Cursos on-line e gratuitos são alternativas para melhorar a formação sem gastar muito
Em tempos de desemprego, um currículo “recheado” e bem elaborado é o primeiro passo para garantir uma entrevista de emprego e quem sabe. a desejada colocação no mercado de trabalho. E é possível melhorar a formação sem gastar muito dinheiro. Para isso, a internet é uma grande aliada, uma vez que disponibiliza várias opções de cursos gratuitos. Outra alternativa para adquirir experiência sem colocar a mão no bolso é fazer um trabalho voluntário.
Navegando pela rede é possível encontrar cursos de educação a distância , os EAD, com preços acessíveis ou até gratuito, oferecidos por instituições renomadas. A coach de carreira Ana Lisboa comenta que a educação a distância é uma tendência valorizada pelos recrutadores , além de ser uma alternativa para diminuir os custos, como alimentação e transporte, que o candidato teria em um curso presencial.
“Os recrutadores observam que quem faz um curo EAD é uma pessoa mais proativa. Esse candidato está mais aberto a conseguir a nova vaga”, comenta a coach. Mas antes de sair fazendo todos os cursos on-line que encontrar pela frente, Ana aconselha que cada profissional deve manter o foco nos seus objetivos. “O negócio é focar. O candidato pode não colher nada se sair atirando para todos os lados e a frustração é muito grande”, ressaltou.
A coach de carreira afirma que pe preciso dosar o temo entre a educação e a busca pela vaga de emprego. “Me preocupa as pessoas que passam muito tempo fazendo cursos on-line, quando deveriam estar fazendo contato com as empresas para conseguir uma entrevista de emprego. É preciso tosar o tempo”, alerta.
A especialista ensina que o aprendizado feito de forma autodidata deve constar no final do currículo, em uma sessão chamada de “outros interesses”, e colocado apenas quando tiver relação com a vaga.
Ana Lisboa sugere ainda que o candidato tenha um currículo generalista, mas que elabore outros com dados complementares de acordo com as necessidades de cada vaga. “Os currículos são selecionados por máquinas, por isso é importante usar uma linguagem profissional. Quanto mais ele for recheado por jargões da área, maiores são as chances do currículo ser selecionado para entrevista. O candidato tem que ter em mente que currículo bem elaborado aumenta as chances de se sentar na frente do entrevistador”, afirma.
As empresas têm se interessado por trabalhadores com cursos EAD, pois eles demonstram duas qualidades: autogerenciamento e proatividade. “São pessoas que estão mais dispostas a procurar soluções e as empresas de RH tem valorizado essas qualidades”, comenta Raphael Fioveranti, coordenador do Núcleo de Educação a Distância do Sistema ´´Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).
O Sistema Fiep recebe mais de 30º matrículas por ano em cursos de curta duração. “São cursos rápidos e focados para atender uma necessidade especifica do aluno”, explica Fioveranti. A facilidade de iniciar um curso a qualquer momento é um dos grandes atrativos do EAD. Os cursos são organizados de forma a conduzir o aluno no aprendizado. No sistema, não há a interação com o professor, mas o aluno tem à disposição ferramentas para tirar dúvidas. “Em tempo de crise é o momento de repensar as suas próprias qualidades. É o momento de começar a estudar mais para se tornar diferente no mercado”, avalia o coordenador.
CURSO Á DISTÂNCIA REQUER DISCIPLINA
Para fazer um curso de educação à distância é necessário ter disciplina. E é importante também levar em consideração a idoneidade da instituição. O coordenador do Núcleo de Educação à Distância do Sistema Fiep , Fioveranti dá algumas dicas para quem quer se a venturar na modalidade. Segundo ele, é preciso responder algumas perguntas. O que quero aprender? Por que preciso aprender isso? Tenho condições ideais de internet para fazer o curso? Quanto tempo vou dedicar ao estudo por dia? A instituição tem um nome reconhecido no mercado? Com essas questões respondidas é hora de criar uma rotina de estudo. “A vantagem do EAD é que você vai definir o seu horário. Mas é fundamental não abrir mão do seu tempo de estudo”, aconselha.
A advogada Tãmisa Domeneghine Tiveroli, que também é formada em Letras, é aluna assídua de cursos pela internet, seja para turbinar a carreira de advogada, seja para adquirir novos conhecimentos em outras áreas. Mas sempre com alguma ligação com sua atividade profissional. “Quando cursava Direito fiz algumas matérias on-line para complementar a grade curricular, como por exemplo, um curso sobre licitação. Também fiz cursos de sustentabilidade, meio ambiente e escrita, que hoje ajudam na minha carreira”, conta.
O sistema EAD funciona bem para a advogada. “Para mim o curso on-line funciona bem. Gosto de estar em casa, pegar uma xícara de chá e assistir a uma aula. Consigo me concentrar e raramente me disperso. Pego um caderno e vou anotando.”
Ela procura aliar a oferta do conteúdo com o foco do seu trabalho e sempre busca instituições renomadas. “São alguns nomes que quando oferecem cursos tende a ser algo de melhor qualidade.
Quando os cursos não são necessariamente ligados a sua área de atuação, Tâmisa procura opções gratuitas. “O de sustentabilidade e de oratória vi a oferta gratuita. Agora, estou fazendo um curso marketing e venda, que também é gratuito”. Ela aconselha ter cuidado na hora de decidir pelo curso e sempre verificar se ele é reconhecido. Ela conta que com as mudanças no Código de Processo Civil há uma gama de cursos on-line para advogados e que “às vezes fica difícil saber quais são bons”. (A.M.P.)
VOLUNTARIADO CONTA COMO EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Os trabalhos sociais também podem enriquecer os currículos, defende a coach de carreira Ana Lisboa. “Eles são valorizados pelas empresas que têm essa missão organizacional de colaborar com a sociedade”, explica.
O voluntariado também é uma oportunidade para o jovem em início de carreira que não tem experiência profissional para colocar no currículo. E é importante destacar que foram experiências não renumeradas. “No trabalho voluntário, a pessoa desenvolve o trabalho em equipe, segue uma hierarquia, aprende práticas administrativas. Ela entra em contato com o ambiente profissional. E para o jovem isso é importante, pois é um novo grupo social que ele tem contato”, afirma Ana.
Para Kellyton Blasio, de 21 anos, o trabalho voluntário como professor de informática dos apenados do Patronato Penitenciário de Londrina o ajudou a melhorar a oratória. “Estou mais aberto para conversar”, conta o jovem, que trabalha como atendente em uma loja de material de construção.
Apesar do interesse de fazer faculdade de artes visuais, Blasio acredito que a experiência como professor pode abir a oportunidade de dar aulas, inclusive na área de informática. “O meu relacionamento pessoal melhorou bastante sendo voluntário, e posso levar isso para onde eu for trabalhar.” (A.M.P. ) ALINE MACHADO PARODI – Reportagem Local, FOLHA EMPREGOS 7 CONCURSOS, segunda-feira, 2 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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