Para quem espera uma eleição disputadíssima e com um alto grau de imprevisibilidade sobre o resultado, a análise do perfil do eleitorado pode ajudar muito. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou há poucos dias um retrato dos eleitores e nesta edição de terça-feira (7) a Folha de Londrina revela quem é o eleitor paranaense. O professor Edmilson Leite, diretor estatístico do Instituto Multicultural, foi convidado pelo jornal para analisar os dados do TSE e chegou a uma conclusão: se o eleitorado do Paraná pudesse ser resumido em uma pessoa, seria uma mulher madura, com o ensino médio completo e moradora do interior do Estado. Dos 7.971.087 dos eleitores cadastrados na Justiça Eleitoral do Estado, a maioria é formada por mulheres. Elas são 52,4% (4.178.329), enquanto os homens são 47.6% (3.791.914).Um contraste perceptível entre o poder da mulher na hora de decidir, pelo voto, o futuro do País e do Paraná e baixa representatividade feminina na política.
Nos últimos quatro anos, o número de homens e mulheres que votam no Paraná aumentou 1,32% - em 2014, o total era 7.865.950. No Brasil, o eleitorado também aumentou na ordem de 3,14% saltando de 142.822.046 votantes em 2014 para 147.302.354. A maioria é mulher (52,5%) e está na faixa etária entre 25 e 44 anos.
Voltando ao Paraná, quando se faz um recorte na escolaridade, os dados do TSE mostram que o maior grupo isolado é de pessoas com ensino médio completo (25,74%). Apenas 13,45%(1.072 milhão) dos paranaense aptos a votar completaram o ensino superior. Embora baixo, o percentual de eleitores com graduação no Paraná está melhor que a média geral brasileira, que fica em 9,2%. Quanto aos eleitores paranaenses analfabetos, o número é 3%. Os dados do TSE mostram que aumentou o número de jovens com 16 e 17 anos que tiraram o título mesmo não sendo obrigados a votar. Em 2018 são 99.006, enquanto em 2014 eram 78.682.
Em todo o Brasil, são 4 milhões de novos eleitores. Muitos são jovens de 16, 17 anos que viveram a adolescência ouvindo sobre os escândalos de corrupção e as notícias de políticos poderosos presos por desvio de dinheiro público. Esta eleição de 2018 e as próximas que virão devem apontar o tom da consciência política dessa geração que cresceu com a Lava Jato. Tomara que eles estejam bem preparados para assumir uma posição de protagonismo na renovação do País , deixando para trás o perfil de jovens desinteressados do processo político. (FONTE: OPINIÃO, página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, terça-feira, 7 de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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