Hoje vemos coisas se tornando
obsoletas muito rapidamente. O que era
moderno se torna ultrapassado numa rapidez estonteante. O caso clássico dos
celulares. Já outras coisas a gente lembra até com certa saudade, mesmo as que nem tivemos muito contato.
Alguém se lembra dos carros de boi ou dos moinhos e torradores de café , fogões a lenha, canetas tinteiro, lampiões a querosene , assim como as carroças. O trançador, por exemplo, era uma peça que antigamente se usava para fazer corte de árvores e na falta de uma serraria, faziam-se as tábuas e o madeiramento para a casa dos pioneiros de nossa região. Hoje cortar uma árvore é crime, mas antigamente era uma necessidade para colonizar estas terras.
Trabalhava-se na roça com enxada e arado. A terra era preparada, tirando-se a mata. Faziam-se as leiras, que eram fileiras de terras amontoadas com os galhos e folhas e tocava-se fogo naquilo tudo virar cinza. A fumaça ia longe e o céu azul tornava-se um breu em pleno dia. A mentalidade era limpar a terra para plantar.
O povo vinha de Catita conhecer o Norte do Paraná , onde a terra era livre de saúva, formiga que hoje infesta a cidade de Londrina. Os ingleses, desistindo de plantar algodão, tiveram uma ideia par ganhar dinheiro e acabaram fazendo melhor do que qualquer reforma agrária poderia fazer: vender lotes pequenos a preços acessíveis e a prazo. Venderam tudo e depois de muito trabalho de migrantes de praticamente todo o Brasil e outros tantos de estrangeiros, cá estamos com a nossa diversidade de cultura e com uma economia que, embora não esteja no seu melhor momento, não deixa de dar oportunidades a quem sabe lidar com crises mais políticas do que econômicas.
No passado, vivíamos trocando de moedas, réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, uma alegria para quem coleciona moedas mas um transtorno para quem fazia economia com elas, pois perdiam o valor rapidamente. Eu tinha um monte delas em casa. Nem sei que fim tiveram. Como disse, as coisas se tornam obsoletas muito rapidamente.
Mesmo nós, às vezes, parecemos nos tornar obsoletos. Os filhos, cada vez mais cedo, aprendem a lidar com tecnologias e se não sabemos nos atualizar, ficamos sem saber sobre as coisas. Antigamente, os pais eram mais sábios e os velhos eram sinônimos de sabedoria.
Talvez nós nos tornemos como as relíquias de um passado que vai perdendo para um futuro sem piedade, como moedas, sem valor perdidas em qualquer canto, se não modificarmos esta maneira da sociedade ver as coisas como descartáveis. Alguém lembra da expressão pai dos burros? Era do que chamavam o dicionário, hoje o pai dos burros é o Google. A pergunta é: qual será a mais nova relíquia do momento? Aguardemos o próximo segundo. ( DAILTON MARTINS, leitor da FOLHA, página 2, DEDO DE PROSA, Folha Rural, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 10 de outubro de 2015).
Alguém se lembra dos carros de boi ou dos moinhos e torradores de café , fogões a lenha, canetas tinteiro, lampiões a querosene , assim como as carroças. O trançador, por exemplo, era uma peça que antigamente se usava para fazer corte de árvores e na falta de uma serraria, faziam-se as tábuas e o madeiramento para a casa dos pioneiros de nossa região. Hoje cortar uma árvore é crime, mas antigamente era uma necessidade para colonizar estas terras.
Trabalhava-se na roça com enxada e arado. A terra era preparada, tirando-se a mata. Faziam-se as leiras, que eram fileiras de terras amontoadas com os galhos e folhas e tocava-se fogo naquilo tudo virar cinza. A fumaça ia longe e o céu azul tornava-se um breu em pleno dia. A mentalidade era limpar a terra para plantar.
O povo vinha de Catita conhecer o Norte do Paraná , onde a terra era livre de saúva, formiga que hoje infesta a cidade de Londrina. Os ingleses, desistindo de plantar algodão, tiveram uma ideia par ganhar dinheiro e acabaram fazendo melhor do que qualquer reforma agrária poderia fazer: vender lotes pequenos a preços acessíveis e a prazo. Venderam tudo e depois de muito trabalho de migrantes de praticamente todo o Brasil e outros tantos de estrangeiros, cá estamos com a nossa diversidade de cultura e com uma economia que, embora não esteja no seu melhor momento, não deixa de dar oportunidades a quem sabe lidar com crises mais políticas do que econômicas.
No passado, vivíamos trocando de moedas, réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, uma alegria para quem coleciona moedas mas um transtorno para quem fazia economia com elas, pois perdiam o valor rapidamente. Eu tinha um monte delas em casa. Nem sei que fim tiveram. Como disse, as coisas se tornam obsoletas muito rapidamente.
Mesmo nós, às vezes, parecemos nos tornar obsoletos. Os filhos, cada vez mais cedo, aprendem a lidar com tecnologias e se não sabemos nos atualizar, ficamos sem saber sobre as coisas. Antigamente, os pais eram mais sábios e os velhos eram sinônimos de sabedoria.
Talvez nós nos tornemos como as relíquias de um passado que vai perdendo para um futuro sem piedade, como moedas, sem valor perdidas em qualquer canto, se não modificarmos esta maneira da sociedade ver as coisas como descartáveis. Alguém lembra da expressão pai dos burros? Era do que chamavam o dicionário, hoje o pai dos burros é o Google. A pergunta é: qual será a mais nova relíquia do momento? Aguardemos o próximo segundo. ( DAILTON MARTINS, leitor da FOLHA, página 2, DEDO DE PROSA, Folha Rural, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, sábado, 10 de outubro de 2015).
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