SAÚDE




     LARANJA E MEXERICA


   Elas não compartilham apenas o fato de pertencer à família dos cítricos. Têm muito mais em comum. Pra começar, ostentam o mesmo valor calórico. E ambas são ricas em fibras solúveis. “Essas substâncias retardam o esvaziamento do estômago e colaboram para o funcionamento do intestino”, afirma a nutricionista Salucha Dainez , do Oba Hortifruti, em Campinas, no interior paulista. Isso significa que você se sente satisfeito por mais tempo – o que evita ataques de gulodice. 
“As fibras solúveis ainda desaceleram a absorção de glicose e colesterol, completa a especialista. Agora sejamos mais justos: a mexerica tem vantagem aí, já que apresenta aproximadamente três vezes mais fibras do que a laranja. E esse não é seu único ponto forte. Afinal, ela é mais abastecida de vitamina C, um antioxidante poderoso. Já no quesito potássio, mineral que ajuda a relaxar os vasos, é a laranja que sai na frente. Mas não precisa ficar em conflito. Por que não revezá-las no dia a dia? (Fonte: Revista Saúde, por THAÍS MANARINI - Janeiro/2016.


Fonte: Tabela BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS (TACO/UNICAMP)





  

COMO INVESTIGAR INTOLERÂNCIA À LACTOSE?



   Avaliação clínica é determinante no diagnóstico, mas exames indicam tratamento adequado e até se a carência é congênita.

   O primeiro sinal de intolerância à lactose será dado pelo nosso corpo. Se ao consumir leite ou derivados surgirem sintomas como distensão abdominal, desconforto, produção de gases e diarreia, é hora de procurar um profissional.
   Na consulta, o médico irá avaliar todos os sintomas e poderá solicitar exames para confirmar a intolerância e verificar se ela se estende a algum outro alimento.
   No caso da lactose, a endocrinologista Myrna Campagnoli explica que há três principais testes. O primeiro e o mais comum é o de intolerância, em que é administrada uma quantidade fixa de solução de lactose, via oral.
   O resultado é baseado na curva glicêmica após a ingestão. “O que é dosado é o açúcar no sangue. Através disso, conseguimos mensurar o quanto essa lactose é absorvida no organismo”, completa.
   O segundo teste é o do hidrogênio expirado. Também é administrada a mesma solução de lactose e em seguida o paciente irá “assoprar” em um aparelho que irá calcular a quantidade de hidrogênio presente. “Isso indica o quanto dessa lactose é metabolizada dentro do organismo e com isso vamos mensurando a presença ou não de uma intolerância”, aponta.
   O terceiro, trata-se de um exame genético que pode ser feito pela coleta de sangue ou uma amostra de saliva. Ele irá apontar a presença de mutações e alterações genéticas que demonstram a intolerância ou não. “Esse, sem dúvida, é o mais específico, pois verifica a condição genética e a hereditária também”, diz Myrna, que atua no Laboratório Frischmann Aisengart, em Curitiba. Além da intolerância congênita, o exame permite a intensificação sem interferência de dietas. Medicamentos ou comorbidades ( doenças associadas), além do grau preciso de intolerância e se é congênita.
   Para a endocrinologista, o diagnóstico preciso é importante para início do tratamento, uma vez que a intolerância à lactose tem acometido grande parte da população. Estima-se que no País cerca de 60% da população algum grau desta deficiência.
“Já existem estudos mostrando que a intolerância à lactose será uma condição que a maioria das pessoas vai acabar por desenvolver, pois temos sofrido alterações muito grandes na flora intestinal”, comenta.

   NÃO É DOENÇA

   A intolerância à lactose não é uma doença. De forma geral, ou seja, para qualquer alimento, é considerada uma condição do organismo em que se perde a capacidade de digerir ou metabolizar determinadas substâncias.
   No caso da lactose, a pessoa não consegue digerir produtos lácteos porque não produz a enzima lactase ou então produz em quantidade insuficiente. Essa enzima é produzida pelas células da mucosa do intestino delgado.
   A lactose é um açúcar existente no leite e seus derivados. Ela é uma molécula grande e depende da lactase para ser quebrada em moléculas menores, possibilitando que o organismo as absorve. “ A intolerância à lactose é pouco transmissível, então ela não passa dos pais para os filhos, pelo menos não em grande frequência. No entanto, ela pode surgir em qualquer idade”, afirma a endocrinologista.
   Ainda de acordo com Myrna, os hábitos alimentares da população pode ser uma das justificativas. Ela explica que alguns aditivos são colocados no leite ou derivados, a fim de estender a validade dos produtos. “Há estudos que apontam o uso indiscriminado de antibióticos, tanto para o crescimento de alguns grupos de vegetais quanto animais, sem contar ainda, o uso indiscriminado desses medicamentos entre a população”, cita ela, salientando que essa prática acaba influenciando na capacidade produtiva das bactérias intestinais.
   No entanto, uma vez que a pessoa é intolerante à lactose, não significa que ela será para sempre intolerante. “Em alguns casos de bebês, por exemplo, uma justificativa pode ser apenas uma imaturidade do organismo. É lógico que vale a investigação, mas em muitas situações basta uma retirada temporária até o organismo amadurecer e começar a produzir as enzimas de forma adequada”, conclui.

   QUALIDADE DE VIDA EM QUESTÃO

   A endocrinologista Myrna Campagnoli ressalta que a intolerância à lactose não traz um risco para a saúde, a título de ocasionar uma doença mais grave. O grande problema, segundo ela, é o comprometimento da qualidade de vida.
   A intolerância pode ser primária, que é a mais comum na população e tende a surgir à medida que a idade avança; ou a secundária, que é uma condição temporária e também adquirida no decorrer da vida, porém, geralmente associada a doenças digestivas e até cirurgias de remoção de parte do intestino.
   No entanto, ela também pode ser congênita, sendo o tipo mais raro. Além disso, há diferentes graus, que podem ser classificadas como leve, moderado e severo. Considerando os quadros leve e moderado, os pacientes em geral tem a opção de consumir a lactase em forma de medicamentos, assim como recompositores de flora intestinal.
   “Entretanto, aqueles que têm intolerância de moderada a grave, a lactase não tem um bom desempenho, até porque demandaria uma dose muito alta. O ideal mesmo é que a ingestão da lactose seja restringida para evitar os sintomas”, diz.
   Sendo assim, a pessoa que tem um grau severo precisa aprender a ler a bula e o rótulo dos produtos, antes de consumi-los. Uma tarefa que pode ser bem difícil no começo, como conta Aline Simões Francisco, que aos 32 anos descobriu que é intolerante à lactose.
   Ela não pode sequer consumir alimentos que tiveram o mínimo de contato com o leite ou derivados. “Tudo o que você imagina, tem leite. Eu perdi mais de 20 quilos e precisei de um acompanhamento nutricional para suprir a falta de cálcio”, diz ela, que teve o diagnóstico há seis meses, através do exame de intolerância.
   Formada em Gastronomia, Aline conta que desde a infância consumiu muito leite, mas há cerca de um ano e meio começou a sentir sintomas. Na viagem de férias do ano passado teve uma crise de diarreia, o que considerou ser uma virose ou intoxicação alimentar.
   De volta a Londrina desconfiou do leite e restringiu o uso por alguns dias. Com o passar do tempo voltou a consumir e novamente passou mal. “Sentia um mal-estar, diarreia, estufamento do abdômen, gases, cólicas e até tontura”, diz ela, que até para fazer o exame com composto de lactose teve uma crise”. “Cheguei a ser internada”, completa.
   Hoje, Aline ainda está se acostumando com a nova rotina alimentar e para ajudar participa de grupos de intolerância à lactose pela internet. “Fiquei um tempo desestimulada porque sentia falta de muitas coisas. Agora, aceitei essa condição, busco novas receitas e recorro a produtos sem lactose e que são fontes ricas de cálcio. Vou me acostumando”, diz. (M.O.)

   NO PRATO, ALIMENTOS RICOS EM CÁLCIO

   A nutricionista clínica e funcional, Tatiana Gois, diz que quem é intolerante à lactose precisa substituir o cálcio dos produtos lácteos por outros alimentos, garantindo um bom funcionamento do organismo.
   “A gente pensa que só o leite tem cálcio e não é verdade. Existem outros alimentos, que de uma forma nosso corpo até absorve melhor que o leite. Por exemplo, os vegetais verde-escuros, como brócolis, espinafre, rúcula, agrião e temperos como salsinha e manjericão”, aponta.
   Também no topo de alimentos ricos em cálcio estão a sardinha, que pode ser consumida grelhada, assada ou em forma de patê, o gergelim, a aveia, grão de bico, semente de chia, linhaça, nozes e castanha do pará.
   Ela ressalta ainda que há alimentos que aumentam a excreção de cálcio. Por exemplo, os refrigerantes à base de cola. “O ideal é evitar o consumo ao mesmo tempo, porque senão a pessoa vai perder esse cálcio que está sendo comido”, diz.
   Em relação à soja , especialmente o leite, ela descarta a recomendação. “A soja não é uma boa fonte de cálcio. A não ser que seja um leite enriquecido com cálcio, mas acho que a melhor opção para os intolerantes à lactose são os leites vegetais, como o de aveia e de amêndoas”, conclui. (M.O.)

   INTOLERÂNCIA É DIFERENTE DE ALERGIA

   É comum haver dúvidas entre alergia e intolerância alimentar. Mas a endocrinologista Myrna Campagnoli deixa claro que a alergia é um quadro sistêmico, em que o organismo acaba produzindo substâncias-imunoglobulinas e histamina – contra uma proteína que não é dela.
   “Esse quadro irá provocar, além das alterações gastrointestinais, alergias cutânea, respiratórias ou até quadros graves de choque anafilático. É uma situação muito grave”, sustenta.
   No caso da alergia, o tratamento inclui os antialérgicos, mas também a retirada total daquela proteína. Segundo a especialista, quem tem alergia não consegue usar nada, pois qualquer quantidade irá provocar o quadro alérgico.
   “Por isso, não existe alergia à lactose. Quando há um quadro de alergia relacionado ao leite, é à proteína dele”, afirma. (M.O.) (MICAELA ORIKASA – Reportagem Local, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

                                       
     

ESTUDANTE DESENVOLVE CÁPSULA QUE LIBERA ENZIMA 
LACTASE
Aluna do ensino médio em Londrina, faz pesquisa para tornar o consumo de leite viável e acessível entre intolerantes à lactose

   Um primeiro grande passo. Assim pode ser definido um projeto de iniciação científica em que a aluna Maria Vitória Valoto, de 15 anos, vem empenhando estudo e esforço desde maio do ano passado.
   O gosto pela pesquisa e a rotina alimentar do pai, que tem intolerância à lactose, despertou na jovem o desejo de fazer algo que pudesse ajudar milhares de pessoas.
  “Hoje temos muitas alternativas no mercado para quem é intolerante (à lactose), mas são todos produtos caros. Eu queria desenvolver uma alternativa mais barata.
   Comecei a pensar e buscar na literatura um método que pudesse imobilizar a enzina lactase, através de uma microcápsula adicionada ao leite comum”, explica.
   A estudante explica que o método poderá substituir, por exemplo, a enzima líquida que já é bastante utilizada. ‘Ao ser adicionada ao leite, ela não dissolve, mas libera a enzima, funcionando em um sistema de chave-de-fechadura’. Ela divide a molécula da lactose em glicose e galactose na hora do consumo tem o mesmo efeito de uma pessoa que não é intolerante e toma o leite”, observa.
   Ela ainda afirma que as cápsulas ainda saõ reutilizáveis , podendo ser higienizadas e armazenadas na geladeira. “A princípio, ela pode ser utilizada durante sete dias, uma vez por dia”, diz.
   O preço médio para o mercado, sem lucro, é de R$ 0,01 segundo a jovem pesquisadora. “ A ideia é desenvolver sachês com 50 cápsulas cada. Todos terá condições de pagar e esse é o grande objetivo do projeto. Por isso, se der certo, gostaria de patenteá-lo para não perder o foco do baixo custo”, ressalta.
 Maria Vitória é aluna do segundo ano do ensino médio do Colégio Interativa, em Londrina. O projeto ainda está em estudo e ainda não há testes realizados em pacientes. “Esse, na verdade, será o primeiro passo”, completa.

   ORIENTAÇÃO

   Para a pesquisa bibliográfica e desenvolvimento do projeto, Maria Vitória conta com o orientador Fabio Luiz Ferreira Bruschi, professor de Biologia e membro do programa de iniciação científica do Colégio Interativa.
   Para a parte prática, ela conta com a orientação do professor Raul Jorge Hernan Castro Gómez, da Unopar.
   Bruschi conta que o programa contempla alunos do 6º ao 9º ano, mas no ensino médio os alunos que se identificaram com a pesquisa podem participar voluntariamente.
   “A Maria Vitória participou de todo processo e no ensino médio focou no tema de lactose. Entrei em contato com a Unopar, pois no mestrado de Tecnologia do Leite tem uma linha de trabalho sobre intolerância à lactose”, diz.
   Segundo Bruschi, muito já se avançou e agora é preciso lapidar o projeto.
   Para a estudante, o retorno no que diz respeito ao reconhecimento do projeto já é bastante motivador. No final do segundo ano passado, ela conquistou o terceiro lugar na área de bioquímica e química, na feira Mostratec, no Rio Grande do Sul.
   A premiação garantiu uma vaga na Feira Ciência Jovem, que acontecerá em Olinda (recife), em setembro. Além disso, no mês que vem, Maria vitória participará como finalista na Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), na USP, em são Paulo.
   “A curiosidade vem desde pequena e acho que foi algo que foi acontecendo naturalmente. As feiras me motivam e têm me ajudado a descobrir o que realmente quero da vida, de profissão”, resume ela, que já tem uma certeza em relação ao futuro. “Me dedicar a área de biológicas, especialmente no que se refere à pesquisa”, conta. ( MICAELA ORIKASA – Reportagem Local, página 10, FOLHA SAÚDE,  segunda-feira,  8 de fevereiro de 2016,  publicação do jornal FOLHA DE 
LONDRINA).
                                  

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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