Na tarde de 7 de Julho de 2014,
com muita tristeza e humilhação vi a seleção brasileira de futebol ser goleada
por sete a um pela seleção alemã, naquele que seria o melhor mundial de todos
os tempos. Um pouco mais atento, após o impacto do acontecido, pensei em nossos
jogadores que passaram de heróis a vilões em espaço de tempo de uma partida de
futebol (90 minutos).
Comecei então a refletir e a
investigar o porquê do acontecido. Descobri que a Alemanha quando foi o país sede do Mundial em 2002 e perdeu a
final para o Brasil por dois a zero, decidiu investir no futebol. Para isso a
federação germânica instituiu futebol nas escolas, com crianças de 5 a 8 anos,
incentivando a participação da torcida (pais e amigos). Criou um programa de “busca
aos talentos” onde educadores pré-selecionam os adolescentes com mais aptidão.
Dos 8 aos 15 anos esses pré-selecionados passam a frequentar um dos 366 centros de apoio a formação disseminados pelo país, sob a supervisão de
1.300 técnicos de futebol formados. Há 30 veículos circulando periodicamente
entre os centros, com “olheiros” que
selecionam os jovens (dos 15 aos 18 anos) para campeonatos sub-20, para os
centros de excelência em preparação tática, técnica e disciplina. Após os 18
anos vão sendo profissionalizados.
A coroação desse projeto é que
hoje o futebol arrasta naquele país a média de 40 mil espectadores por partida
nos campeonatos nacionais (mais público no mundo, somente o futebol americano
no EUA. A copa européia de futebol foi decidida entre dois times alemães, o
Borussia Dortmund e o Bayern München.
Pior do que o resultado da seleção
brasileira no gramado foi expor ao mundo a queda de um viaduto em Belo Horizonte
(MG), mostrando que nossos engenheiros são mal formados ( incapazes de projetar
uma ponte) ou que nossos construtores se utilizam de material mais barato,
inadequado e desviaram verbal para
interesse próprio. É saber que a população alemã é de 87 milhões de habitantes
e conta com 102 prêmios Nobel. No Brasil somos 200 milhões de habitantes sem nenhum
agraciado com esta premiação.
Eu não me compadeço
daquelas crianças chorando no estádio(que na certa pagaram mais de um salário
mínimo para ver o jogo e por isso sei que podem desfrutar de escolas e
hospitais particulares), mas sim daquelas crianças que n ao têm ao menos banco
para se sentar nas escolas. Brasileirinhos sem saúde e sem recursos para
obtê-la. Sentimento tenho pelos professores (heróis verdadeiros)
que sem condições e sem formação adequada fazem o que podem, mesmo sabendo que
não haverá chances para seus alunos emergentes de um ensino tão precário em um
mundo tão competitivo como o atual.
Não se faz um país grande
manipulando resultados de balança comercial, da inflação e das pesquisas. “Não
pergunte o que a nação pode fazer por você e sim o que você pode fazer pela
nação”. (John F. Kennedy)
Escrito por LUIZ CARLOS BAZZO, médico geriatra, publicado pelo JORNAL DE LONDRINA, sexta-feira, 25 de Julho de 2014
Escrito por LUIZ CARLOS BAZZO, médico geriatra, publicado pelo JORNAL DE LONDRINA, sexta-feira, 25 de Julho de 2014
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