quarta-feira, 23 de novembro de 2016

NA ESTEIRA DA SAÚDE


   Alta no consumo de alimentos orgânicos gera nicho atrativo para pequeno agricultor e com produtividade equivalente à produção convencional 
   Um negócio que conta com previsão de alta no faturamento entre 30% e 35% para este ano em relação a 2015, que garante renda maior para o pequeno produtor e, principalmente, menor exposição a agrotóxico para a família dele e para o consumidor. O mercado de alimentos orgânicos cresce muito além de qualquer outra cultura rural e garante a permanência do homem no campo. Cenário em que o Paraná, mais uma vez, se destaca e desponta como o líder em número de propriedades com certificação e em produção. 
   De acordo com registros da Organics Brasil, entidade da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)sobre mais de mil produtos agroecológicos, a evolução do mercado de orgânicos bateu 25% no ano passado e deve superar o índice em 2016. A projeção de movimentação em 2015aponta para R$ 350 bilhões no mundo e R$ 2,5 bilhões no País, com expectativa de ultrapassar os R$ 3 bilhões até dezembro. 
   Não é à toa. Existem duas pontas nesse mercado com a mesma preocupação, que é garantir a menor exposição das famílias a produtos químicos. Para os pequenos agricultores, há riscos de intoxicação na aplicação de defensivos no campo e de contaminação de nascentes de água na propriedade. Para o consumidor, aumenta o interesse em nutrição e em qualidade de vida. 
   O coordenador do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios (Neat) da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uemp) em Bandeirantes, Rogério Macedo, afirma que os orgânicos são muito mais adaptados à realidade de propriedades familiares, que correspondem a 85% dos agricultores e 80% do total de alimentos que vão à mesa do consumidor. “Quem tem pedaço de terra mais reduzido, que precisa usar a mão de obra da família, que tem uma renda menor e mais dificuldade de acesso aos financiamentos em bancos, para esse produtor é que o orgânico é mais adaptado”.
   A renda é o principal atrativo para esse produtor, diz o diretor técnico do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Paulo César Hidalgo. “A produção orgânica, se bem conduzida, é mais simples do que a que se usa veneno, não tem impacto ambiental, não vai intoxicar o produtor, ainda mais dentro de ambientes protegidos, de estufas, e rende de 30% a 50% acima, dependendo da espécie”, diz. “Mas o que fundamenta mais (a produção agroecológica), é que o consumidor está pedindo”, completa. 
   Mesmo assim, o mercado de orgânicos no Brasil representa menos de 1% da produção e do consumo nacionais, conforme a Organics Brasil. No Paraná, as 1,966 propriedades certificadas para a produção de orgânicos transformam o Estado em líder nacional em cadastros e em produção, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa). São 130 mil toneladas de alimentos do tipo ao ano. 

   LENDAS

   A menor oferta torna os produtos agroecológicos mais caros, em parte porque os mercados sofrem com algumas lendas. Uma delas, que assusta agricultores, é a ameaça de uma produtividade menor. “A partir do momento que a estrutura está montada para a produção orgânica, o custo não é maior do que o convencional, a produtividade fica na média do convencional ou até maior e, portanto, o que temos visto é uma rentabilidade muito boa para o agricultor familiar”, conta Macedo.
   Outro mito, voltado a quem consome, é que os alimentos precisam ser feios, com marcas, ou não foram produzidos de forma orgânica. “É bonito , é bom, produz no mesmo patamar da convencional, então, como o valor já é maior, o que o produtor tem de fazer é se organizar para a comercialização”, diz Hidalgo., sobre a falta de alimentos do tipo nos supermercados. 
   Com uma melhor estrutura de comércio, a expectativa é que os preços diminuam na gôndola, mas sem perda de renda para o produtor, que ficará mais profissionalizado. “O consumidor urbano reclama, com razão, que às vezes o produto orgânico é mais caro. Isso é baixa oferta, porque por mais que tenhamos 1,9 mil produtores no Paraná, é pouco frente a demanda”, diz o professor da Uenp. 
Rogério Macedo, coordenador do Neat: "O orgânico não está aí para disputar espaço com o agronegócio. É só mais um modelo de produção, que está mais adaptado à realidade da agricultura familiar"

   SEM DISPUTA

   Macedo considera que é preciso deixar claro que não há rixa entre o agronegócio e a produção de orgânicos, bem como o fato de a defesa de um modelo sem uso de agrotóxico não significa desrespeito a outros modelos. “O orgânico não está aí para disputar espaço com o agronegócio, cada um tem suas características. É só mais um modelo de produção, que valoriza a organização dos produtores em associações, as compras e vendas coletivas e que é muito mais adaptado à realidade da agricultura familiar.”(FÁBIO GALIOTTO – REPORTAGEM LOCAL, caderno FOLHA RURAL, páginas 5 e 6, 19 e 20 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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