quinta-feira, 30 de novembro de 2017

PROFUSÃO


   O cacho de sementes da palmeira real não pareceria tão profuso se ela não tivesse acabado de abrir outros cachos. Se a gente fosse contar, seriam mais que centenas, talvez milhares de sementes prontas para se transformar em novas palmeiras. 
   Mas porque tanto espanto, se nós mesmos viemos de jorros de milhões de espermatozoides? As sementes têm mais chances, germinando pelo chão mas logo arrancadas, ou a chácara viraria um palmeiral. O jorro vermelho de sementes parece lembrar que vivemos numa terra fértil, com clima intertropical e chuvas regulares, paraíso na Terra. (FONTE: Crônica escrita pelo jornalista e escritor DOMINGOS PELLEGRINI d.pellegrini@sercomtel.com.br página 3 – NOTÍCIAS DA CHÁCARA, caderno FOLHA 2, 25 E 26 de novembro de 2017, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sSUBINDO O TIBAGI


   A reportagem sobre o Rio Tibagi fez lembrar o inglês Thomas Bigg-Weather, que em 1872-75 percorreu o Paraná de burro e canoa, integrando missão de engenheiros a traçar ferrovia do Paraná para o Pacífico, sonho ainda hoje pulsante. 
   Seu livro – “Novo Caminho no Brasil: a Província do Paraná” – é estupendo em textos e ilustrações. A ilustração acima mostra grande canoa passando cascata rio abaixo, mas, depois de chegar a Jataizinho vindo lá de Tibagi, ele refez o caminho de volta – subindo o rio! – com duas canoas menores e mais leves (apenas 750 quilos cada uma...).
   No leme, Telêmaco Borba, ele mesmo que hoje nomeia cidade e erra o timoneiro. Seis índios caiuás empurravam – isso mesmo, empurravam – as canoas correnteza acima, com longos varões de pindaíba aferrados nas pontas. Nas suas próprias palavras: 
   “Cada dois homens enfiavam as varas até o fundo do rio, simultaneamente, e, voltados para o lado da popa, saem correndo para os suportes das arruadas, enquanto, com a tração muscular e o peso de seus corpos, a pesada canoa desliza entre os varões pesados. Os homens, chegando ao fim da curta corrida, retornam ao ponto de partida, equilibrando-se sobre o estreito suporte, daí repetindo a operação.
   “Subindo forte corredeira, dois homens seguram a canoa com seus varões, para que não desça o rio, enquanto os outros dois correm para a popa empurrando a canoa para frente, daí a seguram, para que os outros dois façam o mesmo e depois repetem a operação. Assim se pode ascender fortes corredeiras e até cataratas, contanto que a canoa tenha boas pegadas para os varões e que as ondas que batem na proa, não sejam tão altas que a alague.
   “Nosso trabalho diário pode ser resumido na simples afirmação de que, nas seis semanas desde nossa partida de jatahy (hoje Jataizinho) até a cidade de Tibagi, descarregamos inteiramente as canoas nada menos que 32 vezes e transportamos seu conteúdo nas costas, por longas distâncias, sobre rochas escorregadias e picadas espinhentas da floresta. Três vezes as próprias canoas tiveram de ser tiradas da água e arrastadas através da floresta, por caminhos feitos para isso, a fim de transpor cataratas intransitáveis. Desde vários dias que nos alimentávamos somente de carne de porco e arroz, terminadas as outras provisões.”
   Por que não pescavam? Porque subiam o rio o dia inteiro e, à noite, tinham de armar tendas e mosquiteiros, fazer fogo e comida e tudo mais. Peixes o rio tinha tanto que, em corredeiras rasas, os índios caçavam e sangravam macaco e então, atraídos pelo sangue, grandes dourados subiam a corredeira sequiosos, sendo abatidos pelos índios... a pauladas!
   Depois Bigg-Weather teve de esperar cinco meses pelo embarque para Inglaterra, num Rio de Janeiro assolado pela febre amarela: “A pestilência avançava, com espetáculos de caixões de defuntos, descobertos e disformes, em disparada através das ruas, na pressa cruel de chegar aos cemitérios”. E pensar que, depois de mais de século, a febre amarela continua por aí...
   Mas seu último parágrafo transpira amor pelo Brasil: “Sempre me lembro do tempo que passei no Império do Cruzeiro do Sul, com a íntima esperança de algum dia poder rever as suas grandes campinas e grandiosas e taciturnas florestas, e talvez fumar outro cigarro de palha de milho, com um camarada brasileiro, ao lado de uma fogueira de acampamento”. (Crônica escrita pelo jornalista e escritor DOMINGOS PELLEGRINI, página 3, caderno FOLHA 2, coluna AOS DOMINOGS PELLEGRINI, 25 e 26 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CUSTO PARANÁ: PEDÁGIO AINDA MAIS CARO



   Um evento climático importante, como o ocorrido no dia 20 de novembro deste ano em Londrina, reforça a fragilidade da cidade quando a questão são árvores urbanas. Muitas não resistiram aos ventos fortes, que atingiram 148 quilômetros por hora no bairro Aeroporto, e tombaram atingindo automóveis, casas e postes. E a maioria delas era saudável, segundo informou a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente). Tempestades são frequentes no verão e a situação não é novidade. Uma reclamação comum entre moradores de bairros atingidos que solicitações para erradicar plantas antigas já haviam sido feitas à prefeitura. Há uma fila de espera de sete mil protocolos pedindo avaliação de condições de árvores e a previsão da Sema é que pelo menos 30% serão eliminadas. A secretaria está na fase de sistematizar as informações mapeando as plantas até mesmo para saber como tem sido feita a manutenção delas. Não é um trabalho fácil, pois Londrina tem agualmente 150 mil árvores no ambiente urbano, sem considerar as espécies de fundos de vale e outras áreas naturais. Há muitas razões para os cidadãos pedirem a erradicação das árvores e os principais motivos são o risco de queda, mas danos na calçada, entupimento de calhas, encobrimento de fachadas comerciais e sujeira causada pelas folhas. Para a Sema, a substituição de árvores só é justificada quando a espécie não é adequada para arborização urbana ou se está atrapalhando alguma obra de engenharia. No caso de doenças, é realmente melhor tratar a planta ao invés de radicar e, por isso, é interessante pensar nas espécies mais adequadas para a área urbana antes do plantio e também seguir as recomendações da secretaria, evitando cimentar perto do tronco ou cortar a raiz, ações comuns que acabam gerando instabilidade e tornando a planta uma forte candidata a tombar durante as chuvas muito fortes. As árvores caem com mais frequência porque o plantio nas ruas é feito de maneira inadequada, assim como a manutenção. As consequências foram vistas na semana passada, traduzidas em prejuízo, cenas de destruição e caos. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 30 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).



O RISCO DO PLANTIO INADEQUADO DE ÁRVORES


   Um evento climático importante, como o ocorrido no dia 20 de novembro deste ano em Londrina, reforça a fragilidade da cidade quando a questão são árvores urbanas. Muitas não resistiram aos ventos fortes, que atingiram 148 quilômetros por hora no bairro Aeroporto, e tombaram atingindo automóveis, casas e postes. E a maioria delas era saudável, segundo informou a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente). Tempestades são frequentes no verão e a situação não é novidade. Uma reclamação comum entre moradores de bairros atingidos que solicitações para erradicar plantas antigas já haviam sido feitas à prefeitura. Há uma fila de espera de sete mil protocolos pedindo avaliação de condições de árvores e a previsão da Sema é que pelo menos 30% serão eliminadas. A secretaria está na fase de sistematizar as informações mapeando as plantas até mesmo para saber como tem sido feita a manutenção delas. Não é um trabalho fácil, pois Londrina tem agualmente 150 mil árvores no ambiente urbano, sem considerar as espécies de fundos de vale e outras áreas naturais. Há muitas razões para os cidadãos pedirem a erradicação das árvores e os principais motivos são o risco de queda, mas danos na calçada, entupimento de calhas, encobrimento de fachadas comerciais e sujeira causada pelas folhas. Para a Sema, a substituição de árvores só é justificada quando a espécie não é adequada para arborização urbana ou se está atrapalhando alguma obra de engenharia. No caso de doenças, é realmente melhor tratar a planta ao invés de radicar e, por isso, é interessante pensar nas espécies mais adequadas para a área urbana antes do plantio e também seguir as recomendações da secretaria, evitando cimentar perto do tronco ou cortar a raiz, ações comuns que acabam gerando instabilidade e tornando a planta uma forte candidata a tombar durante as chuvas muito fortes. As árvores caem com mais frequência porque o plantio nas ruas é feito de maneira inadequada, assim como a manutenção. As consequências foram vistas na semana passada, traduzidas em prejuízo, cenas de destruição e caos. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 39 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).



CIDADES EMPREENDEDORAS

   O Brasil precisa de cidades que estejam mais preparadas para incentivar o crescimento das empresas. As empresas nascem nos municípios e é natural que os gestores públicos locais tenham sensibilidade e prontidão para melhorar as condições e ajudar os empreendedores a vencer o desafio de crescer e criar empregos. Não importa que o momento seja de crise, pós-crise ou estabilidade, a cidade tem que ser empreendedora. 
   No Brasil há um índice que mede essa tendência. Trata-se do ICE (Índice das cidades empreendedoras), elaborado pela Endeavor Brasil, que divulga oficialmente nesta segunda-feira (27), o ranking de 2017 em reunião da Frende Nacional dos Prefeitos, em Recife. A FOLHA adiantou os resultados na semana passada, quando mostrou que Curitiba, Londrina e Maringá apresentaram evolução no ranking em relação ao de 2016. 
   Das 32 cidades pesquisadas, Curitiba e Maringá estão entre as dez cidades mais empreendedoras. Londrina está em 13º, mas ganhou seis posições. O ICE leva em consideração sete pilares: ambiente regulatório, infreaestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. 
   A principal evolução das cidades paranaenses em relação ao tempo de abertura de empresas que saiu da média de 90 a 120 dias de espera para o intervalo de 30 a 40 dias. É um comportamento que mostra a tendência de facilitar e acelerar a entrada de empresas no mercado. Reduzir a burocracia é imprescindível para as cidades que querem ser empreendedoras.
   Das três paranaenses mais bem posicionadas no ICE, Londrina e Curitiba deixam a desejar no quesito “cultura empreendedora”. A capital ocupa a última posição e Londrina mantém a 15ª em três anos. Por outro lado, Maringá tem a vice-liderança entre as 32 pesquisadas. Na avaliação dos pesquisadores da Endeavor, falta a londrinenses e curitibanos o sonho de ser grande. 
   O estudo tem como objetivo pautar o debate público sobre a criação de um ambiente mais amigável ao empreendedor. Um tema que foi bastante discutido na última edição do EncontrosFolha, realizado em outubro. O Brasil precisa conhecer e adotar práticas que transformem o país em um ambiente favorável ao desenvolvimento do empreendedorismo. (OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 27 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

AS REGALIAS DOS PRESOS 'PODEROSOS'

   A Lava Jato provocou uma mudança de paradigma ao combate à corrupção quando colocou atrás das grades grandes políticos poderosos e alguns dos empresários mais ricos do País. Antes da operação que definiu um importante momento histórico, a máxima “rico não vai preso no Brasil” reinava por aqui. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, comentou recentemente que a operação desencadeada inicialmente em Curitiba e o julgamento do Mensalão podem ser considerados um ponto fora da curva no combate à corrupção endêmica que tomou conta do Brasil. Mas se a Lava Jato provou que a lei é para todos, o mesmo não vale para o tratamento nas carceragens. Desde que foi preso, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e a ex-primeira dama Adriana Ancelmo protagonizaram histórias de mordomia na cadeia, trazendo à tona mais escândalos. Cabral é acusado de ter desviado dos cofres públicos R$ 300 milhões e sua mulher responde por lavagem de dinheiro e associação ao crime organizado. Só em joias, Adriana teria gastado R$ 6 milhões. O tratamento dispensado ao casal e outros presos poderosos foi diferenciado. As denúncias revelam que os presos circulavam livremente, recebiam visitas em qualquer horário e podiam receber encomendas. Até uma sala de cinema estava sendo instalada na cadeia pública de Benfica, que recebeu presos da Lava Jato, com televisão de 65 polegadas, home theater, aparelho de DVD e 160 filmes. Na semana passada, uma nova surpresa. Ao realizar uma vistoria em celas de Benfica, onde está também o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, encontrou alimentos proibidos pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. Entre eles, camarão, iogurtes, frutas secas e bolinhos de bacalhau. Todos fornecidos por pelo menos três restaurantes da cidade. Enquanto isso, para os presos comuns, a realidade é outra. Eles não têm regalias e muitos enfrentam condições desumanas, com celas superlotadas e o perigo das rebeliões nas unidades dominadas por facções. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 28 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

CIDADES EMPREENDEDORAS


   O Brasil precisa de cidades que estejam mais preparadas para incentivar o crescimento das empresas. As empresas nascem nos municípios e é natural que os gestores públicos locais tenham sensibilidade e prontidão para melhorar as condições e ajudar os empreendedores a vencer o desafio de crescer e criar empregos. Não importa que o momento seja de crise, pós-crise ou estabilidade, a cidade tem que ser empreendedora. 
   No Brasil há um índice que mede essa tendência. Trata-se do ICE (Índice das Cidades Empreendedoras), elaborado pela Endeavor Brasil, que divulgou oficialmente nesta segunda-feira (27) o ranking de 2017 em reunião da Frente Nacional dos Prefeitos, em Recife. A FOLHA adiantou os resultados na semana passada, quando mostrou que Curitiba, Londrina e Maringá apresentaram evolução no ranking em relação ao de 2016.
   Das 32 localidades pesquisadas, Curitiba e Maringá estão entre as dez cidades mais empreendedoras. Londrina está em 13º, mas ganhou seis posições. O ICE leva em consideração sete pilares: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação , capital humano e cultura empreendedora. 
   A principal evolução das cidades paranaenses foi em relação ao tempo de abertura de empresas que saiu da média de 90 a 120 dias de espera para o intervalo dos 30 a 40 dias. É um comportamento que mostra a tendência de facilitar e acelerar a entrada das empresas no mercado. Reduzir a burocracia é imprescindível para as cidades que querem ser empreendedoras. 
   Das três paranaenses mais bem posicionados no ICE, Londrina e Curitiba deixam a desejar no quesito “cultura empreendedora”. A capital ocupa a última posição e Londrina mantém-se na 15ª há três anos. Por outro lado, Maringá tem a vice-liderança entre as 32 pesquisadas. Na avaliação dos pesquisadores da Endeavor, falta a londrinenses e curitibanos o sonho de ser grande. 
   O estudo tem como objetivo pautar o debate público sobre a criação de um ambiente mais amigável ao empreendedor. Um tema que foi bastante discutido na última edição do EncontrosFolha, realizado em outubro. O Brasil precisa conhecer e adotar práticas que transformem o país em um ambiente favorável ao desenvolvimento do empreendedorismo. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 27 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 25 de novembro de 2017

ASCENSÃO E QUEDA DE JOÃO


   O cantor e compositor João Gilberto vive em absoluta penúria financeira, diz sua filha Bebel
   Rio – João Gilberto vive em “absoluta penúria financeira”, com risco de despejo e apresenta quadro de confusão mental já há alguns anos, segundo sua filha Bebel Gilberto, que conseguiu na Justiça sua interdição e se tornou sua curadora. Declarado incapaz, ele não poderá assinar contratos nem movimentar sua conta bancária, por exemplo. 
   A iniciativa de Bebel, que mora em Nova York e veio ao Rio prestar assistência ao pai, foi para resguardá-lo financeiramente, como diz nota enviada à imprensa pela advogada Simone Kamenetz.
   A interdição e a curatela, relativamente comuns em casos de idosos com saúde precária ou dificuldades mentais, foram concedidas depois que Bebel comprovou ao juízo que João compreende as consequências de seus chamados “atos civis” e das decisões que toma em sua vida. 
   “João já vem apresentando, há alguns anos, um quadro confusional, que não o permite compreender com clareza e exatidão os atos jurídicos que lhe são solicitados por terceiros, resultando numa situação atual de absoluta penúria financeira, apesar de ser titular de direitos autorais que deveriam lhe garantir mais que sua subsistência por toda a sua vida”, informa a nota. 
   A família acredita que ele tenha sido manipulado para assumir compromissos que não poderia honrar. Na nota que divulgou, a advogada de Bebel não meia quem seriam, mas as discordâncias da família com Cláudia Faissol, mãe de Luiza, caçula de João, de 11 anos, são notórias. Cláudia desligou o telefone e não respondeu às solicitações de entrevista do jornal O Estado de S. Paulo.
   O cantor responde a processos por não ter comparecido a compromissos profissionais “contratos por terceiros em seu nome, o que acarretou em condenações indenizatórias em valores superiores à sua baixa renda”, ainda de acordo com a nota . Entre eles, estaria a turnê de 2011, ano em que João se tornou octogenário. 
   O projeto era ousado. Incluía interpretações de canções que João nunca havia tocado e cantado, e a transmissão do espetáculo ao vivo, via satélite – um roteiro difícil de imaginar em se tratando de João e sua obsessão pela perfeição. O cancelamento foi atribuído pelos produtores a duas hérnias que ele tinha na coluna, que doía quando fazia shows, por causa da posição do instrumento junto ao corpo. 
   Hoje, João não está doente, mas fragilizado pela idade. Sebastião Alves, gerente de seu restaurante predileto, o velho Degrau, a menos de 200 metros de seu prédio, falou com ele ao telefone na semana passada. “Ele estava bem, fez seu pedido e conversou comigo. Mas a idade chega para todo mundo, né?, disse Alves, que o atende desde 1976, sempre pelo telefone. Só esteve com ele pessoalmente uma vez. Nunca foi a um show. “Sou evangélico e só saio de casa para o trabalho e para a igreja. Mas ele é um cliente preferencial. No sistema, não coloco seu nome e o telefone, só JG”, contou sabedor de sua opção pela reclusão. 
   No prédio em que João mora, na rua Carlos Góis, a uma quadra e meia da praia, não há quem o tenha visto no elevador. “Você está aqui procurando o João Gilberto? Desiste! Nunca ouvi nem um violãozinho e moro há 30 anos no prédio”, avisa logo uma moradora, que passeia com seu cachorro, ao avistar a reportagem. “João Gilberto aqui só no CD”, brincou uma senhora que sai para caminhar à beira do mar. 
SILÊNCIO
   No apart-hotel da Rua Almirante Guilheim, perto dali, em que morou no passado, a resposta é a mesma. Quando se pergunta por João Gilberto... “O João Gilberto da bossa nova? Saiu daqui tem tempo, e mesmo quando estava não dava as caras”, atestou um dos porteiros. 
   Mãe de Bebel, a cantora Miúcha, que se casou com João nos anos 1960 e é a única pessoa ligada a ele a dar entrevistas – embora preferia ser sucinta, em respeito à personalidade dele, disse que não sabia da interdição até ver a notícia na imprensa. “Bebel está tentando ajudar João. Ele se meteu em muita confusão, negócios errados, mas não sei detalhes sobre isso. Ela está tentando arrumar a vida dele. resumiu Miúcha. “Espero que fique tudo bem com ele.”
   A voz e o violão do Brasil não são ouvidos ao vivo desde os shows por ocasião dos 50 anos da bossa nova, em 2006. Há dois anos, foto de um João mais magro e de pijama, ao lado de Bebel e de Miúcha, foram compartilhadas pela filha no Facebook.
   O silêncio em torno de João parece um pacto. Amigos mais próximos, antigos confessionários das madrugadas telefônicas com João, apenas lamentam: “Eu não gostaria de falar nada nesse momento, acho isso tudo muito triste”, lamentou o compositor Jards Macalé. (Colaborou Julio Maria).(FONTE: ROBERTA PENNAFORT- Agência Estado, caderno FOLHA 2, página 8, segunda-feira, 20 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

PITANGA E ACEROLA


  À medida que passamos os olhos pela tabela nutricional abaixo fica claro que as duas frutas têm muita coisa em comum. Até chegamos à  vitamina C, crucial para a renovação celular e o fortalecimento do sistema imune. “A acerola é uma das frutas com maior teor desse nutriente”, conta a nutricionista Marina Pioltine”, da capital paulista. Prova disso que duas unidades já são suficientes para suprir a quantidade diária recomendada da supervitamina – ou seja, 90 miligramas para homens e 75 miligramas para mulheres. Também não precisa virar a cara para a pitanga. No dia a dia, ambas as frutinhas podem ser utilizadas em sucos, sobremesas e molhos. “E dá para aproveitar as folhas da pitanga em chás”, sugere Marina.
(FONTE: Página 12, COMPARE – POR THAÍS MANARINI, revista SAÚDE É VITAL, novembro de 2017, publicação da Editora Abri, SP).

OLHARES SOBRE A LITERATURA DE LONDRINA

A exposição foi concebida de forma tridimensional explorando o conteúdo das obras analisadas, iniciativa objetiva a interatividade do público

   Exposição, realizada por alunos de Letras da UEL, abre nesta sexta no Museu Histórico e explora a tridimensionalidade das obras 

   Alunos do quarto ano de Letras Vernáculas e Clássicas da UEL (Universidade Estadual de Londrina) preparam a 1ª Exposição Literaturas Londrinenses, com abertura nesta sexta-feira (24) , às 19h30, que segue até o dia 6 de dezembro no Museu Histórico de Londrina. A exposição, uma iniciativa do projeto Rede Londrix Festival Literário de Londrina, tem o objetivo de divulgar a produção literária de escritores da cidade como Maurício Arruda Mendonça, Célia Musili, Marina Miyazaki, Domingos Pellegrini, Christine Vianna, Márcio Américo, Carlos Alberto Francovig Filho, Beatriz Bajo, Rodrigo Garcia Lopes e Samantha Abreu. 
   Na exposição, coordenada pelo professor Dr. Frederico Fernandes, na disciplina de Análise de Textos Literários, os alunos exploram a tridimensionalidade inspirada pelas obras estudadas. A exposição foi pensada em quatro núcleos: Teatro, Poesia Ano 90, Literatura Infantojuvenil e Literatura de Autoria Feminina, criando instalações nas quais o público pode interagir com as obras selecionadas. Além das peças, o público poderá participar de apresentações musicais e saraus de arte e literatura. A programação também contempla oficinas de contação de histórias, de brinquedos e brincadeiras, haicai, patê papo com escritores e exibição de documentário indígena. 

   PROGRAMAÇÃO
Dia 24 (19h30)
Sexta-feira (24): às 19h30 – Abertura
Segunda-feira (27): às 14h – Oficina de brinquedos recicláveis
Terça-feira (28): às 10h – Oficina de haicai; às 14h Oficina de Teatro; às 20h – Mesa redonda com escritores londrinenses; às Apresentação musical com Daniel Gouvea
Quarta-feira (29): às 10h – Oficina de leitura; às 14h – Oficina de brinquedos recicláveis
Quinta-feira (30)- às 10h – Oficina de haicai; às 14h – Oficina de Teatro; às 19h – Exibição de documentário indígena; às 20h – Mesa redonda com representantes indígenas
Sexta-feira (1) : às 9h – Brincadeiras de rua; 14h – Brincadeiras de rua; às 19h30 – bate papo com jovens escritores da UEL
Sábado (2): às 10h – Contação de histórias 
Segunda-feira (4): às 15h – Palestra com o escritor Domingos Pellegrini

     SERVIÇO 

   1ª Exposição Literaturas Londrinenses
Onde – Musei Histórico de Londrina (Rua Benjamim Constant, 900)
Quando – De 24 de novembro a 6 de dezembro (horário de funcionamento do museu)
Quanto: Gratuito (FONTE; MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, caderno FOLHA 2, sexta-feira, 24 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

RENATO FORIN JR. GANHA MAIS UM PRÊMIO

Renato Forin Jr: premiado pela peça "Ovo"

   Após receber o Prêmio Jabuti na categoria Adaptação pela obra “Sonho de Uma Noite de Verão” o jornalista e escritor londrinense Renato Forin, ficou em segundo lugar no Concurso Prêmios Literários/2017, promovido pelo Programa Seiva de Incentivos à Arte e à Cultura da Fundação Cultural do Pará (FCP). A peça de teatro “Ovo”, do Agon Teatro, escrito por Renato – que assina a direção e atua com Danieli Pereira no espetáculo homônimo – ficou entre as doze obras inéditas e escritas em língua portuguesa. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (23).. 
   A peça, estreada em 2015, conta a história de dois irmãos, Édipo e Electra, que passaram a juventude na zona rural e se encontram na cidade em um momento decisivo: a morte da mãe. O texto encenado traz à tona elementos da tragédia clássica dentro de uma estrutura formal contemporânea. Em muitos momentos, os atores despedem-se dos personagens, lançando ao público estilhaços de pensamentos sobre o ofício teatral e as relações entre arte e vida. Depois do teatro, agora, “Ovo” será publicado em forma de livro. 
   Confira a lista dos vencedores no site: www.fcp.pa.gov.br (FONTE: MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, página 2, caderno FOLHA 2, coluna TEATRO, sexta-feira, 24 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

MORTES EVITÁVEIS


   Falhas em hospitais são a segunda causa de mortes no País, conforme apontou o Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, da UFMG (Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais). Segundo o estudo, erros de dosagem ou medicamento, uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar vitimaram 302.610 pessoas nos hospitais públicos e privados do Brasil em 2016. São cerca de 800 mortes registradas no ano passado. Número maior que a soma de acidentes de trânsito, homicídios, latrocínio e câncer. Dados do Observatório Nacional de Segurança Viária indicam a morte de aproximadamente 129 brasileiros por acidentes de trânsito a cada dia: o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que é produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra cerca de 164 mortes violentas – por h homicídios e latrocínio, entre outros – por dia; e, o câncer mata de 480 a 520 brasileiros por dia, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Somente as doenças cardiovasculares, consideradas a principal causa de falecimento no mundo, matam mais pessoas no Brasil: são 950 brasileiros por dia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. As falhas ocorridas nos hospitais brasileiros também custam caro para o país. Conforme o anuário, esses eventos adversos resultaram em gastos adicionais de R$ 10,9 bilhões no ano passado. O estudo apontou que os incidentes também podem gerar sequelas que comprometem a vida do paciente. De acordo com a pesquisa, dos 19,1 milhões de brasileiros internados no último ano em hospitais, cerca de 1,4 milhão foi vítima de falhas. Os principais prejudicados são os bebês com menos de 28 dias de vida e idosos acima de 60 anos. O anuário foi bastante criticado por representantes de hospitais e outras entidades. Mas é evidente que o país precisa evoluir em critérios como as notificações de incidentes e qualidade de serviço prestado. Esforços na rede pública e privada são necessários para aumentar a qualidade do atendimento, principalmente com rigor o cumprimento de protocolos e padrões de qualidade e segurança, assim como investir mais na formação dos profissionais de saúde e melhorar as condições de trabalho nesses estabelecimentos. (FONTE: OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 24 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

PARAÍSO PARA UNS, INFERNO PARA OUTROS


   Há uma história sobre um médico que foi a um hospício estudar casos extraordinários. Lá, ele encontrou um homem enrolado em um cobertor, balançando e murmurando ”Lulu, Lulu”. Intrigado e sem obter mais nenhuma outra palavra do paciente o médico pergunta à equipe o que era Lulu. Lhe é respondido que Lulu era o problema dessa homem e era o nome da mulher por quem ele fora perdidamente apaixonado e que havia dado um tremendo fora nele. Passando a outro paciente, o médico encontra um homem em estado deprimente também murmurando “Lulu, Lulu” e fica surpreso. Pergunta se a mesma Lulu era o problema desse outro homem e lhe é respondido que sim, que a mesma mulher que enlouqueceu o primeiro paciente terminando com ele enlouqueceu o segundo casando-se com ele. 
   A mesma mulher, dois homens diferentes. Para um deles, a falta dessa mulher foi demais para ele aguentar e ele enlouqueceu. Talvez, o que ele mais quisesse era ter se casado com ela. Ele a desejava muito e o término do relacionamento foi um gatilho para sua loucura. Já o segundo homem casou-se com a mulher, mas o relacionamento deve ter sido tão tóxico, tão destrutivo que ele acabou enlouquecendo. Brincando de pensar em cima dessa história, podemos ver que o que pode ser um paraíso para uns pode ser o inferno para outros. 
   A vida não é uma coisa que vem com manual de operações, onde todas as regras para o bom funcionamento vêm esclarecidas e delimitadas. Não funciona assim. Temos que ir descobrindo o que nos é bom, o que nos faz crescer, bem como aquilo que não nos favorece em nada. Muitas vezes, idealizamos que precisamos ser de um jeito ou outro, que isso nos tornará mais felizes e aí quando conseguimos o que tanto almejávamos descobrimos que nada daquilo era realmente o que esperávamos. Em outras palavras, nos enganamos assumindo que a vida tem que ser de um jeito particular e tomamos caminhos que podem nos levar à loucura. 
   O que serve para mim não servirá a fulano, talvez possa servir a ciclano, mas poderá ser péssimo a beltrano. Há muitas formas de se viver. Há muitas maneiras de se vir e ser no mundo e cabe a cada um encontrar, ou melhor, construir seu caminho. Isso vale para tudo: sexualidade, família, profissão, estilos de vida, etc. Só é preciso a cada um assumir responsabilidade pelo próprio caminhar e permitir que cada um caminhe como lhe for melhor. (FONTE: SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicoterapeuta em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, quinta-feira, 23 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. .* Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br

BENEFÍCIOS DA NOVA LEI TRABALHISTA


   Durante meus 27 anos de chefia nunca a empresa em que eu atuava obteve um ganho de causa em ações trabalhistas movidas por empregados. A Justiça do Trabalho seguia a CLT, mas essa legislação era perversa contra a classe trabalhadora. Não se tinha notícia de um trabalhador, em empresas brasileiras, que houvesse perdido uma ação e condenado a ressarci-las. Mas essa rigidez e inflexibilidade da famigerada lei acabava por desestimular contratações, robustecendo o desemprego.
   Agora, com a entrada em vigor da nova legislação trabalhista, aconteceu u fato inédito: a punição a um trabalhador. Foi em Ilhéus, na Bahia. O juiz considerou improcedente a reivindicação dele, e ainda o condenou a pagar as custas processuais, no valor de R$ 8,5 mil. A decisão é um precedente, que desestimulará os espertalhões. 
   É do consenso dos bem informados que a nova lei não tirou direito dos trabalhadores, e ainda favorecerá admissões, ademais porque a situação econômica começa a melhorar. Outro atributo da reforma é a suspensão da obrigação sindical obrigatória, o que elimina a farra dos mais de quinze mil sindicatos (e suas centrais, federações e confederações) e com o iminente fechamento da maioria deles. O espernear do sindicalismo arrecadador só atesta o acerto da medida. 
   A militância continuará fazendo manifestações de protesto e gerará tumulto, mas foi inarredável a decisão presidencial de não incluir em alguns reacertos nesta reforma o retorno da contribuição. R$ 3,5 bilhões era a receita anual dessa sangria e que só beneficiava o sindicalismo. Ademais, é dinheiro que, ao favorecer o trabalhador com essa retenção em seu poder – pequena que seja individualmente – mas volumosa no conjunto – entrará no meio circulante e trará benefícios a tantos outros mais. Passada essa fase de transição, reinará a paz nas relações entre empregados e patrões, e as vozes do retrocesso não mais terão ouvintes e seguidores. Diminua-se os excessos do poder sindical e cessarão também as greves, porque, restabelecido o pleno emprego, o que – acredita-se- irá acontecer, faltará gente para dar-lhes sustentação. (FONTE: WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, quinta-feira, 23 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br

SUPREMO SUSPENDE JULGAMENTO SOBRE REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAL


Brasília – Cinco ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votaram nesta quarta-feira (22) a favor do direito de transexuais mudarem o registro civil, mesmo que não tenham de mudança de sexo. O julgamento na Corte foi interrompido depois do pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Marco Aurélio Mello – sem previsão de nova data para ser retornado. 
   A discussão girou em torno do caso de um morador de Porto Alegre, hoje na faixa dos 30 anos, que nasceu mulher mas se identifica como homem. O processo tramita sobre segredo de Justiça, e teve a repercussão geral reconhecida pela Corte – ou seja, a sua decisão valerá para outros casos semelhantes em tramitação nas diversas instâncias judiciais de todo o País. 
   O TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) manteve a decisão de primeiro grau que autorizou a mudança do nome da pessoa, mas condicionou a alteração de gênero no registro civil à realização de cirurgia para a mudança de sexo – no caso, do feminino para o masculino. O TJ-RS ainda determinou que no registro de nascimento constasse a anotação do termo “transexual”.
   “Não há como manter um nome em descompasso com a identidade sexual reconhecida pela pessoa que é efetivamente aquela que gera a interlocução do indivíduo com sua família e com sociedade, tanto nos espaços privados, quanto nos espaços públicos. Não é o sexo do indivíduo a identidade biológica que faz a conexão do sujeito com a sociedade, mas sim a sua identidade psicológica”, disse nesta quarta-feira o relator do processo, ministro Dias Tóffoli. 
   Tóffoli defendeu a tese de que o transexual, comprovada judicialmente a sua condição, tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu nome e de sua classificação de gênero no registro civil, independentemente da realização de procedimento cirúrgico de redesignação de sexo. (FONTE: RAFAEL MORAES MOURA e BRENO PIRES – Agência Estado, página 7, FOLHA GERAL, quinta-feira, 23 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CONSUMO RACIONAL DE ÁGUA É FOCO DE EVENTO MUNDIAL


   Brasília – Como parte da preparação para o 8º Fórum Mundial da Água, que ocorrerá em Brasília, entre os dias 18 e 23 de março, a organização do movimento reuniu nesta quarta-feira (22) governadores, prefeitos e autoridades regionais e locais. O Fórum Mundial da Água, maior evento sobre água do mundo, ocorre de três em três anos e terá sua primeira edição no hemisfério sul. A expectativa é receber 40 mil representantes de diversas partes do mundo.
   Com a intenção de consolidar a agenda referente aos problemas hídricos, a próxima edição reforça a importância da gestão responsável da água com a participação de todos os segmentos da comunidade internacional. 
   De acordo com as Nações Unidas, até o ano de 2030, a demanda por água no mundo deve subir em 50%. De todo o esgoto gerado pela população mundial, 80% retornam para a natureza sem nenhum tratamento. Segundo levantamento do Instituto Trata Brasil, apenas 50,3% do esgoto doméstico são coletados no país. Isso significa que cerca de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a esse serviço. 
   Além da população, a escassez de água é outro problema. De acordo com a ONU, dois terços da população mundial sofrem com falta de água. Destes, metade vive na China e na Índia. O cenário é ainda mais preocupante quando a perspectiva é que em 2030, 70% da população mundial se concentrará nas cidades, isso aumentará a demanda por água. 
   Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada R$ 1 investido em saneamento, se obtém economia de R$ 4 em relação à saúde da população. (FONTE: Agência Brasil, página 7, FOLHA GERAL, quinta-feira, 23 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DESILUSÃO COM A CLASSE POLÍTICA


   A corrupção está no topo da lista de preocupação dos brasileiros e não poderia ser diferentes para um povo que vê explodirem escândalos sucessivos envolvendo agentes públicos de todas as esferas de poder. Mas a indignação da sociedade frente a um problema gigantesco como esse, infelizmente, não é compartilhado com a classe política. O episódio lamentável foi o protagonizado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj, diante da prisão dos caciques do PMDB daquele estado. Suspeitos de formar uma organização criminosa, responsável por desviar recursos públicos, os deputados Jorge Picciani, presidente da Casa, Paulo Melo e Edson Albertassi foram presos poro determinação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas a prisão foi revogada na última sexta por decisão por maioria dos deputados estaduais do Rio. O mais bizarro, porém, é que os peemedebistas saíram da cadeia sem alvarás de soltura emitidos pela Justiça. Ou seja, a Alerj mandou soltar e ainda enviou um carro oficial buscar os recém libertos. O fato ocorreu no Rio de Janeiro mas merece ser discutido em todo o país, pois certamente poderia se repetir em outras assembleias legislativas ou câmaras municipais. É evidente o distanciamento entre as casas do povo e a a população. Nessa terça-feira (21),um reviravolta. Por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, os deputados voltaram para a Cadeia Pública de Benfica e na chegada viram a festa de populares comemorando a nova prisão. Há um conflito de poderes e de competências. Mas a questão não é essa. Um dos desembargadores do TRE, Paulo Espírito Santo, resumiu o sentimento de muita gente: “Parecia um resgate de filme de faroeste”. Fácil entender por que o brasileiros é um povo desiludido com a política. (FONTE: OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira, 23 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

RELATOR ACREDITA QUE REFORMA TRIBUTÁRIA SAI AINDA EM 2017

    São Paulo – A reforma tributária tem chances de ser aprovada ainda neste governo porque os deputados querem votar algo importante e com custo eleitoral menor do que outros temas, afirmou nesta terça-feira o relator da reforma na Câmara, o deputado federal londrinense Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Para ele, é possível colocar a emenda constitucional este ano ou no primeiro semestre de 2018. 
   “O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) me disse que, quando for o momento ele põe em votação. Então agora estou construindo o consenso entre os parlamentares e lideranças empresariais, porque quando entrar em votação o debate acaba atrapalhando a reforma”, explicou. Em seu entendimento, a reforma tributária teria maiores chances de aprovação. “Os deputados querem voltar algo grande que não dê prejuízo eleitoral”, disse. 
Hauly participou de um almoço do Lide, grupo de lideranças empresariais de São Paulo. Aos presentes, o deputado defendeu sua proposta de reforma ampla sobre o atual sistema, que considera um “manicômio”. Entre os principais problemas, ele identificou a regressividade da taxação, o tamanho da renúncia fiscal, concedida pelo governo federal. Estados e municípios, burocracia e o emaranhado de leis, que contribuem para o grande passivo elisão fiscal e disputas judiciais. “O sistema tributário ineficiente é responsável por 50% dos problemas da nossa economia”, afirmou.
   Em sua apresentação, o parlamentar afirmou que a carga tributária de quem ganha até dois salários mínimos em 2008 chegava a 53,9%. Enquanto isso, as renúncias fiscais chegaram a R$ 500 bilhões, enquanto a sonegação tirava outros R$ 460 bilhões dos cofres públicos. “ E sem incentivos nós não conseguimos competir nem com o Paraguai”, criticou. 
   A proposta defendida por Hauly – uma emenda constitucional e sete ou oito alterações infraconstitucionais – prevê três grandes fontes de arrecadação: um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) nacional, que unificaria ICMS, ISS, IPI, Cofins, Cide, Salário-educação, IOF, PIS e Pasep; um imposto seletivo para 12 setores: energia, combustíveis líquidos e derivados, comunicação, minerais, transportes, cigarros, bebidas, veículos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, pneus e autopeças; e a elevação dos impostos sobre renda e propriedade – algo que seria discutido a parte e em um momento posterior.
   De acordo com o relator, o texto foi construído de forma com que a arrecadação de cada esfera de governo se mantenha estável e que a carga tributária continue perto dos 35% do PIB. “A carga tributária continua igual, mas os ganhos (com a simplificação) serão enormes”, notou. 
   FATIAMENTO
   Hauly rechaçou a ideia de fatiamento da reforma, como foi defendido pela presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). 
   “O fatiamento é inaceitável, eu não aceito nenhum tipo de fatiamento. Se for para fatiar, não é comigo”, disse. “De fatiamento em fatiamento, acabaram com a economia.”
   A ideia de parcelar a aprovação da reforma tributária foi defendida na segunda-feira, 20, por Maia. “Acho que é mais fácil a gente caminhar por partes, fazer a federal, depois a estadual, que é mais difícil”, afirmou o presidente da Câmara em outro evento do Lide, em Porto Alegre. 
   Hauly afirmou também que o texto de sua relatoria não prevê a criação de uma “URV Fiscal”, proposta por um grupo montado pelo Palácio do Planalto para discutir o tema. “Na nossa proposta não precisa de nada disso. No momento em que for aprovado, nós vamos ficar um ano testando (o nosso modelo) com alíquota reduzida, de 2% ou 3%, dedutível do modelo velho”, explicou. 
   Para amenizar temores sobre a queda da arrecadação entre queda na arrecadação entre Estados e municípios com a nova legislação, a equipe chefiada por Gastão Toledo, assessor especial da Presidência, propôs um mecanismo que prevê a divisão da distribuição do novo IVA de forma diferente da proposta relatada por Hauly. Ela seria feita inicialmente de duas formas: uma com valor nominal fixo, equivalente à medida de arrecadação de dois anos anteriores à reforma, e uma “incremental”, paga nos moldes do novo sistema tributário, que prevê a transferência da cobrança do atual ICMS para o local de destino (hoje concentrada na origem dos produtos). A janela de transição seria 20 anos. (FONTE: MARCELO OSAKABE – Agência Estadopágina 3caderno FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, quarta-feira, 22 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

GRUPO FOLHA LANÇA LIVRO COM LEITORES DO 'DEDO DE PROSA'



  
   O Grupo FOLHA lança nesta quarta-feira, 22, o livro “Prosa Rural - Uma coletânea de crônicas do caderno Folha Rural da Folha de Londrina”, que reúne 60 crônicas escritas por leitores e que foram publicadas na seção “Dedo de Prosa”. A iniciativa partiu de quatro dos mais assíduos colaboradores da coluna e foi abraçada pela empresa, como forma de também comemorar os dez anos do espaço destinado a histórias reais e ficcionais no caderno de agronegócios. 
   Os autores são o idealizador do livro, professor universitário Gerson Melatti, o comerciante Dailton Martins, a professora Estela Maria Frederico Ferreira e o médico Sidney Girotto. Cada um contribuiu com 15 crônicas, das tantas que enviaram e que foram publicadas nestes dez anos. 
   Os livros serão vendidos por R$ 30 cada. Uma parte dos livros será destinada para a Apae, que ficará com toda a renda do lote. Outros foram colocados à disposição da Belagrícola e da Sociedade Rural do Paraná, patrocinadores do projeto, e para comercialização na sede da FOLHA, no setor de Classificados. 
   O idealizador do livro conta que fez um levantamento de todas as crônicas nos arquivos do jornal ainda em 2013, quando percebeu que alguns nomes de leitores se repetiam mais do que os de outros. Há uns dois anos Melatti resolveu procurar alguns dos colegas de prosa e encontrou em Martins, Ferreira e Girotto o apoio para levar o projeto adiante. “Vi que tem muita coisa boa ali e é algo importante porque faz parte da cultura da nossa região”, diz Melatti, que conta que a FOLHA abraçou a ideia. “São textos simples, causos, enfim, algo agradável para se sentar, relaxar e ler um pouquinho.”
   Editora da Folha Rural, Célia Guerra lembra que o “Dedo de Prosa” nasceu em 2007 como espaço para comentários sobre agronegócios, cotações e o mercado, mas passou a contar com histórias ficcionais ou reais contadas pelo jornalista da FOLHA. Logo os leitores passaram a contribuir com a seção e hoje já representam a grande maioria dos textos publicados. “A Folha Rural busca mostrar a relação do campo com o urbano e essas crônicas representam bem isso, com lembranças e reflexões sobre a vida e os avanços que a tecnologia nos impõe”, diz Guerra. (FONTE): FÁBIO GALIOTTO – Reportagem Local, caderno FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, página 3. quarta-feira, 22 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A DESIGUALDADE SALARIAL NO BRASIL


   Um relatório divulgado nessa terça (21) pelo Banco Mundial mostrou que o Brasil gasta mais com servidores do que países desenvolvidos, como Estados Unidos, Portugal e França. Não significa que o setor tenha mais funcionários a serviço da população. Mas a remuneração de quem trabalha para os governos federal, estadual e municipal está acima da média da remuneração dos funcionários do setor privado. E os salários são bem maiores para quem trabalha no serviço publico federal. Utilizando os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a instituição financeira internacional chegou à conclusão que o setor público paga, em média, 70% a mais que a iniciativa privada – R$ 44 mil por ano contra R$ 26 mil. Se comparado aos trabalhadores informais, a remuneração é três vezes maior. Quando analisa dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o Banco constatou que no Brasil, 5,6% da população empregada está no setor público. Nos países que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, entre eles os mais ricos do mundo, este percentual é de quase 10%. Segundo o estudo, os gastos do Brasil com servidores (de todas as esferas de governo) alcançaram 13,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015. Em países como Austrália e Estados Unidos, o gasto com servidores é muito menor, cerca de 9% do PIB. É por causa disso que os servidores federais estão no topo da pirâmide de renda do Brasil. Sete em cada dez destes funcionários integra o grupo dos 10% mais ricos do país. O Banco Mundial classifica o Brasil como um caso totalmente fora do padrão. O que a instituição espera com esse relatório? Justamente apontar soluções para o controle de gastos que ajudem a fazer o ajuste fiscal sem prejudicar os mais pobres. Se o país pagasse seus servidores públicos conforme os padrões internacionais, o dinheiro economizado poderia ser revertido em mais e melhores serviços à população. O banco até sugere o congelamento dos salários até 2024. Mas, se a proposta de suspensão do reajuste em 2018 gerou tanta polêmica, é difícil acreditar que algo diferente possa acontecer. (OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 22 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 21 de novembro de 2017

VIDAS AFINADAS COM A MÚSICA

Roney Marczak, diretor da Escola de Música Sol Maior: "Nosso desejo é ampliar oportunidades"

   O universo musical está além do aprendizado de um instrumento; vivenciá-lo é uma oportunidade de construir novas histórias
   Não é novidade e está comprovado cientificamente: a música impacta a capacidade de processamento de informação do cérebro. ‘Tocar um instrumento durante um longo período de tempo, tem o potencial de mudar sua função e estrutura, especialmente quando iniciada antes dos sete anos de idade. 
   A constatação é do pesquisador de música, o neurologista Gottfried Schlaug, da Escola Médica de Harvard, que também destaca que, “o treinamento musical intenso gera novos processos dentro do cérebro, em diferentes estágios da vida e com uma série de impactos na criatividade, cognição e aprendizado”. 
   Essas afirmações foram feitas durante a edição de 2013 da Sociedade de Neurociência, em San Diego, na Califórnia, e tem sido uma aposta par o currículo de muitas escolas. 
   “Nos Estados Unidos, por exemplo, todas as escolas têm uma orquestra, mas no Brasil o ensino da música não tem visibilidade, pois ao contrário do esporte que resulta em um troféu ou medalha, a música não tem um reconhecimento palpável em um curto período de tempo”, comenta o violinista londrinense Roney Marczak.
   Ele vive a música há quase quatro décadas e durante muito tempo, vem projetando o olhar para crianças e jovens que desejam aprender música, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social. 
   Desde 2001, a Escola de Música Sol Maior abriga o projeto homônimo. Dos 160 alunos, 78 são bolsistas. Em troca do aprendizado de um instrumento, eles devem mostrar um bom desempenho escolar e disciplina nas aulas do projeto.
   Até hoje, a escola já atendeu mais de oito mil alunos, número que revela também o papel de formação cidadã do projeto Sol Maior. “Em sala de aula, as diferenças de idade e classe social desaparecem. A música revela às pessoas que elas têm direitos e oportunidades iguais”, afirma Marczak. 

ABRINDO CARMINHOS
Matheus Oliveira Ribeiro, 20: "Com a música, minha vida mudou bastante"
   Com o violoncelos em mãos, o aluno Matheus Oliveira Ribeiro, 20, conta que sonha estudar música fora do País, e que para isso, tem se dedicado muito aos estudos do instrumento. 
   Até os 16 anos, ele tinha outro desejo. Se imagina no futuro como professor de educação física. Até que um dia escutou música clássica pela primeira vez e ficou impressionado. “Passei a escutar em casa e quis aprender. Minha vida mudou bastante, pois antes só queria saber de jogar bola”, diz. Ribeiro e o pai economizaram o dinheiro da venda de raspadinha e compraram um violoncelo. Mas não foi possível dar continuidade às aulas particulares. 
   Mas como a paixão pela música só crescia em Ribeiro, ele conseguiu uma bolsa no projeto Sol Maior e hoje é integrante da Orquestra Jovem, com o objetivo de se profissionalizar e conquistar os palcos do mundo. 
Samuel Ângelo Teodoro, 22 anos, : de bolsista a professor , hoje ele tem 45 alunos
   A mesma oportunidade foi dada ao Samuel Ângelo Teodoro, 22, há cerca de sete anos. Ele foi bolsista e hoje é professor na Escola, ensinando violino para 45 alunos. 
   Ele conheceu o instrumento através de um projeto na escola. Quando vi o Roney tocando a música “Brasileirinho” no violino, eu desejei fazer igual”, conta ele, ao enfatizar que foi importante ter alguém em quem se inspirar.
   “Quero ser o mesmo para meus alunos e mostrar o quanto a música me abriu caminhos Eu mudei nos relacionamentos interpessoais, pois era muito tímido, fiz minha primeira viagem de avião por conta de uma apresentação de música e ganhei uma profissão”, comemora. 
Larissa Galdiano Ribeiro, 17 anos: "Depois das aulas de violino, tenho muito mais concentração"
   Para a aluna Larissa Galdiano Ribeiro, 17, o universo musical transformou também suas notas no boletim. “Sempre fui distraída e tirava notas baixas. Depois das aulas com violino, isso mudou porque a música trabalha muito a concentração. É um aprendizado que ajuda em todos os aspectos e traz uma motivação”, afirma. 
   Ribeiro pretende fazer faculdade de música na UEL (Universidade Estadual de Londrina) e está se preparando tecnicamente. “Todos os dias eu estudo em casa”, diz. 
   Marczak conta que o maior desafio da música não está no instrumento em si, mas na vontade de tocá-lo. Por esse motivo, ele continua direcionando o olhar para os talentos que batem à porta do projeto Sol Maior.
   A cada dois alunos mensalistas na escola, uma vaga de bolsista é aberta. “Nosso desejo é ampliar essas oportunidades. Temos uma lista de espera de aproximadamente 70 alunos e por este motivo, quem está aqui dentro é bastante exigido”, afirma. (FONTE: MICAELA ORIKASA – Reportagem Local, FOLHA CIDADANIA, terça-feira, 21 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

TRABALHADORES ESTRANGEIROS


   A indústria e o agronegócio fizeram do Paraná o terceiro Estado do País em número de trabalhadores estrangeiros com carteira assinada. São 13,8 mil pessoas que encontram por aqui oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. À frente do Paraná estão São Paulo (43,1 mil) e Santa Catarina (14,3 mil). Os números foram levantados pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) com base na Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego. A força da agroindústria é comprovada na abertura de postos de trabalho quando se leva em consideração que três das oito cidades com maior número de trabalhadores estrangeiros são fortes pela produção granjeira. A segunda colocada é Cascavel (1,3 mil), a quinta é Toledo (581) e a sétima, Marechal Cândido Rondon (399). Londrina, apesar de ser a segunda cidade do Estado em população, é apenas a oitava em número de registrados, com 384. Completam a lita dos principais destinos a capital (3,4 mil), (Foz do Iguaçu (1,2 mil), Maringá (762) e São José dos Pinhais (514). Os aspectos geográficos do nosso Estado, ajudam a explicar a posição no ranking, segundo a análise do presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior, principalmente por conta da proximidade com as fronteiras do Paraguai e da Argentina. Suzuki também lembra que o Paraná recebeu muitos imigrantes transferidos com a abertura de filiais das multinacionais em que trabalham. É o caso do contingente de trabalhadores registrados entre 2010 e 2016, como japoneses (de 121 para 221), italianos (89 para 149), espanhóis (56 para 114) e chineses (91 par 159). Mas nesse período foram os haitianos que mais obtiveram empregos registrados. Foram 4.847 pessoas, ou 45% do total. Boa parte dos haitianos está no chão de fábrica, incluindo muita gente com graduação, mas que não conseguiram se colocar na área de formação. O presidente do Ipardes explica que não tem fundamento a teoria de que os imigrantes ocupam vagas que deveriam ser de brasileiros. Isso porque o Brasil entrou num movimento de transição demográfica, com a redução da natalidade e o envelhecimento da população. A longo prazo, a incorporação da mão de obra estrangeira ajudará no crescimento econômico nas próximas décadas. Mais importante é lembrar que o Brasil segue uma política de acolhimento humanitário a imigrantes que chegam no país, principalmente aqueles que fogem da miséria e de conflitos. (FONTE: OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 21 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

'O BRASIL É O PAÍS MAIS RACISTA DO MUNDO'


"O Brasil está me dando palco para falar, mas tem milhares de mulheres negras com talento e potencial sem nenhum espaço", afirma Alexandra Loras   Ex-consulesa da França, a ativista Alexandra Loras esteve em Londrina levantando a bandeira do empoderamento das mulheres negras e da luta contra o preconceito racial 

   Ao desembarcar em Londrina na última terça-feira (14), a ex-consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras, foi direito para o saguão do hotel onde atendeu a equipe da FOLHA. Cordial, ela mesma buscou o melhor espaço para a entrevista e ainda se preocupou em compor um cenário com um arranjo de flor. Loras foi apresentadora de televisão, após se graduar em jornalismo. Escreveu livros, frequentou a prestigiada IEP (L’École livre de Scienses Politiques) de Paris, instituição de formação da elite política francesa, e desde então vem acumulando uma vasta experiência como consultora e palestrante em empresas, como o Google. 
   Mas contar sua trajetória profissional pelo currículo seria pífio por parte da reportagem, pois sua atuação em diferentes territórios é movida por grandes frentes: a defesa da diversidade nos ambientes corporativos, o empoderamento de mulheres negras e a luta contra o preconceito racial. 
   Loras esteve pela primeira vez em Londrina, a convite do coletivo de mulheres negras “Black Divas” com o objetivo de ajudar o público feminino a resgatar a autoestima e seus valores, a partir de sua própria história. “Gosto muito de compartilhar minha experiência porque sou uma mulher que nasceu no gueto mais perigoso da França, com uma trajetória familiar complicada e uma voz dizendo que eu não poderia ocupar os espaços de poder. Mas eu busquei meus valores e cheguei à melhor escola de ciências políticas da Europa”, conta. 
   Ao ser questionada sobre o título de líder ativista, ela responde que prefere se posicionar mais como uma antropóloga que usa ferramentas da sociologia e filosofia para trazer reflexões que mexam com o sistema, com a sociedade. “Vejo que tenho um espaço de fala porque tenho um status diplomático, porque cheguei aqui neste país como consulesa da França. Hoje, o Brasil está me dando um palco para falar, mas tem milhares de mulheres negras com talento e potencial sem nenhum espaço”, comenta. 
   Nesse pensamento, Loras se pergunta onde é que estão o Barack Obama, Spike Lee e Beyoncé brasileiros, e faz questão de lembrar que grandes invenções foram feitas por negros, como o semáforo, o marcapasso, geladeira, ar-condicionado, a antena parabólica. “Tem tantos negros talentosos para agregar valor à sociedade, mas eles não têm oportunidade de se expressar, nem mesmo de colocar seu ponto de vista”, aponta ela, que cita um exemplo recente: a demissão do apresentador da Rede Globo, William Waak. 
   “Nós vimos muitos brancos falando que ele não é racista , mas cadê os negros na pauta? Deixe os protagonistas que são vítimas do racismo falar se eles se sentiram humilhados, agredidos e desrespeitados”, provoca. 
   ENXERGAR A REALIDADE
   Casada com o diplomata Damien Loras, com quem tem um filho, Alexandra se mudou para o Brasil há quatro anos. E aqui, entre os inúmeros países onde morou e visitou, observou uma realidade cruel: “o Brasil é o país mais racista do mundo, de longe.”
   A resposta para tal afirmação é dada por ela mesma. “Depois da Nigéria, é o país que mais tem negros no mundo inteiro (54% de negros autodeclarados) e que não consegue enxergar a própria realidade. Os brasileiros choram sobre o Charlie Hebdo, sobre os ataques terroristas da Europa, mas tem um genocídio acontecendo aqui que é muito pior que lá. E é isso que me incomoda”, diz. 
   Para se ter uma ideia, a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras, de acordo com o Atlas da Violência 2017, produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). 
   Loras prossegue a fala afirmando que o racismo é sutil. “Os brancos falam que o racismo é velado no Brasil, mas é porque eles não passam pelas humilhações cotidianas que passamos”, diz ela, citando que ao frequentar o supermercado e comprar produtos importados por ser estrangeira, sempre é rodeada por um segurança. E no aeroporto de Guarulhos, sua mala é sempre revistada. “Viajo muito e sou revistada 80% das vezes, enquanto meu marido nunca foi em dez anos de casados”, revela. 
   INVERSÃO DE PAPÉIS
   Loras diz que no Brasil a população é bombardeada o tempo todo com mensagens subliminares sobre como odiar, ter medo e inferiorizar o negro. Por isso, ela tem certeza que descobriu sua missão de levar o público a repensar o quanto a sociedade tem uma narrativa egocêntrica, que ajuda a trazer raciocínios racistas.
   “Somos todos responsáveis para reequilibrar nossa sociedade porque basicamente ainda é o branco que tem a chave do jogo, que tem privilégios, que tem dificuldades para nos encontrar, enxergar nosso potencial, nos dar respeito e dignidade dentro da narrativa da novela e dos desenhos animados”, sustenta. 
   Para ela, o racismo está tão instalado em todos os aspectos da sociedade que as pessoas nem param para questionar o problema. “Estamos acostumados a usar nude, lápis cor da pele, shampoo normal. O que é essa normalidade? Temos que entender que a luta contra o racismo não é combate. É uma obra em construção”, ressalta. 
   Em suas palestras, Loras faz uma dinâmica que ela chama de “mundo inverso” para incitar essa reflexão. Ela pede para que as pessoas imaginem que o mundo é invertido, onde tudo que é feito pelos negros é considerado lindo, inteligente , intelectualmente e esteticamente superior. Até as narrativas dos livros didáticos, desenhos e da mídia teriam apenas personagens negros, assim como os inventores, revolucionários, políticos e até o Papa. 
   “E a única coisa que sabemos sobre os brancos é que foram escravizados. Como seria essa sociedade? Chocante, cruel e absurda. E em 2017, é esse tipo de sociedade que nós negros ainda temos”, salienta. 
   No próximo mês, Loras vai expor seu trabalho chamado “Ativismo Negro” na galeria Rabieh, em São Paulo. “Vou revisitar personagens da história, de negros, como a Xuxa, Temer, João Dória, William Waak, Charles Chaplin, Rainha da Inglaterra, entre outros.”
   CONSCIÊNCIA NEGRA
   Alexandra Loras esteve em Londrina uma semana antes do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro e faz questão de validar a data. “A consciência negra não tem cor. Meu filho nasceu branco, mas ele vai ter a consciência negra. Então quando escuto os brancos perguntando quando vão ter o dia da consciência branca, eu digo que eles têm os 364 dias do ano”, afirma. 
   Ela sabe que a data não é considerada um feriado em Londrina. “Acho um absurdo porque a cidade tem 37% da população de negros, conforme o levantamento do coletivo Balck Divas. São 24 horas para refletir e não esquecer os 400 anos de escravidão, humilhação e violência extrema. Acho muito triste não comemorar”, finaliza. 
   Confira a entrevista, utilizando aplicativo capaz de ler QR code e posicionando no código abaixo:
(FONTE: MICAELA ORIKASA – Reportagem Local, página 5, FOLHA GERAL, geral@folhadelondrina.com.br segunda-feira, 20 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

DESIGUALDADE RACIAL


   Brasileiros de pele preta ou parda sofrem mais com o desemprego. É o que mostrou pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O estudo, que faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, revelou que, no terceiro trimestre, 12.961 milhões de pessoas estavam na fila do desemprego. Dessas, 8.252 milhões têm a pele preta ou parda, 63,7% do total. Com isso, a taxa de desemprego da população preta ou parda é de 14,6%, acima da média, que ficou em 12,4%. Entre as pessoas de pele branca, a taxa de desemprego ficou em 9,9%. Essa análise sobre as desigualdades no mercado de trabalho, conforme a cor da pele, é inédita, e foi realizada pelo IBGE para marcar o Dia da Consciência Negra, comemorado nesta segunda-feira (20). Lembrando que as pessoas por pele preta ou parda respondem por 54,9% da população brasileira. Os pesquisadores do IBGE constataram também que mesmo quando está empregada, a maioria das pessoas de pele preta ou parda acaba trabalhando em atividades de menos qualificação e em piores condições, como o trabalho doméstico ou de ambulante. O resultado é que, no terceiro trimestre, o rendimento médio dos trabalhadores pretos e pardos (R$ 1.531) foi quase a metade (55,5%) do registrado para brancos (R$ 2.757). A raiz desse problema é histórica e remete á escravidão. Ou seja, a desigualdade vem da época do Brasil Colônia e suas consequências cruéis persistem mesmo que a Lei Áurea tenha sido assinada há mais de cem anos. O preconceito racial impacta a vida da população de origem afrodescendente no ambiente escolar e acaba refletindo no mercado de trabalho. O brasileiro não gosta de admitir, mas o preconceito existe de maneira muito séria no País. Se alguém tem dúvida basta olhar a proporção de negros estudando nas universidades brasileiras e trabalhando como médicos, engenheiros, professores, advogados e juízes, por exemplo. Um bom tema para reflexão nesta segunda-feira, dia que o País presta homenagem a Zumbi dos Palmares. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 20 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

domingo, 19 de novembro de 2017

LUCIMARA NUNCA VIU O MAR


   Ela tem 41 anos, teve poliomielite aos oito meses, acabou com os membros atrofiados, e hoje vive de doações que recebe no Calçadão de Londrina, em frente ao Banco do Brasil, onde fica todos os dias, há 20 anos, fazendo aquilo que pode para manter a si mesma e à mãe doente, diagnosticada com um coágulo no cérebro. 
   Seu nome é Lucimara Aparecida Diniz, a mulher que muitos londrinenses conhecem e que dias desses foi vítima de um blefe na rede social: postaram uma foto, como se fosse dela, sendo carregada por um homem numa praia. A história já foi desmentida, a pessoa da foto não é Lucimara que sentiu-se ofendida, mais que isso, humilhada, com o escândalo local criado a partir de uma imagem. A deficiente da foto não é Lucimara, mas se fosse, trata-se do direito de qualquer pessoa ir aonde quiser. Mas, neste caso, inventaram suas “férias à beira-mar” por maldade para demonstrar que ela gasta o que recebe com diversão. Alguns seres humanos desqualificam-se quando contam mentiras e as redes sociais oferecem um amplo território de manipulação e fofoca. 
   Dia desses passei pelo Calçadão e vi uma emissora de TV entrevistando Lucimara. Esperei alguns dias para encontrá-la mais tranquila , mas já havia decidido que ela seria personagem de uma crônica. Na última quinta-feira fui conversar com ela, apresentei-me como jornalista, e para minha surpresa fiquei sabendo o que os mentirosos não sabem. Lucimara nunca viu o mar. Aliás, só o viu nas fotografias, na televisão e, pasmem, ela sabe do mar porque leu os livros de José de Alencar – “Iracema” – e de Machado de Assis que, segundo ela, descreve num deles a praia de Copacabana.
   Assim eu soube que aquela mulher franzina, deficiente física, conhecida por todos que entram e saem da agência bancária, é uma leitora assídua. Ela me contou que já doou um livro de Jorge Amado para a Biblioteca Pública de Londrina, no qual também “viu o mar”, e me descreveu uma passagem em que o autor cita o Elevador Lacerda, em Salvador. 
   O que Lucimara não sabia é que ela inspirou um roteiro de cinema de um amigo saudoso, o jornalista Francelino França, já falecido, que escreveu um enredo no qual Lucimara, que fica no Calçadão, um dia é esquecida pela família na hora de voltar para casa. Na história, seu dia tem um final inusitado pelo esquecimento, mas eu nunca soube como França faria o desfecho, juntando realidade e ficção, ele sempre se interessou por personagens populares e informei à Lucimara que ela também seria personagem, como nos livros que lê. Seu olho brilhou quando soube. 
   Inspirada pelo enredo criado pelo meu amigo – que foi repórter de Cultura da FOLHA -, quis também conhecer a história pessoal daquela mulher que depende dos outros para chegar e sair do Calçadão dos os dias. Ela me contou que os motoristas de táxi da Praça Marechal Floriano Peixoto a levam e trazem. “O seu Darci, o seu Hélio e os outros me dão um desconto nas corridas”, informou, antes de responder que mora na Rua Ouro Preto.
   Ela me disse que sentiu-se humilhada com a história da internet. “Nunca tive nenhum namorado, nenhum homem ou mulher”, justificou.
   Então pedi licença para fotografá-la, ele ficou constrangida, só relaxou quando expliquei que o ilustrador Marco Jacobson também faz desenhos a partir de fotos. Ela então sorriu, imaginando o que seria sua “caricatura”. Na verdade, uma colagem. 
   Na saída ainda falando de livros e autores, Lucimara me disse que “gostaria muito de ler Dante Alighieri”. Exultei com o desejo dela e, de queixo caído, intimamente fiz uma promessa que ela só vai conhecer neste fim de semana, quando ler a FOLHA. Pode esperar, Lucimara, até o Natal vou entregar a você um exemplar de “ A Divina Comédia”. Tenho certeza que, na sua cadeirinha, você ficará feliz como quem vê o mar. (Crônica escrita por CÉLIA MUSILLI, escritora e jornalista, cela.musilli@gmail.com página 2, coluna CÉLIA MUSILLI, caderno FOLHA 2, 18 e 19 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 18 de novembro de 2017

SONECA ( NOTÍCIAS DA CHÁCARA)

  
 Branquinha gosta de cochilar atrás do sofá, e Pietro deitou junto, dormitou no lombo dela. A foto tem autorização da família para publicação – mas porque publicar? Primeiro, pela graça. Também pela lição de convívio e confiança, pois ele sempre dá o que ela mais quer, carinho, e então ela está sempre com ele, exemplo de dar-receber. 
   E não vale publicar também para não se aprisionar com tantos receios? Inocência também não pode ter não liberdade de expressão? (FONTE: Crônica escrita por DOMINGOS PELLEGRINI, escritor e jornalista, d.pellegrini@sercomtel.com.br página 3, caderno FOLHA 2, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, 18 e 19 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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