quinta-feira, 25 de abril de 2019

APERFEIÇOAMENTO MUSICAL GRATUITO


Centro Cultural e de Integração das Artes oferece vagas em oficinas de violino, violão, guitarra, baixo e viola por meio da Lai Rouanet 
   O Ministério da Cidadania aprovou um projeto para a realização de oficinas gratuitas de música em Londrina. As aulas serão ministradas de abril e julho deste ano no Centro Cultural e de Integração das Artes por renomados professores da Escola de Música Sol Maior. Serão disponibilizadas 60 bolsas de estudo para aulas de violino, violão, guitarra, baixo e viola. 
   “Para participar das aulas é necessário que os alunos já tenham algum conhecimento musical e possuam o instrumento no qual pretendem se especializar”, informa o violonista e maestro Roney Marczak, diretor do projeto que está sendo viabilizado por meio da Lei Rouanet. “Essa é uma excelente notícia para Londrina. Durante quatro meses os bolsistas terão a oportunidade de aperfeiçoar seus talentos de forma gratuita por meio deste projeto que também tem o objetivo de valorizar a música popular brasileira. Essa ação tem uma importância ainda maior se levarmos em conta a situação atual em que o País enfrenta com a troca de governo e as mudanças nas leis de incentivo a cultura”, destaca Marczak.
   Ele ressalta que além de receber aulas de excelentes profissionais, os bolsistas contemplado contarão com uma ótima estrutura arquitetônica. “Os alunos contarão com o apoio pedagógico de quatro professores e quatro assistentes da Escola de Música Sol Maior, que por meio de uma parceria com o Rotary Clube de Londrina, agora conta com um auditório com 220 lugares, uma sala de concerto com 650 lugares, mezanino com 150 lugares, e estacionamento para 150 carros. Nem mesmo na Europa, onde vivi por mais de 20 anos, vi uma escola com uma estrutura tão boa”, enfatiza. 
   De acordo com o maestro, o anúncio da abertura das inscrições chamou a atenção da comunidade londrinense. “Disponibilizamos por meio desse projeto 60 bolsas de estudo, mas recebemos mais de 300 inscrições. Diante dessa grande demanda, vamos adotar como critério de escolha os inscritos que já possuam o instrumento para a oficina na qual se inscreveram e tenham domínio musical sobre ele. Vamos selecionar que realmente precisa e merece participar das aulas”, afirma Marczak.
   As oficinas acontecem até 21 de julho, todas as terças-feiras, das 19h30 às 22 horas, na avenida Harry Prochet, 1025. Mais informações sobre as aulas podem ser obtidas pelo telefone (43) 3343-4445. O projeto conta com o apoio do Governo Federal, Companhia Cacique de Café Solúvel. GDM, Seeds, Bratac Seda e Penacchi. (FONTE: MARCOS ROMAN, Reportagem Local, caderno FOLHA 2, quinta-feira, 24 de abril de 209, publicação do jornal FOLHA DE Londrina)


quarta-feira, 24 de abril de 2019

APERFEIÇOAMENTO MUSICAL GRATUITO

   Centro Cultural e de Integração das Artes oferece vagas em oficinas de violino, violão, guitarra, baixo e viola por meio da Lai Rouanet 
   O Ministério da Cidadania aprovou um projeto para a realização de oficinas gratuitas de música em Londrina. As aulas serão ministradas de abril e julho deste ano no Centro Cultural e de Integração das Artes por renomados professores da Escola de Música Sol Maior. Serão disponibilizadas 60 bolsas de estudo para aulas de violino, violão, guitarra, baixo e viola. 
   “Para participar das aulas é necessário que os alunos já tenham algum conhecimento musical e possuam o instrumento no qual pretendem se especializar”, informa o violonista e maestro Roney Marczak, diretor do projeto que está sendo viabilizado por meio da Lei Rouanet. “Essa é uma excelente notícia para Londrina. Durante quatro meses os bolsistas terão a oportunidade de aperfeiçoar seus talentos de forma gratuita por meio deste projeto que também tem o objetivo de valorizar a música popular brasileira. Essa ação tem uma importância ainda maior se levarmos em conta a situação atual em que o País enfrenta com a troca de governo e as mudanças nas leis de incentivo a cultura”, destaca Marczak.
   Ele ressalta que além de receber aulas de excelentes profissionais, os bolsistas contemplado contarão com uma ótima estrutura arquitetônica. “Os alunos contarão com o apoio pedagógico de quatro professores e quatro assistentes da Escola de Música Sol Maior, que por meio de uma parceria com o Rotary Clube de Londrina, agora conta com um auditório com 220 lugares, uma sala de concerto com 650 lugares, mezanino com 150 lugares, e estacionamento para 150 carros. Nem mesmo na Europa, onde vivi por mais de 20 anos, vi uma escola com uma estrutura tão boa”, enfatiza. 
   De acordo com o maestro, o anúncio da abertura das inscrições chamou a atenção da comunidade londrinense. “Disponibilizamos por meio desse projeto 60 bolsas de estudo, mas recebemos mais de 300 inscrições. Diante dessa grande demanda, vamos adotar como critério de escolha os inscritos que já possuam o instrumento para a oficina na qual se inscreveram e tenham domínio musical sobre ele. Vamos selecionar que realmente precisa e merece participar das aulas”, afirma Marczak.
   As oficinas acontecem até 21 de julho, todas as terças-feiras, das 19h30 às 22 horas, na avenida Harry Prochet, 1025. Mais informações sobre as aulas podem ser obtidas pelo telefone (43) 3343-4445. O projeto conta com o apoio do Governo Federal, Companhia Cacique de Café Solúvel. GDM, Seeds, Bratac Seda e Penacchi. (FONTE: MARCOS ROMAN, Reportagem Local, caderno FOLHA 2, quarta-feira, 24 de abril de 209, publicação do jornal FOLHA DE Londrina).

segunda-feira, 22 de abril de 2019

O PROBLEMA DA JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE



   Editorial do Jornal FOLHA LONDRINA do dia de hoje, 22 de abril de 2019 
   Reportagem da FOLHA desta segunda-feira (22) começa questionando quanto vale uma vida. A pergunta prepara o leitor para ler e refletir sobre uma prática que, de tão recorrente, foi até batizada pela imprensa, médicos e advogados de “judicialização da saúde”. Trata-se da busca do judiciário por pacientes que tiveram medicamento ou tratamento negado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em uma ponta do processo, milhares de pacientes têm procurado os tribunais para garantir o direito já previsto na Constituição. Enquanto que na outra ponta, estados, municípios e a própria União, os alvos frequentes da judicialização, enfrentam o desafio de equilibrar as contas públicas para manter e investir em estruturas básicas de atendimento e ainda cumprir o que determinam os tribunais. 
   A reportagem da FOLHA mostra que no Paraná, entre 2013 e 2018, a Secretaria de Estado da Saúde destinou R$ 866 milhões para a compra de medicamentos solicitados na Justiça. Durante o período houve crescimento aproximado de 145% nos gastos. Em 2013, o montante repassado para este fim foi de R$ 85 milhões. O valor saltou para cerca de R$ 208 milhões no ano passado e beneficiou pouco mais de 5,4 mil pacientes, boa parte deles submetida a tratamentos contra o câncer ou doenças raras. 
   Um estudo elaborado pelo Instituto de Ensino e Pesquisas a pedido do Conselho Nacional de Justiça apontou aumento de 130% no número de processos em primeira instância referentes a questões ligadas à saúde. Segundo o Ministério da Saúde, foram gastos R$ 7 bilhões para o cumprimento de demandas judiciais entre 2008 e 2018, 
   O problema é complexo. Enquanto o Estado prioriza a reposição de medicamentos já previstos na lista do SUS, vai cumprindo as decisões judiciais. Especialistas têm se manifestado sobre o tema e sugerem caminhos para diminuir a quantidade de ações. Entre eles, incorporar, aos poucos, novos medicamentos à lista do SUS; qualificar juízes e médicos sobre todas as possibilidades de tratamento oferecidas pelo poder público e investir na saúde básica. 
   É importante reconhecer que o cenário de judicialização da saúde mostra que existe um desacordo entre oferta e necessidade. Mas há outros problemas crônicos que também precisam ser colocadas no debate, como o acesso dos pacientes aos tratamentos, a qualidade de atendimento e a verba destinada pela União e outras esferas à saúde. (FONTE: Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, página 2, Folha Opinião, segunda-feira, 22 de abril de 2019).

domingo, 21 de abril de 2019

SOMOS MAL-EDUCADOS DENTRO E FORA DO WHATSAPP?



   Texto escrito por ACEDRIANA VUCENTE VOGEL, diretora pedagógica da Editora Positivo (Curitiba) 
   Uma conversa entre amigos com filhos em idade escolar, ou então uma rápida busca na internet são suficientes para mostrar o quão controverso se tornaram os grupos de WhatsApp de pais (sobretudo, mães!) da escola. A questão abre espaço para refletir sobre como as redes sociais, em especial o WhatsApp, têm contribuído para escancarar comportamentos precipitados e insensatos. 
   Vivemos numa era em que a internet empoderou a todos, indistinta e simultaneamente. E assim, no auge dessa sensação de poder, a falta de educação fica evidenciada e a intolerância é, infelizmente, a palavra que revela o comportamento em alta na sociedade de hoje. Ela brota, silenciosa e invisível, em mensagens ou “emojis” e, rapidamente, evolui no mundo real chegando ate as páginas policiais. A velocidade com que algumas reações e julgamentos se espalham assusta quando se observa o potencial de estragos que são capazes de provocar e a quantidade de provas que são produzidas. 
   Trazendo a discussão para o universo escolar, temos os grupos de pais do WhatsApp, que nascem vocacionados para melhorar a comunicação entre a escola e a família. O fato é que tais grupos se multiplicam entre si, ganham vertentes paralelas e se transformam em tribunais inquisidores. Pequenos detalhes são aumentados, fatos são deturpados, gerando um barulho muitas vezes descabido e desnecessário. 
   Bastam um “emoji” ou palavra mal interpretados, desencadeados por nota baixa ou uma bronca do professor – às vezes necessária, ou mesmo um conteúdo abordado em sala de aula que não seja do agrado de um pai ou mãe, e tudo vira combustível, que inflama pessoas, revelando a incapacidade de transitar com educação diante da divergência. 
   Historicamente, o ato coletivo sempre confere mais poder que o gesto individual. Por isso, pais preferem articular antes nos grupos de WhatsApp, reunindo outras vozes em torno de si e só então levar a questão para o colégio. O problema dessa estratégia é que, em boa parte das vezes, as situações poderiam ser fácil e amigavelmente resolvidas com uma boa conversa com coordenadores e direção da escola em vez de jogar o assunto para debates acalorados nas redes sociais. 
   Um pequeno erro ou um mal entendido tomam a posição de crise. Falta serenidade para conseguir enxergar que toda história tem dois lados e mais de uma parte interessada. Praticar a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro) e a lateralidade (entender que o outro é o outro, portanto diferente de nós) é que nos permite avaliar a situação com calma e, porque não dizer, julgar posições que julgávamos imutáveis. 
   Sabemos que, quando se trata de nossos filhos, temos a tendência a nos deixar arrebatar pela correnteza do instinto de proteção, atropelando normas e convenções sociais em nome do amor e também das crenças que cultivamos depois que nos tornamos pais e mães. Mas precisamos, obrigatoriamente, enxergar que nossos filhos não são únicos no mundo. Felizmente, eles estão cercado por outras crianças e adultos e, desde cedo, devem aprender que se relacionar bem com as pessoas requer controle, desprendimento e generosidade. E cabe a nós, dar o exemplo e ensiná-los essa importante lição de vida. (FONTE: Texto escrito por ACEDRIANA VICENTE VOGEL, diretora pedagógica da Editora Positivo (Curitiba), página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, 20 e 21 de abril de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). Os arigos devem conter os dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não contém necessariamente a opinião do jornal. E-mail para opiniao@jornaldelondrina.com.br

A PALMEIRA E O CORAÇÃO


   Crônica escrita por ANTÔNIO JOSÉ RODRIGUES, leitor da FOLHA, página 02 , FOLHA RURAL, coluna DEDO DE PROSA, 20 e 21 de abril, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 
   No início dos anos 1960, fiquei órfão aos 4 anos de idade. Meu pai faleceu muito novo aos 41 anos, minha mãe ficou viúva com quatro filhos abaixo de sete anos e grávida de outro com sete meses de gestação. Foi uma época muito difícil. Algum tempo depois fui morar com tios que tinham um sítio, na região da Usina Três Bocas. Na época, o local era conhecido como segundo Limoeiro. Mais tarde, no início dos anos 1970, fui morar com outros tios que também tinham sítio, mas no primeiro Limoeiro. 
   Produtores de leite, todas as manhãs eles faziam a ordenha e entregavam para a cooperativa. Bem cedinho, quando o dia começava a clarear, meu tio me chamava para eu subir o morro e buscar algumas vacas que dormiam lá e não desciam durante a noite junto com as outras que ficavam esperando no piquete a ordenha. Na caminhada, em alguns trechos no meio do pasto o capim era bem maior do que eu e, assim, ficava todo molhado de orvalho. Nessas subidas e descidas eu avistava alguns pés de frutas como goiabas, mangas, mexericas e outras que nasciam no meio do pasto. E quando os frutos estavam maduros, eu ia colhendo e comendo pelo caminho enquanto tocava as vacas. 
   Algumas vezes meu tio precisava remanejar o gado para outros pastos devido ao enfraquecimento do capim. Alugava pastos de outros sitiantes, aí o nosso trabalhado era o de juntar o rebanho e tocá-lo pela estrada sem asfalto empoeirada ou barrenta, levando o gado para um pasto melhor. Também nesses caminhos, eu sempre fui um grande observador, ficava olhando os pés de frutas para colher mais tarde. O que mais existia eram os pés de coqueiros, que muitos hoje chamam de palmeira., e que davam aqueles coquinhos amarelinhos quando maduros. Naquela época, os pés de coqueiros inclusive eram referência de endereços. Nascidos ou eram plantados nas entradas dos sítios e fazendas, quando alguém perguntava sobre um morador da região a referência eram essas plantas. Ah! Eu sempre voltava depois para procurar algum pé de coqueiro com bastante frutos maduros caídos e comia ali mesmo. Para os que estavam bem secos, bastavam duas pedras para quebrar a casca dura e aproveitar a castanha de dentro. 
   Mas, além dos cocos, vi que no tronco daquela árvore alguém tinha gravado um coração e dentro dele o nome de um casal. Aliás, observei que outras árvores próximas também foram usadas por casais apaixonados, namorados ou pretendentes, para gravarem seus nomes deixando ali exposto o seu desejo de namorar ou talvez casar com aquel pessoa. 
   Hoje caminhando pelas estradas observo que não existem mais aqueles coqueiros com nomes gravados. O tempo passa, as pessoas mudam, o mundo gira, tudo se renova, inclusive as pessoas. Ainda bem que alguém deixou uma lembrança, como o cantor e compositor Adauto Santos que escreveu a música Triste Berrante, cuja letra traz em seu refrão o seguinte verso: “Ali passava boi, passava boiada,/ Tinha uma palmeira na beira da estrada,/ Onde foi gravado muito coração “. (FONTE: Crõnica escrita pelo leitor da FOLHA, ANTONIO JOSÉ RODRIGUES, página 2, coluna DEDO DE PROSA, FOLHA RURAL, 20 e 21 de abril de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

RESSURREIÇÃO PARA UMA NOVA VIDA


   Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista (Londrina), página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, 20 e 21 de abril de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA. 
   Estamos na Páscoa e ressurreição tem tudo a ver com esta celebração que é uma das mais importantes para o Cristianismo. Depois da quaresma, um período de reflexão, e celebra a Páscoa, momento em que a ressurreição domina o cena. A palavra ressurreição vem do latim ressurrectione que quer dizer levantar, erguer. Na tradição clássica cristã a Páscoa é o momento em que Jesus Cristo ressurge dos mortos para demonstrar a imortalidade da alma. Deixando de lado os dogmas religiosos, que não são o objeto deste texto, podemos aprender muito com o simbolismo desta festa. 
   Quantas vezes na vida não tomamos um caminho errado, do qual nos arrependemos, e que se insistirmos a continua nele vamos meio que “morrendo”? Quantas vezes não nos olhamos e notamos que precisamos mudar para viver melhor? Quantas vezes, ao longo de nossas vidas, não precisamos renovar as esperanças para continuarmos bem? Os sonhos são sempre frequentes na vida e quando caímos ficamos frustrados e decepcionados. É justamente quando nos encontramos caídos que perdemos completamente a esperança na nossa capacidade de superar e podemos nos entregar a uma autocomiseração sem fim. Nesse momento ficamos com pena de nós mesmos, o que sempre é algo extremamente destrutivo. Todos nós, em algum momento, nos encontramos assim. É a morte simbólica que nos deixa anestesiados e sem muito ânimo ou vontade.   É bem aí que se faz necessário que usemos nossas mentes para aprender, refletir sobre o que nos leva a cair e sobre porque escolhemos esses caminhos e não outros que nos seriam mais favoráveis e menos perigosos. É o momento de pensar em novos caminhos e novas atitudes. Enfim, é a oportunidade de se encontrar maneiras de se erguer e continuar a vida de uma forma mais sábia, tendo aprendido com os erros do passado. Isso é tornar-se mais sábio, mais experiente. 
   A nossa quaresma pessoal (esse momento de reflexão sobre as escolhas que fizemos que nos foram desfavoráveis) pode ser um período muito enriquecedor para abrir as portas para uma nova fase. E essa nova fse tem a ver com esse erguer-se, esse levantar-se e seguir em frente, só que agora mais fortalecido, mais calejado e sábio. 
   A verdadeira ressurreição pode se dar na nossa vida diária, quando alimentamos a esperança de uma vida melhor, não nos deixando abater, por desânimo e sentimento de auto piedade. Que nessa Páscoa todos possamos “morrer” para aquilo que não mais nos serve para nos reerguermos em um nova vida com novos significados. (FONTE: Crônica escrita por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicanalista (Londrina), página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, 20 e 21 de abril de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 20 de abril de 2019

PÁSACOA, MENSAGEM DE ESPERANÇA


Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, 20 E 21 DE ABRIL DE 2019 
   Nos países do Ocidente, a Páscoa é uma das principais datas comemorativas. Não porque a sexta-feira que antecede ao domingo de Páscoa é feriado, ou porque neste fim de semana todos têm uma desculpa para comer chocolate. A verdadeira razão é que, entre os cristãos, a data comemora a ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida três dias depois de sua crucificação. 
   Como é tradição em muitas cidades brasileiras, em Londrina a Sexta-feira Santa também foi momento de penitência, jejum e oração para os cristãos. Na paróquia São Vicente de Paulo dezenas de fiéis se reuniram para a Via Sacra, encenada há 15 anos nos espaços do asilo que fica ao lado da igreja. 
   Tendo como significado “caminho sagrado”, a Via Sacra recorda os últimos momentos da vida de Jesus, a partir do que é narrado na Bíblia, relembrando sua condenação e crucificação até a ressureição, por meio de 15 estações. Como explicou o padre Romão Martini Martins, pároco da paróquia São Vicente de Paulo, é “um dia de vigilância para a pessoa a olhar mais para si”. É um bom momento para todos os cidadãos, independente da crença, buscarem o autoconhecimento e uma reflexão sobre seus valores, condutas e o modo de vida que adotaram. 
   Recentemente, a FOLHA publicou reportagem com base em uma pesquisa do Instituto Ipsos mostrando que a polarização política no Brasil atingiu um nível elevado de intolerância que suera a média internacional de 27 paises analisados. Uma demonstração de que as pessoas precisam realmente parar por algum tempo e reprogramar sua postura. O momento ideal é este A contrário do Natal, que cada ano vem ganhando mais peso comercial, a Semana Santa manifesta muito mais seu caráter religioso (apesar do apelo dos ovos de chocolate e da tradição do bacalhau). 
   A Páscoa, este grande símbolo da esperança, vem mostrando desde os primeiros anos do cristianismo que sempre é possível recomeçar. Em tempos de crises humanitárias, conflitos, intolerância, radicalismo, desigualdades sociais e miséria em muitos países, não há melhor mensagem para os homens e mulheres transmitirem do que esperança e força para superar as dificuldades. (FONTE: EDITORIAL do jornal FOLHA DE LONDRINA, página 2, FOLHA Opinião, opiniao@folhadelondrina.com.br, 20 e 21 de abril de 2019).       

LER É UMA 'SEMENTE' QUE SE PLANTA


   Para marcar o Dia Nacional do Livro Infantil, a FOLHA mostra alguns caminhos para estimular a leitura entre crianças 
   Um levantamento feito pela Associação Nacional de Livrarias mostra que o número de estabelecimentos existentes no Brasil – pouco mais de três mil em 2015 – está longe do recomendado pela Unesco (Organização das Nações Unidas pera a Educação, a Ciência e a Cultura), que é de uma livraria para cada 10 mil habitantes. 
   A informação foi divulgada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que elaborou um guia com dicas para quem pretende investir na área. 
   Mas para que os livros infantis girem de mãozinhas em mãozinhas, movimentando esse mercado, é fundamental criar este hábito desde os primeiros anos de vida. É como plantar uma sementinha pensando na formação de novos leitores. 
   Essa é uma reflexão oportuna para o Dka Nacional do Livro Infantil, celebrado em 18 de abril, já que em tempos de “brincadeiras eletrônicas” fazer com que as crianças dediquem tempo para os livros ainda é um desafio em muitos lares. 
   A data é uma homenagem a Monteiro Lobato e foi instituída em 2002 pela Lei 10.402 marcando o dia de nascimento do escritor. Mais da metade de suas obras foram dedicadas ao público infanto-juvenil. 
   Seus livros ainda são bastante procurados nas cinco lojas que Marcelo de Oliveira Basques mantém em Londrina e Curitiba. Ele atua há 21 anos no segmento de sebos e garante que há um giro muito alto nas sessões de livros infantis. 
   “É um crescimento tímido em torno de 5% a cada ano, mas é uma forma de perceber que há procura, especialmente por pais que se demonstram estar interessados em reduzir o uso de celulares, computadores e televisão dos filhos”, comenta o proprietário do Sebo Capricho. 
   Na Livraria da Vila em Londrina, onde Bárbara Lazari é coordenadora da loja, a sessão de livros infantis foi pensada justamente para atrair cada vez mais oso pequenos leitores e ela garante que isso tem dado certo. “Os livros infantis são nosso carro-chefe”. 
   A iluminação é direcionada, a cor do mobiliário se difere de toda a loja e os exemplares são dispostos a dar liberdade de acesso para as crianças. “A ideia é atrair a atenção deles. Tem muitas famílias que entendem que entrar na livraria faz parte do passeio”, conta. 
   A professora da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Greice Ferreira da Silva, considera que o contato com os livros na infância, mesmo que a criança não seja ainda convencionalmente alfabetizada, é o encontro com a vida, com o homem e com as situações do cotidiano.
   “Nesse contato, fazemos com que ela se aproxime cada vez mais desse universo e desperte a necessidade de ler, saber e conhecer. O ato de ler consiste em ensinar a criança a ter uma atitude ativa perante o enunciado, que é opinar, levantar hipóteses sobre o que vai ocorrer naquela narrativa, prever o final para a história, extrair informações”, destaca. 
   Silva trabalha com didática de ensino e de língua portuguesa para os anos iniciais do ensino fundamental, e ressalta que desde muito pequenos as crianças podem estabelecer uma relação com a cultura escrita através dos materiais de leitura. 
   “Vivemos em uma sociedade que se organiza por meio da escrita e quando apresentamos a leitura para as crianças, tendo a preocupação em escolher textos de qualidade e incentivando-as a buscarem pistas nas ilustrações e na própria narrativa ouvida, estamos ensinado as condutas de um leitor”, diz.
   PONTO DE ENCONTRO 
   As possibilidades para promover o encontro das crianças com os livros são inúmeras, mas a docente diz que a escola é um lugar privilegiado. “Pensamos sempre na possibilidade da escola proporcionar situações de leitura para as crianças sentirem atraídas pelos livros. Para isso, vale uma seleção adequada de obras e um ‘horário nobre’ para a leitura”, propõe. 
   Mas aproximar as crianças do universo cultural também se faz através de visitas a museus, sebos, bibliotecas, em uma conversa com os autores e ilustradores. Além disso, Silva não desconsidera ferramentas como os e-books como suporte de leitura. “Mas a aproximação do livro físico é algo possível porque temos acervos nas escolas”, completa. 
   No ambiente familiar o estímulo começa ao oferecer materiais de leitura de qualidade conversando sobre algo que as crianças leram e claro, com os adultos dando sendo um exemplo. 
   A docente lembra que se as crianças convivem em um meio onde há livros e onde percebem o adulto lendo, isso de alguma forma vai se construindo como referência. 
  “Ler é produzir sentido, é uma prática cultural e que é aprendida. A gente tem que viver situações em que essa leitura efetivamente aconteça para que possamos atribuir sentido a este hábito”, conclui. 
   CADA LIVRO NO SEU TEMPO
   Para que as crianças tenham cada vez mais vontade de ler, a escolha certa dos livros é muito importante. A docente na área de Educação da UEL(Universidade Estadual de Londrina), Greice Ferreira da Silva, recomenda que ao buscar exemplares os pais e responsáveis considerem as especificidades da vida da criança naquele momento. 
   “Às vezes, a narrativa pode não causar interesse na criança por ser profunda demais com o momento da infância, ou seja, não condiz com os interesses da idade. Peçam indicações para pessoas que trabalham com isso ou dos próprios professores”, sugere. 
   Outra dica é estar atento se as ilustrações e o texto realmente trazem uma literalidade boa em sua forma de elaboração, organização. “Pois é importante que a criança possa aprender nesse diálogo”, pontua. (M.O). 

         DICAS PARA QUEM PENSA EM ABRIR UMA LIVRARIA INFANTIL
   LOCALIZAÇÃO: Verifique se há escolas e creches na proximidade. As crianças e pais que frequentam esses espaços são clientes potenciais. 
   PARCERIAS: Estabelecer parcerias com as escolas é uma excelente aposta. Converse com diretores e coordenadores pedagógicos das escolas e faça um acordo para distribuir seu material de divulgação. Uma ação importante é combinar com os estabelecimentos de ensino para que forneçam previamente a lista de livros adotados no ano letivo para que você faça a venda. 
   FEIRAS: Outra maneira efetiva para atrair esse público é realizar feiras de livros nas escolas – onde você leva a sua livraria ao encontro dos pais, professores, crianças e jovens.
   EVENTOS: Contação de histórias, encenação de esquetes e promoção de atividades lúdicas são ações importantes para atrair o público e fidelizar os clientes pequenos ou grandes. Os pais buscam – principalmente nos finais de semana e nas férias – espaço de entretenimento e cultura onde possam levar seus filhos. 
   MOBILIÁRIO: É fundamental pensar em um projeto arquitetônico que preveja a existência de móveis adaptados às necessidades das crianças. Fique atento à altura das prateleira; tenha cadeiras para o tamanho dos pequenos e também espaços para leitura conjunta de pais e filhos. 
   VISIBILIDADE: Muitas cidades realizam feiras ou bienais do livro. Participar desses eventos é uma oportunidade importante para dar maior visibilidade à sua livraria. 
ALTERNATIVAS: Na hora de construir o seu Plano de Negócios, considere a possibilidade de associar outras opções de serviço que agreguem valor à sua loja. Dependendo do espaço disponível e da localização da livraria, pode-se incluir brinquedoteca, aluguel e espaço para jogos ou comércio de brinquedos e jogos artesanais e educativos. Considere ainda a possibilidade de alugar um espaço para ser explorado por terceiros dentro da loja, como um café ou lanchonete. Fonte: Sebrae. (FONTE: MICAELA ORIKASA, Reportagem Local, FOLHA CIDADANIA, terça-feira, 18 de abril de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 18 de abril de 2019

DIA DO LIVRO INFANTIL -- 18 de abril



   Aqui estou eu novamente, inconformado com o despreparo e não estimulação dos pais para o hábito da leitura em seus filhos. Amanhã completarei 79 anos de vida – se assim Deus o permitir – e já em meu humilde e pretenso blog  falei sobre tal assunto, referindo-me, especialmente, a meu saudoso pai. 
   Para quem pela primeira vez estiver  lendo o ‘meu desabafo’, sintetizarei a forma como meu pai, com apenas o 3º ano primário, portanto meio autodidata fazia para nos estimular a ler.  
   Antes de dormir, reuníamos em uma cama e ouvíamos as histórias do conto de fadas e também um pouco de sua vida quando criança, seus sonhos, ilusões, dificuldades e persistência em seu objetivo. Ouvíamos atentamente. Ensinava-nos também algumas  belas canções.
   Dizia que queria ver quem contava melhor a história que acabara de nos contar. 
Assim fazendo exercitava nossa memória auditiva e a interpretação oral.
   Em continhas de somar e diminuir ele tinha um método tão gostoso que aprendemos a subtrair somando, isto é, já fazendo a prova real. Não sei explicar como ele fazia. Mas aprendíamos. 
   Quando fomos para a escola, já sabíamos o !abc", escrever nosso nome, de cor, as estações do ano, os dias da semana, os meses, pequenas noções bíblicas. Naquela época, nós católicos não podíamos ter a Bíblia em casa. Não fomos, então, evangelizados como hoje em dia. 
Como diz a máxima que “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”, ele era um homem que adorava “as letras”. Aconselhava a não economizar nos livros e revista, assim como para a saúde não comer os hoje “fast-food”. 
   Meu irmão Nilton Rubens, o mais velho da família, aprendeu a lição. Quando chegava em sua casa para visita rotineira, várias vezes encontrava o casal sentados na varanda de sua casa e seu casal de filhos -  todos com um livro nas mãos e silenciosos, absorvidos na leitura. A televisão sempre na TV Cultura. 
 Hoje seus filhos colhem os frutos. Todos formados em curso superior e seu neto com doutorado em inglês. 
   Mas sou otimista e creio que a nova geração está aprendendo a gostar dos livros e os autores já com linguagem e temas apropriados já estão vendo seus leitores visitando bienal de livros e conversando dom eles. Felizmente. 
 Volto eu  para minha leitura e peço desculpas pelo desabafo e agradecido aos visitantes e seguidores.
   Aproveito para desejar a todos uma "FELIZ PÁSCOLA"! (José Roberto).










quarta-feira, 17 de abril de 2019

APRESENTAÇÃO - livro POESIA QUE TRANSFORMA = BRÁULIO BESSA


   No final de 2014, a produção do programa Encontro com Fátima Bernardes me procurou pela primeira vez. Desde 2011, eu mantinha uma página no Facebook com mais de um milhão de seguidores, a Nação Nordestina, e naquela época viralizou um vídeo em que aparecida declamando o poema “Nordeste independente”, de Bráulio Tavares e Ivanildo Vila Nova, que falava sobre o preconceito contra nordestinos. Como esse assunto estava na pauta do programa, me convidaram para falar. Quando eu vi o e-mail com o assunto “Encontro com Fátima Bernardes”, pensei logo: é vírus!
   Participai via FaceTime, lá da cozinha da minha casa, em Alto Santo. Quando a apresentadora deu bom-dia, eu já a chamei de “Fatinha”, para trazer para a intimidade ( quem é o doido que fala com Fátima Bernardes pela primeira vez e já chega chamando de Fatinha? É muito “prafrenteza”!). Fiz uma participação de dois minutos falando de preconceito contra o povo nordestino. Mesmo a distância, pela internet, o pessoal da produção gostou desse primeiro contato. 
   Demorou uns dez dias e me chamaram de novo, dessa vez para ir pessoalmente ao programa, no Rio de Janeiro, falar sobre o jeito nordestino de ser. Era para eu bater um papo de uns cinco minutos com a Fátima e nem fiquei no sofá – falei da plateia mesmo, usando um chapéu de cangaceiro ao lado de outras duas pessoas que iam falar do jeito carioca e do jeito paulistano de ser. 
   Eu nunca tinha ido a um programa de TV, mas foi tudo muito natural. Não tremi, conversei de forma divertida, real, e Fátima foi gostando do papo, das minhas histórias. Quinze dias depois me ligaram para eu ir de novo, dessa vez para falar sobre o poder de superação do nordestino, de sempre usar a inteligência, porque no programa estava um menino do Ceará, Júlio Vítor, que era estudante de escola pública e tinha tirado a maior nota do Enem no Brasil. Nesse dia eu fui para o sofá e troquei o chapéu de couro por um chapeuzinho do meu irmão, que acabou virando minha marca registrada. Aí, pronto! Era a chance de que precisava para declamar um poema. A mãe do garoto estava lá, ele falava muito da mãe, eu aproveitei e disse: “Eu tenho um poema sobre mãe.” Aproveitei que o programa era ao vivo, dei uma de gaiato e declamei. 
   Pensei que, se tivesse uma oportunidade, queria me mostrar poeta. Nunca tinha visto um poeta popular nordestino, matuto, ter espaço numa Rede Globo da vida. Eu não tinha nada a perder: não tinha contrato, estava lá pela segunda vez e nunca tinha sido meu sonho estar na televisão. Queria me apresentar como poeta para, de repente, chamar a atenção de alguma editora, ser colunista de um jornal, poder escrever. Nunca imaginei que teria espaço na televisão. 
   Declamei meu poema sobre mãe e, quando terminou o programa, me chamaram e disseram: “Que coisa bonita, o que é isso?” Isso é poesia. “Mas que tipo de poesia?” Poesia popular nordestina, cordel. “Você escreve sobre tudo?” Escrevo. Meu sonho é transformar a vida das pessoas através da poesia. Por isso, tenho que escrever sobre tudo. 
   Em 2015 passei a ir ao Encontro de forma esporádica, mais ou menos como um especialista em cultura nordestina. Quando tinha como encaixar algum poema, me davam abertura e eu declamava ali mesmo, no sofá. Muitas vezes passava despercebido na conversa, era muito rápido. 
   Um dia Maurício Arruda, na época o diretor do programa, me disse: “Da próxima vez, você vai declamar em pé.” Perguntei se podia ser com pedestal, pois eu gosto de gesticular, e ele topou. Pedi que colocassem umas xilogravuras no telão, para dar essa ligação com o cordel, e ele topou também. Brinquei então que aquele seria o “meu quadro”. Então vamos pôr um nome. “Poesia com rapadura”. Fizemos desse jeito pela primeira vez no dia 8 de outubro de 2015, justamente no Dia do Nordestino, quando declamei o poema “Orgulho de ser nordestino”. A repercussão foi tão boa que passamos a fazer toda semana. 
   Minha caminhada como ativista da cultura já era longa, mas essa virada da fama que veio com a TV foi muito rápida e difícil de entender. Pegou todo mundo de surpresa, inclusive eu. Ninguém esperava que um cara do interior do Ceará, com um sotaque carregado e uma mensagem simples, estivesse toda semana na televisão e fizesse os vídeos mais assistidos e compartilhados na plataforma da emissora na internet (mais de 140 milhões de visualizações apenas em 2017). Parece até mentira que um poeta popular tenha sido o artista mais assistido das redes sociais da Rede Globo no ano. Como disse o poeta Pinto do Monteiro: “Poesia é aquele que tira de onde não tem e bota onde não cabe.”
   Se parar para pensar, é fora da curva. Se um diretor ou produtor de TV propusesse um programa semelhante, ninguém toparia. Só deu certo porque a coisa aconteceu de forma natural. 
   Sinto que é muito importante ter na maior emissora de TV do país um poeta que escreve literatura de cordel. Para uma parte do público, é muito representativo ver um cara do interior, que nunca foi de televisão, que não é ator nem cantor, sentado ali naquele sofá, ao lado de Tony Ramos, de Antônio Fagundes, e que não nega sua identidade – ao contrário, reforça. Existe um poder real de influenciar, em especial as crianças e os jovens, que veem um poeta sendo aplaudido na televisão, fazendo poesia. Isso gera um impacto grande, estimula muita gente a escrever. 
   Apesar de eu nunca ter sonhado com a fama, a televisão proporcionou o encontro da minha poesia com as pessoas. E pelas mensagens que recebo do público, posso comprovar, todos os dias, o incrível poder transformador da poesia. 
Esse livro é uma homenagem à poesia e a tudo que ela me proporcionou. Além dos meus poemas, conto aqui minhas histórias e um pouco da minha trajetória como poeta e ativista cultural, e mostro como a poesia transformou a minha vida. Quis também dar voz às pessoas que me escrevem todos os dias como a poesia fez a diferença na vida delas. Por isso, no final do livro, há uma seleção de histórias impressionantes e comoventes. 
   Espero que a Poesia que transforma alcance cada vez mais corações. 
Um cheiro, Bráulio Bessa. (FONTE: Editora Sextante, Livro PAULO BRESSA POESIA QUE TRANSFORMA, páginas 11 a 13, Apresentação , ilustrações Elano Passos).               

segunda-feira, 8 de abril de 2019

PARA VIVENCIAR MOMENTOS FELIZES COM OS FILHOS


   Crônica escrita por JACIR J. VENTURA, membro do Conselho Estadual de Educação (Curitiba), publicada em data de hoje, 8 de abril de 2019, pelo jornal FOLHA DE LONDRINA 
   Muitos momentos felizes e saudáveis da infância podem e devem ser de interação com amiguinhos ou familiares ao ar livre. Essa conivência propicia segurança afetiva, bem-estar psíquico, maior rendimento escolar e desenvolvimento de habilidades motoras. Os benfazejos raios solares metabolizam a vitamina D (promove a absorção do cálcio, nutriente necessário para o crescimento dos ossos) e são terapêuticos contra a tristeza e a depressão. 
   Custa pouco, quase nada, levar os pimpolhos aos parques da cidade ou chácaras para jogar bola, andar de bike ou a cavalo, churrasquear, empinar pipa, levar o bichinho de estimação para passear, interagir com os patos e peixes ou mesmo ler e contar histórias sob árvores frondosas junto ao aprazível verde da natureza. Considere um triunfo seu filho chegando em casa cansado, suado e com um pouco de vitamina S (S de sujeira), pois robustece o sistema imunológico. 
   Esses momentos também fazem parte da tarefa de educar os filhos – a mais nobre, porém a mais difícil das missões -, e aos poucos os pais devem se tornar dispensáveis à exceção dos vínculos afetivos. A vida adulta é permeada de frustrações e adversidades, para as quais autoconfiança e autonomia são necessárias. Para o desenvolvimento da autonomia, desde pequeno delegue-se tudo que a criança tenha capacidade intelectual e física de fazer, incorporando em seu cotidiano tarefas domésticas consentâneas com a idade e estimulando a ser autossuficiente em relação aos seus hábitos de higiene. 
   E nós, pais e mães, estamos diante de conflitos, conscientes ou não, em relação aos nossos educandos: com muita dedicação ao trabalho de prover a família, comumente a ausência é “compensada” com bens materiais e conforto. Mas será que assim agindo não estamos criando filhos hedonistas e alheios aos problemas sociais? Além disso, o quanto se deve privá-lo de pequenas frustrações e de ouvir alguns “nãos”, em vista das adversidades e negativas que fatalmente encontrarão na vida adulta? 
   A resposta é genética – sem deixar de ser eficaz -, mas o que deve prevalecer é a medida equilibrada entre o afeto e os limites, dando a segurança do amor, porém mantendo o controle como duas paralelas que se alargam ou se estreitam para evitar que seu rebento cometa erros irreversíveis. Simultaneamente, é importante que seja propiciada uma boa escala de valores, construída pelas palavras e pelos exemplos. Ademais, bom senso caso a caso, pois os pais que têm dois filhos ou mais aceitam – digo isso em tom de blague – que antes de eles nascerem já combinaram de um ser diferente (ou oposto) do outro, portanto não há padrões universais para bem educar. 
   Esportes, idiomas, atividades extra-classe são recomendados, mas até que ponto não estamos impondo uma agenta de executivo (talvez para, novamente, compensar nossa ausência) e, com isso, queimam-se etapas do seu desenvolvimento e compromete-se o seu equilíbrio emocional? E como lidar com o excesso de dispositivos eletrônicos que comprometem o sono, estudos, leituras e até mesmo a compleição física? Uma boa medida provém da Academia Americana de Pediatria, que recomenda limites para a exposição diária a todo tipo de mídia: no máximo 1 hora dos 2 aos 5 anos; 2 horas entre 6 e 12 anos; e 3 horas a partir dos 13 anos. 
   Com ponderação e bom senso, educar é conviver com erros e acertos – e nos inspiremos ou nos confortemos com as palavras de Sigmund Freud: “educar é uma daquelas atividades que errar é inevitável”. Não nos martirizemos querendo ser perfeccionistas, mas busquemos sempre o melhor possível. Até porque uma família perfeita não faria bem aos filhos, pois deixaria de prepara-los para um mundo inevitavelmente imperfeito. (FONTE: Crônica escrita por JACIR J. VENTURI, membro do Conselho Estadual de Educação (Curitiba), página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 8 de abril de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os textos devem conter os dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.800 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opiniao@folhadelondrina.com.br

terça-feira, 2 de abril de 2019

QUE NÃO SEJA APENAS MAIS UM DIA NO CALENDÁRIO NACIONAL


   No dia 2 de abril comemora-se o Dia da Conscientização do Autismo. Até poucos anos, o autismo era tratado como uma doença misteriosa. Os preconceitos sofridos pelo autista eram e ainda são muitos, principalmente pelo comportamento, inerente dessa condição. Convivo com esse diagnóstico e essa situação . Desde que meu filho tinha 5 anos, hoje ele está com 14. É saber que seu filho vive num mundo paralelo quase que instransponível e que possui um quadro comportamental bem específico, de poucos relacionamentos e falhas na comunicação. 
   Com o passar do tempo, já diagnosticado como autista, percebemos que ele não se desenvolvia de acordo, sendo bem diferente de outras crianças com o mesmo diagnóstico. Em busca de uma definição clínica mais precisa, rodamos médicos e exames. Até que o diagnóstico final veio: além de autista, ele era X Frágil. 
   A Síndrome do X Frágil é uma condição de origem genética causada pela mutação de um gene específico localizado no cromossomo X. A ausência de uma proteína no cromossomo, acaba afetando o desenvolvimento do sistema nervoso central, ocasionando déficit intelectual, problemas de desenvolvimento motor, comportamentais e emocionais, além de algumas características físicas.
   Como a Síndrome do X Frágil apresenta muitos sintomas e sinais diferenciados, acaba dificultando a definição do quadro clínico de pessoas acometidas por ela. Por essa razão, muitos são diagnosticados como autismo, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade), síndrome de Asperger, entre outros. 
   Hoje sabemos que em torno de 30% a 40% dos pacientes com X Frágil também são autistas. Nesses casos, normalmente são pessoas com quadro clínico mais acentuado. Com tudo isso, e com a avalanche de informações, criamos o Projeto Eu Digo X – do Instituto Lico Kaesemodel, com o objetivo de orientar as famílias que possuem casos semelhantes, estudar mais a respeito e principalmente conscientizar a classe médica e as famílias da importância de um diagnóstico precoce. 
   Atualmente estima-se que quase 70 milhões de pessoas em todo o mundo sejam autistas. São pessoas que veem a vida com uma outra cor, mas não necessariamente não enxerguem a vida. São pessoas que possuem a dificuldade de expressar sentimentos, mas nem por isso não possuem sentimentos. São pessoas que possuem sim interesses, vontades, gostos. Ser autista não é ser excluído. É ser uma pessoa como outra qualquer, com algumas limitações. 
   Tanto o autismo como a Síndrome do X Frágil são consideradas deficiências, e como tais, possuem direitos e obrigações previstas na Convenção Internacional sobre os direitos da Pessoa com Deficiência. Como são condições que não possuem cura, a família tem papel fundamental no desenvolvimento da pessoa com Autismo e X Frágil. 
   Esperamos que este 2 de abril seja um marco. Uma data para que o respeito junto a esses pacientes seja de fato colocado em prática, afinal de contas, são direitos irrevotgáveis. (FONTE: Texto escrito por SABRINA MUGGIATI, idealizadora do Projeto X Frágil, do Instituto Lico Kaesemodel (Curitiba), página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 2 de Abril de 2019, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter os dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. Email: opiniao@folhadelondrina.com.br

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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