Ele se tornou motivo de polêmica nesta eleição, quando uma conversa com empresários no Sul do País foi alvo de críticas do general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro. Mas o candidato do PSL se apressou em corrigir o companheiro de chapa e disse que ninguém mexe no 13º. Instituição sagrada dos trabalhadores, uma ameaça a esse direito desestabiliza qualquer candidatura a presidência da República tivesse essa intenção. Trata-se de uma cláusula pétrea da Constituição. Isso significa que não pode ser suprimido sequer por proposta de emenda constitucional.
E não é só trabalhador que espera pelo salário a mais no final do ano. Empresários dos mais variados ramos entendem que o 13º vai garantir um Natal mais gordo para o comércio, indústria e serviços. Criado em 1962, o honorário é pago a trabalhadores com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores públicos. Em 2018, o pagamento do benefício vai injetar R$ 211,1 bilhões na economia brasileira até dezembro. O valor representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto do País. A economia paranaense deve receber cerca de R$12,5 bilhões, em torno de 2,9% do PIB estadual.
Dos R$ 211,2 bilhões pagos, os empregados do mercado formal ficarão com 66%, ou R$ 139,4 bilhões. Os aposentados e pensionistas receberão R$71,8 bilhões, ou 34%; Em entrevista na edição de segunda-feira (22), especialistas de economia dão dicas de como aproveitar melhor essa remuneração extra. Para quem estiver endividado – o caso de 89% das famílias paranaenses – a dica é pagar as dívidas e entrar 2019 com as contas em dia. As taxas de juros de cartões de créditos, cheque especial e crediários de lojas são maiores do que o rendimento de aplicações financeiras e da poupança.
Quitar as dívidas é um destino quase sempre certo do abono garantido por lei. Nestes anos difíceis da economia brasileira, mais do que comprar o presente de Natal ou fazer a tão sonhada viagem de férias com a família, o 13º acaba representando a saída de emergência para quem viu o salário encolher diante da inflação e das constas a pagar. É o jeito mais racional de usar o benefício. E torcer para que 2019 traga a possibilidade de planejar as contas para que as famílias e as administrações públicas consigam gastar menos do que recebem. (FONTE: Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, segunda-feira, 22 de outubro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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