É grande o número de brasileiros perdidos em dívidas, principalmente com cartão de crédito rotativo. Dados preliminares, relativos ao mês de setembro, divulgados pelo BC (Banco Central) mostra que a taxa de inadimplência ao crédito do sistema financeiro no Brasil chegou a 3,04%, ou em termos absolutos R% 96,6 bilhões de um saldo total de R$ 3.168 trilhões. Compreende-se aqui como inadimplência as dívidas em atraso há mais de 90 dias. Os valores divulgados pelo BC não discriminam as contas em vermelho de empresas e pessoas físicas.
Pouco mais da metade dos brasileiros como nome sujo na praça (inscritos no SPC Brasil) apresentam dívidas com bancos, operadores de cartão de crédito, financeiras e leasing. Conforme o birô de crédito, em setembro, 65,6 milhões de pessoas estavam “negativadas”, equivalente à população da Itália ou pouco menos de um terço da população adulta com 20 anos ou mais – o IBGE calcula que há 209 milhões de brasileiros, 194 milhões com idade a partir de 20 anos.
A maior parte do montante da inadimplência é devida aos bancos públicos, em sequência vem as instituições privadas de capital nacional e, em terceiro lugar, às instituições de capital estrangeiro.
Segundo o Banco Central, no mês de maior inadimplência, em junho, a faixa etária com a proporção de mais inadimplência era a de 36 a 40 anos (47,3%). Mas especialistas estão preocupados com o crescimento de percentual de pessoas inadimplentes com mais de 61 anos (35%).
O aumento da inadimplência é mais uma consequência do crescimento do desemprego. A esperança é que a recuperação dos postos de trabalho, que já vem se desenhando no País, ajude na recuperação de renda e permita que o brasileiro coloque as contas em dia.
Entre 2014 e 2017, cerca de 6,5 milhões de pessoas ficaram sem ocupação (dessas 3,3 milhões tinham empregos formais). Os números do IBGE contabilizam que no período a média anual da taxa de desocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade passou de 6,8% (o menor índice da história) para 12,7%.
Para os endividados, só resta uma alternativa: organização. Mapear as dividas e planejar os pagamentos ao mesmo tempo em que segura as contas. (FONTE: Editorial do jonral FOLHA DE LONDRINA, publicação do dia (15) de novembro de 2018, quinta-feira, página 2, coluna Folha OPINIÃO).
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