quarta-feira, 31 de maio de 2017

ELETRICIDADE NÃO É BRINQUEDO

De forma lúdica, as crianças aprendem sobre os benefícios e riscos da energia elétrica , sendo alertadas para evitar acidente

   Programa educativo da Copel leva orientações importantes sobre o uso seguro de energia elétrica e ensina a evitar os riscos
   “Você já imaginou não poder assistir ao desenho na televisão? E jogar o videogame no tablete? Ou ter uma água quentinha do chuveiro para tomar banho?”. Com essas perguntas aparentemente singelas, um dos voluntários da Copel inicia a palestra do “Programa Iluminado Gerações” . O programa educativo é realizado desde a década de 70 em parceria com as escolas municipais e estaduais de todo o Paraná e, no último ano, teve 68 mil alunos participantes. São eletricistas, leituristas e profissionais administrativos da empresa que vão às salas de aula levar orientações importantes sobre o uso seguro e eficiente de energia elétrica. O programa foi intensificado na semana passada com a realização da “Semana de Segurança com a Energia Elétrica” em vários locais. 
   De forma lúdica e didática pela exibição de quadrinhos, os personagens Onório (on) e Offélio (off) vão passando por situações do cotidiano de qualquer criança, começando pela existência de energia elétrica para o uso de computadores, chuveiro, televisão, geladeira e seus benefícios. Mais do que isso, porém, as crianças aprendem sobre o caminho que a energia percorre, desde as usinas geradoras até chegar aos consumidores finais, de que maneira ocorre um curto-circuito e quais materiais são condutores de eletricidade. Dessa forma fica mais fácil entender, por exemplo, os perigos de soltar pipa próxima à rede elétrica, mudar a temperatura do chuveiro com o equipamento ligado ou, ainda, trocar a lâmpada com o disjuntor ligado. 
O programa educativo da Copel ensina despertando a curiosidade das crianças através de jogos e brincadeiras

   Segundo a supervisora de segurança da Copel, Daniele Ciotta, o material em questão – palestra e cartilha – foi organizado por uma comissão da empresa que o elaborou especificamente para o público infantil. “Todos os voluntários também receberam treinamento para repassarem as informações técnicas de maneira simples. Os alunos, por sua vez, são multiplicadores da informação e levam a cartilha para as suas casas e retransmitem aos pais, familiares e vizinhos as práticas de segurança e cuidados com a natureza. Com isso, conseguimos evitar fatalidades, em especial, as que ocorrem na comunidade”, explica. Ao final da palestra, alunos participam de uma atividade lúdica com jogos e brincadeiras. No site da Copel existe uma seção dedicada ao tema (www.copel.com/educaçao).
   A palestra ainda traz orientações de uso de equipamentos eletrônicos, instalação de antenas, objetos na rede elétrica, símbolo de alta voltagem (caveira) nas subestações e cerca eletrificada. “O curto acontece quando dois fios com energia e que estão desencapados se encontram ou quando a energia elétrica escapa de algum material. Tanto um quanto outro pode casar incêndio. Por isso é importante trocar a fiação da casa a cada 10 anos para não ter perigo de pegar fogo e nem sobrecarregar as tomadas. Ao ver um fio elétrico caído, jamais toque ou se aproxime. O mesmo acontece se alguém estiver recebendo uma descarga elétrica, desligue o disjuntor, jamais toque na vítima ou nos fios”, explica o voluntário. 
   A supervisora ressalta que o programa educativo, há muitos anos, mostra-se de grande importância, despertando a consciência pela curiosidade. “As crianças precisam estar atentas aos riscos que envolvem a energia elétrica, já que em boa parte dos casos são elas as vítimas dos acidentes que acontecem por falta de conhecimento.” Os acidentes domésticos, apesar de corriqueiros, não são contabilizados pela empresa. “Apenas os que ocorrem na rede elétrica.” Em Londrina, o último acidente ocorrido desse tipo foi no final de 2011, na zona norte, quando um garoto de oito anos soltava pipa com linha de cobre embaixo de uma linha de transmissão de 138 mil volts. Ele faleceu alguns dias depois, em decorrência do choque elétrico. “O número de acidentes sempe aumenta durante as férias.”
   Para Daiane Godoy, professora do quarto ano da Escola Municipal Carlos Kraemer, uma das escolas que recebeu a palestra, o programa traz bastante resultado no espaço escolar e familiar. “De forma lúdica e fora do modelo tradicional de ensino, a visita instiga o debate com as crianças, pois exemplifica situações vivenciadas no cotidiano delas e, também, os cuidados com o meio ambiente e o consumo consciente. Em breve, vamos estudar sobre a bacia hidrográfica do Paraná e, assim, reforçar o assunto – tanto benefícios quanto perigos – já que a energia é produzida pela água. 

   LEITURA DO MUNDO 

QUAL A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA VOCÊ?
GABRIEL DOS SANTOS, 10 anos, 4º ano
   “Eu não tinha o hábito de ler até achar um livro que me interessasse. Agora estou lendo uma história sobre dragões. A leitura ajuda o cérebro e aumenta nosso vocabulário porque aprendemos palavras novas.”
MARIA THEREZA TAVARES, 10 anos, 4º ano
   Eu leio uma hora por dia todos os dias. Agora estou terminando o livro do Harry Porter. Também gosto muito de ler gibis. Acho que a leitura ajuda a melhorar na hora de escrever e falar. (MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, FOLHA CIDADANIA, terça-feira, 30 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA.

MEC AUTORIZA ENSINO A DISTÂNCIA PARA ENSINO FUNDAMENTAL 2


   Gramado – O MEC (Ministério da Educação e Cultura) publicou nessa sexta-feira (26) um decreto que amplia os caos em que é autorizada a oferta de aulas a distância para os alunos dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). A modalidade poderá ser adotada quando os estudantes estiverem “sem acesso às disciplinas obrigatórias do currículo escolar”, segundo o ministério. 
   O ensino a distância para o ensino básico – de 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do médio – já era liberado em “situações emergenciais” em que os estudantes estão impedidos de acompanhar as aulas presencialmente, como motivos de saúde, os que se encontram no exterior ou aqueles privados de liberdade. Com o decreto, o MEc passou a liberar também a modalidade para os casos em que as disciplinas obrigatórias não estiverem sendo ofertadas para os alunos dos anos finais do ensino fundamental. 
   O decreto também altera as regras para o ensino a distância no ensino médio e superior. As mudanças, segundo o Ministério da Educação, atendem a reforma do ensino médio – o texto sancionado pelo presidente Michel Temer (PMDB), em fevereiro deste ano, já abria a possibilidade para que algumas disciplinas fossem ofertadas nessa modalidade. 
   Os critérios de como será a oferta das disciplinas a distância ainda não foram definidos. Segundo o ministério, eles serão estabelecidos em conjunto com os sistemas de ensino , o CNE (Conselho Nacional de Educação) e as secretarias estaduais de educação.
   Para o ensino superior, as mudanças vão permitir que as instituições possam criar cursos e polos de ensino a distância (EaD) sem exigir o credenciamento prévio para a oferta presencial. Elas também poderão ofertas exclusivamente os cursos a distância, sem que haja a oferta simultânea presencial. (ISABELA PALHARES – AGÊNCIA ESTADO, 27 e 28 de maio d 2017, página 9, FOLHA GERAL, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

SEGUNDA GERAÇÃO DE GAVIÃO-REAL NASCE EM CATIVEIRO NO PARANÁ


   São Paulo - Se os EUA têm a águia-careca, o Brasil tem o gavião real (harpia harpyja), animal majestoso que pode chegar a dos metros de envergadura. E, agora, uma segunda geração acaba de nascer em cativeiro, em alento para a espécie, considerada ameaçada. A mãe do filho tem oito anos de idade e também nasceu no Refúgio Biológico de Itaipur (PR). O pai é uma ave com mais de 14 anos de idade que foi resgatada no Pará. O nascimento do bebê aconteceu no último dia 5 de maio. 
   Um outro casal do Programa de Reprodução da Itaipu, em que as aves têm idades entre 17 e 18 anos, é o recordista em filhotes: 26 já nasceram. O último saiu do ovo no dia 8. 
   O programa tem obtido sucesso nos cruzamentos desde 2009. Algumas das aves que nasceram lá foram doadas a outras instituições e outras foram soltas na natureza. (GABRIEL ALVES /FOLHA PRESS, página 6, FOLHA GERAL, quarta-feira, 31 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O RISCO DE REDUZIR AS ZONAS ELEITORAIS


   Uma portaria do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) , de número 372, estipulando critérios para extinção de zonas eleitorais localizadas no interior, pode reduzir a estrutura da Justiça Eleitoral do Paraná. A portaria é de 12 de maio e representantes do Judiciário e dos servidores calculam que quase metade das 206 zonas do Estado podem desaparecer. Isso causaria migração de leitores que podem ficar sem cartórios eleitorais em cidades menores. O impacto pode atingir também os grandes centros. Londrina, por exemplo, pode perder duas zonas. O município conta com sete zonas eleitorais e cerca de 360 mil eleitores. A diminuição responde ao critério de densidade demográfica e a mudança tem como objetivo reduzir custos. A decisão mobilizou entidades como o Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, a Associação dos Magistrados Brasileiros e a Federal Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União, que solicitaram a suspensão da norma para que haja discussão mais aprofundada sobre o tema. Medidas de redução de custos são importantes, mas é preciso realmente que seja realizado um debate do impacto que a redução do número de zonas eleitorais pode provocar, principalmente porque as próximas eleições acontecem já no ano que vem. A prioridade precisa ser a eficiência e, após os recentes escândalos envolvendo a classe política, o combate à corrupção eleitoral não pode ser negligenciado. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 31 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 30 de maio de 2017

UM INSTRUMENTO CHAMADO DELAÇÃO PREMIADA


   O Brasil caminha em busca de moralização pública e combate à corrupção desde que as caravelas de Cabral aportaram por aqui. Nos últimos anos, ações do Judiciário têm trazido esta perspectiva mais próxima dos brasileiros. Como a Operação Lava Jato que, em três anos, acumula números mais expressivos em prisões, denunciados e condenações. Mérito, segundo o Ministério Público, obtido graças ao instrumento da delação premiada. Foi também com a Lava Jato que esse instrumento de investigação tornou-se mais conhecido entre as pessoas que não integram o meio judiciário, apesar de existir desde o final do século 16, conforme informou à FOLHA o advogado e professor Paulo Cesar Busato. Ela é indicada para alcançar mentores de estruturas criminosas, que normalmente não seriam identificados, com informações trocadas por benesses a membros considerados menos importantes dessas organizações. Até Março, só pela Lava Jato, 127 acordos haviam sido homologados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Mas o último deles, firmado com os donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, o tamanho das concessões causou espanto não só entre os cidadãos comuns, mas de juristas e até membros do STF. Apesar do grau de envolvimento na corrupção, diferentemente dos demais delatores, os Batistas foram penalizados apenas com multa de R$ 110 milhões cada. Ganharam inclusive o direito de deixar o País, com suas famílias e gozar lá fora da fortuna que acumularam, usando em grande parte dos negócios recursos disponibilizados por um banco estatal, o BNDES. 
   A agressiva trajetória dos irmãos Batista, que promoveu até mesmo a perda de relevância do país para os seus negócios – atualmente o Brasil é responsável por apenas 16% da receita do grupo -, levanta ainda a suspeita de uma estratégia muito bem articulada e até premeditada. Fica a expectativa de como o caso terminará. As delações devem continuar como uma ferramenta contra o crime ou serão banalizadas corroborando para a impunidade dos poderosos? Vale ressaltar o que diz o professor entrevistado pela FOLHA, esse instituto tem ampla previsão legal, mas deve ser usado como meio excepcional de prova. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 30 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 29 de maio de 2017

ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA


   EXPECTATIVA DE QUEDA NA TAXA DE JUROS 
   Há um apelo geral do setor produtivo quanto à necessidade de queda na taxa de juros e não sem razão.
Reportagem do dia 23 de maio aqui na Folha de Londrina, com o título “Feito para empreender”, mostra que seis em cada dez de nossos varejistas não tomam crédito para estimular seus negócios, em razão dos juros extorsivos.

   O JURO É O CUSTO DO DINHEIRO
   Se o custo de tomar dinheiro a crédito ultrapassar a margem de lucro da empresa, perde-se o incentivo de investir por meio de empréstimos. Por outro lado, quem empresta dinheiro, busca o maior rendimento.
   Se os títulos do governo remuneram melhor, o dinheiro deixa de ir para o setor produtivo e vai para financiar as dívidas do governo, Juros altos também afastam o consumidor final de tomar crédito para comprar produtos de maior valor agregado.

   RESUMO DA ÓPERA
   Juros elevados inviabilizam a produção e o consumo, que em última instância significa gerar menos emprego, menos renda e é claro, impede a retomada do crescimento econômico.

   QUEM DEFINE A TAXA BÁSICA DE JUROS
   É o Banco Central do Brasil, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom). Este se reunirá nos dia 30 e 31 de maio e definirá a nova taxa básica de juros que vigorará para esse próximo período. 

   A COISA FUNCIONA ASSIM
   A taxa básica de juros remunera o dinheiro que é emprestado ao governo para ele ‘rolar’ sua dívida. 
   Essa taxa de juros serve de base para a formação da taxa de juros para outros tomadores de dinheiro, ou seja, as taxas de juros dos empréstimos vão subindo na medida que sobe o risco de emprestar e não receber.
   Por exemplo, é menos arriscado emprestar dinheiro para o governo, comprando títulos públicos do que emprestar dinheiro para financiar o cartão de crédito.

   COMO O COPOM DEFINE A TAXA BÁSICA DE JUROS 
   Entre os parâmetros levados em consideração para a definição da taxa básica de juros estão: os juros pagos nos títulos públicos da dívida americana, considerada de risco zero, o risco cambial, a taxa de inflação e o risco Brasil. 
   Na taxa de juros americana não temos qualquer controle. O risco cambial é série histórica e não se altera no curto prazo. Resta, portanto, duas variáveis, a serem consideradas: taxa de inflação e risco Brasil.

   ESPERÁVAMOS UMA QUEDA SIGNIFICATIVA
   Pois é. A expectativa era uma queda entre ,25 a 1,5% na taxa básica de juros que hoje está em 11,25% a.a., pois o Risco Brasil estava em queda, e a inflação idem.
   No entanto, desde a denúncia promovida pelos agentes da JBS na semana passada, o cenário se alterou e para pior. 

   DIMINUIU A CHANCE DE UMA QUEDA MAIOR 
   Com as denúncias, a possibilidade de aprovação pelo congresso das medidas que reduzem o endividamento do governo, (só o governo federal tem uma dívida de R$ 3,2 trilhões que cresce 11% ao ano), ficou muito mais difícil. 
   Se as dívidas continuarem sua trajetória de aumento, sobre o Risco País ( o risco de o país não conseguir honrar seus compromissos), e, por conseguinte tende a elevar a taxa básica de juros. 
   Outra consequência foi a desvalorização do real frente ao dólar, que significa potencial aumento de inflação , outro dos indicadores importantes na formação da taxa básica. 

   E ENTÃO?
   Primeiro vale lembrar que não é papel do Banco Central promover o crescimento econômico e sim o de garantir o poder de compra da moeda, em outras palavras, sua função é controlar a inflação (abordarei isso na próxima coluna).
   A promoção do crescimento e desenvolvimento econômico é função do BNDS e outros órgãos da administração federal. 
Segundo, as condições reinantes agora são diferentes, para pior, daqueles presentes nas análises do início da semana passada. 
   O Copom, como órgão eminentemente técnico, levará isso em consideração e não fará um corte na taxa de juros na mesma medida em que se esperava.
   Uma aposta conservadora, com base nos indicadores apresentados é um corte entre 0,5 e 0,75%. Aguardemos. (FONTE: MARCOS J. G. RAMBALDUCCI , professor doutor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e consultor econômico da Acil. mrambalducci@folhadelondrina.com.br página 4, coluna  ECONOMIA NOSSA DE CADA 
DIA, FOLHA ECONOMIA, segunda-feira, 29 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

NÃO SE DESVIE DO OBJETIVO


   Esta semana, o Haroldo, diretor de uma empresa comercial, me contou a conversa que teve com uma funcionária na tentativa de resolver o conflito que ela causava em sua área de trabalho. Ele me dizia: 
   - “Então ela começou a chorar, e disse que estava com um problema pessoal difícil de resolver.!
   Nesse ponto eu o interrompi:
  - “E você soube, afinal, que problema era esse que ela tinha?”
  - “Não. Eu nem perguntei” – respondeu. “Se eu perguntasse, é claro que ela me contaria. Mas no momento seguinte eu estaria automaticamente envolvido, mesmo que eu não quisesse. Isso funciona que nem uma carta lacrada: enquanto mantiver o envelope fechado, você nunca saberá o conteúdo. Mas se o abrir, o conteúdo se revela. Eu estava consciente de que só tinha de resolver o problema que a moça estava causando na empresa, e não sua vida pessoal.”
    Uau! Eu aprendi uma lição 
   Quantos gestores se envolvem com coisas que nada têm a ver com a empresa por pura e desnecessária curiosidade! Isso é tolice!
   A regra é: concentre-se no ponto; tenha foco. 
    O objetivo do Haroldo era resolver o problema que comprometia o clima da firma. Logo, não fazia sentido algum tratar de uma questão pessoal da funcionária. Seria inútil. 
   Permita-me repetir: “Não jogue palavras fora e evite falatório. Lembre-se: “Quem fala demais, dá bom dia a cavalo”. Se você quer falar com o cavalo, o problema é seu. Só não o faço quando tiver que pagar por isso, pois a conta poderá ser cara demais. (Crônica de ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes em Londrina, FOLHA EMPREGOS E CONCURSOS, coluna ABRAHAM SHAPIRO, segunda-feira, 29 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O MAPA DA CORRUPÇÃO


   O quadro de corrupção sistêmica é mesmo assustador no Brasil. Pesquisa realizada por uma consultoria especializada em lavagem de dinheiro identificou 12,6 mil agentes públicos ligados a atos que podem dar origem à lavagem de dinheiro, como corrupção e caixa dois. O número cresce para 29 mil indivíduos se consideradas pessoas relacionadas, como parentes e sócios, que podem ser utilizados como “laranja”. Entre os Estados brasileiros, o Paraná é o quinto no ranking da corrupção, com 597 ocupantes de cargos públicos ou políticos citados em esquemas ilícitos. Nos primeiros lugares estão São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Minas Gerais. Quando chega aos municípios, a pesquisa mostra um quadro muito preocupante. Quarenta e cinco por centos dos municípios paranaenses tiveram seus prefeitos envolvidos em crimes econômicos nos últimos oito anos. São 182 prefeitos dos 399 municípios. Também aparecem na lista de corruptos do Estado 227 vereadores, 44 vice-prefeitos, 41 deputados federais e 30 deputados estaduais. Os pontos principais das pesquisas são mostrados na edição desta segunda-feira (29) da Folha de Londrina. Os nomes não foram divulgados por questão de sigilo. A empresa que realizou a pesquisa levou em conta banco de dados que reúne publicações em diários oficiais, informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sites de instituições públicas e matérias divulgadas pela imprensa a partir de 2009. A pesquisa não identificou quantos desses casos estão sendo investigados, processados ou já receberam punição. No Brasil, os maiores envolvidos em crimes são os prefeitos. De 11,1 mil governantes municipais eleitos em 2016, 1,8 mil tem relação com atos financeiros ilícitos, o que representa 16 em cada 100 prefeitos. No caso dos vereadores citados, o envolvimento corresponde a 3,6% dos eleitos no ano passado. A força-tarefa da Lava jato estima que a corrupção consome por ano, no Brasil, R$ 200 bilhões. E por falar na Lava Jato, a consultoria identificou pelo menos 11 mil pessoas e empresas ligadas aos esquemas denunciados pela operação. Destes, 916 são de cargos públicos e 522 de políticos eleitos. É vidente que o País fiscaliza mal o dinheiro público e demonstra muita dificuldade em enfrentar o problema. Mas o combate à corrupção terá mais sucesso quando for bandeira das autoridades policiais, do Judiciário, do Ministério Público e da sociedade em geral. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 29 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

SEGMENTO DE ROUPAS INFANTIS CRESCE JUNTO COM AS CRIANAS


   Além de pais jovens, filhos influenciam na compra e lojas se reestruturam para atendê-los 
   Consultor do Sebrae diz que ainda há espaço para investimentos, mas é preciso escolher um nicho específico 
   A moda infantil tem conseguido driblar a crise. A produção do setor, composto essencialmente por pequenas empresas, cresceu 6% em 2016, segundo dados da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário). No mesmo período, confecções para adultos tiveram queda de 9,8%. 
   Se antes a compra da roupa era decisão apenas dos pais, atualmente ela tem participação direta dos filhos. 
   “Mesmo crianças de 3 anos têm informação de moda, seja pela TV, tablete e o que elas veem no amigo, e influenciam na compra”, diz Laura Nóbrega, coordenadora do curso de Moda da FMU/Fiam Faam.
   Diante da mudança de comportamento, a marca Green by Missako, há 30 anos no mercado, viu que era preciso se reposicionar para atender pais jovens e filhos que sabem muito bem o que querem. Mudou tecidos, modelagens e até arquitetura das lojas., além de investir no e-commerce e na comunicação por redes sociais. 
   O movimento deu certo. No ano passado a empresa cresceu 18%. Para 2017, a expectativa é aumentar o faturamento em 35% e abrir seis novas lojas. Atualmente, são 30, entre unidades próprias e franqueadas, além de uma fábrica localizada na zona leste de São Paulo. 
   “Antigamente, roupa infantil não era perecível. Se não vendia em um ano, vendia no outro. Não trabalhamos assim, é preciso acompanhar a evolução da moda”, ensina a empresária Márcia Missako Oura, pediatra que trocou a medicina pelo universo da moda. 
   Outra empresa que segue espichando tão rápido quanto seus clientes é a Mini US, com duas lojas em São Paulo. Fundada há três anos por Thyco Sayon e Lu Arcangeli, a marca cresceu 11% em 2016. 
    No dia 28 de maio, chega às vitrines a coleção de 11 peças assinadas por Lucas Jagger, 18, filho do “rolling stone” Mick Jagger e da apresentadora Luciana Gimenez. Eventos com grafiteiros, skatistas e bandas também ajudam a marca a se posicionar. .
   Atualmente, as lojas atendem crianças de 2 a 14 anos, mas a partir de fevereiro de 2018, a Mini US se focará na faixa de 2 a 10 anos, enquanto uma nova marca – com nome ainda não divulgado – atenderá o público teen. 
   “Não havia marcas criadas especificamente para crianças, a maioria era derivada das grifes para adultos. E, mesmo as que não tinham linha kids, hoje começam a dar mais atenção”, observa Sayon, com experiência no mercado feminino e masculino, como criador das marcas Bobstore e LosDos. 
   A linha infantil da carioca Reserva nasceu sem um planejamento, em 2011. Em uma edição especial do Dia dos Pais, o pedido foi muito maior que a capacidade de venda sazonal. A empresa então, resolveu investir mais. 
   Em 2014, a Reserva Mini passou a ser uma unidade de negócio à parte, com lojas próprias. Em 2016, a área infantil faturou R$ 40 milhões – 15% do total do grupo. 
   Para o consultor do Sebrae –SP Bruno Zamith de Souza, ainda há espaço para investir no setor de moda infantil. No entanto, é importante escolher um nicho específico.
   Souza cita como exemplos empresas focadas apenas na produção de calças e outras que se especializam em uma faixa etária restrita. “Isso é essencial para fazer coleções certeiras, sem desperdício”. 
   Superdotado
   
Mercado voltado para bebês é que mais se desenvolve
   6% - foi o crescimento do setor de vestuário infantil em 2016 na comparação com o ano anterior.
   25 cm - é quanto uma criança cresce, em média, em seu primeiro ano de vida.
   0 a 3 - é a faixa etária que apresenta melhores resultados  no setor de moda infantil, de acordo com a Abravest  (Associação Brasileira de Vestuário). 
   9,8 % - foi a queda das vendas no setor de vestuário adulto em 2016. (JUSSARA SOARES – COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, caderno mpme, guia espcial da micro, pequena e média empresa folha 6, domingo, 21 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE S. PAULO).

domingo, 28 de maio de 2017

CIRCO FUNCART SE DESMANCHA COM DANÇA

 A velha lona que abrigou tantos espetáculos está sendo desmontada para dar lugar à construção de um teatro de contêineres; Ballet de Londrina se despediu do local 
   Após construir uma história de amor e cumplicidade com a cultura londrinense que já dura 20 anos, o Circo Funcart está se despedindo da cidade. Palco de espetáculos memoráveis que recebeu artistas locais das mais variadas vertentes e algumas das companhias de dança e teatro mais importantes do mundo, o circo sairá de cena em breve, mas não abandonará seu legado. A velha e danificada lona será desmontada para dar lugar a um novo e inovador teatro de contêineres. 
   “No ano passado a gente iniciou uma campanha coletiva para revitalizar o circo. No entanto, chegamos a conclusão de que a reforma teria um prazo de vida útil muito curta, já que uma lona nova dura uma média de apenas cinco anos e continuaríamos enfrentando problemas em relação a técnicas de segurança, como o risco de incêndio. Então resolvemos dar uma repaginada geral e investir nesse novo projeto”, explica o diretor de Dança da Funcart, Leonardo Ramos. 
   Segundo ele, a nova proposta traz um conceito de arquitetura sustentável e moderna. “ A ideia é construir uma sala de espetáculos com capacidade para até 300 lugares na plateia, cem a mais do que temos hoje. E do lado de fora criar um jardim que funcione como uma área de convivência e possa ser aproveitado pelas pessoas que sejam circular por aqui, ler um livro ou apenas passar o tempo. E do lado de dentro teremos um espaço mais amplo, seguro, confortável e acessível”, enfatiza. 
   Ramos relata que a ideia do teatro de contêineres surgiu de forma inusitada. “Durante reuniões com representantes da secretaria municipal de Cultura e de Obras da prefeitura e do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Ocas) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), alguém deu essa sugestão que na hora passou batida, mas acabou sendo reavaliada. Engraçado isso porque a proposta do Circo Funcart também teve surgiu de forma parecida. Em 1997, o Teatro Ouro Verde teve problemas no teto e teve de ficar fechado por um período de aproximadamente três anos. Diante da falta de palcos na cidade, acabei brincando que gostaria de ter um circo para me apresentar e essa piada acabou sendo levada adiante”, diverte-se. 

      RENOVAÇÃO
   A construção do teatro de contêineres está orçado em cerca de R$ 200 mil. Até o momento, a Funcart conseguiu levantar um montante de R$ 73 mil para a realização do projeto. “No finla do ano passado, promovemos uma ação entre amigos na qual seria sorteada uma mota Honda CG 125iFAN. A ganhadora da promoção acabou doando o prêmio para que a gente conseguisse aumentar a arrecadação. Agendamos um novo sorteio para o dia primeiro de julho e as pessoas que colaborarem com R$ 10 estarão concorrendo à moto. Interessados podem aderir à campanha por meio do telefone da Funcart (43) 3342-2362, As pessoas físicas também poderão colaborar cedendo para a gente notas fiscais sem sem a inclusão do CPF. Além disso vamos buscar patrocínio junto ao patronato local”, informa Ramos. 
   A demolição do circo foi iniciada no mês de janeiro deste ano e deve ser concluída dentro de algumas semanas. A direção da Funcart estima que até o mês de Outubro teatro de contêineres esteja pronto. 

      NOVO ESPETÁCULO É UMA ORAÇÃO
Novo espetáculo do Ballet de Londrina, ainda em fase de gestação, é impactante como outros trabalhos de Leonardo Ramos 
   A história de encenações do Circo Funcart teve seu espisódio final na manhã da última quinta-feira (25). O cenário caótico da demolição do espaço cultural foi usada como cenário para um ensaio aberto à imprensa e convidados do mais novo espetáculo do Balé de Londrina. “Uma Oração pelo Fim do Mundo” é o título da 26ª montagem do premiado grupo londrinense. “Esse é o espetáculo mais pessoal e denso que já criei. É um recorte de várias fases da minha vida e um retrato da minha descrença na humanidade, que tem comprovado ser o único animal irracional do planeta. Estou levando para o palco temas atuais que reforçam essa minha visão como guerra, bullying, homofobia, feminicídio e intolerância religiosa”, salienta Leonardo Ramos, diretor do Ballet de Londrina. 
   Ainda em fase de “gestação”, o novo espetáculo marca o rompimento de Ramos com o estilo que se tornou sua marca registrada. “Acabei desenvolvendo uma técnica de dança horizontalizada, mas desta vez coloquei os bailarinos para dançarmais em pé. Acho que o artista não pode se acomodar. A gente tem que correr riscos o tempo todo”, diz o diretor. 
   Segundo ele, o espetáculo deve estar pronto dentro de algumas semanas. “Ainda estou fazendo alguns ajustes. Estou naquela fase em que consegui passar a emoção para a pele dos bailarinos, mas ainda vamos alcançar o osso. É um trabalho intenso em que determinados momentos os bailarinos se portam como atores. São 14 bailarinos em cena e respeitar as diferença de idade, crenças e técnicas é um grande desafio”, conclui Ramos ao informar que ainda não há data prevista para a estreia do espetáculo. (M.R.) (MARCOS ROMAN – Reportagem Local, página 4, caderno FOLHA 2, 27 e 28 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

PALAVRAS NÃO SÃO PERUCAS


   Escrever é um ofício que requer simplicidade e autenticidade para ter beleza



   O jornalista norte-americano William Zinsser tem no seu escritório a fotografia de um escritor com tudo que ele precisa para criar: no caso, uma antiga máquina de escrever – porque se trata de uma foto de época – e uma lixeira onde o autor jogava as páginas que reescrevia até chegar ao texto ideal. Detalhe: apesar do ambiente simples, o escritor tinha vista para o mar, isso significa que mais do que equipamento e até mesmo alta tecnologia, ele precisa ter à sua volta coisas que estimulavam a imaginação e, mais que isso, a abstração. E aí não importa se a vista é para o mar ou para um tanque de peixes no quintal. 
   Zinsser falava dessa fotografia na abertura de seu livro “Como escrever bem” (Três Estrelas, 2017), um manual que já vendeu milhares de exemplares desde que foi publicado em 1975 e tem ajudado gerações de jornalistas e pretensos escritores a entenderem que o segredo do bom texto é a simplicidade. 
   Zinsser é divertido e não pretende criar nenhum modelo rígido, afinal, uns escrevem de dia, outros de noite, uns gostam do silêncio, outros ligam o rádio, alguns ainda escrevem a mão quando anotam sonhos para fins literários, outros utilizam gravador. 
   Mas diante da avalanche de “escritores” criados pela internet, o mundo nunca esteve tão verborrágico e, neste caso, não custa lembrar que o maior inimigo do texto é o excesso. Textos rebuscados, excessivamente acadêmicos ou cheios de palavras que não têm função são colocados na lixeira imaginária de Zinsser. É para lá que ele manda advérbios desnecessários - “sorriu alegremente” – ou um adjetivo que declara o que já está implícito, “um alto arranha-céu”. 
   Mas a graça do livro está mesmo na observação do quanto as pessoas usam palavras supérfluas achando que assim vão escrever bem ou então desandam a escrever para impressionar quando só afugentam o leitor. 
   A simplicidade consiste em dizer que “João gosta de Maria” , mas muita gente, em busca de um “estilo” pode suar palavras como quem compra objetos numa loja de decoração, observa o autor. Estilo é algo inerente a uma pessoa, mas forçar a barra corresponde usar peruca para fazer tipo. A questão é não querer parecer quem não se é, não pensar que se tornará escritor porque enfeita o texto com adjetivos floreados ou estruturas que só complicam as coisas. 
   No jornalismo da era do politicamente correto, um bairro pode virar “área socioeconômica deprimida” ou o lixão se transforma em “campo de reciclagem”. O excesso leva a isso, incluindo às vezes o excesso de preconceito enrustido de quem escreve disfarçado com perucas. 
   Venho aqui nos fins de semana passar a vocês minha leitura do mundo mesmo sem ver o mar, mas um pedaço da cidade querida poluída pelas pombas. Só posso dizer que minha imaginação ainda assim voa num espaço limitado, levando a esperança de encontrar leitores que não fujam do meu texto, nem durmam diante do jornal ou da tela do computador. A escrita é a relação de intimidade entre duas pessoas, como lembra Zinsser, um tipo de conversa que entabulamos mesmo nem sempre existam respostas. Mas procuro simplificar a comunicação escrevendo o essencial, aquilo que não posso deixar de dizer, e não aquilo que transformaria meu texto num objeto de decoração numa sala rococó .
   Prefiro cortinas simples, uma única flor no vaso, um ambiente limpo onde não tenho o mar, mas posso voar como se fosse gaivota. 
   Textos são como as casas, o excesso só faz a gente tropeçar, derrubar as coisas e tropeçar na língua. (Crônica da jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI, página 2, caderno FOLHA 2, coluna CÉLIA MUSILLI, 27 e 28 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

BIJU -e MAMÕES CANTANTES


   BIJU
   Do trigo vêm os pães, bolos e bolachas, macarrão e lasanha, tantas comidas e quitutes – mas desde menino, e ainda para revisitar a meninice, para mim a maio façanha do trigo é o biju. 
   Depois de passar por duas esquinas de bijuzeiros sem sinal deles, falei a Caetano: é, vamos ficar sem bijus. E ele, na ainda ingenuidade dos nove anos:
   - Os bijuzeiros também estão em greve, vô?
   Falei que não, bijuzeiros são autônomos, sem empresas nem patrão desde meu tempo de menino. 
   O bijuzeiro rondava a escola nas horas de entrada e saída, e no mais do tempo varejava os bairros, com seu grande cilindro de latas nas costas e, nas mãos, a matraca. Ele tocava a matraca, a gurizada saía voando de casa com moedas suadas ou notas amassadas nas mãos. A matraca era o primeiro som do biju. 
   A gente rodeava o bijuzeiro e ele ia atendendo pela ordem de chegada mas, como continuavam a chegar, sempre dava confusão e ele perguntava quem chegou primeiro. Quase todos gritavam eu, eu, aí ele dava o próximo biju a quem estivesse calado, dizendo dou primeiro pra quem não mente. E então, depois de pagar o biju e botar de volta a tampa, que também era uma roleta, ele dizia rode e roleta, e você empurrava a lingueta com o dedo, ela girava passando pelos pregos enfileirados na borda, o coração pulandinho porque podia ganhar mais um biju. A roleta era o segundo som do biju. 
   O terceiro som ouço até hoje, a mastigação da massa crocante, quebrando nos dentes, reboando na cabeça. Os atuais bijuzeiros rondam os sinaleiros, os bijus em bacias de plástico, sem matraca, sem roleta, mas continuo comprando o terceiro som, assim também investindo num patrimônio cultural. 
   Pois o pão-de-queijo e a cachaça não foram proclamados patrimônios da cultura nacional? O biju tem mais história, veio dos índios, quando era feito ainda de mandioca, na cidade adotou o trigo e, com isso, massa com mais secura e firmeza, portanto a crocância tão própria. 
   E o gosto? Se a simplicidade é o máximo da sofisticação, conforme Da Vinci, nisso o biju é mestre.
   Então falo a Caetano para não se preocupar, os bijuzeiros voltarão:
   - Biju é patrimônio nacional, não tem greve nem governo que consiga acabar com o biju!
  E ele:
   - Mas e se fizerem uma crise que ninguém mais compre nem biju, vô?
   Meu neto está cada dia menos ingênuo.

   NOTÍCIAS DA CHÁCARA – MAMÕES CANTANTES

   Nosso lixo de cozinha não vai para o Lixão, vai para o chão, enterrados no pé de plantas do quintal, para se tornar adubo. Aí sementes de frutas germinam, principalmente mamão, r quatro mamoeiros se tornaram companheiros diários, há meses nos dando mamões com regular disciplina: primeiro amadurecem os de baixo, como na foto, os mamoeiros parecendo nos facilitar a colheita. 
   Mamão é herança mexicana, a se espalhar pelo mundo desde o tempo das caravelas – e nosso mamoeiro faz lembrar Pedro Vaz de Caminha, ao escrever ao Rei que aqui, em se plantando, tudo dá. E mamão dá mesmo não se plantando. Na mesma carta, Caminha pediu ao Rei emprego para um parente seu, registrando assim o primórdio do nosso nepo-nepotismo nos serviços públicos. Com olhos positivos, melhor ver nos mamões a prodigalidade, como grandes mamas que, maduras, são perfuradas pelos passarinhos, pois sempre deixamos algum mamão para eles. Vão comendo por dentro, deixando o mamão apenas com sua casca pendurada, e então vemos passarinho todo enfiado ali, só com o rabo de fora, como se o mamão vazio fosse voar... E, comido pelos passarinhos, até cantoria o mamão dará. (Crônica do escritor DOMINGOS PELLEGRINI, d.pelegrini@sercomtel.com.br página 3, caderno FOLHA 2, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, 27 e 28 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

sábado, 27 de maio de 2017

AS PROCISSÕES DEDICADAS A MARIA



   Mês de maio, mês dedicado às Mães e a Maria, Mãe de todos. Em Sertaneja era mês festivo. Havia uma lista de 30 famílias previamente estabelecida que iam receber diariamente em sua casa a imagem de Nossa Senhora. A família recebia o andor enfeitado com a imagem à noite, pernoitava e só era entregue no dia seguinte, à noite em procissão.
   Ao entardecer, as pessoas chegavam um pouco antes do horário, ficavam em rodinhas conversando, faziam sua oferta e na saída, soltavam-se foguetes, rojões. O andor ia à frente carregado por pessoas que se revezavam ao longo do caminho; logo atrás, os donos da casa, e em seguida, as pessoas que iam acompanhando a procissão. Durante o trajeto, cantavam-se fervorosamente, músicas marianas, como: “A 13 de maio, na Cova da Iria... Ave, ave, ave Maria... “, “Com minha Mãe estarei, ba santa glória um dia...” ou “Mãezinha do Céu, eu não sei rezar...” Revezava-se o terço e quando a casa era muito perto da Igreja, a reza terminava lá. Tudo com muita devoção, muita fé, cada pessoa com seu terço, as crianças com seus pais. 
   Alternando músicas e orações, chegava-se à Igreja. Colocava-se o andor no lugar determinado, e o Padre iniciava a santa missa. Terminada, levava-se o andor em procissão para a casa de outra família que estava acompanhando ou estava esperando em sua casa. Era interessante observar o andor, muitas vezes, tinha um enfeite diferente, cada família se esmerava em deixa-lo mais bonito. Todos admiravam e comentavam, parecia uma competição meio velada, e assim, todos os dias.    No último dia do mês de maio, realizava-se a coroação de Nossa Senhora. Era uma festa linda e envolvia toda a comunidade. Nós, a Cruzadinha, íamos vestidas de anjo e, às vezes, uma ou outra criança que a mãe vestia de anjo por causa de alguma promessa. Vestíamos túnicas de cetim branca, azul ou rosa, com a parte de cima cheia de estrelinhas de metal, asas brancas de pena ou feitas de papel crepom. Armava-se na frente do altar uma arquibancada alta de madeira, onde ficavam todos os anjos. Lá no alto, no centro, ficava a imagem de Nossa Senhora, que tinha a cada lado, um ano que cantaria para colocar a palma e outra que cantaria para colocar a coroa. Esses dois anjos eram escolhidos entre as crianças das Cruzadas ou do Catecismo (hoje Catequese). Ficávamos ansiosas para sermos escolhidas, principalmente para coroar Nossa Senhora. 
Os padres da minha época, que passaram por Sertaneja, eram italianos e mal sabiam falar o português. Lembro-me do padre Jeremias e do padre Antônio Maria Catâneo, muito rígido quanto aos trajes das mulheres e chamavam a atenção delas, mas eram muito dedicados e queridos por todos. 
   Maio, mês lindo de Nossa Senhora! (Crônica de IDIMEIA CASTRO, leitora da FOLHA, caderno FOLHA RURAL, página 2, coluna DEDO DE PROSA, sábado e domingo, 27 e 28 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

MAIS FORTES QUE A CRISE POLÍTICA


   A turbulência em dose máxima, gerada pela delação premiada dos representantes da JBS, divulgada nas últimas semanas, foi um mar de água fria no setor produtivo que já vem sofrendo com a crise há alguns anos. Mas em meio à instabilidade política e econômica, é possível ver a luz no meio do caminho. Reportagem desta edição da Folha de Londrina mostra que grupos no Paraná com faturamento entre R$ 200 milhões e 1 bilhão ao ano – aqueles que figuram no topo da lista de movimentação econômica – mantém expectativa de crescimento entre 12% e 25%, apesar da cautela quanto à flutuação do dólar e à incerteza em relação às taxas de juros no segundo semestre. 
   Os números vão na contramão do cenário nacional, levando em conta as sondagens industriais recentes divulgadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice da produção industrial em abril ficou em 41,6, abaixo do mesmo período do ano passado (42,4). E valores menores que 50 indicam retração na produção. 
   No caso das empresas que estão no topo da lista de faturamento no Paraná, o que se percebe é um planejamento mais consolidado, baseados nas experiências que viveram nos dois últimos anos. 
   No geral, uma das explicações para os melhores índices paranaenses é que o Estado tem como base a agroindústria. E o agronegócio foi um dos setores que sentiu a crise em menor proporção até aqui. 
   Mas nem tudo são flores. Na análise da Federação das Indústrias do Estado Paraná (Fiep) o momento não é de “otimismo pleno”. Há setores sofrendo como o metal mecânico, com postos de trabalho sendo fechados, e a construção civil, que ainda não teve uma retomada efetiva. No geral, segundo a Fiep, não há “grandes expectativas” para o segundo semestre. 
   Agora, a expectativa é que a política tenha um desfecho rápido e que reformas importantes como a trabalhista e a previdenciária, tenham condições de se concretizar. (OPINIÃO, página 2, 27 e 28 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

PORCO E MILHO - CARNE DE PORCO OM MILHO VERDE

Carne de porco com  milho verde: sabor rural que desperta memórias

    Mesmo com a garoa leve eu abro a janela do carro. Somos rurais, o campo nos encanta. Fomos criados numa terra onde a chuva é farta e a terra é forte, entre lavouras e criações. Tudo tem sua época: cada plantio, cada colheita, a engorda e o abate, tudo isto faz parte de nós. 
   O carro agora anda bem lentamente enquanto meu espírito se acalma diante da fartura dos milharais sem fim... O milho que nos sacia é o mesmo que serve os animais que se cria e, assim, do milho o porco se faz gordo.
   Saio correndo da escola, a garoa desce lentamente aumentando a sensação de frio. Vou meio correndo meio andando apressado, nos sapatos o barro vai pintando a sola de marrom avermelhado. Meio dia, abro o portão “esbaforido” , limpo rapidamente os sapatos no piso de cimento molhado; ali no chão misturados a essência da fatura. Água e terra formando um barro viscoso. 
   Abro a porta e quem me recebe é o cheiro delicioso da gordura de porco que frige lentamente na panela, misturado com o “bouquet” adocicado do milho verde. A manhã foi longa, as atividades intensas e a idade é a da maior fome, o estômago agora já cola nas costas. A voz da minha mãe soa suave: “Vá se lavar que já vou servir.” A mistura é perfeita e a cozinheira Divina.
   Porco com milho. 
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   CARNE DE PORCO COM MILHO VERDE

   INGREDIENTES
   2 kg de carne de porco com osso em cubos de 3 cm (espinhaço, costela, pescoço, etc); 6 espigas de milho verde cortadas em rodelas de 3 cm; 300 g de bacon picado; 2 cebolas picadas; 2 dentes de alho picados; 2 folhas de louro; suco de 1 limão; 4 colheres de banha de porco; Alecrim, salsinha e cebolinha. 

   MODO DE PREPARO
   Marine o porco com limão, sal, pimenta e alecrim por 2 horas; Em uma panela derreta a banha e frite o bacon; Deixe as rodelas de milho bem douradas; Adicione os pedaços de carne de porco e refogue até dourar bem; Coloque água até cobrir; adicione as folhas de louro e cozinhe em fogo baixo até que esteja macia e encorpado; Se necessário adicione mais água; Coloque o cheiro verde e sirva em seguida. (FONTE: página 3, coluna
LEMBRANÇAS COM ÁGUA NA BOCA – CHEF TAÍCO, caderno FOLHA 2, sexta-feira, 26 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 26 de maio de 2017

O DELICIOSO NHOQUE DA DISCÓRDIA

Nhoque de cabotiá: prato fica mais leve devido ao uso de uma variedade de abóbora menos calórica

   Versão do tradicional prato italiano, que substitui a batata por abóbora, ganhou os holofotes da mídia após polêmica envolvendo atriz e apresentadora de TV

   Uma receita inusitada de nhoque de abóbora acabou ganhando os holofotes do País na semana passada após a atriz Thaís Araújo se recusar a degustar a receita preparada pela apresentadora Ana Maria Braga no programa Mais Você , exibido pela Rede Globo. Polêmicas à parte, a versão “abrasileirada” do prato italiano tem arrancado elogios e pedido de bis de quem tem a oportunidade de prová-la e, ao contrário da artista, não tem restrições quanto à nossa famosa cabotiá. 
   Uma das receitas mais famosas do mundo, o nhoque foi criado na Itália ainda no século 17. De acordo com historiadores o prato seria criatividade das mammas italianas para contornar a escassez de ingredientes causada pela guerra que o País enfrentava. Com a crise financeira, as famílias mais pobres precisam dar um jeito de aproveitar o pão velho nas refeições diárias. Dessa forma, a massa do pão era modelada em cilindros e cortada em toquinhos, que depois eram cozidos em água ou em um caldo de vegetais e ossos de galinha. A batata foi a última a entrar na história, pois chegou à Europa apenas no século 18. Com o passar do tempo, até os ricos copiaram a ideia. 
Ao ganhar o mundo, o nhoque acabou ganhando versões menos tradicionais. É o caso da versão que no lugar da batata leva cabotiá, troca aprovada por nutricionistas que destacam que além de ser menos calórica a abóbora é mais rica em nutrientes. Culinaristas também salientam características positivas da abóbora no preparo de diversos pratos, entre eles, o nhoque. O fato dela virar um purê logo após assada é um deles. A dica, de acordo com especialistas, é usar a cabotiá assada ao invés de cozida devido à possibilidade de, durante o cozimento, a abóbora acabar ficando muito aguada por absorver líquidos. 
   Em média, a abóbora costuma demorar cerca de 40 a 50 minutos no forno até ficar assada a ponto de poder ser descascada facilmente. Para garantir um nhoque macio e leve, a abóbora mais indicada é a japonesa, também conhecida como cabotiá, que por ser mais seca retém pouca água, exigindo menos adição de farinha para obter uma massa firme e lisa. Outros ingredientes que podem ser usados na preparação do prato são fubá, fécula de batata, azeite de oliva e pimenta do reino. 

   NHOQUE DE ABÓBORA 
   INGREDIENTES
   1 kg de abóbora sergipana descascada, sem sementes e cortada em cubos médios; Sal a gosto; 1 gema; ½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado fino (50g); 1 xícara (chá rasa) de farinha de trigo (100g); Sal e pimenta-do-reino moída à gosto Molho de queijo parmesão; 2 xícaras (chá) de creme de leite (fresco) (500 ml); 1 ½ (chá) de queijo parmesão ralado no ralo fino (150 g); Alecrim picado e pimenta do reino a gosto. 

   NHOQUE
   Modo de preparo: 
   Numa assadeira untada com azeite coloque 1 kg de abóbora descascada, sem sementes e cortada em cubos médios, tempere com um pouco de sal e leve ao forno pré-aquecido a 250º C por 30 minutos ou até a abóbora ficar macia. Retire os cubos de abóboras do forno e amasse com uma colher. Depois transfira a abóbora amassada para um pano limpo e esprema o excesso de água (não precisa espremer demais), coloque numa tigela e deixe na geladeira para esfriar. Depois do purê esfriar junte 1 gema, ½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado no ralo fino., 1 xícara (chá rasa) de farinha de trigo, sal e pimenta do reino moída a gosto e misture bem até ficar uma massa lisa. Numa superfície lisa e polvilhada com farinha de trigo coloque um pouco de massa, polvilhe mais de farinha de trigo e delicadamente faça rolinhos com as mãos, polvilhando mais farinha de trigo se necessário. Corte os nhoques com uma faca ou espátula e reserve. Vá fazendo os rolinhos e cortando os nhoques com o restante da massa. Coloque os nhoques numa panela grande e com água fervente, quando subirem retire com uma escumadeira e coloque numa tigela com água fria. Depois escorra os nhoques numa peneira e vá arrumando numa assadeira com 1 fio de azeite e reserve. Há hora de servir mistures os nhoques cozidos no molho quente, deixe engrossar e sirva. 

   MOLHO
   Numa panela, em fogo médio, aqueça 2 xícaras (chá) de creme de leite fresco. Quando estiver quase fervendo junte 1 ½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado no ralo fino, alecrim picado e pimenta-do-reino moída a gosto e mexa sempre até encorpar um pouco. (*FONTE: anamariabraga.globo.com caderno FOLHA 2, página 3 COZINHA & SABOR, sexta-feira, 26 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

APRENDIZAGEM BASEADA EM JOGOS


   É consenso por parte dos educadores, de todas as disciplinas escolares, que um dos maiores desafios da atualidade é fazer com que o aluno encontre motivação e significado nos conteúdos abordados no colégio. Uma das possíveis soluções consiste em fazer com que o aluno deixe uma postura passiva e passe a desbravar soluções de problemas escolhidos segundo seus próprios interesses. Foi com isso em mente que o Colégio Sesi Internacional de Londrina, em clima de preparação para as eleições municipais, no 3º trimestre de 2016 se dedicou a fazer com que os educadores compreendessem a importância da política na vida deles. Não apenas a importância de escolher bem os candidatos em quem iriam votar, mas também o funcionamento do sistema político e o quanto pode ser difícil o processo de planejar, construir e gerenciar uma cidade que tem que enfrentar uma série de adversidades.
   A sequência didática, descrita a seguir, consistiu em um tema transversal a ser trabalhado em três disciplinas. Atualidades, Produção Textual e Ciências Aplicadas – as três lecionadas em Inglês, utilizando da concepção teórica da divisão de poderes, das atribuições das secretarias municipais, assim como dos princípios da eco sustentabilidade, para que, com isso, os alunos fossem capazes de, imitando uma prefeitura real, planejar, construir e gerenciar uma cidade eco sustentável utilizando o software Minecraft Education Edition. 
   A atividade teve início quando os alunos foram levados para a Câmara de Vereadores de Londrina, onde aprenderam sobre atribuições do Poder Legislativo. Em seguida, a classe foi dividida em equipes. Cada uma delas assumiu o papel de uma secretaria municipal, ficando responsável por tópicos como educação, transporte público, saúde e saneamento, entre outros, que foram trabalhados no ambiente virtual do Minecraft: Education Edition. 
   A escolha de trabalhar em um ambiente virtual surgiu devido às limitações que seriam impostas para a simulação de uma prefeitura, que tem de lidar com problemas de emergência, falta de falta de recursos disponíveis para a construção de elementos planejados, lentidão e falta de comunicação entre equipes. A vivência desses fatores ao longo da sequência didática foi evidenciada durante as avaliações mostrando como um jogo pode significar mais do que um aumento da motivação e engajamento dos alunos, mas também apontou problemas reais e, com isso, fez com que os alunos compreendessem o que é gestão pública desenvolvendo uma visão crítica mais consciente da realidade. 
   É a partir de metodologias de aprendizagem baseada em problemas que a escola reassume seu papel de ambiente de aprendizagem real à medida que os alunos se abrem para experiências concretas. Dessa forma, os jovens podem despertar para a curiosidade nas mais diversas áreas científicas. 
   Por conta desse e outros projetos aplicados no ano 2016, fui um dos dois professores brasileiros escolhidos pela Microsoft a participar do Evento E²[ Educator Exchange, ocorrido em Toronto, Canadá, de 21 a 23 de março de 2017. Lá pude ver o quanto é mundial a tendência de utilizar metodologias que transformem a sala de aula em um laboratório de interações humanas, sempre focados em um problema ou projeto, permitindo que os alunos assumam a função daqueles que buscam soluções de situações concretas e, assim, encontrem suas próprias vocações. 
   A tecnologia nesse contexto em um meio que permite auxiliá-los a resolver melhor esses dilemas: seja por meio de videoconferências com alunos de outros países, seja por meio de criação de blogs que promovam suas ideias para fora dos muros da escola, ou ainda por meio de plataformas de jogos digitais que os possibilite errar sem ter medo. A tecnologia educacional não veio para substituir os professores, mas para empoderar os alunos a fazer muito além daquilo que a escola lhes proporcionam, deixando o limite em suas mãos!. (RENATO AUGUSTO ZANDRINI, professor de Física, Estudos Tecnológicos e Atualidades para alunos do ensino médio no Colégio Sesi Internacional em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 9 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CRIANÇAS DESAPARECIDAS



   Uma criança desparece todos os dias no Paraná. A constatação preocupa e o alerta foi dado esta semana pela delegada-chefe do Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas), Iara Laurek Dechiche, em vista a Londrina para participar de uma reunião pública convocada pela Comissão de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes da Câmara de Vereadores. O Sicride é a única delegacia do Brasil criada para apurar o desaparecimento de crianças de zero a 12 anos incompletos. A unidade é uma mostra de que a investigação especializada e ações integradas podem resultar positivamente. A delegacia já solucionou os 37 casos oficializados neste ano. Atualmente, há 26 anos em investigação. Além da delegada, a equipe é composta por uma escrivã, 12 investigadores, duas psicólogas, um artista forense e dois estagiários. A delegada lembra que muitas ocorrências são solucionadas rapidamente e explica que é grande o número de situações motivadas por desentendimentos familiares, agressão e abuso sexual. O Sicrid foi implantado em 1995 para centralizar as investigações após uma série de desaparecimento de crianças registrados no sul do País. A equipe reuniu dados e identificou que uma quadrilha ligada ao tráfico de pessoas atuava na região. A investigação de crianças desaparecidas é tratada com urgência. Tanto que os pais ou responsáveis não precisam aguardar para registrar Boletim de Ocorrência. É necessário procurar a Guarda Municipal, a Polícia Militar ou a Polícia Civil. Mas nada funciona mais que os cuidados dos pais ou responsáveis. A prevenção é o ponto principal e é importante que os municípios e Estados mantenham permanentemente um trabalho do conscientização em escolhas e outras entidades sobre como as crianças e adolescentes devem evitar situações de risco. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 26 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 25 de maio de 2017

CLIMA TENSO EM BRASÍLIA


   O protesto organizado por centrais sindicais em Brasília, nesta quarta-feira (24), fechou com violência mais um capítulo da crise que atinge o governo do presidente Michel Temer, desde o vazamento do conteúdo da delação premiada do empresário Joesley Batista, na semana passada. Manifestantes depredaram ministérios e puseram fogo nas áreas em frente aos prédios públicos. Todos os prédios da Esplanada dos Ministérios foram evacuados e os funcionários retirados pelas saídas dos fundos. A capital do país parou. Houve confronto entre policiais e manifestantes e a tarde terminou com uma medida polêmica, o presidente convocando as Forças Armadas para Brasília. Foram mobilizados 1.500 homens, sendo 1.300 militares do Exército e 200 fuzileiros navais. A medida vai valer até 31 de maio para o Distrito Federal, mas o prazo pode ser prorrogado. O clima é tenso em Brasília desde a semana passada. A delação bombástica dos executivos da JBS envolvem políticos e o nome do presidente Temer aparece também. Protestos já aconteceram em várias cidades, mas as ações de ontem preocupam pelas demonstrações de vandalismo. A vida de manifestantes, servidores e policiais foram colocadas em risco. Sem falar nos danos causados ao patrimônio público, que representam alto custo para a sociedade – é o imposto pago pelos cidadãos que cobre esses exageros. Queimar pneus em frente aos ministérios e impedir que os servidores trabalhem não vai tirar do poder os políticos corruptos. As cenas de fumaça preta encobrindo Brasília também não ajudarão o país a encontrar o caminho da retomada do crescimento. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 25 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 24 de maio de 2017

PROJETO REALIZA DESEJOS NAS ESCOLAS

Aulas de fotografia no Colégio Estadual Professora Maria Maria Aguiar, em Curitiba (PR), foram conseguidas através do projeto "Quero na Escola", apoiado por dois institutos e uma fundação

   Plataforma digital ‘Quero na Escola’ faz a ponte entre as necessidades dos alunos de escolas públicas e profissionais voluntários que podem realiza-las

   Ana Paula de Carvalho é uma estudante de escola pública. Aos 18 anos, como qualquer jovem, gosta de ver vídeos em canais da internet. Um deles, chamou atenção da garota. “O vídeo falava de um projeto que achei muito interessante. Entrei no site para ver e já me cadastrei.” O projeto do qual ela se refere é o portal “Quero na Escola”, uma plataforma digital lançada no final de 2015 que faz a ponte entre estudante profissional para viabilizar a necessidade dessas crianças e adolescentes. “Escrevi que queria aulas de fotografia, de programação de computação, ioga e a implantação de uma horta na escola.” Pois bem, pedido feito, pedido realizado. Pouco menos de um mês, profissionais da área foram ao Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira, em Curitiba. “Foi um bate-papo e demonstração prática. Muitos alunos se interessaram e foram atrás de mais informações.”
   Com o slogan “Aprenda o que quiser - A grade curricular da escola não pode atender a todos os seus interesses, mas o mundo pode”, o projeto “Quero na Escola surge de forma a dar visibilidade ao protagonismo estudantil. E isso acontece de forma muito simples: os alunos dizem, com todas as letras que querem, ao mesmo tempo em que profissional que pode doar seu tempo e conhecimento se manifesta. Vale tudo. Aulas de fotografia, palestras sobre sexo, escrita criativa, aulas de jiu-jitsu, oficinas de artesanato, grafite. Esses são apenas alguns exemplos da manifestação de estudantes de escolas de todo Brasil que já participaram. Atualmente, há pedidos de 19 Estados e, em sete, atividades já foram realizadas, totalmente gratuitas. A plataforma tem apoio do Instituto Unibanco, Instituto Natura e Fundação SM. 
   A coordenadora Cinthia Rodrigues, que idealizou o portal com as jornalistas Luciana Alvarez, Luiza PécoraTatiana Klix, explica que, depois de um mapeamento das necessidades dos estudantes e das escolas públicas, perceberam que, por um lado, as crianças e os jovens têm interesses de aprendizagem além das disciplinas do currículo escolar, as escolas, pelo excesso de demandas, não conseguem prestar esse atendimento. “Por outro lado, há pessoas que gostariam de colaboram com a educação pública de forma voluntária, mas não sabem como.” A plataforma para pedidos e cadastro está disponível no endereço queronaescola.com.br. Já as iniciativas realizadas podem ser acessadas pelo blog .queronaescola.com.br com notícias sobre as atividades realizadas. 
   “Participai do Social Good Brasil Lab, um laboratório de inovação social que promove cursos de imersão em que a partir de um problema social , os participantes se aprofundam nos temas e depois propõem soluções práticas. Para tanto, entrevistei professores para saber as necessidades reais de suas escolas”, lembra Cinthia. A partir de então, o ponto de partida para a sistematização foram entrevistas com estudantes para saber o que queriam. “Na escuta deles, uma jovem disse, entre outras coisas, que queria aprender escrita criativa. Neste ponto, éramos quatro jornalistas e pensamos: “Poxa, isso a gente pode ajudar”. Aí nos tocamos que a sociedade não sabe o que cada um deles quer e como pode ajudar.”
Aula de breaking na Escola Estadual Maria Soares, em Itapevi (SP); desejo manifestado pelos alunos e realizado graças ao projeto
   ESCOLA PÚBLICA

   Ela explica que o site está aberto a qualquer estudante de escola pública, sem entrar no mérito de porque esse pedido e não outro. Os anseios são nomeados por eles de maneira livre. “Basta pedir”, diz. Depois, os pedidos são compartilhados nas redes sociais para receber a inscrição de propostas de voluntários (com dia que pode e quantas aulas/ encontros/ atividades gostaria de fazer). “Só então entramos em contato com a escola e dizemos ‘seu aluno tal quer isso e você tem o voluntário tal que pode entregar”. Fazemos assim porque pesquisamos. As escolas são sobrecarregadas e não conseguem pôr alguém para lidar com novos projetos, ter trabalho de gerenciar etc. Somos principalmente este facilitador, apresentamos escola e sociedade, mas também somos a ferramenta que permite a multiplicação das pessoas que conheçam o pedido, já que cada escola tem uma “página” no site”, detalha. 
Grafite na Escola Municipal Esmeralda Duarte da Silva, Severínea (SP): alunos sintonizados com a arte urbana
   Os voluntários que se manifestam, por sua vez, se sentem reconectados com seus propósitos, diz a coordenadora. “Não fazem isso por assistencialismo, mas porque curtem muito o tema que o aluno pediu (feminismo, racismo, programação, horta). São causas para estas pessoas e elas não sabiam que podia haver um adolescente querendo falar daquilo. Ao clicar no “li e aceito” do nosso site, o voluntário concorda com a lei do voluntariado. Isso é importante para não criar vínculo e tira essa trâmite das costas da escola.”
   A grande diferença entre o resultado de um estudante de escola particular e pública, conforme ela, é o seu contexto sociocultural e não a qualidade da escola em si. “O aluno da escola particular tem mais acesso a cultura, férias, teatro e pessoas que conversam sobre tudo. Por isso, achamos importante aumentar o número de pessoas que se conectam aos estudantes das escolas públicas. Essa conexão começa pessoalmente, na visita a escola, e continua se quiserem.” A coordenadora ainda lembra do viés importante da plataforma ao cumprir a constituição. “Educação é um dever do Estado, da família e da sociedade. Porém no mundo atual, vizinhos e comunidades fazem pouco e nem sabem por onde começar. Também qualificamos o debate sobre escola pública.”
   Alunos de escolas públicas que queiram fazer pedidos e profissionais que queiram se cadastrar no projeto podem se inscrever no site: queronaescola.com.br (MARIAN TRIGUEIROS – Reportagem Local, FOLHA CIDADANIA, terça-feira, 16 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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