alfabetização. 
   Peço desculpas por pensar que Rui Barbosa e Miguel Reale, caso voltassem à vida, talvez pedissem para morrer de novo diante os estragos causados pela ideologia esquerdista nos cursos de direito brasileiro.
   Peço desculpas por defender uma mulher, advogada, cristã, ativista dos direitos humanos e salvadora de crianças contra os ataques desferidos pela imprensa e elite acadêmica. 
   Enfim, companheira doutora, eu peço desculpas por ser um cara preconceituoso, e por ter como alvo exclusivo do meu pensamento a burrice. Essa que às vezes vem diplomada. 
   Data vênia, prometo melhorar. (FONTE: Fale com o colunista: avenidaparana@jornaldelondrina.com.br Crônica escrita pelo jornalista e escritor PAULO BIIGUET, jornalista e escritor, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 14 de janeiro de 2019 publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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