domingo, 31 de agosto de 2014

FUTEBOL EM CAMPO


Futebol é uma coisa interessante, tanto na cidade quanto no campo, a paixão é a mesma. Lembro de  quando  ia passear no sítio de meus tios e a gente passava de carro perto do campinho de futebol que tinha  ali no Bratislava, em Cambé. Quando a gente ia, o pessoal estava jogando no maior sol  e quando voltávamos , à tardinha , ainda tinha gente jogando.
Lembro também de a gente jogar bola no terreirão de café. Tijolos à parte, o futebol, embora a bola já estivesse com os gomos comidos e o interior estufando para fora, não era dos piores. A gente se divertia com nossos próprios tombos e os dedões com as tampas ds unhas levantadas. Troféus para a segunda-feira quando, na escola, se contavam os grandes feitos que nem mesmo os maiores jornalistas esportivos jamais puderam relatar.
Às vezes se via nas estradas os caminhões levando muitos jogadores  de várzea na boleia. Hoje, com as leis de trânsito mais rigorosas isso é impossível, para a sorte dos atletas de domingo. Cada um se via um Pelé, um Garrincha, um Nilton Santos, um Ademir das Guia e tantos outros nomes que mereceriam ser citados e que não caberiam aqui. .
Muitas vezes, na pastagem das vacas, se fazia um campinho. Lá havia uns pedaços de troncos de árvores que faziam as vezes de trave de gol. Não sei como aquilo permanecia de pé. Hoje, a gente vê tanta notícia no jornal de trave caindo. E os campinhos nem sempre acompanhavam o padrão Fifa. Eram feitos em terrenos caídos para um riacho ou uma valeta funda que dava até medo de olhar e para buscar a bola qualquer um era o gandula. Muitas vezes as taquaras escondiam tão bem a bola que o jogo  tinha que continuar só no próximo domingo  ou quando se achasse a bola.
     Eu sempre fui um perna de pau no ataque, mas sabia que sempre que faltava um pra jogar me chamavam. Por isso ficava sempre por perto quando o pessoal escolhia os jogadores. De qualquer maneira, lá estava eu  para dar uns chutes na defesa, que era onde eu gostava de jogar. Modéstia à parte, jogava  muito bem  a bola para  o meio do colonhão.  Até o pessoal achar a bola o ataque do adversário já tinha esfriado. Tem bola que chutei que até hoje não acharam.
     Quando a gente chegava em casa com os tampões dos dedos estropiados, o remédio era fumo Corina. Farmácia era para gente com dinheiro ou se o negócio era muito grave. Se ninguém sabe o que é fumo Corina vou explicar:  era um pouco de fumo de corda picado numa latinha dessas  de goiabada vazia e onde se urinava um pouquinho e se esquentava no fogo. Aquilo era o tratamento para os ferimentos  dos dedos. Como a gente sobreviveu a uma coisas dessa eu  não sei. Mas o pessoal fazia isso para curar machucaduras antigamente. Quem já fez isso vai lembrar e dar risada, quem não fez vai achar estranho.

     Futebol no campo era isso, era paixão por jogar a bola, não tinha cartola nem mala preta, como dizem existir. Era pura diversão e uma alegria que nos fazia como os maiores craques jogando em nossos estádios de terra ou de pasto, chutando toco e ouvindo o grito de uma torcida imaginária que sempre nos incentivava,  mesmo perdendo, no país do melhor futebol do mundo.  E voltávamos ufano para casa depois de cada jogo. Bons tempos.   ( Texto estraído do espaço DEDO DE PROSA,  da FOLHA RURAL, publicado pela FOLHA DE LONDRINA, sábado 12 de Julho de 2014, escrito por DALTON MARTINS  - leitor da FOLHA).

VIDA FLEXÍVEL


     Presto atenção aos homens simples. Eles podem ser vistos em bares e  lanchonetes inseridos num cotidiano sem expectativas, a não ser o cumprimento de pequenas obrigações diárias. Outro dia os vi em lados opostos de um balcão negociando a compra e venda de balas, guardanapos e canudinhos de plástico. Estavam sorridentes, em nada lembravam a circunspecção dos gerentes de banco, dos executivos apressados, dos engravatados que não têm tempo para descontração quando   tratam de negócios, coisa que só é possível à gente desapegada.
     Enquanto dois negociavam, um que me pareceu ser o porteiro do edifício comercial da mesma galeria, aproximou-se como um curioso, conferiu a mercadoria, trocou algumas palavras e foi embora como se tivesse cumprido uma rotina informal de trabalho.
     A vida desses homens não me parece relacionada a decisões dramáticas. Basta saberem  se vão vender ou comprar dois quilos de balas, se os candidatos descartáveis são feitos de material mais ou menos flexível, como suas próprias vidas adaptadas a todas as circunstâncias. Entram e saem sorridentes das dezenas de bares enfileirados na mesma rua, não competem, antes se ajudam carregando pacotes pesados e negociam como personagens de histórias perdidas lembrando-me a trajetória de meu avô italiano, que foi um grande comerciante numa cidade pequena do Estado de São Paulo.  Num tempo em que as lojas não eram especializadas, ele vendia de tecido à material de construção num armazém que minha mãe descrevia como uma atração pata a população rural e urbana. Pelos relatos dela, parece que a existência corria plena, o negócio prosperou sem ataques de depressão e achaques de concorrência.
     Penso que há muitas formas de se ganhar a vida, umas demandam anos de estudo, como a que escolhi e da qual não me arrependo, mas me flagro às vezes pensando que seria bem mais fácil  vender doces, lingerie  ou instrumentos musicais. Fosse assim, talvez eu não tivesse uma ruga cada vez mais visível entre as sobrancelhas, meus olhos estariam menos cansados, um sorriso  fácil, como o que vi no rosto dos comerciantes, dançaria em minha boca por nada. Ou apenas porque alguém veio me vender balas de menta que refrescam o dia, além do hálito.
     Às vezes me ressinto de não ter  escolhido uma profissão que me inserisse no cotidiano quando o sol nasce para me recolher à noitinha sem trabalho por terminar, porque, ao contrário dos textos, vejo que as balas são acondicionadas em balcões  uma única vez e ao necessitam de revisão nem complementos.
     Jornalistas vivem de cabeça cheia, têm pesadelos com títulos com erro de grafia, são assombrados por furos e notícias fora de hora, acordados em sobressaltos quando algum incêndio acontece e a gente não pode chegar ao local depois que acabou, sob a pena de ter que criar no sufoco uma legenda do tipo “onde há fumaça há fogo”.
     Mas pensando bem, talvez eu sentisse um tédio danado se passasse a vida num balcão do lado oposto da clientela, sem poder matutar sobre a pauta ou sem criar enredos como este que acabei de escrever partindo de uma cena de rua que sempre me enternece quando desembarco em Londrina, cidade que me faz refletir sobre as minúcias do cotidiano enquanto tomo café,
     Para ser uma pequena comerciante terei que nascer outra vez e ficar longe das canetas e dos  computadores que me provocam uma espécie de frenesi de contadora de histórias, enquanto uma bala de menta derrete na minha boca no momento exato em que termino este texto, acordando do sonho de ser uma vendedora de canudinhos flexíveis, como deveria ser nossa própria vida.   ( Texto extraído da Folha 2, escrito por CÉLIA MUSILLI,  celiamusilli@terra.com.br   WWW.sensiveldesafio.zip.net  publicado pela FOLHA DE LONDRINA, domingo 31 de Agosto de 2014).

RECOMENDAÇÃO CONTATO COM LIVROS DESDE CEDO ESTIMULA O DESENVOLVIMENTO

RECOMENDAÇÃO  
CONTATO COM LIVROS DESDE CEDO ESTIMULA O DESENVOLVIMENTO
     Era uma vez uma criança que convivia com livros desde os primeiros anos e que, por isso, desenvolveu a linguagem e as capacidades emocionais e comunicativas mais facilmente. Longe dos contos de fada, essa contribuição das letras é tão real que médicos estão prescrevendo livros para as crianças durante as consultas. A ação faz parte de uma  recomendação da Academia Americana de Pediatria (AAP).
     Segundo a APP, uma parte dos cérebros dos bebês se desenvolve nos três primeiros anos de vida. Por isso, a leitura de histórias para crianças, desde o nascimento, pode favorecer esse processo. Isto também abre portas para o mundo das artes, facilita o aprendizado da leitura na fase escolar e fortalece as relações entre pais e filhos.
     A prescrição, avalia a médica Ana Maria Costa da Silva Lopes, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), se faz necessária do ponto de vista neurológico e em relação à formação da vida psíquica do bebê. “A criança, mais adiante, terá um momento de alfabetização, mas o incentivo da leitura deve ser contínuo”. E os pais precisam ser os mediadores desse processo.
     Em Londrina, a jornalista e empresária Stella Meneghel, 38 anos, procura passar aos filhos o amor pelos livros.  “Eles já pegam os livros  sozinhos”, comemora. Em casa, Manuela, 4 anos, e Cassiano, 1 ano, têm prateleiras mais baixas com os livros preferidos. Pode ser na hora de dormir ou na cadeirinha do almoço, as histórias sempre estão por perto. “Fomos trabalhando alguns aspectos e a maior já sabe algumas letras. O livro é uma somatória para o desenvolvimento deles”.   ( Reportagem escrita por   ANTONIELE LUCIANO, antoniele@gazetadopovo.com.br  publicada no JORNAL DE LONDRINA, domingo, 31 de Agosto de 2014)                 

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

REALIDADE VIRTUAL E EDUCAÇÃO

        ( 24 de Agosto de 2014).
     Na década de 1990 um seriado de ficção científica, com o mote “A verdade está lá fora”, propunha abertura para possibilidades que não pertenceriam ao usual, ao comum, ao esperado, mas trazia o risco de ser interpretado como “A verdade está lá fora”, afastando o foco de observação do que pudesse estar mais próximo.
     Hoje parece haver uma procura de milhões de pessoas por alguma coisa fora das proximidades, quase todos concentrados em seus smartphones,  iPads, e outros equipamentos. Na maior parte dos casos, não estarão simplesmente se comunicando, acessando dados, fotografando algo ou mesmo envolvidos em algum jogo, parecem estar buscando identidade, transcendência, isolamento.
     Pessoas que estão  fisicamente  juntas, falando ou “teclando”o tempo inteiro com outros interlocutores que estão distantes,  ao se separarem provavelmente se conectarão,  e terão a conversa que não tiveram pessoalmente, como se a única forma aceitável de comunicação fosse aquela que se passa pela web, ficando cada vez mais difícil separar fato e ficção, como se a realidade passasse a existir apenas no espaço virtual.
     As fantasias, em certas medidas, são necessárias ao ser humano, muito da melhor arte foi feito por causa delas – e da pior também. Mas não podemos apenas viver em uma realidade isolada dos fatos, restrita a nossa  vontade e que nos torna auto-referentes.
     Vemos mais algumas midiáticas que a maior parte de nossos familiares, nutrindo por elas estima e admiração, pois delas só vemos o melhor: estão sempre bem vestidas, penteadas, maquiadas, charmosas. Mesmo seus eventuais destemperos são  interessantes, mostram sua “humanidade” e as trazem para mais perto.  Algumas delas nos tratam com intimidade, compartilham conosco suas salas, nos trazem notícias e pessoas que colorem nossa vida. São sinceras e acolhedoras, como nunca pareceram ser nossos familiares e colegas.
     Cientistas sociais e especialistas em aprendizagem normalmente  discordam da inalterabilidade do passado, pois, aparentemente, a cada lembrança avançamos na compreensão, reinscrevendo os fatos, situando-os e adaptando-os a uma nova maturidade. Ou seja, O acontecido não seria imutável, na medida em que os contornos tornam-se difusos, a memória o reconstituiu por intermédio dos novos conhecimentos, alternando o conhecimento anteriormente definido. Assim é que “o tempo é o melhor remédio”, na medida em que nos tornamos mais conscientes dos fatores intervenientes, e podemos compreender melhor até os motivos de nossos eventuais inimigos.
     Num momento em que o passado está presente, pois tudo está registrado na nuvem, todo acontecimento, mesmo os mais banais, gravado no You Tube, com aprender, esmaecer e amadurecer, como distinguir o perene do provisório? Como separar o real do simbólico?
     Nunca fotografamos tanto e fomos fotografados, e deixamos de olhar com atenção ao que nunca mais poderá ser visto, simplesmente preferindo registrar por aparelhos, para mostrar o acervo daquilo que um dia, de posse de todo tempo que nunca usufruímos, veremos como passado, e não como presente. Rodeado de câmaras nas ruas, lojas, pátios, somos parte do espetáculo, embora ainda pretendamos privacidade.
     Pessoas com mais idade, estrangeiros digitais, parecem não ter muita utilidade em nosso mundo “wireless”. Em sala de aula, o professor compete com o Google, e sempre parece saber menos.
     O problema de separar simples dados, um grande volume de informações, do real conhecimento, não é compartilhado apenas por adolescentes, adultos têm embaraço para entender a verdadeira função de um bom orientador. A concretude do virtual pode tornar nossa existência  mais cômoda no lazer, no estudo e no trabalho; mas necessita reflexão sobre a quase impossibilidade de distinguirmos exatamente a realidade de sua representação.  ( Texto escrito por WANDA CAMARGO, educadora e  assessora da presidência das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil) em Curitiba), extraído do ESPAÇO ABERTO, publicado na FOLHA DE LONDRINA, domingo, 24 de Agosto de 2014).

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A INTERNET “ SEM NOÇÃO “

       (publicado no dia 2º de agosto de 2014)
     Primeiro foram os boatos do aparecimento do primeiro caso de ebola no Brasil. Informação mentirosa que se disseminou nas redes sociais, na semana passada, levando pânico àquelas pessoas que se impressionam facilmente com notícias relacionadas a ma doença infecciosa. E muita gente deve ter se desesperado, pois a febre hemorrágica já matou mais de 1.200 pessoas no continente africano.
     O Ministério da Saúde agiu rápido e  usou também as redes sociais e os veículos de comunicação para desmentir a falsa notícia  plantada na internet.  Não há caso suspeito ou confirmado da  doença no Brasil, ressaltaram as autoridades da área da saúde.
     A vocação de algumas pessoas para criar um boato e espalhar o pânico deve encontrar explicação em um consultório psiquiátrico. Se esse comportamento já causa dano desde que o homem saiu da caverna  e começou a viver em comunidades, no século 21 os boatos encontram ressonância no ambiente virtual.
     E não são apenas os usuários  “sem noção” das redes sociais que usam a doença como tema de brincadeira de mau gosto. Criminosos virtuais se aproveitam da curiosidade da população sobre a epidemia do ebola para infectar computadores. Empresas de segurança digital alertam que hackers estão enviando e-mail com suposta reportagem sobre a doença, mas quando se clica no link,  programas maliciosos são instalados no computador. E assim, os criminosos ganham acesso às senhas digitais, fotos e arquivos das suas vítimas.
     Mais que uma brincadeira de mau gosto, espalhar esse tipo de mensagens pelas redes sociais é um desrespeito aos milhares de africanos mortos e aos profissionais da saúde da África  e de outros continentes que arriscam suas vidas para trabalhar em hospitais precários nos países mais atingidos. São esses profissionais que estão enfrentando uma doença que até agora foi negligenciada pela grande indústria  farmacêutica. Afinal, o vírus se concentra em países muito pobres.
     A população deve fazer a sua parte e se manter informada. Mas que se busque informação com um profissional de saúde ou por meio de veículos de comunicação e sites de notícias sérios e confiáveis.  ( Texto extraído do espaço OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br. Publicado no dia 20 de Agosto de 2014 pela FOLHA DE LONDRINA

sábado, 23 de agosto de 2014

QUÍMICA, EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE


     Tudo à nossa volta é Química, pois todos os materiais que nos cercam passaram ou passam por algum tipo de transformação. Na limpeza de casa, e pessoal em nossa higiene pessoal, nas roupas que usamos. Nossos alimentos naturais (frutas, verduras), precisam de fertilizantes ou pesticidas para sua produção. Grande quantidade de meios de transporte tem como combustível o óleo diesel, a gasolina, o querosene (etc), que são extraídos do petróleo, e este é o resultado de uma transformação natural que levou milhões de anos.  A expectativa de vida do homem aumentou muito, graças ao desenvolvimento da indústria farmacêutica (analgésicos, antibióticos, antiinflamatórios, etc) e da Medicina   
     São muitos os produtos industrializados cuja obtenção depende de transformações químicas: plásticos, vidros, tintas, cimento, papel, fotografia, etc. O próprio corpo humano é formado por inúmeras substâncias em constantes transformação, que possibilitam a movimentação, os sentidos ( visão, audição, tato, paladar), a digestão, a respiração e o nosso pensamento.
     Diante dos exemplos, a Ciência Química como parte do conhecimento socialmente produzido, possibilita ao aluno a compreensão do processo de elaboração desse conhecimento, com seus avanços, erros e conflitos. A consciência de que o conhecimento científico é assim dinâmico e mutável, ajudará a todos a terem a necessária  visão crítica da ciência.
     Não se pode simplesmente aceitar a ciência como pronta e acabada e os conceitos – atualmente aceitos pelos cientistas e ensinados nas escolas  - como “verdade absoluta” Tampouco deve o aluno ficar com impressão de que existe uma “ciência” acima do bem e do mal. A Ciência, e a Química como parte dela, deve ser percebida como uma criação do intelecto humano. E quem se engaja no processo acha-o intelectualmente excitante e diretamente útil na solução real de problemas urgentes.
     Percebe-se que a Química proporcionou e ainda proporciona  progresso,  desenvolvimento e bem-estar para a nossa vida. Contudo, são comuns os comentários que depreciam essa ciência, relacionando-as negativamente às questões éticas.
     Ainda são muitos aqueles que, possivelmente, movidos por interesses pessoais ou de grupos, utilizam-se da Química para conquistar ou manter privilégios. Mudar essa situação não é apenas papel do químico, mas de toda a sociedade, que deve ser crítica e participativa, exigindo que o conhecimento promova uma melhor qualidade de vida e que permita uma coexistência harmoniosa entre o homem e o meio ambiente.   (Texto extraído do espaço “ponto de vista” escrito por NELSON ÁVILA SIMÃO, professor de Química e mestre em Ensino de Ciências e Educação Matemática, publicado no JORNAL DE LONDRINA, sexta-feira, 22 de Agosto de 2014)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O BARBEIRO


     Quando eu era criança ia cortar o cabelo com meu pai na barbearia. Era um momento em que a gente passeava e conversava.
     Enquanto a gente esperava no banco da barbearia, meu pai conversava com um ou  outro amigo e o barbeiro, com a tesoura tectectec,  batia o maior papo. Era sobre futebol, política, lavoura, o que havia saído na Folha de Londrina e o assunto não acabava nunca, enquanto o rádio tocava alguma música de sucesso.
 .   Enquanto isso, um ou outro pai também trazia o filho para cortar o cabelo. Era garotinho que chorava até não poder mais quando chegava sua vez. O barbeiro colocava uma pequena tábua almofadada na cadeira de barbeiro e logo começava a  tiquetaquear a tesoura sobre a cabeça do incauto freguesinho. Às vezes, uns menininhos já começavam chorando. Outras vezes, choravam quando começava a cortar o cabelo.  Em outras, os pobrezinhos só percebiam a tesoura depois de algum tempo, lá pelo meio do corte. Alguns berravam. E ainda, havia aqueles que nem se sentavam na tabuinha da cadeira. Era um Deus nos acuda e se o pai não fosse firme os cabelos dos rebeldes ficavam no mesmo ninho de guacho de quando haviam chegado. Não sei por que algumas crianças tinham tanto medo de cortar o cabelo.
     Enfim depois de tantos outros, quando a barbearia estava cheia, chegava minha vez. Sentava na cadeira com a tabuinha e o barbeiro vinha com uma capa para me proteger dos cabelos que seriam cortados. Era uma sensação esquisita ficar com os braços debaixo daquilo e não poder nem coçar a ponta do nariz. E isso me incomodava. Ia me dando um  comichão  de coçar o nariz. Toda vez era a mesma coisa. E era acabar de pôr a capa e dar a coceira no nariz. Mas seo Domingos era esperto e dizia: - Tá com coceira no nariz, não é mesmo? E dava uma coçadinha na ponta do meu nariz. E lá ia ele com a tesourinha tectectec e quando eu via já tinha terminado de cortar o cabelo. Depois era a vez de meu pai. Eu ia só escutando. Assunto tinha para o dia todo. E a freguesia sempre vinha, parece que nunca acabava de entrar gente naquela barbearia.

     Hoje por comodidade e falta de tempo corto o cabelo perto de casa e sempre que a cabeleireira coloca aquela capa para cair os já não tantos  cabelos,  lembro de quando era criança e do saudoso tectectec da tesourinha. Bons tempos em que a gente cortava o cabelo sempre no mesmo lugar e que cortar o cabelo não era só aparar a cabeleira, mas visitar amigos.     ( Texto escrito por DAILTON MARTINS – comerciante em Londrina (PR), publicado no espaço CRÔNFICA,  da Folha 2 da FOLHA DE LONDRINA, quarta feira, 20 de Agosto de 2014.)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

TRABALHO ÁRDUO, HUMILDE, IMPRESCINDÍVEL


     Imagina aquela senhorinha pequenininha e perfumada acordando cedo todo dia para preparar a comida do marido, que sai de madrugada para a roça. De avental na cintura e presilha no cabelo, umas  colheradas de feijão incrementado com lingüiça, frita um ovo e arruma tudo dentro da marmita, bem separadinho, sem esquecer da salada de alface e tomate. De sobremesa, separa uma laranja bem docinha.
     O marido coloca a quentinha na bolsa, ao lado da térmica com café quente e da  garrafa com água gelada, dá um beijo na testa da esposa, e espera o patrão passar na estrada, buzinando a caminhonete. Ele sobe no carro, dá bom dia, e segue para o trabalho ouvindo as notícias matinais da rádio local.
     Na roça, não há distinção entre o trabalho do patrão e do  empregado.  Ambos estão vestindo suas roupas de campo: calça jeans surrada,  camisa de mangas compridas para aplacar o sol, bota e boné. Ambos carregam suas sacolas com as marmitas e a água gelada. Ambos dão um gole de café antes de iniciar a jornada.
     Empregado sobe no trator, enquanto o patrão fica no barracão acertando a plantadeira. Depois de preparar a terra para receber a semente, o funcionário troca de lugar com o dono da terra, que dirige a  semeadeira  pelo campo. E assim se vai mais um dia de trabalho.
      No início da manhã, a fome bate e os dois param por alguns minutos para comer a refeição preparada com carinho pelas esposas. Guardam a fruta para o lanche da tarde e tomam mais um gole de café – agora morno – para despertar e seguir a rotina.
     Cai  a noite, os dois sobem na velha caminhonete de guerra e partem para casa. O descanso merecido os espera. E no dia seguinte acontece tudo de novo.
     Nas pequenas propriedades brasileiras é assim que se dá a rotina dos agricultores. Não tem patrão que não suje as botas, nem funcionário que não conduza a colheitadeira com cabine e com ar condicionado. O trabalho precisa ser dividido para render. Cada um cansa um pouco.
     A diferença fica mesmo no lucro. Enquanto o empregado ganha o salário fixo todo mês, o patrão tem que administrar os lucros -  ou dividendos – dependendo de como foi a safra. Não é fácil para ninguém quando se tem pouca terra e família grande para cuidar. Mas toda ajuda é bem-vinda. Todo bom funcionário é uma bênção e uma promessa: amanhã, aquele que recebe o salário pode ser, também, o dono de um pedaço de chão. Quem sabe?  A resposta está sempre no trabalho bem feito. Árduo, humilde, mas certamente imprescindível. Não apenas no campo  mas para a cidade também.  ( Texto de MARIANA GUERIN, jornalista na FOLHA. Extraído da  FOLHA RURAL, sábado, 9 de Agosto de 2914, publicação da FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

OUTROS GOLAÇOS DA ALEMANHA NO BRASIL


     Claro que esse é um resultado esperado, e certo, da Copa do Mundo, que aconteceu em nosso País. Talvez, devêssemos refletir com profundidade porque perdemos para a Alemanha. Como perdemos e o que poderíamos usar desta derrota para evoluir enquanto País?
     Em 2013, passei 60 dias na Alemanha, como moradora de lá. Alugamos uma casa e um carro, e ficamos numa pequena cidade da Bavária chamada Ansbach. Desde então, a probabilidade da Alemanha vencer a Copa já existia para nós, pois víamos a organização deles, enquanto país e com o time já escalado.
     Quando lembramos do placar 7 a 1, certamente temos que verificar onde estão esses golaços. 
     1*- A educação pública - apenas pública – dada para as crianças desde tenra idade tem como objetivo a disciplina de estudar muito, pesquisar muito, ficando na escola das 8 às 16h30, todos os dias. Pensemos, então, como é nossa educação e os princípios básicos que a norteiam.
     2*- A educação no trânsito. Na Alemanha não existe guarda de trânsito. Há placas que são seguidas com extremo rigor. Nas estradas interestaduais você anda sempre no mínimo de 80 km por hora, e a velocidade máxima é o que o seu carro tem. Em cada pista existe uma sincronia entre os carros, delimitando quem anda na direita ou na esquerda. Quando encontramos uma placa sinalizando algo na estrada, é impecável a diminuição da velocidade. Isso, sem nenhuma supervisão. Se você ligar o pisca-pisca, o cidadão vai ceder o lugar ou diminuir a velocidade para você entrar tranquilamente na rua que deseja. E nosso trânsito? Como é? Basta pensar na faixa de pedestre e na soberba de quem está dentro do carro.
     3*- Sobre a educação social e  organização, basta observar a construção de uma residência desde o plainar da terra, até o final da obra. Tudo está em seu devido lugar impecavelmente organizado. O asfalto em frente à obra é lavado todos os dias, antes dos trabalhadores irem embora, em respeito aos vizinhos. Basta pensar como são as construções em nosso país e como ficam os arredores dos espaços em construção.
    4*-  Comunidade organizada, Na Alemanha você vê flores e jardins em áreas públicas muito bem cuidadas. Fomos averiguar quem  cuidava, se era a prefeitura do lugar, ou se existia algum outro processo. Descobrimos que na cidade existem equipes organizadas que zelam pelos espaços e que, na frente das casas, quem cuida é o proprietário. Se fizermos um paralelo com nosso país, diagnosticamos que aqui tudo é obrigação do poder público, até os capins  que nascem   do lado de fora do muro da nossa casa.
     5*- Responsabilidade social. Descobrimos também que nas cidades menores, com cerca de 30 mil moradores, não existe pessoas empregadas como bombeiros. Existe um grupo de voluntários que se organiza e fica pronto  para qualquer atendimento. O caminhão e tudo que é necessário ficam num espaço aberto, sem trancas, e todos sabem o que fazer em caso de alerta ( com o som específico). Em nosso país, as cidades menores ficam sem nenhum atendimento, pois esperam que o poder público o faça. 
    6*- Em todas as ruas que você anda, grandes, pequenas, próximas de sítios ou cidades, existe sistema de escoamento de água. No bueiro, é colocada uma tela que separa todas as folhas, para que não suje o rio onde a água vai desembocar. Aqui, além das folhas, o lixo é lançado às águas sem respeito algum pela natureza.
     7*- A sustentabilidade em pequenas atitudes é o que gera um país sem problemas com resíduos sólidos e nem com o lixo orgânico. Em várias residências observamos a reciclagem dos orgânicos sendo feita com pequenas estruturas de plástico e o resto – adubo, chorume, as sobras – é tudo usado nas plantas das próprias  residências.
     Em vários lugares, vimos galões  enormes  para depositar papel, latas, isopor e latas velhas , inclusive. Há lugares específicos para vidros, que são separados pela cor. Os materiais recolhidos pelas famílias são destinados para a reutilização, já roupas velhas são doadas aos países mais pobres. As garrafas de cerveja e as garrafas de água são devolvidas nos supermercados, pois ao comprá-las você paga um valor que é  ressarcido somente na devolução. Aqui em nosso país, o que reciclamos e como reciclamos?
     O nosso gol, quem sabe poderia ser agraciado pelos nossos políticos com sua maneira obscura de governar, com seu ímpeto pelo poder e pela falha com relação a ética e a coletividade.      ( Texto escrito por ESTHER CRISTINA PEREIRA, DIRETORA DE Ensino Fundamental do Sindicato das Escolas Particulares  ( Sinepe/PR) em Curitiba. Extraído do Espaço Aberto, publicação da FOLHA DE LONDRINA, domingo, 10 de agosto de 2014).     

domingo, 3 de agosto de 2014

AS MÁQUINAS DIZEM BOM DIA


     Vi na TV reportagem sobre profissões em extinção. Devo confessar que vejo o jornalismo em extinção, no momento em que eu, você, todos podemos ser “repórteres”. Reflexo também da legislação que facilita o exercício da profissão sem preparo e sem diploma, o caso do jornalismo enfrenta ainda outros fatores que dificultam sua sobrevivência, à medida  em que nas redes todos noticiam tudo, com as vantagens da livre expressão e a desvantagem das informações equivocadas dadas por pessoas que não sabem que para “noticiar” ou mesmo divulgar é preciso um mínimo de ética, coisa que não se aprende fazendo “reportagens” ocasionais  e sem compromisso.
     Mas o objetivo deste artigo é comentar outras profissões que aos poucos se extinguem, processo que eu já observava há décadas porque tive um pai relojoeiro que, lá pelos anos 80, falava na extinção de seu ofício tendo em vista o surgimento dos relógios a bateria. Agora, vejo pesquisas que dá por moribundas profissões que considero poéticas para a vida das cidades, como a dos carteiros.
     Está certo que quase mais ninguém escreve cartas, mas ainda gosto de abrir a porta ao carteiro que vem me entregar um livro com um sorriso e aquele caderninho de anotações que assinamos para certificar o recebimento da encomenda. Aqui em casa, eles chegam depois do meio-dia e sua vinda me avisa também que o tempo urge. Poderia citar ainda  outras vantagens de se ter os carteiros, pessoas que perambulam pela cidade e sabem como ninguém nos ensinar endereços e ruas. Eles sabem tudo, conhecem cada travessa e cada beco, enfim, têm o mapa da cidade na ponta da língua e sempre dou preferência às suas informações quando batem lá em casa. Diria mesmo que, como jornalista,  sempre acabo entrevistando os carteiros.
     Outra profissão em extinção, segundo a  lista divulgada, seria a das aeromoças, essas mulheres inteligentes que entendem como ninguém os piripaques dos passageiros, nos acodem em caso de enjôo, nos trazem refrigerantes e avisam que a poltrona não deve ficar inclinada na hora da decolagem. Aeromoça sempre foi considerada profissão de mulheres bonitas que se maquiam e se enfeitam, mantendo a feminilidade na terra  e no ar. Acho isso tão poético quanto o sorriso dos carteiros.
     Ouvindo minha defesa das aeromoças, minha sobrinha me informa que no vôo que fez para a Austrália já não precisou pedir água às comissárias de bordo. Havia um filtro para os passageiros que iam diretamente à fonte, sem intermediários. Fiquei imaginando que não demora muito e todos os vôos terão filtros, máquinas de café e sorvete, compartimento onde se pega mais travesseiros sem a necessidade de pedir nada a ninguém. Quando isso acontecer, nos tornaremos pessoas mais práticas, os aviões vão ganhar em tecnologia e perderemos os sorrisos das aeromoças e também os nossos na contrapartida. Seremos todos mais sisudos sem a necessidade de exercitar a  simpatia.
     A falta de alguns exercícios tem tornado o mundo cada vez mais sério. Embora eu ainda me engane com as máquinas que nos dão cartões eletrônicos  nas portarias enquanto olhamos para aqueles acessórios metálicos, rígidos como um poste, que nos dão “bom dia” e “boa tarde”. Tenho ímpetos de responder à máquina, mas sem reciprocidade recuo, guardando o meu  “obrigada” e me sentindo cada vez menos humana.

     O máximo de eficiência com falta de reciprocidade encontra-se hoje nos hotéis econômicos onde  chegamos, recebemos a chave e abastecemos sozinhos o quarto, passando nas lojas de conveniência para pegar pizzas chocas, sanduíches congelados e água mineral antes de nos acomodarmos definitivamente. Temo que não  falta  muito para nos darem nas recepções uma vassoura para limparmos o quarto  na saída. Nada contra a eliminação das funções consideradas subempregos, mas temo por um desemprego cada vez maior num mundo de máquinas que não sorriem nem que a gente lhe faça cócegas. Sem contar que me ressinto da falta de garotos que faziam pacotes em supermercados e funcionários capazes de me dizer um bom dia  verdadeiro, sem o estalo metálico das máquinas que abrem “a boca” para receber o cartão, me assustando como um buraco negro que engole também as relações humanas. O que está faltando no mundo é coisa que máquinas não  tem: simpatia, algo muito além das gentilezas forçadas.     ( Texto escrito por CÉLIA MUSILLI,  celiamusilli@terra.com.br  WWW.sensivelldesafio.zip.net  publicado No jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 27 de Julho de 20l4. 

UM RITUAL DE AFETO


     Meu dia só começa depois da primeira xícara de café. É a rotina, desde criança. Nunca fui de leite, menos ainda de achocolatado.  Gosto mesmo é de um bom cafezinho . Sem açúcar é perfeito. Gosto de sentir aquele amargo meio doce para assim poder ver a vida e o dia com bons olhos. É nessa hora que o sol diz bom dia!
     Quando eu era pequena, eu á contei isso por aqui, tinha um pé de café no jardim da casa onde nasci e cresci, bem no meio da área urbana. Era uma amostra isolada do que naquele tempo ainda cobria o horizonte no campo. E rendia aquele pé de café.
     Todo ano a gente repetia o mesmo ritual: colhia os grãos, deixava secar, depois descascava, torrava e moía. Era uma alegria só. O pó caseiro durava uns meses. Uma vez por semana, para completar o que era bom, a vó fazia pão em casa. E, claro, não sem cerimônias: depois de amassar  e colocar a massa para descansar, ela separava uma bolinha e colocava em um copo com água ; quando a bolinha subia era porque o pão já estava bom para ir ao forno. Dali a pouco vinha aquele cheirinho inconfundível que inundava a casa.  Me  lembro  bem disso tudo. Pão quentinho com manteiga e café caseiro quentinho. O par perfeito.
     Estava  certa que daí vinha meu vício e minha relação de afeto com o café. Mas outro dia fui pega de surpresa. O amor vem de antes. Assim do nada, em poucas palavras, a vó contou que nasceu debaixo de um pé de café. Isso lá nos idos de Julho de 33. Estava frio, a bisa foi pra casa trabalhar como todo dia e entrou em trabalho de parto. Não deu tempo de voltar para casa e a vó nasceu ali mesmo, no meio do cafezal. Diz ela que foi embrulhada no pano de prato que a bisa levava enrolado na marmita. Tudo assim, muito simples, sem drama.
     Naquele tempo parto bom e humano era aquele em que a criança nascia bem, como tem que ser e do jeitinho que a vida gosta. Nada de polêmicas. A vó nasceu. E a vida gostou do que viu. Veio ao mundo com muita saúde e cheia de histórias para contar e se aparecer, lógico, como uma boa leonina. Foi ali que nasceu  o vício e todo o afeto.
     Hoje, no dia a dia, faço meu próprio café. Mas gosto mesmo é do dela. Com açúcar e tudo  preparado no coador de pano. Para brindar seus 81 anos, completados essa semana, tomamos um bom café.  E, ali na varanda, sentadas nas cadeiras de corda, ela contou mais uma vez a história que eu já sei de cor e salteada, de quando ela ainda era mocinha e cuidava da casa enquanto todo mundo ia para roça e ficava ouvindo rádio e escrevendo cartas para o radialista e sonhando em conhecê-lo. “Se fosse hoje, filha, eu teria ido...”
    Na quarta-feira,  depois da xícara de café, a vida disse mais uma vez  bom dia!     ( Texto escrito por ERIKA ZANON, jornalista da FOLHA. Publicado na FOLHA RURAL,  no espaço Dedo de Prosa, dia 28 de Julho de 20l4,da FOLHA DE LONDRINA ).


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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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