Há 30 anos, a Constituição Federal reservou aos jovens de 16 anos o direito ao voto. Infelizmente, poucas pessoas vão atrás de fazer o título de eleitor ao completar 16 anos. Em 2018, o número de jovens com idade abaixo de 18 anos aptos a votar nas eleições é de 1.400.617, sendo que no Paraná a quantidade chegou a 99.066. A lei brasileira determina que o voto é facultativo para quem tem entre 16 e 17 anos e acima dos 70 anos. A partir de 18 anos, é obrigatório.
Há muitos motivos que possam levar os jovens a praticamente ignorar o processo eleitoral e adiar ao máximo a hora de tirar o título de eleitor. Mas o desânimo dos adultos certamente deve ter influenciado. Crise econômica e os escândalos de corrupção envolvendo políticos levam à descrença em um momento em que a participação política dos brasileiros no processo eleitoral é de extrema importância.
Pensando em aproximar o jovem do debate político, a Folha de Londrina levou o tema para o Especial Transmídia de setembro, que circulou no último final de semana (15 e 16). A reportagem levou o coordenador da Comissão de Direito Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Alexandre Melatti, e uma funcionária da Vara de Justiça Eleitoral de Londrina para o Colégio Hugo Simas. Uma palestra sobre eleições e a simulação de uma votação ajudam a lembrar alunos do segundo ano do ensino médio que eles são fundamentais no processo de construção de um país melhor e mais justo. O coordenador da OAB lembrou aos adolescentes que eles são o futuro e, se não tiverem consciência de participação democrática, a corrupção continuará a fazer grandes estragos.
A baixa participação dos jovens brasileiros na política preocupa até mesmo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para as Crianças e Adolescentes), que colocou a necessidade de aproximar jovens e política em uma pauta de ações e desafios considerados importantes para o programa de governo de candidatos a Presidente da República e a governadores. Necessidade que ficou evidente com a queda de 230 mil eleitores de 16 a 18 anos aptos a votar de 2018 em relação a 2014. É preciso criar oportunidades para que os jovens possam participar da política ou pelo menos de interessar em votar. O caminho da mudança passa pela participação, engajamento, comprometimento e vigilância do cidadão. (FONTE: Editorial da FOLHA DE LONDRIA, página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br segunda-feira, 17 de setembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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