quarta-feira, 30 de novembro de 2016

OS JOVENS E SEU LUGAR NO CAMPO

"Pretendo fazer um curso técnico especializado e ajudar minha família. Lá temos estrutura para evoluir", diz  Luís Fernando dos Santos Marques com a certeza de que no campo está seu futuro

   Visando a sucessão familiar. Programa Jovem Agricultor Aprendiz prepara adolescentes do meio rural para a administração das propriedades

   Levar uma empresa familiar para as gerações futuras de forma eficiente e rentável é um trabalho que exige muita dedicação por parte dos pais e, claro, dos filhos. No campo, essa realidade também é latente e no caso da agricultura familiar, bem desafiadora. Aquele pedaço de terra – mesmo pequeno – gera renda e tem impacto nos números do agronegócio nacional e da produção de alimentos. De fato, a sucessão familiar no meio rural precisa ser discutida. 
   De acordo com números compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), referentes ao Censo 2010, são 210,5 mil jovens em áreas rurais, em 311 municípios do Estado. Do total, 84% são responsáveis pela produção ou são trabalhadores familiares que residem no campo. Outros são assalariados, mesclando a vida na propriedade com um emprego na cidade. 
   O Paraná busca atualmente debater o tema de forma mais objetiva. Neste mês, por exemplo, foi realizado o Seminário Sucessão Familiar Rural, promovido pela Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), Emater e Assessoria Especial de Juventude (AEJ). O evento é resultado dos estudos realizados sobre a evasão de jovens no meio rural pelo grupo de trabalho criado pelo governo do Paraná, por meio do Decreto 1182, publicado em Abril de 2015.
   Enquanto as políticas públicas não ganham a eficiência necessária para manter estes jovens no campo, alguns projetos mostram resultados bem importantes. Um deles, sem dúvida, é o Programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA), criado em 2005 pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR). 
   Atualmente, são 170  turmas com adolescentes de 14 a 18 anos distribuídas por todo o Estado, com 80 instrutores/professores cadastrados. Com uma carga horária de 144 horas, eles aprendem no contraturno escolar conteúdos que vão prepará-los para a vida na propriedade, desde temas como meio ambiente, cidadania e sucessão familiar, até assuntos específicos, como pecuária, plantio, colheita e até diagnóstico da propriedade. Depois, para aqueles jovens que desejarem, existe um novo módulo, agora mais aprofundado, com temas como bovinocultura leiteira, mecanização, fruticultura, olericultura, piscicultura, entre outros. 
   A coordenadora e idealizadora do JAA, Regiane Hornung, relata que o grande desafio foi criar um programa direcionado a esse jovem da zona rural, que muitas vezes busca evadir do campo devido a falta de informação sobre as próprias atividades que ele está inserido. “O resultado é uma maior conscientização do jovem sobre o que é o campo. Eles deixam de se sentir filhos de produtores e passam a se olhar como produtores. 
   Muitos têm a falsa ideia que deixando o campo e vindo para Curitiba, terão uma vida melhor”. 
   São diversos depoimentos, alguns que estão inclusive nesta edição da FOLHA RURAL, que mostram a transformação da mentalidade após o JAA. “Eles se sentem preparados, muitos se tornam agrônomos, veterinários e zootecnistas para ajudar os pais. Não temos um estudo estatístico dessas transformações, mas são muitos casos, inclusive dos instrutores criando vínculos fortes com eles”.
   Para o futuro, um dos desafios, segundo Regiane, está na capacitação dos instrutores para que eles levem um conteúdo programático mais atrativo aos alunos. “Lidar com os jovens está cada vez mais complicado. Muitos estão sem motivação para o futuro. Não adianta levar conteúdos sem trabalhar o lado humano da pessoa e da família”, complementa. 

   SEM ABANDONAR AS ORIGENS 
Motivado pelo curso, Alan Cecílio de Paula quer fazer o  caminho contrário ao dos pais que deixaram a zona rural em busca de mais renda na cidade
   Tamarana é uma cidade que boa parte da população ainda tem um vínculo forte com a agricultura familiar. E é neste cenário, no Colégio Estadual Professora Maria Cintra de Alcântara, que aproximadamente 30 alunos tiveram contato pela primeira vez este ano com curso do JAA e começam a enxergar um futuro melhor, sem abandonar suas origens. 
   O professor de química e física do colégio e também agricultor no distrito de Lerroville, Rogério Rodrigues foi quem teve a ideia de levar o programa até a cidade. Segundo ele, a maioria dos alunos reside na zona rural e, ao saber que o curso trabalhava a gestão da propriedade, resolveu fomentar as atividades no contraturno escolar. “Tivemos inclusive uma lista de espera dos alunos querendo participar”, explica. 
   Segundo ele, boa parte dos alunos percebeu que a propriedade pode ser rentável no futuro, onde é possível tirar um salário digno e continuar na propriedade, com qualidade de vida. “Tivemos inclusive uma aluna que fez o curso, prestou vestibular em agronomia, passou, e quer continuar os estudos nas ciências agrárias. Muitos pais, inclusive, demonstram a importância desse trabalho para os filhos”. 
   Uma das pedagogas da escola, Inês Moretão da Cunha, relata que a metodologia utilizada pelo Senar, associando teoria e prática, atraiu os alunos para o trabalho. “Muitos já têm usado as técnicas agrícolas no dia a dia e influenciado a família”. Já a pedagoga Michele Ramires comenta a importância do JAA, num momentos em que os agricultores se sentem desincentivados a continuar na lida do campo. “Essas famílias fazem parte do agronegócio e precisam de motivação”, relata. 
   Alan Cecílio de Paula. De 16 anos, viu seus pais deixarem a zona rural por terem encontrado empregos de melhor rentabilidade na cidade. O pai se tornou motorista e a mãe costureira. “Agora, depois do JAA, eles me dão todo apoio para que eu retorne ao campo. Durante o curso, aprendi sobre o trabalho de zootecnista e é esta carreira que pretendo seguir, quem sabe.”
   Já Luuís Fernando dos Santos Marques, também de 16 anos, mora com a mãe, o padrasto e dois irmãos numa área de 23 hectares , voltadas para a produção de milho e soja. Ele diz que o curso foi uma oportunidade muito grande de adquirir conhecimento e melhorar a propriedade onde residem. “Lá em casa, temos muitos problemas de erosão e durante o curso vimos muitas maneiras de acabar com isso. Também aprendi sobre o tratamento de sementes , o qual não tinha conhecimento nenhum”. 
   Agora, quando olha para o futuro, Luís tem plena certeza que pretende continuar na propriedade. “Tinha essa dúvida, mas agora não tenho mais. Pretendo fazer um curso técnico especializado a ajudar minha família. Lá temos estrutura para evoluir. Temos terra e água em abundância, inclusive podemos implementar novas tecnologias e diversificar a cultura, deixar de plantar apenas soja e quem sabe apostar nas hortaliças. Vi que o curso do JAA mudou a cabeça de muitos que estavam em minha volta”. (V.L). 

   ‘QUERO LEVAR O QUE APRENDI PARA NOSSA PROPRIEDADE’
Estimulado pelo Jovem Agricultor  Aprendiz, Lukas Reghin está cursando agronomia na UEL, envolvido em outros projetos da universidade visando à profissionalização da propriedade da família
   De Congonhinhas para curso de agronomia na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O impacto do Programa Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) na vida de Lukas Dal Santos Reghin é bem claro. Hoje, com a “cabeça bem mais aberta”, ele busca ampliar seus conhecimentos, para no futuro retornar à propriedade dos pais e tios e, quem sabe, dar um “boom” técnico e de rentabilidade na área, hoje focada em fruticultura, alho e cebola. 
   O rapaz de 19 anos relata que seus pais sempre o deixaram escolher o caminho do estudo ou ficar na propriedade. Em 2014, quando cursava a terceira série do Ensino Médio em Congonhinhas, teve contato com o JAA e resolveu fazer junto com os amigos e um primo. “Fiz o curso de 144 horas e depois me dediquei ao módulo de olericultura. Foi quase um ano de curso que abriu completamente minha visão. Decidi o que buscaria para meu futuro”. 
   Com os conhecimentos adquiridos, começou a utilizá-los na propriedade. Aprendeu por exemplo, a fazer armadilhas para a mosca branca da fruta, praga que estava atacando as ameixas na área. “Aprendi a fazer um melaço dentro da garrafa pet que servia como isca para o inseto. Foi um manejo trabalhoso, mas que ajudou a cortar gastos, Com outros conhecimentos, percebi que meu pai, apesar de toda bagagem como produtor, estava dando murro em ponta de faca em algumas situações”.
    Ainda em 2014, Lukas tentou ingressar na universidade, mas não passou. No ano seguinte fez cursinho em Londrina e acabou passando nas universidades estaduais de Londrina, Maringá e do Norte do Paraná (UEL, UEM e Uenp), em Bandeirantes. “Escolhi a UEL e já querendo mais. Tentei o processo seletivo da empresa júnior do curso, chamada Consoagro, que presta consultoria em olericultura, adubação e correção de solos, viveiros e estufas, CAR, controle de pragas e doenças e coloca os alunos desde o primeiro ano para as atividades práticas. Hoje faço parte do jurídico financeiro da empresa”, relata ele. 
   Para o futuro, o jovem produtor diz que vai levar os seus conhecimentos adquiridos para a propriedade da família, para ajudar o “pai a crescer” e divulgar os produtos colhidos de forma mais profissionalizada. “Plantamos, colhemos, mas hoje não damos o acabamento final ao produto como deve ser. Metade da nossa produção ainda passa pela mão de atravessadores, o que nos faz perder dinheiro. Quero extinguir esse formato de comercialização, esse é o meu pensamento”, conclui. (V.L.)

QUANDO O 'QUINTAL DE CASA' SE TORNA UMA EMPRESA
   Existem diversos fatores estudados que podem fomentar os jovens a sair do meio rural. A professora sênior da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Marly Teresinha Pereira, é especialista em agricultura familiar e aponta, em entrevista à FOLHA, alguns cenários que esse nicho de população tem enfrentado.
   O primeiro citado por ela, é o fechamento de boa parte das escolas da zona rural, principalmente no estado de São Paulo. Outro ponto é que no momento da sucessão familiar, após a morte dos pais, a terra acaba sendo dividida entre os filhos que, com uma área menor, possuem dificuldade de gerar uma boa renda para a sobrevivência. "Muitos pais ainda incentivam os filhos a procurar uma nova área de atuação longe da propriedade.
   A professora Marly relata ainda que existem algumas políticas públicas para fomentar a permanência do jovem no campo, como o Pronaf  Jovem, mas que acabam "não saindo papel". "Precisamos divulgar esse tipo de ação além, claro, de ter uma assistência técnica  e extensão rural eficientes para atendê-los.
   Lidiane Barbosa Braga é instrutora do Senar-PR e há oito anos ministra aulas no JAA em cidades do Norte Pioneiro. Ela relata que muitas vezes os pais, que fazem uma "agricultura atrasada" , incentivam os filhos a deixar a propriedade. "No decorrer do curso eles entendem  que o agronegócio é importante para o Brasil , conhecem outras alternativas, informações e acabam se encantando".
   Com visitas técnicas frequentes e conteúdos direcionados em sala de aula, segundo a engenheira agrônoma, é que os alunos percebem a importância da gestão da propriedade e enxergam-na como uma empresa rural. "Quem está no Ensino Fundamental acaba pensando em estudar no colégio agrícola.  E quem está no Ensino Médio, quer ir para a Faculdade", complementa. (V,L.) 
(VICTOR LOPES – REPORTAGEM LOCAL, páginas 4, 5 e 6, caderno FOLHA RURAL, 26 e 27 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 29 de novembro de 2016

CONCORDÂNCIA NOMINAL


   Em gramática, chamamos de concordância a relação que há entre as palavras de um texto, de modo que, quando uma é modificada, outras também têm que sofrer alguma mudança. 
   Só para exemplificar, pense em uma frase simples, como “A menina é bonita”. Se passamos a palavra “menina” para o plural todas as outras três palavras da frase também devem ir para o plural, pois concordam com esse substantivo. “As meninas são bonitas”. 
   No exemplo citado acima, aliás, podemos encontrar os dois tipos de concordância estudados no português: verbal (o verbo “é” foi para o plural para concordar com o sujeito, menina”). 
   A regra geral de concordância nominal é bastante simples e conhecida por qualquer falante da língua. . Dificilmente alguém não perceberia o erro de se dizer “a meninas” ou “meninas bonita”. Entretanto, há alguns casos especiais que merecem atenção, pois podem causar confusão. 
1 – As palavras “anexo”, “obrigado”, “mesmo”, “próprio”, “incluso” e “quite” sempre concordam com o substantivo ao qual se referem em gênero e número:
   Seguem ANEXAS as fotos do evento. 
   Muito OBRIGADAS! –disseram as meninas.
   Ela MESMA fez o trabalho. 
   Eles PRÓPRIOS assinaram o pedido. 
   Observe as instruções INCLUSAS na caixa. 
   Depois de tudo, marido e mulher estão QUITES.
   2- A palavra “possível”, quando usada em expressões como “o mais possível”, “o melhor possível”, etc., concorda com o artigo inicial: 
   Preciso de sapatos O mais barato POSSÍVEL. ( ou OS mais baratos POSSÍVEIS). 
   Nossa empresa deseja funcionários O mais competentes POSSÍVEL. (ou OS mais competentes POSSÍVEIS). 
   As expressões “é bom”, “é proibido” “ é necessário”, “é obrigatório”, etc. ficam invariáveis (no masculino singular) quando se referem a algo de maneira genérica. Mas, se estiverem se referindo a algo especificado com um determinante, como um artigo, fazem a concordância em gênero e número:
   É PROIBIDO entrada de animais ( ou É PROIBIDA a entrada de animais). 
   Cenoura É BOM para a saúde ( ou essa cenoura orgânica É BOA para a saúde). 
   Para embarcar, É OBRIGATÓRIO documentos de identificação ( ou SÃO OBRIGATÓRIOS os documentos de identificação). 
   4 – As palavras “bastante”, “meio”, “pouco”, “muito”, “caro”, “barato”, “longe”, “alto”, “baixo” etc. podem funcionar como advérbios, ou como adjetivos (quando se referem a um substantivo), concordando com o nome ao qual se referem: 
   Eu trabalhei BASTANTE e recebi BASTANTES elogios. 
   Elas ficaram MEIO cansadas, pois correram a MEIA maratona).
   Esses ternos custam CARO, mas aquela camisa é BARATA. 
   5 – A palavra “MENOS” é sempre um advérbio. Isso significa que é sempre invariável, ou seja, “MENAS” não existe!

E você, tem algum outro caso de concordância em que tem dúvidas? Mande para nosso e-mail. 
(FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. * Encaminha as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com, FOLHA CIDADANIA, página 4, caderno FOLHA 2. Devido às férias escolares, a Folha Cidadania deixa de circular a partir desta data e voltará a ser publicada em março de 2017, terça-feira. 29 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

PIB PARANAENSE PERDE PARTICIPAÇÃO NACIONAL


   O Paraná deixou de ser a quarta maior economia do Brasil. O posto foi perdido para o Rio Grande do Sul, que passou o Paraná na participação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014. A informação foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme a pesquisa Contas Regionais, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná atendem por 64,9% do PIB brasileiro de 2014. Apenas São Paulo é responsável por 32,2% de toda a riqueza nacional, enquanto o Rio de Janeiro ficou com 11,6%, Minas Gerais, 8,9%, Rio Grande do Sul, 6,2% e Paraná, 6%. É importante ressaltar a análise dos especialistas do IBGE apontando que embora esses cinco estados concentrem quase dois terços da atividade econômica brasileira, as regiões Sul e Sudeste vêm perdendo participação. Segundo o IBGE, além do Sudeste e do Sul, houve queda na participação do PIB também na região Norte. Por outro lado, houve aumento no PIB do Nordeste e do Centro-Oeste. Ainda conforme o estudo, os estados que apresentaram maior queda foram Paraná ( - 1,5%) e São Paulo ( -1,4%). Minas Gerais também apresentou queda ) -0,7%) e Rio Grande do Sul ( - 0,3%). Quem comemorou melhoria na participação foram Tocantins (6,2%) , Piauí (5,3%), Alagoas (4,8%), Acre e Mato Grosso (ambos com 4,4%). O PIB brasileiro em 2014 foi de R$ 5,78 trilhões. São Paulo somou R$ 1,86 trilhão; Rio de Janeiro, R$ 671,08 bilhões; Minas Gerais, R$ 516,63 bilhões; Rio Grande do Sul, R$ 357,82 bilhões e Paraná, R$ 348,08 bilhões. O Paraná sempre ocupou a quinta colocação entre os estados mais ricos do Brasil, atrás do Rio Grande do Sul. Em 2013, isso mudou devido a um ano de safra agrícola ruim para os gaúchos. Influenciaram nos resultados de 2014, para o Paraná, a estiagem e a retração da indústria. Mas lideranças ouvidas pela FOLHA estão otimistas e acreditam que a economia paranaense tem chance de crescer a ponto de se aproximar mais do PIB do Rio Grande do Sul. Mas para que isso aconteça, é preciso realmente pensar em uma forte política de industrialização. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 29 de novembro de 2016 publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PARTICIPAÇÃO DE LONDRINA NO ICMS


   O Município de Londrina terá, no ano que vem, a quarta maior fatia de repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado, em valores absolutos. Mas isso não significa uma ótima notícia para a segunda maior cidade paranaense Quando analisado o montante per capita, Londrina fica na 19ª posição entre os 20 municípios paranaenses mais populosos. Isso de deve à baixa industrialização da cidade, em comparação com outras localidades. O recolhimento do ICMS é feito pelo governo estadual, que repassa 25% do total para os municípios. Essa receita é importante para as prefeituras porque representa recursos livres, sem vinculação de aplicação, ou seja, o gestor pode decidir onde pretende aplicar. No ano que vem, os municípios dividirão R$ 6,9 bilhões do ICMS, segundo o Tribunal de Contas (TC) do Estado. O valor total será 5,64% maior que o de 2016. Do total, Curitiba fica com a maior parcela: R$ 803,7 milhões. Em seguida vem Araucária, com 460,5 milhões; São José dos Pinhais, com R$ 354,9 milhões; e Londrina, com R$ 189, 2 milhões. As 20 maiores cidades dividirão 47% do valor e as outras 379 cidades ficarão com os outros 53% (R$ 3,22 milhões). Pelo cálculo do TC, serão repassados R$ 341, 89 para cada morador de Londrina. Araucária, com 135.469 habitantes, receberá o equivalente a quase R$ 3,4 mil por habitante, o maior repasse do Paraná. Em entrevista à Folha de Londrina desta segunda-feira (28), o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, lembra que essa fatia do ICMS para Londrina é consequência de uma escolha da cidade. Décadas atrás, pela não industrialização. Isso fez com que as indústrias se instalassem nas cidades vizinhas e Londrina acabasse priorizando a vocação de prestação de serviços. Mas é preciso que a população e os dirigentes voltem a discutir mais tendências. A criação dos parques industriais e a aprovação das zonas industriais são passos importantes que já estão em andamento. Não é apenas o poder público que pode reverter essa situação e melhorar a participação de Londrina no ICMS. A população também deve fazer a parte dela exigindo a emissão de notas fiscais, que ajuda a garantir para o município mais repasses. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 28 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DESPERDÍCIO NABABESCO



   É NABABESCO o desperdício de exames no Brasil. No consultório, canso de ouvir a frase: “Doutor, já que vou colher sangue, pede todos os exames, tenho plano de saúde”. Nos atendimentos na Penitenciária Feminina de São Paulo, a mesma solicitação, com a justificativa: “Tenho direito, é o SUS que paga”.
   Fico impressionado com o número de exames inúteis que os pacientes trazem nas consultas. Chegam com sacolas abarrotadas de radiologias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas e uma infinidade de provas laboratoriais que pouco ou nada contribuíram para ajudá-los. 
   Num dos grandes laboratórios da cidade, mais de 90% dos resultados caem dentro da faixa de normalidade. Numa das operadoras da Saúde Suplementar, pelo menos um terço das imagens realizadas junta pós nas prateleiras, sem que ninguém se dê ao trabalho de retirá-las.
    São múltiplas as causas dessas distorções. Nas consultas-relâmpagos em ambulatórios do serviço público e dos convênios, os médicos se defendem pedindo exames que poderiam ser evitados caso dispusessem de mais tempo para ouvir as queixas, o histórico da doença w examinar os pacientes. 
   Para solicitar ultrassom ou tomografia para alguém que se queixa de dores abdominais, basta preencher o pedido. Dá menos trabalho do que avaliar as características e a intensidade da dor, os fatores de melhora e piora, e palpar o abdômen com atenção. 
   Como regra, o paciente sai da consulta confiante de que as imagens revelarão o que se passa no interior de seu organismo com muito mais precisão do que o médico seria capaz de fazê-lo. 
   O problema é que muitas vezes o exame será marcado para semanas ou meses mais tarde, porque os serviços de imagens ficam sobrecarregados com o excesso de demanda. A demora prejudicará sobretudo aqueles em que há urgência para chegar ao diagnóstico, deixados para trás pela enxurrada de pedidos desnecessários. 
   As operadoras de saúde, que hoje se queixam da infinidade de exames subsidiários que encarecem as consultas a pagar, esquecem que até há pouco faziam comerciais na TV que mostravam resgastes por helicóptero e exibiam aparelhos de ressonância para convencer os usuários de que ofereciam serviços de qualidade. 
   Nós, médicos, colaboramos decisivamente para aumentar o custo da medicina: é de nossos receituários que partem as solicitações. Fazemos a vontade dos que nos pedem “todos os exames”, pedimos provas laboratoriais sem pensar na relevância para o caso e nos damos ao luxo de solicitar exames e prescrever medicamentos sem ter noção de quanto custam. 
   Nas faculdades de medicina ninguém fala de dinheiro. Os estudantes não recebem noções elementares de economia e o preço dos tratamentos é ignorado como se vivêssemos em outro planeta. 
   Nos hospitais-escola, o descompromisso com a realidade econômica é universal. Com o argumento de que os internos e residentes precisam aprender, ficam justificadas as imagens mais exóticas e a repetição diária de dosagens de íons, provas de função renal e hepática, hemogramas, glicemias e o que mais passar pela cabeça dos plantonistas, das UTIs e das unidades semi-intensivas.
   É preciso entender o óbvio: os recursos públicos destinados à saúde são insuficientes. Eles não vêm do governo, saem dos impostos pagos por nós. Cada vez que somos atendidos pelo SUS, fazem uso de uma parte do dinheiro que é de todos, e se o gasto for exagerado muitos ficarão na desvantagem. É bem provável que sejam os mais necessitados. 
   Nos planos de saúde acontece o mesmo, com uma diferença: o preço da mensalidade aumenta para todos. É simples assim. Hoje, os gastos com saúde das empresas constituem a segunda despesa mais alta do orçamento anual, só perdem para a folha de pagamento. 
   O SUS e a Saúde Suplementar estão diante do mesmo desafio: Como reduzir os custos. Sem fazê-lo, ambos os sistemas se tornarão inviáveis antes do que imaginamos. 
   A viabilidade do SUS e da Saúde Suplementar não será alcançada por meio de ideologias, mas com medidas práticas que reduzam os custos da assistência médica e com intervenções preventivas para evitar que as pessoas fiquem doentes. (DRAUZIO VARELA, página C12, coluna DRAUZIO VARELA, sábado, 26 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE S.PAULO).

domingo, 27 de novembro de 2016

AUTORES INCORPORAM LIVROS



   Bate-papos com grandes escritores nos mostram como misturam Literatura e vida
   Palestras de escritores acabam se transformando numa deliciosa contação de histórias. Na semana que passou, participei de bate-papos com Ignácio de Loyola Brandão e Ana Miranda, convidados do Festival Literário Londrix, que termina neste fim de semana. 
   Loyola Brandão tem um repertório na ponta da língua, histórias encadeadas que vão surpreendendo os espectadores porque são muito atraentes e porque o autor é performático, sentando-se e levantando-se nos momentos certos, gesticulando e interpretando o que conta de forma expressiva. Aos 80 anos, tendo estreado na literatura em 1965 com o livro de contos “Depois do Sol”, ele é um marinheiro experiente quando se trata de tocar o barco da literatura numa conversa, como se estivesse no convés ou na sala de visitas com seus leitores. 
   Como um encantador de plateias, ele resgatou uma história da infância, contou como o avô era um exímio marceneiro que chegou a construir um carrossel, num tempo em que os mecanismos para fazer funcionar este tipo de brinquedo eram escassos. Os olhos dos cavalos eram bolinhas de gude, e no dia em que o carrossel pegou fogo, a única coisa eu sobrou foram os olhinhos de vidro, que o avô resgatou das cinzas. Essa história desdobrou-se em outras que permeiam toda sua infância. 
   O encantamento continuou com outro episódio da adolescência do autor, que era um péssimo aluno de matemática mas, num exame final, diante de uma sala cheia de moças bonitas, não quis fazer feio e improvisou a resolução de uma equação sem ter o menor conhecimento da matéria. O professor, percebendo o quanto havia de imaginação na solução daquele problema, fez com o aluno um pacto não declarado e deixou que Loyola passasse de ano, dando-lhe a nota de que precisava. Professores sábios nunca forçarão a aprenderem na marra matérias que não fazem o menor sentido para suas vidas, é o que penso sobre a “obrigatoriedade das disciplinas”. O professor de Loyola já sabia que estava diante de um grande escritor, não de um matemático. 
   Ana Miranda também trouxe belas histórias na bagagem, ela que faz da literatura verdadeiras viagens no tempo – resgatando personagens literários históricos como Gregório de Matos Guerra ou Gonçalves Dias em suas obras – mostrou que cultiva uma relação mágica com a vida fazendo da anotação de sonhos um hábito que alimenta sua escrita. Também mostrou encantamento com culturas primitivas e florestas, seres mágicos de carne e osso como um índio de uma tribo do Acre, do qual tomou conhecimento através de uma amiga tão criativa como ela. Ana Miranda, além de escrever, desenha sua literatura, faz as capas de seus próprios livros. Exímia contadora de histórias, não só para adultos, mas também para crianças, revelou como se relaciona com os netos, como escreve para eles e, ao mesmo tempo, como na própria infância, já inventava livros e até editoras fictícias. 
   O contato com pessoas que vivem da escrita nos deixa a impressão de que o “ofício mais solitário do mundo” – a literatura – enchem a vida dos autores de outras personas e personagens, na verdade, uma multidão. É como se o autor se desdobrasse em si mesmo – criando personas – que se relacionam com personagens acolhendo a ficção como uma extensão da vida. Uma ficção levada tão a sério que ninguém duvida que a fantasia e os sonhos ganham materialidade quando passam aos livros como circunstâncias vividas através de outra forma de percepção dos mundos. Emocionante o relato de Ana Miranda sobre um sonho em que lhe aparecia uma personagem que vivia em Paraty (RJ), uma moça cujo vestido de noiva foi roubado no dia do casamento. Observei como ela descreveu um detalhe que eu ao sonho uma configuração de realidade: a moça, de quem roubaram o vestido de noiva, monta um cavalo de lado, como faziam as mulheres dos séculos 17 e 18, e sai atrás de quem teria roubado a sua roupa no dia do casamento. Este detalhe não me deixa dúvida de que Ana Miranda de fato trilhou o “caminho do ouro”, cavalgando sonhos que, afinal, tomam forma em sua literatura, compartilhada com leitores e outros sonhadores. Fiquei pensando se a moça encontrou o vestido. (Crônica da jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI celiamusilli@gmail.com página 4, caderno FOLHA 2, coluna CÉLIA MUSILLI,  26 E 27 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).   

,WENCESLAU BRAZ, com W e com Z.


   Minha cidade é só mais uma dessas cidadezinhas do interior do Paraná que os mapas fazem questão de esconder. Quando mostram, colocam um ‘V’ no começo ou ‘S’ no fim. Dizem que são as novas normas ortográficas da língua portuguesa. “O topônimo deveria ser grafado como Venceslau Brás”, impõe a duvidosa Wilkipédia. Balela. Nome é nome não varia conforme tempo ou espaço. O nono presidente do Brasil foi o mineiro Wenceslau Braz e não consta que ele tenha ido ao cartório mudar o nome nos seus 98 anos de vida. 
   Ela fica lá no Norte do Pioneiro, já na divisa com os Campos Gerais. Não tem nenhum ponto turístico famoso como o belo Salto Cavalcanti, da vizinha Tomazina, ou um prédio de dez andares como Siqueira Campos. A referência vertical da cidade ainda é Santa Maria, hotel de três andares. A despeito dos atrativos das cidades vizinhas, os brazenses se orgulham de ainda manter algumas sedes regionais como a Comarca Judiciária, Núcleo de Educação, Companhia da Polícia Militar. As ruas largas com o comércio que atrai moradores da região são motivo de orgulho. 
   As senhoras passam o dia varrendo a varrer as pequenas folhas de sibipirunas que não resistem à força do vento. O centro é espremido pelo relevo acidentado, de forma que a cidade tem de crescer nos extremos. No sentido norte-sul, são quatro quilômetros de cidade, do tímido ‘parque industrial’ na saída para Siqueira Campos até a Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz (Facibra). Quatro quilômetros que parecem mil ao separar educação e emprego. Ao lado da saúde, a falta de vagas de trabalho é a maior deficiência da cidade. Dos que concluem os estudos, poucos são os que ficam. 
   Sem formosura arquitetônica ou natural, o coração da cidade é o povo. O lado bom de Wenceslau está na simplicidade. No florir do ipê roxo em frente ao Correio, na névoa que transforma o horizonte em mar, nos tapetes verdes das lavouras, nos casais de namorados na escadaria do Sebastião Paraná, no semblante de paz das senhoras que deixam a missa até no singelo vibrar dos galos de ferro ao dobrar dos sinos da Matriz. 
   Neste sábado, essa minha cidade, que é só mais uma dessas cidadezinhas do interior do Paraná, completa 81 anos. Comemoram os paranaenses, mineiros, paulistas, portugueses, japoneses, italianos, árabes, ucranianos, poloneses e todos os outros povos que construíram esta terra. Ser apenas mais uma em nada desmerece a importância desta paragem do antigo ramal do Paranapanema. Talvez, este seja o segredo para a cidade retornar aos trilhos do desenvolvimento: ser apenas uma; não duas, rachada, dividida. (CELSO FELIZARDO, jornalista na FOLHA, página 2, caderno FOLHA RURAL, coluna DEDO DE PROSA, 26 e 27 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 26 de novembro de 2016

VOCÊ ACEITA SE AJUDAR?


   Uma piada conta sobre uma pessoa que morava numa área que, devido às fortes chuvas, estava em risco de enchentes e deslizamentos. Essa pessoa foi alertada pelas autoridades várias vezes a abandonar o local, mas ela declinou dos alertas dizendo a si mesma: “Deus vai me salvar”. Após um tempo, as enchentes ficaram mais intensas alagando sua casa e deixando-a ilhada. Um bote foi despachado para salvar a pessoa que recusou ajuda afirmando: “Deus vai me salvar”. Depois de algumas horas os deslizamentos começaram, oferendo imensos riscos e uma equipe com um helicóptero se apresentou para salvá-la, mas mais uma vez a pessoa declinou da oferta e disse: “Deus vai me salvar”. Como a pessoa não saiu de sua casa, um enorme deslizamento derrubou tudo e a pessoa morreu. Já no além, ela se encontra cara a cara com Deus e lhe acusa de tê-la deixado morrer quando ela confiava tanto em sua divina providência. Deus lhe responde: “Mas eu mandei os avisos, o bote-resgate e a equipe com o helicóptero, porém você se recursou a aceitar a ajuda. Não havia mais nada a ser feito”. 
   Essa piada pode ser aplicada para entender muitos fracassos na vida, mas vou me deter aqui na psicoterapia. Há pacientes que até vão às suas sessões procurar ajuda, contudo, sabem apenas procurar ajuda. A ajuda que procuram é algo idealizado e impossível, e quando alguém só procura por isso fica fadado à infelicidade. Querem a solução, todavia não querem que nada seja exigido. Querem mudanças, mas não querem mudar nada em si mesmas. 
   Quem age assim dificulta a própria vida e desenvolvimento, bem como se coloca numa posição em que nada poderá mudar de fato. Quando vamos nos tratar numa análise é porque estamos sofrendo e pagando um alto preço pelas nossas angústias e dores, que minam a vida, tornando-a ineficiente e desprazerosa. Se um indivíduo está nessa, podemos dizer que está em risco de ser atropelado e levado pelas correntezas de suas dificuldades e adversidades. A única solução, portanto, é sair desse local perigoso, que, no caso, é sair dessa posição subjetiva em que se encontra na vida. E é aí que vemos como muita gente não se ajuda. 
   Tal como a pessoa da piada acima, muita gente quer ser ajudada, mas não quer sair da posição em que se encontra. Em outras palavras, não quer mudar. Se a pessoa se recusa a mudar, não tem como ser ajudada. A casa da piada pode ser entendida como a forma subjetiva que um dado indivíduo se agarra e vive. Quem não aceita deixar essa casa/modo de vida para trás fica sempre na mesma, caindo nos mesmos erros e perigos. A pessoa se repete no seu sofrimento. Isso configura uma pobreza psíquica que gera uma má qualidade de vida. 
   Uma das funções da análise é ajudar o paciente a sair dessa posição crítica em que se colocou. Porém o analista não tem como fazer isso sozinho. Ele precisa da ajuda do próprio paciente. Por isso que, estar em análise é mais do que simplesmente ir a uma sessão, mas é permitir a transformação que a análise pode provocar. Entendo que transformações sejam assustadoras e que criem muitas resistências. Afinal, tememos abandonar aquilo que é conhecido e já estabelecido. Mudar nossa maneira de pensar a vida e de se relacionar com o mundo é tal qual abandonar uma casa que já temos e que nos é bem familiar e ir para outra casa que desconhecemos ou que ainda nem foi construída. Nos sentimos desamparados. Entretanto, insistir em permanecer numa casa ou modo de vida que está em perigo de ruir é muito pior, porque aí o que se perde é a própria vida. Você aceita abandonar a “casa” que está morando para construir outra melhor? (SYLVIO DO AMARAL SCHREINER, psicoterapeuta em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, 26 e 27 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS


   Um crime grave ocorrido durante  o movimento dos estudantes secundaristas, que ocupou escolas públicas do Paraná no mês de outubro, chamou a atenção da sociedade para o tema violência nos estabelecimentos de ensino. Em uma das instalações ocupadas, o Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba, um adolescente de 16 anos foi assinado por um colega, também menor de 18 anos. Os dois jovens brigaram após consumirem drogas sintéticas nas dependências da escola, conforme apurou a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp). É alto o número de crimes no ambiente escolar e, principalmente, no entorno das instituições. Entre janeiro e setembro deste ano, os estabelecimentos de ensino do Estado registraram 11.165 delitos. Os dados constam dos boletins de ocorrência encaminhados pelo Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), cujo  objetivo é prevenir e combater a violência nos 2,1 mil colégios estaduais. As principais infrações reportadas são ameaça (1,793), furto qualificado (1.291), lesão corporal (1.211), furto simples (1.129), vias de fato (835), dano (7.04), desacato (638) e injúria (612). Há também registros de roubo (188), porte ilegal de arma branca (62), estupro de vulnerável (52) e atentado violento ao pudor (16). Em 2015, foram 13.962 situações, incluindo um homicídio qualificado perto de um colégio em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). No ano anterior, foram 15.226, sendo dois assassinatos. Segundo a Patrulha Escolar, a maioria das visitas que a corporação realiza nas escolas é de caráter preventivo. Menos de 3% das operações são de cunho repressivo. A violência não deve fazer parte do currículo escolar, exceto como tema de análise e reflexão. Portanto, as ações para diminuir esse tipo de delito devem partir da prevenção e do diálogo. (OPINIÃO, página 2, 26 e 27 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL


   A mortalidade infantil, um importante indicador de desenvolvimento social de um país, atingiu, no Brasil, o menor índice em 41 anos. Segundo o estudo Estatística de Registro Civil, divulgado nesse quinta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a morte de bebês menores de um ano de idade representou 2,5% de todos os óbitos do País. Dez anos antes, em 2005, essa taxa era de 4%. Em 1974, o índice era assustador e chegava a 28% do total. Se consideradas crianças menores de cinco anos de idade, a taxa aumentava ainda mais, para 35,6%. A série histórica do IBGE começa em 1974 e os dados são divulgados anualmente. Conforme as informações coletadas pelo instituto, 31.160 crianças menores de um ano morreram em 2015 no País. O total representou queda de 21,9% em relação ao apurado dez anos antes, de 39.921. A pesquisa lista alguns fatores que ajudaram na queda do indicador, todos relacionados à melhora da qualidade de vida e a ampliação ao acesso a serviços básicos de saúde no Brasil. Os pesquisadores citam o aumento da escolaridade feminina e a elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo). Ressaltam também o maior acesso da população aos serviços de saúde. É preciso destacar ainda um melhoramento na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida da criança. O estudo mostrou ainda que as mulheres estão sendo mães mais tarde do que eram em 2005. De acordo com o IBGE, 25,14% dos nascimentos no País em 2015 eram de mães entre 20 e 24 anos. Há dez anos, esse percentual era de 30,9%. Por outro lado, o instituto registrou aumento na fatia dos nascimentos de mães com 30 e 34 anos (20,3% do total) e de 35 a 39 anos (10,5%). Em 2015, esses percentuais eram, respectivamente, de 15% e 7%. Essa vitória, da redução da mortalidade infantil, é uma conquista de toda a sociedade brasileira, pois não só os governos, mas várias entidades privadas e organizações sociais desenvolveram ações importantes para garantir um primeiro ano de vida saudável aos brasileiros. É necessário garantir a continuidade desse trabalho, independente de um cenário de crise ou mudanças políticas. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 25 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

AO LEITOR



   Não é o remédio mais doce nem o mais fácil de tomar. Exige doses regulares e, de preferência, o paciente deve aderir a ele ao longo de toda a sua vida. Como qualquer outro esquema terapêutico, está sujeito a efeitos colaterais caso o indivíduo erre a mão na dosagem. Se seguido à risca, porém, faz um bem danado, com vantagens que se estendem além do alvo do treinamento. Esse remédio, como você já sacou, demanda suor. E estão aí estudos e mais estudos para não me contradizer que o esforço compensa. A atividade física já fazia parte da velha e sábia máxima do “prevenir é melhor do que remediar”. Pois digamos que ela agora subverte a frase. Porque ajuda tanto a evitar como a tratar uma penca de problemas. Daí a nossa reportagem da capa, assinada pelo editor Theo Ruprecht, que levantou as principais doenças que ceifam vidas e são passíveis de melhoras com a prática de exercícios. A ciência está evoluindo a ponta de fazer prescrições cada vez mais precisas. Você tem osteoporose? Faça musculação. O senhor tem pressão alta? Caminhe pelo menos três vezes por semana. Sério: atividade física faz parte até da recuperação frente ao câncer. Como você verá, a tendência é que a gente saia do consultório com uma receita que inclua algo como “correr ou pedalar cerca de 50 minutos, três vezes por semana”. Uma rotina de exercícios, aliás, é um dos ingredientes básicos para vencer o excesso de peso – condição que semeia por si só diversas encrencas. E é por isso que esse hábito também está devidamente contemplado no novo  livro da marca SAÚDE. O Fim das Dietas, do expert Antonio Herbert Lancha Jr. O professor e seus colegas de área assinam embaixo: exercícios têm poder de remédio. (DIOGO SPONCHIATO – REDATOR-CHEFE, página 4, revista SAÚDE, EDITORA ABRIL , NOVEMBRO DE 2016).
Eu com o professor Lancha Jr. e o jornalista Theo Ruprecht, responsáveis pelo livro O Fim das Dietas. Conheça na página 56 a obra que vai mudar seu conceito de emagrecimento  

FILÉ MIGNON, LAGARTO E COXÃO MOLE

Adicionar lege

   Ninguém precisa excluir a carne vermelha do menu para gozar de saúde. Um das saídas para degustá-la na boa é optar por cortes mais magros, como os que você vê ao lado. Do tio, o filé mignon fica com a medalha de ouro. Primeiro porque tem menos gordura. “Além disso, concentra boas quantidades de zinco, magnésio , fósforo e ferro”, destaca a nutricionista Rachel Faria, do Rio de Janeiro. Agora, se focarmos em algumas especialidades, há margens para ponderações. Em 100 gramas de lagarto há quase o valor de zinco indicado para um adulto (o homem precisa de 11 mg e a mulher, de 8mg). Segundo Rachel, esse nutriente está envolvido em várias reações, a exemplo da maturação óssea e do desenvolvimento neurológico. O coxão mole, por sua vez, se assemelha ao filé mignon em termos de ferro, mineral que favorece a imunidade e afasta a anemia. Um filé médio, de duas a três vezes por semana, é a pedida ideal para matar a fome de carne e extrair suas qualidades.
 (FONTE: TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS (TACO/UNICAMP), FOTO: DULLA/REPORTAGEM VISUAL: INA RAMOS/CULINÁRIA: PAULA BELEZZA, página 8, COMPARE|POR THAÍS MANARINI, revista SAÚDE, NOVEMBRO 2016.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

LIÇÕES DE EMPREENDEDORISMO

Estudantes da Escola Municipal Eurides Cunha organizaram evento para comercializar produtos pensados e confeccionados por eles

   Programa em Londrina tem a participação de 27 mil alunos e 160 professores da rede municipal
   As lições sobre empreendedorismo não são úteis apenas para quem quer ser dono do próprio negócio. Cultivar o espírito empreendedor torna mais fácil a vida no ambiente de trabalho para quem é funcionário público ou atua na iniciativa privada e até para quem é autônomo. Atitudes pró-ativas, capacidade de planejamento, pensamento crítico e conhecimentos sobre sustentabilidade podem fazer a diferença no mundo corporativo. E quando se aprende tudo isso na infância, maiores são as chances de alcançar o sucesso na vida profissional na vida adulta.
   Desde o início deste ano, 27 mil alunos e 160 professores das 84 escolas municipais de Londrina participam do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) e os primeiros frutos começam a ser colhidos agora. O programa é desenvolvido em parceria com o Sebrae. “Quando ele entra no mercado do trabalho ou quando resolve abrir uma empresa, já tem o conhecimento, a atitude empreendedora. Esse é o nosso objetivo”, disse a consultora do Sebrae e gestora da linha estratégica de Educação Empreendedora do Sebrae/PR, Daniele Montenegro Conte. “Os resultados são bem expressivos e significativos e percebemos também uma mudança de comportamento na comunidade escolar, com uma participação maior nas atividades da escola.” Além de Londrina, o JEPP funciona em outros 24 municípios da região. 
   “Eles aprendem que o empreendedorismo permite realizar sonhos, com comprometimento, persistência e buscando informações”, afirma a professora Edenir Menezes, responsável pelo programa na Escola Municipal Eurides Cunha. 
   Na semana passada, os alunos do 3º ao 5º ano da escola na Vila Recreio (região central), puderam colocar em prática as lições aprendidas ao longo do ano. Eles realizaram um evento para comercializar os itens pensados e confeccionados pela empresa criada por eles, a Top Organize. Nas turmas do 5º ano, a escolha foi por latas e embalagens de massa corrida decoradas com papel para servirem como organizadores. A ideia do produto foi da professora de Educação Física Roseli Batista de Oliveira. “Tudo foi doado. Nós só compramos os papéis para decorar as embalagens. Despertamos neles a criatividade, incentivando o reaproveitamento de materiais que iriam para o lixo e mostrando que esses materiais podem servir para organizar a casa deles e também pode ser fonte de renda”, afirma Roseli. Todo o dinheiro arrecadado com a venda será usado na compra de brinquedos que serão doados a crianças carentes que vivem em uma instituição. 
   Os alunos do 4º ano levaram para a feira o serviço de locação de brinquedos, empreendimento criado por eles em sala de aula e que foi implantado há alguns meses na escola para funcionar na hora do recreio, às terças-feiras. Além de brinquedos industrializados, as crianças alugam itens feitos por elas mesmas com materiais recicláveis. E a prestação de serviço também tem caráter solidário, já que o pagamento não é feito em dinheiro, mas em lacres de latinhas que posteriormente são doados ao Hospital do Câncer para ajudar na compra de cadeiras de rodas para os pacientes. 

   VISÃO DE FUTURO
"Penso em investir mais na produção das peç
as e quero estudar design de joias no Canadá", planeja João Henrique, de dez ano

   Antes mesmo de participar do JEPP na Escola Municipal Eurides Cunha, o aluno do 4º ano João Henrique Frissell, de 10 anos, já era um empreendedor. Dois anos atrás, ele começou a fazer pulseiras de linhas coloridas trançadas e vender para os colegas. A boa aceitação do produto estimulou o estudante a diversificar a produção. Ele desenvolveu novos modelos de pulseiras e colares e criou a marca Tigre Acessórios. 
Hoje, ele tem no seu portfólio uma boa variedade de produtos, trabalha com couro, camurça, resina, aço escovado e pedras naturais. O acabamento é caprichado, com fechos magnéticos e ajuste regulável. “Minha mãe faz creche e um dia eu comecei a brincar com as linhas, tentando fazer uma pulseira. Minha babá na época viu minha iniciativa e disse que poderia me ensinar. Foi ela quem me disse que o capricho no acabamento era importante.”
   No início, disse João Henrique, a intenção não era vender as pulseiras, mas um amigo da escola se interessou em comprar e foi aí que ele viu que a brincadeira poderia se transformar em negócio rentável. De 2014 para cá, muita coisa mudou. Além de aumentar as opções no catalogo, o pequeno empreendedor aprendeu a calcular custo, lucro e planejar o futuro. Os preços variam de R$ 20 a R$ 70 e ele revela que chega a faturar de R$ 150 a R$ 200 por mês. 
   A divulgação da peças é feita em uma página do Facebook e João Henrique também pretende criar um site para ampliar o alcance da marca , que já atravessou o Oceano Atlântico. “Vendi para um jogador de futebol que eu conheço que é aqui do Brasil, mas mora em Portugal.”
   Na atividade que começou como brincadeira de criança, João Henrique encontrou uma vocação e decidiu que investirá nela como profissão na vida adulta. “Eu penso em investir mais na produção das peças e quero fazer uma faculdade de design e estudar design de joias no Canadá.” (S.S.) (SIMONI SARIS – REPORTAGEM LOCAL , página 3, caderno FOLHA CIDADES, quarta-feira, 23 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A INTERNET A SERVIÇO DA FÉ E DA EVANGELIZAÇÃO



   O Brasil é um dos países em que mais se expressam a fé e a identidade religiosa pela internet. Quem nunca se deparou com as correntes de oração, evangelhos diários, novenas, vídeos, imagens e mensagens de orações nas redes sociais?
   Diariamente ao navegar pela web ou ao abrir nosso celular, somos impactados com conteúdos falando sobre Deus, a Bíblia e espiritualidade, os quais são disseminados por diferentes religiões, através de seus blogs, canais de vídeos, aplicativos e outras plataformas digitais.
   No Santuário Nacional, por exemplo, se o devoto está longe e impossibilitado de visitar a Basílica, ele pode no A12.com/santuariovirtual fazer uma experiência virtual, como ler a Bíblia online, rezar o Terço, tirar dúvidas religiosas, lembrar-se de um ente querido no Memorial dos Devotos, acender uma Vela Virtual, deixar as intenções de Missa, fazer um passeio pelo Santuário de Aparecida e ver a imagem de Nossa Senhora Aparecida, ao vivo, em seu nicho. Uma experiência interessante!
   É claro que o virtual nunca vai substituir a presença real, o calor humano e a sensação de visitar um local sagrado pessoalmente, mas é possível se fazer valer da tecnologia como meio de estar em sintonia com Deus e com o próximo e expressar um pouco da religiosidade. 
   O ambiente online nos traz a oportunidade de encurtar distâncias, promover o envolvimento e alcançar um número ilimitado de pessoas para fazer o bem com uma mensagem evangelizadora. O Papa definiu a internet como um dom de Deus e pediu para que os católicos sejam “cidadãos digitais” a serviço do Evangelho. Você aceita este desafio? Comente conosco no A12.com/campanha se você gosta de ver e compartilhar mensagens religiosas nas redes sociais. (LÍVIA Mª DE OLIVEIRA SILVEIRA ROSA, página 38, Nossa Família Online A12.com/campanha, revista de APARECIDA, OUTUBRO DE 2016).

DESRESPEITO ÀS LE8S DE TRÂNSITO


   As infrações de trânsito consideradas médias aumentaram 180% em Londrina entre janeiro e outubro deste ano, passando de 37.135 registros para 104.030. No Paraná, essa modalidade de multa cresceu 28% no mesmo período. A instalação de aparelhos de videomonitoramento e radares, em junho, foi o fator que mais contribuiu para o aumento, segundo a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina. As informações fazem parte de um relatório divulgado pelo  Departamento de Trânsito do Paraná (Detran). Nos 10 primeiros meses de 2016, aconteceram em todo o Estado cerca de 2 milhões de autuações. Destas, 41% são classificadas como médias, 34% graves, 15% gravíssimas e 8% leves. A alta no número de infrações médias em relação a 2015 pode significar, na avaliação de especialistas em trânsito, que as regras básicas não estão sendo levadas a sério pelos motoristas. Vale lembrar que a multa para uma infração considerada média custa para o bolso do condutor do veículo R$ 130,16, que vai acumular ainda quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Conduzir o veículo com velocidade acima de 20% do permitido é a infração média mais praticada pelos paranaenses – foram 672 mil registros. A segunda mais recorrente é o uso do celular ao volante, com 102 mil autuações. Estacionar em local ou em horário proibido pela sinalização ficou em terceiro lugar, com 75 mil registros no Estado. Os municípios de Ponta Grossa e Foz do Iguaçu também tiveram aumento no número de infrações médias, com 36% e 32%, respectivamente, Mas outras cidades observaram uma queda significativa nessa modalidade de multas. Em Cascavel, a diminuição foi de 42% e, em Maringá, a redução ficou em 30%. Fiscalizar é importante, mas não é suficiente. Levando em consideração que os motoristas não estão seguindo a lei, municípios como Londrina, que tiveram um grande aumento nas notificações, devem investir mais em campanhas educativas para o trânsito. São ações como essa que ajudam a conscientizar e a formar cidadãos responsáveis. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 24 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ESPAÇO PEQUENO, RECEITA GRANDE

Para Paulo Hidalgo, basta o agricultor começar a se profissionalizar para perceber que os orgânicos são rentáveis

   Emater estima renda de R$ 3,5 mil a R$ 20 mil em área 
de 0,5 hectares com agricultura orgânica
   A olericultura orgânica pode render fr R$ 3,5 mil a R$ 20 mil em uma propriedade de 0,5 hectare, com trabalho feito por um casal, no Paraná. Mais do que uma estimativa, os números apontam a experiência do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) na zona rural de Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro. 
   Durante o 1º Dia de Campo Orgânico, organizado pelo Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios (Neat) da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uenp) em Bandeirantes, nos dias 11 e 12, o Emater apresentou balanços de produção que comprovam a rentabilidade dos alimentos orgânicos. A margem bruta chegou a R$ 17,9 mil para uma produção de tomate em 500 metros quadrados (m²), com certificação, em Uraí, mas varia para cada cultura.
   O coordenador do Neat, Rogério Macedo, afirma que as principais dificuldades são de adaptação inicial à produção orgânica. “Na transição, o agricultor sente um pouco a necessidade de investimento, de ver a produção reduzir porque é preciso investir na base, no solo, nas barreiras vegetais para proteger de deriva de veneno dos vizinhos, na qualidade da água, mas isso é passageiro”, diz. “A partir do momento em que a estrutura está montada para a população orgânica, o custo não é maior do que na convencional e a produtividade pode ser até superior”, completa. 
   Conforme o balanço de propriedade de Uraí, foram necessários R$ 11 mil para formatação de um ambiente protegido e mais R$ 25,5 mil em investimentos gerais. A produção foi em 500 m² para tomate, em 650m² para abobrinha italiana e 650² para abobrinha bárbara. O custo de produção nas três culturas foi de R$ 12,6 mil, com R$ 37,1 mil de receita bruta e R$ 27,5 mil de margem bruta. 
   O diretor técnico do Emater, Paulo César Hidalgo, afirmou que a entidade, em junto ao Neat, já faz um trabalho que é referência. “Temos um grupo com 45 produtores que coloca os produtos na ponta comercial com facilidade”, cita. 
   A engenheira agrônoma Ernestina Izumi Muraoka, a Tina, do Emater de Cornélio Procópio, é uma das principais técnicas em orgânicos da região e afirma que o maior custo para a produção agroecológica é com mão de obra, e não com insumos, como na convencional. Mesmo assim, ressalta que o instituto busca orientar os agricultores de forma que um casal tenha, no mínimo, R$ 3,5 mil de renda. “A olericultura orgânica praticada nos moldes que preconizamos na Emater tem de dar uma renda que faça com que se sobreviva dessa atividade numa área média de 0,5m².

   COMERCIALIZAÇÃO

   Ela lembra que a rentabilidade é superior e resulta em menos problemas fitossanitário do que na cultura convencional. No caso de Uraí, o Emater buscou orientar a comercialização e um grupo de 45 produtores fornece produtos, sem dificuldades, para uma rede de supermercados em Curitiba. “Se tiver mix de produtos e volume não vai encontrar dificuldade no fornecimento, mas de fornecedores, porque a demanda é sempre maior”, conta Tina. 
   No exemplo de Uraí, o grupo é informal, cada produtor tem a nota fiscal e apenas faz um mutirão para reunir todos os produtos em um mesmo local, para favorecer a logística de transporte. 
   “Começamos com quatro, foi entrando mais gente e hoje estão em 45, sempre respeitando a aptidão de cada um na produção e nas culturas em que se saem melhor”, diz Tina. 
Para Hidalgo, basta começar a se profissionalizar para perceber que os orgânicos são rentáveis. “A oportunidade está na propriedade do agricultor e R$ 2 mil, R$ 3 mil por mês com hortaliças não é um fantasma, não."
   BALANÇO

   RESULTADO EXIGE MANEJO E INSUMOS APROPRIADOS. 
O mercado oferece muitas alternativas de insumos que fortalecem a planta e reduzem a incidência de pragas, com custo muito barato

   Abrir mão do uso de agrotóxicos gera um receio inicial nos agricultores , mas os técnicos que prestam assessoria no campo afirma que a cultura orgânica tem evolução constante, muito pela nutrição, manejo e sustentabilidade do solo. “Para crescer, o grande gargalo da agricultura orgânica é a segurança que o produtor tem de ter para mudar o sistema de produção, que é dada pela viabilidade técnica levada pelos agentes de extensão rural”, diz o coordenador do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios (Neat) da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uenp). 
   Ele diz que é importante ampliar o número de técnicos capacitados, tanto no Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) como no Neat, para fortalecer o acesso aos produtores a informações. “Hoje existem outros insumos disponíveis e diminuiu a penosidade do trabalho em relação à agricultura orgânica, porque a tecnologia chegou e cumpre com o papel de mais eficiência no uso da mão de obra.”
   São 12 empresas privadas registradas pelo governo brasileiro que produzem e comercializam insumos biológicos para manejo de pragas, de solo e de doenças. Técnico agrícola biodinâmico da empresa londrinense Bioconsult, José Roberto Bergamo conta que são muitas alternativas no mercado que fortalecem a planta e reduzem a incidência de pragas. “E diminui bastante o custo, porque o agroquímico é para resolver o problema na hora que ocorre, apagar o fogo. O nosso é uma evolução, preventivo, por isso tem custo mais barato.” (F.G.) 

   BANCO DE SEMENTES, AUTONOMIA AO AGRICULTOR

   O campus de Ivaiporã do Instituto Federal do Paraná (IFPR) conta com um banco de sementes crioulas, que promove troca ou empréstimo de amostras para garantir o acesso do agricultor a um insumo nacional e livre de patentes. O Projeto Sementes Crioulas Locais e Tradicionais - Contribuindo com a Soberania do Agricultor, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mantém exemplares de mais de 200 espécies de plantas. 
   Destas, são 72 variedades de feijão e mais de 80 de milho, conta o técnico em agroecologia, João Batista de Sousa Júnior, do IFPR. “Fazemos atividades de resgate., conservação e multiplicação de sementes crioulas. São sementes produzidas e melhoradas pelos próprios agricultores e também pelas comunidades”, conta. As variedades que se diferenciam das comerciais porque são mais rústicas, têm mais potencial de resistência climática e os próprios produtores são os donos. A semente é um bem da humanidade e ele tem autonomia para produzir, vender e não é refém das empresas de sementes”, completa o técnico. 
Para ter acesso ao projeto, basta entrar em contato por meio do Facebook, no perfil Sementes do Vale. (F.G.)

   PELA SAÚDE DA FAMÍLIA

   O produtor Enéias Proença afirma que o principal motivo para ter começado a produzir orgânicos foi a preocupação com a saúde da própria família. “Em primeiro lugar, quis produzir um alimento que poderia recomendar para qualquer um, para uma grávida ou uma criança. Em segundo, foi a saúde, porque não quero ficar mexendo com muito agrotóxico e, em terceiro, o custo, porque usa menos produtos”, diz. 
   Proença faz parte do assentamento Paulo Freire, em São Jerônimo da Serra, com 5 hectares para a produção de hortaliças. No entanto, a produção ainda não é certificada, e ele buscava mais informações sobre a produção no 1º Dia de Campo Orgânico , organizado pelo Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios (Neat) da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uenp) em Bandeirantes, nos dias 11 e 12. “Com a tecnologia, quero fazer um alimento mais limpo , racionalizar o uso de insumos ter um produto rastreado”, diz o produtor, que divide o trabalho com duas pessoas e dois colaboradores. 
   A preocupação com a saúde também motivou a migração para a produção orgânica de Aparecido de Almeida, o Zico. Proprietário do sítio Santo Antônio, também de São Jerônimo, ele conta que teve uma pequena intoxicação por agrotóxicos, precisou de atendimento médico e resolveu mudar. Em quatro, ele diz que é possível cuidar da produção olerícola em um quarto de hectare. “Estamos trabalhando também com café e em janeiro queremos entrar com adubação de cama de frango para esquecer o químico também”, diz. 
   Zico lembra ainda da importância de programas públicos de compra de orgânicos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que são federais e compram produtos da agricultura familiar com adicional de 30% para orgânicos. “Temos diversificação e não deixa de ser uma renda a mais para o produtor. (F.G.) ( FÁBIO GALIOTTO, páginas 6 e 7, caderno FOLHA RURAL 19 e 20 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

NA ESTEIRA DA SAÚDE


   Alta no consumo de alimentos orgânicos gera nicho atrativo para pequeno agricultor e com produtividade equivalente à produção convencional 
   Um negócio que conta com previsão de alta no faturamento entre 30% e 35% para este ano em relação a 2015, que garante renda maior para o pequeno produtor e, principalmente, menor exposição a agrotóxico para a família dele e para o consumidor. O mercado de alimentos orgânicos cresce muito além de qualquer outra cultura rural e garante a permanência do homem no campo. Cenário em que o Paraná, mais uma vez, se destaca e desponta como o líder em número de propriedades com certificação e em produção. 
   De acordo com registros da Organics Brasil, entidade da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)sobre mais de mil produtos agroecológicos, a evolução do mercado de orgânicos bateu 25% no ano passado e deve superar o índice em 2016. A projeção de movimentação em 2015aponta para R$ 350 bilhões no mundo e R$ 2,5 bilhões no País, com expectativa de ultrapassar os R$ 3 bilhões até dezembro. 
   Não é à toa. Existem duas pontas nesse mercado com a mesma preocupação, que é garantir a menor exposição das famílias a produtos químicos. Para os pequenos agricultores, há riscos de intoxicação na aplicação de defensivos no campo e de contaminação de nascentes de água na propriedade. Para o consumidor, aumenta o interesse em nutrição e em qualidade de vida. 
   O coordenador do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios (Neat) da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uemp) em Bandeirantes, Rogério Macedo, afirma que os orgânicos são muito mais adaptados à realidade de propriedades familiares, que correspondem a 85% dos agricultores e 80% do total de alimentos que vão à mesa do consumidor. “Quem tem pedaço de terra mais reduzido, que precisa usar a mão de obra da família, que tem uma renda menor e mais dificuldade de acesso aos financiamentos em bancos, para esse produtor é que o orgânico é mais adaptado”.
   A renda é o principal atrativo para esse produtor, diz o diretor técnico do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Paulo César Hidalgo. “A produção orgânica, se bem conduzida, é mais simples do que a que se usa veneno, não tem impacto ambiental, não vai intoxicar o produtor, ainda mais dentro de ambientes protegidos, de estufas, e rende de 30% a 50% acima, dependendo da espécie”, diz. “Mas o que fundamenta mais (a produção agroecológica), é que o consumidor está pedindo”, completa. 
   Mesmo assim, o mercado de orgânicos no Brasil representa menos de 1% da produção e do consumo nacionais, conforme a Organics Brasil. No Paraná, as 1,966 propriedades certificadas para a produção de orgânicos transformam o Estado em líder nacional em cadastros e em produção, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa). São 130 mil toneladas de alimentos do tipo ao ano. 

   LENDAS

   A menor oferta torna os produtos agroecológicos mais caros, em parte porque os mercados sofrem com algumas lendas. Uma delas, que assusta agricultores, é a ameaça de uma produtividade menor. “A partir do momento que a estrutura está montada para a produção orgânica, o custo não é maior do que o convencional, a produtividade fica na média do convencional ou até maior e, portanto, o que temos visto é uma rentabilidade muito boa para o agricultor familiar”, conta Macedo.
   Outro mito, voltado a quem consome, é que os alimentos precisam ser feios, com marcas, ou não foram produzidos de forma orgânica. “É bonito , é bom, produz no mesmo patamar da convencional, então, como o valor já é maior, o que o produtor tem de fazer é se organizar para a comercialização”, diz Hidalgo., sobre a falta de alimentos do tipo nos supermercados. 
   Com uma melhor estrutura de comércio, a expectativa é que os preços diminuam na gôndola, mas sem perda de renda para o produtor, que ficará mais profissionalizado. “O consumidor urbano reclama, com razão, que às vezes o produto orgânico é mais caro. Isso é baixa oferta, porque por mais que tenhamos 1,9 mil produtores no Paraná, é pouco frente a demanda”, diz o professor da Uenp. 
Rogério Macedo, coordenador do Neat: "O orgânico não está aí para disputar espaço com o agronegócio. É só mais um modelo de produção, que está mais adaptado à realidade da agricultura familiar"

   SEM DISPUTA

   Macedo considera que é preciso deixar claro que não há rixa entre o agronegócio e a produção de orgânicos, bem como o fato de a defesa de um modelo sem uso de agrotóxico não significa desrespeito a outros modelos. “O orgânico não está aí para disputar espaço com o agronegócio, cada um tem suas características. É só mais um modelo de produção, que valoriza a organização dos produtores em associações, as compras e vendas coletivas e que é muito mais adaptado à realidade da agricultura familiar.”(FÁBIO GALIOTTO – REPORTAGEM LOCAL, caderno FOLHA RURAL, páginas 5 e 6, 19 e 20 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO


   Apesar dos primeiros sinais de estagnação da economia brasileira a partir de 2010, os principais indicadores socioeconômicos de desenvolvimento humano no Brasil registraram tendência de crescimento no período compreendido entre 2011 e 2014.  Foi o que mostrou o levantamento divulgado nessa terça-feira (22) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Radar IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Mas enquanto os indicadores de renda dos brasileiros cresceram a taxas anuais-superiores ao último período intercensitário (2000 a 2010), que foi de 1,7% , os dados de longevidade e educação apresentaram taxa de crescimento inferiores. O Radar é elaborado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Todas as três dimensões que compõe o IDHM – educação, renda e longevidade – apresentaram crescimento contínuo no período 2011-2014. O subíndice referente à educação cresceu a uma taxa anual de 1,5% e longevidade evoluiu a uma taxa de 0,6% por ano. Segundo o estudo feito pelo Pnud, em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),o crescimento do IDHM brasileiro é reflexo da “robustez” da rede de proteção social que existe no País, que oferece apoio nas áreas de saúde, educação e renda. Mas a pesquisa acende o alerta no setor educação. O levantamento apontou estagnação no percentual de pessoas com 18 anos ou mais no ensino fundamental completo, que registrou taxa de crescimento de 0,5% ao ano. (de 2011 a 2014), inferior ao último período intercensitário, quando a taxa foi de 3,3% ao ano. Chama atenção também o crescimento pouco expressivo dos indicadores referentes à frequência escolar nas séries finais do ensino fundamental. Estados e municípios devem ficar alertas ao baixo crescimento desses indicadores, pois para o Brasil crescer é preciso diminuir a evasão escolar e o baixo rendimento escolar das crianças e jovens. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 23 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O QUE É METONÍMIA?


   Conforme já dissemos aqui na coluna, as figuras de linguagens são formas diferenciadas de utilizarmos a língua, a fim de obter maior expressividade. Basicamente, consiste em utilizar as palavras do português com sentidos diferentes dos usuais ou de uma maneira diferente daquela a que estamos acostumados. 
   Já tratamos, em colunas anteriores, de algumas dessas figuras, como a metáfora e a ironia, por exemplo. Hoje vamos falar de outra, muito comum na nossa língua, a metonímia. 
   Trata-se do uso de uma palavra no lugar de outra, a partir de uma relação lógica entre elas. Parece complicado? Na verdade, você faz isso o tempo todo. Por exemplo: quando diz que gosta de ouvir Chico Buarque, está usando uma metonímia, já que, na verdade, o que você gosta de ouvir são as músicas dele. Outro caso seria dizer que alguém tomou dois copos de água, pois a pessoa tomou a água que estava dentro, e não os copos.
    Há várias formas de se usar essa figura de linguagem, sendo que as mais comuns são: 

   1 – O autor pela obra: Eu gosto de ler Carlos Drummond de Andrade. (Na verdade, você gosta de ler os textos dele). 

   2 – O continente (recipiente) pelo conteúdo: Comi três pratos de macarrão. (Você não comeu os pratos, mas o que estava dentro deles). 

   3 – A parte pelo todo: Ele pediu a mão da moça em casamento. (É lógico que ele não pediu só a mão, mas a moça toda). 

   4 – O instrumento pela pessoa: Sentia-se mal pelas orelhas de abano, mas os bisturis corrigiram o problema. (O cirurgião corrigiu).

   5 – A causa pelo efeito (ou vice-versa): Tudo o que tenho veio do meu suor. (Veio do trabalho, que faz suar).

   6 – Singular pelo plural: A mulher ocupa cada vez mais cargos de chefia. (Todas as mulheres, na verdade).

   7 – A marca pelo produto: Se você for à farmácia, não se esqueça de comprar cotonetes e band-aid. (São duas marcas que identificam os produtos).

   8 – Um elemento pela totalidade: Tenho que garantir o leite das crianças. (As crianças não se alimentam só de leite, mas de várias outras coisas também). Nesse caso específico, alguns gramáticos classificam a figura como sinédoque, um tipo de metonímia. 

   9 – O símbolo pelo que é simbolizado. Foi salvo das drogas pela cruz! ( A cruz simboliza a fé religiosa da pessoa). 

10 – A matéria pelo objeto: Meu trabalho é revisar e assinar papéis o dia todo. (A pessoa revisa e assina relatórios, pedidos, resumos, etc., não qualquer papel). 
   Esses são apenas alguns exemplos, mas há inúmeros outros. O importante é identificar que se trata de uma relação lógica entre os termos (o que foi usado e o que realmente se quer dizer). Há essa relação entre Drummond e seus livros ou entre o bisturi e o cirurgião, por exemplo. 
   Para interpretar uma metonímia, basta identificar essa relação, entender o que a pessoa realmente quis dizer com aquilo. Para “criar” uma metonímia, o cuidado é dobrado: você deve ter certeza de que quem ler ou ouvir a frase vai de fato entender o que você quis dizer. 
   Por último, não confunda metonímia com metáfora, em que a substituição de uma palavra por outra é baseada na semelhança e não na lógica. Dizer que uma menina é uma flor, por exemplo, é metáfora, pois há alguma semelhança entre elas. 
   Ficou com alguma dúvida? Mande um e-mail para nossa coluna. 
   Até a próxima terça! (FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL ). *Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com FACEBOOK facebook.com/folhacidadania página 4, FOLHA 2, terça-feira, 22 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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