A participação popular quando bem articulada traz resultados consistentes a toda a sociedade. No ano passado, vários movimentos iniciados a partir da população conseguiram diminuir o número de vereadores dos municípios e ainda reduzir seus salários. É a prova de que ação e fiscalização andam juntas e de que o povo pode – e deve – exigir mais comprometimento de seus representantes.
Entrevista publicada ontem nesta FOLHA relata a criação e as conquistas do Observatório Social Todo Poder Emana do Povo, em Jacarezinho (Norte Pioneiro). Depois de conseguir a redução do número de cadeiras da Câmara de Vereadores, o grupo conseguiu baixar o valor dos salários de R$ 6,2 mil para R$ 4.340. Também a instalação do observatório, que passou a fiscalizar compras e licitações do município, resultou em uma economia de R$ 200 mil nos cofres municipais em apenas seis meses.
Esses exemplos reforçam a necessidade de a população se unir para fiscalizar os atos públicos, Assim como foi criado esse órgão em Jacarezinho, vários outros que estão instalados geram resultados efetivos. Isso indica que fiscalização e cobrança são atitudes que devem ser adotadas para a construção de municípios, Estados e País melhores. A participação é importante até mesmo para depois não reclamar das atitudes de determinados políticos. Apenas a indignação não basta, é preciso exigir e fazer valer os direitos.
É o mesmo caso dos escândalos da corrupção na Petrobras. Os desvios bilionários e que favoreceram inúmeros políticos chocaram a maioria dos brasileiros. Talvez se a população não tivesse se afastado da vida pública, toda essa corrupção não tivesse acontecido. É preciso fiscalizar, cobrar e manter-se vigilante com relação à coisa pública. Pessoas eleitas pelo povo não podem continuar administrar em benefício próprio. E, por isso, a insatisfação deve ser expressada publicamente. Esses acontecimentos marcarão a história do País e deve ser um marco também para a mudança de comportamento dos brasileiros. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 7 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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