A ida do ex-juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, aceitando o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro, dividiu opiniões e gerou polêmica. Se para alguns, a escolha prestigiou o trabalho do paranaense à frente da Lava Jato, para outros a opção pela carreira política demonstrava parcialidade de operação. Passados vários dias do convite, essa polêmica perdeu força e ganhou espaço a formação da equipe que ajudará Moro a tocar uma das pastas mais importantes do novo governo, o superministério da Justiça, que incluirá também o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, órgão que antes estava vinculado ao Ministério da Fazenda.
Todos têm consciência dos prejuízos que a corrupção causa, uma praga enraizada no País desde o período colonial. São práticas criminosas que vem se repetindo no sistema político, causando indignação, constrangimento ao povo, além de contribuir para o aumento da pobreza, da desigualdade social, no atraso dos índices do desenvolvimento social e econômico.
Diante deste cenário e da necessidade de que o governo federal realmente mostre determinação em combate aos famosos “crimes do colarinho branco”, foi muito bem recebida a indicação dos primeiros nomes que vão compor a equipe do ex-juiz federal de Curitiba. Tudo indica que Moro vai levar para Brasília o trabalho realizado contra o crime de lavagem de dinheiro, mirando as organizações criminosas. O superministro deverá continuar com a estratégia que deu certo na Lava Jato, de focar o patrimônio dos criminosos.
Pessoas importantes da pasta de Moro têm experiências nessas áreas. É o caso do atual superintendente da Polícia Federal do Paraná, Maurício Valeixo, que será o futuro diretor-geral da PF e da delegada Érika Marena, que ficará à frente do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional.
Os 20 anos de magistratura serão importantes na implantação de projetos relevantes para a pasta, principalmente aqueles que vão propor mudanças nas leis vigentes. São essas alterações e uma postura rígida contra os crimes de desvio do dinheiro público que poderão ajudar o Brasil a não voltar aos velhos padrões de impunidade, tão presentes no País antes da Lava Jato. (FONTE: Editorial do DIA 23 de novembro de 2018, do jornal FOLHA DE LONDRINA, página 2, coluna Folha Opinião, publicado pelo jornal FOLHA DE LONDRINA).
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