segunda-feira, 31 de julho de 2017

ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA - por Marcos Rambalducci


   A TAXA BÁSICA DE JUROS E SEUS IMPACTOS SOBRE NOSSO COTIDIANO

   Na última quarta-feira (26) o Comitê de Política Monetária (Cupom) anunciou redução de 1% na taxa básica de juros, estipulando uma meta de 9,25% para este próximo período de 45 dias que precede a próxima reunião do Comitê. Fica a pergunta de qual o impacto desta redução sobre nós, trabalhadores e consumidores. 

   A TAXA BÁSICA DE JUROS

   A taxa de juros define qual será o preço pago ou recebido pelo dinheiro emprestado. 
A taxa de juros utilizada para as operações de empréstimo de curtíssimo prazo entre os Bancos é denominada taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), também conhecida como Taxa Básica de Juros. 

   DEFINIDA PELO COPOM 

   Esta taxa Selic é definida por um comitê composto pela diretoria do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias, e que é denominado de Comitê de Política Monetária - Copom. 

   REGIDA PELA INFLAÇÃO 

   A função mais elementar do Banco Central é o de garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda, em outras palavras, controlar a inflação. 
   A taxa de inflação com que o Banco Central se comprometeu ara 2017 é de 4,5% com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. 

   FUNCIONA ASSIM 

   Imagine que em determinado momento, exista na economia, mais dinheiro do que produtos disponíveis (bens e serviços).
   Essa condição de maior demanda que oferta faz com que o preço dos produtos tenda a subir e um subida generalizada caracteriza inflação. 

   PARA EVITAR A INFLAÇÃO

   Para conter a inflação então é necessário, ou aumentar a oferta, ou diminuir a demanda. 
   Como aumentar a oferta é demorado – e aí a inflação já se instalou, a solução é conter a demanda. 

   ENXUGAR A BASE MONETÁRIA

   A estratégia do Banco Central para conter a demanda é diminuir a quantidade de dinheiro disponível. 
   Para tanto, o Banco Central, por meio do Copom, aumenta a taxa Selic, que é utilizada para balizar os juros pagos por títulos públicos. 
   Esta manobra torna atrativo a quem tem dinheiro, emprestá-lo para o governo, e isso é feito pela compra de títulos públicos para aproveitar essas taxas de juros. 
   Isto deixa menos dinheiro disponível na economia para ser usado para consumo ou investimento. 

DIMINUI A PRESSÃO DE DEMANDA

   Agora, se alguém quiser dinheiro emprestado, seja para investimento – no caso das empresas , seja para o consumo final – no caso das famílias, terá que pagar juros mais caros. 
   Ora, isto refreia a vontade destes agentes econômicos em fazer gastos, reduzindo a pressão de demanda e consequentemente o preço dos bens e serviços. 
    Observe que tal medida contém a inflação por meio da redução da produção e o consumo, portanto, é uma medida recessiva, por excelência. 

   COM INFLAÇÃO COMPORTADA

   Quando a inflação está dentro dos parâmetros estabelecidos, o governo pode, aos poucos, afrouxar esta política monetária, baixando os juros. 
   Esta baixa dos juros estimulará o investimento e a demanda, ajudando a economia a retomar uma curva de crescimento.
   Lembrando que este movimento pode geral inflação e, portanto, cabe ao Banco Central monitorar constantemente os preços para agir no momento que a inflação dê sinais de descontrole.

   BOM PARA TODOS NÓS

   A decisão do Copom em reduzir a taxa Selic é, em última instância, uma medida que tende a aumentar a produção, destravar o crédito, gerar mais consumo e mais empregos. 
   Mas o Banco Central precisa ter um olho no peixe e outro no gato, pois o recrudescimento da inflação põe a perder todos os ganhos obtidos. 
   Haverá quem possa pensar que o importante é manter baixas as taxas de juros e que se esqueça da inflação. Ledo engano. Escreverei sobre os malefícios da inflação em próximo momento. (FONTE: Crônica de MARCOS J. G. RAMBALDUCCI, professor doutor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e consultor econômico da Acil economianossa@folhadelondrina.com FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, página 5, coluna ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA – por Marcos Rambalducci, segunda-feira, 31 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O FOCO É A CHAVE


   Há quem consiga deixar tudo de lado e concentrar-se naquilo que é mais importante. Muitos não conseguem, infelizmente. Passam grande parte do tempo – quando não o tempo todo – preocupados com milhões de coisas paralelas que roubam sua energia e potencial. 
   Concentração é uma das chaves para o sucesso e para resolver problemas. Para quem não sabe, o Raio Laser só é poderoso porque consistem em luz concentrada no mesmo sentido. 
   Um pianista depressivo interpreta mal seu instrumento. Um bailarino sem foco em seus passos dança mal. O mesmo se dá com o cirurgião, com o fotógrafo ou com qualquer profissional naquilo que faz. 
   Um postulado da psicologia diz: “Se uma preocupação ocupa sua mente, nada irá concorrer com ela.”
   Então, como conseguir melhorar o foco sobre o que é importante? Aqui vai um breve processo que, comprovadamente, poderá adicionar ótimos resultados para aqueles que o cumprirem com persistência. 
   1.º 
Prepare-se mentalmente. Dê um propósito, uma razão forte para aquilo que é importante e merece a sua atenção. Mostre a você mesmo que, agora, isso é mais relevante do que tudo mais. 
   2º. Cuide do ambiente: refiro-me tanto ao ambiente externo quanto ao interno – o seu estado interior geral. 
   3º. Confie em Deus e confie em si mesmo. 
Autoconfiança é a convicção de que você conseguirá superar os seus desafios. Quero dizer: acredite em si, na sua capacidade e na sua inteligência. E caso falte alguma habilidade, isto não é o fim do mundo – desde que você a supra com esforço. 
   Na minha simples e modesta opinião, viver é resolver problemas. A única coisa que não vale é morrer por eles. (Crônica de ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes
em Londrina, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS , coluna ABRAHAM SHAPIRO, segunda-feira, 31 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

INFRAESTRUTURA DEFICIENTE


   Para não parar no tempo, o Brasil precisa investir muito em infraestrutura. Segundo relatório publicado recentemente pelo GI Hub (Global Infrastructure HubP) do G20, o país investe apenas 56% do necessário para alcançar excelência. Isso quer dizer que o ritmo de investimento brasileiro no setor está bem abaixo do necessário. O relatório analisa as necessidades de investimentos dos 50 países com maiores PIBs (Produto Interno Bruto), em sete setores até 2040. Os países foram divididos em grupos conforme o potencial econômico e o GI Hub comparou os valores aplicados em cada setor. O Brasil ficou no bloco dos Brics (com exceção da Índia) e países da América Latina e alguns da África. Os especialistas que realizaram o estudo apontaram que o Brasil precisa triplicar os recursos aplicados em rodovias. Hoje é destinado apenas 28% do necessário para virar uma referência neste setor. Há necessidade de avançar também nos modais ferroviário (51%), portos (44%) e aeroportos (49%). Mas está próximo da excelência em energia (82%), água e saneamento básico (96%) e telecomunicações (94%). O fato é que por aqui se aplica apenas 2,67% do PIB nacional em infraestrutura, mas até 2040 esse percentual precisa subir para 4,72%. Ou seja, hoje são gastos US$ 1,5 trilhão e a meta para os próximos 20 anos é investir US$ 2,7 trilhões. O Brasil depende das rodovias, modelo dominante de Norte a Sul. O cálculo aponta que 75% do transporte de carga é feito por estradas. E o custo logístico vai lá para cima quando entram em cena as rodovias com pistas simples. Falta de contornos urbanos e estradas mal conservadas, situações muito comuns. Especialista ouvido em reportagem da FOLHA desta segunda-feira (31) alerta que o governo precisa rever o modelo de financiamento de obras e fazer parcerias com grupos estrangeiros dispostos a investir por aqui. A FOLHA defende que os gargalos da logística e da infraestrutura são grandes entraves para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil. Tanto que o assunto foi tema da segunda edição do EncontrosFolha, em setembro de 2014. O jornal vem constantemente, em suas reportagens, debatendo as deficiências e apontando soluções para melhorar a infraestrutura. O problema é antigo e, infelizmente, pouco se tem avançado em melhorias. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 31 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 30 de julho de 2017

FAXINA COMO OBRA-PRIMA


   Para Cida, todas as famílias são felizes quando usam multibrilhos, multiusos e outros produtos de limpeza
   A faxineira chega mostrando tudo que sabe a respeito de limpeza, aprendeu na televisão. Digo sempre que água e sabão são os melhores produtos para deixar a casa em ordem, mas ela retribui com um muxoxo e despeja uma lista de coisas que podem ser compradas nos supermercados e fazem sua alegria.
   Loc, Limpabrilho, Batuta e outros nomes inimagináveis estão no rol dos produtos que não podem faltar na prateleira. Eu, que sempre gostei de casa limpinha, acabo cedendo aos sonhos de consumo da Cida que é maníaca com alumínios. 
   Outro dia, inconformada só com o Bom Bril, trouxe de casa uma pastinha cheirosa que, segundo ela, deixa as panelas “alumiando”. Respondi que não ligo muito para panelas brilhantes, depois me arrependi quando a vi mirando-se na frigideira como se fosse um espelho. A vaidade da Cida não é ter unhas feitas ou cabelo pintado. A sua vaidade é deixar panelas faiscando, como se fossem o cartão de visitas do seu trabalho. 
   Querem ver a Cida feliz? É só trazer do supermercado um saco grande com tudo que a indústria conseguiu criar para deixar satisfeitas as donas de casa aflitas e suas parceiras insuperáveis. 
   Se é assim, bendita seja a Cida na minha cozinha, cantando enquanto limpa e esfrega, como se o ato fosse a sua obra-prima, o gesto insubstituível de quem acredita que panela brilhando é motivo de felicidade. Ela me disse que na casa dela “pode faltar até comida, mas não pode faltar produto de limpeza.” Vá entender porque o Batuta é mais importante que o pão. Só mesmo se ligando nas coisas da televisão, onde todas as famílias são felizes quando usam multibrilhos, multiusos e outros produtos que devem limpar até a alma. 
   Quer completar a felicidade da Cida? Depois de tudo arrumado, deixe-a usar aromatizador na casa, aquele de cuja embalagem saem flores, estrelinhas e acho que até um príncipe a cavalo, a julgar pelo olhar encantado da faxineira que se comporta como se abstraísse da vida o perfume. De pinho, é claro. 
   Ela não conhece marcas de shampoo ou desodorante, além do Palmolive e da boa Água de Rosas, mas pergunte sobre ceras, detergentes e desinfetantes, a moça tem uma cultura capaz de dar inveja aos representantes da indústria química. 
   Outro dia me informou porque queria lavar a roupa com Varac, demorei a descobrir que o tal produto é primo da velha Q-Boa. Cida não sossegou enquanto eu não trouxe uma embalagem grande que me valeu a promessa: “A senhora vai ver que beleza vão ficar os panos de prato.”
   Eu, que passei anos trabalhando fora e dou todo valor à limpeza básica, fico encantada com os excessos da Cida e não saberia melhor que ela polir as panelas até que se tornem espelhos, que outro dia mirei repetindo os hábitos da moça que só fica contente quando “alumia” tudo. 
   Mal sabe ela que o máximo que aprendi de limpeza foi nos primeiros parágrafos do clássico “Sabedoria quebra-galhos”, livro que é a bíblia das donas de casa, do qual não passei nem do Gênesis. Deixo para especialistas este conhecimento de pastas à base de amoníaco, álcool ou cloreto, um mundo que faz a alegria de quem esfrega e limpa cantando. 
   Não tenho vocação para as minúcias da boa dona de casa, mas admiro aquelas que “são mães, amantes, esposa e ainda por cima conseguem bater um bolo”. Estão rindo? Pois saiba que este é o texto de apresentação de um site, chamado oportunamente “Amélia”. E fico aqui com meus botões. 

   A jornalista Célia Musilli está em férias. Neste mês, serão reproduzidas na Folha 2 algumas de sua crônicas já publicadas e que tiveram maior acesso pelos leitores. (Crônica da coluna CÉLIA MUSILLI, celia.musilli@gmail.com caderno FOLHA 2, página 2, 30 e 31 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 29 de julho de 2017

AMENDOINS E AFINS - NOTÍCIAS DA CHÁCARA - NOVOS TEMPOS


   AMENDOIM E AFINS


   Parecia desprotegida aquela postura, de minha mãe, de lidar com seus vasos baixos em pé, as pernas esticadas e a bunda levantada. Um dia, perguntei por que não agachava. 
   Ela não respondeu, mas o tempo ensinaria que, depois de certa idade, assim é melhor, pois fica difícil agachar e também levantar. 
   Agora, também lidando com vasos baixos, vem aquela imagem dela. Que tesouro é a memória, as lembranças suas joias. 
   Lembrança dela comendo amendoins, já bem velhinha mas com apetite de menina, não por fome, disse, mas gosto. Por isso comprei amendoim no supermercado do bairro, em embalagem informal, “dez-real” um quilo – torrado na casca, coisa ainda meio rural neste urbano mundo. 
   Em casa, os amendoins se  mostram torradinhos no ponto, embora com vagens tão miudinhas que apelidamos de amendoim-paciência... Paciência para quebrar as cascas de fora, paciência para descascar as casquinhas de dentro... Amendozen. 
   Em compensação, propiciam receita de jantar expresso caipira: vá mordendo rabanete e pão, pondo também na boca cubinho de queijo curado e amendoins torrados, dá deliciosa mastigação crocante e pastosa. E nem suja louça. 
   Amendoins miudinhos servem também para ensinar a comer devagarinho, sentindo mais o gosto que enchendo a pança. O amendoim-cavalo parece expressar nossa ânsia por quantidade e pressa, grandes grãos fáceis de descascar e bons de encher logo a boca. Os amendoinzinhos, porém, tem casquinha interna tão fina que dão um trabalhão descascar, resolvo comer com casca. 
   Lembro então quando me apaixonei por paçoca feita no pilão, antes descascando os grãos e assoprando, varrendo o piso, uma trabalheira. Um dia, cansei disso e soquei com casca no pilão, a paçoca ficou ótima; aí lembrei de Seo Celso: complicar é fácil, difícil é simplificar...
   Mas, logo depois, passou a paixão por paçoca, temporária como são as paixões, e o pilão foi aposentado como vaso para samambaia; tudo serve de algum jeito para alguma coisa, dizia a mãe. Ela guardava papéis de presentes recebidos para embrulhar novos presentes a dar...
   Escrevo isto comendo amendoins, e acabo diante de uma cuia cheia de cascas, a barriga também cheia mas a paciência igualmente de tanto descascar casquinhas. Se tudo serve para algo, também nada é perfeito... 
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NOTÍCIAS DE CHÁCARA 
NOVOS TEMPOS 
   Dalva e Pietro meditando na montanha em  San Diego: a foto lembra que houve tempo de avós não brincarem com netos. Mas depois houve tempo em que os pais não só brincam como até passaram a tomar banho com os filhos criancinhas, uma revolução. 
   Agora netinhos ensinam avós a celular. O neto noutro continente fala todo dia com os avós, de graça e com imagem, coisa que na infância deles parecia ficção científica. 
   Em apenas meio século, superamos o telefone com telefonista, o telefone discado, a discagem direta à distância e o celular-tijolo, chegando ao iphone que junta tevê, telefone e tantos aplicativos que muita gente diz que não vive sem. 
   E o mais impressionante é essa acelerada evolução, tecendo não só uma nova economia como também uma nova família humana, ser vista com tanta naturalidade. Ou como diz Pietro: - É só ficar sem medo, vô! (Crônica do jornalista e escritor DOMINGOS PELLEGRINI, caderno FOLHA 2, página 3, coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, 30 e 31 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

OS CAVALOS DO PRADO CURITIBANO


   Mamãe contava que, na década de 30, Curitiba era uma cidade tão pacata que dava para andar de bicicleta ou mesmo a pé por longos trajetos sem perigo algum. 
   Em se tratando de arte ela falava muito sobre o Teatro Guaíra, local de um bom gosto arquitetônico sem par e onde se apresentam muitas e boas peças. 
   A Confeitaria Colombo, ela sempre falava, era outro local de encontro de famílias e amigos para tomar chá ou café da tarde. Muito chique e com requintada decoração, louças e atendimento, estava sempre lotada. 
   O Passeio Público era o único parque público da cidade sendo muito frequentado por todos. Havia a Praça General Osório também, aonde mamãe sempre ia. Era lindíssima e frequentada pelas moçoilas e rapazes que ali iam passear e namorar.
   Naquele tempo os carros eram pouquíssimos e os únicos transportes coletivos que havia eram trem e bonde. O bonde, ela dizia, parava em diversos pontos da cidade, demorando cerca de uma hora para perfazer o trajeto. Contava ainda que, a gurizada gostava de ir correndo atrás, mas o que tinha mais charme eram os motorneiros porque sempre andavam muito bem vestidos e tratavam todos com muita gentileza. 
   Mas o passeio de que ela mais gostava era ir ao Prado Curitibano. Esse local era sempre um desfile de modas dizia ela, porque ali se admiravam as magníficas vestimentas das mulheres que eram compostas por chapéus de todos os tipos, “tailleurs” bem cortados ou então belos vestidos de gala com acessórios omo luvas, bolsas, sapatos e sombrinhas todos no estilo da alta costura. 
   Contudo, à parte do espetáculo que homens e mulheres ofereciam, minha mãe admirava e muito – outros protagonistas daquele Jockey: os cavalos. Admirava e dedicava a eles verdadeira paixão. 
   Lá no prado de corridas, como chamavam à época, ela contava que corriam lindos e caríssimos cavalos, tanto brasileiros como estrangeiros, de porte e beleza nunca antes vistos. Tão bem criados e bem cuidados eram. Para ele esse era o melhor passei: ver aquelas belezas dóceis nas raias e ao correrem, demonstra o quão bem foram domados. 
   Os páreos sempre apresentavam esses animais lado a lado, quando mamãe se emocionava ao ver as lindas, brilhantes e escovadas pelagens e os trabalhos realizados nas compridas ou curtas crinas. 
   Menos do que amar o turfe, ela amava ver a exibição dos belos exemplares equinos se apresentando e trotando lentamente com seus miúdos e controlados passos, fazendo como que uma “dancinha” que ela adorava ver. 
   Ali eles apreciam com suas pernas enfeitadas de tiras brancas e, quando juntos, trotavam como se houvessem uma combinação prévia para levantarem e abaixarem as patas juntos. Essa parte do espetáculo trazia tanto encantamento e emoção que mamãe muitas vezes vinha às lágrimas quando nos contava. (Crônica escrita por MARINA IRENE BEATRIZ POLONIO, leitora da FOLHA, página 2, FOLHA RURAL, coluna DEDO DE PROSA, sábado e domingo, 30 e 31 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O AGRONEGÓCIO E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS


   Quando se fala em mudanças climáticas, é comum destinar ao agronegócio uma boa parcela de culpa. Mas a fama de vilão do meio ambiente para a pecuária e para a agricultura não pode mais ser generalizada. Foi essa uma das principais análises levantadas durante o 9ª EncontrosFolha, promovido pelo Grupo FOLHA na sexta-feira (28). Essa edição do Encontros abordou o tema “Como as mudanças climáticas desafiam o crescimento econômico”. Para o palestrante do evento, o professor do ISAE FGV Cleverson Vitório Andreoli, nem o Brasil, nem o produtor brasileiro são os vilões do meio ambiente. Para o professor, o produtor nacional não pode ser chamado de “troglodita”, lembrando que a agricultura ocupa 8% do território nacional (metade da área preservada) e o País tem uma rigorosa legislação relacionada à ecologia. Mas ressaltou que o papel do agricultor e do pecuarista no combate às mudanças climáticas ganhará mais importância se a classe avançar fortemente em práticas de sustentabilidade nas propriedades. Principalmente porque será ele próprio o maior beneficiado pela implantação dessas ações sustentáveis. Afinal, os impactos climáticos são uma dura realidade para quem vive do campo. As ondas de calor frequentes, períodos longos de seca e volumes de chuva surpreendentes afetam o agronegócio. É natural e necessário que a discussão sobre o efeito estufa ganhe corpo nesta era Donald Trump. É necessário continuar cobrando avanços, em relação ao meio ambiente, na postura dos produtores rurais e dos demais empresários. A sociedade em geral precisa se envolver. Vivemos em um mundo em aquecimento, problema criado pela ação do homem. Compreender a gravidade da situação é o primeiro passo. Mas é preciso também se conscientizar da importância de adotar um estilo de vida mais sustentável. (OPINIÃO, página 2, 29 e 30 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O CORINGA - e FRITAS COM FRITAS


   Londrina, a capital mundial do café. 
   O “ouro verde” circulava pela cidade em latinhas, pequenas amostras da grande produção. 
   Principal produto de exportação do país, gerando à cidade muito crescimento e riqueza. 
   Atraídos por este fervor, das mais diversas partes do mundo vieram para cá bons cozinheiros e suas culturas gastronômicas. 
   Muitas novidades para os habitantes de um local onde até pouco tempo reinavam as matas. Para quem estava acostumado com uma variedade de alimentos restrita, os novos cardápios eram um deleite.
   Nos diversos estabelecimentos, cantinas, bistrôs, restaurantes, lanchonetes, churrascarias entre outros, a primeira coisa que um garçom fazia era colocar nas mãos dos convivas um “menu”, palavra francesa que indicava que o restaurante era “ a la carte”, expressão refinada da mesma origem. Tempos de refinamento gastronômico e cultural. 
   Olhos atentos, o cérebro soletrando letra por letra, chop suey, belle meuniere, einsbein, kaftas, bolognese, sashimi, fetuccini, foundue, Paella,e muitos outros novos adjetivos para o que era simplesmente comida. 
    Os mais ousados sempre experimentavam as novidades que preparadas com esmero conquistavam novos clientes. 
   Para os que jamais se arriscavam, e não eram poucos, separadamente em todos os cardápios, sempre bem a vista ficava a salvação, um prato simples que preparado com técnica se transformava em uma maravilha culinária capaz de encantar aos paladares mais “chatos”, o grande curinga dos cardápios. 
   Salvai-nos Filé com Fritas”

Veja mais usando o aplicativo capz de ler QR Code posicionando o código abaixo OU ACESSE O LINK https://goo.gl/b7efJA
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   FILÉ COM FRITA 

   INGREDIENTE

   04 bifes de filé de 120g
   01 batatas grandes e alongada
   Óleo para fritura
   Sal e pimenta

   MODO DE PREPARO

   Batatas
   l -   Descasque as batatas, corte ao meio em sentido longitudinal e recorte as metades em tiras longas
   2 -  Coloque na água e depois enxugue bem .
   3 -  Frite as batatas com a gordura em temperatura média até amarelar, escorra e reserve. 
   4 -  Aqueça a gordura bem quente e frite novamente para fazer uma capa crocante. 
Escorra, salpique sal e sirva em seguida. 

FILÉ
1 Passe um pouco de manteiga nos filés.
   2 Grelhe na frigideira quente nos dois lados.
   3 Tempere com sal e pimenta e sirva em seguida. (FONTE: Caderno FOLHA 2, página 3, coluna
LEMBRANÇAS COM ÁGUA NA BOCA –
CHEF TAICO
, sexta-feira, 28 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

OS MELHORES LANCHES DE LONDRINA





  




   Grupo Folha de Comunicação divulga os primeiros finalistas da 3ª edição do Festival Cozinha & Sabor


   O Grupo Folha de Comunicação divulgou esta semana os finalistas da primeira etapa da 3ª edição do Festival Cozinha e Sabor. Os sanduíches Cheeseburger Madero, Taura Béarnaise e Vegas Burguer foram os mais votados pelo público no site do evento e continuam na disputa pelo título de Melhor Lanche de Londrina. 
   Preparado com hambúrguer de fraldinha, queijo cheddar especial, tomates e alface fresquinhos, maionese artesanal e pão assado na hora. o Cheesbúrguer Madero se tornou o carr-chefe da rede de restaurantes que atua na cidade desde 2012. O diretor de marketing da rede Madero, Leandro Lorca, destacou alguns diferenciais do sanduíche, como a utilização de ingredientes frescos, sem adição de conservantes. A qualidade do hambúrguer, que é feito com um mix de fraldinha com apenas 15% de gordura, grelhado e o pão artesanal e assado na hora também foram apontados como pontos fortes do lanche. 
   Já o Taura Béarnaise foi criado pela Taura H amburgueria com o objetivo de oferecer ao público sabor de churrasco traduzido em forma de sanduíche. Sócio proprietário do estabelecimento, Claudio Lazier afirmou que os consumidores sentem logo na primeira mordida o sabor autêntico ao do churrasco porque o hambúguer artesanal de angus de 180 gramas usado no lanche é assado na brasa juntamente com o queijo mussarela também derretido na braseira, ao contrário de outros lanches que são assados a gás. Outras características do sanduíche são o molho béarnaise, produzido com gema de ovos, manteiga de qualidade e estragão, uma especiaria francesa. 
   Antes de conquistar o público do Festival Cozinha & Sabor, o Vegas Salada Bacon já era um dos carros-chefe da Vegas Burguer. O proprietário do estabelecimento, Petterson Aquino, enfatizou que o sucesso do sanduíche se deve ao hambúrguer artesanal preparado com um blend de carne de angus grelhado no charbroiler, o que o deixa muito suculento. Segundo ele, o bacon defumado fatiado crocante também dá um sabor único ao lanche que também leva queijo cheddar duplo, alface, tomate, cebola roxa, maionese especial e molho vegas, receita exclusiva da casa. 
   O Festival Cozinha & Sabor foi dividido em quatro categorias. Nos próximos meses serão abertas as votações para a escolha dos melhores pratos de “Comida de Boteco”; “Restaurantes”; “Doces e Sobremesa”. Ao fim de cada etapa do concurso, assinantes FOLHA receberão via newsletter antecipadamente quem são os três finalistas de cada categoria. 
   O vencedor de cada categoria será escolhido no mês de novembro por três jurados que terão a missão de apontar os melhores entre os três finalistas de cada etapa do concurso. Na ocasião, também será divulgado o vencedor do concurso Garçom Nota 10, eleito por voto popular. Após a eleição dos vencedores, a FOLHA publicará Guia Gastronômico em formato de revista. A publicação reunirá matérias publicadas durante o festival. FONTE: REPORTAGEM LOCAL, caderno FOLHA 2, página 3, COZINHA & SABOR, sexta-feira, 28 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

A LAVA JATO CONTINUA VIVA


   A prisão do ex-presidente do Banco do Brasil e ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, nesta quinta-feira (27), mostrou que a Lava Jato continua viva, apesar da recente decisão da direção da Polícia Federal de desfazer a força-tarefa que atuava na operação. Bendine foi preso em Sorocaba, interior de São Paulo, na 42ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Cobra. Além dele, foram alvos de mandados de prisão temporária André Gustavo Vieira da Silva e Antonio Carlos Vieira da Silva Jr., suspeito de serem operadores do executivo. À frente da Petrobrás de 2015 a 2016, ele é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht, entre junho e julho de 2015. Em troca, ele iria proteger a empreiteira em contratos na estatal. E o mais surpreendente: a proteção seria inclusive em relação às consequências da Lava Jato, que foi deflagrada em março de 2014. Lembrando que àquela altura, com as investigações lideradas pelo juiz Sérgio Moro em andamento, o presidente recém-empossado da Petrobras tinha o dever de estancar a corrupção dentro da empresa e não incrementá-la. Ainda mais considerando o salário dele, conforme adiantou o colunista Claudio Humberto em sua coluna desta sexta-feira, na FOLHA. Segundo o jornalista, Bendine recebia R$ 62,4 mil de aposentadoria do Banco do Brasil e mais R$ 123 mil para presidir a Petrobras – salário e aposentadoria tão diferente da realidade do trabalhador brasileiro. O suposto pedido de propina, que teria ocorrido pouco depois de sua posse, está na delação de executivos da Odebrecht, e foi relatado pelo ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht e pelo diretor da Odebrecht ambiental, Fernando Reis. É compreensível que a sociedade brasileira, duramente explorada pelo esquema de corrupção desvendado pela Lava Jato, está preocupada com possibilidades de esvaziamento da força-tarefa. A nova fase deflagrada na quinta-feira é uma prova importante de que há muito a investigar. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 28 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

quinta-feira, 27 de julho de 2017

ESPELHO, ESPELHO MEU


   Na década de 1980, nas páginas da revista “Chiclete com Banana”, o cartunista Angeli apresentou o emblemático Walter Ego, um personagem que amavaa si mesmo acima de tudo e todos. Conhecido como “o mais Walter dos Walters”, autoproclamava-se “o maioral”, destacando-se nas mais inusitadas circunstâncias. Inexista um terreno em que Walter Ego são acreditasse sobressair-se: era o melhor cantor, escritor e desenhista; o verdadeiro galã, gênio e insuperável ser. Diante de um espelho (seu mais fiel amigo e escudeiro), Walter Ego penteava seu topete e conversava exaustivamente consigo mesmo, rasgando elogios e concluindo ser o suprassumo da criação. 
   Sempre em busca de aparecer e demonstrar seus “dons”, Walter Ego se irritava com aqueles que não enxergavam seus variados talentos. Sua autoconfiança era tanto que, mais de uma vez, perguntou-se por que a TV não o filmava tomando banho, fazendo a barba, preparando um café ou lendo o jornal. Julgava ser brilhante até quando não estava fazendo nada. 
   A palavra ego, em latim, significa “eu” e designa, noutras etimologias, a ênfase na primeira pessoa do singular. É bem provável que Angeli tenha desejado fazer humor com essa expressão. Afinal, o ego é aquilo que se quer manter sob controle, para evitar situações constrangedoras ou letais. Sigmund Freud, por exemplo, assentiu que o ego é o famoso “princípio da realidade”, um apelo do “eu” a um equilíbrio entre a animalidade dos instintos e a força impositiva da sociabilidade. Com o ego desajustado e, portanto, veneráveis diante de suas pulsões ilimitadas rumo ao prazer, os indivíduos correm o risco de não sobreviver coletivamente. Autocontrole, então, é a palavra-chave. 
   No mundo contemporâneo, o ego encontra inspiração para desafiar a sensatez. A hipercompetitividade mercantil entre os indivíduos, o consumismo como receita exclusiva de felicidade, o sumiço das fronteiras entre o público e o privado, o culto à autoimagem e a despolitização generalizada da vida comum, entre outros fatores, empurram o ego para uma situação-limite: a de obrigar-se a aparecer a todo custo, ostentando a miséria de vida que o suporta e revelando a tristeza que o incendeia e ameaça transformá-lo em cinzas. 
   Embora seja monitorado pela razão, o ego tem dimensões insondáveis, em cujos labirintos brotam paixões irreconhecíveis. Essa manifestação “inconsciente” do ego pode ter raízes em experiências traumáticas de fracasso, ressentimento e dor pela admissão de impotência e inabilidade. Nesse sentido, indivíduos, quando incham o ego para aparecer, desnudam sua abissal fragilidade e acabam entregando um pouco da realidade que oos forjaram – uma realidade, vale frisar, na qual se sentem torturados por ter de conviver com eles mesmos. 
   Todos conhecem algum Walter Ego. Eles existem aos montes e estão espalhados pelo mundo. O intuito deles é receber elogios. Quando não conseguem, fazem autoelogio pulando em trampolim alheio. Walter Ego é um personagem real, que pode ser encontrado à esquina, sempre em busca de um holofote, uma chuva de confetes ou uma polêmica gratuita. Estar em evidência é é o ar de que ele necessita para sobreviver. Apenas sobreviver. (FONTE: Crônica escrita por MARCO. A. ROSSI, sociólogo e professor da UEL – cidadefutura@folhadelondrina.com.br página 8, FOLHA GERAL, coluna A CIDADE FUTURA, quinta-feira, 27 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DEPENDÊNCIA FINANCEIRA


   Em tempos de “vacas magras” nos cofres públicos, as áreas da cultura e do esporte são as primeiras vítimas dos cortes nos orçamentos. Do governo municipal ao federal, os investimentos nestes importantes setores são cada vez mais escassos. 
   No início de 2012, Londrina lamentou o incêndio que destruiu o Cine Teatro Ouro Verde, que começou a ser restaurado dois anos após a tragédia. No final do mês de junho, os londrinenses mataram a saudade do Ouro Verde depois do hiato de mais de cinco anos. Uma grande festa marcou a reinauguração do local, renascido das cinzas. Mas a realidade não é tão colorida quanto a sonhada durante as apresentações no palco do teatro, que recebeu o FMI, (Festival Internacional da Música de Londrina) no mês de Julho. Depois de 25 dias de movimentos, sons, ritmos e vidas, o Ouro Verde voltou a fechar as portas sem funcionários para garantir a segurança do local e o atendimento ao público. 
   Em entrevista à FOLHA, a diretora da Casa de Cultura da UEL, Cleusa Cacione, confirmou que o funcionamento do teatro é é inviável enquanto a equipe não é reposta. O Ouro Verde conta com apenas três funcionário, mas 18 seriam necessários. Na memorável noite de reinauguração, no dia 30 de junho, o governo do Estado anunciou a nomeação de 15 funcionário para o local, mas os servidores ainda aguardam o decreto e a publicação em Diário Oficial. Enquanto isso, quem passa pelo Calçadão volta a encontrar o Ouro Verde, em silêncio, de portas fechadas. O Museu Histórico vive situação semelhante com funcionamento ameaçado sem a reposição de servidores, aposentados nos últimos anos. 
   Ontem, a FOLHA mostrou outro espaço público que depende dos recursos financeiros para voltar a cumprir seu papel social . O Ginásio Alceu Malucelli, antiga sede da Alga (Associação Londrinense de Ginástica Artística), foi destruído por um incêndio no mês passado. Sem recursos municipais, a FEL, (Fundação de Esporte de Londrina) protocolou um projeto no Ministério do Esporte para revitalizar a praça esportiva e transformar o local com a instalação de centros de luta, de futsal e de futebol para atender os praticantes das modalidades. A reforma do espaço para ativação dos projetos custará cerca de R$ 5 milhões. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 26 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

O CUSTO DOS ACIDENTES DE TRABALHO


   A cada hora, cinco acidentes de trabalho acontecem no Paraná, totalizando por dia mais de 130 ocorrências. O cálculo foi feito com base nos dados de 2015 publicado no Anuário Estatístico da Previdência Social. Naquele ano, mais de 612 mil acidentes foram registrados em todo o país e o Paraná ficou na quarta posição em número de ocorrências com 47.337, perdendo apenas para São Paulo (207.703), Minas Gerais (62.566) e Rio Grande do Sul (52.030). O gasto do governo federal com pagamento de benefícios aos trabalhadores acidentados é bastante alto. Foram R$ 290 milhões em 2015, sendo que no Paraná, o gasto ficou em R$ 19 milhões. O custo é referente ao pagamento de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e outros valores relacionados. Segundo a Associação Paranaense de Medicina do Trabalho, em todo o país foram registrados, nos últimos cinco anos, 3,5 milhões de acidentes do trabalho, que causaram 13 mil óbitos. Entre as principais lesões causadas no ambiente de trabalho estão traumas em mãos, antebraços e dedos; tendinites; lesões nas colunas e nos punhos, ferimentos que estão bem relacionados com trabalhos repetitivos. Mas a tendência está mudando. Nos últimos anos, os especialistas estão observando o aumento das notificações de transtornos mentais fora e dentro do ambiente de trabalho. Ainda conforme o anuário, em 2015, mais de 16,3 mil trabalhadores brasileiros sofreram acidentes classificados como “reações ao estresse grave e transtornos de adaptação”, “transtornos ansiosos” e “episódios depressivos”. Em 2014, foram 16,1 mil trabalhadores classificados nas mesmas condições. Se é possível estipular o custo financeiro dos acidentes de trabalho, no caso, R$ 290 milhões em 2015, os custos indiretos são imensuráveis. Há os gastos dos atendimentos no Sistema Único de Saúde e com ações nos tribunais de Justiça, para citar apenas dois exemplos. E como mensurar o valor de uma vida? Como falar do trauma e das dificuldades de uma família que perdeu um pai, mãe, irmão em acidente de trabalho? Para reduzir esse número não tem magia ou segredo. É preciso investir em prevenção , em máquinas mais seguras, equipamentos de proteção e educação do trabalhador. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 27 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

terça-feira, 25 de julho de 2017

ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA


      AS RAZÕES PARA O AUMENTO NOS IMPOSTO SOBRE COMBUSTÍVEIS E SEU IMPACTO
      Na última quarta-feira (20) o governo anunciou a assinatura do decreto 9,101, de aumento da alíquota do PIS/Confins sobre os combustíveis, que passava a vigorar de imediato, com o objetivo de fechar suas contas, mas que trará impacto na formação de custos e consequentemente no preço final em toda a cadeia produtiva.

   AS CONTAS DO GOVERNO
      O governo federal projetou arrecadar R$ 1,15 tri para suas despesas primárias (que são o total de suas despesas sem consideram o pagamento da dívida pública) e gastar próximo a R$ 1,29 tri com elas, ou seja, já assumiu um rombo de R$ 139 bi, para este ano de 2017.
Só para deixar claro, evidentemente que este rombo aumentará a dívida pública federal, que neste momento é de algo próximo a R$ 3,2 tri.

   NÃO ESTÃO FECHANDO
      Acontece que, em função da frustração de algumas receitas (por exemplo, a arrecadação tributária está inferior ao projeto em função ao projetado em função do baixo crescimento da economia), a matemática mostra que ainda faltarão R$ 18 bi para fechar esta conta.
O governo não pode descumprir a Lei Orçamentária Anual (LOA), sob o risco de perder também a credibilidade em sua equipe econômica.
Além disso, aprovar uma extensão no orçamento traria implicações na taxa de juros, no câmbio e no endividamento público, já suficientemente comprometido.

   EM QUE GASTA O GOVERNO
       As principais contas do governo com as contas primárias são com a Previdência ((R$ 562 bi); Pessoal (R$ 307 bi); Investimentos (R$ 148 bi); Saúde (R$ 125 bi); e Educação R$ 107bi)

   AS OPÇÕES PARA FECHAR AS CONTAS
      Pelo lado da despesa, a alternativa óbvia para que as contas fechem é não gastar mais do que foi acordado, mas isso o governo está com dificuldades de implementar.
Pelo lado da receita, conforme escrevi em coluna anterior (26 de junho), as alternativas são: a emissão da moeda, assumindo aumento da inflação; tomada de empréstimos, afetando diretamente a taxa de juros; e/ou aumento dos impostos, subtraindo ainda mais o dinamismo da economia.

   A ALTERNATIVA ESCOLHIDA
      Em função da possibilidade de implementação imediata, significando que, uma vez assinado e publicado o decreto, já passa a existir a arrecadação, o governo optou pelo aumento da alíquota do PIS/Cofins sobre os combustíveis.

      EM QUANTO AUMENTA
      A alíquota para a gasolina subirá de R$ 0,3816 par a R$ 0,7925 por litro, uma alta de R$ 0,41, que dará uma receita extra de R$ 5.191 bilhões.
No caso do diesel, o aumento será de R$ 0,2480 para R4 0, 4615 por litro ( 0,21), com arrecadação de R$ 3,962 bilhões.
Já o etanol subirá de R$ 0,12 para R$ 0,3272 por litro representando um reforço adicional de R$ 1,152 bilhão aos cofres públicos.
O total da arrecadação com este aumento de impostos, portanto, deve chegar a R$ 10,3 bi.

   E QUANTO AOS CORTES DE GASTOS
      Ainda insuficiente para cobrir o déficit projetado, o governo contingenciou (ou seja, bloqueou a utilização) de outros R$ 5,9 bi, pelo menos temporariamente, até que se confirmem receitas extraordinárias que estão por acontecer.

   O QUE IMPLICA PARA NÓS LONDRINENSES
      O valor médio no preço da gasolina praticado em Londrina em julho, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) é de R$ 3,412 e caso todo aumento seja repassado para o consumidor final, pagaremos R$ 3,832, ou 12% de aumento.
Para encher um tanque de 45 litros o consumidor desembolsará R$ 19,40 a mais.
No caso do diesel, que na média é vendido a R$ 2,793, passaria a R$ 3,003, aumento de R$ 7,52%.
Já o etanol, vendido na média por R$ 2,417, passará a custar R$ 2,6243, aumento de 8,58%.

   E PARA A ECONOMIA COMO UM TODO

      Mesmo entendendo que existem razões para a adoção de medidas que aumentam os impostos a fim de fechar as contas públicas, é evidente que a conta será paga por nós consumidores.
O aumento no preço do combustível altera o preço de todos os produtos e serviços pois eleva o custo de produção.

   DE QUANTO É A CONTA
      Se considerarmos que o preço dos combustíveis representa algo como 14% na composição dos custos de produção e que o aumento final nas bombas seja de 7%, então teremos uma elevação de 0,5% sobre a inflação.
O impacto maior será provocado pelo aumento sobre a gasolina, que responderá por 0,4% enquanto que o aumento no diesel responderá por 0,1%.
Nosso alento é que a agricultura tem dado sua contribuição na redução da inflação, permitindo que o impacto deste aumento nos combustíveis seja menos dramático.



MUITO LONGE DO QUE É NECESSÁRIO



    Ressalta-se aqui que este aumento de imposto é medida desesperada unicamente no intuito de fechar as contas de 2017.
As reformas de que o País necessita ainda estão longe de serem implementadas. (FONTE: MARCOS J.G.RAMBALDUCCI professor doutor da UTFPT e consultor econômico da Acil –
economianossa@folhadelondrina.com.br página 4, coluna ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA - por Marcos Rambalducci, FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, segunda-feira, 24 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

DIREITOS DAS CRIANÇAS


      Quase 200 países se comprometeram com a ONU (Organização das Nações Unidas) para cumprir, até 2030, 169 metas que visem o desenvolvimento e a erradicação da pobreza no mundo. São as chamadas “metas do milênio” ou ODMs (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio). O Brasil é um desses países e o prazo para cumprir os compromissos termina em 2030. É possível acompanhar as ações que o país está desenvolvendo no sentido de alcançar os objetivos nos próximos 13 anos. A Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do adolescente faz esse acompanhamento e lança nesta terça-feira (25) um estudo que mostra se está havendo progressos importantes. A Folha de Londrina teve acesso à pesquisa “A criança e o Adolescente nos ODS: Marco zero dos principais indicadores brasileiros” e antecipa o que pode ser considerado o retrato atual da população de 0 a 18 anos. Entre os 17 objetivos de melhorias de índices sociais, a fundação Abrinq selecionou dez para acompanhar de perto, sendo que todos, de alguma forma, estão relacionados com a infância. O foco da entidade é a erradicação da pobreza, fome zero, boa saúde e bem-estar e igualdade de gênero. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad 2015), que aponta que 27% dos brasileiros vivem até com meio salário mínimo por mês. Esse percentual sobe para 40,2% em um recorte da população de 0 a 14 anos, ultrapassando a casa dos 60% de crianças e adolescentes em situação de pobreza em Estados como Alagoas, Maranhão, Ceará, Bahia e Pernambuco. O Paraná assim como os outros Estados da Região Sul aparece entre os Estados com as melhores situações no país, Por aqui, 15% da população vive com renda de até meio salário mínimo. Vencer a miséria é um desafio difícil. A crise econômica brasileira dos últimos anos dificulta ainda mais porque devolveu à Classe C muitas famílias que tinham melhorado de vida. É uma realidade crítica. Por isso, o Brasil precisa se preocupar mais com a garantia dos direitos e dos adolescentes. Países como Japão, Canadá e Finlândia mostram que investir em educação é um bom negócio. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 25 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).   

segunda-feira, 24 de julho de 2017

EPIFANIA

     O que você sabe sobre um termo bastante em uso ultimamente? Você o ouvirá em filmes, séries de tevê, textos de filosofia de negócios e outras situações. Estou falando de 1epifania’.
Não entrarei no sentido religioso da palavra, mas em sua utilidade para o dia a dia, especialmente para pessoas que se interessam por falar a coisa certa no momento certo – que o o seu e o meu caso, não?
    Epifania é uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo. Indica que alguém encontrou finalmente ‘a última peça do quebra-cabeça’ e agora pode ver a imagem no todo. De um modo simples: é quando um pensamento inspirador e iluminante acontece.
    Na língua inglesa, você ouvirá alguém dizer: “I just had na epiphany”, ou “Eu acabo de ter uma epifania”, indicando que neste instante o ocorreu à pessoa um pensamento considerado único, de uma natureza quase sobrenatural.
E se você deseja aumentar as suas chances de viver não uma, mas várias epifanias, compartilho a experiência pessoal.
    Eu aprendi com os meus acertos e erros – que são muitos – que nós somos o que pensamos. Desde então, mudei a mensagem interior da minha mente por algo constantemente energizante e inspirador. Abandonei a tendência ao negativo. Foi difícil no começo, mas consegui.
    Um excelente começo consiste em apreciar as coisas boas e positivas que tivemos ao longo da vida. Nem tudo foi bom, eu sei. Porém, os melhores momentos não servem só para deixar saudades, mas são grandes mestres para o tempo presente.
       Adicione a isso a leitura de livros inspiradores, palestra – há tantas excelentes no Youtube – bons programas de tevê, rezar, conversar com pessoas sábias, tudo isso são engrenagens de um mesmo sistema que, juntas, produzirão uma pessoa melhor em cada um de nós – se fizermos disto um hábito. Em resumo, pare de sofrer com ideias negativas. 

       Pois bem. Agora que você já sabe o que é epifania, resta-me apenas desejar que ela não falte a cada decisão que você desejar ou precisar tomar – seja na vida ou nos negócios. (Fonte: Crônica de ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes em Londrina, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, coluna ABRAHAM SHAPIRO, segunda-feira, 24 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).       

DESCONTO NAS TARIFAS DE PEDÁGIO


      Moradores de Mandaguari, Arapongas e Marialva conseguiram, após uma série de protestos, que fossem firmados acordos entre concessionárias de pedágios e prefeituras para redução e até isenção de tarifas. Outras duas cidades, Rolândia e Apucarana, se mobilizam para iniciar negociações. Está aí o exemplo de que a mobilização popular pode, sim, conseguir avanços. Os desvios de pedágio foram determinantes para chamar a atenção do descontentamento de quem mora em uma cidade diferente daquela em que trabalha e no meio dos dois municípios existe uma praça de pedágio. Foi o que aconteceu recentemente em Arapongas, quando os moradores começaram a usar a “Estrada do Ceboleiro” como desvio da BR-369. Depois da concessionária que administra o trecho impedir várias vezes o acesso, prefeitura e empresa entraram em acordo. Para cruzar a praça entre Arapongas e Rolândia é necessário desembolsar R$ 8,20. Com o acordo, a população de Arapongas conseguiu condições diferenciadas de pagamento. Quem tem um veículo de passeio emplacado naquele município e precisa passar pelo pedágio com frequência para estudar, trabalhar ou fazer tratamento médico pode solicitar o desconto e começar a pagar R$ 1,70. Em Mandaguarí, a mobilização começou antes, em março. O acordo é diferente. Quem tem carros com placa de Mandaguari tem desconto de 80% e paga R$ 1,64. E os motociclistas desembolsam R$ 1. Esse tipo de desconto está previsto nos contratos de concessão e podem ser concedidos sem interferência do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná. As concessionárias podem conceder descontos tarifários e realizar promoções, com redução em dias e horas de baixa demanda, sem que isso possa gerar qualquer direito de a empresa solicitar compensação nos valores cobrados. Os acordos de concessão das rodovias do Paraná foram firmados em 1998 e valem até 2021. São quase 20 anos de cobrança para somente agora, no final do contrato, os descontos começarem a ser praticados. O brasileiro desconhece direitos e o poder da negociação e da mobilização social. É importante perceber o quanto uma sociedade pode conquistar quando a população e as entidades representativas se unem em busca de um objetivo comum. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 24 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

domingo, 23 de julho de 2017

NOVAS REGRAS PARA DISTRATOS NO MINHA CASA, MINHA VIDA

Portaria determina reincluir o imóvel no PMCMV para destinar a outra família com o perfil do programa, selelecionada pela  prefeitura

   Desistência do beneficiário, descumprimento contratual, ocupação irregular, desvio de finalidade e inadimplemento estão entre os casos em que a rescisão é assegurada pela norma

   O Ministério das Cidades publicou, no Diário Oficial da União, na quarta-feira (19), a portaria nº 488, que dispõe sobre a regulamentação da rescisão dos contratos de beneficiários de unidades habitacionais, com recursos financeiros pelo FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) no âmbito do PNHU (Programa Nacional de Habitação Urbana) integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida. 
   A medida regulamenta os distratos (rescisão do contrato) e substitui a portaria nº 606, de dezembro do ano passado.
   Pela nova norma, pode ocorrer distrato nos casos de desistência do beneficiário, descumprimento contratual, ocupação irregular, desvio de finalidade e inadimplemento com as prestações da compra e venda por solicitação do beneficiário. 
   Nos casos previstos na Portaria, após a assinatura do termo pelo beneficiário, a unidade habitacional retorna para a propriedade do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) que deverá reincluir o imóvel no PMCMV para destinar a outra família com o perfil do programa, selecionada pela prefeitura. 
   A portaria assegura ainda que o contrato também pode ser rescindido quando a moradia for invadida após a assinatura do contrato, ou em casos de ruptura familiar em função de violência doméstica ou ainda, nos casos de medida de proteção à testemunha.
   Nestes casos, o titular do contrato poderá ser beneficiado com outra unidade habitacional, independentemente do registo Cadastro Nacional de Mutuários (Cadmut) referente ao imóvel distratado. Os valores das prestações pagos, assim como o prazo, deverão ser deduzidos do novo contrato. 

Os contratos só podem ser rescindidos por solicitação do beneficiário, e com os seguintes resultados

1. Seja formalizado pelo beneficiário o pedido na instituição financeira contratante, informando o(a) motivo(s) da desistência;

2. O requerimento do beneficiário tenha a ciência do ente público responsável pela seleção da demanda;

3. Todas as obrigações e encargos relativos ao contrato e ao imóvel estejam em dia; 

4. O imóvel não esteja em situação de ocupação irregular;

5. O imóvel seja restituído nas mesmas condições físicas em que se encontrava à época da contratação;

6. Todas as obrigações, despesas, custas cartorárias e encargos relativos à rescisão sejam arcadas pelo beneficiário. (FONTE: REPORAGEM LOCAL, FOLHA CLASSIFICADOS, 0800-400-7636 www.folhaclassificado.com.br IMOBILIÁRIA, 22 e 23 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

PARCERIA ENTRE UEL E RECEITA BENEFICIARÁ POPULAÇÃO CARENTE

Alunos de Ciências Contábeis, que atuarão como orientadores no NAF, recebem treinamento na delegacia da RF

   Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal de Londrina deve começar a prestar atendimento neste semestre

   Londrina deve ganhar neste semestre o NAF (Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal), que tem o objetivo de atender microempreendedores e contribuintes de baixa renda, que não têm acesso a determinadas informações da Receita Federal. O projeto é resultado de uma parceria entre a Receita e a UEL (Universidade Estadual de Londrina).
   Na manhã desta terça-feira (18), na delegacia da Receita, foi realizado o primeiro treinamento presencial de 46 alunos do curso de Ciências Contábeis da UEL, que atuarão como orientadores no NAF. A capacitação dos estudantes será realizada com a assessoria técnica da RF por meio de aulas presenciais. Posteriormente eles terão acesso a uma plataforma virtual de de videoaulas para capacitá-los a realizar essas orientações e poderem atender bem a população. 
   Segundo o professor e chefe do departamento do curso de Ciências Contábeis, João Américo Tomaz de Aquino, a previsão é de que após esse treinamento esse serviço do núcleo seja oferecido em meados de agosto ou início de setembro. Ele ressalta que esse trabalho ajudará a diminuir pessoas que atuam na informalidade. “Esse é um dos grandes objetivos. A Receita Federal não tem condições de atender toda a demanda da população. Esses convênios formalizam mais um canal para buscar informações tributárias em nível Federal, mas a segunda etapa prevê o estabelecimento de convênio com a Receita Estadual”, acrescenta. 
   A aluna do 1º ano de Ciências Contábeis, Carla Regina Saramento ressalta que essa oportunidade ira proporcionar mais conhecimento para os estudantes. “A prática faz a excelência e eu me sinto sortuda por ter essa oportunidade.” Sobre a experiência de poder ajudar a população carente ela diz que será muito bom.
   “Os alunos de Contabilidade deveriam com certeza participar mais do dia a dia da cidade”, ressalta. 
   Uma das primeiras aulas apontou sobre a importância de instituições como o Observatório de Gestão Pública, que apontam irregularidades nas licitações antes mesmo delas serem realizadas e foram mostrados sites como o impostômetro (https://impostometro.com.br/), que analisa o volume de arrecadação do Estado, e o Sonegômetro (http://www.quantocustaobrasil.com.br/), que mostra quanto do dinheiro está sendo sonegado no País. 
   O analista tributário e responsável pelo programa na Receita Federal, Bruno de Oliveira, explica que o programa de educação fiscal ressalta a importância desse trabalho para as pessoas hipossuficientes e microempreendedores carentes. “Os alunos recebem o básico de Direito Tributário, conhecimento sobre a estrutura da Receita Federal, que é uma estrutura bastante complexa, e terão conhecimento como se resolvem as coisas e principalmente sobre o autoatendimento”, aponta. Ele ressalta que quase todos os atendimentos podem ser virtuais, inclusive com a alimentação de documentos. “Os estudantes vão conhecer os instrumentos eletrônicos e meios para acessar esses serviços para que a pessoa não precise vir para a Receita Federal. O problema é que as pessoas conseguem ter acesso à informação e à internet, mas aquela pessoa hipossuficiente, que muitas vezes tem pouca educação ou que tem um emprego simples, não sabe como acessar isso e é essa pessoa que tem possibilidade de ser atendida pelo NAF”, analisa.
   Serão vários serviços ofertados, tanto para o cidadão quanto para a empresa. Oliveira aponta que o NAF oferecerá o atendimento básico, como orientar as pessoas a obterem o CPF (Cadastro de Pessoa Física). Antes a pessoa tinha que ir até à Caixa Econômica Federal ou ir aos Correios, e hoje isso é totalmente feito pela internet e tem resultado conclusivo. Se houver questão mais complexa, como divergência de dados em duas bases, ele também pode fazer o encaminhamento pela internet. Outros atendimentos mais complexos também serão ofertados pelo NAF, como se a pessoa tiver uma atividade simples e decide se formalizar. Pelo NAF ela pode conseguir todas as declarações e pode gerar a guia para essa pessoa, dando orientações para ter uma vida fiscal correta. ” 
   O atendimento do NAF deve ser realizado na Agência do Trabalhador (Rua Hugo Cabral , 303-(-Centro). “A previsão é de que o atendimento seja realizado duas vezes por semana; vamos divulgar quando o serviço começar. Diariamente passam aqui na Agência do Trabalhador entre 400 a 500 pessoas”, explica o secretário municipal do trabalho, Emprego e Renda, Elzo Augusto Carreri, acrescentando que o convênio entre a Prefeitura e a UEL deve ser assinado em breve. (FONTE: VITOR OGAWA – Reportagem Local, FOLHA CIDADES, página 3, quarta-feira, 19 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

AGUENTA CORAÇÃO


 
 Eletrocardiograma é o nome mais antipoético que existe para um inventário de sensibilidades

   O médico disse que ela tinha um “sopro no coração”. Recomendou um eletrocardiograma, aquele exame em que nos ligam por uns fiozinhos a uma máquina para medir nosso ritmo, a pulsação do órgão mais sensível do corpo. Ela lembrou de quando era criança e um médico disse que sua irmã também tinha um “sopro”. Achou a expressão tão poética quanto tocar flauta e sentiu uma pontinha de inveja dentro do órgão que denuncia até pensamentos proibidos. 
   Em compensação, segundo esse médico da infância, seu coração era um “reloginho” e ela passou anos imaginando os ponteiros , os eixos, o formato redondo como os carrilhões das igrejas, achando que tinha um coração enorme e podia sair gastando toda sua corda.
   Agora, na véspera do eletrocardiograma, ficou pensando o quanto devia estar avariado seu “reloginho”, com tantos sobressaltos, sustos, amores, aquecimentos e congelamentos sucessivos. Coração de pétalas e de pedra lascada, de fluxos e correntes subterrâneas, histórias sem fim, parceiro diurno e noturno, de sonhos e pesadelos. Uma paisagem vastíssima devia ser mostrada no eletrocardiograma, o nome mais antipoético que existe para um inventário de sensibilidades. 
   Ela pensou que nem queria ser examinada assim, numa corrente de eletricidade, ligada a fios como uma torradeira. E se detectassem seu medo do escuro? Seus pensamentos na solidão? Suas ideias tortas, suas fantasias, seu desejo de morrer de ataque cardíaco, a morte mais justa para um poeta. 
   Já fazia tempo que pensava em não viver muito, mas como um animal jurássico, um fóssil em atos e emoções. Queria viver enquanto se mantivesse aquecida por algum plano, algum roteiro maluco, uma viagem para além dos trópicos, uma odisseia com direito ao conhecimento dos mortais e ao enfrentamento dos deuses.
   Já tinha pensado em voltar à Itaca, a terra mítica, o lar para onde vamos depois das vitórias e derrotas. Então, se morresse subitamente, como uma dama das camélias, estaria de bom tamanho.
   Foi dormir cedo, preparando-se para o exame na manhã seguinte quando seria uma mulher presa aos eletrodos, medindo as pulsações que enfim explicariam o “sopro” que talvez tivesse a ver com o sufocamento noturno do qual vinha se queixando aos médicos. Ela pensava em odisseias, ele suspeitava de apneia, palavra grega que significa “respirar com dificuldade”, coisa que os seres humanos podem suportar por cerca de dois minutos. 
   Ela pensou que não comer bombons não valia nada na hora da morte, nem na hora de usar aquele aparelhinho que iria medir a quantas anda um coração que já foi assaltado por amores bandidos, paixões súbitas, ficando em cárcere privado de emoções, enquanto ela escrevia nas paredes : “Je vis à l’air de Baudelaire.”
   Tanto poesia deu nisso. Amanhã ela teria um mapa da sua odisseia, não sem antes se lembrar de uma das frases mais célebres do livro de Homero para consolar-se como quem reza: “Aguenta coração”. 

A jornalista Célia Musilli está em férias. Neste mês, serão reproduzidas na Folha 2 algumas de suas crônicas já publicadas e que tiveram maior acesso pelos leitores. (FONTE: Crônica escrita pela jornalista e escritora CÉLIA MUSILLI celia.musilli@gmail.com caderno FOLHA 2, página 2, 22 e 23 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

sábado, 22 de julho de 2017

COM UM BRAÇO SÓ - e DE ESTIMAÇÃO ( NOTÍCIAS DA CHÁCARA)


   Quebrei o braços, os netos desenharam no gesso e pensei com os botões: eles estão na idade em que nem pensam no tempo, tesouro a ser apena gasto, enquanto eu cheguei à idade em que, por ter muito mais ontem que amanhã, valorizamos cada momento. Até mesmo o momento de um tombo, a igualar crianças e idosos no conhecimento dos limites: é caindo que aprendemos, né – a criança aprendendo a ousar , o idoso aprendendo a ter cuidado...
   Com um braço só, porém vou descobrindo como somos inventivos em criar alternativas. Puxar com os dentes a manga do pullover no outro braço. Abraçar a garrafa térmica, com o braço engessado, para desrosquear a tampa com o braço bom. Enxugar as costas se esfregando contra a toalha na parede. Assim vou me sentindo um tosco Chaplin. 
   Entretanto achei tempo para limpar meus documentos no computador, rever álbum de fotos, ligar para amigos, fazer pequenas coisas que só fazendo descubro que faziam grande falta. Estou mesmo começando a achar que somos incompletos até quebrar algum osso. 
   Chato é aguentar todo mundo perguntando o que foi, quebrou o braço? 
   - Não, é que vou a baile a fantasia num hospital. 
   - Quebrei não, ele quebrou sozinho. 
   - O Donaldo Trump me apertou a mão. 
   Claro que não dou nenhuma dessas respostas, só digo que foi um tombo à toa e não quebrou, só trincou (aí as pessoas fazem cara de alívio, o que não diminui o número de dias engessado, serão três semanas). Reclamei ao médico , ele falou que não pode fazer nada. 
   Podia ser em menos tempo se os ossos fossem mais moles, mas desconfio que aí a gente não parava em pé, né?
   É, você ainda não perdeu tudo se conserva o bom humor. E, em vez de reclamar, sempre é possível ver o que agradecer. Agradecer porque foi o braço, não o pescoço. Agradecer por ser o braço esquerdo. Então agradecer também por não ser canhoto. E, ainda, agradecer por estar no momento do tombo, com a coleira da Branquinha na mão direita, ou poderia ter trincado os dois pulsos. E mais agradecer porque, quando gemi de dor no chão, ela me lambeu o rosto com o rabo excepcionalmente abaixado em piedosa solidariedade. Finalmente, agradecer por ter o tombo me dado esta crônica – embora, nada é perfeito, seja nada fácil digitar com um braço só. 
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   NOTÍCIAS DA CHÁCARA
   DE ESTIMAÇÃO

   Antes eu só passava por elas, então elas se deixavam passar por mim – mas, quando comecei a ver as flores , elas passaram a me florir. 
   A ciência desmancha-prazeres já revelou que as cores são formas das flores atraírem os insetos para se polinizar, é o sexo delas, e é para isso que abrem seus botões receosos neste mundo de amplidões e imprevistos. Mas prefiro entender que elas abrem para mim suas bocas amorosas, a pedir uma cheirada (sem esquecer daquela abelha nariz adentro, por isso só cheiro depois de olhar bem, com o que vejo seus pistilos a palpitar...).
   Cheirando ao menos uma flor todo dia, olhando bem de pertinho, dá até para ouvir o que ela tem a dizer. 
   Um pensamento pode dizer muito. Uma intuição derrota toneladas de razão. Um momento de graça gratuita é flor do tempo. 
   Entre injustiças e privilégios, florilégio é adotar um vaso ou um jardim e ter (ou melhor, conviver com) flores de estimação. (FONTE: Crônica do escritor e jornalista DOMINGOS PELLEGRINI, d.pellegrini@sercomtel.com.br caderno FOLHA 2, página 3,  coluna AOS DOMINGOS PELLEGRINI, 22 e 23 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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