Esta quarta-feira (10) deve se tornar um dia histórico, quando mais uma vez Curitiba se tornará o centro das atenções devido a audiência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato. O petista vai falar ao juiz Sérgio Moro a partir das 14 horas e, enquanto isso, apoiadores da Lava Jato e do ex-presidente prometem manifestações calorosas na área central da capital. As manifestações, aliás, já começaram na noite desta terça-feira (9), com vários grupos que apoiam Lula caminhando pelas ruas de Curitiba. Eles saíram de um acampamento improvisado nos fundos da rodoferroviária e caminharam durante uma hora até a Praça Tiradentes, no centro, onde realizaram um ato ecumênico. As autoridades estavam esperando que cerca de 20 mil pessoas – em 300 ônibus – se descolassem até a capital para acompanhar o depoimento de Lula. Mas na avaliação da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o número deve ficar em 100 ônibus e quatro mil pessoas. Um número alto, considerando que moradores de Curitiba e Região Metropolitana vão acabar aderindo também aos protestos. Para garantir a segurança, a Sesp organizou uma operação, a Civitas, bloqueando as ruas próximas à Justiça Federal, esquema parecido ao dos Jogos da Copa do Mundo de 2014. Até mesmo cinco helicópteros foram convocados para dar apoio ao trabalho policial. O secretário de Segurança do Estado resumiu a seriedade da operação, dizendo que não poderia dizer se é o maior evento (em termos de mobilização de forças policiais) já realizado, mas que está encarando como o mais importante. É a primeira vez que Luiz e Sérgio Moro ficarão frente a frente. As manifestações fazem parte do processo democrático, mas não podem parar o País, que precisa sair dessa grande crise econômica e política.
O depoimento de Lula não deve ser apenas um “grande evento”, mas um fato que possa trazer esclarecimentos importantes à Lava Jato. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 10 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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