terça-feira, 30 de junho de 2015

OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO


   O principal uso que fazemos da língua portuguesa é a comunicação, seja oralmente ou por escrito. Quando você bate papo com alguém, está se comunicando, assim como quando escreve um e-mail ou posta algo em alguma rede social. Mas esse conceito não fica só na sua  comunicação pessoal, afinal de contas, um comercial de TV, por exemplo, quer passar uma mensagem. O autor da sua música favorita também. E, para que essa comunicação seja bem sucedida, eficiente, é necessário que seis elementos estejam envolvidos:

1 – O emissor ou remetente é aquele que produz a mensagem. De uma maneira bem simples, é quem fala ou escreve aquilo que será ouvido ou lido por outra pessoa. Pode ser aquele amigo que está contando uma história a você ou o escritor do livro que você está lendo, por exemplo.
2 – O receptor ou destinatário é a outra ponta do processo, é quem lê ou ouve a mensagem enviada pelo emissor.  Note que, em uma conversa, esses papéis estão constantemente se invertendo, pois uma pessoa fala, a outra responde e assim por diante.
3 – A mensagem é o texto propriamente dito, que é passado do emissor para o receptor. Pode ser um simples “bom dia” ou algo bem maior, como um livro. E, como já falamos em algumas colunas anteriores, não precisa necessariamente conter palavras, ou seja, não precisa ser um texto apenas verbal. Quando você cumprimenta alguém na rua com um gesto, por exemplo, está enviando uma mensagem a essa pessoa ( você é o emissor, o outro é o receptor e o gesto é a mensagem).
4 – Referente é o nome que se dá ao contexto ou,  de um modo mais simples, ao assunto tratado pela mensagem. A comunicação só será realmente efetiva quando o emissor e o receptor conhecerem o assunto, caso contrário você se sentirá como a pessoa que só pega o final de uma piada e fica sem entender a graça.
5 – O código é o conjunto de símbolos ou sinais utilizados para se produzir a mensagem. Parece complicado, mas não é. Você pode entender como símbolos as letras do nosso alfabeto, por exemplo, o que faz da língua portuguesa o nosso código nesse momento. Mas não é só isso: gestos, sons e imagens também funcionam como código, pois podem ser usados para passar uma informação. Assim como acontece com o referente, a comunicação só vai acontecer se emissor e receptor tiverem conhecimento do código, ou seja, uma pessoa que não conheça uma língua (ou um determinado gesto) não vai conseguir entender a mensagem enviada.
6 – O canal é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Pode ser um meio físico, como este jornal, ou virtual, caso você esteja lendo a coluna na internet. Em uma conversa pessoal, o canal é o próprio ar, através do qual as ondas sonoras “viajam” da boca de uma pessoa até os ouvidos da outra.

Existem muitos outros elementos que podem aparecer em um processo comunicativo, como o ruído (qualquer coisa que atrapalhe a comunicação ) ou o feedback ( retorno dado pelo receptor ao emissor), mas os seis principais são os que foram citados acima. Um bom (e fácil) exercício para se fazer é tentar identificar esses elementos em algum texto simples com que você tenha contato, como um outdoor, uma música ou uma mensagem que tenha recebido em seu celular.
   E mais um detalhe: quando uma comunicação se centra mais em um elemento do que em outro, temos as chamadas funções da linguagem, assunto que será tratado brevemente aqui.
   Em caso de dúvidas, ou se tiver alguma sugestão, mande para o nosso e-mail bemdito14@gmail.com  . Até a próxima terça. ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL , PÁGINA 5, folha 2,  espaço  BEM DITO,  publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 30 de junho de 2015).

PASSEIO ORIENTADO


Quando o dono não tem tempo, dog  walkers são a  opção para manter os cães ativos, tranquilos e saudáveis.
                    

   Um passeio com seu cão pode parecer algo rotineiro para você, mas para ele isso tem um significado muito maior. “Os passeios ajudam os cães a não ficar estressados e a perder peso, por exemplo. Principalmente para animais que ficam muito tempo confinados em casa ou em apartamento ,o contato com o mundo lá fora é muito importante para que eles vejam outros cães, sintam outros cheiros e até percam alguns medos , por exemplo”, comenta a dog walker Gislaine Morbi.
   Há 10 anos trabalhando na área, Gislaine, assim como outros dog walkers, costumam ser a solução encontrada pelos donos que, por falta de tempo ou alguma outra razão, não conseguem fazer caminhadas diárias com seu melhor amigo. Para esses profissionais, os passeios são levados a sério.
   “Antes de tudo é preciso saber qual é o objetivo do passeio. Ando com um cão, por exemplo, que precisa fazer o controle de peso, então o passeio dura quase uma hora, enquanto com os outros, que precisam apenas se desestressar, o passeio dura entre trinta  e quarenta minutos”.    

   Dog walkers de 35 cães atualmente, Denis Way conta que o tipo de passeio varia muito de acordo com o pedido dos donos. “Alguns pedem para passear todos os dias, enquanto outros preferem só algumas vezes por semana. O local do passeio também é decidido de acordo com o que os donos indicam”, explica Denis, que assim como Gislaine, não costuma misturar os cães de diferentes famílias durante a camihada. “Cada um tem seu horário marcado”, acrescenta ele.
   Conforme Denis, outro ponto importante a ser levado em consideração  pelo dog Walker são os horários de passeios. “Normalmente eu passeios nos finais de tarde ou noite, principalmente no verão, para que os cães não cansem demais, ou  fiquem  muito tempo expostos ao sol. “Há sete anos trabalhando com isso, o dog walker conta que os benefícios das caminhadas logo são notados pelos donos. “Como eles gastam bastante energia normalmente voltam para casa bem tranquilos. Além disso, os donos percebem como eles gostam dos passeios logo quando eu chego, já que todos ficam animados ao perceber que vão passear”.
   Para Gislaine,  a reação positiva dos cães ajuda muito na relação de confiança estabelecida entre os dog walkers e os donos. “A maioria dos cães com quem eu passeio são tratados como filhos por seus donos, por isso, é muito importante que eles vejam que os animais são bem tratados. Por esse motivo, sempre converso muito com os donos  e, no começo, peço que eles acompanhem os passeios para verem como é”. Segundo  Gislaine,  em geral, seus clientes são pessoas que trabalham o dia todo e não conseguem passear com os animais ou idosos que por algum problema de saúde não pode caminhar por muito tempo. Também  faço serviço de hotelzinho ficando com os cães na minha casa quando os donos precisam viajar e não querem deixar os animais sozinhos”.
   Já Dênis, que presta um tipo de serviço parecido,  costuma visitar os cães na casa dos próprios donos quando eles estão ausentes.  “Nesses casos  vou duas ou três vezes por dia para dar água, ração e passear com eles. Além disso, sempre mando fotos e vídeos ´pr WhatsApp  para os donos para que eles fiquem tranquilos e vejam que está tudo correndo bem. (BRUNA QUINTANILHA – Reportagem Local – FOTOS: GINA MARDONES E SAULO OHARA, PÁGINAS 16 E 17, FOLHA DA SEXTA, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, 26 DE JUNHO DE 2015),


                    TRIO UNIDO



   Há cerca de dois anos, a rotina de Luciana Menezes mudou. Dona de três schnauzers, Gigante, de 12 anos, Luli, de 4, e Pequena, também de 4, Luciana precisou contratar o serviço de um dog walker quando engravidou da filha Pietra. “Sempre saí para passear com eles, quando engravidei precisei dar um tempo nas caminhadas. Vi que havia uma pessoa andando com os cachorros do condomínio e resolvi contratá-lo. “Desde então é um dog walker  quem faz caminhadas com o trio de schnauzers. “Os cães adoram as caminhadas e basta ele chegar para eles ficarem animados. Em dias de chuva, quando não vão, dá para perceber o quanto ficam tristes”, conta Luciana.  “Aqui em casa eu tenho quintal, mas é pequeno, por isso, acho importante que eles saiam, sintam outros cheiros. Eles ficam menos estressados e ainda se divertem”.
   Segundo Luciana, outro ponto positivo dos passeios com o dog walker envolve a saúde dos cães. “As caminhadas também são importante, pois funcionam como um exercício para eles, o que ajuda a evitar a obesidade, um problema muito comum nos cães que ficam mais dentro de casa”.
   Luciana conta ser visível no comportamento dos cães que eles gostam das atividades. “O Gigante, por exemplo, não gostava de sair com ninguém. Eu já tinha tentado outros treinadores, mas nunca havia dado certo. Tanto que no início eu avisei o dog walker e disse que se ele não quisesse ir, que levasse somente as outras duas. Mas logo ele se acostumou e hoje os três passeiam todos os dias por quase uma hora. Além disso, quando eu viajo, é ele quem vem cuidar dos cães e levá-los para sair”. (B.Q, página 18, afolha sexta, 26 DE JUNHO DE 2015).

                                CONFIANÇA NO TRABALHO



   Foi pensando no bem-estar de Nina, da raça labrador, que Maria Helena Casão decidiu contratar um dog walker. “A Nina era do meu filho, que morava  e estudava aqui.   Quando ele se formou e se mudou, passei a precisar de alguém para passear com ela, já que PE muito pesada e eu não conseguia levá-la”. De acordo com Maria Helena, há sete anos Nina passeia com um profissional, que a busca em casa três vezes por semana. “Ela precisava fazer exercícios e sair de casa. Apesar de eu ter quintal,  acho importante que ela possa farejar, ver outros cães e ter esse momento de diversão”.
   No início, os passeios também serviram para que Nina pudesse gastar energia. “Como ela ainda era filhote, aprontava bastante, por isso era importante que saísse para caminhar e gastar energia”,  comenta Maria Helena. “Além disso, sei que isso faz bem para a saúde dela. E ela adora, fica eufórica antes de ir passear”.
   Segundo Maria Helena, ter alguém de confiança para fazer esse tipo de serviço é fundamental. “Na primeira vez que ela foi sair eu acompanhei o passeio para ver se ela iria estranhar. Mas correu tudo bem. Hoje acho extremamente importante essa relação de confiança, pois eu fico tranquila. Até mesmo quando eu viajo ou preciso sair, ele vem até aqui e passeia com ela. É ótimo saber que tem alguém que gosta e conhece a rotina dela. (B.Q,  página 19, FOLHA SEXTA,  ESPAÇO PET, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, 16 de junho de 2015).

segunda-feira, 29 de junho de 2015

DESEJO DE TER UM PET ADULTO DERRUBA BARREIRA CONTRA ANIMAIS ADULTOS


   Adotar animais adultos traz a vantagem de já saber o temperamento do bichinho. Ontem, Feira deu um novo lar para dezenas deles.

   Pelo menos uns 35 animais – entre cães e gatos – ganharam novos lares, ontem, durante a 8ª Feira de Adoção do Projeto Sete Vidas , realizada no  Boulevard  Londrina  Shopping. Segundo os organizadores, um grande número de pessoas foi ao shopping  especificamente para participar da feira. “Foi muito bom, estamos bem contentes porque saíram vários animais já adultos, mais difíceis de serem adotados”, conta Silvana Chineze, do Projeto Sete Vidas.
   Segundo Silvana, o Projeto cuida apenas de gatos, mas, em feiras de adoção abre espaço para protetores “cachorreiros” levarem os animais resgatados. “Assim que as doações vão se concretizando, vamos chamando outros protetores para levar seus animais. Até às 16h30, duas horas e meia depois de começar o evento, 19 gatinhos e 7 cães haviam sido adotados, número expressivo, principalmente de cães já que a maioria é animal adulto”, conta.
   De acordo com Silvana, há uma dificuldade maior para adoção de animais com idades  acima de seis meses porque eles “não tem aquela carinha fofa do filhotinho”. “Cada adoção de um adulto a gente comemora e contabiliza como se fosse adoção de três filhotes”, diz. Adotar animais adultos, segundo ela, traz a vantagem de já saber o temperamento do animal, e já vai para o novo lar castrado e vermifugado. “Nos filhotes, a gente deixa bem claro, no termo da adoção, que o adotante é responsável por castrar o animal. O Projeto Sete Vidas tem parcerias com clínicas e veterinários que fazem preço especial. E acompanhamos cada um, ligando e lembrando quando chegar a hora”, diz.
   A feira, realizada mensalmente desde novembro, já ajudou mais de 200 filhotes a encontrarem um lar. Para adotar um animalzinho é preciso ter mais de 18 anos, comprovados com a apresentação de um documento original com ffoto. Também é necessário levar um comprovante de residência atualizado. ( TELMA
 ELORZA telmae@jornaldelondrina.com.br  página 9 geral  ADOÇÃO DE ANIMAIS , publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira, 29 de junho de 2015).   

VAI PINTAR A CASA? PREPARE AS PAREDES

  
   Mofo e fissuras interferem diretamente na qualidade da pintura.

   Paredes também “adoecem” comprometendo a aparência dos ambientes. Patologias como mofo, fissuras e estufamento, entre outras, podem surgir em qualquer superfície, seja alvenaria, gesso ou madeira. De nada adianta fingir que elas não existem e pintar por cima, pois o problema reaparecerá rapidamente. “Um profissional qualificado é capaz de detectar o problema olhando e passando a mão sobre a superfície. Com o diagnóstico adequado,m ele poderá fazer um bom trabalho, que não trará dores de cabeça ao cliente no futuro”, explica Felipe Comelatto, técnico em produtos da Futura Tintas.
   Cada problema exige um procedimento diferente. Listamos os principais com dicas de como tirá-los.

patologias 

   Mofo

   Para o tratamento de superfícies com mofo é necessário a eliminação através da limpeza com água sanitária, diluída com água na proporção 1 para 1. Somente após esta limpeza, seguida do enxague e secagem da parede, é que se pode aplicar a tinta. Escolha dias secos para executar esse procedimento.

Fissuras e rachaduras

   Aplicar fitas de poliéster, especial para este tipo de reparo e que permite  a superfície dilate sem que novas fissuras surjam. Depois use tinta acrílica para regularizar a superfície e esconder a fita. Pintar com uma tinta acrílica da cor desejada. As trincas e rachadura (aberturas com dimensões superiores a 0,5mm) são patologias mais graves, com origem em problemas estruturais, principalmente por fundações mal calculadas. Nesses casos a única solução é a contratação de um engenheiro civil, para realizar a avaliação da estrutura e que ser métodos podem ser aplicados para corrigir o problema.

Estufamento


   Aparecem quando há algum problema de impermeabilização na parede. Para corrigir, é preciso raspar as partes soltas com uma espátula de aço e aplicar uma demão de selador acrílico. Corrija com massa corrida ou acrílica os buracos e aguarde a massa secar. Depois de lixar, aplique uma demão de selador sobre massa corrida e só então a tinta acrílica. ( DALLANE NOGUEIRA/HAUS/GAZETA DO POVO, página 1, caderno imóveis  Classificados  3377-3000 publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 28 de junho de 2015).

domingo, 28 de junho de 2015

LITERATURA E APARTHEID


Ainda há muito a se dizer sobre as obras de Carolina de Jesus e Maura Lopes Cançado
   


   Duas escritoras brasileiras que tiveram seu apogeu nos anos 60,  despertam cada vez mais a atenção dos pesquisadores por apresentarem uma obra instigante. Neste âmbito, talvez Carolina de Jesus  seja mais conhecida do que Maura Lopes Cançado. Carolina é autora de “Quarto de despejo- diário de uma favelada”, lançado em 1960 depois que o jornalista Audálio Dantas descobriu sua obra em 1958 ao fazer uma reportagem para a revista O Cruzeiro, na favela Canindé, em São Paulo. Ela tinha muitos cadernos com poesia, romance, anotações variadas, mas o jornalista interessou-se mesmo pelo seu diário, que contava a vivência de uma mãe solteira, que sobrevivia catando papel de dia, enquanto escrevia à noite. A primeira edição do livro vendeu 10 mil exemplares só na primeira semana após seu lançamento , depois foi traduzido em vários países do mundo. Hoje, parte do material deixado por Carolina encontra-se microfilmado e faz parte dos acervos de vários centros de documentação do Brasil e do mundo, conforme relato da pesquisadora Elena Pajera Peres, pós-doutoranda do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, em vídeo realizado pela Fabesp. Ela é uma pesquisadora que se ocupou da obra de Carolina apontando não só seu valor literário, mas seu valor histórico, sociológico e antropológico, entre outras coisas. 

   Assim como Carolina de Jesus, Maura Lopes Cançado é mineira, mas viveu no Rio, onde escreveu o diário “Hospício é Deus” que tive oportunidade de analisar na dissertação do mestrado. Entre as duas autoras, há pontos em comum, talvez o mais significativo seja o fato de darem testemunhos importantes sobre ambientes marginalizados, como a favela e os hospícios, onde Maura passou praticamente a vida toda internada, era considerada esquizofrênica
   Personagens de grandes cidades brasileiras – Carolina em São Paulo e Mauro no Rio – ambas foram contemporâneas e sofreram das mesmas agruras por serem mulheres marginalizadas: uma favelada, a outra louca, mas o que se levanta acima dessa condição é um olhar sobre realidades das  quais saberíamos menos se não fosse esse tipo de literatura testemunhal. 
   “Quarto de Despejo” compara a favela a um depósito de gente pobre. Não muito diferente dos hospícios que, na época de Maura, eram tomados como depósito de desvalidos: de alcoólatras a prostitutas, chegando ao absurdo, em alguns casos, de comportarem todo tipo de gente negligenciada   socialmente, sendo em menor número propriamente os loucos. 
   Retratos sociais da desigualdade – que ainda permanece como condição existencial de muitos brasileiros – os livros dessas duas autoras fornecem uma visão que nem todos alcançariam, não fosse o papel de registro da literatura confidencial que, por acaso, chegou à publicação, enquanto muitos outros livros da mesma natureza são completamente desconhecidos,  
   A pesquisadora Raffaella Fernandez, da Unicamp, também trabalha com material inédito de Carolina de Jesus, cerca de 50 cadernos, somando aproximadamente 5 mil páginas, entre as quais há sete romances. Obra monumental de quem “não tinha alma de favelada, mas nasceu para brilhar”, segundo Audálio Dantas. 
   De Maura Lopes Cançado, é mais conhecido o diário “Hospício é Deus”, já o livro de contos “O Sofredor do Ver”teve a primeira edição de 1968 esgotada há duas décadas, até ganhar nova publicação da Confraria dos Bibliófilos do  Brasil em 2013, mas trata-se também da edição já esgotada. Produzida em formato artesanal, ilustrada e com exemplares  numerados , foi essa edição que analisei na minha dissertação do mestrado concluída na Unicamp em 2014, e que hoje se encontra cotada a peso de ouro como raridade em poucos sebos do Brasil. De lá para cá, há rumores de que seus dois livros serão republicados ainda este ano, coisa a se conferir. Há tempos existe um interesse profundo por sua obra, mas nada de concreto em relação à reedição de seus livros escritos, como os de Carolina, como literatura em carne viva. Que os planos saiam do papel, ou melhor, encontrem a sua forma. ( Texto  de  celiamusilli@terra.com.br   página 4  FOLHA 2,  espaço CÉLIA MUSILLI, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 28 de junho de 2015),

TUBULÃO DO TEMPO




   Fui visitar Assis, ali no sul de São Paulo, onde morei menino, e na padaria um sujeito de chinelos fica me olhando, aí se chega:
   -  O senhor já morou aqui?
   - Quando menino.
   - Será então o primo do Sérgio?
   - Eu mesmo, falo; ele será então...
   - o vizinho da frente, lembra? Do quintal com o pé de jambo?
   - Trocamos abraço de reencontro depois de sessenta anos, eu tinha entre oito e nove quando morei um ano lá. Ele então pergunta se lembro do dia em que entramos no tubulão. Claro. Era no Buracão, um vasto território devastado pela erosão, onde a gente ia guerrear de estilingue e cavar cavernas. O tubulão de esgoto, que vinha das ruas em redor, despejava ali num riachinho,  e um dia entramos tubulão adentro, coração aos pulos.
  Porque o tubulão escurecia depois de algumas dezenas de metros. Eu ia á frente com um archote, feito de pau de vassoura com estopa encharcada de cera e álcool, amarrada com arames. Atrás de mim ia meia dúzia de moleques, Sérgio por último com outro archote, a forma perfeita de consumir oxigênio, mas moleque não pensa, moleque arrisca, ousa, atreve. Íamos entrar no tubulão para sair heróis.
   Mas, adiante, o tubulão ramificou em três tubos onde já não dava para ir em pé. Fomos agachados, um filete fétido passando abaixo de nossos peitos. Meu archote clareou adiante uma caixa de concreto, onde decerto haveria nova ramificação. Mas, quando enfiei ali o archote e metade do corpo, o que vi foram dezenas, centenas de baratas fervilhando pelas paredes, assanhadas pelo fogo.
   Gritei, recuando a chutar o guri de trás , e eles, sem saber o que eu tinha visto para me apavorar assim, também foram saindo a se arrastar, ralando joelhos e cotovelos na aspereza daquele túnel de horror. Lá fora, todos pálidos e sem fôlego, perguntaram o que eu tinha visto afinal. Baratas, falei, então me estapearam e chutaram. Eu tinha fugido de umas baratas? Eram quinhentas baratas, gritei. Eles sorriram sarcásticos: eu tinha contado?     

   Agora, o sujeito na padaria me diz que era o primeiro atrás de mim, nunca esqueceu os chutes que lhe dei no tubulão.
    E, aqui entre nós... ele pisca maroto...Quantas baratas eram? Duas,  três?
   - Eram quinhentas baratas – grito e o pessoal da padaria olha assustado, digo que não se assustem:
   - É um reencontro de quem entrou no tubulão. Ele me olha com orgulho e abraça novamente, e ficamos assim um bom tempo, apesar das baratas, ou por causa das baratas, danem-se as baratas, nós somos heróis da turminha que entrou no tubulão. ( Texto escrito por DOMINGOS PELLEGRINI, página 21, espaço
 DOMINGOS PELLEGRINI, d.pellegrini@sercomtel.com.br 
publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 28 de junho de 2015).

sábado, 27 de junho de 2015

JUROS EXAGERADOS E AJUSTE FISCAL



   Na atual conjuntura de crise, é inútil a contínua elevação da taxa de juros, pois os efeitos na contenção dos índices inflacionários vêm se mostrando nulos, enquanto os danos à economia,  às empresas e às famílias torna-se cada vez mais graves.  Embora  há meses a Selic tenha superado a alta barreira dos 13%, não se observaram ainda efeitos práticos quanto ao recuo da inflação, mas o impacto nos setores produtivos tem sido grande.
   Neste momento de retração, as sinalizações da política econômica são importantes para estimular uma reação ou retroalimentar a crise.  Quando o Copom mantém juros muito elevados, com a maior taxa real do mundo, a leitura do empresariado e dos consumidores é a de que as próprias autoridades monetárias estão jogando a toalha, descrentes na capacidade de o Brasil vencer o combate contra a recessão.
   Não podemos ser nocauteados pelos nossos próprios erros!Teria sido importante que o Copom reduzisse substancialmente a taxa. Uma Selic menor passaria à sociedade mensagem de confiança na política econômica, na capacidade de superação do país e no ajuste fiscal em curso (este sim, se aplicado de modo correto, é ferramenta eficiente contra a inflação). Ao mantê-la em níveis tão elevados, o Comitê negou implicitamente tudo isso, contribuindo para um efeito psicológico de agravamento das dificuldades.
   Em tempo: na sondagem do primeiro trimestre, o Índice de Confiança da indústria gráfica apresentou queda de sete pontos em relação ao quarto trimestre de 2014, atingindo o índice de 41,1 em uma escala de O a 1OO; cálculos da Abigraf Nacional, entidade representativa da atividade com base na Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, mostram que a produção física do setor recuou 3,7% no acumulado de janeiro a março, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Está redondamente enganado quem imagina que os juros estratosféricos, dentre outros fatores, nada tem a ver com tais indicadores. (Texto escrito por LEVI CEREGATO presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica, página 2, ESPAÇO ABERTO, FOLHA OPINIÃO  publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 27 de junho de 2015).

"PRECISA-SE DE NOVO SLOGAN “



   A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apelou para que o Ministério Público Federal (MPF) saia em defesa das universidades federais. A entidade está preocupada com o corte de 47% em investimentos nas instituições de ensino superior mantidas pelo governo federal. No documento, a Ordem pede providências da Procuradoria Geral da República para livrar o orçamento das universidades do ajuste fiscal feito pela presidente Dilma Rousseff (PT).
   A redução representa cerca de R$ 1,2 bilhão a menos para gastos com obras e compra de equipamentos – de R$ 2,59 bilhões previstos para este tipo de despesa. O corte foi confirmado pelo Ministério da Educação (MEC) agora em junho. Cada uma das 63 universidades federais será procurada pelo Ministério para debater os cortes, mas sabe-se que a proposta do MEC é terminar obras já em andamento e privilegiar projetos de cursos que já funcionam. No ofício, a OAB sugere ao Ministério Público Federal uma recomendação ou um Termo de Ajustamento de Conduta com o MEC pasra reverter os cortes. O risco, segundo o documento, é “desperdiçar uma geração de brasileiros que pretende participar da construção de uma nação justa e próspera”.
   A crise financeira atinge de maneira dramática as universidades públicas. No Paraná, a greve das estaduais, que terminou esta semana, é um exemplo. Assim como a educação básica e o ensino médio sofrem com a atual situação econômica. Outro exemplo é a mudança nas regras do Fies – sistema de crédito estudantil federal -, que foi reformulado para garantir o corte de gastos resultando na diminuição de um terço do número novos contratos aceitos este ano. Somente 250 mil estudantes puderam aderir ao Fies em 2015.
   O ajuste fiscal foi um baque para a área de educação e aconteceu logo depois que a presidente Dilma anunciou que o slogan desse seu novo governo seria “Pátria Educadora”. Infelizmente, um slogan que não se sustenta mais. ( TEXTO  extraído da página 2, FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br  publicação do jornal FOLHA DE LONDRINAm sábado, 27 de junho de 2015).

SÃO JOÃO


                     

   Junho e Julho são meses de muita festividades  e que sempre gostei. Ainda mais o primeiro,  já que é quando minha vó faz aniversário, garantindo entre tantas comilanças da época junina, mais um pouco de festa e alegria. Como sou da era digital, não tive a oportunidade de participar das grandes festas juninas e julinas que eram feitas nos sítios. Para me contentar, aproveito as quermesses que igrejas e cidades de porte menor organizam.
   Mesmo assim, guardo boas lembranças de criança quando passava as férias do meio do ano na casa da minha vó, em Ibiporã. Como não trabalhava, minha única preocupação era o horário em que todos se juntariam para brincar. Lá, nessa época, a rua se transformava em uma verdadeira quermesse de São João. Os vizinhos se juntavam e por meio da união e doação promoviam para os moradores do bairro, em especial para a turma de crianças que morava ali, momentos de muita diversão.
   Logo cedo, era erguido o pau de sebo, que na ponta carregava uma bandeira de São João e uma nota de cem reais, que era doada pelo vizinho que sempre organizava toda a brincadeira. Embaixo, homens, crianças, jovens e algumas mulheres entravam na fila que os levaria para o desafio. Como não gostava de participar da tentativa de pegar o dinheiro, ficava sentado na beira do terreno, como uma garrafa de água e algumas bolachas, já que o meu dia seria todo ali, rindo e torcendo pelos desafiados, que no final, como já esperava, saíam todos sujo de sebo e sem nenhum real no bolso.
   À noite a diversão era outra. A rua toda enfeitada de barraquinhas e barracas tinha um ar que somente o mês de junho poderia proporcionar. Músicas, enfeites, pé de moleque, quentão, paçoca, pipoca, milho, canjica, - minha favorita – e até uma fogueira  deixavam o bairro mais alegre e gostoso.
   Pessoas de diversos lugares vinham para a festança e, como era tudo de graça, só  iam embora  na hora que não sobrasse nenhum copo de quentão para fazer memória à  noite junina. No outro dia,  eu e minha turma nos reuníamos para comentar sobre  tudo  que tinha acontecido na noite passada.
   Mas, como tudo na vida, a festa de São João na rua acabou. As crianças cresceram, os adultos envelheceram e o que junho trazia para o bairro se foi. Mesmo sem a comemoração entre vizinhos e amigos, o mais importante ficou: a lembrança daqueles momentos, que tenho certeza que garantirá, quando a turma da rua se reencontrar novamente, assunto  para várias horas de conversa e risadas. ( Texto escrito por PEDRO MARCONI, estudante de jornalismo em Londrina, página 2, caderno FOLHA RURAL  espaço DEDO DE PROSA, publicação do jornal FOLHA  DE LONDRINA, sábado, 27 de junho de 2015).

sexta-feira, 26 de junho de 2015

BLOG COM CRÍTICAS AO MP SERÁ INVESTIGADO



   O Ministério Público (MP) do Paraná vai apurar quem é o responsável por um blog que reúne críticas pessoais e também ao trabalho desenvolvido pelos promotores londrinenses que atuam na operação Publicano. O blog, intitulado “santo de barro” não tem a identificação do autor e estaria hospedado fora do País, o que dificulta a investigação.
   A página eletrônica destaca fotos dos promotores Renato de Lima Castro, Leila Schimit e Jorge Fernando Barreto da Costa, além dos procuradores de Justiça Cláudio Esteves e Leonir Batisti, que já atuaram no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina.  Batisti é o atual coordenador estadual do grupo. Os textos falam que os promotores fazem coação de testemunhas,  prendem inocentes e criticam a delação  premiada. O juiz da 3
ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, responsável pelas decisões referentes à Publicano, também é alvo de críticas. A vida pessoal deles também é exposta no blog.
   As primeiras postagens ocorreram em março, depois da deflagração da primeira fase da Publicando, que investiga corrupção na Receita Estadual, com ramificações em todo o Estado, incluindo um núcleo político que seria comandado pelo empresário e parente distante do governador Beto Richa (PSDB), Luiz Abi Antoun. Castro, que é apontado numa das publicações como “inquisidor” disse que é a primeira vez que uma investigação provoca reação desse tipo. “É bastante natural que o investigado tente desacreditar o investigador. As pessoas que alimentam esse blog certamente provêm dessa estrutura criminosa. Mostra o quanto essa estrutura é hierarquizada e organizada”,afirmou o promotor.
   Ele informou que a Associação Paranaense do Ministério Público, que faz a defesa das prerrogativas  funcionais,  foi acionada sobre o caso. Quanto  às investigações sobre corrupção na Receita Estadual do Paraná, Castro afirmou que, vamos continuar atuando normalmente”. ( EDSON FERREIRA – REPORTAGEM LOCAL ,página , 3 FOLHA POLÍTICA, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sexta-feira, 26 de junho de 2015).

A EDUCAÇÃO NOS UNE



   A polarização na política brasileira trouxe ao menos um benefício para a sociedade: mostrou que é hora de decisão. O acirramento dos ânimos deve precipitar a condução de reformas que podem tanto abrir caminhos como cavar buracos. Se vamos superar ou aprofundar nossas dificuldades vai depender das decisões que fizermos. Os desafios  são muitos, mas destacam-se nessa agenda reformista o combate à corrupção, o crescimento da economia, a redução da violência urbana e o fortalecimento da cidadania. Peço licença para incluir a educação no tabuleiro desse jogo.
   A educação é o elo que agrega as diferentes opiniões e a engrenagem que dialoga com todos esses temas. Milhares de brasileiros marcharam de Norte a Sul do País para protestar contra a corrupção. Se esse processo foi reduzido à arena da disputa  política, os escândalos desvendados irão apenas servir para minar a confiança nas instituições e na democracia. Essa indignação, ao contrário, deveria ser capitalizada num processo pedagógico de fortalecimento da ética e de envolvimento da população no controle dos gastos e das políticas públicas.
   A despeito dos debates recorrentes sobre a redução da maioridade penal, o fim do desarmamento e e o endurecimento das penas, o fortalecimento das escolas como espaço para a formação dos futuros cidadãos ajudaria a reduzir a enorme pressão que temos hoje para a construção de mais presídios e o aumento das forças policiais. Como bem disse o Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, encurralado por protestos de algumas comunidades contra desvios praticados por forças da UPP, só a polícia não será suficiente para enfrentar o problema da violência.
   A educação transforma e também nos une. A escola é o ambiente ideal para se construir uma nova identidade de um brasileiro mais engajado, comprometido com a ética e a defesa  do interesse público. É o espaço da formação para a cidadania e para o diálogo.  No Congresso Nacional, a frente que defende a educação reúne parlamentares de todo espetro político. É a segunda frente parlamentar mais numerosa e só é rivalizada pela bancada da agropecuária no seu poder de mobilização e articulação.
   A ideologização  dos debates sempre nos consumiu energias preciosas e dificultou a capacidade de interpretarmos corretamente nossos problemas. Importa menos saber se a atual crise começou na política ou na economia, mas que as dificuldades atingem todos os setores e é preciso reagir com firmeza e inteligência. A crise nos expõe a uma série de riscos, mas também lança uma luz sobre uma imensidão de oportunidades.  A Educação é que vai iluminar esse caminho. ( Texto escrito por ALEX CANZIANI, deputado federal pelo PTB do Paraná, é presidente da Frente Parlamentar da Educação no Congresso Nacional, página 2, espaço  ponto de vista , publicação do JORNAL DE LONDRINA, quinta-feira, 25 de junho de 2015).

TODOS TEMOS NOSSA PORÇÃO DE CULPA



   Os problemas e as soluções são de responsabilidade de cada um, e não melhoraremos as instituições se não começarmos a nos melhorar como cidadãos. Esse processo é demorado, e nem todos os rigores da lei serão suficientes, por que o que se exige é  tomada de consciência.  No caso da redução da maioridade penal ( ora aprovada por proposta de emenda constitucional para alguns tipos de crime, devendo ainda passar por votações no plenário da Câmara e do Senado e pela sansão presidencial), logo teremos de reduzi-la para 14 anos, depois 12, e de 2 em 2 chegaremos à idade zero.Na verdade, já estamos punindo pelo aborto muitos que ainda nem nasceram. A doutrina da punição é prevalecente na opinião pública, porque a da solução dos dramas sociais que induzem aos delitos é mais trabalhosa, e demanda dedicação de governos e de todos nós.
   Males tão graves  quanto a criminalidade  praticada pelos menores são os dos fornecedores de armas  e drogas produzidas e comercializadas pelos infratores maiores de idade, e que municiam os adolescentes com elas e os usam nos assaltos; são os governantes corrompidos que agridem e empobrecem a nação pelos impostos escorchantes, pela farra pública com o dinheiro do povo e o desprezo por atendimentos sociais decentes; são os que exploram os outros pelas muitas formas de dominação; são as igrejas eletrônicas que sugam sem nenhuma punição o pouco dinheiro de muitos fiéis incautos, e por aí em diante.
   Por exemplo, as  leis estabelecem limites de velocidade para veículos a motor, mas permitem que fabricantes ( gente adulta) os façam cada vez mais velozes, e exaltem isso na propaganda. Aí, os jovens  correm e se matam. E nós, os velhos, os culpamos. Ademais, as rodovias brasileiras, por irresponsabilidade dos governos, não oferecem segurança para tanta velocidade. No caso da saúde e do ensino, o mal dos desatendimentos  seria resolvido se os governantes reduzissem os gastos exorbitantes da máquina pública – onerosa e de baixa  operância  – para não falar das obras superfaturadas e da corrupção em geral, que se converteu em pestilência nacional e envolve também poderosos segmentos da sociedade. ( Texto escrito por WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira,25 de junho de 2015). 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

LONDRINENSE REALIZA SONHO AO ASSINAR CONTRATO COM FLUMINENSE




   O drama de passar por três cirurgias de joelho não impediu que o londrinense, João Pedro, de 20 anos, seguisse com o sonho de atuar em um grande clube de futebol brasileiro. Na última semana, o atacante assinou o seu primeiro contrato como profissional com o Fluminense.
   Aliado a força de vontade, João, como é chamado pelos companheiros de clube, contou com a coragem do pai, que levou a família toda para o Rio de Janeiro em 2010 em busca de uma oportunidade para o filho. “Coloquei a mudança em cima de um caminhão e  fomos embora em busca do sonho dele. Todo mundo me chamou de louco na época”, contou emocionado João Carlos Ribeiro, que trabalhava com a criação de aves em Londrina e Alvorada do Sul.
   “Tínhamos uma boa condição de vida no Paraná e aqui tivemos que morar três meses em uma pensão e três anos pagando aluguel. Não tenho como agradece aos meus  pais pelo que eles  fizeram” ressaltou o atacante, que tem como companheiro de clube o irmão João Henrique, meia do time sub-17 do Tricolor.

                                        LESÕES


   Após se destacar em uma competição no Vale do Paranapanema, João Pedro foi aprovado numa peneirada no Fluminense. Sem chances no Tricolor,m jogou no Tigres e foi parar no Santos, onde sofreu o primeiro rompimento dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo, em 2011. “O massagista do Santos disse que eu devia abandonar a carreira pois eu nunca mais voltaria a jogar”, relatou o garoto. A mesmo contusão repetiria em 2012 e 2013. “Nunca desisti e sempre tive o apoio do meu pai e da minha mãe. A última cirurgia foi feita em novembro de 2013 por um grupo de oito médicos em Petrópolis. Nunca mais senti nada”, frisou o atacante.
   João Pedro se define como “um atacante de velocidade, com arrancada e fazedor de gols” e se espelha em Ronaldo. “As contusões dele foram parecidas e ele sempre deu a volta por cima. Ele foi um exemplo de superação.
   João Pedro curte agora os frutos do bom momento Recentemente, foi campeão de dois torneios na Holanda e na Alemanha e agora disputa os campeonatos Brasileiro e Carioca sub-20.   “ A expectativa é subir para um time principal e aguardar uma chance!, frisou  o londrinense. ( LUCIO  FLÁVIO CRUZ = REPORTAGEM LOCAL, página 9, FOLHA  ESPORTE, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 25 de junho de 2015).

LONDRINENSE GANHA MUNDIAL DE FISICULTURISMO




   A londrinense Gabriela Cardoso Dezan,  de 28 anos, se sagrou no último  sábado  campeã mundial de fisiculturismo, na Ilha de Malta. A competição  organizada pela Nabba. ( National Amateur Body-Builder’s Association), contou com a participação de dez atletas de vários países.
   Gabriela venceu a modalidade Toned, que leva em conta a simetria corporal das concorrentes. Em 2014, a atleta havia conquistado os  campeonatos Paranaense e Brasileiro e o quinto lugar no Mundial, disputado na Irlanda do Norte. “Desta vez, a preparação foi muito melhor e começou em setembro.  Me dediquei e me concentrei exclusivamente na competição”, frisou Gabriela, que  tem uma rotina de dois treinos de musculação e aeróbico diariamente.
   Para a londrinense, não há segredo para o sucesso e sim muito treinamento e disciplina. "Segui a dieta rigorosamente durante os 167 dias de preparação, comendo só arroz integral, frango, batata doce, ovo, brócolis e salmão.  Um  campeão é uma pessoa comum, com uma determinação incomum”, frisou.
   Fisioterapeuta e educadora física, Gabriela entrou no fisiculturismo em 2014 para  ser um diferencial na carreira profissional. Com os bons resultados em pouco tempo, a atividade passou a fazer parte da vida da atleta.  “Queria disputar apenas uma competição, mas fui me classificando, avançando e me apaixonei pelo fisiculturismo. Hoje, me dedico  totalmente a isso”, contou. Gabriela, que é treinada por Rubens Gomes e e pelo marido, Daniel Dazan.
   O título mundial impulsionou Gabriela para vôos maiores. A atleta vai morar em Orlando nos Estados Unidos e disputar o título mundial pela WBFF ( World Beauty Fitness e Fashion), na categoria Diva Fitness. “O ápice do fisiculturismo está EUA e lá vou poder me aperfeiçoar ainda mais  Neta nova federação terei mais oportunidades também para me profissionalizar”, ressaltou. ( LUCIO FLÁVIO CRUZ – Reportagem Local, página 10 FOLHA Esporte , publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira. 25 de junho de 2015).   

PAPA: ‘HÁ CASOS EM QUE O DIVÓRCIO É INEVITÁVEL ‘



   Cidade do vaticano -  O papa Francisco reconheceu ontem que a separação do casal em alguns casos é inevitável e até “moralmente necessária”, principalmente quando reina a violência no lar, em uma clara mensagem ante os desafios das família moderna. “Existem casos em que a separação é inevitável, inclusive moralmente necessária, para tirar os filhos da violência e da exploração e até da indiferença e estranhamento”, afirmou o papa ante milhares de peregrinos reunidos na audiência-geral de quarta-feira na praça de São Pedro.
   Peçamos ao Senhor uma grande fé para ver a realidade com o olhar do Senhor”, enfatizou.
   A mensagem do Papa foi lançada um dia depois da apresentação no Vaticano do documento que guiará em outubro o sínodo dos bispos de todo o mundo dedicado à família e no qual propõe “acompanhar os divorciados e as famílias com filhos gays”. O Papa falou das “feridas profundas” que provoca a separação aos filhos e rejeitou o termo “casais irregulares”. “Não estaremos anestesiados em relação às feridas da alma do filhos?  Quanto  mais se tenta compensar com presentes, mais se perde o sentido das feridas da alma”, afirmou. “Como acompanhar os casais em dificuldades? , questionou ainda.
   A reflexão faz parte dos intensos debates que os bispos mantêm há mais de um ano como encarar os desafios das famílias contemporâneas, em particular a delicada questão de autorizar a comunhão para os divorciados que voltaram a casar, argumento que gera divisões. ( FRANCE PRESSE , página 8 FOLHA GERAL, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 25 de junho de 2015).

CONSERVATÓRIO DAS ARTES ABRE ESPAÇO PARA VERTENTES DA DANÇA


   Reunir num só lugar as mais diferentes  vertentes da dança. É a proposta do Conservatório das Artes Londrinense, espaço de aulas que será inaugurado e aberto e alunos no dia 6 de julho.

   Aulas

    Nos bastidores estão os bailarinos Carina Corte e Alexandro Micale, que vão oferecer no local  aulas de balé clássico, dança contemporânea, dança criativa, baby class, silleto, lyrical jazz, jazz dance, flamenco e zumba.

   Curso técnico

   “Serão muitas modalidades. Dentro de seis meses queremos transformar a escola num curso técnico em dança. A Carina Corte é bacharel e tem licenciatura em dança pela Unicamp ( Universidade Estadual de Campinas”), explica Alexandro Micale.

   Danças urbanas

   É ele quem vai dar aulas de stilleto, uma modalidade muito difundida por cantoras como Madonna e Beyoncê. “ Sou referência em Londrina e essa modalidade nasceu de danças urbanas”, explica.
   Uma das novidades é a dança criativa, oferecida a crianças. ´”E uma atividade de ludicidade   com a criança. A gente solta uma música e a criança pinta a parede com a tinta e o próprio corpo”.


   Companhia

   Além de tudo, o conservatório terá uma companhia de dança que já tem convites para dançar fora.”A gente vai dançar de tudo. É  uma companhia de dança que eu tinha na Funcart   (Fundação Cultura Artística de Londrina) na zona norte e agora será Companhia do Conservatório das Artes Londrinense”, explica Micale.



   Contato

   O conservatório vai funcionar na Rua Gararapes, 229. Por enquanto, o contato com o Conservatório das Artes Londrinense pode ser feito por intermédio do telefone 9800-9153(
FÁBIO LUPORINI, página 19, cultura – Movimento, publicação do JORNAL DE LONDRINA, quarta-feira, 24 de junho de 2105).


ANALISTA FAZ ESCULTURAS EM GRAFITE COMO HOBBY

   O jovem Jessé Amaro da Silva estava navegando pela internet quando deteve a atenção num vídeo que mostrava como fazer esculturas no grafite do lápis. Gostou da ideia e foi testar. Conseguiu de primeira, escrevendo o próprio nome. Amaro como é conhecido, tem 26 anos, é analista operacional num escritório de advocacia, mas de dois anos para cá teve de esculpir mais de 50 lápis para amigos, por encomenda ou apenas por hooby. “Nunca parei para fazer isso. Vi na internet por acaso, tentei e consegui”, conta. O estilete é o instrumento de trabalho, que pode durar de duas horas até 18h, dependendo da complexidade da escultura. Tem várias formas: violino, Torre Eiffel, chave, chinelo, caveira e até um trem com vagões  e túnel. “Alguns fiz por encomenda, para amigos. Mas o que gosto mesmo é fazer o que quero”. Os encomendados chegam a R$ 200 pelo trabalho que dão e por virem com moldura para evitar quebra ( F. L.)( Página 19, cultura- Comportamento, publicação do Jornal Folha de Londrina, quarta-feira, 24 de junho de 2015).

quarta-feira, 24 de junho de 2015

FESTA DE CASAMENTO



   Enquanto nos arrumávamos para uma cerimônia de casamento, minha mulher veio pronta diante de mim e perguntou se estava bonita. Como se houvesse alternativa para a resposta, disse-lhe que sim, estava linda.  E para mim. De fato, estava. Minha  esposa é realmente ua mulher linda.
   Claro que se eu apontasse algum defeito com o arranjo, o problema passaria a ser eu mesmo e não o arranjo. E a noite estaria acabada antes mesmo de começar. Portanto, alternando a formação das respostas, o melhor é olhar com atenção e ser positivo, mesmo que o pensamento esteja no atraso para sair de casa. Importante também demonstrar sinceridade e conhecimento sobre o assunto.
   Verificar se o cabelo está penteado, se todos os 300 botões estão fechados, se já calçou os sapatos de salto alto, se a manicure realmente passou esmalte nas unhas, se há maquiagem, brincos e se está perfumada. Nem é tão difícil.  Ah!  Fazer um comentário ressaltando que duas coisas estão combinando entre si. Funciona.
   Pois chegamos (atrasados) ao casamento. Ao cumprimento de cada amiga, seguia aquele olhar de aproximadamente 3 segundos. Inevitável. Do cabelo aos pés. Um olhar duramente crítico, seguido de um sorriso e o veredicto: “Amiga, você está linda!” E a resposta: “Você também, amiga! Onde você... ? E aí eu já não conseguia mais entender...
   Enquanto isso, os homens também falavam das roupas femininas, mas a partir de outro tipo de abordagem.
    A etiqueta diz que, quando não estejam todas com a mesma roupa, as madrinhas devem usar  vestidos um pouco mais bonitos que as demais convidadas. Acho que é por isso que há um desfile antes de a noiva entrar na igreja.
   E quando é a vez da noiva aparecer, melhor esquecer qualquer tipo de interação para não ser completamente ignorado. Um vestido branco, com rendas, um véu gigante, brilhos e um buquê na mão. E elas conseguem ver variações.
   Os homens! Todos usavam terno, calças e camisas, pelo que pude reparar. Na verdade, só me chamavam atenção os ternos que não eram pretos ou azuis e as gravatas estampadas.
   Em determinado momento da festa, enquanto havia música e bebida, olhei para minha mulher, por um momento sem que ela reparasse. Meu Deus, como ela estava linda... ( Texto escrito por WILLIAN GALLERA GARCIA, analista judiciário em Londrina, página 3, FOLHA 2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quarta-feira, 24 de junho de 2015).

terça-feira, 23 de junho de 2015

A LÍNGUA NÃO É UMA SÓ: VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS


   Já comentamos aqui, mais de uma vez, que a língua portuguesa ( como, aliás, todas as línguas ) não é uma coisa só. Existem muitas diferenças na maneira como as pessoas usam o idioma, dependendo da situação. Essas diferenças,   que os gramáticos costumam chamar de variações ( ou variantes ) lingüísticas, podem ser de vários tipos. Antes de citar os principais, uma pequena observação: os nomes não são uma unanimidade, por isso, ao buscar mais detalhes em alguma gramática ou livro didático, talvez você se depare com nomenclaturas diferentes. Portanto, preocupe-se mais em conhecer essas variantes do que em decorar nomes. Além disso, é importante notar que vamos tratar aqui apenas dos cinco tipos principais:
l. Modalidade escrita e modalidade falada. Essa variação já foi citada em uma de nossas primeiras colunas e é bem fácil de entender, já que ninguém fala como escreve, nem escreve como fala. A explicação é simples: se você falar da mesma maneira que escreve, vai aparecer pedante, isto é, vai soar como alguém que quer mostrar que sabe que os outros. Por outro lado, se escrever do mesmo jeito que fala, seu texto ficará com um jeito meio infantil, devido a repetição de palavras e frases curtas, típicas da linguagem oral.
2. Variações regionais. Um dos tipos mais notados por qualquer pessoa,  trata-se da mudança que ocorre no vocabulário ou no modo de se falar de um lugar para o outro. Um londrinense que vai a Curitiba pela primeira vez, por exemplo, talvez estranhe termos como “piá”, “vina” ou “penal”, já  que está acostumado com “menino”, “salsicha” e “estojo”. Só um detalhe: não estamos falando de sotaque, que é a maneira de se pronunciar uma palavra, mas sim do uso de palavras ou estruturas diferentes.
3.Variação social é a diferença que existe entre norma culta ( o respeito a todas as regras gramaticais ) e norma popular ( o uso mais “livre” da língua. Embora a norma culta seja imprescindível para vestibulares, concursos e situações formais, fugir das regras em algumas situações não é sinal de ignorância ou analfabetismo. Tudo vai depender, na verdade, da situação. Afinal de contas, em um bate-papos com amigos, ninguém vai ficar se preocupando muito com colocação pronominal, por exemplo.
4. Variação histórica ( ou de época ) são as mudanças sofridas pelo idioma com o passar do tempo. Entram aqui as mudanças de ortografia ( “pharmácia” já se escreveu com “ph”), mas também aspectos gramaticais, como o uso do pronome “vós” , e de vocabulário, já que algumas palavras deixaram de ser usadas ou são substituídas por outras com o passar do tempo. Esse é um processo natural da língua, facilmente percebido quando você pega um clássico da literatura para ler e se depara com palavras diferentes. Outro exemplo bem simples é o uso das gírias, que mudam muito rapidamente ( garota já foi chamada de “broto” antes de ser “mina”).
5. Variação de estilo é o nome que se dá entre a utilização da língua de uma maneira formal ou informal. Mesmo desconsiderando todos os outros tipos de variação, qualquer pessoa vai falar ou escrever de modo diferente de acordo com a situação. Você não conversa da mesma maneira com um amigo e com seu chefe, por exemplo. Nem utiliza a mesma linguagem de uma mensagem no celular para escrever um relatório ou uma redação. Faz parte da  língua saber qual nível utilizar em cada situação

   As variantes linguísticas  são assunto bastante cobrado em vestibulares e concursos, mas, além disso, saber reconhecê-las ( e utilizá-las) é também fundamental para o bom uso do português em qualquer situação. Se tiver alguma dúvida, já sabe, entre em contato pelo bemdito14@gmail.com. Até a próxima terça. (  FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL, página 5, FOLHA 2, espaço BEM DITO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 23 de junho de 2015). 

ESTILO DE VIDA MAIS LIMPO PODE TAMBÉM CAUSAR MAIS ALERGIAS


Estudos reforçam teoria de 1990 de que o excesso de zelo por li,mpeza  está associado a um sistema imunológico menos preparado  para proteger o corpo de bactérias inimigas.

 

   Do álcool gel à comida pasteurizada , dos antibióticos ao aspirador de pó, do sabonete bactericida aos banhos diários: a verdade é que nunca estivemos tão limpos. O nosso estilo de vida , que evita ao máximo o contato com micro-organismos que podem causar doenças, está nos deixando cada vez mais imunes às ameaças do ambiente. Mas uma delas, em especial, tem traçado o caminho inverso.

   Com uma prevalência cada vez maior na população mundial, a alergia – em suas mais variadas formas – é hoje considerada a doença da vida moderna. Nos Estados Unidos, ocupa o quinto lugar no ranking de doenças crônicas. No Brasil, estima-se que, nas últimas décadas,  o número de alérgicos tenha aumentado 50%. A estimativa mundial é de que uma em cada três pessoas sofra algum tipo de reação alérgica – um número muito maior que o da época de nossos avós.  E essa incidência,  preveem  os especialistas,  pode chegar a alcançar metade da população mundial nos próximos 10 anos. 
   “Há cerca de quatro décadas, as doenças alérgicas deixaram de ser condições até certo ponto raras, atingindo, nos dias atuais, proporção  epidêmica, o que as têm levado a ser consideradas um problema sério de saúde pública – explica o alergista  e imunologista Giovanni Marcelo Di Gesus, do Hospital Santa Casa de Porto Alegre.
   Muitas teorias surgiram ao longo dos últimos anos par explicar o curioso fenômeno, mas cientistas acreditam que agora estão no caminho certo para desvendar a origem do mistério.


   DEFESAS CONFUSAS
               

   Todos  somos cobertos por bactérias da cabeça aos pés, por dentro e por fora do campo. Elas se alojam em nossa pele, cobrem olhos e bocas e se multiplicam em nossos órgãos, excedendo em muito, o número de nossas próprias células. Ainda que algumas sejam nocivas para o organismo, grande parte delas  não só ajuda, como é fundamental para ao aprimoramento do nosso sistema imunológico.
   Para muitos  pesquisadores, o estilo de vida moderno, tão asséptico, diminui nossa exposição a muitos micro-organismos, impedindo o nosso corpo de aprender, corretamente, quem são os verdadeiros inimigos a combater. Isso causa uma confusão nas nossas células de defesa,  que podem passar a reagir violentamente  (na forma de uma alergia) a coisas que não nos causam mal, como um amendoim, uma flor ou até mesmo o pó.
   Chamada de “hipótese da higiene”, essa teoria já existe há algum tempo e ainda causa alguma controvérsia no meio acadêmico, mas estudos recentes têm se unido a uma gama de pesquisas que convergem nos resultados. ( JACQUELINE SORDI  ( RBS )

Monitoramento

SEM  BACTÉRIAS,  SEM DEFESAS

   Um dos últimos estudos sobre alergias foi conduzido pela Universidade de Helsinque, na Finlândia. Para demonstrar que a falta de contato com a natureza poderia estar contribuindo com o aumento do número de pessoas asmáticas, alérgicas e portadoras de outras doenças
inflamatórias,  pesquisadores  monitoraram os hábitos de vida de 118 adolescentes no leste do país. Como resultado,  encontraram que aqueles que viviam em regiões mais verdes, como fazendas ou próximos de florestas, tinham maior diversidade bacteriana na pele e menor sensibilidade a alérgenos do que adolescentes que viviam em áreas urbanas. As conclusões, publicas na revista científica Proceedings of the National Academy os Scienses  ( PNAS ), somam-se a diversas pesquisas que seguem a mesma linha . “Já se sabe que o fato de não apresentarmos infecções tão freqüentes, como antigamente leva nosso sistema imunológico a não desenvolver células reguladoras, que inibem tanto as alergias como as doenças autoimunes. Essas reações que observamos hoje, são manifestações de um sistema desregulado, menos tolerantes a fatores externos – complementa o alergista Momtchilo Russo, consultor da Sociedade Brasileira de Imunologia.

IMUNE

PARTO CESÁREA  NA MIRA DA PESQUISA


   Para deixar o sistema de defesa do corpo mais esperto – ou, como dizem os especialistas, melhor regulado – não só os primeiros anos, mas os primeiros minutos de vida são fundamentais. Pesquisas recentes indicaram que o aumento no número de cesáreas  pode estar contribuindo , e muito, para a maior incidência de alergias. Isso porque as crianças que nascem de parto normal entram em contato com as bactérias presentes no canal vaginal, que são importantes para fortalecer o sistema imunológico e ser a primeira proteção contra as alergias. Foi o que demonstrou uma pesquisa publicada neste ano na revista científica Cell Host & Microbe, que analisou amostras de fezes de 98 bebês suecos durante seu primeiro ano de vida. As crianças nascidas por cesarianas tinham bactérias intestinais menos parecidas com as de suas mães do que os nascidos por via vaginal. “Aquelas bactérias que inicialmente colonizaram o intestino e ajudam a regular o sistema de defesa da criança são derivadas da mãe. A forma como nascemos e como nos alimentamos nos primeiros anos de vida vai determinar o nosso microbioma, ou seja, as bactérias com as quais conviveremos ao longo da vida”, explica o alergista e imunologista Giovanni Marcelo di Gesu. ( Página 7, publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira,  22 de junho de 2015).         

segunda-feira, 22 de junho de 2015

MAU USO DA FECUNDAÇÃO IN VITRO PREOCUPA


   Lisboa – O caso de uma alemã de 65 anos , mãe de 13 filhos e que deu à luz quadrigêmeos no final de maio, preocupa os especialistas em fertilidade que alerta para uma utilização abusivas das  técnicas de fecundação in vitro. Annegret Raunigk deu à luz em Berlim três meninos e uma menina prematuros, que pesaram apenas entre 665 e 960 gramas, depois que a mãe fez um fecundação in vitro de dois doadores anônimos na Ucrânia. “O problema principal, independentemente da idade da mãe, é a transferência de múltiplos embriões”, avalizou o médico Adam Balen, entrevistado em Lisboa durante a conferência da Sociedade Europeia  de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE, na sigla em inglês).
   “As gravidezes  de múltiplos são perigosas para a mãe e ainda mais para os bebês”, garantiu o presidente da Sociedade Britânica de Fertilidade, explicando também que com as tecnologias atuais e um embrião de qualidade, uma transferência é suficiente.
   Entre os muitos riscos estão partos prematuros, baixo peso ao nascer do bebê ou atrasos cognitivos.
   “A  sociedade pode contribuir com o nascimento de crianças que não terão tão bom começo com outras?”, questiona a médica Françoise Shenfield, da University College de Londres, especialista em reprodução humana e bioética.  Há alguns anos, vários países tentam reduzir o número de gravidezes múltiplas. É o caso de Reino Unido, Estados Unidos e França, onde a Agência de Biomedicina estabeleceu certas recomendações.

                    ‘O NEGÓCIO’


   “Algumas clínicas fazem publicidade explicando que as pacientes  podem viajar e se beneficiar de tratamentos mais baratos. Mas os resultados acabam sendo desastrosos”, como o do mês passado. “Com certeza alguém está lucrando muito com isso”, alertou. Para o especialista, todos os países deveriam financiar tratamento de fertilidade para evitar que exista esse “negócio”. “É o tipo de história escrita pelos grandes titulares dos periódicos e apresentam nossa especialidade para o mundo”, lamenta Françoise Shenfield. Segundo ela, é impossível legislar a reprodução assistida no mundo inteiro. Mas a médica participou da redação de um guia de boas condutas para limitar o número de embriões transferidos. Shenfiel critica também o papel das agências intermediárias entre os doadores e receptores de ovócitos, “que ganham muito dinheiro dos pacientes com uma porcentagem do preço da clínica”.
   Como todas as tecnologias, a reprodução assistida “pode ser utilizadas de maneiras boas ou ruins”. (FRANCE PRESSE, página 10, FOLHA SAÚDE, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 22 de junho de 2015).

PROTOCOLOS NO SUS PAR A 12 DOENÇAS RARAS


Até o fim deste ano, pacientes de 12 doenças raras contarão com Protocolo Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT)  organizados pelo Ministério da Saúde. O objetivo é reduzir a mortalidade e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes de doenças raras, com a incorporação de novas tecnologias no Sistema único de Saúde (SUS). Os protocolos orientam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermgem e demais profissionais de saúde a como realizar o diagnóstico,  tratamento e reabilitação dos  pacientes.  

TRATAMENTO INOVADOR PARA A HEPATITE C


Os pacientes brasileiros com hepatite C passarão  a contar, ainda este ano, com um dos tratamentos mais inovadores disponíveis no mundo. A decisão, unânime, de recomendar que esses medicamentos passem a ser utilizados no SUS foi anunciada na última semana pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS ( Conitec). O novo tratamento, composto pelos medicamentos daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir , tem taxa de cura de 90% significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração da terapia anterior. ( Página 7, publicação do JORNAL DE LONDRINA, segunda-feira. 22 de junho de 2015).

CURITIBA ENVIA TESTES DE HIV PELOS CORREIOS

                                

Interessados podem solicitar kit de exame por saliva pela internet; das mil pessoas que já fizeram, 11 foram diagnosticadas com o vírus da aids.


   Curitiba – Em um projeto-piloto para facilitar o diagnóstico e o tratamento da aids, Curitiba começou a oferecer testes de HIV pela internet.
   Voltado à população mais vulnerável à doença – homens que fazem sexo com homens – o projeto pretende melhorar o diagnóstico e o tratamento tardios, considerados hoje a maior causa de mortes por AIDS no País.
   Após solicitar o kit pela internet ( www.ahoraeagora.org ), o interessado o recebe  pelos Correios ou pode retirá-lo pessoalmente. Ele faz o teste com saliva e recebe o resultado na hora. Depois, deve informá-lo no site.
   “A aids ainda é uma doença com estigma. O teste eletrônico dá mais privacidade”, diz a pesquisadora Marly Cruz, da ENSP-Fiocruz, parceira do projeto c om o Ministério da Saúde, a ONG Dignidade, a UFPR e a Unaids.
   Em caso de resultado positivo, o paciente recebe pela internet uma guia de encaminhamento para um serviço especializado, onde fará outros exames para confirmar o resultado e iniciará o tratamento. Essa ponte entre diagnóstico e tratamento é  o “pulo do gato” da ação.
   Para garantir que o paciente vá comparecer às consultas, uma pessoa ligada à Ong Dignidade o monitora por até três meses. Também fica à disposição para tirar  dúvidas e identifica eventuais falhas.
   Os resultados do projeto-piloto ainda estão em avaliação. O teste virtual já foi feito por mil pessoas, das quais 11 foram diagnosticadas com o HIV. No futuro, o projeto poderá ser expandido para outros grupos de pacientes.
   Para Mário Scheffer, especialista em saúde pública da USP, novidades no diagnósticos e tratamento são bem-vindas, dado o desafio da epidemia. Ele recomenda, porém, que a iniciativa seja avaliada antes de ser aplicada, principalmente devido  ao risco de delegar o diagnóstico – que deveria estar a cargo da rede pública de saúde – aos pacientes e a   instituições.
   Quanto mais precocemente a pessoa se descobrir soropositva e iniciar o tratamento adequado, menor o dano que o HIV fará ao sistema imunológico. Além disso, o tratamento apropriado leva a uma queda de 96% na possibilidade da transmissão do vírus.  Atualmente o tratamento da infecção pelo HIV é realizado apenas com um comprimido ao dia. ( FOLHAPRESS, página 10, FOLHA SAÚDE, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 22 de junho de 2015).

domingo, 21 de junho de 2015

COMER, BEBER, VOAR

          

   Dos clássicos aos modernos, não faltam modelos de bebedouros e comedouros para atrair pássaros e embelezar o quintal.

   Eles  são delicados, coloridos, alegre e ainda costumam cantar. Quem não gosta de receber uma visita dessas? Nas grandes cidades, porém, nem sempre os passarinhos dão o ar de sua graça. Uma maneira simpática de atrair estes seres adoráveis para o quintal ou varanda de casa  é oferecer comida e bebida.
   Na casa da psicóloga curitibana  Cecília  de Campos, no Jardim Social, a presença de beija-flores e outros pássaros virou rotina. “Geralmente eles vêm no fim de tarde para beber água ou mesmo  tomar banho, principalmente se faz calor”, conta ela, que há anos comprou uma fonte inspirada nos clássicos modelos de Roma. A peça de resina ganhou uma base de concreto e foi instalada no jardim onde há ponto de água e luz.
   De acordo com a paisagista Heloiza Rodrigues, da Prima Plantarum, é importante escolher um projeto ou peça que harmonize com o espaço. “Qualquer elemento colocado em um jardim deve ter um contexto. Um lugar moderno não deve usar elementos rústicos ou campestres”, exemplifica. Segundo ela, mármore, concreto ou fibra simulando pedra são os materiais mais procurados. “Um espelho d’água com chafariz ou um painel de madeira reciclável com água despejada de um vaso podem dar um toque sofisticado ao projeto”, opina.

   PETISCOS


   Quem deseja alimentar os passarinhos,  além de refrescá-los, pode oferecer tanto frutas frescas quanto sementes. Proprietário da loja  Paraíso dos Pássaros em Santa Felicidade, Luciano de Pauli faz a festa de canários-da-terra e outras aves com uma misturinha de quirera, alpiste e painço, mas explica que existem rações específicas para quem quer atrair  outras espécies.
   “Se você vi oferecer água ou comida, é fundamental manter a higiene e trocá-las duas ou três vezes ao dia, pois os pássaros podem defecar no local e causar doenças a outras aves. O local  ideal é aquele onde a limpeza será mais fácil, desde que seja alto, para evitar a presença de roedores”, explica. Quanto aos famosos bebedouros plásticos para beija-flores, Pauli lembra que não se deve acrescentar açúcar à água, pois sua fermentação pode facilitar a transmissão de doenças como candidíase oral. “Neste caso, o melhor é comprar um néctar de flores”, sugere. ( MARIANA SANCHEZ/ HAUS/GAZETA DO POVO, caderno Imóveis Classificados, 3377-3000 – PAISAGISMO,  publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 21 de junho de 2015). 

NOTÍCIAS DA CHÁCARA

                                                            

   DESDE CRIANÇA  tomo banho com bucha. A praça onde fazemos ginástica tem creche, em cujo alambrado um pé de bucha cresceu, bonito como só, sempre com flores amarelas e buchas que a gente vê crescer de um dia para outro. Colhemos uma, tingimos de vermelho, colocamos olhos de botões e tornou-se uma cobra a enfeitar a mesa da sala.
   MARACUJAZEIRO cresceu demais, todo se enramando nos arames entre dois esteios, suas ramas se espalhando pelas mandioqueiras, e, como recebia pouco sol, os maracujás estavam miúdos e demorando a amadurar. Cortei com dó e surpreso de achar vinte maracujás, que depois amadureceram  e deram ótimo suco.   Bebi  lembrando  do companheiro que, mesmo sendo ceifado, nos deixou aroma e sabor.
   TEMPESTADE deixou calha por consertar, derrubou galhos secos que catei para a fogueira dos netos, e derrubou também trepadeira, daí aproveitei para também  consertar seu caramanchão. Obrigado tempestade/ por tudo que já me deste/ tanta coisa pra consertar/ e enfim esse azul celeste.
   VELHAS BOTAS de borracha me apertaram os pés durante década e meia, e ainda estavam em condições de uso, quando mais uma vez reclamei do esforço para tirar as danadas dos pés, e Dalva me perguntou porque, ora, eu não comprava botas novas e maiores. Comprei, e toda vez que calço, fico perguntando porque  fiquei mais de década sofrendo com as velhas botas. Às vezes a gente sofre por pura bobeira.
   RECEITA para acompanhar assados: batatas-doce embrulhadas em papel laminado, ou, na meia hora final do assamento, bananas com casca. As batatas ficam muito mais gostosas que cozidas, e as bananas viram doce sem açúcar. Se quiser sofisticar, espete cravos numa maçã e bote no forno  meia hora antes de tirar o assado. Como disse da Vinci, simplicidade é o máximo da sofisticação.
   MACACÃO de lidar na chácara, quanto mais velho, mais gosto. Está remendado, o brim afinou de tantas lavagens, um dia virará pano de chão. Mas, antes, faço-lhe um poeminha:
                                                            Você me agarra porque
                                                             o suor empapa o pano
                                                      e eu me transformo em você
                                                              você se torna humano
                                                      Meu  macacão companheiro
                                                         meu eu em forma de brim
                                                      com meu corpo e meu cheiro
                                                               até  que tiro de mim

                                                        Só mesmo a minha sombra
                                                               anda tão junto assim
                                                         Das canelas até os ombros
                                                                terei saudade de ti.   ( Página 21, espaço DOMINGOS
 PELLEGRINI  d.pellegrini@sercomtel.com.br  publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 21 de junho de 2015).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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