domingo, 31 de agosto de 2014

FUTEBOL EM CAMPO


Futebol é uma coisa interessante, tanto na cidade quanto no campo, a paixão é a mesma. Lembro de  quando  ia passear no sítio de meus tios e a gente passava de carro perto do campinho de futebol que tinha  ali no Bratislava, em Cambé. Quando a gente ia, o pessoal estava jogando no maior sol  e quando voltávamos , à tardinha , ainda tinha gente jogando.
Lembro também de a gente jogar bola no terreirão de café. Tijolos à parte, o futebol, embora a bola já estivesse com os gomos comidos e o interior estufando para fora, não era dos piores. A gente se divertia com nossos próprios tombos e os dedões com as tampas ds unhas levantadas. Troféus para a segunda-feira quando, na escola, se contavam os grandes feitos que nem mesmo os maiores jornalistas esportivos jamais puderam relatar.
Às vezes se via nas estradas os caminhões levando muitos jogadores  de várzea na boleia. Hoje, com as leis de trânsito mais rigorosas isso é impossível, para a sorte dos atletas de domingo. Cada um se via um Pelé, um Garrincha, um Nilton Santos, um Ademir das Guia e tantos outros nomes que mereceriam ser citados e que não caberiam aqui. .
Muitas vezes, na pastagem das vacas, se fazia um campinho. Lá havia uns pedaços de troncos de árvores que faziam as vezes de trave de gol. Não sei como aquilo permanecia de pé. Hoje, a gente vê tanta notícia no jornal de trave caindo. E os campinhos nem sempre acompanhavam o padrão Fifa. Eram feitos em terrenos caídos para um riacho ou uma valeta funda que dava até medo de olhar e para buscar a bola qualquer um era o gandula. Muitas vezes as taquaras escondiam tão bem a bola que o jogo  tinha que continuar só no próximo domingo  ou quando se achasse a bola.
     Eu sempre fui um perna de pau no ataque, mas sabia que sempre que faltava um pra jogar me chamavam. Por isso ficava sempre por perto quando o pessoal escolhia os jogadores. De qualquer maneira, lá estava eu  para dar uns chutes na defesa, que era onde eu gostava de jogar. Modéstia à parte, jogava  muito bem  a bola para  o meio do colonhão.  Até o pessoal achar a bola o ataque do adversário já tinha esfriado. Tem bola que chutei que até hoje não acharam.
     Quando a gente chegava em casa com os tampões dos dedos estropiados, o remédio era fumo Corina. Farmácia era para gente com dinheiro ou se o negócio era muito grave. Se ninguém sabe o que é fumo Corina vou explicar:  era um pouco de fumo de corda picado numa latinha dessas  de goiabada vazia e onde se urinava um pouquinho e se esquentava no fogo. Aquilo era o tratamento para os ferimentos  dos dedos. Como a gente sobreviveu a uma coisas dessa eu  não sei. Mas o pessoal fazia isso para curar machucaduras antigamente. Quem já fez isso vai lembrar e dar risada, quem não fez vai achar estranho.

     Futebol no campo era isso, era paixão por jogar a bola, não tinha cartola nem mala preta, como dizem existir. Era pura diversão e uma alegria que nos fazia como os maiores craques jogando em nossos estádios de terra ou de pasto, chutando toco e ouvindo o grito de uma torcida imaginária que sempre nos incentivava,  mesmo perdendo, no país do melhor futebol do mundo.  E voltávamos ufano para casa depois de cada jogo. Bons tempos.   ( Texto estraído do espaço DEDO DE PROSA,  da FOLHA RURAL, publicado pela FOLHA DE LONDRINA, sábado 12 de Julho de 2014, escrito por DALTON MARTINS  - leitor da FOLHA).

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Comentários

Wanda Cobo

"Maravilha meu amigo, continue nos deliciando com suas ideias." W.D Londrina-Pr


Adilson Silva

Olá Professor José Roberto, Parabéns pelas excelentes matérias , muito bom conhecimento para todos. muita paz e fraternidade. Londrina-Pr

Marcos Vitor Piter

Excelentes e Sabias palavras parabéns Professor um Abraço dos Amigos de Arapongas - PR.

João Costa

Meus parabéns por vc e por tudo que pude ler continue levando este conhecimento p/ todos. Forte abraço! João Batista.
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Meu amigo continue contribuindo com a sua sabedoria. Forte abraço... João Batista 31/10/2013
Daiane C M Santos
Parabéns, muito criativo e inteligente!
Zeze Baladelli
Oi meu amigo,entrei seu blog,parabéns querido,voce é um gentleman,um grande amigo e muito inteligente,desejo que Deus te abençoe mais e mais...super beijo...



MARINA SIMÕES

Caro amigo Roberto, muito obrigada por suas sábias e verdadeiras palavras. Como é bom encontrarmos no nosso dia adia pessoas que comungam nossas idéias, nossas críticas, ou mesmo comentário sobre determinados assuntos. Eu procuro escrever e mostrar mensagens de
fé, de esperança, ou mesmo um alento carinhoso para nós que vivemos um mundo tão cruel, egoísta e caótico. Estou tentando escrever um comentário sobre seus textos. Parabéns, eu os tenho como que a "arquitetura" com as palavras. É um estilo totalmente seu, e meu amigo é simplesmente estimulante. Ele nos faz pensar e isto é muito bom. Um grande abraço. Marina.



JOÃO RENATO
Aqui estou eu novamente é impossivel não entrar aqui para vê estas maravilha por vc postada. Forte abraço do seu amigo hoje e sempre...........

ADALGISA
Parabéns! meu amigo querido!!!Adorei seu blog, mensagens lindas e suaves como a tua persoalidade e seu jeito de ser!!!Abraços e beijos.
TIAGO ROBERTO FIGUEIREDO
Parabéns professor José Roberto seu blog está divino..abs !
JAIRO FERNANDES
Olá, Querido Professor José Roberto! Fiquei muito emocionado com suas mensagens postadas, gostaria muito de revê-lo novamente após muitos anos, você fora meu professor e tenho muita saudade, gostaria que enviasse-me o seu endereço.ʺ Deus te ilumine sempreʺ Pois fazes parte de minha história de vida.
ALICE MARIA
Oi tio.Muito lindo seu cantinho na internet. Tô de olho. Lembro também de algumas coisas lá da Serra, principalmente da venda do vô Rubens. Beijo ,Alice Maria.

WANDA COBO

WANDA COBO

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