Os inúmeros resultados obtidos pela sociedade brasileira na última década não conseguiram corrigir uma diferença histórica: a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Apesar de já compor a maioria da população e de ser mais escolarizada, a população feminina ainda tem menos oportunidades no mundo corporativo. Última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a elas ainda são oferecidas menos oportunidades.
Entre as mulheres a taxa de desocupação é maior – 10,4% contra 7,7% dos homens – e, em média, as mulheres recebem 32% menos. No entanto, a análise dos índices permite uma avaliação nada positiva: a diferença salarial vem sendo reduzida ao longo dos anos, mas em ritmo menor do que há 30 anos. Ainda segundo o IBGE, em 1980 em média as mulheres ganhavam 46,91%, a diferença estava em 36,84%; nos últimos 2000 caiu para 31,60%, e permanece estável desde então. Além disso, a presença feminina em cargos de liderança ainda é bem tímida, fator que se repete na administração pública.
A construção de uma sociedade mais justa e desenvolvida se reflete na igualdade de gêneros. Se as mulheres já provar suas competências e habilidades, parece não haver qualquer sentido que continuem a ser desvalorizadas no mercado de trabalho. É preciso modificar essa cultura, o que, sem dúvida, passa pela educação. Uma população mais escolarizada e com capacidade para compreender e debater velhos conceitos pode iniciar um movimento de mudança. No entanto, isso poderá ocorrer somente no longo prazo.
Além disso, as famílias também devem refletir sobre a educação das crianças. É um importante passo que refletirá no futuro. A opinião pública tem que se posicionar sobre o assunto. Somente a discussão do tema pode trazer frutos para a sociedade brasileira. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, domingo, 10 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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