Acolhimento. Talvez seja a palavra que resume as três décadas de história completadas neste novembro pelo Banco de Leite Humano do HU de Londrina. Acolhida das mães com dificuldades para amamentar e de bebês prematuros das UTIs dos hospitais lutando pela vida – quando o leite materno engrossa ainda mais a lista de necessidades.
Não é um trabalho fácil e nesse período teve de se aperfeiçoar a novas exigências e constatações, como a descoberta de que o leite cru poderia transmitir o vírus HIV, Assim, primando pela qualidade do produto oferecido aos bebês, foi implantado um rigoroso processo de controle antes dele ser distribuído e da capacitação de profissionais de saúde em todo o Estado.
A demanda é crescente, especialmente no HU de Londrina, referência no atendimento a gestantes de risco em toda a região, posto obtido graças aos investimentos em tecnologia, capacitação de profissionais, melhora na qualidade e humanização dos atendimentos. O banco precisa ter um estoque suficiente para ao menos 15 dias, como alerta a coordenadora Márcia Benevenuto de Oliveira. A produção mensal chega a 200 litros, porém a meta estipulada por ela ao seu trabalho é de obter 400 litros por mês.
Para isso a informação é primordial: contribuindo para o entendimento de mais profissionais sobre a importância do leite materno, de seu impacto na redução da mortalidade infantil e do papel desempenhado pelos bancos de leite, que trabalham não só para estimular o aleitamento, como para aproveitar o leite que seria descartado.
A reportagem da FOLHA acompanhou todo o processo da equipe e certificou que é mais do que merecido o reconhecimento conquistado pelo projeto, considerado referência também em outros países, além da necessidade de levar essa informação ao maior número de pessoas para que o volume de doadoras e, consequentemente, de bebês atendidos possa ser ainda maior.
E os números apresentados pela reportagem mostra que a meta de produção considerada um sonho pela coordenadora do banco de leite de
Londrina, tem muitas condições de se tornar realidade. Cerca de 25% das mulheres que amamentaram têm uma produção acima do que o bebê precisa. A média de nascimento de bebês na cidade é de sete mil a cada ano, seriam então quase duas mil mulheres e condição de doar. Portanto, informar, sensibilizar e conscientizar são determinantes. (FONTE: Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, por ele publicado hoje, terça-feira, 20 de novembro de 2018).
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