domingo, 31 de maio de 2015

MINHA ODE AO GATO


        Como Neruda, decifrei arquipélagos, cidades e a botânica mas nunca decifre inteiramente um gato.

   Outro dia encontrei a foto do pintor Jean-Michael Basquiat com um gato no colo. Lembrei-me que muitos artistas gostam de gatos e são inúmeros os escritores que os têm ou tiveram como bichos de estimação. Lembrei-me que entre os poemas mais bonitos sobre animais está “Ode ao Gato” de Pablo Neruda, no qual ela diz que sabe quase tudo sobre a Terra mas não consegue decifrar  o gato “cujos olhos tem números de ouro”.
   Fiquei pensando na minha própria paixão por gatos, amor antigo que os primos que conviveram comigo na infância não esquecem. Do meu primeiro felino – eu não devia ter nem cinco anos – lembro-me que se chamava Misho, listrado como um tigre, autêntico exemplar “xadrez” desses que não deixam dúvida sobre sua vira-latice explícita. Depois vieram outros, como a gata preta e branca que tive ali pelos meus dez anos e que dava cria a cada seis meses, para angústia da minha mãe que não sabia o que fazer com os filhotes num tempo em que a castração de animais domésticos não era comum como hoje. Descendentes desta gata devem vagar até hoje pelas ruas do Norte do Paraná.
   Quando jovem, já morando em república para estudar jornalismo, apareci com uma gatinha em casa para espanto de algumas amigas que no início estranharam e depois também se derretiam pela bichana. Ela passava os dias com a gente e freqüentava à noite nossas rodas de violão atestando sua condição de boêmia, até por isso seu nome era Mia. E vivia em grau de igualdade com os universitários.
   Também tive gatos nos anos de meus dois casamentos. Meus parceiros nunca se importaram, se apegaram aos bichos compreendendo essa preferência que trago da infância e que acho que se incorporou à minha personalidade. As pessoas misturam seu temperamento aos dos bichos que têm durante a vida, por muitos anos seguidos. Até por isso,  já tive amigas que me lembravam poodles e amigos com a personalidade fiel de um pastor alemão, explico que isso não tem nada de ofensivo, trata-se apenas da simbiose entre animais e seus donos, sendo que gatos e cães também tomam nossos hábitos compondo parcerias incríveis.
   Agora mesmo, enquanto  escrevo  esta crônica, Bambino meu gato tigrado, dorme profundamente aqui do meu lado, imitando minha siesta sagrada embora mais curta. Para mim, basta uma soneca depois do almoço, mas Bambino a estica por horas seguidas, até acordar ali pelas 16 horas, confirmando que os gatos dormem mais de dia do que de noite, quando ficam espertos ao menor vestígio de lua.
   Lygia Fagundes Telles, Guimarães Rosa e Ferreira Gullar, tiveram ou têm gatos. Assim como |Julio Cortázar, Jorge Luís Borges, Ezra Pound e Ernest Hemingway. Penso que os gatos se adaptam aos escritores porque são silenciosos e capazes de ficar horas sobre as escrivaninhas como se entendessem a atividade concentrada de quem lida com palavras. Eles não dizem nada, mas sua presença forte e ao mesmo tempo autônoma embala a função de quem vive de ideia e precisa de reflexão para pegar os temas pelo rabo, como faço agora.
   Até por isso, fiz algumas crônicas sobre gatos. Uma delas começou inspirada pelos profundos olhos azuis de um siamês que me acompanhou por anos seguidos e que, nas manhãs de Londrina, sempre aparecia  na sala no horário em que a luminosidade refletia ainda mais seus olhos vivos. Foi por seus olhos que entrei para sondar veias e mapas para escrever uma crônica que acabei publicando em livro. Ela retrata minha admiração por Alice, personagem de Lewis Carroll que tinha ao seu dispor um mundo maravilhoso, construído a partir de grande imaginação. A crônica inspirada pelos olhos de meu gato se chama “Eu me maravilho, tu te maravilhas” e fala de um mundo se descortinando a partir dos olhos de um gato, aqueles olhos de ouro como no poema de Neruda.
   Se Bambino acordasse aqui do meu lado, neste momento, seus olhos verdes me inspirariam outro texto, talvez um poema, porque eles sõ muito enigmáticos e para a literatura nada melhor que um enigma, ainda que a gente nunca o decifre.
   Mas são quase 16 horas e meu gato não acordou ainda, embora faça ruídos e ressonâncias felinas que dão conta do tamanho de sua preguiça neste momento. Aproveito seu sono para explorar outras histórias de gatos e, quem sabe, possa compreender seus sonhos, sua cabeça enluarada, seu desejo de vagar à noite, atravessar telhados, namorar ruidosamente, subir em árvores, arranhar sofás, pedir ração e leite insistentemente, entrar em caixa como se habitasse condomínio, pegar borboletas reais e imaginárias , caçar pardais em duas tentativas – uma quase sempre frustrada- beber água em torneiras, tomar sol nas janelas como uma escultura egípcia, subir nas mesas, entrar nas gavetas para saber o que tem dentro, tirar meias e camisetas para fora, nos acompanhar até a porta quando saímos de casa, esperar pacientemente nossa volta, miar de alegria ou por impaciência, miar, miar e miar como uma orquestra afinada só para marcar presença. Enfim, fazer tudo o que compete aos gaos, essas criaturas que se mostram e se escondem como um jogo, um número de mágica, numa eterna parceria de sedução com seus donos. Como Neruda, decifrei arquipélagos, cidades e a botânica mas nunca decifrei inteiramente um gato. Daí todo seu encanto. ( Texto escrito por CÉLIA MUSILLI celiamusilli@terra.com.br  página 4, FOLHA 2, espaço CÉLIA MUSILLI, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 31 de maio de 2015).

TROCAS



   Lembra quele terno que Dalva me fez comprar para ser padrinho de casamentos? Pois é, troquei. Você há de pensar: trocou porque, se usou só uma vez? Pois e, nem usei.
   É um causo, como dizim os velhos contadores de histórias. No dia do casamento, noitinha, saímos de casa levando as novas roupas para vestir na casa da mãe da Dalva, depois que ela fosse maquiada lá. Então abri o guarda-roupa, peguei o terno, camisa, cinco, sapatos, tudo, até do prendedor de gravata lembrei, e fomos.
   Dalva se maquiou, nos vestimos e rumamos para o casamento. Tudo muito bonito na capela, a cerimônia, a decoração, a música, depois o jantar no salão, e enfim o baile, quando dançamos e, ao contrário do que eu esperva, o paletó “tipo James Bond”, apertadinho, não apertou não, estava até meio folgado.
   - Claro – Dalva revelou o que tinha percebido desde que me vesti  - Você pegou o velho terno azul-marinho, não o novo terno azul-marinho.
   A esta altura, várias pessoas, ao me cumprimentar, tinham falado do terno, pois leram a crônica anterior, e eu confirmava, sim, estava com o novo terno.  Me senti  um fraudador.
   Dançando, mas alguém cumprimentou, elogiando o novo terno, e paramos de dançar para eu explicar que não, era o velho terno, então contando a história da maquiagem etc. Voltamos a dançar, outralguém passou ao lado dizendo “de terno novo, hem”, e eu ia corrigir quando Dalva disse deixe pra lá, ou vamos passar a note contando essa história.
   Lembrei a história das gêmeas que Tio Nino contava. As irmãs gêmeas estavam noivas de dois irmãos bem parecidos.  No dia do casamento, beberam muito e  embarcaram bem bebinhos na viagem de lua de mel, logo após festa, quando pegaram cabines de trem-leito... E, você já adivinhou,  né, trocaram-se os casais, tão parecidas eram as noivas gêmeas. E nem eles  nem elas  perceberam .
   Mas, à luz do dia e sob a sobriedade, encontraram-se no vagão restaurante para o café da manhã, e, depois de discutir o assunto, levando em conta já a noite passada, resolveram que só havia duas soluções: ou destrocar as noivas, fingindo que nada acontecera , ou, continuar com as noivas trocadas para o resto da vida, já que nem a mãe delas conseguia distinguir uma da outra.
   Tio  Nino parava de contar a história  e as pessoas perguntavam e daí, que é que resolveram? Ele se coçava, dava uma suspirada e dizia ué, já não falei?
   Nem mãe conseguia distinguir uma da outra...E eu só sei disso porque um dos noivos, já velho, último sobrevivente dos quatro, me contou a história antes de morrer. Mas não contou que solução  deram ao caso... ( Texto escrito por DOMINGOS PELLEGRINI, página 21, espaço DOMINGOS PELLEGRINI, publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 31 de maio de 2015).

RESULTADOS E MUDANÇAS




   O resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforça a percepção de trabalhadores e empresariado de que a economia não vai bem. Conforme o levantamento, a produção de bens e serviços do País caiu  0,2% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os últimos três meses de 2014, para R$ 1,408 trilhão . É o pior resultado desde o segundo trimestre do ano passado, quando houve recuo de 1,4%; no último trimestre do ano passado, o PIB subiu 0,3%.
   No entanto, a discussão que vem à tona é o que será feito para reverter esse resultado. Queda na produção leva automaticamente ao desemprego (que já começou a aumentar) e à redução do consumo. É uma sucessão de notícias negativas que precisam ser rompidas. É óbvio que são necessários investimentos, mas o governo também já anunciou cortes no orçamento e os fundos tradicionalmente utilizados para financiamentos de obras ou para empréstimos também estão se esgotando. Um exemplo claro são os financiamentos para o sistema nacional de habitação que foram reduzidos drasticamente.
   O momento exige sensatez das autoridades até porque a economia não pode ser estimulada artificialmente. Uma medida como essa contribuiria ainda mais para aumentar a inflação, que já está na casa dos 8%. E, além de tudo isso, há os escândalos de corrupção. Embora as investigações da Operação Lava jato não tenha chegado ainda à presidente Dilma Rousseff  (PT), e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos ministros, há toda uma crise de confiança. Como acreditar que um governo que gerou um prejuízo bilionário na maior estatal brasileira – uma empresa petrolífera que detém o monopólio da produção  de gasolina e derivados no País – conseguirá tirar o País de uma crise sem precedentes como essa?
   O cenário aponta para tempos difíceis, mas é preciso cobrar do governo ações mais assertivas e a criação de uma agenda positiva.  O ambiente deve ser mais propício aos negócios. A burocracia e os debates ideológicos não devem continuar interferindo na economia. O empresariado, os produtores rurais e os trabalhadores fazem a sua parte, continuam a trabalhar e a investir. Já  passou da hora de gestores públicos pensarem também na  construção de um país melhor.( Página 2, FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sabão, 30 de maio de 2015).

MEDALHA DE ‘OURO’


   2014 foi o ano em que bilhões da nossa receita viraram fumaça na construção de estádios de futebol superfaturados e obras paralisadas que se tornaram símbolo da má gestão dos recursos públicos. Afinal, tivemos a Copa do Mundo mais cara de todos os tempos. Em 2016 sediaremos as Olimpíadas e, infelizmente, mais uma enxurrada de dinheiro descerá pelo ralo. As evidências já estão aí, mas muita gente prefere fingir que não está vendo, talvez por interesse, quem sabe, por ingenuidade, o que é difícil, mas são notícias que sites e blogs de observadores conceituados estão divulgando e não podem ser desconsideradas, pois estão fundamentadas em farta documentação, dentre elas algumas sentenças judiciais. O dinheiro destinado ao fomento olímpico está sendo usurpado por quadrilhas especializadas em mascarar convênios, manipular licitações e adulterar prestações de contas, usando para isso as entidades desportivas nacionais (confederações) de várias modalidades.
   O Ministérios dos Esportes, Banco do Brasil, Petrobras – como se já não bastasse o petrolão – são os alvos principais desses estelionatários que criam empresas fantasmas para esquentar a documentação necessária ao golpe. O único consolo é que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal já identificaram os quadrilheiros que, em breve, deverão estar atrás das grades. As entidades citadas nas matérias mencionadas são as confederações de Taekwondo, Tiro com arco, Tiro Tiro Esportivo, Tênis, Basquete, Vôlei e outras que continuam sendo investigadas.
   Asa fontes informam que a trama só foi descoberta a  partir de uma denúncia de fraude na aprovação do estatuto das Confederação Brasileira de Taekwondo, supostamente aprovado no ano de 2012, o que gerou um processo que resultou numa sentença anulatória do referido documento e todos os atos praticados desde a data da sua aprovação fraudulenta.  Sentença essa que foi homologada pelo colegiado de desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no dia 27 de abril. Durante a investigação do referido ato verificou-se que alguns documentos acostados referiam-se a ligações com pessoas suspeitas, motivando uma ação da Polícia Federal, batizada de Operação Contragolpe, que computadores e documentos contábeis na sede da referida entidade dirigente no Rio de Janeiro e, através deles, chegaram aos demais suspeitos. Há, por exemplo, uma empresa listada como importadora de equipamentos eletrônicos, mas que na verdade não passa de uma distribuidora de bebidas com sede no bairro de Bonsucesso. Estima-se que os valores desviados chegam  à cifra de R$ 20 milhões, podendo ser muito mais.
   Os desenlaces desse mote podem estar bem mais perto de nós do que imaginamos. Muitos projetos sociais / esportivos que se valem da égide de preparar futuros campeões olímpicos  entre crianças e adolescentes na periferia das nossas cidades, financiados com recursos do Ministérios dos Esportes e contrapartida de verbas estaduais e municipais podem também estar contaminados. Por essa razão, devemos estar atentos, tornando-nos ficais da aplicação do nosso dinheiro para garantir os nossos direitos. Se nada fizermos, nada teremos a comemorar com as Olimpíadas. Infelizmente! A tocha estará acesa em nosso país, mas estaremos envolto na escuridão produzida  por inescrupulosos que, em nome do esporte, prometem elevar-nos ao Olimpo, usurpam o dinheiro que seria melhor investido para salvar vidas em hospitais públicos, no bem-estar e segurança da população  ou para educar crianças. Diante desse quadro não vale a pena conquistar medalhas, pois elas não terão valor algum. Serão como a perita aurífera, o ouro dos tolos, que brilha, mas não tem nobreza alguma! ( Texto escrito por JAIR QUEIROZ, pós-graduado em segurança pública e esportiva em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 30 de maio de 2015).

sábado, 30 de maio de 2015

SOLUÇÕES NA PALMA DA MÃO



Como desenvolve aplicativo que facilita o dia a dia no campo
   A tecnologia tem o objetivo de facilitar a vida das pessoas. No campo, as novidades tecnológicas têm possibilitado gerar soluções mais rápidas para problemas do dia a dia de agrônomos e produtores. Há dois anos, a Coamo Agroindustrial Cooperativa tem investido forte em novas ferramentas para dispositivos móveis. Dentro do Programa Mobilidade Agronômica,  desenvolvido pela organização, a cooperativa criou recentemente um aplicativo que reúne todas as informações levantadas pelo engenheiro agrônomo em uma área.
   O maior benefício do aplicativo, conta Marcelo Sumiya, gerente de assistência  técnica da Coamo, é facilitar o trabalho dos agrônomos e ter na palma da mão todo o histórico referente à área e à produção dos cooperados. Por meio da ferramenta, o profissional  pode fazer previsão da colheita, produtividade, volume de insumos necessários para a lavoura, entre outros serviços da assistência técnica.
   Antes, conta Sumiya, o agrônomo fazia todas as anotações manualmente. Além disso, para demonstrar o portfólio de produtos, os profissionais de campo tinham que levar catálogos separadamente. “Agora, transportamos todas essas informações para o digital”, comenta o gerente. Todos os diagnósticos gerados pelo aplicativo, instalados em tablets,  são impressos e encaminhados aos produtores.
   O diagnóstico emitido pelo aplicativo,reforça o gerente da Coamo, contém todas as recomendações que o produtor deve realizar para ter uma safra sadia e altamente produtiva. “Nosso equipamento também  fotografa e manda imagens junto ao diagnóstico”, observa Sumiya. O que mais chama a atenção do gerente é ter em mãos  o histórico da área, pois permite que o agrônomo acompanhe o desenvolvimento da produtividade durante muitas safras.
   Ter o conhecimento das ações passadas permite acessar o que já foi recomendado para uma determinada situação, quais os produtos, insumos utilizados e os resultados obtidos. Outra vantagem do sistema, segundo ele, é  que o agrônomo pode fazer as recomendações técnicas necessárias e atualizar as informações mesmo em modo off-line.
   Sumiya acrescenta que quando o técnico volta à unidade da  Coamo, ele conecta o tablet a uma rede de dados e sincroniza as informações do dia com o Sistema de Informação Coamo (SIC). De acordo com informações divulgadas pela cooperativa, o projeto piloto começou no final do ano passado com quatro engenheiros agrônomos do Departamento Técnico da Coamo em Campo Mourão. ( REPORTAGEM LOCAL – RICARDO MAIA, PÁGINA 6, caderno FOLHA RURAL, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 30 de maio de 2015).

COITÉ




   Alguns dos nomes populares da árvore cujo fruto será o tema dessa crônica são: coité, cuité, cabaceira, cuieira,  árvore-de-cuia,  cuia,  cuitereira. Quando a conheci, fiquei maravilhada por ver aquelas “melancias” penduradas tal e qual uma árvore de Natal.
   Essa frondosa árvore é surpreendente porque além de ser decorativa frutifica o ano inteiro, o que é maravilhoso ver. Suas folhas são verde-escuro brilhante e muitos a utilizam como medicina alternativa. As flores, que aparecem da primavera até o outono, são branco-amareladas . Mas antes de abrirem as flores, os botõezinhos ficam todos grudados no tronco e galhos, onde se tornarão frutos.
   Os muitos frutos que ela dá parecem uma melancia de tão redondos que são. Grandes e pesados eles fazem os galhos vergarem com seu peso, às vezes encostado até no chão. Verde claros quando novos, os frutos mudam para a cor marrom escuro quando ficam maduros e é aí que sua casca fica muito dura e vai servir para muitas utilidades: vasilhas e utensílios de cozinha, peças de artesanato e até instrumentos musicais.
   Os frutos eu conheço pelo nome de purunga, cabaça, cuia, coité. Mas, tenho certeza, por esse Brasil imenso ele apresenta-se sob outros tantos nomes.
   É  gostoso apreciar o lindo espetáculo que nos oferece tão exótica árvore.
                                                          “
                                                 Essa frondosa árvore é surpreendente porque além de ser

                                       decorativa  frutifica o ano inteiro. ( Texto escrito por MARINA IRENE BEATRIZ POLONIO, leitora da FOLHA, página 2, espaço DEDO DE PROSA, caderno FOLHA RURAL, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 30 de maio de 2015).  

sexta-feira, 29 de maio de 2015

TER UM PET FAZ BEM!



Especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi destaca cinco benefícios que os cães trazem para o dia a dia
   Conhecido com o Dr. Pet, o zootecnista e graduado em medicina veterinária Alexandre Rossi é referência nacional quando se fala em comportamento animal. Quando está em casa, porém, Rossi vira “pai” da Estopinha e do Barthô, dois vira-latas mais que simpáticos que tiveram a sorte e o privilégio de serem adotados pelo Dr. Pet. AS vasta experiência como adestrador e o carinho dos cães em casa fizeram com que Rossi tivesse uma certeza:  “ter  um animal é algo transformador e e que nos faz mais bem do que imaginamos. Tenho  contato com muitas famílias, mas nunca passo imune das emoções que os animais trazem”, revela. Em conversa recente com a FOLHA, durante um evento da Purina Dog Chow, em São Paulo, Alexandre Rossi listou cinco benefícios  de ter um animalzinho em casa. Confira!
Cães têm ressonância afetiva
“Os cães percebem  os nossos sentimentos. Ele pode não entender que você foi demitido, por exemplo, mas sabe que você precisa de companhia e vai estar por perto. Além disso, as emoções deles são ‘às claras’, não tem fingimento. Sabemos quando estão felizes ou quando estão tristes”
Cães trazem bem-estar
  ”Nós vivemos cada v ez mais isolados na nossa sociedade. Isso faz com que o ser humano sinta falta de carinho. Fazer e receber carinho de um pet faz um bem tremendo à saúde. J´s está comprovado que nosso organismo produz mais oxiitocina (conhecido como o hormônio do amor) quando estamos sentados no chão brincando com um cão do que quando estamos sentados sozinhos no sofá”.

Cães fazem bem à saúde
   “Só o fato de fazermos carinho em um animal faz om que nossa pressão arterial diminua. Antigamente se falava muito em se livrar dos bichos quando se tinha um bebê. Hoje já sabemos, graças à pesquisas científicas, que crianças que crescem com cães tem menos alergias, bronquite e até dor de ouvido. Além disso, quando você tem um cão você se movimenta mais, sai para passear, brinca com ele e, por isso, se torna automaticamente mais ativo!. 
  Cães nos conectam com o mundo 

   “Quando passeamos com um cachorro parece que mudamos de cidade. Só recebemos sorrisos e constantemente alguém para para conversar e perguntar sobre o animal. Por isso, dizemos que os cães são faciltadores  sociais. Eles ajudam a quebrar o gelo”. 
  Cães não nos julgam    “A gente pode fazer uma grande besteira, mas nosso cão nunca vai nos julgar. Seja quem formos ele sempre estará ali. Uma pesquisa recente mostrou que pessoas que falam em público com animais a seu lado se sentem mais seguras do que quando estão ao lado do cônjuge. ( REPORTAGEM LOCAL – BRUNA QUINTANILHA    FOTOS: SHUTTERSTOCK  e DIVULGAÇÃO. Caderno FOLHA DA SEXTA, E-MAIL  folhadasexta@folhadelondrina.com.br publicação do jornal  FOLHA DE LONDRINA, sexta-feira, 29 de maio de 2015).

A TAL MEIA-IDADE



   Muito se fala na tal da crise da meia-idade, que acomete tantos os homens como as mulheres, os deixando meio atordoados e que traz muita desesperança com a vida como se ela tivesse chegado a um ponto final e mais nada interessante pudesse correr. Afinal, essa crise existe? E o que ela é e como se dá? Quando uma pessoa atinge a década dos 40 começa a perceber variadas mudanças em sua vida. A juventude, que propicia um  maravilhoso vigor físico e muita ousadia, vai se acabando e nos tornando mais realistas e menos ingênuos. O corpo já não é mais o mesmo e dores e males antes inexistentes aparecem nos avisando que o tempo passa. Essas mudanças, que nos trazem limitações físicas, nos assustam porque jogam em nossas caras que temos prazo de validade e que, ao contrário do que acreditávamos quando jovens, não temos todo o tempo do mundo e nem tudo podemos.
   Tornar-se consciente dessas mudanças e limitações causa algo em nós. Mexe com o que conhecíamos e impõe que mudemos internamente, ou seja, nos demanda um trabalho interno para construirmos novos valores e formas de vir a ser. Muitas pessoas, tão apegadas ao que foram e com medo do que podem ser, negam as mudanças que se apresentam e tentam viver como antes, como se o tempo não passasse e pudesse ser controlado com atitudes que nos levariam à vida interior. Tentam, forçosamente, parecerem adolescentes através da fala, das atitudes, das vestimentas e da visão de mundo.
   Ao mesmo tempo que a passagem do tempo nos tira a força física e impõe limites, temos a maravilhosa oportunidade de criarmos uma nova mente, que permita enxergar a vida com novos olhos. Com as experiências de vida podemos perceber que não há só perdas em ganhar idade, mas ganhos que se encontram na dimensão subjetiva. Sair, então, da crise da meia-idade é  poder fazer uso dos ganhos internos que a vida nos proporciona e criar uma vida nova, mas agora não mais baseadas nos arroubos e ilusões juvenis, mas na sabedoria que o tempo nos presenteia. ( Texto escrito por SYLVIO DO AMARAL SCHREINER , psicoterapeuta em Londrina,
página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal
FOLHA DE LONDRINA, sexta-feira. 29 de maio de 2015).  

quinta-feira, 28 de maio de 2015

FOTO HISTÓRICA MOSTRA QUE HARPIAS JÁ VIVERAM NA REGIÃO DE LONDRINA




A  suspeita é de que a imagem , de 1934, foi feita pelo fotógrafo da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná ( CMNP) CARLOS KRAEMER; o animal, extinto no Norte do Paraná, pode ter mais de 2,5 metros de envergadura e pesar 10 quilos.
   Uma foto divulgada nas redes sociais da Prefeitura de Londrina,  chamou a atenção dos internautas nos últimos dias. A imagem fornecida pelo Museu Histórico, mostra uma das maiores aves de rapina brasileiras,  a harpia, sendo segurada por dois moradores locais.
   Extremamente sensível, a harpia foi provavelmente extinta na região logo nos primeiros anos de formação de Londrina, com o avanço do desmatamento. A ave, chamada de gavião-real, integra o brasão do Paraná
   De grande porte, a harpia pode ter mais de 2,5 metros de envergadura, da ponta de uma asa à outra. Na imagem fornecida pelo Museu Histórico, a ave parece ter mais de 1 metro de altura. O peso dela pode ultrapassar 10 quilos.
   Segundo o Museu Histórico, não há referências  sobre quem fez a foto , de 1934, na qual a alemã Margarida Kraemer, uma pioneira de Londrina, ergue a ave abatida, com a ajuda de um homem desconhecido.
   A suspeita é que o autor da imagem seja Carlos Kraemer, marido de Margarida. Ele era fotógrafo da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP) e costumava registrar paisagens, matas e rios para divulgar a venda de terras da região no Brasil e no exterior.
   I imagem está no livro Jubileu de Prata, lançado em 1959 para comemorar o aniversário de 25 anos de Londrina.
Redes Sociais
   A foto gerou diversas reações nas redes sociais. Muitos internautas criticaram-na pelo tom negativo e até chocante. “Mas é uma imagem de outro contexto: o do começo de Londrina”, diz o ornitólogo Renan Oliveira. “Era o tempo do desmatamento para abrir a cidade. O pecado, e o crime ambiental, seria ver alguém hoje abater um bicho desses, diante de toda consciência ecológica que aprendemos”.
   Oliveira confessa que ficou impressionado com o registro. “Claro que dá uma pontada no peito. É um bicho muito importante para a avifauna e que, infelizmente, não existe mais por perto”.  As harpias, atualmente, vivem apenas em grandes áreas preservadas.
   O local mais perto de Londrina onde, com sorte, seria possível avistar um exemplar desses solto é o Parque Nacional do Iguaçu, mas do lado argentino. Em cativeiro, as harpias existem no Parque das Aves. Em Foz do Iguaçu.
   “As harpias têm alimentação baseada em grandes animais. Elas se alimentam,  por exemplo, de macacos-bugio  e de cervos, que também se tornaram raros. Onde esses animais não sobreviveram, as harpias também não estarão lá”, assegura.
   O especialista em aves acrescenta que as espécies de rapina de porte, a exemplo da harpia, são cada vez mais raras. “Uma harpia nem se compara a um simples carcará, por exemplo. O carcará é uma  bonita ave, mas não depende de florestas e vive muito bem n cidade. É um carniceiro que se alimenta de pombas. A chance de um carcará desaparecer por impactos ambientais urbanos é quase zero. Já a harpia é infinitamente mais sensível.
                                                                 “

                                                     As harpias têm alimentação baseada em grandes animais.
                                               Elas se alimentam, por exemplo, de macacos-bugio- e de cer
                                               vos, que também se tornaram raros. Onde esses animais não
                                               sobreviveram , as harpias também não estarão lá. ( Rena
n Oliveira
                                               -Ornitólogo.
  (Extraído da página 6, MARCELO FRAZÃO marcelof@jornal de Londrna   publicação do JORNAL DE LONDRINA,  quinta-feira, 28 de maio de 2015)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

ETIMOLOGIA: VALE A PENA SER CURIOSO


Conforme já comentamos em uma das primeiras colunas, o estudo de uma língua é feito através de uma série de áreas. A gramática (conjunto de regras) é apenas uma dessas áreas do conhecimento. Também temos a morfologia ( que estuda a forma das palavras), a sintaxe (função das palavras no texto)a fonética e a fonologia ( estudo dos sons) e várias outras.
   Mas hoje vamos tratar de uma das partes mais interessantes e curiosas da língua: a etimologia. Trata do estudo da história das palavras, de sua origem e de sua evolução através dos tempos. Falando assim, pode não parecer tão atrativo, mas garanto que, sendo curioso sobre o assunto, você vai acabar descobrindo coisas que nem imaginamos. Vamos ver alguns exemplos.
Decorar: Na sua vida escolar, com certeza você já teve que decorar algo, ou, em outras palavras, saber de cor. O que talvez você não saiba é que essa palavra vem do latim “cor” ou “cordis”, que significa coração. Isso porque os antigos (o s gregos e, posteriormente, os romanos) acreditavam que informações e sentimentos eram guardados no coração, e não no cérebro. Consequentemente, aquilo que você guardou e não esqueceu foi “decorado”, ou seja, “armazenado” no coração. Só pra complementar, a palavra “cardis” também deu origem a termos como “cardíaco” ou, “cardiologista”.
Judiar: Essa tem uma explicação triste. Com certeza você já utilizou esse verbo, ou talvez um de seus derivados, como o substantivo “judiação”, mas provavelmente sem saber que a palavra vem de “judeu”.  Significa  tratar alguém como os judeus foram tratados (ou maltratados), para ser mais específico). Logicamente, a situação dos  judeus hoje em dia é bem diferente do passado, mas o termo permaneceu. Algumas pessoas consideram, inclusive, que é uma palavra preconceituosa, que deveria ser evitada, como o próximo exemplo.
Denegrir: Ao pé da letra quer dizer “torrar negro”. Se for usada no sentido mais literal, de escurecer, não há problema, como por exemplo, em “a unha do polegar denegriu-se por causa da pancada”. O problema é que se usarmos no sentido mais comum, de tornar algo ruim (“isso denegriu a imagem  do político”), há uma clara conotação racista, de que o que é negro é ruim. Mais ou menos como acontece com a expressão  “a coisa está preta).
Gorjeta: Essa é bem curiosa, pois vem de uma palavra pouco conhecida na língua portuguesa, “gorja”, que significa “garganta”. Podemos encontrar outra  palavra  da mesma família nos versos de  Gonçalves Dias: “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá;  aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”. No caso das aves, tudo bem, afinal elas usam a garganta para cantar (gorjear), mas o que isso tem a ver com a gorjeta dada a algum trabalhador? Bem, antigamente, era comum pagar uma bebida a quem executava pequenos serviços, como agradecimento. O problema é que a pessoa, depois de várias “gorjetas”, ficava embriagada e incapaz de continuar trabalhando. Então, pouco a pouco, a bebida foi sendo substituída por um trocadinho, dando origem à ideia de gorjeta que temos hoje em dia.

   Esses são alguns exemplos de como podemos aprender mais sobre a língua simplesmente sendo curiosos. Para descobrir mais, você pode buscar em bons dicionários, que geralmente trazem alguma informação sobre a origem da palavra. Ou, para ser ainda mais específico, é possível  encontrar na maioria das bibliotecas um exemplar de um dicionário etimológico, que trata especificamente do tema. Claro que você também pode recorrer à  internet, mas lembre-se de que nem tudo aí é confiável, é importante buscar um site com credibilidade para isso.
   Em outra ocasião voltaremos a tratar do tema.  Enquanto isso, mande suas dúvidas e sugestões para o nosso e-mail: bemdito14@gmail.com.  Até a próxima terça. FLAVIANO LOPES – Professor de Português e Espanhol. Caderno FOLHA 2, página 5, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 26 de maio de 2015).

segunda-feira, 25 de maio de 2015

VOCÊ



   Enquanto o governo não proíbe, vou aqui falando do único assunto que realmente me interessa: Deus.
   Não tenho dúvidas que foi Deus quem colocou você na minha vida. No longo inverno da minha  desesperança, quando eu era um boêmio ateu e comunista, minha mãe rezava todos os dias para eu encontrar uma mulher que me colocasse na linha. As preces de d. Aracy foram atendidas: achei você.
   Você me transformou em um homem melhor. Ou melhor, em um homem.
   Você trouxe à minha vida, a um só tempo, a rosa e o anjo. Da rosa, não mostrou apenas a delícia do perfume e a beleza das pétalas, mas a segurança do caule e a proteção dos espinhos. Do ano, não mostrou apenas a mansidão e a beatitude, mas também a índole guerreira e a força da fé.
   Você me fez bater de novo à porta de casa e voltar para a Igreja, como o filho pródigo da parábola.
   Você confiscou um coração pesado de arrependimento e devolveu-me um coração leve de alegria.
   Você me deu a alegria de ser pai. Especialmente pai do Pedro, esse menino tão maravilhoso.
   Você me recolheu da rua da amargura e conduziu-me a um lugar de paz e tranqüilidade, que chamamos lar.
   Você me fez vencer o medo. Feito uma criança no quarto escuro, pouco a pouco eu percebi que meus fantasmas não passavam de sombras que a luz desenhava na parede.
   Você me ensinou que nenhum ato político substitui um ato de bondade. De compaixão, de amor.
   Você reavivou em mim o amor pelos animais, e3m especial os cachorros. Você me chamou a atenção para a vida prática e real do dia a dia. Agora eu até sei lavar louça, fechar a torneira e consertar o varal.
   Quando me faltaram os seres queridos, você me deu um novo pai e uma nova mãe. Você me deu uma família. Você é a minha família. E a família é o principal instrumento pelo qual Deus conduz as nossas vidas.
   Todas essas coisas foi você quem me deu. Nem se eu tivesse mil vidas poderia pagar essa dívida. ( Texto escrito por PAULO BRIGUET página 5, espaço Dia de crônica Paulo Briguet  briguet@jornaldelondrina.com.br  www.jornaldelondrina.com.brQblogs/comoperdaodapalavra publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira, 25 de maio de 2015).

domingo, 24 de maio de 2015

UM BRINDE Á BANALIDADE

    

   É duro ver espaços importantes tomados por tititi e conversas de salão.

 Fico perplexa com o volume  de banalidades divulgadas pela mídia, sobretudo nos sites. Há duas semanas, o nascimento da filha do príncipe William tomou conta das manchetes, mais que o nascimento, a escolha do nome da nova princesa valeu apostas, blefes, críticas e comemorações até o anúncio oficial de que ela se chamaria Charlotte Elizabeth Diana. Suponho que quem carrega um nome desses já nasce com um peso danado nos ombros, um rastro histórico que talvez justifique o alarde. Mas não demora muito, teremos aqui mesmo no Brasil  uma porção de meninas chamadas Charlotte Elizabeth Diana, já não bastassem as Kellys Jessicas  e as  Anitas Madonnas.
   Passada a onda real, lideraram os noticiários as presenças de Dilma e Lula no casamento do cardiologista Roberto Kalil Filho, em São Paulo. Mais do que os vestidos, chamou a atenção a relação cordial da dupla petista com as filhas de Eduardo Cunha e outros nomes pop-políticos presentes à cerimônia. Também mais do que os vestidos, chama minha atenção o botox de Dona Mariza, um exemplo de durabilidade que só empata com o do seu marido nas hostes do poder republicano. Na verdade, entre impérios e repúblicas – de qualquer sigla, brasão ou insígnia – os costumes mudam pouco. O rame-rame social ainda é um amendoim que as focas se esforçam para abocanhar para se manterem sob os holofotes.
   Lula e Dilma só perderam a vez para o casamento de Preta Gil, de véu, cauda e grinalda na Igreja Nossa Senhora do Carmo,  a mais fina do Rio. Lustres de cristal baccarat  e milhares de flores não foram suficientes para disfarçar a cara contrariada da noiva que sempre parece insatisfeita. A impressão é que Preta Gil é um projeto que nunca deu certo.
   Mas de toco nestas manchetes com  o mesmo vigor e aplicação que vi nos sites e redes sociais é para criar um “arremedo cultural da banalidade”. Faz tempo que ando de olho na freqüência com que a futilidade toma de assalto os veículos que se julgam sérios e escorregam na primeira casca de banana atirada no chão da superficialidade. Nada tenho contra essas noticias, que circulem à vontade nas colunas sociais, elas foram feitas para isso mesmo. O duro é ver espaços denominados “culturais” tomados por tititis e conversas de salão.
   Teatro, cinema, música e literatura têm cada vez menos espaço. Bailarinos que passam  de 8 a 12 horas ensaiando concorrem com os vestidos de fenda da Sabrina Sato e quase sempre perdem. Da mesma forma, autores com carreiras sólidas ganham entrevistas de quatro perguntas em dias de sorte, enquanto Bruna Marquezine leva o destaque par mostrar como se dança num cabaré em Nova York.
   Comecei a duvidar da inteligência e da sensibilidade dos meus contemporâneos  desde que os jornais passaram a imitar a internet com notinhas, penduricalhos e piadas no lugar de matérias de reflexão, opinião e conteúdo. A derrocada da mídia tradicional, que esta semana anunciou que vai divulgar notícias diretamente no Facebook, é fruto da casca de banana que ela própria atirou aos seus pés, ao abdicar do seu status de formatura de opinião fiel ao seu próprio meio.
   Da minha parte, olho de viés para toda essa novidade, ansiando ainda por boas entrevistas, resenhas críticas, artigos de opinião. Ainda não abdiquei do pensamento . Mas tiro minha casquinha da banalidade trazendo os leitores até o fim da coluna para reafirmar que a princesinha se chama Charlotte, Dilma e Lula foram a uma festa de gala e Preta Gil se casou. No fim das contas, lamento informar que tudo isso não tem a menor importância, trata-se apenas de um desvio do jornalismo que não tem quase nada mais de elegante. ( Texto escrito por CÉLIA MUSILLI  celiamusilli@terra.com.br  página 4. Espaço CÉLIA MUSILLI
caderno FOLHA 2 , publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 24 de maio de 2015).  

QUE TUDO PASSE





   O primeiro disco de George Harrison, depois que os Beatles acabaram, chamou-se Todas As Coisas Tem de Passar.
  
Sim, que tudo passe,  das paixões aos impasses.
   Vimos tantos  filmes VHS! Aquele cartucho enorme,  enfiável  num aparelho ao lado da tevê de tubo grossa  feito toco de açougue!
   Pois é, também passamos do toco de açougue para o balcão frigorífico dos supermercados.
   E, depois de tanto VHS, vimos tantos DVDs que, porém também passaram, como também estão passando os CDs, que já foram fita cassete um dia, quem diria.
   E, antes da fita cassete, só existia o gravador de rolo, antes do qual nada se gravava, os sons perdiam-se para sempre. As orquestras tocavam maravilhosamente e eram ouvidas só por quem estivesse no teatro.
   A nonna ouvia rádio-novela com os pés na cadeira de palhinha, pitando palheiro e cuspindo na escarradeira – e passaram as rádio-novela,  passaram os palheiros e as escarradeiras. As cadeiras de palhinha, porém, tornaram-se chiques, de tudo fica um pouco, conforme o poeta.
   Meu neto pega música em  alta fidelidade na nuvem da internet. Outro dia descobriu minha coleção de discos long plays no porão, perguntou: que é isso, vô?  Música, falei. Ele foi tirando os discos negros das capas, até perguntar: são músicas de luto, vô?
   Sou do tempo em que guri  trepava em árvore e as mães davam graças a Deus, ao menos estavam a vista.
   Espero que as árvores não passem. Nem a vontade moleca de trepar em árvores  e telhados.
   E que também não passem os papagaios, voltem todo ano no céu dos arrebaldes, empinados por guris tão hábeis quanto descalços, e que seja por gosto, não por falta de sapatos.
   Também não passem os piões, bolinhas de gude, os bilboquês e os carrinhos de rolimã, apesar de tanto asfalto esburacado. Se passarem, que não seja porque os guris só tem olhos e dedos para celulares.  Não deixe, Deus, não deixem, pais, que percam a infância só enfurnados numa telinha.
   A corrupção é que podia passar, ou ao menos diminuir. Mas isso não depende de Deus, né, mas de nós.
   Também não passe a vontade de comer pipoca em noite de frio, de chupar pirulito em festa de criança, de correr com o cachorro em gramado, de chupar manga se lambuzando. De beber água de mina na palma da mão.
   Passem os poentes, maravilhosamente. Mas não passe esta vontade de andar ou ver tevê de mão dado com meu amor, e o gosto de ser honesto mesmo quando parece que a ladroagem tomou conta de tudo.
   E que passem as modas, mas o coração continue com a corda toda. Amém. (
Texto escrito por  DOMINGOS PELLEGRINI, página 16, espaço DOMINGOS PELLEGRINI  d.pellegrini@sercomtel.com.br  publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 24 de maio de 2015).  

sábado, 23 de maio de 2015

ÁGUA DO TIGRE




   Aguardávamos ansiosamente pelas férias de final de ano. Como prêmio por avançar à série seguinte, meus pais nos levavam para passar uma parte das férias no sítio de meus tios, em Sertanópolis, na famosa Água do  Tigre, onde nasci. O bom e velho Corcel 1972 amarelo partia de Londrina com a família toda. Na viagem, chegávamos a contar quantas curvas ou capão de mato havia no percurso de 45 quilômetros. Para chegar no sítio pegávamos uma estrada de chão com pouco moledo e passávamos por uma ponte de madeira com troncos grossos sobre um pequeno canal de rio.
   Água límpida e corrente descia lentamente até irrigar a rizicultura. Quantas vezes pescávamos lambaris e carás naquelas águas. As primeiras braçadas tentando aprender a nadar foram ali. Até pequenos peixes engolíamos na superstição de que aprenderíamos mais rápido.
   Nesse sítio, meus tios passaram a vida toda. Vida pacata, com pássaros cantando o dia todo. Três casas quebravam a monotonia das plantações. Todas de madeira nobre, muito bem construídas e decoradas por eles mesmos. Uma pequena varanda dava vista para as demais e a comunicação visual acalmava a solidão.
   A cozinha era o local onde mais circulava gente. Depois da dura lida no campo, meus tios retiravam do poço água fresquinha. No canto da cozinha, o bom e velho fogão à lenha com chapa de ferro fundido e três bocas. Sobre ele as panelas já ficavam prontas para a próxima refeição.
   Não havia ainda luz elétrica que pudessem dar a eles maior conforto. Mas a vida era bela mesmo assim:  a lamparina era acesa depois que o sol se punha. Exalava cheiro de querosene e emitia uma fumaça negra que subia e se desfazia no ar.
   O jantar, preparado com as mãos hábeis de nossas tias, era iluminado por duas ou três lamparinas. As panelas sempre cheias com as iguarias rurais: carne de porco na banha, quiabo fresquinho, lingüiça de porco e cudiguim. O cheiro da fritura enchia a casa inteira  e aguçava o apetite. Como resistir? Conservavam-se as carnes em latas de banha que duravam bons meses até o abate do próximo suíno gordo. De manhã, leite fresco tirado das vacas que ainda amamentavam seus bezerros. Pão caseiro feito no dia anterior no forno de lenha, em folhas de bananeiras.
   O dia todo era um corre-corre . Andávamos no meio da plantação, pescávamos nos canais do rio, subíamos nos pés de frutas e ali nos saciávamos. Às vezes até caçávamos com estilingues. As munições eram bolas de barro secas ao sol .
   Quando o dia ia se acabando era hora do banho. Tia Geni  ou tia Linda esquentavam litros de água que eram colocadas no “chuveiro”, dependurado por corda e com uma pequena torneira para controlar o fluxo. Tínhamos que tomar banho rápido pois se a água acabasse, terminaríamos com canecas de água fria.
   Quando a noite chegava,  não havia mais o que fazer. A escuridão tomava conta do sítio. Tio Getúlio escutava modas no rádio ou notícias do mundo. Acendia o cigarro de palha e meditava. Olhávamos da janela para a escuridão lá fora, víamos vaga-lumes voando e escutávamos o barulho de bichos desconhecidos. Camas arrumadas, lamparinas apagadas: o dia estava ganho. Na manhã seguinte, tudo recomeçava e a doce rotina rural se repetia. ( Texto escrito por VALDINEI FRANCO, leitor do caderno FOLHA RURAL, página 2, espaço DEDO DE PROSA, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 23 de maio de 2015). 

‘MENINOS DEVEM SER VACINADOS CONTRA HPV’




Aproximadamente 60% da população masculina adulta  está contaminada; para especialista,  homens são fonte de transmissão do vírus para a mulheres,

    O aumento das doenças causadas pelo papiloma vírus humano (HPV) em homens aponta  para a necessidade de vacinação também dos meninos, defendeu ontem o infectologista Edson Moreira. Esta semana, na capital paulista, o médico participará de um simpósio sobre o tema no 10º Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e 6º Congresso Brasileiro de Aids.
   As conclusões apresentadas por Moreira são baseadas em estudo com 3,5 mil homens de todos os continentes, que avaliou o desempenho da vacina contra HPV. Metade dos participantes da pesquisa não recebeu o medicamento, apenas  um placebo simulando a imunização. Segundo ele, a partir daí foi possível observar o comportamento da infecção nos homens.      
   De acordo com o médico, aproximadamente 60%  da população masculina adulta está contaminada pelo vírus. Porém, o HPV tende a desenvolver doenças graves com mais freqüência em mulheres. Entre o sexo feminino, Moreira  estima que quase 10% das adultas apresentam o vírus. “Isso sugere também que os homens funcionam também como um reservatório, uma fonte de transmissão para as mulheres”, explicou.
   Apesar de o HPV ser conhecido como  grande causador de câncer do colo do útero, o especialista alertou que doenças com prevalência em homens tem aumentado. “ Existem cânceres  crescendo de freqüência , entre eles o do canal anal e o do orofaringe (boca e garganta). Nas últimas  três décadas, eles quase dobraram de freqüência”. Para  Edson Moreira, o HPV é responsável por 5% - 600 mil – dos 13 milhões de novos casos de câncer que surgem por ano, em todo o mundo.
.Moreira lembrou ainda que as mulheres costumam fazer exames periódicos para detectar doenças como o câncer do colo do útero, o que não ocorre com os homens. “Os cânceres a que nos referimos em homens não têm nenhum tipo de triagem. A única alternativa de proteção  é a vacinação”, esclareceu.
   Segundo o médico, a vacinação contra HPV masculina está aprovada no Brasil desde 2011. A versão para mulheres foi liberada em 2006 e já faz parte do calendário de campanha de vacinação. “Estudos de custo efetividade mostram que também vale a pena vacinar meninos,  não só pela proteção às doenças do sexo masculino. Quando vacinamos meninos,a gente protege também as meninas”, concluiu. ( DANIEL MELLO -  A Agência Brasil ) página 2, caderno FOLHAS CIDADES, publicação do jornal   FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 20 de maio de 20
15). 
                       

sexta-feira, 22 de maio de 2015

BELEZA NO BANHO




Com novas tecnologias, os boxes vão além da proteção do banheiro. Eles facilitam a acessibilidade e embelezam o ambiente.

   Além de proteger o banheiro dos respingos durante o banho, o box  pode ser um artigo para embelezar o ambiente. Novas tecnologias facilitam o aproveitamento do espaço e mesmo em ambientes pequenos é possível ter um box de vidro. Entre as novidades estão os boxes espelhados, portas  sanfonadas e até box curvos.
   Segundo o arquiteto Flávio Inserra, na hora de escolher o melhor modelo, é preciso levar em consideração o conforto e a circulação e, dependendo do tamanho e disposição das peças do ambiente, pode ser mais adequada uma porta  de abrir ou de  correr. No caso em que é necessário maior acessibilidade, o profissional deve se atentar também para outras necessidades, como barras de apoio e bancos especiais.
   “Já tivemos caso em que o usuário tinha dificuldade de locomoção, idade avançada ou era cadeirante. É fundamental que o arquiteto escolha o modelo mais apropriado para cada caso. Existem pessoas que necessitam de ajuda para o banho, então o box deve ter uma abertura suficiente para duas pessoas com conforto. Existem boxes que possuem a porta tipo “camarão” que se abre totalmente , facilitando a acessibilidade”, explica.
   Para quem não deseja dar destaque à peça, o arquiteto recomenda o uso de vidro temperado incolor e transparente. Neste caso, o destaque do banheiro fica por conta de jato de areia ou objetos coloridos. “Os boxes com roldana aparente, sem dúvida, esteticamente são muito mais elegantes. E o sistema permite um movimento mais livre da porta pois trabalha livre sobre o trilho”.
   Já quem prefere destacar a peça pode optar por vidros espelhados. Erico Oliveira Miguel, gerente da Ideia Glass, que produz kits e ferragens para boxes, explica que as peças migraram dos prédios comerciais para dentro do banheiro. “Esse vidro é refletido dos dois lados, sendo que um deles é mais. Com um box feito desse material você terá um espelho de corpo inteiro. Uma vantagem é poder fazer a barba no banho, sem necessidade de colocar aqueles espelhos pequenos. Nesse tipo de box a luz faz a diferença, sendo que o lado que tem mais luz fica mais refletivo. Por conseqüência, permite que as  pessoas  enxerguem quem está do lado mais iluminado também”.
   Para quem se interessa por cromoterapia, já é possível  colocar fitas de LED no perfil do alumínio, seja na parte superior, ou lateral. As fitas podem ser programadas para ficar com apenas uma cor ou alternar entre elas.
   Para banheiros que têm um vão pequeno, a saída pode ser usar as portas sanfonadas, que se dobram permitindo uma abertura maior. “È o modelo ideal para quem tem até 1,20 metro  de vão. Com esse sistema a abertura chega a 90 centímetros. Em vãos maiores também é possível,bastando apenas dividirmos em mais folhas, por causa do peso do vidro”.
    Outra opção é o sistema em que as duas peças são móveis e se abrem totalmente, encostando na parede. Mas para inovar mesmo no quesito box, os modelos  curvos são a sensação. ( Érika Gonçalves  Reportagem Local  Fotos: Ideia Glass e Divulgação )

MANUTENÇÃO EVITA PROBLEMAS


   Para manter seu box de vidro sempre bonito e sem manchas, a dica é secá-lo após u uso. Segundo Erico Oliveira Miguel, gerente da Ideia Glass, é a espuma que causa manchas no vidro, por isso a importância de sempre secar as peças ou pelo menos, enxaguá-las ao final do banho.
   “É importante não fazer a limpeza com materiais abrasivos nem esponja de aço, para não riscar o vidro. Isso fará com que a peça fique cada vez mais manchada, pelo acúmulo de resíduos. Um pano macio, com detergente neutro é o ideal”, explica
   Porta emperrada, “pulando” ou batendo merece atenção. O especialista recomenda chamar a empresa que instalou as peças para fazer a manutenção preventiva uma vez ao ano. “O usuário no final não deve tentar resolver essas situações, porque o vidro exige alguns cuidados para não quebrar. A falta de manutenção pode até fazer com que a porta caia”, alerta. (
E.G.). páginas 10, 11 e 12 da FOLHA DA SEXTA, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, 22  de maio de 2015).

AS TRÊS VIRTUDES IDEOLÓGICAS



   Nós temos presenciados nesses dias, três (3) deslocamentos significativos de refugiados pelo mundo em busca de um lugar seguro para viver, para trabalhar, para se alimentar e para se livrar de perseguições étnicas, a saber: haitianos e dominicanos para o Brasil, líbios, ganeses, sudaneses e somalis para a Itália, minorias étnicas de Mianmar para a Indonésia, para a Malásia e para Cingapura.
   Com exceção daqueles que alcançam o Brasil por terra, os africanos e os asiáticos se lançam ao mar em embarcações precárias, capitaneadas por traficantes de pessoas, cujo destino muitas vezes é permanecer à deriva ou naufragar.
   Segundo o consagrado biólogo evolucionista  Jared Kiamond, “boa parte da história humana é constituída de conflitos desiguais entre os que têm e os que não têm; entre os povos que dominavam a agricultura e aqueles que não dominavam; ou entre aqueles que adquiriram esse domínio em diferentes momentos”.
   Acontece que, em pleno século 21, revela-se inconcebível que nações desenvolvidas, nações emergentes e e nações em desenvolvimento se recusem a receber refugiados, perseguidos, velhos, mulheres e crianças em estado de miserabilidade, com a simples justificativa de que não possuem  infraestrutura  adequada para acomodá-los.
   Cabe aqui a recordação das três virtudes ideológicas: esperança, fé e caridade. A esperança é o sentimento ancorado no coração dos homens que permite à humanidade suportar suas misérias, seus sofrimentos e seus fracassos. A fé é uma força que se manifesta no coração do homem e o leva a dar, sem falhas, toda a sua energia e mesmo sua vida para perseguir o ideal engendrado pela esperança. A caridade é o sentimento que nos conduz a levar alívio e consolação aos nossos semelhantes miseráveis e infelizes. A caridade é a beleza da alma que permite adoçar a vida tão dura e tão dolorosa de tantos seres viventes.
   Em arremate, vejamos,os ensinamentos de São Paulo: apóstolo na primeira epístola aos coríntios: (13, 1-3): “Quando tiver o dom da profecia e conhecer todos os mistérios e toda a ciência; quando tiver a plenitude da fé, uma fé a transpor as montanhas, se não tiver caridade, nada serei...”. ( Texto escrito por RICARDO LAFFRANCHI,  advogado , página 2. Espaço  ponto de vista, publicação do JORNAL DE LONDRINA, sexta-feira, 22 de maio de 2015).

quinta-feira, 21 de maio de 2015

LIVROS PARA OUVIR EM QUALQUER LUGAR


Os  audiolivros  chega, no formato de streaming por meio de aplicativos para dispositivos móveis.

   Na correria  do dia a dia, pode faltar tempo de parar e ler um bom livro. Mas e se fosse possível usufruir de um livro enquanto está dirigindo ou fazendo exercícios na academia? Seria perigoso se o livro não estivesse em formato de áudio. Os chamados audiolivros entram no mercado agora em um novo formato: em streaming, disponibilizados através de aplicativos móveis.
   No País, há pelo menos dois aplicativos que oferecem a experiência do audiolivro em português – Tocalivros e Ubook. O Ubook foi lançado em outubro do ano passado, e usa o modelo de assinatura. O usuário  paga um valor mensal para usufruir de todos os títulos disponíveis no acervo. Em parceria com operadoras, a ferramenta já tem mais de 600 mil usuários. Com cerca de 1.000 livros no catálogo, o  Ubook também  é uma editora e tem livros próprios, além de parcerias com 20 editoras. O Tocalivros foi lançado em novembro de 2014, tem 350 livros no acervo r  15 mil usuários.
    O público-alvo dos aplicativos de streaming de audiolivros , segundo o sócio do Ubook Eduardo Albano, é aquela pessoa sem tempo de ler, mas que, na academia ou no transporte público, está sempre “plugada”em um smartphone ou tablet.
   “Quando foi a última vez que alguém te contou uma história?", perguntou, por sua vez, o sócio do Tocalivros, Ricardo Camps. A ideia desse produto, de acordo com ele, também é resgatar o costume que as pessoas tinham de ouvir histórias quando eram crianças. “A proposta é ter alguém que conte uma história pra você”.
   Os aplicativos são semelhantes aos serviços de streaming: o usuário cria uma conta e tem acesso ao catálogo de conteúdos. No caso do Tocalivros escolhe o livro que deseja ler e efetua a compra. Já pelo Ubook, o usuário assina o serviço e então  tem acesso a todo o acervo.
   A narração em ambos aplicativos é natural e, no Tocalivros, pode contar com música de fundo que varia de acordo com a trama. Depois que o usuário faz uma pausa na escuta, o aplicativo retorna a narração do ponto onde parou. Porém, também é possível fazer marcações de trechos. Assim como nos e-books, a navegação é feita por capítulos.
   Lá fora os aplicativos de streaming de audiolivros, a exemplo da Audible, da Amazon, j´são mais populares. O mercado mundial de audiolivros faturou, em 2013, R$ 1,3 bilhão. De acordo com os dados mais recentes da Audio Publishers Association ( APA), entidade sem fins lucrativos que reúne a cadeia de audiolivros  no mundo. Neste mesmo ano,  o mercado de autolivros tinha 35.713 título à disposição dos consumidores.
   Não existem dados sobre este mercado no Brasil, mas segundo Camps, do Tocalivros, esta não é a primeira onda de audiolivros no País. “Falar que o audiolivro é uma grande novidade é difícil, já teve em CD”.
   O CD  tinha algumas desvantagens, como conta  Eduardo Albano, do Ubook. “Ele não é amigável, não permite  continuar de onde parou. O mercado de editoras estava desacredita do audiolivro”. E foi de olho nesta oportunidade que Albano resolveu investir no livro falado. “Com o smatphone e o crescimento deste mercado, foi possível resolver este problema”, diz, referindo-se à possibilidade do aplicativo retomar a escuta de um livro do ponto onde parou.


‘ MAIS UMA FORMA DE DISTRIBUIR CONTEÚDO’

   O objetivo do audiolivro, entretanto, não é concorrer com o livro impresso, ressaltam os empresários. “Tem gente que gosta de ter o livro físico, colecionar, mas dependendo do livro, compra e-book, audiolivro”,comenta Ricardo Camps, do Tocalivros. Ele admite, no entanto, que as editoras têm ainda um certo “receio”em apostar nesse produto. “Mas têm tido receptividade. É questão de aceitar o modelo com o tempo”. Até o final deste ano, o Tocalivro pretende expandir seu catálogo para 2.500 livros.
   “O audiolivro é um grande aliado do livro”, acrescenta  Albano, do Ubook. “É mais um meio de entregar conteúdo,  uma outra experiência”.
   A editora Ediouro comercializou audiolivros em formato de CD e em Mp3 entre 2009 e 2010. “Mas nem todos os equipamentos liam Mp3, lembra a analista de mídias digitais da editora, Mariana Mello e Souza. Ela também conta que um problema muito grande do formato do CD e do Mp3 era a falta de sincronização. Encontrar o ponto onde parou a escuta era uma tarefa desestimulante. Hoje, a Ediouro vende audiolivros em parceria com o aplicativo Ubook. É um potencial muito bacana. Muitas pessoas passam horas e horas no ônibus indo para o trabalho, no carro, no trânsito e não têm tempo de ler um livro. É um mercado promissor”.


   Por enquanto, a editora possui poucos títulos neste formato, mas Mariana afirma estar otimista. “Estamos trazendo audiolivros de volta aos poucos. Mas o público quer levar o livro para todos os lugares, não quer ter de transportar mil deles. É outra forma de fazer chegar o conteúdo. (M.F.C.)  MIE FRANCINE CHIBA – REPORTAGEM LOCAL , página 4, caderno ECONOMIA & NEGÓCIOS. Mercado Digital folhainfo@folhadelondrina.com.br  publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 21 de maio de 2015).

REDES SOCIAIS; BENEFÍCIOS SÃO MAIORES QUE OS PREJUÍZOS?



   Nossa vida tem passado por grandes  transformações. E, em quase todas elas, a evolução tecnológica se fez presente, às vezes, até demais.
   Aquela diferença entre nós e os animais de que tínhamos a liberdade de pensar, de agir, de se expressar e conduzir nossas vidas, agora virou dúvida. Parece que estamos prestes a  nos juntar aos animais sendo conduzidos por sistemas avançado s de software.
   Temos tecnologia para tudo: para nos acordar; para preparar nosso café da manhã; para nos avisar qual o melhor caminho de casa ao trabalho;  para nos livrar do trânsito intenso;  para nos informar a previsão do tempo; para nos avisar que é hora  de tomarmos o remédio; para nos avisar de quanto temos de caminhar ainda no dia para perdermos as calorias e nos mantermos saudáveis; temos carros que estacionam sozinhos. Somos conduzidos por senhas e avisos eletrônicos. Robôs nos entregam jornais. Isso só para citar as pequenas coisas da vida.
  Se analisarmos a evolução na estrutura social, na economia, na ciência e na cultura então ficaríamos aqui horas dando exemplos.
   Quando optei por trabalhar em uma multinacional, que era um sonho, meus amigos me diziam: “ Tome cuidado, lá você vai ser conhecidos pelo número de seu crachá e não pelo nome”.
   A vida está caminhando para isso. Será que já não somos conhecidos por um número? No Brasil haverá uma  mudança grande nos documentos, teremos apenas um com um só  número.
   Não conhecemos os próprios vizinhos. Pedimos alimentação pela internet. Não conversamos com as pessoas. Usamos outros nomes na rede social. Não temos amigos, temos parceiros internautas. Nossos livros estão hoje no tablet e não nas estantes. Nossos alunos não fazem mais as tarefas, o computador faz por eles. E o mais grave: deixamos de pensar. Perdemos o prazer e a vontade de poder de que tanto Nietzche falava.
   Nossa vida está sendo engolida por grandes ondas da evolução da tecnologia.
   Houve melhoras sim, seria até certo ponto nostálgico de minha parte dizer o contrário. Mas é uma reflexão que devemos fazer todos os dias.
   Meus filhos ganhavam de presente alguns robozinhos que eram conduzidos por dois ou três botões. Não estamos longe de nos transformarmos em verdadeiros robôs conduzidos por algum tipo de software.
   As redes sociais, como parte importante da evolução tecnológica, têm contribuído e ao mesmo tempo trazido preocupações para a nossa geração. De um lado, contribuem e muito para o afastamento das pessoas, dos relacionamentos afetivos, que são a base de toda uma cultura que as nações têm buscado para uma convivência harmoniosa entre os povos.
   De outro lado, contribuem de forma significativa  para a evolução da educação, não mais do ponto de vista instrutivo amarrado em métodos de ensino desenvolvidos internamente por governos e ultrapassados, e sim vêm facilitando a comunicação e a busca do conhecimento sem uma regra preestabelecida.  O próprio estudante busca de que maneira quer aprender e o que aprender. Ele escolhe os caminhos.
   O grande desafio das próximas gerações será saber colocar na balança esses dois lados e fazer com que as redes sociais não se transformem de um objeto de facilidade na busca de novos conhecimentos em arma perigosa contra a sobrevivência da humanidade. ( Texto escrito por JÚLIO  CÉSAR PANEGUINI CORRÊA, administrador de empresas em Santo Antonio da Platina, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 16 de maio de 2015).

quarta-feira, 20 de maio de 2015

BIOTECNOLOGIA; UMA FERRAMENTA TECNOLÓGICA



Desde que o mundo é mundo é natural que uma nova tecnologia seja vista com receio pela sociedade e combatida pelos céticos ou mal informados. Em 1904, por esemplo, a revolta da vacina teve como causa principal a obrigatoriedade da vacinação, gerando incredulidade na população quanto suas propriedades científicas. Outro problema se deu com a fertilização in vitro nos anos 70, procedimento referenciado na época como uma transgressão às leis naturais. Após algumas décadas,  essa tecnologia permitiu o nascimento de cerca de cinco milhões de bebês, segundo dados da Sociedade Europeia  de Reprodução Humana e Embriologia.
   Embora levado à mesa de milhões de pessoas há mais de 20 anos, o alimento produzido a partir de grãos transgênicos ainda é visto por alguns consumidores como algo inapropriado, que pode causar malefícios  à saúde e uma ameaça ao meio ambiente. Vale lembrar que já faz muito tempo que não comemos mais as  plantas do Jardim do Éden. O melhoramento das plantas começou na pré-história e não parou mais. Em outras palavras, a nossa dieta é composta por plantas que foram selecionadas e geneticamente melhoradas num processo contínuo. Nesse sentido, a moderna engenharia genética da transgenia são ferramentas nesse processo. Como consumidores devemos muito a essa evolução. Do contrário, não teríamos chances de sobrevivência.
   Hoje a engenharia genética permite que as plantas sejam melhoradas. No jargão científico significa transformada pelo uso de métodos precisos que conseguem, por exemplo, um ou mais genes na espécie agrícola de interesse. A agricultura moderna tem um desafio colossal: segundo dados da Organização Unidas para Alimentação (FAO)  e  Agricultura até 2050 será necessário aumentar em 60% a produção de alimentos. A engenharia genética ou biotecnologia vegetal colocam-se entre as principais tecnologias que ajudarão os agricultores nessa jornada. Um exemplo evidente é o das plantas resistentes a temperaturas mais elevadas  ou à seca, que já estão nos laboratórios e irão contribuir de maneira significativa para minimizar os possíveis impactos gerados pelas mudanças climáticas.
   Muitos ignoram o fato de que os organismos geneticamente modificados  (OGM’s) são regulados por legislações específicas e que a análise de risco é feita caso a caso, ou seja, cada produto é examinado separadamente. No Brasil a regulação é de responsabilidade da Comissão Técnica Nacional de Biosegurança  (CTNBio), composta por especialistas de diversas áreas do conhecimento científico, que avalia estudos sobre a segurança dos OGM’s e recomenda ou não sua aprovação comercial. Há de se levar em consideração que as principais academias de ciências do mundo e instituições como a FAO e a Organização Mundial da Saúde (OMS) se preocupam com a segurança alimentar dos alimentos produzidos a partir de plantas transgênicas e fazem análises constantes de dados científicos. As conclusões são unânimes: as plantas transgênicas aprovadas são equivalentes às tradicionais. Portanto, não representam risco para  o consumidor ou meio ambiente. ( Texto escrito por LUIZ CARLOS LOUZANO, engenheiro agrônomo em São Paulo, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feora, 20 de maio de 2015).

RESQUÍCIOS DO QUE PASSOU



   Estive pensando sobre o que passa por nós. Sobre o que nunca voltou – mas sempre vai voltar  às vezes. Mesmo que você nem perceba.
   É com o caminhar na lama – ou na neve, se quiser. Você já passou por tal caminho, mas lá ficaram tuas pegadas, tuas marcas. Por mais que possa nevar novamente, você passou por ali, e nada poderá mudar isso.
   Deixam marcas, como uma cicatriz. Deixam marcas, como o assoalho que molhou certa vez e a sombra da água que repousou lá por certas horas,  permanece.
   Lembro-me de um texto que li alguns anos atrás, aleatoriamente. Era sobre um moço que havia passado por três namoros – e cada um deixou sua lembrancinha. Não eram cicatrizes. Eram manias que ficaram.
    No primeiro namoro, infantil, aprendeu observando a amada nas salas de aula a fazer um certo nó quando escrevia o L.
   No segundo, já adolescente, namorou uma moça que vivia no mundo dos livros e tomou o gosto de frequentar  bibliotecas.
   No terceiro, enroscou-se por certos meses com uma rata de academia, sujeitando-se a vida sobre as esteiras.
   A namorada atual amava o seu nó no L, seu gosto literário e seu porte físico.
   Sua namorada amava o resquício de outras.
   Somos resquícios do que passou por nós – e nem preciso relacionar ao namoro. Sou produto do que aprendi com todos, desde os professores do maternal  aos meus amigos do colegial. Sou resultado das conversas que ouvi, das pessoas que observei  e dos autores que li. Até agora.
    Somos  conseqüência dos outros. Amar alguém é amar mil pessoas numa. É amar um caminho  cheio de pegadas.
   Somos influências do tempo, do que assistimos,  das relações que temos, das nossas crenças, das nossas músicas.
   Nascemos com uma cor indefinida. Logo, as tintas dos outros se misturam com a nossa.
   Viramos arco-íris. ( Texto escrito por AMANDA MARIA DAMASIO TEIXEI
RA, estudante em Ibiporã, espaço  CRÔNICA, pág 3, caderno FOLHA 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 20 de maio de 2015).

terça-feira, 19 de maio de 2015

UEL ESPERA VER PRODUTO NO MERCADO EM BREVE





Agência diz que negociação de invento com iniciativa privada está adiantada

   Ainda neste ano deverá chegar ao mercado o primeiro produto patenteado pela Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina ( Aintec – UEL) . A instituição não divulga detalhes. Diz apenas que se trata de um produto da área de biotecnologia e que o registro da patente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial ( Inpi) pode sair a qualquer momento. O processo de transferência da tecnologia para a empresa que vai produzi-lo já estaria em fase adiantada.
   Somente no ano passado, a Aintec fez 23 pedidos de patentes ao instituto. Em 2013 haviam sido 19. “Existem projetos que já estamos conversando com o setor privado para gerar negócios em breve”, conta o diretor   da agência e professor do Departamento de Administração da UEL, Edson Miura.
   Ele explica que a função da Aintec, que começou como incubadora em 2000 e se tornou agência em 2008, é “fazer a negociação de  ativos  da UEL com o mercado”. Desde 2008, foram depositados, 72 pedidos de patentes. Nenhum foi concedido por enquanto. Também foram feitos 31 registros de marcas, sendo que 17 foram concedidos. “A UEL tem potencial enorme na promoção do conhecimento. Quando a patente vira produto para o mercado, existe a possibilidade de ganho financeiro”, declara.
   Um dos projetos com pedido de patente no Inpl visa a produção de antibióticos e é desenvolvido pelos professores Gerson Nakazato, Renata Kobayashi, Luciano Panagio, Sueli Ogatta e Lucy Lioni, do Departamento de Microbiologia. Em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade de Campinas (Unicamp)o trabalho tem financiamento de R$ 600 mil pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento  Científico e Tecnológico (CNPq).
   “O objetivo é desenvolver antimicrobianos para combater as bactérias multirresistentes. O diferencial do nosso projeto é que utilizamos de nanotecnologia para combater micro-organismos”, conta. As nanopartículas são produzidas nas duas universidades  paulistanas. Ao todo, o trabalho já tem quatro pedidos de patentes depositados. Nakazato alega que não pode dar detalhes dos produtos nesta fase por o Inpi exige sigilo. Mas adianta que um deles é um sabonete íntimo antimicrobiano. “Este trabalho é feito em conjunto com o Departamento de Zoologia e a professora Audrey Lonni, do Departamento de Ciências Farmacêuticas”.
   O professor espera que o sabonete entre em escala comercial em até três  anos. Ele ressalta que o registro de  uma patente no Brasil pode levar até 10 anos, mas que mesmo sem ela, já é possível negociar com a iniciativa privada. A patente sai em nome dos inventores e da UEL. “Caso tenha lucro, os royalties são divididos entre inventores e a universidade”, explica. Segundo Nakazato, cada vez mais a UEL se dedica a realizar pesquisas de maior aplicabilidade.
   Outro produto que está sendo patenteado pela Aintec é o frutooligoascarideo  (FOS). De acordo com a professora Maria Antonia Calabone Celligoi, do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia , trata-se de um açúcar saudável que não é calórico, não provoca cárie e ainda pode ajudar a reduzir colesterol e glicemia. “É um alimento funcional. Acho que terá bastante aceitação comercial porque vivemos uma época de valorização da vida saudável”, afirma.
   O FOS foi testado em barra de cereal produzia na UEL e, segundo Maria Antonia, pode ser utilizado  pela indústria alimentícia em outros produtos. Ela ressalta que o projeto é desenvolvido junto com os alunos de mestrado em biotecnologia e também com o Departamento de Tecnologia de Alimentos. A barra de cereal foi testada por um grupo de voluntários e, de acordo com a professora, teve 85% de aceitação quanto ao sabor. Reportagem Local  Nelson Bortolin página 3 caderno FOLHA  ECONOMIA  & NEGÓCIOS, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 6 de maio de 2015).  

segunda-feira, 18 de maio de 2015

SAÚDE – SEM BANHO DE SOL DIÁRIO, JOVENS E IDOSOS CARECEM DE VITAMINA D


 Preocupações  com riscos de câncer de pele, o uso excessivo de filtro solar e a vida urbana com poucas atividades ao ar livre têm provocado essa deficiência.

   Todo mundo sabe que o excesso de sol pode trazer danos irreversíveis à saúde. O que muita gente ignora é que a falta de exposição ao sol traz conseqüências igualmente ruins. É principalmente por meio dos raios ultravioletas que o organismo humano produz a vitamina D, nutriente responsável pela prevenção de diversas doenças .Estudos mostram que a população mundial  vive uma pandemia de deficiência de vitamina D, inclusive em  países tropicais, como o Brasil.
    De acordo com a Sociedade Brasileira de  Endocrinologia e  Metabologia (SBEM), um levantamento realizado na cidade de São Paulo apontou valores inadequados de vitamina D em 85% dos idosos e e em 50% da população de jovens saudáveis. As preocupações com os riscos de câncer de pele, o uso excessivo de filtro solar e  vida urbana com poucas atividades ao ar livre  tem provocado essa deficiência. Há dois anos, A SBEM chegou a discutir com o Ministério da Saúde a inclusão da vitamina D na lista de medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

   Exposição

   A exposição de braços e pernas ao sol, num período de 5 a 20 minutos, três vezes por semana, já produz níveis adequados de vitamina D. O período de exposição varia de acordo com a cor da pele, já que as mais escuras são mais resistentes ao sol e menos eficiente na produção de vitamina D. Conforme a idade vai avançando, o banho de sol deve ser um pouco mais demorado.
   Quem não consegue ter esse contato com o sol, pode adquirir vitamina D por meio da alimentação . De acordo com a nutricionista clínica funcional Mirela Ferreira, os alimentos com maiores quantidades de vitamina D são o óleo de fígado de bacalhau, o salmão, a ostra, o ovo e a sardinha. “Uma porção de 13 gramas de óleo de bacalhau já garante 34 microgramas de vitamina  D. O organismo de um adulto, por exemplo, precisa de pelo menos cinco microgramas por dia”.
   Durante muito tempo, cientistas acreditaram que a função da vitamina D era exclusivamente para o metabolismo do cálcio e para a preservação dos ossos, sendo especialmente importante para prevenir a osteoporose. Hoje, a deficiência de vitamina D está associada a doenças como diabetes, infecções, depressão, obesidade, doenças cardíacas e autoimunes, distúrbios metabólicos e diversos tipos de câncer, entre outras.

   Aula no sol 


   Foi preocupada com isso que a professora de ciências Juliana Fonteque, de Londrina, decidiu trabalhar o assunto com os alunos do quinto ano da Escola Educativa. “Eu descobri que tenho deficiência de vitamina D e imaginei que meus alunos também devem ter. Decidi tirá-los da sala de aula  e ir para o sol”, conta. Nasceu assim o projeto O dia D, que além de ensinar sobre a importância da vitamina D promove atividades no pátio, sob o sol. “Pelo menos duas vezes por semana, eles ficam por 15 minutos no sol, fazendo  alguma atividade na apostila ou alguma leitura que antes seria feita em sala de aula”, conta a professora. Para marcar o dia D, as crianças são carimbadas com o desenho de um sol, para se lembrarem da importância do banho de sol para a saúde e divulgarem a informação também fora da escola.
                                                                             50 por cento da população de jovens saudáveis
                                                                        tem valores inadequados de vitamina D, segundo -
                                                                        levantamento da Sociedade Brasileira de Endocri-
                                                                        nologia  e Metabologia (SBEM),realizado na cidade
                                                                        de São Paulo.

                               RECOMENDAÇÃO

                        Necessidade de vitamina D por faixa etária,   segundo a U.S. Dietary Reference
                        Intake (DRI):
·         Homens de 13 a 50 anos:  5 a 10 mcg/dia 
·         Homens de 51 aos 70:  15 mcg/dia
·         Mulheres de 13 a 50 anos: 5mcg/dia
·         Mulheres de 51 a 70 anos: 10 mcg/dia

ALIMENTOS RICOS EM VITAMINA D

·         Óleo de fígado de bacalhau – 34mcg em 13mcg
·         Salmão – 3,5 mcg em 100g
·         Ostras – 8 mcg em 100g
·         Ovo cozido – 0,65 mcg em 50g(1 unidade)
·         Sardinha em lata – 7mcg em 100g
·         Fígado de galinha – 3,75 mcg em 100g
·         mcg: microgramas  por dia.

BENEFÍCIOS
Interatividade sob o sol

A aluna Júlia Vilela, de 12 anos, participa do projeto O dia D, da Escola Educativa, reconhece a falta de exposição ao sol das crianças de sua geração. “Hoje em dia, as pessoas não tomam muito sol, as crianças ficam muito dentro de casa e quase não brincam na rua por causa da violência e a falta de segurança”, argumenta. Segundo ela, a nova rotina das aulas de ciência, além de promover a produção de vitamina D nos alunos, traz outros benefícios. “Do lado de fora, a gente até interage mais. A aula melhorou bastante”.

Modismo
SUPLEMENTOS E RISCOS


A deficiência de vitamina D tem levado muita gente s fazer a suplementação desse nutriente. A nutricionista clínica funcional Mirela Ferreira  alerta que esse é um caminho perigoso. “É o tipo de coisa que acaba virando modismo e as pessoas tomam indiscriminadamente.”. Segundo ela, é preciso descobrir, por meio de um exame de sangue, se existe deficiência e de quanto é. “Essa suplementação deve ser feita através de prescrição médica”, ressalta. O consumo de vitamina D acima no normal pode aumentar o risco de inflamações cardíacas. Outro alerta feito pela nutricionista  é em relação a alimentos enriquecidos com vitamina D, como alguns tipos de leite. “É  preciso cuidado ao contar com esses alimentos fortificados para a ingestão de vitamina D. Precisa avaliar como a vitamina está porque pode ser que o organismo não consiga absorvê-la. ( REPPORTAGEM LOCAL – JULIANA GONÇALVES   jgonçalves@gazetadopovo.com.br  página 8, publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira, 18 de maio de 2015).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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