Começam hoje as audiências do processo relativo à Operação Publicano 1, que apura o esquema montado por auditores da Receita Estadual de Londrina para arrecadar propina e fraudar os cofres públicos. As investigações conseguiram desbaratar um esquema que durava décadas e que lesou os cofre públicos em milhões de reais. Além disso, por causa dessa operação, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado conseguiu chegar a outro caso igualmente grave: o de exploração sexual de menores.
As audiências devem atrair grande atenção do público e devido à sua magnitude serão realizadas no Tribunal do Júri, no Fórum de Londrina. Pelo local devem passar 44 testemunhas de acusação, 187 de defesa e 52 réus residentes em Londrina Além desses números, é de esperar que as testemunhas esclareçam os atos praticados pelos servidores públicos. Ao longo da apuração foram revelados detalhes estarrecedores, de chantagem a empresários, enriquecimento ilícito, entre várias outras fraudes.
São fatos que jamais podem cair no esquecimento. Devem ser lembrados constantemente para que a sociedade fique mais vigilante com a coisa pública. Os cidadãos têm que aprender a denunciar, a fazer valer seus direitos e não aceitar achacamentos de servidores públicos. Além disso, importante também cobrar o próprio Estado para tornar mais rígidas as regras contra funcionários que cometem atos ilícitos. Se ficou comprovado desvios de conduta, é inadmissível que essas pessoas sejam apenas afastadas de suas funções ou que sejam aposentadas com vencimentos integrais. Elas têm que ser desligadas sem qualquer salário, não podem continuar a “ser premiadas” com dinheiro público.
Também é fundamental que a Justiça consiga recuperar o dinheiro desviado. Foram milhões de reais que fazem falta atualmente aos cofres públicos, principalmente em períodos de crise econômica. Além das prisões, que são importantes ao processo, o ideal é que o dinheiro desviado seja devolvido e empregado em benefício de toda a população. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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