A forte valorização do dólar sobre o real e a crise econômica contribuíram para que o saldo da balança comercial terminasse o ano positivo. O resultado, de US$ 19,7 bilhões nas operações de comércio exterior, é o melhor desde 2011, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para efeitos de comparação, em 2014, o déficit foi de US$ 4 bilhões. No total, o valor movimentado pelo País recuou aos níveis d 2009.
Importante salientar que o desempenho de 2015 só foi positivo porque as importações tiveram uma queda muito superior à das exportações no período. A alta do dólar encareceu os produtos importados, adiou investimentos necessários às indústrias e consequentemente reduziu as compras dos brasileiros no exterior. Desempenho esperado e que infelizmente não resultou do aumento da competitividade dos produtos nacionais.
Tanto que o Brasil ainda não recuperou o acesso a vários mercados nos quais perdeu participação nos últimos anos, principalmente em mercados mais exigentes e que costumam remunerar melhor pelos produtos. Houve queda nas vendas para a União Europeia, Estados Unidos e China, por exemplo. Essa movimentação também ocorreu porque o país deixou de firmar acordos comerciais com importantes mercados consumidores.
Em um momento importante como este, de grave crise econômica e política, tornam-se cruciais investimentos que melhorem a competitividade dos produtos nacionais. Para o Paraná a recuperação pode vir mais rápido porque as exportações estão baseadas em commodities agropecuárias, mas é importante que os produtos tenham maior valor agregado. A balança comercial não pode continuar a ser sustentada apenas pela queda no consumo interno até mesmo porque a movimentação é baixa. Tornam-se urgentes a adoção de novos modelos de negócios e de estratégias que fortaleçam a economia nacional. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 12 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário