domingo, 12 de junho de 2016

COMPRE MENOS, PRESERVE MAIS


   Estabelecer um elo com o produtor de alimentos é uma forma de se relacionar mais harmonicamente com o meio ambiente.

   Não basta adotar um ou outro ato sustentável. Gestores públicos e especialistas alertam que já passou da hora da sociedade repensar o modelo de desenvolvimento baseado no consumo

   Um passo para frente e três para trás. Faz pelo menos 44 anos, desde que se estabeleceu a data de 5 de junho como Dia Mundial do Meio Ambiente, que esse desconforto é cada vez mais comum, em quem decide diminuir o impacto das próprias ações sob o meio ambiente, mas se vê frustrado diante de uma série de comportamentos desconexos. Você escolhe a bicicleta como meio de transporte, mas tem um guarda-roupa lotado de roupas que nunca usou. Não come carne, porém não separa o lixo reciclável do orgânico, ou até separa, mas sem o cuidado de limpar e secar vidros e plásticos. Sentir estranheza por por contradições dessa ordem é um ponto considerado positivo por especialistas e gestores públicos da área de Meio Ambiente. Isso porque o desafio de impactar menos, para trazer resultados efetivos, não se restringe ao comportamento individual e, sim, a uma revisão do modo de vida da comunidade global, bem como de desenvolvimento econômico predominantemente baseado no consumo.
   Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento e professora de Direito Ambiental da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Katya Isaguirre, explica que esses limites para um tema de dimensões tão profundas começam no âmbito da Constituição Federal, que embora trate o ameio ambiente como um direito humano, no artigo 225, ao considerá-lo como um bem público, direciona o foco apenas para os desdobramentos econômicos, deixando de lado os aspectos sociais e culturais. A primeira pergunta que todos nós deveríamos fazer é por que nos preocupar com o meio ambiente, por que isso é direito humano fundamental? As respostas para essas perguntas tornam evidente o fato de que apenas com decisões individuais, como reduzir o consumo de água em casa, não conseguiremos reverter todo esse processo de destruição ambiental”, pondera. 
   Ainda nesse raciocínio, tão importante quanto compreender que ações e decisões isoladas não vão alterar o curso da degradação, é passar a observar e refletir sobre a diversidade de modos de viver com o meio ambiente. “Entender as diferenças e especificidade de cada povo que compõe a população brasileira é uma forma de aprender com organizações bem mais tradicionais do que o nosso atual modelo urbano de viver nas cidades. Os quilombolas, os indígenas e as comunidades agroflorestais vêm mostrar que existem maneiras mais harmônicas de se relacionar com o meio ambiente se desenvolver como sociedade”, aponta. 
   Dá ara iniciar esse exercício   de se interessar por outros modos de vida até mesmo em uma feira orgânica, estabelecendo um elo com o produtor e se aprofundando em todo o processo de produção. De acordo com Katya, não é de conhecimento de todos os consumidores o fato de haver dois processos de certificação d e orgânicos reconhecidos no Brasil. Uma é por meio da contratação de uma empresa que vai auditar a produção. O outro é via sistemas participativos de garantias, onde o reconhecimento do alimento orgânico vem da própria cadeia produtiva. O selo Si-sOrg (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) é um indicador de que o produtor foi endossado por esse segundo tipo de certificação. “ Essa informação da certificação é um dos exemplos que reforça em quanto o tema envolve todos os agentes sociais e como precisamos nos manter em estado de alerta. Um requisito indispensável a quem busca contribuir para essa causa é, ao se deparar com algo dito sustentável, perguntar para quem aquele produto é produzido e por que ele é sustentável? Por que todas essas ferramentas servem para que cada um de nós de forma coletiva passe a repensar o modelo de desenvolvimento que queremos daqui para frente “, orienta.
   Nesse direcionamento, a FOLHA buscou exemplos de ações em Londrina e Curitiba engajadas com a preservação do ecossistema e a multiplicação dessa prática para outras pessoas, uma vez que todos os habitantes da Terra são considerados pelos estudiosos do meio ambiente como “agentes sociais”. Das Estações de Sustentabilidade, implementadas há quase dois anos pela Secretaria Municipal do Maio Ambiente (SM-MA) de Curitiba, a um arquiteto entusiasta do conceito de que a arquitetura eficiente tem por regra base a sustentabilidade, os exemplos contidos nesta edição demonstram que é viável praticar uma nova forma de viver neste planeta. (MAGALÉA MAZZIOTTI – Reportagem Local, página 9, FOLHA REPORTAGEM ESPECIAL AMBIENTE & SUSTENTABILIDADE, domingo, 5 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente!

Comente!

.

.

.

.

Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
--------
Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

Postagens populares