CRIANÇAS EM PERIGO

   O número de mortes de crianças e adolescentes por motivos acidentais caiu 33% no Brasil nos últimos 10 anos. De 2014 para 2015, a redução foi de 10%. As informações fazem parte de um estudo da organização Criança Segura, divulgado ontem, que inclui adolescentes de até 14 anos. Segundo a pesquisa, 1.654 crianças e adolescentes morreram em acidentes de trânsito no País em 2014. No ano seguinte, foram 1.398 mortes. A quantidade de óbitos por afogamento passou de 1.045 para 943 no mesmo período. Segundo a Criança Segura, o único número de acidentes que apresentou aumento no número de mortes de crianças e adolescentes foi a sufocação. Passou de 785 casos em 2014 para 810 no ano seguinte. Entre as formas de sufocação, as que mais mataram são a inalação de conteúdo gástrico e a obstrução de vias aéreas por ingestão de alimentos. A Folha de Londrina traz reportagem nesta edição analisando os dados divulgado pela Criança Segura. Em Londrina, por exemplo, os principais atendimentos realizados pelo Corpo de Bombeiros a crianças e adolescentes estão relacionados a casos de engasgamento e obstrução de vias aéreas, sobretudo com bebês. No primeiro semestre de 2017, foram 14 auxílios deste tipo a crianças menores de 1 ano. Entre adolescente de 10 a 14 anos, os acidentes envolvendo bicicletas são os mais comuns, com 28 ocorrências atendidas nos seis primeiros meses do ano. Os acidentes de trânsito estão entre os que mais matam crianças e adolescentes. A faixa etária de menores de um ano, entre todas as idades, foi a única que apresentou aumento na quantidade de mortes deste tipo: 5%. O transporte irregular está entre as principais causas. Tanto que a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização aplicou 407 multas por transporte de crianças de forma irregular. A negligência dos adultos em relação às crianças é um fator importante neste ranking. Muitas tragédias poderiam ser evitadas com medidas simples de segurança, no trânsito, nas piscinas e dentro de casa. O poder público também precisa fazer a sua parte, mantendo com frequências campanhas educacionais e conscientização sobre as formas de prevenção. (OPINIÃO, página 2 , quinta-feira, 20 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).