domingo, 16 de agosto de 2015

AMORA - PRETA É OPÇÃO PARA REGIÕES MAIS FRIAS


   Iapar, em parceria coma UFPR, estuda o cultivo da fruta como forma de diversificar a produção de pequenos agricultores

   O cultivo de amora-preta pode ser boa opção para pequenos produtores das regiões mais frias do Estado. É o que indicam os primeiros resultados de um estudo que o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) conduz há cinco anos na fazenda experimental que mantém no município da Lapa. Outro experimento foi realizado na região de Cerro Azul, onde o clima subtropical requer um manejo diferenciado para a cultural.
   De acordo com a pesquisadora do Iapar na área de Fitotecnia, Programa de Pesquisa em Fruticultura Claudine Maria de Bona, responsável pelo projeto, o estudo realizado em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), avalia aspectos relacionados à produtividade e qualidade da fruta, além de critérios fenológicos, que remetem à relação dos fenômenos cíclicos das plantas com sua localização geográfica e as características predominantes do clima.  Em um etapa  posterior foi analisada também a aceitação dos frutos pelos consumidores. Por enquanto as amoras produzidas pelo Iapar ainda não foram comercializadas.
   Claudine que a amoreira-preta tem despertado o interesse dos agricultores pela rusticidade, versatilidade e retorno econômico rápido. “Bem adaptadas, as plantas podem atingir alta produção já no primeiro ano após o plantio e os frutos podem ser comercializados in natura  ou na forma de polpa, suco, sorvete e compotas”, descreve a pesquisadora, citando que a cultura é bastante resistente a pragas e doenças, podendo ser cultivada de forma orgânica.
   A pesquisadora  explica que a amor-preta precisa de um clima temperado – com inverno frio e seco e verão ameno e com pouca chuva – para facilitar a floração e frutificação.  O cultivo é realizado por meio de mudas, e são e são necessárias de 20 a 30 plantas para iniciar uma pequena produção rentável. No Brasil,  a safra vai de novembro a janeiro. O preço das mudas, segundo a pesquisadora, pode variar entre R$ 6 e R$ 10 dependendo do viveiro onde for adquirida.
   Claudine lembra que a amora-preta cresce em todo tipo de solo e que apenas em alguns casos é necessária a correção com calcário. Apostar na adubação verde – esterco, por exemplo, é o segredo para uma produção livre de agrotóxicos. Investir na irrigação por gotejamento também é fundamental para evitar o estresse hídrico da planta.
   “O  produtor pode usar uma área de beira de cerca para cultivar a amora-preta. É ideal plantá-la em sistema V ou T, usando arame ou madeira para conduzir as plantas, como trepadeiras. Isso evita que o fruto encoste no chão, facilitando a poda e a colheita,  que é manual. Além disso, evita perdas e deixa a planta mais arejada”, completa a pesquisadora, destacando que a fruta requer pouca mão de obra para os tratos culturais
   “São necessárias no mínimo das pessoas para dar conta de uma área de amora-preta. Depois de plantar a muda, basta esperar a época da floração, realizar a poda corretamente e após a colheita,  retirar os ramos que já produziram, pois estes não produzirão mais”, detalha Claudine, lembrando que a fruta é vendida normalmente in natura, em mercados locais, próximos aos produtores.
   Ela aponta ainda que a demanda dos consumidores tem aumentado em virtude da qualidade nutracêutica da  amora. “Os frutos são ricos em antioxidantes, que previnem os danos celulares causados pelos radicais livres”, esclarece Claudine.
                                       

   RIO GRANDE DO SUL ABASTECE O PAÍS

   Planta de clima frio, a amora-preta é, no grupo das chamadas “pequenas frutas”, a segunda espécie mais explorada no mundo, perdendo apenas para o morangueiro.  Apropriada para pequenos produtores familiares, a espécie encontra condições favoráv eis para o cultivo em praticamente toda a região Sul e em áreas montanhosas no Sudeste do Brasil, informa a pesquisador do Iapar, Claudine de Bona.
   O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro, abastecendo o País, seguido por Minas Gerais. No Paraná são cultivados apenas 77 hectares, com uma produção de 3,2 toneladas de frutas, segundo dados relativos a 2014, obtidos pelo Departamento de  Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento  (Seab) . Ponta Grossa é o município que concentra a maior produção no Estado, seguido de Palmas.
   Conforme a pesquisadora, no Rio Grande do Sul, a produtividade das plantações de amora-preta chega a 10 toneladas/hectares. Já no experimento do Iapar, na Lapa, a produtividade alcançou 27 toneladas/hectare, principalmente porque a fruta foi cultivada em um ambiente controlado e irrigado.
   O mercado da amor-preta ainda é muito restrito no Brasil. Em nota, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) faz estudos apenas das safras de grão e cana. “Com relação  a frutas e hortaliças , temos apenas um acompanhamento dos preços nas principais Ceasas do País, pelo programa Prohort ( Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro), mas não há amoras entre os itens”, diz o documento. (M.G.)

   VARIEDADE TUPY SE DESTACA

   O projeto do Iapar em parceria coma UFPR avaliou quatro cultivares  - as brasileiras Tupy, Guarani e Xavante e a americana Cherokee – para oferecer alternativas de diversificação aos produtores. “ Tupy é a mais plantada no País, com frutos grandes e resistentes. A Xavante possui hastes sem espinhos, o que facilita o manejo da planta no pomar”, exemplifica Claudine.
   Os resultados obtidos até  o momento indicam que o clima da região da Lapa é favorável ao cultivo da amora-preta, mas apontam para a necessidade de irrigação em épocas mais secas. Tupy foi a cultivar de melhor desempenho na região.
   Também com boa produtividade, a cultivar Xavante se destacou pelos frutos com acidez e tor de açúcar semelhante ao dos frutos americanos, que os tornam adequados ao processamento industrial.  Tupy, Guarani e Cherokee são mais apropriadas para o consumo in natura.
   Segundo Claudine, nas avaliações envolvendo consumidores, os frutos da cultivar Tupy tiveram mais aceitação, com notas maiores nos atributos na percepção de aparência, textura e sabor. Ela lembra que o projeto estudará ainda a incidência de doenças nas plantas e avaliará os processos de congelamento e aproveitamento  industrial dos frutos produzidos no Paraná. (M.G.)

   AMORA-PRETA                       



   Conhecida mundialmene por blackberry, a fruta tem origem na Europa r na América do Norte

   CARACTERÍSTICAS

   Arbusto, de porte ereto, semi-ereto ou rasteiro, que pode chegar a dois metros de altura. Tem caule flexível  e a maioria das variedades é coberta por espinhos.
   As flores são brancas ou rosadas. Os frutos são levemente alongados, quase amendoados, comestíveis, inicialmente vermelhos e  pretos quando maduros.
 A amoreira-preta é ideal para pequenas propriedades em regiões de clima frio a  ameno, pelo baixo custo de implantação e manutenção, manejo simples, rusticidade e pouco ou nenhum uso de defensivos  para controle de pragas e doenças.
   A longevidade da cultura pode chegar a 15 anos.
   As diferentes variedades levam em conta da planta, presença ou ausência de espinhos, maior ou menor exigência de frio para frutificação, tamanho, firmeza e acidez dos frutos, produtividade, entre outras.

   CULTIVO


   O plantio deve ser realizado nos meses mais frios. Podem ser usadas estacas de raiz ou mudas de viveiros, através de estacas.
   No sistema de espaldeira, o espaçamento entre linhas pode variar de 2,5 m a 4 m. Na linha, as estacas de raiz devem ser espaçadas de 50 cm e as mudas de 70 cm, dependendo do tipo de cultivo. As covas devem ser de 30 cm x 30 cm;
   - No primeiro ano, a poda é realizada no primeiro inverno,  realizando-se só um desponte nos ramos, para que fique 15 cm acima do arame de suporte, para facilitar o amarrio. Como a frutificação da amoreira se dá em ramos secundários, novas brotações se desenvolverão em ramos do ano, a partir do final do inverno;
   - Nos próximos anos a pode será feita no inverno para retirar as hastes que produziam na safra, que  irão secar e morrer;
   - Uma das etapas mais importantes no manejo da cultura é o controle das brotações radiculares que surgem entre as linhas de cultivo e proporcionem novas mudas ao produtor;
   - A colheita acontece entre outubro e janeiro, dependendo da variedade e da região . Só frutos pretos devem ser colhidos  e colocados em recipientes rasos, para evitar amassamento.  Frutos vermelhos são deixados no pé  até amadurecerem;
   - A colheita é manual e os frutos são selecionados um a um . (FOLHA ARTE. Fonte:  Adega  Porto Brazos. REPORTAGEM LOCAL- MARIANA GUERIN, páginas 4 e 5 FOLHA RURAL, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 15 de agosto de 2015).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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