quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

OBRIGADO A TODOS VOCÊS! FELIZ ANO NOVO! FELIZ 2016!


"THE VOICE KIDS" ESTREIA DOMINGO


   As franquias de produções televisivas são sempre bem aceitas no Brasil. Os atuais “Big Brothers Brasil”, “MasterChef” e “The Voice Brasil” são apenas algumas das que mais fizeram sucesso na programação. Com cada vez menos espaço para as crianças nas grades de tevê aberta, é natural que essas produções tentem abraçar uma parcela do público infantil.
   Com esse objetivo, estreia domingo o “The Voice Kids”. Com alguns ajustes, a competição é quase uma cópia fiel do que acontece na versão adulta. Cada um dos três jurados – Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e a dupla Vitor & Léo, que divide uma cadeira -, terá 24 participantes entre 9 e 15 anos no seu time. O prêmio, além de R$ 250 mil, inclui a gravação de um CD pela Universal Music.
   Com a direção de Creso Eduardo Moreira e Dico Oliveira, o reality tem como objetivo segurar a audiência deixada pelo “Esquenta!”, que entra de férias. “É um programa para a família. Queremos levar emoção, diversão e arte para crianças, jovens, adultos e idosos”, torce Creso.
   Depois de uma “peneira” – as chamadas “audições às cegas” – para decidir quem são os 72 jovens que vão participar do “The Voice Kids” , o programa segue sua fórmula já estabelecida. “As batalhas serão um pouco diferentes. Antes, era em dupla e uma pessoa saía. Agora serão trios e dois deixam o programa”, antecipa Tiago Leifert, que continua no comando da produção. “Acreditamos que, para a criança deixar a competição ao lado de alguém será mais fácil”, explica. 
   Leifert divide o palco com Kika Martinez, que atuava como repórter do “Domingão do Faustão”. “Acompanho as crianças dos bastidores até a entrada do palco. É importante que elas se sintam calmas, seguras e protegidas antes de soltar a voz”, diz a ex-VJda MTV. Além disso, ela será responsável pela parte online do programa.
   Também presente na versão adulta, o “The Voice Kids” terá forte participação na internet com “webshows” e “flashes”. O Gloob, “braço! Infantil da Globosat, também ajudará a chamar o público infantil. Maitê Padilha, a protagonista do seriado “Gaby Estrella”, farpa chamada no canal pago para a produção. 

   CADEIRA DUPLA

   A ideia de ter uma cadeira dupla no “The Voice Kids” surgiu de Creso. Segundo ele, algumas versões do progrma em outros países usa esse artifício na versão infantil. “É engraçado ver a dupla deliberando para apertar o botão e fazer decisões de quem fica e quem sai”, explica o diretor. Por isso, ele foi atrás de uma dupla sertaneja e acabou encontrando em Victor & Léo a solução perfeita. “Não estamos ali para mimar ninguém. Lidar com competição e frustração é importante para a formação de todo ser humano”, defende Victor.
   Para ter algum elo coma versão original, a direção optou por manter Carlinhos Brown. Para o cantor, Trabalhar com crianças é mais fácil do que sua missão no “The Voice Brasil”. “A criança é desprovida de vícios e isso se transforma em bons papos. Eles são mais livres, se jogam mais”, compara Bown. 
   Já Ivete Sangalo é “a menina dos olhos” da produção. Ela foi convidada para integrar o elenco do “The Voice Brasil” na sua estreia, em 2012. “Não pude aceitar porque estava gravando novela. Agora foi irrecusável”, diz a baiana, citando sua participação em “Gabriela”. Empolgada com sua posição de jurada, Ivete discorda de seus parceiros quando pensa em julgar o talento de uma criança. “É inevitável não pensar que poderia ser meu filho ali. Então decidi agir com honestidade. Criança não quer só fofurinha, eles querem verdade. É isso que vou dar”, garante a cantora, que já esteve nesta posição na primeira temporada do “Superstar”.

SERVIÇO

“The Voice Kids” – Estreia domingo, às 12h50, na Globo. ( ANA BITTENCOURT – TV PRESS, FOLHA 2, quinta-feira, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

UM ANO PARA SE PENSAR NOS MUNICÍPIOS


   O ano que se encerra hoje foi de bastante dificuldade, mas de acontecimentos marcantes para os brasileiros e, principalmente, para os paranaenses que assistem da primeira fila o desenrolar da Operação Lava Jato e são testemunhas da consolidação dela como a maior ação de combate à corrupção da História do Brasil. Quem diria que, em dois anos, os moradores do bairro de Santa Cândido, vizinhos da Superintendência Regional da Polícia Federal do Paraná, testemunhassem a movimentação em torno das prisões de alguns dos homens mais ricos e poderosos do País? 
   A corrupção passou a ser considerada pelo brasileiro como o principal problema do País e é notório o espaço que a política nacional conquistou no dia a dia da população. Impeachment, troca do Ministro da Fazenda e a pauta do Congresso têm alcançado grande repercussão. São debates importantes e não deveria ser diferente. Mas 2016 precisa também – e muito - de uma outra reflexão na área política. Em 2 de outubro será a vez dos brasileiros irem às urnas para escolher prefeitos e vereadores. Faltam ainda 10 meses para a votação, mas quantos de nós costuma dar devida importância Pa eleição municipal tanto quanto para a presidencial? Os jornais já vêm trazendo a movimentação dos pré-candidatos aos cargos de prefeitos, porém, nem sempre o eleitor dá a atenção que o tema merece.
   Durante as eleições, o brasileiro tem uma oportunidade importantíssima de praticar a cidadania. É preciso que o eleitor exerça esse direito de escolher de forma consciente, crítica e meticulosa. Para tanto, deve envolver-se nos problemas da sua cidade, pois é no município que as pessoas constroem suas vidas e exercem realmente a democracia. Perto dos gestores públicos, os eleitores podem sugerir, cobrar, acompanhar e fiscalizar mais e melhor. E se a corrupção é a principal preocupação da sociedade, hoje, basta lembrar que em âmbito municipal, o mau uso do dinheiro público afeta diretamente e rapidamente o morador na forma, por exemplo, do remédio que falta no posto de saúde, do buraco que não se conserta na rua, das baixas ofertas de emprego e de ma educação de baixa qualidade. ( FONTE: FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, 31l de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

VÊ MAIS LONGE QUEM TEM DEUS NO CORAÇÃO



   A autoridade da palavra de Deus vai além daquilo que nossos olhos podem ver e nossa inteligência pode compreender. Vamos deixar que o Espírito Santo nos ajude a enxergar mais e além, por meio dessa Palavra do Evangelho de Marcos 13, 1-2: “Enquanto Jesus estava saindo do templo, um dos seus discípulos lhe falou: ‘Mestre, que pedras, que construções!’ Jesus lhes respondeu: “Estás vendo estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído!” São apenas dois versículos, leia outras vezes esse trecho bíblico, faça silêncio e reze!
   Por várias vezes na vida, eu e você que somos discípulos de Jesus, nessa caminhada cristã, também tomamos a iniciativa de mostrar a nossa vida e nossa realidade para Jesus! Olhamos para as “pedras do nosso caminho” e para as ”nossas construções”, na vida pessoal e profissional, e as apresentamos para Jesus, segundo os nossos critérios. Que são diferentes dos critérios de Deus. Insistimos, muitas vezes, em fazer uma “propaganda enganosa” , quase “melosa” e “dramática” de quem somos e do que fazemos , mas Deus vê além daquilo que mostramos a Ele. Aquilo que muitas vezes “enche nossos olhos”, desperta nossa atenção e admiração, seja positivo ou negativo, não é o mesmo que desperta o interesse dos olhos de Deus. 
   Somos limitados e dependentes de Deus, isso não é uma desgraça ou prisão, mas sim um caminho saudável de relação e intimidade com quem vê além daquilo que enxergamos! Todas as vezes que eu e você acreditamos que somos os detentores de toda a verdade, cometemos erros, machucamos pessoas e somos feridos! Nossos olhos se encantam com realidades parciais, com pedras que parecem pães, com muros que parecem impérios, com cargos que parecem prêmios! Mas se nossa realidade é enxergada com as “lentes dos olhos de Cristo”, tudo toma outro sentido, e muito daquilo que antes encantava os olhos passa a repugnar a mente e o coração. 
   No treinamento intensivo de quem escolheu ser discípulo de Cristo, olhos e coração sempre estarão em permanente formação para chegarmos a “olhar como Jesus e sentir como Jesus”. Claro que isso é exigente e pede de nós o empenho pessoal, mas a graça de Deus está a nosso favor! Podemos constatar essa verdade nas realidades mais concretas e cotidianas da nossa vida. Dentro de casa, na família, n o trabalho e na Igreja. E tudo depende diretamente de como você se enxerga! Pois quem não tem saúde e equilíbrio para se enxergar, com justas medidas, sempre vai enxergar a realidade distorcida e as pessoas pela metade! Permita-me aqui lhe dar uma ordem: Vê se te enxerga! Procure se enxergar com o jeito e os critérios de Cristo! Isso será um maravilhoso treinamento, para que depois possamos enxergar aqueles que vivem conosco da mesma forma! 
   A saúde do olhar de Jesus é sustentada pela pureza do coração! Para reeducar nosso jeito de olhar as pessoas e a realidade, se faz necessária uma conversão no coração! Coração que não se converte, acaba por apodrecer o jeito de se olhar: a si mesmo, os outros e a vida! Quer ver mais e melhor? Comecemos pela conversão e purificação do coração, certamente os olhos seguirão na mesma direção! Os olhos de Jesus enxergam mais, porque a medida do coração é mais generosa do que aquilo que a realidade oferece. Pare um pouco agora, reze! Comece já o seu treinamento, olhe de uma forma nova mais convertida, para você, para os outros e para a sua vida! (FONTE: REVISTA CANÇÃO NOVA, Janeiro de 2016, Ano XIII, Nº 181, página 9, A BÍBLIA FOI ESCRITA PARA VOCÊ). 

A GUARDIÃ DAS PALAVRAS


   Responsável pela equipe do Paraná na construção do Atlas Linguístico do Brasil, professora de Londrina diz que se reiventou não só como pesquisadora, mas como ser humano.

   São tantos anos dedicados à pesquisa linguística no Brasil que o título de “guardiã das palavras” lhe cairia muito bem. Vanderci de Andrade Aguilera acumulou em 72 anos um conhecimento invejável no universo das letras.
   Com a fala didática, resultado de muitos anos atuando como professora, é capaz de citar cada pedacinho do Brasil, avaliando variações fonéticas e lexicais. 
   Em cada canto do País, ela conversou com homens e mulheres e diz que se reiventou não só como pesquisadora, mas como ser humano. 
   Vanderci é responsável pela equipe do Paraná na construção do Atlas Linguístico do Brasil (Alibi), mas também é autora dos atlas linguísticos do Paraná e de Londrina. 
   No projeto brasileiro, ela representa a UEL, única universidade estadual entre as 27 instituições federais participantes. “Foram mais de 15 anos de estrada e mais de 279 mil quilômetros rodados. É como dar sete voltas por toda a Terra”, conta. O Atlas teve o primeiro e segundo volumes publicados Editora da Universidade Estadual de Londrina (Eduel), no ano passado. 
   “Foram 1.100 entrevistas realizadas em 250 localidades. As perguntas eram direcionadas para quatro informantes com ensino fundamental, sendo dois homens e duas mulheres, entre 18 e 30 anos e de 50 a 65 anos. Nas capitais, entrevistamos mais quatro, com ensino superior”, explica. 
   Com tantos quilômetros percorridos e madrugadas de muita concentração, há uma justificativa bastante especial: “O Atlas é uma fotografia de um estágio da língua. Seu valor é mostrar a fala dos jovens, dos mais idosos, dos menos e mais escolarizados. Ele mostra as transformações pelas quais a língua vai passando”, responde. 
   É como o domínio da língua é seu maior currículo. Vanderci acrescenta que o trabalho reflete a história da ocupação do homem. “O importante é que se você fizer essa fotografia pode reduzir o preconceito entre regiões, pois ninguém fala errado”, afirma. 
   Mas a pesquisadora vai além, reforçando que no futuro as próximas gerações poderão compreender as transformações da língua, em um país que é plural. Por exemplo, em uma das páginas do Atlas se descobre que a libélula tem mais de 30 nomes no Brasil. “Tem zigue-zague, jacinta, lavandeira, fura-olho, helicóptero, besouro e cigarra. São apenas alguns”, cita a pesquisadora.
   Nascida na zona rural de Sertanópolis (Região Metropolitana de Londrina), onde viveu até 1979. Vanderci adotou Londrina aos 36 anos, já casada e com dois filhos. Se formou em Letras, quando a UEL ainda era Faculdade de Filosofia. Ciências e Letras de Londrina. 
   Deu aulas na universidade e se aposentou em 2013. Hoje, é professora sênior e coordena o projeto Léxico Histórico do Português Brasileiro, onde se estuda com 700 documentos dos séculos 17, 18 e 19. Mas a dialetologia nem sempre fez parte de sua vida. O primeiro contato foi durante o mestrado em Linguística.
   “Na primeira aula, vi que era aquilo que queria, pois entrevistar pessoas com baixa escolaridade, recuperar aquela linguagem rural e tradicional, foi como uma identificação”, lembra.
   Ela terminou o mestrado que resultou no Atlas de Londrina, em 1987, e no doutorado se dedicou ao Atlas Linguístico do Paraná, que reuniu 65 localidades. 
   “Foi publicado em 1994 e é o quinto publicado no País”, afirma. A Bahia foi a pioneira, com a publicação em 1963, seguida de Minas Gerais, Paraíba e Sergipe. 
   Em 1996, todos os autores do atlas foram reunidos e surgiu então a ideia de fazer o primeiro trabalho envolvendo todo o Brasil. Um ano depois, o projeto a ganhar corpo, mesmo sem grandes recursos financeiros disponíveis. O questionário foi publicado em 2001 e em 2014 foi o lançamento. 
   Em Março de 2016 deverá ser lançado o terceiro volume e há planos para o quarto e quinto também. O Atlas linguístico é uma coletânea de cartas sobre variantes do português brasileiro. Mapeamos dados fonéticos e lexicais de 27 itens, mas também tem questões morfossintáticas”, resume, ao folhear a publicação. 
   No final da entrevista, Vanderci conta que é “workaholic” e que até nos momentos de folga não pensa duas vezes em optar por ler livros. Nas paredes do escritório montado em casa, fotografias da família revelam seu lado mãe. 
   “Londrina nos acolheu. Se não fosse essa cidade, eu jamais teria feito esse trabalho e teria a oportunidade de divulga-lo ao mundo inteiro. Talvez eu teria me aposentado e hoje estaria muito triste. Por tudo isso, me faz amá-la como se fosse minha terra”, conclui. ( FONTE: MICAELA ORIKASA - Reportagem Local, suplemento LONDRINA 81, 10 de Dezembro de 2015, páginas 36, 37 e 38, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

HEROÍSMO



     Definitivamente, os heróis não estão somente nos contos, lendas ou livros de história, nos filmes ou seriados. Todos podemos nos transformar num deles. É bastante difícil, mas com a prática a coisa vai ficando cada vez mais fácil.
   E não estou falando de matar dragões, desmontar bombas ou resgatar vítimas num incêndio. Não, falo daquele heroísmo que é preciso para encarar todo dia chefe tirano, engarrafamento no trânsito, sala de espera em consultório, metrô lotado, contas, dor nas costas, orçamento apertado...
   Lutar é suportar tudo isso sem se render não é algo que vai aparecer nos jornais ou na capa das revistas, é verdade, mas às vezes penso que esse tipo de heroísmo tem mais mérito o de um soldado numa guerra. As guerras acabam, porém, a luta diária de cada um de nós por sair adiante, por sustentar uma família, por melhorar o futuro e não se deixar abater pelas infindáveis dificuldades, burocracias, injustiças, o desinteresse e a mediocridade deveria ganhar uma medalha...
   É que a gente acostuma tanto com essa injustiça que acaba por não perceber tudo que ela exige da nossa fora de vontade, nossa fé e coragem, nossa criatividade e persistência. Aturamos filas, salários baixos, preços altos, dores crônicas, esperas intermináveis, necessidade, aperto e doenças como se tal coisa.
   Respiramos fundo, nos endireitamos e seguimos em frente, tentando sempre tirar o melhor proveito da situação de sermos positivos, de encontrar uma saída. E se nos perguntam, respondemos que somos felizes. Aprendemos a nos divertir, a fazer festa na adversidade, a soltar pipas imaginando que levam os nossos sonhos para o alto, onde Deus fará com que se torne realidade. Somos heroicos no trabalho, na rua, entre as quatro paredes da nossa casa, quando ninguém nos vê. Somos quando gastamos o nosso dinheiro, quando começamos um negócio, quando temos um filho.
   Não precisamos da fama, o poder ou o prestigio para sê-lo. Somos heroicos porque é preciso, porque queremos chegar a algum lugar, sermos alguém, deixar um legado...E não percebemos que a melhor história que podemos escrever, a mais valiosa herança que podemos deixar é, precisamente, este nosso heroísmo cotidiano. (PAZ ALDUNATE, escritora e artista plástica em Santiago (Chile), página 3, FOLHA 2, CRÔNICA, quarta-feira, 30 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O YOUTUBER DE GAMES MAIS FAMOSO DO PAÍS



Aos 19 anos, londrinense integra o seleto grupo de brasileiros com mais de 1 bilhão de acessos no YouTube

   Antiga biblioteca da família, um dos quartos do apartamento no Centro de Londrina, se transformou no estúdio de onde o youtuber Pedro Afonso Rezende Posso, de 19 anos, o Rezende Evil, transmite para o mundo as histórias que inventa usando o jogo Minecraft. É lá, também, que ele grava a maioria dos episódios para o canal que o alçou à condição de celebridade. Com quase 5 milhões de inscritos, conquistou um público formado principalmente por crianças e pré-adolescentes que se encantou com os roteiros baseados no jogo. O londrinense integra o seleto grupo de youtubers brasileiros com mais de 1 bilhão de acessos. O canal Rezende Evil é reconhecido pelo YouTube como o maior do Brasil na área de games. 
   De olho em seguidores mais velhos, Pedro também grava vídeos baseados na própria rotina, com participação ativa do irmão João Vitor, de 14, e dos pais Joelma Ribeiro Rezende e Marcos Afonso Posso, grandes incentivadores do trabalho do filho. Recentemente, levou a linguagem dos jogos para uma mídia mais antiga, através do lançamento do livro “Dois mundos, um herói – uma aventura não autorizada de Minecraft”, pela Cia das Letras. 
   Antes de se tornar celebridade no YouTube, Pedro – que estudou a vida inteira no mesmo colégio de Londrina e tinha uma vida típica de adolescente de uma grande cidade de interior – tentou carreira como jogador de futebol. Praticante do esporte desde a infância, este palmeirense foi convidado a jogar futsal em um time da Itália, onde, aos 17 anos, integrou a equipe do Real Rieti, na cidade de mesmo nome.
   “Nesta época eu tinha o canal no YouTube com mais de 200 mil inscritos, mas era secundário na minha vida. Eu treinava futebol o dia inteiro”, conta ele, que até chegou a gravar na Itália, mas com muita dificuldade por falta de acesso à internet. De volta a Londrina para uma temporada, passou a se dedicar aos vídeos e viu o Rezende Evil crescer mais que o atleta de futsal. “Aí não valia mais a pena voltar para a Itália”, acredita. 
   O hobby se tornou a principal ocupação de Pedro, que aprendeu sozinho e gravar e editar vídeos de Minecraft. A inspiração, conta ele, vem da própria imaginação e também de filmes e séries que assiste. O pai, médico em Londrina, é um grande fã de quadrinhos de super-heróis e também ajuda o rapaz com alguns roteiros. Ele e a esposa, aliás, acompanham o filho em todos os eventos e compromissos que apareceram depois do sucesso.
   Tímido e caseiro, o youtuber de games mais famoso do Brasil se considera perfeccionista e enfrenta uma rotina de trabalho de 16 horas por dia, em média, para garantir a postagem de pelo menos três vídeos inéditos diariamente. “Como viajo bastante, preciso deixar meus vídeos prontos para manter a constância das postagens. Sei que os meus fãs são crianças, por isso tenho cuidado com a linguagem e também procuro não fazer nada que possa influenciar de forma negativa”, avisa.
   Apesar de morar em Londrina, acaba reservando os momentos de diversão para os períodos em que está em São Paulo. “Aproveito quando estou em casa para grava”, conta ele, que gosta principalmente de ir ao cinema e assistir futebol. Quando está em locais públicos, Rezende é frequentemente abordado por crianças que se emocionam ao encontrar o ídolo. Com paciência, ele atende e posa para fotos com todos. 
   O dinheiro que ganha graças às visualizações e veiculações de anúncios pelo YouTube é administrado integralmente pelos pais, que pagam um “salário” e guardam o que sobra planejando o futuro dos dois filhos. “Não comecei a fazer vídeos pensando em dinheiro e continuo do mesmo jeito. Minha empolgação é o trabalho”, antecipa Pedro, que ainda é muito jovem, mas tem metas a cumprir. “Quero que meu canal cresça e chegue a dez milhões de inscritos no ano que vem. Meu objetivo é ser o maior youtuber do Brasil e expandir meu canal para o mundo.”, planeja. (FONTE: CAROLINE AVANSINI - Reportagem Local , suplemento  LONDRINA 81, páginas 22 e 23, 10 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

EM FOCO, O CINEMA LONDRINENSE



Com 12 filmes e mais de 50 prêmios, cineasta paulista radicado em Londrina conseguiu impulsionar a cena cinematográfica do interior do Paraná

   Definitivamente, não é exagero considerar o jovem cineasta Rodrigo Grota um desbravador do cinema londrinense. Aos 36 anos, ele já acumula em sua trajetória a direção de 12 filmes (um longa, três média e oito curtas) e mais de 50 prêmios entre festivais nacionais e internacionais. No momento, está finalizando a edição do seu primeiro longa – “Leste Oeste” – com estreia prevista para 2016, ano em que também continua a captação de recursos para o filme “Sertão de Sangue” , um western a ser gravado no Mato Grosso, em coprodução. Também estão previstos programas para a TV Brasil e a produção de mais dois longas: “Aleluia” e “Tango, Chuva & Silêncio”.
   Dono de uma “personalidade ansiosa” como costuma se definir. Grota se formou em jornalismo, em 2000, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), e foi durante sua rápida passagem pela Folha de Londrina que ganhou o apelido de “220 volts”. Inventivo e talentoso, conta que foi fundamental seguir o conselho do saudoso amigo jornalista Francelino França (morto em 2006, em decorrência de um câncer), de que tivesse “mais foco”. “Acho que nos últimos anos realmente estou conseguindo fazer isso, focando minha energia nos filmes e cursos de roteiro e interpretação, que são coisas que realmente eu gosto de fazer. Trabalhar com cinema me faz sentir vivo”, afirma, Grota. 
   Natural de Marília (SP), de uma família de classe média, sua relação com Londrina começou ainda na infância, quando aproveitava para passear na cidade durante visitas a parentes que moravam em Cambé. Cursar jornalismo aqui foi uma forma de se aproximar do sonho de fazer cinema e a afinidade com a escrita sempre rendeu elogios desde criança. Como parte do seu processo criativo, escreve todos os dias. 
   O fascínio pelo cinema surgiu na adolescência, quando passou a frequentar assiduamente o cineclube de sua cidade natal e se apaixonar pelos clássicos. “Eu era muito tímido e participar dessas sessões era um j jeito de ter acesso a um mundo mágico, a uma outra forma de comunicação”, ressalta. E foi em Marília que teve sua primeira experiência com uma câmera para a realização do curta “Pé de Veludo”, em VHS, sobre um ladrão que aterrorizava a cidade sorrateiramente. 
   Em Londrina desde 1997, contou com parceiros importantes que colaboraram para o início para a produção cinematográfica local, marcada pela Fundação do Instituto Kinoarte (do qual fez parte de 2003 a 2013), sendo hoje sócio da produtora Kinopus. 
   Mas fazer cinema não é fácil. “É preciso perseverar e saber lidar com muitos “nãos”, algo que percebo que a nova geração tem mais dificuldade. Os meus pais não apoiaram as minas ideias no começo. Na verdade, acho que minha mãe (morta em 2013, vítima de câncer) só passou a acreditar no meu sonho ao ver, ao vivo, pelo canal Brasil, a minha primeira premiação em Gramado, em 2007, pelo curta “Satori Uso”, quando o ator José Wilker entregou o prêmio para mim e eu dediquei a ela”, recorda.
   E Grota dá risada ao lembrar de quando chegou em casa com três prêmios Kikito, após a premiação, esse deparou com a energia elétrica cortada por falta de pagamento. “Eram tempo mais difíceis e fazer cinema realmente também exige muito pragmatismo e organização financeira, já que não há uma remuneração estável como os empregos de carteira assinada”, comenta. 
   Em busca do sonho de fazer cinema em São Paulo, chegou a morar lá de 2007 a 2012 (embora continuasse tocando os projetos em Londrina), mas nenhum dos seus filmes se tornou realidade na capital paulista. Por outro lado, a experiência valeu a pena: foi lá que pode encontrar a sua parceira de vida e de cinema, a produtora e jornalista Roberta Takamatsu (“Robertinha”) e fazer novos contatos para a produtora Kinopus, que cada vez mais busca parcerias de coprodução para diversificar seus projetos. 
   De volta a Londrina em 2013, agora Grota se sente seguro para investir em temas mais autobiográficos. “ Em “Leste Oeste”, falo sobre a possibilidade de ‘voltar para casa’, de retornar às origens após um longo período de distanciamento. É algo que me questiono às vezes e chegou a hora de falar sobre isso. Parafraseando o poeta Manoel de Barros, fazer cinema é como preencher aquilo que nos falta”, define. Um roteiro que, felizmente deverá ter novos capítulos. ( FONTE: CAROLINE AVANSINI - Reportagem Local, suplemento  LONDRINA 81, páginas 30 e 31, 10 de Dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS E CONSCIENTIZAÇÃO


   A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) lançou uma campanha de conscientização para o Natal deste ano em sua página na internet e nas redes sociais. A entidade incentiva os brasileiros a aproveitarem que suas famílias estão reunidas no fim do ano para avisarem que são doares de órgãos. A ABTO sabe que não é a falta de estrutura de hospitais a principal dificuldade para a realização de transplantes de órgãos no Brasil, mas a recusa dos familiares em autorizarem a doação. 
   Para se ter uma ideia do tamanho do problema, segundo a Central Estadual de transplantes do (CET-PR), de janeiro a novembro de 2015, o Estado registrou 720 mortes encefálicas, mas apenas 270 famílias concordaram com as doações.
   Isso quer dizer que neste ano de 2015, quando o Paraná bateu recordes com 495 órgãos transplantados até o mês de Novembro, o número de vidas salvas poderia ter sido bem maior. Trata-se do maior número de transplantes realizados desde que CET foi criada, em 1995. Se comparado ao mesmo período de 2011, em que foram feitos 279 procedimentos, o aumento quase chega a 80%. Nesse número estão incluídos apenas os transplantes de órgãos: coração, fígado, pâncreas e rim.
   Cerca de dois mil paranaenses estão na fila de espera por um órgão. Qualquer pessoa é um doador em potencial. Não é preciso deixar o desejo registrado por escrito. Mas é importante avisar os familiares. Um estudo realizado pela Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) buscou mapear aas razões da recusa familiar. O principal motivo é que boa parte das família não compreendeu o conceito de morte encefálica. Em segundo lugar ficaram as crenças religiosas.
   O estudo apontou uma questão interessante. Apesar da falta de conhecimento técnico sobre morte encefálica, as chances da família de um paciente concordar com o procedimento aumentam com a capacidade dos profissionais de saúde criarem empatia durante a entrevista em que a doação é solicitada. A solução pode estar aí: conscientização da sociedade e melhor preparo das equipes de saúde. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, terça-feira, 29 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

DOENÇA RARA E FEMININA LAM TEM DIFÍCIL DIAGNÓSTICO


   Uma doença rara e basicamente feminina, linfangioleiomiomatose, mais conhecida como LAM, não é facilmente diagnosticada e tem sintomas muito parecidos com os de outras doenças pulmonares, como asma, bronquite e enfisema. Segundo o pneumologista Bruno Baldy, do Hospital das Clínicas, em São Paulo, até seus colegas de especialidade muitas vezes têm dificuldade para perceber o quadro. 
   No ano passado, quando foi diagnosticada com a doença aos 39 anos, a bióloga Verônica Borges que toda a família ficou assustada. “Ficamos todos em choque. Descobrir que tem uma doença progressiva e sem cura não é fácil, ainda mais tendo filho de nove anos “, lembrou. 
   “Eu sentia uma cansaço sem fim, mas pensava que era estresse”, conta Verônica. Ela buscou ajuda médica quando começou a sentir dores abdominais, fez uma tomografia que pegou parte dos pulmões e o especialista viu que havia algo errado. Geralmente, a pessoa com LAM procura ajuda médica quanto sente falta de ar, dor no tórax ou nas costas. O diagnóstico é feito por tomografia computadorizada do tórax e biópsia do tecido pulmonar. 
   Ele explicou que a LAM é um tumor de multiplicação lenta, que atinge principalmente mulheres na faixa etária entre 20 a 30 anos. “Em quem tem LAM ocorre uma multiplicação de células diferentes, que leva à obstrução e lesão do pulmão e, eventualmente, pode estar associada a lesões em outros órgãos. 
   O especialista disse que a estimativa é que de 400 a 500 mulheres tenham a doença no Brasil. Em alguns casos, a paciente só precisa fazer o controle, com exames a cada seis meses. Não se sabe ao certo o que causa a LAM e não existe cura mas, em algumas mulheres, a progressão é muito lenta. Em outras, no entanto, inabilita até para para atividades rotineiras, como tomar banho. Segundo Baldi, referência no tratamento, cerca de 30% das pacientes precisam de medicação, as demais apenas fazem controle semestral.
   A recomendação da Associação LAM do Brasil (Alambra) para as pacientes é seguir o mesmo estilo de vida saudável recomendado a todos, inclusive praticar exercícios físicos. Não é recomendado viajar para lugares onde não há ajuda médica por perto ou para regiões muito altas, onde as bolhas do pulmão tendem a se expandir, podendo provocar a ruptura. ( ALINE LEAL – Agência Brasil, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 28 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DESENVOLVIMENTO DA VACINA CONTRA HIV AVANÇA



   OSLO – Uma empresa norueguesa de biotecnologia que trabalha em uma vacina contra o HIV anunciou os primeiros resultados animadores no marco de um tratamento que pretende desalojar e posteriormente eliminar o vírus do corpo dos soropositivos.
   “É uma grande vitória para encontrar uma cura funcional para o HIV”, explicou na última terça-feira à AFP o porta-voz da Bionor, Jorgen Fischer Ravn.
   Atualmente, os tratamentos antirretrovirais permitem controlar o vírus nos pacientes soropositivos, mas não de se desfazer dele definitivamente. 
   O HIV permanece alojado no corpo das pessoas submetidas a tratamentos, em forma latente, mas volta a aparecer no momento no qual é interrompida a medicação. 
   Esta reserva viral é um dos maiores obstáculos par a elaboração de um tratamento que permita garantir uma cura completa. 
   O experimento realizado pela Bionorna Universidade d Aarhus, na Dinamarca, em 20 pacientes soropositivos permitiu desalojar o vírus inativo na reserva graças ao medicamento romidepsin, um anticancerígeno, e depois eliminá-lo parcialmente. 
   Cada paciente havia sido vacinado previamente com Vacc-4x, desenvolvida pela Bionor. Após ativar o vírus, o que normalmente deveria acarretar a detenção do mesmo no sangue, a Vacc-4x eliminou células que o produzem levando-as a “um nível indetectável ou muito baixo no sangue, em 15 dos 17 pacientes” que participaram do estudo até o final, informou Fischer Ravn.
   A estratégia de “acionar” o vírus inativo, expulsá-lo e eliminá-lo, conhecida em inglês como “kick and kill, parece promissora, contudo, os experimentos realizados pela Bionor ainda não foram validados, nem publicados por uma revista científica. 
   Com mais de 34 milhões de mortos até agora, o HIV, vírus responsável pela aids, continua sendo um grande problema para a saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No fim de 2014, 36,9 milhões de pessoas no mundo viviam com o HIV. ( FRANCEPRESSE, FOLHA SAÚDE, 28 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

ACORDO DE PARIS DIRECIONA CAMINHO A SER TRILHADO



   Em meio a tantas incertezas, crises políticas e terrorismo, o mundo pode festejar um acordo histórico. A aprovação do Acordo de Paris é um grande marco que ficará na história deste século, pois direciona o mundo a mudanças importantes para evitar que o aquecimento global chegue a marca dos 2º Celsius até o final do século. 
   O texto final, que foi assinado no último dia 12, prevê manter esse aumento da temperatura média bem abaixo dos 2ºC e imprimir esforços para limitá-lo em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Vale lembrar que já estamos com elevação de 0,8ºC, por isso, o empenho para atingir a meta será grande e difícil. 
   Outro objetivo previsto no texto final foi que cada país busque promover um fluxo financeiro consistente com economias de baixo carbono que também sejam resilientes (adaptáveis) às mudanças do clima. Dessa forma, a partir de agora, os combustíveis fósseis estão com os dias contados, pois são cincompatíveis com um futuro seguro. Isso acontece porque eles são os principais responsáveis pelas emissões de Gases de Efeito Estufa ( GEEs), vilões do aquecimento global.
   Uma das maiores discussões das últimas duas semanas foi a questão fo financiamento das ações de mitigação (reduzir o impacto) e adaptação às mudanças climáticas. 
   Ficou definido que os países desenvolvidos deverão fornecer recursos financeiros que ajudem as nações em desenvolvimento com a adaptação e mitigação. Esses países ricos devem liderar a mobilização desses recursos que, até 2025, deverão ser da ordem de US$ 100 bilhões ao ano. Já as nações emergentes serão encorajadas a fornecer voluntariamente fundos para essas ações. 
   Após a definição, agora vem a parte da implementação das contribuições previstas por cada país. Certamente, o Brasil precisará fazer mais do que já havia proposto na sua IBDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas), das da COP. 
   O país terá que aumentar sua ambição, que foi diminuir as emissões em 43% até 2030, reduzindo o desmatamento (que aumentou 16% na Amazônia em 2015), descarbonizar seus processos industriais ( por exemplo, utilizando matérias-primas que não sejam provenientes de combustíveis fósseis) e, principalmente, focando sua matriz energética em fontes renováveis como o etano de segunda geração, aquele que é produzido a partir do bagaço da cana.
   A pedra fundamental foi estabelecida. Agora, precisamos estar atentos em como isso se traduzirá em ações práticas em cada país. Esse é apenas o início de um longo percurso que será difícil, mas que, sem dúvida, temos toda condição de trilhar. A implantação do Acordo do Paris, com absoluta certeza, mudará o mundo. ( ANDRÉ FERRETTI, gerente de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, página 2, ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 28 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 27 de dezembro de 2015

COLLOR E DILMA: A HISTÓRIA SE REPETE?



   O então presidente Fernando Collor de Melo foi acusado de improbidade administrativa, isto é, de amealhar 6,5 milhões de dólares de sobras ilegais de campanha e ainda de recursos advindos de tráfico de influência capitaneados por seu tesoureiro, PC Farias; hoje a presidente Dilma Rousseff é acusada de atentar contra a Lei Orçamentária, o que, segundo a Constituição, é considerado crime de responsabilidade; Collor mentiu na campanha eleitoral ao dizer que Lula confiscaria a poupança dos brasileiros e mentiu também ao afirmar que eliminaria a inflação e faria o País voltar a crescer; Dilma mentiu na campanha eleitoral ao dizer que caso Aécio (ou Marina Silva) vencessem a eleição haveria o risco da perda das conquistas sociais, além de prometer que não alteraria as regras da economia, mantendo o País na rota do crescimento. 
   A proposta do impechment de Collor foi protocolada por duas das mais importantes instituições da sociedade civil: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI); o pedido de impeachment de Dilma foi protocolado por três cidadãos, uma advogada e dois juristas , um deles fundador do PT e outro ex-ministro de PSDB; a defesa do impeachment de Collor teve apoio dos principais jornais do País, além das centrais sindicais, organizações da sociedade civil e emissoras de TV; a defesa do impeachment de Dilma foi criticada no editoriais dos principais jornais do País como uma manobra perigosa e golpista do presidente da Câmara.
   Collor não tinha sustentação partidária. O pedido de seu afastamento foi aprovado por 441 votos a favor e apenas 38 contra. Dilma tem, no parlamento, uma base de apoio formal (embora quase nunca fiel) de mais de 300 deputados e 60 senadores. No mesmo dia em que Cunha acatou o pedido de impeachment de Dilma, o governo aprovou medida de correção fiscal do Orçamento, com 314 votos favoráveis. Para evitar o seu afastamento, Dilma precisa de 172 votos ou 52% do grupo que hoje compõe sua base aliada. Collor não teve apoio da sociedade civil. Dilma tem apoio do seu partido, o PT, de vários partidos coligados (PC do B, PDT, além de vários membros do PSD, PROS, PP e PMDB), de boa parte da classe artística, sindicatos, estudantes e intelectuais. 
   Quem presidia a Câmara quando do impeachment de Collor era Ibsen Pinheiro, que seria cassado dois anos depois, envolvido no escândalo dos Anões do Orçamento e ficaria inelegível por oito anos; quem presidente a Câmara hoje é Eduardo Cunha, acusado de manter conta secreta na Suíça com milhões de dólares supostamente fruto de corrupção; quando Collor foi afastado em 1992, a inflação foi de 1.119%; a inflação de 2015 deve chegar próxima dos 10%; o salário mínimo em 1992 girava em torno de 80 dólares; hoje beira os 200 dólares. 
   Entre 1990 e 2013, a taxa de analfabetismo entre brasileiros entre dez e 18 anos caiu de 12,5% para 1,4%; a mortalidade infantil de crianças de até um ano caiu 24% no mesmo período; o número de pessoas entre cinco e 15 anos em atividade laboral caiu de 5,4 milhões para 1,3 milhão. Por outro lado, o índice de homicídios de adolescentes aumentou 110%, no mesmo período entre o impechment de Collor e a abertura do processo contra Dilma. A história não se repete? Não. Como podemos ver, a história apenas continua. ( DANIEL MEDEIROS, doutor em Educação Histórica pela UFPR e professor de história do Brasil no curso Positivo em Curitiba, página 2, ESPAÇO ABERTO, domingo, 27 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

UMA ANÁLISE SOBRE COLLOR E DILMA



   Dilma Rousseff e Fernando Collor. É natural que hoje se faça uma comparação entre eles, afinal após a ditadura militar (1964 a 1985), os dois presidentes têm em comum seus mandatos ameaçados por um pedido de impeachment. Collor perdeu por 441 votos contra 38 no dia 29 de setembro de 1982. O pedido de Dilma foi acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 2 de dezembro, e agora seguem as discussões sobre como conduzir o processo. 
   O impeachment é previsto na Constituição e pode resultar no afastamento do presidente da República que tiver cometido crime de responsabilidade. Dilma e Collor não são os únicos presidentes brasileiros que tiveram seus mandatos colocados em prova por um pedido de impeachment. São três chefes de Estado que enfrentaram esse mecanismo desde 1945. O mandato de Getúlio Vargas foi ameaçado em 1954, mas ele venceu na Câmara por 136 votos contra 35. Getúlio passou pelo impeachment, mas não sobreviveu à crise política e dois meses depois se suicidou. 
   Voltando às últimas três décadas, é importante que uma análise seja feita sobre os dois processos. As acusações que pairam Dilma são bem diferentes daquelas que provocaram o afastamento de Collor. Assim como é diferente, hoje, a situação do País. Collor enfrentava uma inflação altíssima e descontrolada, muito maior que a de hoje, assim como uma taxa de desemprego mais alta que a atual. Eleito por um partido pequeno, o PRN, não tinha apoio no Congresso e nem de entidades sociais. Em peso, os brasileiros saíram às ruas gritando “fora Collor”. 
   Por outro lado, Dilma faz parte de um partido grande, coligado com outros de forte expressão, ou seja, tem apoio no parlamento. Também conta com sustentação social. Além disso, especialistas não são unânimes quando analisas as “pedaladas fiscais” de Dilma em 2014, principal acusação contra ela. Muitos defendem que a presidente não pode ser punida por atos cometidos no governo anterior. 
   A discussão em torno do pedido de impeachment de Dilma deve se arrastar por um período longo em 2016. A FOLHA traz, hoje, reportagem de análise sobre os dois momentos políticos. Não é possível prever um desfecho. Mas, independente da continuidade ou não do processo de impeachment contra a presidente, o Brasil precisa encontrar novamente o caminho do desenvolvimento. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, domingo, 27 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

NATAL: DEUS DESCE


   “Eu desci” (Ex 3,7). Deus desce para libertar o povo hebreu, escravo no Egito. Desce em Belém, na estrebaria, no imundo. Deus é descido da cruz e colocado nos braços de sua mãe. Desce até a mansão dos mortos, desce ao túmulo quando Jesus é sepultado. 
   Eis o Deus da descida, da saída de si, do abaixamento. Deus desce, vem antes, vem primeiro, se antecipa, tem a iniciativa da procura. Desce porque ama. Quem ama cuida e quer estar perto. 
   Deus desce em Pentecostes, na descida do Espírito Santo. Desce em cada consagração eucarística. Desce e faz morada no coração humano. Desde e habita no pobre, no preso, no doente, no peregrino. Deus vem ao encontro, quer dialogar, estar perto de nós, em nós. Deus conosco. Isso é tudo. 
   Deus desce até nossa situação, está nos acontecimentos, nas feridas, nas provações, nas experiências de nossos pecados. Deus desce onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, como desce para erguer todos os caídos. Ele é o “Eu sou. Eu estou”: “Eu sou aquele que está convosco”. 
   Ele inclina seus ouvidos para nos ouvir, enfaixa nossas feridas, tira o pobre do lixo e o faz sentar-se entre os nobres. Ele desce até o útero onde somos gerados e nos modela, faz a estéril ser mãe de muitos filhos.
   Deus desce até a matéria, se faz óvulo, bebê, carne, menino. Se faz pão, se faz escravo e pequeno. Eis o mistério da encarnação e a espiritualidade do Natal. 
   Para encontrar Deus, precisamos aprender a descer. Há uma descida pela qual todos passamos, isto é, o envelhecimento e a morte. É preciso aprender a descer.
   Descer do nosso status, do nosso trono, do nosso cargo, da nossa superioridade e também descer do cavalo. Descer até o chão e até ao irmão, ao inimigo. Quanto mais descemos. Mais nos elevamos.
   Descer até o nosso interior, ao nosso eu profundo, às nossas sombras, ao nosso lado podre, é a maior viagem da vida. Essa viagem de descida nos enobrece, eleva, liberta, enaltece, amadurece.
   Descer ao nosso barro como acontece ao grão de trigo. Grão que se tornará trigal.
   Às vezes, para descer precisamos ser empurrados pela graça de Deus, para que possamos cair em nós mesmos e nos levantar recuperados. Desça sobre nós o Espírito Santo para iluminar nossas descidas que nos fazem renascer. 
   Como o filho pródigo desceu até ao fundo do poço e caiu em si, precisamos muitas vezes de experiências fortes, ir ao fundo do poço, para renascer. Descer até a nossa consciência para ouvir a voz de Deus que grita: fazer o bem e evitar o mal. 
   Natal é Deus que desce para nos elevar. Natal é um chamado à humanidade, à descida dos montes elevados do orgulho, para as profundezas de nossas sombras, feridas, fraquezas. É assim que renascemos e nos tornamos criaturas. Quem desce se eleva. (DOM ORLANDO BRANDES, arcebispo de Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quinta-feira, 24 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

UMA CIDADE QUE LÊ E TRANSFORMA



   Uma ótima notícia em meio a tantas não tão boas: o município de Londrina está se consolidando como uma cidade em que o incentivo à leitura se consolida como uma forte característica. Um exemplo disso é o Prêmio Todos Por Um Brasil de Leitores, concedido este ano pelo Ministério da Cultura (MinC) para um projeto londrinense criado em 2010, o “Assalto Literário”. Por meio dele, cinco mil livros já foram distribuídos gratuitamente na cidade. A ação é realizada por artistas e amantes da literatura que, vestidos com capas coloridas invadem espaços públicos dando voz de assalto às pessoas presentes. Mas ao invés de “roubar” alguma coisa, os “criminosos” recitam poesias e distribuem livros que aproximam o cidadão dos contos, crônicas, romances, poesias e textos dramatúrgicos. 
A iniciativa do MinC é um reconhecimento ao trabalho de todos que ajudam a promover o hábito da leitura no Brasil. Neste ano, 80 ideias foram premiadas. Ao definir os vencedores, o Ministério também considera as ações que podem ser compartilhadas no sentido de que outras cidades ampliem o acesso aos livros. 
Projetos criativos que aproximem crianças e adultos da literatura não são raros no País e deveriam servir de inspiração. Há padarias que estampam poesias na embalagem dos pães ou estabelecimentos comerciais que disponibilizam espaço para troca de livros usados. Em Curitiba, uma proposta da prefeitura chama atenção. É a Tuboteca, uma pequena biblioteca que funciona em algumas Estações Tubo (parada de ônibus), de onde o usuário do transporte coletivo pode pegar um livro gratuitamente. 
Além do “Assalto Literário”, outros três projetos londrinenses foram contemplados com recursos do governo federal. É o caso do Festival Literário de Londrina (Londrix), do “Sarau”: Prosa, Poesia e outras Delícias” e “Um Dedo de Prosa” – Círculo de Escritores. 
O incentivo à leitura é uma das preocupações da Folha de Londrina, que desde 1994, por meio do programa Folha Cidadania, leva exemplares do jornal para as escolas para serem usados como material pedagógico complementar. Consciente que o hábito de ler ajuda a estimular a crítica, a escrita e a interpretação, a FOLHA parabeniza as iniciativas que aproximam o cidadão do poder transformador da leitura. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br quarta-feira, 24 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CORRENDO ATRÁS DOS SONHOS


   A cada 1º de janeiro as metas se renovam. Alcançá-las exige disciplina e comprometimento

   Faltam apenas duas semanas para o ano novo e muitas pessoas já começaram a avaliar o que fizeram e o que gostaria de ter feito em 2015. Cada um tem sua lista particular de desejos... E depois da avaliação, geralmente tudo aquilo que não foi realizado neste ano entrará para a lista de 2016: aqueles três quilos a menos na balança, a viagem internacional, o  dinheiro para o casamento, o planejamento para aumentar a família... A cada 1º de janeiro, os sonhos se renovam e com eles as  nossa  metas.
   Mas, por que algumas pessoas não conseguem realizar aquilo  que planejaram? Para a empresária comercial Simone Nascif, o comportamento em relação à meta é o que diferencia as pessoas que conseguem realiza-las daquelas que não conseguem. “Ter foco,  saber aproveitar as oportunidades, ser uma pessoa positiva são alguns dos comportamentos para cumprir as metas preestabelecidas”, afirma.
   Simone explica que tudo que existe hoje passou pelo plano mental antes de se materializar  e assim é com uma meta:  ela nasce de um sonho, que só pode ser vivenciado quando traçamos métodos para torná-lo realidade. Para ela, porém, não é toda resolução que pode ser chamada de meta. “Uma meta precisa ser desafiadora,  não é qualquer desejo simples. E também precisa ser específica, estar relacionada a um sonho”, diz.
   Outra dica é escrever as metas em um papel e revisá-las de tempos em tempos , para reavaliar o que precisa ser feito. “Quando se tem uma meta é preciso pensar nela dia e noite,  noite e dia. É preciso ter compromisso com a meta e  sempre avaliar onde você está em relação ao que deseja.” Ela exemplifica com alguém que deseja ser professor  universitário, mas com doutorado. Se esta pessoa já tem o mestrado,  o caminho a ser percorrido é muito menor do que se não tivesse.
   “Como a meta deve ter data e hora para ser realizada, e precisa ser algo possível, podemos colocar essa data para ser professor como daqui a quatro anos. Eu não poderia colocar para 2017, por exemplo, porque isso seria impossível e a pessoa iria se frustrar. A meta não deve ser dolorosa”, ressalta.
   Outra ressalva feita pela consultora é de que não é necessário aguardar o primeiro dia do ano para traçar metas. Ela explica que o movimento de agir é contínuo, não há uma pausa num dia para recomeçar tudo no dia seguinte, embora as pessoas precisem de uma referência. “É por isso que escolhem o primeiro dia ano, assim como escolhem a segunda-feira para as dietas”. 
   Por fim, embora  as metas precisem do nosso empenho para serem realizadas, algumas precisam também da “colaboração” do outro. “Nessa época de crise,  por exemplo, é preciso investir em si próprio, para ser interessante para a empresa. Como consequência, isso vai te levar a ter bagagem para um novo emprego, caso precise”, afirme Simone. (ÉRIKA GONÇALVES – Reportagem  Local. FOTO: Shutterstock


   VÁ EM FRENTE!

1.   Não desista dos seus sonhos. Se você não consegue se planejar para realizá-los, vale buscar ajuda profissional.
2. Escreva as metas para não se esquecer delas e as releia  de tempos em tempos.
3.   Meta é algo individual, portanto, não vale sonhar o sonho do(a) companheiro(a), dos filhos.
4.   Aproveite as oportunidades. Se algo acontecer durante o planejamento para realizar a sua meta reverta a seu favor.
5.   Seja determinado e comprometido com sua meta.
6.   Pense positivo.
7.   Não procrastine.
8.   Uma meta deve ser longa, sendo subdivida em metas menores que te ajudarão a conquistar algo maior. Descubra onde você está para a realização dela, esse é o ponto de partida.

FONTE: Simone Nascif, consultora empresarial. Caderno FOLHA DA SEXTA, páginas 14 e 15, COMPORTAMENTO,  sexta-feira, 18 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

WHATSAPP E O DELÍRIO DO VÍCIO



Nas mesas de restaurantes, no trabalho em festas e até mesmo em casa. Tem gente que não consegue desgrudar do celular. O vicio pelo WhatsApp e novas tecnologias tem se mostrado mais assolador e devastador. A necessidade de contar tudo a todos “em tempo real” provoca grande ansiedade e diminui a qualidade das relações verdadeiras, aquelas que enfatizam o toque, o carinho do olhar, do encontro. Estamos criando uma geração inteira de seres individualistas, que não sabem se colocar no lugar do outro, além de não serem capaz de esperar até amanhã para rever alguns sentimentos e pensar antes de agir. O mal do século será a prisão e a alienação das pessoas em função das novas tecnologias, principalmente celulares e smatphones. 
Hoje em dia andam com os celulares nas mãos. Não conversamos mais, não dialogamos mais, apenas nos falamos via WhatsApp. Pensemos nos diversos grupos que participamos por meio do aplicativo. Quantas besteiras são compartilhadas por não termos tempo para pensar. Refletir e avaliar?
Nós que vivemos a realidade escolar, sofremos uma degradação diária em nosso papel de professor ou gestor por meio do WhatsApp, já que tudo que acontece com uma criança é compartilhado pelas famílias sem o mínimo de ética e bom senso. 
As dificuldades de uma criança são divulgadas em grupos de mães sem o menor cuidado, sem nenhuma reflexão sobre quem irá ter consenso com aquelas informações - será que a criança vai ler aquilo? Não raro essas conversas geram situação de conflito no ambiente escolar. Como resultado, temos um instrumento de socialização sendo usado imoralmente, com práticas negativas. Outra consequência é que as crianças não pagam mais o preço por seus erros e esquecimentos. Se deixou algum material em casa, logo envia uma mensagem para a mãe socorrer e levar o objeto esquecido até a escola. E, sem passar por algumas situações, o jovem terá muitas dificuldades na vida adulta e no “mundo real”. Que tal nos desconectarmos e voltarmos ao tempo em que os contatos que mantínhamos eram mais pessoais – seja por meio de uma ligação ou de um encontro “olho no olho”?. ( ESTHER CRISTINA PEREIRA, psicopedagoga e vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares do Ensino do Paraná (Sinepe/PR), página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 23 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O ESPÍRITO DO NATAL


   Nesta época do ano ouvimos muito – especialmente nos programas de televisão – a expressão “o espírito do Natal”. Esta expressão remete àquelas histórias norte-americanas em que um espírito analisa o passado, o presente e o futuro de uma pessoa e a leva a uma mudança positiva de comportamento. Alguns dizem que o “espirito de Natal” é a melhoria das nossas atitudes. Outros, que o “espírito de Natal” é sinônimo de solidariedade, de fraternidade entre os povos. E por aí vai. Concordo que o Natal nos remeta a uma reflexão sobre nossas atitudes, que é tempo de nos abrirmos mais ao outro, de ajudarmos mais ao próximo, etc. Mas resumir o “espírito de Natal” a isso equivale a empobrecê-lo.
   Sim, a cultura na qual estamos inseridos aceita a diversidade de credos, cada um acredita no que quiser, vive como lhe aprouver e “ninguém tem nada a ver com isso”. No entanto, apesar de estarmos inseridos nesse meio, nós, cristãos, não podemos nos deixar levar por essa visão empobrecida do Natal, que retira a figura de Cisto do Natal e substitui o sentido cristão da festa por um sentido genérico de “solidariedade entre os povos”, como se o Natal se resumisse a uma espécie de dia da fraternidade entre os povos.
   Natal é mais do que solidariedade ou do que um “espírito” que nos impele a revermos nossa ações; é tempo de ver a Cristo, Rei do Universo, que se fez frágil e indefeso – como todo recém-nascido -, e que se colocou no seio de uma família como tantas outras daquele tempo, e, assim se humilhou desde o seu nascimento, a fim de completar a missão salvífica da humanidade, conforme a vontade de Deus-Pai. Temo de Natal é mais do que presente e dar uma esmola extra para instituições ou pessoas carentes. Natal é tempo de contemplar o Verbo de Deus encarnado e de coloca-lo definitivamente no cume das nossas vidas e das nossas ações. É deixar que Deus conduza a nossa vida, não só no final do ano, ou enquanto tivermos tempo livre, mas deixar que Deus faça Sua vontade para nós, ainda que isso signifique a “complicação” da nossa vida e a humilhação do nosso querer perante o que d’Ele. Coloquemos Cristo no centro do Natal e de nossas vidas. Não deixemos que as cores e luzes destes dias ofusquem o verdadeiro sentido da festa. ( ISABELA DE ARRUDA CAMPOS BACCARIN, advogada em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 23 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

CONTO DE UM NATAL DE LUZ



   Para nós, eletricistas de concessionária de energia, a suspensão de fornecimento, ou corte, como queiram, é a pior das tarefas, momento delicado e tenso onde o respeito ao consumidor é, acima de tudo, fundamental. 
   Vale lembrar que, no dia a dia, nos deparamos com verdadeiras tragédias sociais e dramas familiares.
   Hoje me veio à lembrança um acontecimento marcante ocorrido na semana do Natal do ano passado, lembrando que, para mim, tarefa dada é tarefa cumprida. 
   Durante a execução dos “cortes” do dia, eis que chego a uma casinha de meia-água, humilde, num bairro da periferia da cidade... Muro baixo sem reboco, portão quebrado e um cachorro magro deitado na varandinha da frente. 
   Bato palmas de praxe e ninguém me atende... Ao baixar o disjuntor percebo que a tv, em volume alto, emudece... Simultaneamente abrem-se as ventarolas do vitrô da sala e pelas frestas observo três pares de olhinhos brilhantes. 
   Pela porta da sala saem três crianças, a maiorzinha, uma menina de dez anos, é seguida pelos irmãos menores.
   -Você desligou nossa luz, moço? Perguntou a menina e emendou:
   - A gente estava assistindo desenho! 
   E seguiu questionando:
   - Vamos ter que tomar banho na água fria? 
   Lembram do respeito ao consumidor? Então... Aí quem iniciou os questionamentos fui eu:
   - Onde está seu pai ou sua mãe? 
   - Estão cortando cana para comprar nossos presentes de Natal! Ponderou e continuou:
   - Hoje é sexta-feira, dia do pagamento da semana... Você não vai deixar a gente passar o Natal sem luz, né moço? 
   Enquanto eu conversava com a menina, os irmãos observavam calados, comendo pedaços de pão seco... Ato contínuo, religuei o disjuntor e lacrei a caixa de medição, retornando a energia. 
   Procuro fazer meu trabalho obedecendo as normas da empresa, porém, minha alma ainda não perdeu a ternura. 
   Tenho consciência que não conseguirei resolver os dramas do mundo, mas, se eu insistisse naquele ”corte” penso que estaria aumentando minha coleção de fracassos!
   Voltei pra base e contei ao gerente (outra alma bendita) que, imediatamente, imprimiu as contas em atraso e me ajudou na quitação dos débitos que não era tanto dinheiro assim!).
   Pela primeira vez em dez anos não fui ao Correio pegar a cartinha do “Papai Noel”, os presentes do ano e a Cesta de Natal decidi levar para as crianças dos olhinhos brilhantes (Mariana, Cléber e Jéssica), que por ora queriam, apenas, assistir ao desenho animado e tomar banho quente. 
   Um Natal de luz para todos vocês! (JOÃO CÂNDIDO DA SILVA NETO, eletricitário em Santo Antônio da Platina, página 2, espaço CRÔNICA, quarta-feira, 23 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

'SEM MUDANÇAS BRUsCAS'

  
   Discurso em cerimônia de posse de ministro ou outras autoridades públicas tem sempre um tom forte, poderoso e combativo. “Agora vai”, podem inclusive acreditar alguns. No caso da substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, segunda-feira, o clima de otimismo perdurou enquanto duraram os pronunciamentos da presidente Dilma Rousseff e do novo titular da pasta. Pouco depois, o mercado reagiu negativamente e o dólar fechou em alta passando os R$ 4. É a prova de que promessas e boas intenções não bastam para conquistar a confiança necessária. Barbosa até disse o que o mercado queria ouvir, que ele vai focar sua atenção na redução da inflação, perseguir a meta fiscal do próximo ano e priorizar a reforma da Previdência focando na questão da idade mínima para aposentadoria. Mas foi recebido com desconfiança. Dilma também não conseguiu convencer quando, em um discurso de 12 minutos, repassou para a nova equipe econômica três orientações imediatas: trabalhar com metas realistas e factíveis no sentido de construir credibilidade; fazer o pagamento da dívida pública e, por fim, buscar a retomada do crescimento. O problema é que entre os três objetivos, parece que única novidade é justamente estipular metas realistas. Muito já se falou em dívida pública e retomada do desenvolvimento, mas até agora, nada surtiu efeito. Lembrando que Nelson Barbosa não é nome novo no governo do PT e até a semana passada ele estava à frente do Planejamento. Vencer a desconfiança do mercado e mostrar que é capaz de tornar realidade as promessas que faz é o primeiro desafio do novo ministro. Para tanto, ele terá que mostrar que é capaz de ajudar a presidente Dilma a articular sua base de apoio no Congresso. Sim, porque tudo o que ele está prometendo dependerá de aprovação no parlamento. O primeiro sinal de que essa negociação não será fácil foi justamente a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em manter o recesso dos deputados federais até fevereiro. O governo defendia que deputados e senadores interrompessem as férias em janeiro para concluir o mais rápido possível a análise do processo de impeachment e então partir para outros projetos importantes. Como se a situação do País estivesse ótima e o desenvolvimento da nação não passasse pelo Congresso, os parlamentares decidiram manter as férias intactas. ( FOLHA OPINIÃO opinao@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 23 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A BAIXA ADESÃO À VACINA CONTRA HPV


Profissionais de saúde procuram entender as baixas taxas de cobertura dos programas de imunização em adolescentes. Essa foi uma das principais discussões entre os médicos de vários estados brasileiros e de outros países que participaram do 9º Congresso da Sociedade Mundial de Doenças Infecciosas Pediátricas, no Rio de Janeiro. Segundo os especialistas, a imunização dessa faixa etária é um grande desafio para a saúde do mundo, já que estudos revelam que o índice de adesão desse grupo é baixo, colocando uma parcela de adolescentes e adultos jovens suscetíveis a doenças que já são imunopreveníveis, como hepatite A e B, meningocócica e HPV (sigla em inglês do Papilomavírus Humano), vírus sexualmente transmissível que pode causar o câncer de colo de útero. A vacinação contra o HPV tem encontrado resistência nas famílias brasileiras. Em entrevista à FOLHA, a gerente de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, disse que uma das hipóteses é cultural, pois a vacina está associada ao início da atividade sexual. A divulgação de possíveis eventos adversos ocorridos com a aplicação das primeiras doses também pode ter causado preocupação. Outro fato pode contribuir para que as famílias criem ainda mais resistência. O Ministério Público Federal em Minas Gerais ajuizou, na última quinta-feira, ação civil pública pedindo que a Justiça Federal proíba a rede pública de Saúde de aplicar a vacina contra o HPV em todo território nacional. A ação também pede a nulidade de todos os atos normativos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autorizaram a importação, produção, distribuição e comercialização da vacina no País. De acordo com a ação, não existe comprovação de que a vacina seja eficaz contra o câncer de colo de útero, além de não haver estudos apontando seus efeitos colaterais. A Secretaria de Saúde de Londrina reforçou que a vacina de HPV é bastante segura sendo inclusive recomendada por vários organismos internacionais, incluindo a agência CDC ( Centros de Controle e Prevenção de Doenças) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. O câncer de colo de útero é o terceiro mais comum entre as mulheres. Justificativa mais que suficiente para que qualquer dúvida sobre a vacina seja esclarecida de forma rápida. Só assim os pais terão informações suficientes sobre os benefícios e riscos do produto e poderão tomar uma decisão consciente. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 22 de dezembrode 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

NOVO APLICATIVO TRADUZ CONVERSAS

   São Paulo - A Microsoft anunciou ontem a chegada do recurso de conversas do Microsoft Translator, o aplicativo de tradução da empresa que desenvolve o Windows, com o sistema operacional Android, aos iPhones e ao relógio inteligente Apple Watch. Lançado em agosto, o aplicativo recebeu a mesma tecnologia que permite diálogos traduzidos do Skype. De acordo com nota publicada no blog oficial da Microsoft, o recurso traduz Mandarim, Inglês, Francês, Alemão, Português e Espanhol. O funcionamento é simples. Basta escolher para qual língua o dispositivo deve traduzir e o aplicativo transforma a fala do usuário em mensagem no idioma alvo. 
   Em teste realizado pela reportagem com o Skype, as tecnologias de reconhecimento de voz e inteligência artificial funcionaram para traduzir o português, mas se atrapalharam com o ritmo natural dos diálogos e até censuraram algumas gírias. No lançamento do recurso de conversa do Microsoft Translator, a própria empresa reconheceu que a tecnologia embutida no aplicativo não chegou ao ponto ideal. “Nós não chegamos ainda a uma experiência tipo babelfish |peixe tradutor fictício do filme ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’|”, disse em nota. “Mas nós vamos continuar a trabalhar para proporcionar uma experiência melhor e uma tradução ainda mais natural” ( FOLHAPRESS, página 3, caderno FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, terça-feira, 22 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A DESIGUALDADE NO BRASIL TEM COR E TEM AGENTE


   Fiquei feliz ao ver os resultados alcançados pelas políticas de ações afirmativas divulgados na matéria. “Uma década de atraso” (Geral, 5/126). Eles mostram que estamos seguindo no caminho certo em busca da equidade racial. Editorial da Folha de Londrina, publicado no mesmo dia, aponta que somente a inclusão de negros no ensino superior não resolverá a questão. Nesse ponto concordo, porém, está no apontamento do “cerne” da questão. O texto diz que o problema é, apenas, o déficit educacional do público-alvo das políticas. Sinto informar que o problema é bem mais complexo. 
   Sempre tive o sonho de ser estudante da UEL, acredito que este seja o desejo de todo londrinense que almeja uma carreira universitária. Mas, assim como a maioria da população, acreditava que apenas meu “atraso” educacional, por ter cursado todo meu ensino fundamental e médio em escolas públicas, frustrava este objetivo. 
   Entrei no curso de jornalismo em 2006, por meio das cotas raciais. Pensava que no ambiente acadêmico, espaço ocupado por pessoas instruídas, não sofreria o racismo e a discriminação que me acompanharam tortuosamente ao longo de toda minha vida. Que a indiferença de alguns professores com minhas dificuldades (normal para qualquer ser humano), que os comentários maldosos sobre meu cabelo e minha cor de pele, que as demonstrações (explícitas e implícitas) de que eu era indesejada em determinados espaços e a atitude de ser preterida para determinados cargos ou posições por não ter “a qualificação necessária seria” ou não ter “o perfil da empresa” iriam ficar no passado. Infelizmente eu estava enganada. 
   O editorial demonstra uma preocupação com a formação desses alunos negros, mas, me questiono, em que sentido essa preocupação se faz verdade, já que esses alunos frequentam o mesmo ambiente universitário que os outros alunos? As cotas, sejam sociais ou raciais, tem um diferencial, apenas, na admissão dos alunos na universidade, e não em sua saída. Para isso, concluir a graduação, precisamos concluir o mesmo currículo pedagógico que os demais discentes.
    A avaliação de sistema de cotas, que ocorreu na UEL em 2010, apontou que os alunos cotistas apresentam um desempenho acadêmico igual ou superior aos não cotistas. Entre os cotistas o número de desistência do curso é menor (esses dados estão disponíveis no site da instituição). Aliás, esse é um quadro que se repete em diversas universidades. Enfim, é realmente a formação desses profissionais que preocupa a sociedade?
   Quando falamos de cotas, falamos de racismo. Este mal que desumaniza, que nega a cidadania e que mata a juventude negra todos os dias nas periferias do país (como foi o caso de cinco jovens negros que tiveram o carro alvejado 111 vezes pela PM do Rio de Janeiro, no dia 28 de novembro, e tantas outras mortes).
   O maior problema do racismo no Brasil é ser um mal sem agente. Todos reconhecem que o país é racista, mas ninguém se reconhece como tal. Como diz Kabenguele Munanga, é um crime perfeito, pois, você nunca encontra o culpado para responsabilizá-lo por seus atos. O racismo do Brasil está presente em nossa cultura e não podemos ignorar que esta mentalidade pode interferir na escolha dos profissionais que irão compor o quadro de funcionários da empresa. 
   Não é apenas o sistema educacional que precisa de uma reforma profunda, mas também o comportamento naturalizado que sempre pressupõe que pessoas negras são incompetentes, negando a estas oportunidades de crescimento profissional, com o olhar que todo ser humano precisa para ser reconhecido como tal. A superação do racismo é peça chave para o fim da desigualdade no Brasil. 
   Quantos séculos negros e negras precisarão aguardar, pacientemente, para que o mundo maravilhoso da educação pública e de qualidade aconteça para que sejam inseridos de forma equânime no mercado de trabalho e ter, enfim, uma vida digna? ( SÍLVIA CASTRO, jornalista, mestra em Ciências Sociais pela UEL e doutoranda em Sociologia pela Unicamp, página 2, ESPAÇO ABERTO, sexta-feira, 18 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

SINAL DE ALERTA PARA A SAÚDE PÚBLICA



   Quem não se mobilizou com o desespero de um médico do Hospital de Base, de Brasília, em vídeo que circulou nas redes sociais, em setembro deste ano, que aos gritos dizia que faltava tudo no hospital? Era uma tarde de sábado e uma equipe do Corpo de Bombeiros levava para aquela emergência um homem acidentado. A gravação foi feita por um paciente que aguardava o atendimento. O médico, com o cansaço estampado no rosto, dizia que estava estressado, que estava de plantão há muito tempo, que faltava tudo e ele queria sumir dali. 
    A cena que se viu no Hospital de Base poderia ter acontecido em qualquer outro grande hospital público do Brasil. Mesmo aqui no Paraná, a situação é muitas vezes desesperadora para profissionais de saúde, pacientes e familiares que acompanham os doentes. Se 2015 não foi um ano fácil para a saúde publica, 2016 não parece que será melhor. Com o aumento da taxa de desemprego, pessoas que tinham plano particular de saúde e que não podem mais arcar com o serviço, estão migrando para o Sistema Único de Saúde (SUS). Acontece que o SUS terá que se adequar para receber essa demanda sem piorar ainda mais o serviço. Se não houver gestão administrativa mais eficiente, criatividade, responsabilidade e rapidez na solução dos problemas, o caos acabará se instalando. 
   No início deste mês, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) confirmou o indicativo de interdição ética do Hospital Universitário (HU) de Maringá e do São Rafael em Rolândia. As instituições têm 180 dias para regularizar as condições para a prática dos profissionais na área da saúde e implantar melhorias para atendimento da população. Se as irregularidades não forem sanadas, os hospitais podem ser impedidos de exercer a medicina em qualquer das suas áreas.
   O CRM realizou 1.305 fiscalizações até novembro de 2015 em hospitais paranaenses. As vistorias analisaram o atendimento do SUS, escalas de plantões, estrutura e equipamentos, qualificação de profissionais, entre outros itens. A conclusão de trabalho confirmou o que todos já sabiam. O SUS apresenta um sistema “caótico” em todo o Brasil, colocando em risco a população e expondo médicos sem condições de trabalho. 
   Sai governo e entra governo e o problema é sempre o mesmo no que diz respeito à saúde pública no Brasil. Não é só uma questão de falta de dinheiro, mas também na ineficiência na gestão dos recursos públicos. Assim como na ausência de programas de prevenção, que poderiam ajudar a reduzir a demanda de doentes, e na dificuldade dos postos de saúde municipais em absorver os pacientes com problemas de baixa complexidade, que acabam lotando os prontos-socorros dos hospitais de referência. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 21 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A GERAÇÃO Y SABE PROTESTAR


   Cada vez mais autodidata e autônomo, o jovem do século 21 aprende o que lhe interessa e o faz por meio de uma linguagem não linear, ou seja, ele pode começar a ler uma reportagem sobre o novo filme da franquia Star Wars, o “Despertar da Força”, na sequência pula para uma página sobre ficção científica e terminar baixando um aplicativo de gastronomia no celular. A tal da Geração Y já foi chamada de muita coisa: distraída, superficial, insubordinada, egoísta. Mas quem diria que a turma da internet está se mostrando comprometida com a pauta social e soltando a voz em causas importantes? 
   Pelo menos é o que aponta alguns fatos que aconteceram este ano no Brasil e no Paraná, quando os jovens decidiram manifestar posições nas redes sociais ou em protestos nas ruas das cidades. A participação dos estudantes nos protestos dos professores de escolas estaduais paranaenses, no primeiro semestre deste ano é um exemplo. Muitos deles estavam na manifestação do dia 29 de março, no Centro Cívico de Curitiba, onde um confronto entre policiais e manifestantes acabou com 170 pessoas feridas. 
Outro exemplo mais recente: estudantes ocuparam escolas públicas de São Paulo, para protestar contra fechamento de instituições de ensino, medida que havia sido anunciada pelo Governador Geraldo Alckmin. 
   Coincidência ou não, a Conferência Nacional da Juventude, realizada há poucos dias em Brasília, abordou o tema “As várias formas de mudar o Brasil”. Participaram da reunião coletivo de jovens que defendem causas tão diversas como igualdade de gênero, democracia, igualdade racial e o direito à comunicação. 
   A geração que nasceu com a internet mostrou ser capaz de se juntar em um mesmo espaço físico para debater e reivindicar. É claro que as manifestações e as ocupações foram acertadas antes, pelas redes sociais. 
   É possível perceber o engajamento dos jovens em causas ligadas à melhoria da qualidade da educação pública e meio ambiente. Em 2015, o agravamento da crise econômica e as denúncias da Operação Lava Jato levaram a agenda política brasileira até às crianças e aos adolescentes. A questão agora é não deixar morrer esse comprometimento e o desafio é incentivar o jovem a se envolver ainda mais nas questões sociais e políticas da comunidade em que vive. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, domingo, 20 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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