Mais de três meses de investigação e a Secretaria Estadual de Segurança Pública apresentou ontem os responsáveis pela chacina que marcou Londrina e região no final de janeiro. Como era de se esperar, policiais militares são acusados de promover um dos ataques mais sangrentos que a cidade já assistiu e que deixaram 12 pessoas mortas e 16 baleadas. Ainda que demorada, a resposta que a cidade esperava foi dada. Ao todo oito policiais militares e um empresário foram presos ontem de manhã. Outros seis policiais foram conduzidos coercitivamente à delegacia para prestar depoimento.
Além das 12 mortes, o grupo preso pode estar envolvido em outros cinco homicídios registrados posteriormente à chacina, mas que teriam relação. Sabe-se que todos esses assassinatos seriam represália à morte do policial e a outros ataques sofridos por policiais militares e agentes penitenciários. No entanto, a sociedade não pode compactuar com qualquer tipo de justiçamento. Para isso existe a própria polícia e a Justiça. Bandidos e policiais não podem estar na mesma vala comum até mesmo porque contribui para que a população perca a confiança em toda a instituição.
Independentemente de matar pessoas que tinham passagem pela polícia ou inocentes que por azar estavam nos locais, não é papel de autoridades promover ações desse tipo. Além disso, as pessoas que foram conduzidas para prestar depoimento teriam colaborado na ocultação de provas e na descaracterização das cenas dos crimes, também atuações divergentes do que se espera dos bons profissionais. A sociedade como um todo não pode aceitar ações desse tipo. Devem ser totalmente condenáveis e o que se espera agora é que todos, sem exceção, sejam punidos.
A certeza da impunidade certamente contribui para uma ação ousada como a que ocorreu em janeiro e, por isso, a responsabilização é importante. A sociedade tem que saber que a Justiça é feita para todos. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 14 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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