sexta-feira, 9 de março de 2018

MUTANTES PAISAGENS


   Observo de minha varanda, uma paisagem física lindíssima que, dia após dia, vai se transformando em novas e diferenciadas paisagens de acordo com o calendário agrícola que estipula que de setembro a janeiro se planta e que de janeiro a maio se colhe. 
   A primeira delas é aquela em que a terra vermelha (ou roxa como queiram) vai sendo tombada num ir e vir de máquinas tombadeiras que chegam e expõem e revolvem as vísceras da terra por inteiro. 
   Dia ou dias depois, são as máquinas aradeiras que invadem o espaço para escarificar o solo o que se faz desde que o sol nasce, indo na maioria das vezes até que a noite chega ou além. Ainda, durante o dia, o revolver de toda a terra agriculturável evidencia o contraste com algumas árvores que, em declives, rebordam as paisagens com seu tom verde escuro profundo. 
   Já à noite, o que se consegue ver é o cenário em extrema negritude, onde sobressaem luzes das máquinas que apresentam um vaivém de tremelicantes olhinhos amarelos, lindos de observar. Essa preparação indica que a terra tombada logo vai recepcionar sementes que serão germinadas e, portanto, nesse momento, o solo ainda conserva sua cor natural inalterada. 
   Depois do tombamento acontece a semeadura. E novamente a dança das máquinas continua de dia e à noite num ritmo frenético, com o objetivo de aproveitar lua, clima e chuvas que virão. 
   Num próximo estágio, independentemente da ação humana, as sementes que nas covas foram aninhadas começam a germinar depois de haverem rasgado a superfície da terra, dando à paisagem uma nova configuração, posto que ela vai sendo pontilhada de minúsculos pontinhos verdes que, mais e mais, vão fazendo sobressair a vermelhitude do solo em contraste com o verde que surge. 
   No estágio que se segue, a terra vermelha desaparece da visão porque dá lugar a um manto verde que, de tão uniforme, apresenta o desenvolvimento das plantinhas nessa fase. 
   Tempos depois, quando a plantação tem seu tempo de amadurecimento cumprido, o cenário reveste toda a extensão do espaço com plantas amareladas enquanto, aqui e ali, se apresentam uma que outra plantinha tardia ainda verdolenga. 
   Os agricultores trabalham, e suam, e se esfalfam até darem conta da tarefa de colher para, logo depois de terem realizado a colheita deixarem a terra com sua nudez, novamente exposta, sendo que o ciclo recomeça. E então, a paisagem torna a apresentar seu tom vermelho natural. 
   Nesse lufa-lufa as mutantes paisagens se alternam e apresentam espetacular processo digno de se observar, o que faço extasiada toda vez que observo e admiro tais transformações. (FONTE: Crônica escrita por L. Beatriz Polonio, leitora da FOLHA, página 2, coluna DEDO DE PROSA, caderno FOLHA RURAL, 3 e 4 de março de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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