Fiz mais de 20 mil atendimentos psicoterapêuticos e psiquiátricos ao longo de minha história. Meus clientes foram muito mais do que pacientes ou doentes, eram obras-primas que eu estudava, com as quais contribuía e aprendia. Meus romances, como O vendedor de sonhos, O médico da humanidade e a cura da corrupção, O futuro da humanidade, Holocausto nunca mais, Armadilhas da mente, Felicidade roubada e Jesus, o homem mais inteligente da história, falam de minha jornada como médico, pesquisador e especialista em saúde mental. Nunca escrevi obras de ficção apenas para entreter, como alguns críticos de literatura gostam. Sempre lapidei dramas, com o objetivo claro de encorajar o pensamento crítico e propor ferramentas para sermos autores de nossa história.
Mas quem é o autor de sua própria história? Quem é um excelente piloto da aeronave mental? Quem não consegue sofrer por antecipação ou ruminar perdas e frustrações? Aprendemos a dirigir empresas e veículos, mas não a gerenciar nossa emoção e dar um choque de lucidez em nossos pensamentos perturbadores. Fazemos higiene corpórea, mas não mental. Acumulamos lixo nos solos de nossa memória diariamente. Não é sem razão que em O vendedor de sonhos o protagonista proclama que a humanidade tornou-se um manicômio global.
Somos consumidores irresponsáveis dos recursos do planeta emoção, mesmo notáveis ambientalistas. Além de ruminar mágoas e sofrer pelo futuro, é muito comum esgotarmos o cérebro sendo perfeccionistas, atuando como agiotas da emoção (cobrando demais dos outros ou de si), com a necessidade neurótica de mudar os outros – sem nos darmos conta de que ninguém muda ninguém: temos o poder de piorar os outros, e não de muda-los. Temos sido vendedores de pesadelos.
Uma em cada dez pessoas, ou mais de três bilhões de seres humanos, deve desenvolver ao longo da vida um transtorno psiquiátrico. De 2201 a 2012, o índice de suicídio entre jovens na cidade de São Paulo teve aumento de mais de 40%. O paradoxal é que todos os suicidas têm fome e sede de viver, mas não sabem; querem matar a dor, e não ceifar a existência.
O vendedor de sonhos chega aos cinemas de todo o país em dezembro de 2016. O arguto diretor, meu amigo Jayme Bonjardim, comentou comigo várias vezes: “Nunca filmei personagens tão complexos”. De fato, os personagens deste livro levam a emoção ao limite. Saem do rotineiro linear e previsível da grande maioria dos filmes. E fico feliz que as produtoras de Hollywook , a Warner e a Fox, estejam entusiasmadas com o filme e em produzir a cada ano uma de minhas obras. O próximo será O futuro da humanidade. São a psiquiatria e a psicologia ganhando as telas.
O personagem principal era um dos homens mais ricos do mundo – até os reis se curvavam diante dele. Esse homem tinha tempo para tudo, menos para ele próprio, para a filha e para a esposa. Era um miserável morando em um palácio. Sua emoção e suas relações estavam falidas. Um dia, resolveu saldar sua enorme dívida emocional. Marcou uma viagem com a família na sua própria companhia aérea e disse à filha: “Quando voltarmos, serei o melhor pai do mundo, vou abraçar você e vamos brincar juntos, correndo atrás das árvores” E comentou com a esposa: “Após essa viagem, você voltará a ter brilho nos olhos”. Elas choraram e o beijaram alegremente. Mas, infelizmente, não deu tempo.
Bom, não vou contar a história. Apenas digo que um dos homens mais ricos e invejados do mundo perdeu o que mais amava. Desesperado, procurou psiquiatras. Mas nós, da psiquiatria, enfrentamos um dilema: temos moléculas para tratar a depressão, mas não para lidar com o sentimento de culpa. Por mais que possamos usar técnicas, perdoar-se e dar uma nova chance para si mesmo são atitudes exclusivas do EU.
A vida se extingue rapidamente no parêntese do tempo , e um dos maiores desafios dos mortais é deslumbrar-se com ela e vivê-la com sabedoria. Todos precisamos ser vendedores de sonhos numa sociedade que deixou de sonhar. Pois sem sonhos, nossos céus não têm estrelas, nossa mente não tem criatividade, somos escravos vivendo em sociedades livres. Augusto Cury. (Contracapa do livro: O romance mais vendido de Augusto Cury, que deu origem ao filme de Jayme Bonjardim, com Dan Stulbach e César Troncoso nos papeis principais. Edição revista pelo autor, com personagens inéditas presentes na adaptação para o cinema.
Um homem maltrapilho e desconhecido tenta impedir que um intelectual se suicide. Um desafio que nem a polícia nem um famoso psiquiatra tinham sido capazes de resolver. Depois de abalá-lo, esse homem, de quem ninguém sabe a origem, o nome ou a história, sai proclamando aos quatro ventos que as sociedades modernas se converteram em um hospício global. Com uma eloquência cativante, começa a chamar seguidores para vender sonhos em uma sociedade que deixou de sonhar. Nada tão belo e tão estranho. AUGUSTO CURY, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor reconhecido em muitos países, cria aqui sua fábula urbana definitiva: como pessoas comuns se tornam especiais na busca pelo amor à vida. Lei a também : O vendedor de sonhos 2 – A revolução dos anônimos; O vendedor de sonhos 3 – O semeador de ideias. (FONTE: EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA, SP - ANO 2016).
Nenhum comentário:
Postar um comentário