terça-feira, 26 de abril de 2016

CONCORDÂNCIA VERBAL



   Na coluna da semana passada, falamos sobre os erros de português cometidos por vários deputados durante a votação do processo de impeachment. Dentre esses erros, um dos que mais chamaram a atenção foi a falta de concordância verbal. Vamos então revisar algumas regrinhas básicas para evitar “deslizes” como aqueles cometidos pelos nobres deputados. 
   O princípio básico da concordância diz que o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa. É uma regra simples de seguir se o sujeito for simples e estiver antes do verbo, como em “João estuda aqui” ou “nós fizemos os exercícios”. Um sujeito composto também não costuma apresentar problemas se estiver anteposto ao verbo, que vai para o plural: ”Eu e ela iremos à capital” ou “José e Pedro chegaram”. 
   Já com o verbo antes do sujeito composto, passamos a ter duas possibilidades: concordar com ambos os núcleos (no plural) ou só com o mais próximo. Por exemplo: estão corretas as opções “chegaram José e Pedro” ou “chegou José e Pedro”. 
   Outro caso que permite duas formas corretas são as expressões partitivas, como “parte de”, “a maioria de”, “um grupo de”, etc. Se essas expressões forem especificadas por um substantivo, são possíveis as duas concordâncias: “A maioria dos londrinenses concordou” ou “A maioria dos londrinenses concordaram”, por exemplo. Caso a expressão apareça sozinha, sem especificar, o verbo fica no singular. (“A maioria concordou”). 
   O mesmo acontece com porcentagens: se especificamos, há duas possibilidades (“1% dos eleitores votou” ou “1% dos eleitores votaram”), mas se só aparece a porcentagem, a concordância é feita com o número (“1% votou” ou “10% votaram”).
   Com o pronome “que”, a concordância é sempre com o termo antecedente, como em “fui eu que paguei a conta” ou “fomos nós que pagamos”, mas quando o pronome é “quem” podemos ter duas concordâncias: “fui eu quem paguei” ou “fui eu quem pagou”, “fomos nós quem pagamos” ou “fomos nós quem pagou”. 
   Há certos nomes próprios plurais, principalmente de lugares, que possuem uma particularidade. Se forem acompanhados de artigo, fazem a concordância no plural ( “Os Estados Unidos são uma potência mundial” , “ Minas Gerais produz. excelentes queijos”).
   Quando temos um sujeito composto com os núcleos unidos pela palavra “ou”, temos que observar o contexto. Se a declaração for atribuída a todos os núcleos, o verbo vai para o plural (“Muito açúcar ou muito sal fazem mal à saúde”), mas se for algo aplicável a apenas um núcleo, o verbo fica no singular. (“João ou José será escolhido para o cargo”). A mesma regra vale quando o conectivo for “nem” (“Nem o professor nem o aluno saibam a resposta”). 
   Finalmente, um cuidado especial com os verbos impessoais, que não possuem sujeito e, por isso mesmo, ficam sempre no singular. Isso se aplica, por exemplo, ao verbo “haver”, quando significa “existir” (“Não havia pessoas na sala”) ou para indicar o tempo ( “Havia dez anos que não nos víamos”). Também vale para o verbo “fazer”, também quando se refere a tempo (“Faz vinte minutos”, “Amanhã fará cinco anos”) e para verbos que expressam fenômenos da natureza (“Choveu quinze milímetros).
   Ficou ainda alguma dúvida? Entre em contato pelo nosso e-mail . Até a próxima terça. ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, espaço coluna BEM DITO, terça-feira, 26 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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