É com uma citação do livro “O Demônio do Meio-dia: Uma Anatomia da Depressão” que a Folha de Londrina abre nesta edição de sexta-feira (16) reportagem sobre a doença que atinge 5% da população. “A depressão começa do insípido, nubla os dias com uma cor entediante, enfraquece ações cotidianas até que suas formas claras são obscurecidas pelo esforço que exigem, deixando-nos cansados, entediados e obcecados com nós mesmos – mas é possível superar isso. Não de uma forma feliz, talvez, mas pode-se superar. Ninguém jamais conseguiu superar o ponto de colapso que demarca a depressão severa, mas quando se chega lá, não há como confundi-la”, descreve o autor Andrew Solomon. O norte-americano contou no livro como foi a batalha pessoal para vencer o mal que atinge a cada ano mais pessoas em todo o mundo.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão afeta 322 milhões pessoas no mundo. Em dez anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. No País, 5,8% da população sofre com a enfermidade, que afeta um total de 11,5 milhões de indivíduos. Segundo os dados da OMS, o Brasil tem a maior prevalência na América Latina e a segunda maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que tem 5,9% de depressivos.
Certamente, contribuíram para o crescimento da incidência no Brasil a crise política e financeira que atingiram diretamente o brasileiro nos últimos anos. A perda da esperança faz a ansiedade aumentar.
O cenário é preocupante e mereceu um alerta do presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina e diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva. O médico afirmou que é preciso levar a questão do aumento dos casos de depressão a sério, pois 25% das pessoas no País já tiveram ou ainda vão ter a depressão.
A reportagem da FOLHA traz relatos de pessoas que conseguiram superar a doença e informa locais onde é possível buscar ajuda gratuitamente ou com preços simbólicos. Especialistas ouvidos pelo jornal lembraram que a causa da depressão são muitas e que o preconceito é um dos grandes desafios a serem superados. Infelizmente, a doença é uma das principais causas de suicídio.
Considerada o mal do século, a depressão não escolhe raça, idade ou classe social. Campanhas de orientação e conscientização são cada vez mais importantes para mostrar as consequências de ignorar o problema e negligenciar o tratamento. ( FONTE: EDITORIAL DO JORNAL FOLHA DE LONDRINA, (16), coluna Folha Opinião, do aludido jornal).
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