sábado, 7 de maio de 2016

AVANÇA REGULAMENTAÇÃO DA MELIPONICULTURA


   Com normas, Estado poderá cadastrar produtores, confirmar número de caixas e espécies para traçar um perfil da produção de mel de abelhas sem ferrão

   O Paraná está avançando na regulamentação da meliponicultura - produção de mel de abelhas nativas sem ferrão. Em Janeiro deste ano, a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) criou um grupo de estudos, dentro das ações da Câmara Técnica de Meliponicultura, para estabelecer as regras de produção, beneficiamento e comercialização do mel e demais produtos das abelhas, sem ferrão. O grupo é formado por produtores, técnicos, universidades e institutos de pesquisa. 
   O Estado foi escolhido para a primeira reunião da Comissão de Estudo Especial de Meliponicultura da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), promovida no início de abril na sede da Seab, em Curitiba. A comissão foi constituída no dia 5 de fevereiro com o objetivo de criar as normas que envolvem a cadeia produtiva da meliponicultura. 
   Humberto Bernardes Júnior engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural, (Deral) da Seab e secretário-executivo da Câmara Técnica, explicou que, com a regulamentação, o Estado conhecerá o número de criadores de abelhas sem ferrão e contribuirá com a comercialização dos produtos da meliponicultura. 
   “Hoje não temos muitos dados disponíveis porque não existe esse controle, mas sabemos que existem muitos criadores, alguns para a retirada do mel e outros apenas por hobby”, comentou Bernardes. “Com a regulamentação, poderemos cadastrar os produtores, confirmar o número de caixas e espécies de abelhas, para traçar um perfil mais completo dessa atividade”, explicou.
   Atualmente, apenas três empresas no Paraná têm a regulamentação da atividade para criar as abelhas e comercializar o mel. Duas empresas , de Prudentópolis e Ortigueira obtiveram a regulamentação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). E outra empresa, a Coopercriapa , de Antonina e Guaraqueçaba, conseguiu o registro junto à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Apenas dois estados brasileiros – Bahia e Rio Grande do Sul – regulamentaram a atividade. 

   NORMALIZAÇÃO 

   A ABNT, que cria e homologa as técnicas de diversas atividades e produtos utilizados no Brasil, iniciou em 2015, em parceria com o Sebrae, a discussão das demandas da cadeia produtiva do setor de meliponicultura nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. De acordo com o analista técnico e coordenador da Comissão de Estudo da ABNT, Newton Ferraz, a normalização pode contribuir com uma regulamentação nacional do setor.
   “O setor hoje não tem referência alguma, a profissão de meliponicultor sequer existe oficialmente. A criação das normas é uma primeira iniciativa que, por sua vez, pode ser incluída em um futuro regulamento do Ministério da Agricultura”, explicou Ferraz. 
   Três normas envolvendo a meliponicultura devem ser publicadas neste ano, compreendendo o sistema de produção no campo, extração, manipulação e transporte, a instalação de meliponário, criação e manejo nacional das diversas espécies de abelhas sem ferrão para o seu uso na polinização dirigida, na educação ambiental e para a produção de seus diversos produtos e a utilização nacional de equipamentos, materiais e utensílios, incluindo a terminologia, requisitos, sistema de rastreabilidade e métodos de ensaio. 

   PARANÁ TEM 35 ESPÉCIES DE ABELHAS NATIVAS


   As abelhas sem ferrão tem uma importante função ambiental, já que são responsáveis por até 80% da polinização das plantas. Ao menos 35 espécies de abelhas nativas são encontradas no Paraná, das quais cerca de dez produzem mel e outros produtos da meliponicultura, como o própolis. Entre elas estão a Jataí, Manduri, mandaçaia, Tubanas e as abelhas mirins.
   Mesmo com uma produção menor do que as abelhas da espécie Apis (com ferrão), o mel das abelhas nativas é bastante valorizado. Cada caixa de Jataí produz de 800 gramas a um quilo de mel por ano, enquanto uma caixa de Apis rende até 25 quilos por ano. 
   O preço por quilo, porém, compensa. Para se ter uma ideia, um quilo de mel de abelha Apis , mais disponível na natureza, é comercializada por R$ 20 a R$ 25. O preço do mel da jataí , que tem propriedades medicinais, varia de R$ 60 a R$ 100 o quilo. 
   De acordo com Humberto Bernardes, os produtores que criam abelhas Apis também podem introduzir as abelhas sem ferrão em sua propriedade. “Elas podem conviver em conjunto, mas é importante destacar que elas competem pelo néctar das flores, então é preciso um espaço para criar as duas espécies”, ensinou. 
   Ele explica que as abelhas nativas têm a vantagem de não oferecer risco a seus criadores. “Como elas têm o ferrão atrofiado, elas não prejudicam as pessoas. Tanto crianças como adultos podem conviver com essas abelhas”. 
   “Os cuidados para a criação são mínimos. Você precisa captar as abelhas na natureza com iscas feitas de garrafa PET, que depois de capturadas podem ser transferidas para as caixas. Mas nunca se deve retirar da natureza as colmeias já formadas, que ficam nos troncos das árvores”, ressaltou. (Reportagem Local, página 3, FOLHA RURAL, sábado, 7 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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